SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 26
Liga de DorLiga de Dor
Drdo. Sérgio Antonio Dias da Silveira Jr.Drdo. Sérgio Antonio Dias da Silveira Jr.
Presidente-discente -Presidente-discente -
FISIOPATOLOGIA
DA
DOR
I – Introdução
O comitê de taxonomia da Associação
Internacional para o Estudo da Dor (IASP),
conceitua a dor como :-
‘Uma experiência sensorial e
emocional desagradável, que é
associada ou descrita em termos de
lesões teciduais.’
Entretanto, muitas vezes, manifesta-se
mesmo na ausência de agressões teciduais
vigentes (neuropatia periférica ou central,
afecções psicopatológicas).
II- NeurofisiologiaII- Neurofisiologia
1- Participação do neurônio aferente
primário (NAP) :- passagem e decodificação
da informação nociva em potencial de ação.
2- Nociceptores :- são os receptores presentes nas
terminações nervosas livres do axônio do NAP
(fibras mielínicas finas A-d e amielínicas C), capazes
de detectar estímulos dolorosos. A informação
gerada nos nociceptores é conduzida até o gânglio da
raiz dorsal, e a partir deste, até a medula espinal.
3- Tipos de Receptores Nociceptivos :-
A – Mecanonociceptores – receptores A-delta de
alto limiar. Respondem a estímulos mecânicos
nocivos intensos , ou aplicação repetitiva de
estímulos nocivos (sensibilização).
B- Polimodais – receptores tipo C; 95% das
unidades sensoriais da pele humana; responde a
estímulos mecânicos, térmicos e químicos.
C- Mecanotérmicos – receptores A-delta; estímulos
mecânicos de alta intensidade ou térmicos; velocidade de
condução mais lenta .
A atividade dos receptores nociceptivos é modulada
pela ação de substâncias, denominadas, algiogênicas.
 Bradicinina;
 Acetilcolina;
 Prostaglandinas;
 Histamina;
 Serotonina;
 Leucotrienos;
 Tromboxane;
 Fator de ativação
plaquetário;
 Radicais ácidos;
 Íons K;
Essas substâncias, liberadas no ambiente tecidual do
interior dos mastócitos e outros leucócitos, vasos
sangüíneos e células traumatizadas, são responsáveis pela
hiperalgesia termomecânica primária, e pela
vasodilatação observada, em lesões traumáticas,
inflamatórias e isquêmicas.
Outros fatores como :-
 Substância P;
 Neuroquinina A;
 Neuroquinina B;
 Peptídeo relacionado geneticamente à calcitonina.
São liberados pelas terminações nervosas dos
aferentes primários, quando há estimulação nociceptiva, e
atuam sensibilizando os nociceptores e interagem com
elementos celulares envolvidos na inflamação, do que resulta a
instalação de processo inflamatório de origem neurogênica ou
agravamento do processo inflamatório original.
III- Neuroquímica da DorIII- Neuroquímica da Dor
1- Neurotransmissores – 5-HT, Histamina e Ach; são
substâncias ativas liberadas localmente na inflamação. A
histamina causa mais prurido do que dor.
2- Cininas – Bradicinina e Calidina – são as mais ativas.
Produzidas em lesões teciduais, pela clivagem proteolítica
das cininas. Bradicinina – poderosa substância produtora
de dor, pela liberação de prostaglandinas. Atua
combinando-se c/ receptores específicos do tipo acoplado
à proteína G, e produz seus efeitos celulares, através da
produção de vários mensageiros intracelulares.
3- Metabólitos e substâncias liberadas pelas células – ácido
lático, ATP, ADP, K+, entre outros – um pH baixo, excita
especificamente os neurônios aferentes nociceptivos pela
abertura dos canais catiônicos ativados por prótons, semelhantes
ou idênticos, aos ativados pela capsaicina. São agentes
mediadores, principalmente da dor isqüêmica.
4- Prostaglandinas – por si sós, não causam dor, mas
exacerbam acentuadamente a capacidade de produzir dor de
outros agentes, tais como o 5HT ou bradicinina.
5- Capsaicina e substâncias correlatas – a capsaicina é a
substância ativa na pimenta malagueta. É responsável pela
produção de uma dor altamente intensa, que estimula
seletivamente terminações nervosas nociceptivas e sensíveis à
temperatura nos tecidos, parecendo atuar sobre um receptor
IV- AnatomiaIV- Anatomia
Vias de Dor – Via Espinotalâmica
A sensibilidade Exteroceptiva Somática, é responsável pela
sensibilidade cutânea a estímulos dolorosos, térmicos e por
parte da sensibilidade táctil.
1- Troncos e Membros – os impulsos trafegam pelos
prolongamentos do neurônio do gânglio espinal, e atingem o
corno posterior da medula espinal (1ª sinapse),
principalmente através do trato de Lissauer. Os axônios
