SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 37
POLÍTICA PARA O ENSINO SUPERIOR NO
BRASIL (1995-2006): RUPTURA E
CONTINUIDADE NAS RELAÇOES ENTRE
PÚBLICO E PRIVADO
Edna Fonseca
Geissy Bethine
Iodete Macedo
Julianne Micaelle
Luciere Xavier
Márcia Santos
Graduada em Ciências Econômicas pela Universidade Católica de
Santos;
Mestre em Ciências Econômicas pela Universidade Estadual de
Campinas;
Doutora em Ciências Econômicas pela Universidade Estadual de
Campinas na área de Política Social;
Professora Adjunta II do Departamento de Planejamento e
Administração da Educação (PAD) da UNB.
 Nos anos 90, todo o espectro de políticas sociais e
econômicas esteve sob a influência da chamada
Agenda Neoliberal.
 A política pública direcionada ao ensino superior não
foi resultado exclusivo da intervenção dos
organismos multilaterais.
 Tendo o liberalismo forte controle do Estado na
economia e na vida das pessoas, as recomendações do
Banco Mundial (BIRD), influenciaram, parcialmente,
a política pública para o setor.
 Na primeira parte: analisar a política para o ensino
superior.
 Na segunda parte: Objetivo de investigar traços de
rupturas e continuidade.
 Nos anos 90, banco mundial exerce influência na
política nacional. Apontava-se a necessidade de uma
nova reforma para dar uma racionalidade e eficiência
ao sistema educacional.
 Novos conceitos foram introduzidos á agenda de
reformas: avaliação, autonomia universitária,
diversificação, flexibilização, privatização.
 Uma das críticas do governo FHC é a ineficiência da
universidade pública e sua inadequação ao mercado de
trabalho.
 Em 1968 modelo concebido pela reforma universitária,
estabeleceu a indissociabilidade entre ensino, pesquisa
e extensão.
 Não houve um documento único, que refletisse uma
reforma do ensino superior, mas uma série de textos
legais, projetos e programas. Ocorreu como uma
estratégia governamental para o enfrentamento dos
problemas, alterando a lógica dos sistemas públicos e
privado. (Dourado, 2005).
 A ação governamental de maior importância
direcionada as universidades públicas federais foi em
1995, pelo ministério da Administração e da Reforma
do Estado (MARE), que consistia em transformar o
status jurídico das universidades públicas para
organizações sociais, entidades públicas não estatais,
fundações de direito privado ou sociedades civis sem
fins lucrativos.
 Após essas mudanças, das universidades ou fundações
em organizações sociais passou a ter caráter voluntário.
 EM 1996 A LDB, combinava a coexistência em
instituições públicas e privadas e ensino e a
manutenção da gratuidade do ensino público em
estabelecimentos oficiais.
 Com essa mudança política o segmento público passa por
um sucateamento, devido a redução do financiamento do
governo federal. A situação torna-se mais critica com
abertura de turmas no período noturno, sem reposição
adequada do quadro funcional.
 Com esse quadro, teve privatização no interior das
instituições, forçando a aposentadoria de docentes. Os mais
qualificados reforçaram os quadro das instituições privadas,
formando grupos de pesquisas e pós- graduação.
Características da Política para o
Ensino Superior nos governos de
FHC (1995-2002) quanto ao
segmento particular
 A alteração legislativa mais significativa foi a
diferenciação institucional intra-segmento privado;
 Até 1997 os estabelecimentos particulares de ensino
possuíam imunidade tributária sobre a renda, os
serviços e o patrimônio;
 Após 1997 essas instituições passaram a ser classificadas
em:
o Privadas Stricto Sensu: deixaram de se beneficiar
diretamente dos recursos públicos e indiretamente da
renúncia fiscal.
o Sem fins lucrativos: confessionais, comunitárias e
filantrópicas.
 As matrículas particulares apresentou trajetória ascendente
a partir de 1998;
 Tem encontrado limites estruturais no poder aquisitivo de
sua clientela;
 Restrições econômicas e suas consequências mais
perversas, como, desemprego e queda na renda anual
média.
 O crescimento da oferta de vagas foi mais acelerado que a
evolução na procura pelas instituições particulares:
1998- 2,2 candidato/vaga
2002- 1,6 candidato/vaga
 Vagas não preenchidas pelo vestibular:
1998- 20%
2002- 37%
 A política pública que privilegia a democratização pela via
privada não encontra como principal entrave a oferta
insuficiente de vagas, mas a natureza dessas vagas e/ou a
capacidade dos candidatos em as ocupar;
 A questão não é a ausência de vagas para entrada no
ensino superior, mas a escassez de vagas públicas e
gratuitas.
 O programa crédito educativo (FIES) direcionado aos
alunos de baixa renda deixou de ser uma alternativa
