O autor argumenta que é melhor focar em implantar ideias do que buscar crédito pessoal, já que raramente é possível obter os dois. Ele usa a metáfora da galinha e da pata para ilustrar que é melhor trabalhar discretamente para ter sucesso a longo prazo, em vez de autopromoção. Também alerta sobre os perigos de lideranças inseguras e a ingenuidade de achar que ideias teriam sucesso sozinhas.
1. Esqueça o Orgulho da Autoria
Você quer levar o nome ou quer ver a ideia implantada? Segundo Wellington Moreira, poucas
vezes na vida será possível conseguir as duas coisas.
Quantas pessoas você conhece que ficam o tempo todo
gritando aos quatro ventos serem autoras de um
determinado projeto? Ou então que sempre reivindicam a
paternidade das ideias que parecem promissoras? No
entanto, se o reconhecimento autoral pode ser bom para o
ego, vale a pena ser comedido ao festejar-se caso você
pense sua carreira no longo prazo.
Isso me faz recordar a história da galinha e da pata. Mesmo
botando ovos grandes e muito mais nutritivos a pata não
chama tanto a atenção quanto as galinhas que fazem um
estardalhaço generalizado toda vez que os seus são postos. Alguns se apressam a dizer que àquela falta
marketing pessoal, mas se estiver preocupada com o futuro de seus ovos certamente age muito melhor do que a
sua parceira propagandista.
O mesmo acontece com a carreira de alguns profissionais. Míopes, se dão por satisfeitos ao elevarem seus
nomes como autores de alguma iniciativa, quando deveriam analisar mais a fundo as consequências de darem
publicidade exagerada a seus feitos.
Quando um projeto depende de muitas pessoas para ter sucesso e o envolvimento delas ainda está no início é
recomendável não ter todos os holofotes voltados para si; caso contrário, elas dificilmente comprarão a ideia.
"Isto é coisa do RH" ou "uma loucura dessas só podia vir do pessoal de Marketing" são apenas formas que os
indivíduos encontram para expressar que não querem servir de escada para outra área.
É comum encontramos profissionais isolados pelas próprias equipes por causa de seu pequeno horizonte de
percepção que as impede de compreender que ao promoverem o baixo envolvimento dos patrocinadores
internos criam focos de resistência totalmente desnecessários. O mesmo tipo de gente que no dia a dia adora
dizer com empáfia "eu fiz" ou "eu tive a ideia" e só utiliza o pronome "nós" quando as coisas caminham de mal a
pior.
É claro que você precisa ser reconhecido como autor, entretanto há um momento certo para isto. O prestígio
deve ser consequência do trabalho bem feito e não algo forçado, afinal o protagonismo nas empresas não é
construído apenas com iniciativas e intenções inspiradoras. É preciso que as boas ideias saiam do papel e
proporcionem resultados expressivos.
Taí uma questão interessante. Os autores só se perenizam quando ótimos números ou feitos acompanham os
seus esforços de iniciativa, pois de que vale sermos agentes propositivos se pouco nos importarmos com a
execução daquilo que estreamos? É por isto que só é recomendável requerer a autoria das coisas com as quais
estamos totalmente comprometidos.
Além disto, fique atento ao perfil de quem o lidera. Se ele for uma pessoa insegura e que sente a necessidade de
se afirmar a todo o instante, é provável que você não receba o tipo de reconhecimento que espera, ainda que
suas ideias ou opiniões sejam fabulosas, já que ele se sentirá ameaçado. Neste caso, é melhor aprender logo a
lidar com o seu chefe ou então escolher outro lugar para trabalhar.
E também é preciso cair na real. Aquela história de "fulano roubou minha ideia e nem deu os créditos" cheira a
ingenuidade. Você realmente acha que se estivesse sozinho aquele "seu" projeto teria tanto sucesso?
Provavelmente não! Então por que exigir reconhecimento e louvor se os resultados foram fruto do trabalho
coletivo e a concepção é apenas a primeira parte do todo?
Para quem busca incessantemente a vanglória pessoal em tarefas grupais o prêmio final é triplo: a autoria de um
2. projeto mal sucedido, uma boa dose de frustração e o filme queimado. Por isto, antes de qualquer coisa, reflita:
você quer levar o nome ou quer ver a ideia implantada? Poucas vezes na vida será possível conseguir as duas
coisas.
Wellington Moreira
Palestrante e consultor empresarial
wellington@caputconsultoria.com.br