destes neurônios, cruzam para o lado oposto, e ascendem
pela porção antero-lateral da medula, como trato
espinotalâmico lateral. Estes fazem sinapse no tálamo (2ª
sinapse), destinando os impulsos para as áreas sensitivas da
córtex cerebral.
2- Face, mucosa nasal-oral-conjuntiva – os impulsos
trafegam pelo nervo trigêmeo, e após ingressar na ponte ,
adquirem trajeto descendente até o núcleo do trato espinal
do trigêmeo. Após a sinapse nesse núcleo, as fibras
cruzam para o lado oposto, e caminham juntas com as do
trato espinotalâmico lateral.
Muitas fibras do trato espinotalâmico lateral separam-se dele
no tronco cerebral, emitindo fibras para a conexão
reticular do tronco cerebral (trato espino reticular
talâmico), e outras, que se projetam de modo difuso para a
córtex cerebral, e não apenas para áreas sensoriais.
Essas fibras tem velocidade de condução ainda mais lentas, e
estão relacionadas as respostas autonômicas e endócrinas,e
pelos componentes afetivos e motivacionais da
experiência dolorosa.
Integração da Informação Dolorosa – a integração
ocorre em centros nervosos superiores de forma
bastante complexa. O componente discriminativo
é somatotopicamente específico, e envolve tanto o
córtex sensorial primário (SI), quanto o secundário
(SII).
O componente afetivo da dor é integrado em
diversas estruturas.
Devido a estes fatos não é difícil entender como
fatores psicológicos e/ou culturais, podem
influenciar na severidade da resposta
comportamental à dor.
V- FisiopatologiaV- Fisiopatologia
VI- Modulação da Via NociceptivaVI- Modulação da Via Nociceptiva
Hiperalgesia e Alodinia – Hiperalgesia- trata-se de uma
maior intensidade da dor, associado a um estímulo nocivo e
leve. Alodinia – trata-se da dor evocada por um estímulo
não-nocivo.
Essas alterações, envolvem tanto sensibilização das
terminações nervosas periféricas, quanto facilitação central
da transmissão do corno dorsal e do tálamo. O componente
periférico é devido à ação de certos mediadores (BK, PG,
etc). O componente central reflete a facilidade da
transmissão sináptica. Essa facilitação que depende da
atividade, possui muitas características em comum com o
fenômeno de potencialização a longo prazo (LTP), no
hipocampo.
Substância Gelatinosa e Teoria do Controle do Portão –
As células da lâmina II de Rexed, do corno dorsal (substância
gelatinosa), são principalmente interneurônios inibitórios
curtos que se projetam para a lâmina I e V, e regulam a
transmissão no nível da primeira sinapse nociceptiva, entre
as fibras aferentes primárias e os neurônios de transmissão
do trato espinotalâmico.
Teoria do Controle do Portão ou Comporta
‘A inibição pré-sináptica na medula espinal decorria da colisão
entre potencial dos aferentes primários e os antidrômicos
originados na substância gelatinosa’. Os interneurônios,
ativados pelos aferentes de grosso calibre, gerariam
potenciais negativos, reduzindo a amplitude dos potenciais
que alcançam o CPME.
Controles Inibitórios Descendentes – As vias descendentes
constituem um dos mecanismos de abertura do portão, que
controlam a transmissão dos impulsos no corno dorsal.
Uma parte essencial desse sistema é a Área Cinzenta
Periaquedutal (PAG) do mesencéfalo, uma pequena área de
substância cinzenta que circunda o canal central. A PAG
recebe impulsos provenientes de muitas regiões cerebrais
(incluindo hipotálamo, córtex e tálamo), admitindo-se que
representa o mecanismo pelo qual os influxos corticais e de
outra natureza agem para controlar o portão.
NRPG- nucleo reticular paragigantocelular; PAG – substância cinzenta
periaquedutal; NRM – núcleo da rafe magna; DLF – funículo
dorsolateral; LC- locus ceruleus.
VII- ConclusãoVII- Conclusão
Os conhecimentos atuais sobre a fisiopatologia da
dor, permitem melhor compreensão de seus
aspectos bio-psíquicos, favorecendo a evolução de
novas formas de tratamento, para as diversas
síndromes e condições dolorosas existentes.
VIII- Bibliografia BásicaVIII- Bibliografia Básica
DOR – Epidemiologia, fisiopatologia,
avaliação, síndromes dolorosas e tratamento
DOR – Diagnóstico e Tratamento.
 A NEUROLOGIA QUE TODO MÉDICO
DEVE SABER
Fisiopatologia da Dor – Educação Médica
Continuada – SBA
Farmacologia – Rang Dale
As Bases Diagnósticas da Terapêutica –
Goodman e Gilman.
OBRIGADO !!!!OBRIGADO !!!!