viável;
 Defasagem entre o aumento da taxa de juros do
empréstimo e a taxa de crescimento da renda do recém
formado.
 A proposta de extinção da gratuidade do ensino público
foi retirada da agenda pública por pressão exercida no
Poder Legislativo e nas demais arenas decisórias, bem
como a reforma administrativa proposta pelo MARE foi
rejeitada.
 Investigar até que ponto há traços de ruptura ou
continuidade na política de ensino superior no
governo Lula;
 Analisar os principais elementos da política para o
ensino superior durante o Governo Lula, em especial,
no Programa Universidade para Todos (ProUni).
 2003 – 2006 1º governo de esquerda brasileiro
 Assumiu o poder em um novo contexto econômico promovido
pelas alterações ocorridas na gestão da política fiscal
 A elevação do superávit primário – meta
 Aumento da carga tributária;
 Cortes nos gastos públicos.
 Para manter o superávit primário
 Cortes de verbas (saúde, educação) e redução de gastos em
investimentos
 Os investimentos públicos foram considerados os mais
baixos da história recente do país
 Quanto à política para o ensino superior
 Não é prioridade - Expansão de matrículas, cursos e
instituições particulares
 Prioridade - Sustentação financeira dos estabelecimentos já
existentes
 O (ProUni) surgiu, em 2003, acompanhado por um discurso de
justiça social
 A trajetória expansiva, entre 1998 e 2002, resultou em um
número de vagas superior aos formandos no ensino médio
 Estabelecimentos particulares diante de incertezas -
inadimplência/desistência.
 O desemprego persiste – dificuldade em pagar as
mensalidades, também, durante o governo atual.
 ProUni
 Solução para as instituições ameaçadas pelo peso das vagas
excessivas
 Novamente, atende às recomendações do BIRD
 A análise documental do projeto de Lei, da Medida Provisória
até a Lei do ProUni permite afirmar que as alterações no texto
legal foram flexíveis às instituições particulares.
 ProUni
 Apoio da sociedade civil e dos formados no ensino médio
público
 Apoio da Central Única dos Trabalhadores (CUT)
 O ProUni promove política pública de acesso.
 Concepção assistencialista.
 Não favorece a permanência e conclusão do curso.
 Em 2006 há uma bolsa de permanência de R$ 300,00
aos estudantes de tempo integral.
 Atinge apenas 2% do total de bolsistas.
 Reforma da educação superior é indefinida.
 A ação governamental é diferente do seu antecessor.
 As propostas do MARE e as demais iniciativas sem
participação popular.
 Adotam o diálogo com a sociedade civil e a
comunidade acadêmica.
 Através de seminários e do recebimento de sugestões
ao documento oficial.
 A educação é vista como serviço comercializado no
mercado.
 É mantido a gratuidades do Ensino Superior nas
Instituições Públicas.
 Há a necessidade de estabelecer critérios de
fiscalização das Instituições Federais, mas não foi
implementado ainda.
 As verbas das Instituições Federais foram aumentadas,
bem como o quadro de funcionários e os seus salários.
 Continuou o Vínculo entre avaliações do provão e
condições de oferta do curso com o financiamento.
(requisitos formais de desempenho)
 A Política de Educação Superior é contraditória, pois
afirma que a educação superior é um bem público, ao
passo que justifica os gastos com essas instituições no
retorno econômico futuro.
Considerações Finais
 A política educacional tem ficado tanto nos mandatos
de FHC quanto de Lula a reboque das decisões
econômicas.
 Ao longo dos oito anos de governo de FHC, nos anos
90, a agenda governamental para o ensino superior foi
coerente e próxima da agenda sistêmica neoliberal,
diminuindo a fronteira entre os seguimentos público e
privados.
 Resistência dos atores sociais e políticos, juntamente ao
meio acadêmico impediu a extinção da gratuidade e as
transformações das universidades em organizações sociais.
 Devido o aumento das classes de baixa renda fez com que o
MEC promovesse sua proposta de estatização de vagas nas
instituições particulares, em troca da renuncia fiscal.
(bolsas, fies, financiamentos direcionados a negros, carentes
portadores de necessidades especiais)
 Quanto ao caráter social a população de baixa renda
não necessita apenas de gratuidade integral ou parcial
para estudantes, mas de condições que apenas as
instituições públicas proporcionam.
 Podem oferecer: transporte, moradia, assistência
medica em hospitais universitários; bolsas de pesquisa
entre outras.
 CARVALHO, Cristina Helena Almeida de.
Política para o Ensino Superior no Brasil
(1995-2006): Ruptura e Continuidade nas
Relações entre o Público e o Privado.
Campinas, SP: GT, 2006.
Politica para o ensino superior

