2. Momento histórico do Modernismo em Portugal
1910: Proclamação da República
1910-1926: Primeira República
― Domínio do Partido Democrático, com
predominância centro-esquerdista.
― Participação do país na Primeira Guerra Mundial.
― Instabilidade político-social.
1926: Golpe de Estado
1933-1974: Ditadura militar salazarista.
3. As três gerações do Modernismo português
Cronologia
Primeira geração: Orpheu
Início: 1915 – Fundação da revista Orpheu.
Término: 1927 – Fundação da revista Presença.
Segunda geração: Presença
Início: 1927 – Fundação da revista Presença.
Término: 1940 – Eclosão do Neo-realismo.
Terceira geração: Neo-realismo
Início: 1940
4. As três gerações do Modernismo português
Principais escritores
Primeira geração: Orpheu
Principais escritores: Fernando Pessoa e Mário de Sá-Carneiro
Principal característica do grupo:comportamento iconoclasta.
Segunda geração: Presença
Principais escritores: Branquinho da Fonseca, José Régio e João Gaspar
Simões.
Principal característica do grupo: elitismo, “arte-pela-arte”.
Terceira geração: Neo-realismo
Principais escritores: Ferreira de Castro, Carlos de Oliveira, Fernando Namora,
Alves Redol, José Cardoso Pires e Virgílio Ferreira.
Principal característica do grupo: literatura engajada.
5. Orfismo
características
• Domínio da Metafísica e do Mistério: Impregnados de uma
religiosidade esotérica, do gosto pelas ciências ocultas, de um
sebastianismo místico, os escritores da Geração Orpheu
tornaram-se herméticos, pouco acessíveis. A obra de Fernando
Pessoa, uma das mais significativas já escritas em língua
portuguesa, só foi publicada dez anos após a sua morte, que se
deu em 1935.
• Desejo de “escandalizar” o burguês.
• Desajuste social e cultural.
• Cosmopolitismo.
• Incorporação das propostas das vanguardas.
• Idolatria do poético, do não-prático, do não-burguês.
6. Orfismo
O Orfismo constitui o primeiro movimento
propriamente moderno. Inicia-se em 1915, com a revista
Orpheu, que aglutinou alguns jovens insatisfeitos com a
estagnação da cultura portuguesa.
De ideias futuristas, entusiasmados com as
novidades trazidas pelas mudanças culturais postas em
curso com o século XX, defendiam a integração de
Portugal no cenário da modernidade européia. Para tanto,
pregavam o inconformismo e punham a atividade poética
acima de tudo.
7. Orfismo
Fernando Pessoa é a grande figura da geração,
seguido de perto por Mário de Sá-Carneiro, Alfredo
Pedro Guisado, Santa Rita Pintor, Armando Cortes-
Rodrigues e Almada Negreiros, este último autor de um
romance, Nome de Guerra, uma das raras obras em prosa
numa geração primordialmente poética.
De Orpheu ainda sairia um segundo número, em
1915, mas o terceiro, anunciado para o ano seguinte, não
chegaria a vir a público.
8. Fernando Pessoa (Biografia)
Fernando Antônio Nogueira Pessoa, nasceu em
Lisboa, em 13/06/1888. Órfão de pai aos cinco anos,
é levado para Durban (África do Sul), onde faz o
curso primário e secundário com excepcional brilho.
Em 1905, regressa a Portugal e matricula-se na
Faculdade de Letras de Lisboa; assiste às aulas por
algum tempo, mas acaba abandonando os bancos
escolares para se tornar correspondente comercial em
línguas estrangeiras.
9. Fernando Pessoa (Biografia)
Em 1912, está como crítico da revista A Águia, e
três anos depois lidera o grupo de Orpheu. Extinta a
revista, passa a colaborar em outras, como Centauro,
Athena, Contemporânea e Presença.
Em 1934, participa no concurso de poesia
promovido pelo Secretariado Nacional de
Informações, de Lisboa, e recebe o segundo lugar.
Em 1935, recolhe-se doente ao hospital e falece
em 30 de novembro.
10. Fernando Pessoa
Heterônimos
Fernando Pessoa constitui um caso ímpar de
desdobramento de si mesmo em outras personalidades
poéticas, o que se torna visível por sua capacidade de
deixar-se possuir por outros seres, que como ele são
poetas, e de assim criar os outros “eus”, os heterônimos.
Os heterônimos não são pseudônimos. Fernando
Pessoa não inventou personagens-poetas, mas criou
obras de poetas e, em função delas, as biografias de
Álvaro de Campos, Ricardo Reis e Alberto Caeiro, seus
principais heterônimos.
11. Alberto Caeiro, o poeta pastor
Fernando Pessoa chamava-o de “Meu Mestre
Caeiro”, o mais importante de seus heterônimos. Era um
homem do campo, simples. No entanto, um ser
especulativo, perquiridor do mundo.
Seus poemas mais importantes estão reunidos sob o
título O Guardador de Rebanhos e Poemas Completos
de Caeiro.
12. Ricardo Reis, o poeta neoclássico
Helenista e, portanto, cultivador de características
estruturais e de temas clássicos, Ricardo Reis tem sua
poesia marcada pelo “carpe diem” horaciano, ou seja,
em suas odes, aparecerá o lema “gozar a brevidade da
vida, o momento, aproveitar cada segundo, gozar o dia,
desfrutar o que se possa obter do momento em que se
vive”. Cultua o paganismo.
13. Álvaro de Campos, o poeta das sensações do homem
moderno
Poesia marcada pela inquietação do século XX,
personalidade citadina, que louva o movimento e as
máquinas. Tomado pela emoção da existência, tem a
consciência da vida, do progresso, da era das máquinas,
do barulho, da eletricidade e da velocidade. Mas é
triste, devastadoramente triste.
Seus poemas mais conhecidos são Ode Triunfal,
Tabacaria e Poema em Linha Reta.
14. Fernando Pessoa
Ortônimo
Os poemas assinados por Fernando Pessoa (ele
mesmo) têm facetas distintas entre si, mas que no
entanto se completam: captou o lirismo do passado
português e evoluiu deste saudosismo para o paulismo
e, depois para o interseccionismo e o sensacionismo,
“três formas de requintamento da poesia saudosista,
graças ao exacerbamento deliberado ao culto ao “vago”,
ao “sutil” e ao “complexo” e à influência simultânea do
Cubismo e do Futurismo.
Massaud Moisés
15. Fernando Pessoa
Ortônimo
Mensagem (1934) é um livro exemplar. Composto
por 44 poemas, é mesmo uma “mensagem” ao povo
português em plena ditadura salazarista. É como se
Pessoa quisesse sacudir os brios da Pátria e fazê-la
lembrar-se de um tempo de grandeza, conquista e
prosperidade.
16. Fernando Pessoa
Ortônimo
O livro Mensagem (1934) está dividido em três
partes:
O Brasão – aqui os heróis são as figuras lendárias de
uma antigo Portugal: Viriato, Conde D. Henrique, D.
Tareja, D. Affonso Henriques, D. Dinis. É o início do
país.
Mar português – a época das grandes navegações e
conquistas.
O Encoberto – aqui o assunto é o Quinto Império, D.
Sebastião, Bandarra, Vieira.