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Aula sobre Reabilitação - Ft Msdo Marcos Zanchet
Aula sobre Reabilitação - Ft Msdo Marcos Zanchet   Aula sobre Reabilitação - Ft Msdo Marcos Zanchet
Aula sobre Reabilitação - Ft Msdo Marcos Zanchet
fabricioboscolo
 
Dor pós operatória
Dor pós operatóriaDor pós operatória
Dor pós operatória
dapab
 
Uso do ultrassom terapêutico sobre implantes metálicos (artigo)
Uso do ultrassom terapêutico sobre implantes metálicos (artigo)Uso do ultrassom terapêutico sobre implantes metálicos (artigo)
Uso do ultrassom terapêutico sobre implantes metálicos (artigo)
Davi Sousa
 
Avaliacao sensorial, funcao motora, coordenacao e marcha
Avaliacao sensorial, funcao motora, coordenacao e marchaAvaliacao sensorial, funcao motora, coordenacao e marcha
Avaliacao sensorial, funcao motora, coordenacao e marcha
Natha Fisioterapia
 

Mais procurados (20)

Semiologia da dor
Semiologia da dor Semiologia da dor
Semiologia da dor
 
Semiologia da dor
Semiologia da dorSemiologia da dor
Semiologia da dor
 
Sensibilidade 14
Sensibilidade 14Sensibilidade 14
Sensibilidade 14
 
Farmacologia Opioides
Farmacologia Opioides   Farmacologia Opioides
Farmacologia Opioides
 
Glicocorticoides - Farmacologia
Glicocorticoides - FarmacologiaGlicocorticoides - Farmacologia
Glicocorticoides - Farmacologia
 
Exame neurológico
Exame neurológicoExame neurológico
Exame neurológico
 
Aula sobre Reabilitação - Ft Msdo Marcos Zanchet
Aula sobre Reabilitação - Ft Msdo Marcos Zanchet   Aula sobre Reabilitação - Ft Msdo Marcos Zanchet
Aula sobre Reabilitação - Ft Msdo Marcos Zanchet
 
Neurotransmissores e receptores sensitivos
Neurotransmissores e receptores sensitivos Neurotransmissores e receptores sensitivos
Neurotransmissores e receptores sensitivos
 
Hipersensibilidade
HipersensibilidadeHipersensibilidade
Hipersensibilidade
 
Tosse e expectoração
Tosse e expectoração Tosse e expectoração
Tosse e expectoração
 