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Aula 2 histórico da EJA
Aula 2  histórico da EJAAula 2  histórico da EJA
Aula 2 histórico da EJA
Cassia Brandão
 
Slide EJA
Slide EJASlide EJA
Slide EJA
GN2713
 
Estrutura e Funcionamento dos Níveis e Modalidades de Ensino
Estrutura e Funcionamento dos Níveis e Modalidades de EnsinoEstrutura e Funcionamento dos Níveis e Modalidades de Ensino
Estrutura e Funcionamento dos Níveis e Modalidades de Ensino
Evaí Oliveira
 
ALFABETIZAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: INSTRUMENTO DE TRANSFORMAÇÃO SOCIAL OU DE ...
ALFABETIZAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: INSTRUMENTO DE TRANSFORMAÇÃO SOCIAL OU DE ...ALFABETIZAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: INSTRUMENTO DE TRANSFORMAÇÃO SOCIAL OU DE ...
ALFABETIZAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: INSTRUMENTO DE TRANSFORMAÇÃO SOCIAL OU DE ...
Joselaine
 
A função Social da Escola
A função Social da EscolaA função Social da Escola
A função Social da Escola
Sued Oliveira
 
EducaçãO Do Campo
EducaçãO Do CampoEducaçãO Do Campo
EducaçãO Do Campo
culturaafro
 

Mais procurados (20)

Educação de Jovens e Adultos - Profª Dra Jaqueline Ventura
Educação de Jovens e Adultos - Profª Dra Jaqueline VenturaEducação de Jovens e Adultos - Profª Dra Jaqueline Ventura
Educação de Jovens e Adultos - Profª Dra Jaqueline Ventura
 
Aula 2 histórico da EJA
Aula 2  histórico da EJAAula 2  histórico da EJA
Aula 2 histórico da EJA
 
História da educação no Brasil
História da educação no BrasilHistória da educação no Brasil
História da educação no Brasil
 
Politicas Públicas Educação do Campo MEC-SECADI_13
Politicas Públicas Educação do Campo  MEC-SECADI_13Politicas Públicas Educação do Campo  MEC-SECADI_13
Politicas Públicas Educação do Campo MEC-SECADI_13
 
Palestra EJA
Palestra EJAPalestra EJA
Palestra EJA
 
Fundamentos teóricos e metodológicos da educação de jovens
Fundamentos teóricos e metodológicos da educação de jovensFundamentos teóricos e metodológicos da educação de jovens
Fundamentos teóricos e metodológicos da educação de jovens
 
Slide EJA
Slide EJASlide EJA
Slide EJA
 
Legislação Educacional Brasileira
Legislação Educacional BrasileiraLegislação Educacional Brasileira
Legislação Educacional Brasileira
 
EJA AULA 2: Introdução aos estudos da Educação de Jovens e Adultos: o campo d...
EJA AULA 2: Introdução aos estudos da Educação de Jovens e Adultos: o campo d...EJA AULA 2: Introdução aos estudos da Educação de Jovens e Adultos: o campo d...
EJA AULA 2: Introdução aos estudos da Educação de Jovens e Adultos: o campo d...
 
AULA 01 - POLÍTICAS PÚBLICAS DE EDUCAÇÃO.ppt
AULA 01 - POLÍTICAS PÚBLICAS DE EDUCAÇÃO.pptAULA 01 - POLÍTICAS PÚBLICAS DE EDUCAÇÃO.ppt
AULA 01 - POLÍTICAS PÚBLICAS DE EDUCAÇÃO.ppt
 
Estrutura e Funcionamento dos Níveis e Modalidades de Ensino
Estrutura e Funcionamento dos Níveis e Modalidades de EnsinoEstrutura e Funcionamento dos Níveis e Modalidades de Ensino
Estrutura e Funcionamento dos Níveis e Modalidades de Ensino
 
ALFABETIZAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: INSTRUMENTO DE TRANSFORMAÇÃO SOCIAL OU DE ...
ALFABETIZAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: INSTRUMENTO DE TRANSFORMAÇÃO SOCIAL OU DE ...ALFABETIZAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: INSTRUMENTO DE TRANSFORMAÇÃO SOCIAL OU DE ...
ALFABETIZAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: INSTRUMENTO DE TRANSFORMAÇÃO SOCIAL OU DE ...
 
A função Social da Escola
A função Social da EscolaA função Social da Escola
A função Social da Escola
 
EducaçãO Do Campo
EducaçãO Do CampoEducaçãO Do Campo
EducaçãO Do Campo
 
Processo histórico da EJA no Brasil - IFMA
Processo histórico da EJA no Brasil - IFMAProcesso histórico da EJA no Brasil - IFMA
Processo histórico da EJA no Brasil - IFMA
 
Estrutura do Sistema Educacional Brasileiro
Estrutura do Sistema Educacional BrasileiroEstrutura do Sistema Educacional Brasileiro
Estrutura do Sistema Educacional Brasileiro
 
Concepções de mundo e geografia
Concepções de mundo e geografiaConcepções de mundo e geografia
Concepções de mundo e geografia
 
EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOSEDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
 
FINANCIAMENTO DA EDUCAÇÃO NO BRASIL
FINANCIAMENTO DA EDUCAÇÃO NO BRASILFINANCIAMENTO DA EDUCAÇÃO NO BRASIL
FINANCIAMENTO DA EDUCAÇÃO NO BRASIL
 
Formação de docentes
Formação de docentesFormação de docentes
Formação de docentes
 

Destaque

Educação Tecnológica e Profissional - Evento PNE
Educação Tecnológica e Profissional - Evento PNEEducação Tecnológica e Profissional - Evento PNE
Educação Tecnológica e Profissional - Evento PNE
UBIRAJARA COUTO LIMA
 
A estrutura e o funcionamento do ensino superior no brasil
A estrutura e o funcionamento do ensino superior no brasilA estrutura e o funcionamento do ensino superior no brasil
A estrutura e o funcionamento do ensino superior no brasil
israelfaifa
 
Leis do ensino superior
Leis do ensino superiorLeis do ensino superior
Leis do ensino superior
israelfaifa
 
Resenha do filme Mauá
Resenha do filme MauáResenha do filme Mauá
Resenha do filme Mauá
naiararohling
 
Formação de professor
Formação de professorFormação de professor
Formação de professor
carmemlima
 
Pedagogia da educação inclusiva
Pedagogia da educação inclusivaPedagogia da educação inclusiva
Pedagogia da educação inclusiva
Carina Zandonai
 

Destaque (15)

Exposição de História e Educação Tecnológica
Exposição de História e Educação TecnológicaExposição de História e Educação Tecnológica
Exposição de História e Educação Tecnológica
 
Desafios e perspectivas da educação superior brasileira para a próxima década
Desafios e perspectivas da educação superior brasileira para a próxima décadaDesafios e perspectivas da educação superior brasileira para a próxima década
Desafios e perspectivas da educação superior brasileira para a próxima década
 
Ensino superior no brasil
Ensino superior no brasil Ensino superior no brasil
Ensino superior no brasil
 
Ensino Superior No Brasil
Ensino Superior No BrasilEnsino Superior No Brasil
Ensino Superior No Brasil
 
Educação Tecnológica e Profissional - Evento PNE
Educação Tecnológica e Profissional - Evento PNEEducação Tecnológica e Profissional - Evento PNE
Educação Tecnológica e Profissional - Evento PNE
 
A estrutura e o funcionamento do ensino superior no brasil
A estrutura e o funcionamento do ensino superior no brasilA estrutura e o funcionamento do ensino superior no brasil
A estrutura e o funcionamento do ensino superior no brasil
 
Leis do ensino superior
Leis do ensino superiorLeis do ensino superior
Leis do ensino superior
 
Educação a Distância e Formação de Professores
Educação a Distância e Formação de ProfessoresEducação a Distância e Formação de Professores
Educação a Distância e Formação de Professores
 
Resenha do filme Mauá
Resenha do filme MauáResenha do filme Mauá
Resenha do filme Mauá
 
História da universidade
História da universidadeHistória da universidade
História da universidade
 
Formação de professores:O que é formação?
Formação de professores:O que é formação?Formação de professores:O que é formação?
Formação de professores:O que é formação?
 
Formação de professor
Formação de professorFormação de professor
Formação de professor
 
Pedagogia da educação inclusiva
Pedagogia da educação inclusivaPedagogia da educação inclusiva
Pedagogia da educação inclusiva
 
Educação Especial na Perspectiva Inclusiva.
Educação Especial na Perspectiva Inclusiva.Educação Especial na Perspectiva Inclusiva.
Educação Especial na Perspectiva Inclusiva.
 
LDB - 9394/96
LDB - 9394/96LDB - 9394/96
LDB - 9394/96
 

Semelhante a Politica para o ensino superior

Balanço Final do Governo Lula - livro 3 (cap. 2)
Balanço Final do Governo Lula - livro 3 (cap. 2)Balanço Final do Governo Lula - livro 3 (cap. 2)
Balanço Final do Governo Lula - livro 3 (cap. 2)
Edinho Silva
 
Financiamento da Educação Básica_Henrique Morais Menezes.pdf
Financiamento da Educação Básica_Henrique Morais Menezes.pdfFinanciamento da Educação Básica_Henrique Morais Menezes.pdf
Financiamento da Educação Básica_Henrique Morais Menezes.pdf
HenriqueMoraismeneze
 
Políticas de ampliação do acesso ao ensino superior no brasil as opções dos ...
Políticas de ampliação do acesso ao ensino superior no brasil  as opções dos ...Políticas de ampliação do acesso ao ensino superior no brasil  as opções dos ...
Políticas de ampliação do acesso ao ensino superior no brasil as opções dos ...
Marcelo Batista
 