Reflexos
ReflexosReflexos
Reflexos
 
Dor pós operatória
Dor pós operatóriaDor pós operatória
Dor pós operatória
 
Aula - SNA - Farmacologia Colinérgica - Bloqueadores Neuromusculares
Aula - SNA - Farmacologia Colinérgica - Bloqueadores NeuromuscularesAula - SNA - Farmacologia Colinérgica - Bloqueadores Neuromusculares
Aula - SNA - Farmacologia Colinérgica - Bloqueadores Neuromusculares
 
Aula sindrome impacto e lesão manguito rotador
Aula sindrome impacto e lesão manguito rotadorAula sindrome impacto e lesão manguito rotador
Aula sindrome impacto e lesão manguito rotador
 
Semiologia da dor 2017
Semiologia da dor 2017Semiologia da dor 2017
Semiologia da dor 2017
 
Pares cranianos.
Pares cranianos.Pares cranianos.
Pares cranianos.
 
Uso do ultrassom terapêutico sobre implantes metálicos (artigo)
Uso do ultrassom terapêutico sobre implantes metálicos (artigo)Uso do ultrassom terapêutico sobre implantes metálicos (artigo)
Uso do ultrassom terapêutico sobre implantes metálicos (artigo)
 
Farmacologia dos opiaceos
  Farmacologia dos opiaceos   Farmacologia dos opiaceos
Farmacologia dos opiaceos
 
Avaliacao sensorial, funcao motora, coordenacao e marcha
Avaliacao sensorial, funcao motora, coordenacao e marchaAvaliacao sensorial, funcao motora, coordenacao e marcha
Avaliacao sensorial, funcao motora, coordenacao e marcha
 
Nervos Cranianos: Exame físico Neurológico
Nervos Cranianos: Exame físico NeurológicoNervos Cranianos: Exame físico Neurológico
Nervos Cranianos: Exame físico Neurológico
 

Destaque (7)

Presentación sara
Presentación saraPresentación sara
Presentación sara
 
Aula Medula Espinhal Parte 2
Aula Medula Espinhal Parte 2Aula Medula Espinhal Parte 2
Aula Medula Espinhal Parte 2
 
Grandes vias aferentes e Síndromes Sensoriais
Grandes vias aferentes e Síndromes SensoriaisGrandes vias aferentes e Síndromes Sensoriais
Grandes vias aferentes e Síndromes Sensoriais
 
Artigo de fisiologia: Dor
Artigo de fisiologia: Dor Artigo de fisiologia: Dor
Artigo de fisiologia: Dor
 
Anatomia e Fisiologia da Dor
Anatomia e Fisiologia da DorAnatomia e Fisiologia da Dor
Anatomia e Fisiologia da Dor
 
Revisão neuroanatomia
Revisão neuroanatomiaRevisão neuroanatomia
Revisão neuroanatomia
 
Medula e Nervos Espinhais
Medula e Nervos EspinhaisMedula e Nervos Espinhais
Medula e Nervos Espinhais
 

Semelhante a Fisiopatologiadador

Neuropathic Pain Summary Portuguese
Neuropathic Pain Summary PortugueseNeuropathic Pain Summary Portuguese
Neuropathic Pain Summary Portuguese
Claudio Pericles
 
Neuropathic Pain Summary Portuguese
Neuropathic Pain Summary PortugueseNeuropathic Pain Summary Portuguese
Neuropathic Pain Summary Portuguese
Claudio Pericles
 
Dor o 5_sinal_vital (1)
Dor o 5_sinal_vital (1)Dor o 5_sinal_vital (1)
Dor o 5_sinal_vital (1)
jessdamb
 
Sistema nervoso
Sistema nervosoSistema nervoso
Sistema nervoso
Luis Torre
 
Sistema nervoso autnomo aula
Sistema nervoso autnomo aulaSistema nervoso autnomo aula
Sistema nervoso autnomo aula
bymau90
 

Semelhante a Fisiopatologiadador (20)

Fisiologia da dor
Fisiologia da dorFisiologia da dor
Fisiologia da dor
 
Neuropathic Pain Summary Portuguese
Neuropathic Pain Summary PortugueseNeuropathic Pain Summary Portuguese
Neuropathic Pain Summary Portuguese
 