Educação superior no plano nacional de educação 2011 2020
Educação superior no plano nacional de educação 2011 2020Educação superior no plano nacional de educação 2011 2020
Educação superior no plano nacional de educação 2011 2020
pedagogiaveracruz
 
A gestão pedagógica do programa mais educação um olhar a partir da experiênci...
A gestão pedagógica do programa mais educação um olhar a partir da experiênci...A gestão pedagógica do programa mais educação um olhar a partir da experiênci...
A gestão pedagógica do programa mais educação um olhar a partir da experiênci...
Gabriel Paes
 
Educação e trabalho complementar
Educação e trabalho   complementarEducação e trabalho   complementar
Educação e trabalho complementar
Profesonline
 
Aula 30 superação e permanência políticas públicas da educação brasileira e...
Aula 30   superação e permanência políticas públicas da educação brasileira e...Aula 30   superação e permanência políticas públicas da educação brasileira e...
Aula 30 superação e permanência políticas públicas da educação brasileira e...
petecoslides
 
Ingresso de estudante de classe popular no ensino superior p+blico
Ingresso de estudante de classe popular no ensino superior p+blicoIngresso de estudante de classe popular no ensino superior p+blico
Ingresso de estudante de classe popular no ensino superior p+blico
Marcelo Batista
 
Políticas e Gestão da Educação Básica no Brasil - UFGD - 2010
Políticas e Gestão da Educação Básica no Brasil - UFGD - 2010Políticas e Gestão da Educação Básica no Brasil - UFGD - 2010
Políticas e Gestão da Educação Básica no Brasil - UFGD - 2010
Paulinha2011
 

Semelhante a Politica para o ensino superior (20)

Sumario2
Sumario2Sumario2
Sumario2
 
6º Seminário Nacional Estado e Políticas Sociais Unioeste 2014
6º Seminário Nacional Estado e Políticas Sociais Unioeste 20146º Seminário Nacional Estado e Políticas Sociais Unioeste 2014
6º Seminário Nacional Estado e Políticas Sociais Unioeste 2014
 
Balanço Final do Governo Lula - livro 3 (cap. 2)
Balanço Final do Governo Lula - livro 3 (cap. 2)Balanço Final do Governo Lula - livro 3 (cap. 2)
Balanço Final do Governo Lula - livro 3 (cap. 2)
 
CARTA ABERTA EM DEFESA DA REVOGAÇÃO DA REFORMA DO ENSINO MÉDIO_final_25jun.pdf
CARTA ABERTA EM DEFESA DA REVOGAÇÃO DA REFORMA DO ENSINO MÉDIO_final_25jun.pdfCARTA ABERTA EM DEFESA DA REVOGAÇÃO DA REFORMA DO ENSINO MÉDIO_final_25jun.pdf
CARTA ABERTA EM DEFESA DA REVOGAÇÃO DA REFORMA DO ENSINO MÉDIO_final_25jun.pdf
 
Financiamento da Educação Básica_Henrique Morais Menezes.pdf
Financiamento da Educação Básica_Henrique Morais Menezes.pdfFinanciamento da Educação Básica_Henrique Morais Menezes.pdf
Financiamento da Educação Básica_Henrique Morais Menezes.pdf
 
Estados del arte 1
Estados del arte 1Estados del arte 1
Estados del arte 1
 
Políticas de ampliação do acesso ao ensino superior no brasil as opções dos ...
Políticas de ampliação do acesso ao ensino superior no brasil  as opções dos ...Políticas de ampliação do acesso ao ensino superior no brasil  as opções dos ...
Políticas de ampliação do acesso ao ensino superior no brasil as opções dos ...
 
Educação superior no plano nacional de educação 2011 2020
Educação superior no plano nacional de educação 2011 2020Educação superior no plano nacional de educação 2011 2020
Educação superior no plano nacional de educação 2011 2020
 
A gestão pedagógica do programa mais educação um olhar a partir da experiênci...
A gestão pedagógica do programa mais educação um olhar a partir da experiênci...A gestão pedagógica do programa mais educação um olhar a partir da experiênci...
A gestão pedagógica do programa mais educação um olhar a partir da experiênci...
 
Educação e trabalho complementar
Educação e trabalho   complementarEducação e trabalho   complementar
Educação e trabalho complementar
 
Aula 30 superação e permanência políticas públicas da educação brasileira e...
Aula 30   superação e permanência políticas públicas da educação brasileira e...Aula 30   superação e permanência políticas públicas da educação brasileira e...
Aula 30 superação e permanência políticas públicas da educação brasileira e...
 