Neuropathic Pain Summary Portuguese
Neuropathic Pain Summary PortugueseNeuropathic Pain Summary Portuguese
Neuropathic Pain Summary Portuguese
 
FISIOPATOLOGIA II AULA 1 --.pptx
FISIOPATOLOGIA II AULA 1 --.pptxFISIOPATOLOGIA II AULA 1 --.pptx
FISIOPATOLOGIA II AULA 1 --.pptx
 
Semiologia da dor
Semiologia da dorSemiologia da dor
Semiologia da dor
 
Eletroterapia - fisiologia e psicologia da dor vias ascendentes - capítulo 2 ...
Eletroterapia - fisiologia e psicologia da dor vias ascendentes - capítulo 2 ...Eletroterapia - fisiologia e psicologia da dor vias ascendentes - capítulo 2 ...
Eletroterapia - fisiologia e psicologia da dor vias ascendentes - capítulo 2 ...
 
16. tratamento cognitivo comportamental da dor
16. tratamento cognitivo comportamental da dor16. tratamento cognitivo comportamental da dor
16. tratamento cognitivo comportamental da dor
 
Fisiologia dor2
Fisiologia dor2Fisiologia dor2
Fisiologia dor2
 
Processamento da Dor: aspectos neuroanatômicos e funcionais
Processamento da Dor: aspectos neuroanatômicos e funcionaisProcessamento da Dor: aspectos neuroanatômicos e funcionais
Processamento da Dor: aspectos neuroanatômicos e funcionais
 
Neurofisiologia
NeurofisiologiaNeurofisiologia
Neurofisiologia
 
Dor o 5_sinal_vital (1)
Dor o 5_sinal_vital (1)Dor o 5_sinal_vital (1)
Dor o 5_sinal_vital (1)
 
Dor 2020
Dor 2020Dor 2020
Dor 2020
 
Eletroterapia - fisiologia e psicologia da dor vias descendentes - capítulo 2...
Eletroterapia - fisiologia e psicologia da dor vias descendentes - capítulo 2...Eletroterapia - fisiologia e psicologia da dor vias descendentes - capítulo 2...
Eletroterapia - fisiologia e psicologia da dor vias descendentes - capítulo 2...
 
Grandes Vias Aferentes
Grandes Vias AferentesGrandes Vias Aferentes
Grandes Vias Aferentes
 
Sistema Nervoso e Sensorial.pptx
Sistema Nervoso e Sensorial.pptxSistema Nervoso e Sensorial.pptx
Sistema Nervoso e Sensorial.pptx
 
Acupuntura – mecanismos de ação
Acupuntura – mecanismos de ação Acupuntura – mecanismos de ação
Acupuntura – mecanismos de ação
 
SISTEMA NERVOSO_6ANO_23.pdf
SISTEMA NERVOSO_6ANO_23.pdfSISTEMA NERVOSO_6ANO_23.pdf
SISTEMA NERVOSO_6ANO_23.pdf
 
Sistema nervoso
Sistema nervosoSistema nervoso
Sistema nervoso
 
Sistema nervoso autnomo aula
Sistema nervoso autnomo aulaSistema nervoso autnomo aula
Sistema nervoso autnomo aula
 
Sistema nervoso autônomo
Sistema nervoso autônomo Sistema nervoso autônomo
Sistema nervoso autônomo
 

Mais de tosterne

Mais de tosterne (6)

Fenômeno Dor Total e Avaliação da Dor.ppt
Fenômeno Dor Total e Avaliação da Dor.pptFenômeno Dor Total e Avaliação da Dor.ppt
Fenômeno Dor Total e Avaliação da Dor.ppt
 
o tratamento da dor aguda pos-operatoria
o tratamento da dor aguda pos-operatoriao tratamento da dor aguda pos-operatoria
o tratamento da dor aguda pos-operatoria
 
Dor história, aspectos e importância
Dor   história, aspectos e importânciaDor   história, aspectos e importância
Dor história, aspectos e importância
 
Aines
AinesAines
Aines
 
Dor oncológica sábado da dor
Dor oncológica sábado da dorDor oncológica sábado da dor
Dor oncológica sábado da dor
 
Bloqueio único ou duplo bloqueio
Bloqueio único ou duplo bloqueioBloqueio único ou duplo bloqueio
Bloqueio único ou duplo bloqueio
 

Último

8 - O Teste de sentar e levantar em 1 minuto como indicador de resultado nos ...
8 - O Teste de sentar e levantar em 1 minuto como indicador de resultado nos ...8 - O Teste de sentar e levantar em 1 minuto como indicador de resultado nos ...
8 - O Teste de sentar e levantar em 1 minuto como indicador de resultado nos ...
Leila Fortes
 

Último (7)

8 - O Teste de sentar e levantar em 1 minuto como indicador de resultado nos ...
8 - O Teste de sentar e levantar em 1 minuto como indicador de resultado nos ...8 - O Teste de sentar e levantar em 1 minuto como indicador de resultado nos ...
8 - O Teste de sentar e levantar em 1 minuto como indicador de resultado nos ...
 
700740332-0601-TREINAMENTO-LAVIEEN-2021-1.pdf
700740332-0601-TREINAMENTO-LAVIEEN-2021-1.pdf700740332-0601-TREINAMENTO-LAVIEEN-2021-1.pdf
700740332-0601-TREINAMENTO-LAVIEEN-2021-1.pdf
 
Inteligência Artificial na Saúde - A Próxima Fronteira.pdf
Inteligência Artificial na Saúde - A Próxima Fronteira.pdfInteligência Artificial na Saúde - A Próxima Fronteira.pdf
Inteligência Artificial na Saúde - A Próxima Fronteira.pdf
 
Psicologia Hospitalar (apresentação de slides)
Psicologia Hospitalar (apresentação de slides)Psicologia Hospitalar (apresentação de slides)
Psicologia Hospitalar (apresentação de slides)
 
ENFERMAGEM - MÓDULO I - HISTORIA DA ENFERMAGEM, ETICA E LEGISLACAO.pptx.pdf
ENFERMAGEM - MÓDULO I -  HISTORIA DA ENFERMAGEM, ETICA E LEGISLACAO.pptx.pdfENFERMAGEM - MÓDULO I -  HISTORIA DA ENFERMAGEM, ETICA E LEGISLACAO.pptx.pdf
ENFERMAGEM - MÓDULO I - HISTORIA DA ENFERMAGEM, ETICA E LEGISLACAO.pptx.pdf
 
aula entrevista avaliação exame do paciente.ppt
aula entrevista avaliação exame do paciente.pptaula entrevista avaliação exame do paciente.ppt
aula entrevista avaliação exame do paciente.ppt
 
Avanços da Telemedicina em dados | Regiane Spielmann
Avanços da Telemedicina em dados | Regiane SpielmannAvanços da Telemedicina em dados | Regiane Spielmann
Avanços da Telemedicina em dados | Regiane Spielmann
 