Políticas públicas - EJA
Políticas públicas - EJAPolíticas públicas - EJA
Políticas públicas - EJA
 
Wendel Umirim-ce (Resenha politicas publicas e educação)
Wendel Umirim-ce (Resenha politicas publicas e educação)Wendel Umirim-ce (Resenha politicas publicas e educação)
Wendel Umirim-ce (Resenha politicas publicas e educação)
 
A permanência na educação superior revista anpae
A permanência na educação superior   revista anpae A permanência na educação superior   revista anpae
A permanência na educação superior revista anpae
 
Pcns
PcnsPcns
Pcns
 
Ingresso de estudante de classe popular no ensino superior p+blico
Ingresso de estudante de classe popular no ensino superior p+blicoIngresso de estudante de classe popular no ensino superior p+blico
Ingresso de estudante de classe popular no ensino superior p+blico
 
FACIG NEWS 11-2017
FACIG NEWS 11-2017FACIG NEWS 11-2017
FACIG NEWS 11-2017
 
07 rosa leite
07 rosa leite07 rosa leite
07 rosa leite
 
politicas-educacionais.pdf
politicas-educacionais.pdfpoliticas-educacionais.pdf
politicas-educacionais.pdf
 
Políticas e Gestão da Educação Básica no Brasil - UFGD - 2010
Políticas e Gestão da Educação Básica no Brasil - UFGD - 2010Políticas e Gestão da Educação Básica no Brasil - UFGD - 2010
Políticas e Gestão da Educação Básica no Brasil - UFGD - 2010
 

Último

Aula 03 - Filogenia14+4134684516498481.pptx
Aula 03 - Filogenia14+4134684516498481.pptxAula 03 - Filogenia14+4134684516498481.pptx
Aula 03 - Filogenia14+4134684516498481.pptx
andrenespoli3
 
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptxTeoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
TailsonSantos1
 
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
PatriciaCaetano18
 
matematica aula didatica prática e tecni
matematica aula didatica prática e tecnimatematica aula didatica prática e tecni
matematica aula didatica prática e tecni
CleidianeCarvalhoPer
 

Último (20)

TCC_MusicaComoLinguagemNaAlfabetização-ARAUJOfranklin-UFBA.pdf
TCC_MusicaComoLinguagemNaAlfabetização-ARAUJOfranklin-UFBA.pdfTCC_MusicaComoLinguagemNaAlfabetização-ARAUJOfranklin-UFBA.pdf
TCC_MusicaComoLinguagemNaAlfabetização-ARAUJOfranklin-UFBA.pdf
 
Aula 03 - Filogenia14+4134684516498481.pptx
Aula 03 - Filogenia14+4134684516498481.pptxAula 03 - Filogenia14+4134684516498481.pptx
Aula 03 - Filogenia14+4134684516498481.pptx
 
Jogo de Rimas - Para impressão em pdf a ser usado para crianças
Jogo de Rimas - Para impressão em pdf a ser usado para criançasJogo de Rimas - Para impressão em pdf a ser usado para crianças
Jogo de Rimas - Para impressão em pdf a ser usado para crianças
 
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de HotéisAbout Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
 
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptxTeoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
 
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEMPRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
 
Aula de jornada de trabalho - reforma.ppt
Aula de jornada de trabalho - reforma.pptAula de jornada de trabalho - reforma.ppt
Aula de jornada de trabalho - reforma.ppt
 
EDUCAÇÃO ESPECIAL NA PERSPECTIVA INCLUSIVA
EDUCAÇÃO ESPECIAL NA PERSPECTIVA INCLUSIVAEDUCAÇÃO ESPECIAL NA PERSPECTIVA INCLUSIVA
EDUCAÇÃO ESPECIAL NA PERSPECTIVA INCLUSIVA
 
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
 
Projeto de Extensão - DESENVOLVIMENTO BACK-END.pdf
Projeto de Extensão - DESENVOLVIMENTO BACK-END.pdfProjeto de Extensão - DESENVOLVIMENTO BACK-END.pdf
Projeto de Extensão - DESENVOLVIMENTO BACK-END.pdf
 
6ano variação linguística ensino fundamental.pptx
6ano variação linguística ensino fundamental.pptx6ano variação linguística ensino fundamental.pptx
6ano variação linguística ensino fundamental.pptx
 
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
 
Plano de aula Nova Escola períodos simples e composto parte 1.pptx
Plano de aula Nova Escola períodos simples e composto parte 1.pptxPlano de aula Nova Escola períodos simples e composto parte 1.pptx
Plano de aula Nova Escola períodos simples e composto parte 1.pptx
 
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdfRecomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIAPROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
 
matematica aula didatica prática e tecni
matematica aula didatica prática e tecnimatematica aula didatica prática e tecni
matematica aula didatica prática e tecni
 
Araribá slides 9ano.pdf para os alunos do medio
Araribá slides 9ano.pdf para os alunos do medioAraribá slides 9ano.pdf para os alunos do medio
Araribá slides 9ano.pdf para os alunos do medio
 
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdfApresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
 
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.pptaula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia TecnologiaPROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
 

Politica para o ensino superior

  • 1. POLÍTICA PARA O ENSINO SUPERIOR NO BRASIL (1995-2006): RUPTURA E CONTINUIDADE NAS RELAÇOES ENTRE PÚBLICO E PRIVADO Edna Fonseca Geissy Bethine Iodete Macedo Julianne Micaelle Luciere Xavier Márcia Santos
  • 2. Graduada em Ciências Econômicas pela Universidade Católica de Santos; Mestre em Ciências Econômicas pela Universidade Estadual de Campinas; Doutora em Ciências Econômicas pela Universidade Estadual de Campinas na área de Política Social; Professora Adjunta II do Departamento de Planejamento e Administração da Educação (PAD) da UNB.
  • 3.  Nos anos 90, todo o espectro de políticas sociais e econômicas esteve sob a influência da chamada Agenda Neoliberal.  A política pública direcionada ao ensino superior não foi resultado exclusivo da intervenção dos organismos multilaterais.
  • 4.  Tendo o liberalismo forte controle do Estado na economia e na vida das pessoas, as recomendações do Banco Mundial (BIRD), influenciaram, parcialmente, a política pública para o setor.  Na primeira parte: analisar a política para o ensino superior.  Na segunda parte: Objetivo de investigar traços de rupturas e continuidade.
  • 5.
  • 6.  Nos anos 90, banco mundial exerce influência na política nacional. Apontava-se a necessidade de uma nova reforma para dar uma racionalidade e eficiência ao sistema educacional.  Novos conceitos foram introduzidos á agenda de reformas: avaliação, autonomia universitária, diversificação, flexibilização, privatização.
  • 7.  Uma das críticas do governo FHC é a ineficiência da universidade pública e sua inadequação ao mercado de trabalho.  Em 1968 modelo concebido pela reforma universitária, estabeleceu a indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão.
  • 8.  Não houve um documento único, que refletisse uma reforma do ensino superior, mas uma série de textos legais, projetos e programas. Ocorreu como uma estratégia governamental para o enfrentamento dos problemas, alterando a lógica dos sistemas públicos e privado. (Dourado, 2005).
  • 9.  A ação governamental de maior importância direcionada as universidades públicas federais foi em 1995, pelo ministério da Administração e da Reforma do Estado (MARE), que consistia em transformar o status jurídico das universidades públicas para organizações sociais, entidades públicas não estatais, fundações de direito privado ou sociedades civis sem fins lucrativos.
  • 10.  Após essas mudanças, das universidades ou fundações em organizações sociais passou a ter caráter voluntário.  EM 1996 A LDB, combinava a coexistência em instituições públicas e privadas e ensino e a manutenção da gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais.
  • 11.  Com essa mudança política o segmento público passa por um sucateamento, devido a redução do financiamento do governo federal. A situação torna-se mais critica com abertura de turmas no período noturno, sem reposição adequada do quadro funcional.  Com esse quadro, teve privatização no interior das instituições, forçando a aposentadoria de docentes. Os mais qualificados reforçaram os quadro das instituições privadas, formando grupos de pesquisas e pós- graduação.
  • 12. Características da Política para o Ensino Superior nos governos de FHC (1995-2002) quanto ao segmento particular
  • 13.  A alteração legislativa mais significativa foi a diferenciação institucional intra-segmento privado;  Até 1997 os estabelecimentos particulares de ensino possuíam imunidade tributária sobre a renda, os serviços e o patrimônio;
  • 14.  Após 1997 essas instituições passaram a ser classificadas em: o Privadas Stricto Sensu: deixaram de se beneficiar diretamente dos recursos públicos e indiretamente da renúncia fiscal. o Sem fins lucrativos: confessionais, comunitárias e filantrópicas.
  • 15.  As matrículas particulares apresentou trajetória ascendente a partir de 1998;  Tem encontrado limites estruturais no poder aquisitivo de sua clientela;  Restrições econômicas e suas consequências mais perversas, como, desemprego e queda na renda anual média.
  • 16.  O crescimento da oferta de vagas foi mais acelerado que a evolução na procura pelas instituições particulares: 1998- 2,2 candidato/vaga 2002- 1,6 candidato/vaga  Vagas não preenchidas pelo vestibular: 1998- 20% 2002- 37%
  • 17.  A política pública que privilegia a democratização pela via privada não encontra como principal entrave a oferta insuficiente de vagas, mas a natureza dessas vagas e/ou a capacidade dos candidatos em as ocupar;  A questão não é a ausência de vagas para entrada no ensino superior, mas a escassez de vagas públicas e gratuitas.