Fisiopatologiadador

  • 2. Drdo. Sérgio Antonio Dias da Silveira Jr.Drdo. Sérgio Antonio Dias da Silveira Jr. Presidente-discente -Presidente-discente - FISIOPATOLOGIA DA DOR
  • 4. O comitê de taxonomia da Associação Internacional para o Estudo da Dor (IASP), conceitua a dor como :- ‘Uma experiência sensorial e emocional desagradável, que é associada ou descrita em termos de lesões teciduais.’ Entretanto, muitas vezes, manifesta-se mesmo na ausência de agressões teciduais vigentes (neuropatia periférica ou central, afecções psicopatológicas).
  • 5. II- NeurofisiologiaII- Neurofisiologia 1- Participação do neurônio aferente primário (NAP) :- passagem e decodificação da informação nociva em potencial de ação. 2- Nociceptores :- são os receptores presentes nas terminações nervosas livres do axônio do NAP (fibras mielínicas finas A-d e amielínicas C), capazes de detectar estímulos dolorosos. A informação gerada nos nociceptores é conduzida até o gânglio da raiz dorsal, e a partir deste, até a medula espinal.
  • 6. 3- Tipos de Receptores Nociceptivos :- A – Mecanonociceptores – receptores A-delta de alto limiar. Respondem a estímulos mecânicos nocivos intensos , ou aplicação repetitiva de estímulos nocivos (sensibilização). B- Polimodais – receptores tipo C; 95% das unidades sensoriais da pele humana; responde a estímulos mecânicos, térmicos e químicos. C- Mecanotérmicos – receptores A-delta; estímulos mecânicos de alta intensidade ou térmicos; velocidade de condução mais lenta .
  • 7. A atividade dos receptores nociceptivos é modulada pela ação de substâncias, denominadas, algiogênicas.  Bradicinina;  Acetilcolina;  Prostaglandinas;  Histamina;  Serotonina;  Leucotrienos;  Tromboxane;  Fator de ativação plaquetário;  Radicais ácidos;  Íons K; Essas substâncias, liberadas no ambiente tecidual do interior dos mastócitos e outros leucócitos, vasos sangüíneos e células traumatizadas, são responsáveis pela hiperalgesia termomecânica primária, e pela vasodilatação observada, em lesões traumáticas, inflamatórias e isquêmicas.
  • 8. Outros fatores como :-  Substância P;  Neuroquinina A;  Neuroquinina B;  Peptídeo relacionado geneticamente à calcitonina. São liberados pelas terminações nervosas dos aferentes primários, quando há estimulação nociceptiva, e atuam sensibilizando os nociceptores e interagem com elementos celulares envolvidos na inflamação, do que resulta a instalação de processo inflamatório de origem neurogênica ou agravamento do processo inflamatório original.
  • 9. III- Neuroquímica da DorIII- Neuroquímica da Dor 1- Neurotransmissores – 5-HT, Histamina e Ach; são substâncias ativas liberadas localmente na inflamação. A histamina causa mais prurido do que dor. 2- Cininas – Bradicinina e Calidina – são as mais ativas. Produzidas em lesões teciduais, pela clivagem proteolítica das cininas. Bradicinina – poderosa substância produtora de dor, pela liberação de prostaglandinas. Atua combinando-se c/ receptores específicos do tipo acoplado à proteína G, e produz seus efeitos celulares, através da produção de vários mensageiros intracelulares.
  • 10. 3- Metabólitos e substâncias liberadas pelas células – ácido lático, ATP, ADP, K+, entre outros – um pH baixo, excita especificamente os neurônios aferentes nociceptivos pela abertura dos canais catiônicos ativados por prótons, semelhantes ou idênticos, aos ativados pela capsaicina. São agentes mediadores, principalmente da dor isqüêmica. 4- Prostaglandinas – por si sós, não causam dor, mas exacerbam acentuadamente a capacidade de produzir dor de outros agentes, tais como o 5HT ou bradicinina. 5- Capsaicina e substâncias correlatas – a capsaicina é a substância ativa na pimenta malagueta. É responsável pela produção de uma dor altamente intensa, que estimula seletivamente terminações nervosas nociceptivas e sensíveis à temperatura nos tecidos, parecendo atuar sobre um receptor
  • 11. IV- AnatomiaIV- Anatomia Vias de Dor – Via Espinotalâmica A sensibilidade Exteroceptiva Somática, é responsável pela sensibilidade cutânea a estímulos dolorosos, térmicos e por parte da sensibilidade táctil. 1- Troncos e Membros – os impulsos trafegam pelos prolongamentos do neurônio do gânglio espinal, e atingem o corno posterior da medula espinal (1ª sinapse), principalmente através do trato de Lissauer. Os axônios destes neurônios, cruzam para o lado oposto, e ascendem pela porção antero-lateral da medula, como trato espinotalâmico lateral. Estes fazem sinapse no tálamo (2ª sinapse), destinando os impulsos para as áreas sensitivas da córtex cerebral.