  • 18.  O programa crédito educativo (FIES) direcionado aos alunos de baixa renda deixou de ser uma alternativa viável;  Defasagem entre o aumento da taxa de juros do empréstimo e a taxa de crescimento da renda do recém formado.
  • 19.  A proposta de extinção da gratuidade do ensino público foi retirada da agenda pública por pressão exercida no Poder Legislativo e nas demais arenas decisórias, bem como a reforma administrativa proposta pelo MARE foi rejeitada.
  • 20.
  • 21.  Investigar até que ponto há traços de ruptura ou continuidade na política de ensino superior no governo Lula;  Analisar os principais elementos da política para o ensino superior durante o Governo Lula, em especial, no Programa Universidade para Todos (ProUni).
  • 22.  2003 – 2006 1º governo de esquerda brasileiro  Assumiu o poder em um novo contexto econômico promovido pelas alterações ocorridas na gestão da política fiscal
  • 23.  A elevação do superávit primário – meta  Aumento da carga tributária;  Cortes nos gastos públicos.  Para manter o superávit primário  Cortes de verbas (saúde, educação) e redução de gastos em investimentos  Os investimentos públicos foram considerados os mais baixos da história recente do país
  • 24.  Quanto à política para o ensino superior  Não é prioridade - Expansão de matrículas, cursos e instituições particulares  Prioridade - Sustentação financeira dos estabelecimentos já existentes  O (ProUni) surgiu, em 2003, acompanhado por um discurso de justiça social
  • 25.  A trajetória expansiva, entre 1998 e 2002, resultou em um número de vagas superior aos formandos no ensino médio  Estabelecimentos particulares diante de incertezas - inadimplência/desistência.  O desemprego persiste – dificuldade em pagar as mensalidades, também, durante o governo atual.
  • 26.  ProUni  Solução para as instituições ameaçadas pelo peso das vagas excessivas  Novamente, atende às recomendações do BIRD  A análise documental do projeto de Lei, da Medida Provisória até a Lei do ProUni permite afirmar que as alterações no texto legal foram flexíveis às instituições particulares.
  • 27.  ProUni  Apoio da sociedade civil e dos formados no ensino médio público  Apoio da Central Única dos Trabalhadores (CUT)
  • 28.  O ProUni promove política pública de acesso.  Concepção assistencialista.  Não favorece a permanência e conclusão do curso.
  • 29.  Em 2006 há uma bolsa de permanência de R$ 300,00 aos estudantes de tempo integral.  Atinge apenas 2% do total de bolsistas.
  • 30.  Reforma da educação superior é indefinida.  A ação governamental é diferente do seu antecessor.  As propostas do MARE e as demais iniciativas sem participação popular.  Adotam o diálogo com a sociedade civil e a comunidade acadêmica.  Através de seminários e do recebimento de sugestões ao documento oficial.
  • 31.  A educação é vista como serviço comercializado no mercado.  É mantido a gratuidades do Ensino Superior nas Instituições Públicas.  Há a necessidade de estabelecer critérios de fiscalização das Instituições Federais, mas não foi implementado ainda.  As verbas das Instituições Federais foram aumentadas, bem como o quadro de funcionários e os seus salários.
  • 32.  Continuou o Vínculo entre avaliações do provão e condições de oferta do curso com o financiamento. (requisitos formais de desempenho)  A Política de Educação Superior é contraditória, pois afirma que a educação superior é um bem público, ao passo que justifica os gastos com essas instituições no retorno econômico futuro.
  • 33. Considerações Finais  A política educacional tem ficado tanto nos mandatos de FHC quanto de Lula a reboque das decisões econômicas.  Ao longo dos oito anos de governo de FHC, nos anos 90, a agenda governamental para o ensino superior foi coerente e próxima da agenda sistêmica neoliberal, diminuindo a fronteira entre os seguimentos público e privados.
  • 34.  Resistência dos atores sociais e políticos, juntamente ao meio acadêmico impediu a extinção da gratuidade e as transformações das universidades em organizações sociais.  Devido o aumento das classes de baixa renda fez com que o MEC promovesse sua proposta de estatização de vagas nas instituições particulares, em troca da renuncia fiscal. (bolsas, fies, financiamentos direcionados a negros, carentes portadores de necessidades especiais)
  • 35.  Quanto ao caráter social a população de baixa renda não necessita apenas de gratuidade integral ou parcial para estudantes, mas de condições que apenas as instituições públicas proporcionam.  Podem oferecer: transporte, moradia, assistência medica em hospitais universitários; bolsas de pesquisa entre outras.
  • 36.  CARVALHO, Cristina Helena Almeida de. Política para o Ensino Superior no Brasil (1995-2006): Ruptura e Continuidade nas Relações entre o Público e o Privado. Campinas, SP: GT, 2006.