  • 12. 2- Face, mucosa nasal-oral-conjuntiva – os impulsos trafegam pelo nervo trigêmeo, e após ingressar na ponte , adquirem trajeto descendente até o núcleo do trato espinal do trigêmeo. Após a sinapse nesse núcleo, as fibras cruzam para o lado oposto, e caminham juntas com as do trato espinotalâmico lateral. Muitas fibras do trato espinotalâmico lateral separam-se dele no tronco cerebral, emitindo fibras para a conexão reticular do tronco cerebral (trato espino reticular talâmico), e outras, que se projetam de modo difuso para a córtex cerebral, e não apenas para áreas sensoriais. Essas fibras tem velocidade de condução ainda mais lentas, e estão relacionadas as respostas autonômicas e endócrinas,e pelos componentes afetivos e motivacionais da experiência dolorosa.
  • 13. Integração da Informação Dolorosa – a integração ocorre em centros nervosos superiores de forma bastante complexa. O componente discriminativo é somatotopicamente específico, e envolve tanto o córtex sensorial primário (SI), quanto o secundário (SII). O componente afetivo da dor é integrado em diversas estruturas. Devido a estes fatos não é difícil entender como fatores psicológicos e/ou culturais, podem influenciar na severidade da resposta comportamental à dor.
  • 14.
  • 15.
  • 17.
  • 18.
  • 19. VI- Modulação da Via NociceptivaVI- Modulação da Via Nociceptiva Hiperalgesia e Alodinia – Hiperalgesia- trata-se de uma maior intensidade da dor, associado a um estímulo nocivo e leve. Alodinia – trata-se da dor evocada por um estímulo não-nocivo. Essas alterações, envolvem tanto sensibilização das terminações nervosas periféricas, quanto facilitação central da transmissão do corno dorsal e do tálamo. O componente periférico é devido à ação de certos mediadores (BK, PG, etc). O componente central reflete a facilidade da transmissão sináptica. Essa facilitação que depende da atividade, possui muitas características em comum com o fenômeno de potencialização a longo prazo (LTP), no hipocampo.
  • 20. Substância Gelatinosa e Teoria do Controle do Portão – As células da lâmina II de Rexed, do corno dorsal (substância gelatinosa), são principalmente interneurônios inibitórios curtos que se projetam para a lâmina I e V, e regulam a transmissão no nível da primeira sinapse nociceptiva, entre as fibras aferentes primárias e os neurônios de transmissão do trato espinotalâmico. Teoria do Controle do Portão ou Comporta ‘A inibição pré-sináptica na medula espinal decorria da colisão entre potencial dos aferentes primários e os antidrômicos originados na substância gelatinosa’. Os interneurônios, ativados pelos aferentes de grosso calibre, gerariam potenciais negativos, reduzindo a amplitude dos potenciais que alcançam o CPME.
  • 21.
  • 22. Controles Inibitórios Descendentes – As vias descendentes constituem um dos mecanismos de abertura do portão, que controlam a transmissão dos impulsos no corno dorsal. Uma parte essencial desse sistema é a Área Cinzenta Periaquedutal (PAG) do mesencéfalo, uma pequena área de substância cinzenta que circunda o canal central. A PAG recebe impulsos provenientes de muitas regiões cerebrais (incluindo hipotálamo, córtex e tálamo), admitindo-se que representa o mecanismo pelo qual os influxos corticais e de outra natureza agem para controlar o portão.
  • 23. NRPG- nucleo reticular paragigantocelular; PAG – substância cinzenta periaquedutal; NRM – núcleo da rafe magna; DLF – funículo dorsolateral; LC- locus ceruleus.
  • 24. VII- ConclusãoVII- Conclusão Os conhecimentos atuais sobre a fisiopatologia da dor, permitem melhor compreensão de seus aspectos bio-psíquicos, favorecendo a evolução de novas formas de tratamento, para as diversas síndromes e condições dolorosas existentes.
  • 25. VIII- Bibliografia BásicaVIII- Bibliografia Básica DOR – Epidemiologia, fisiopatologia, avaliação, síndromes dolorosas e tratamento DOR – Diagnóstico e Tratamento.  A NEUROLOGIA QUE TODO MÉDICO DEVE SABER Fisiopatologia da Dor – Educação Médica Continuada – SBA Farmacologia – Rang Dale As Bases Diagnósticas da Terapêutica – Goodman e Gilman.