2. ARGUMENTAÇÃO
PARA HAVER UM ATO COMUNICATIVO, É PRECISO QUE
SEIS FATORES INTERVENHAM: O EMISSOR, O RECEPTOR,
A MENSAGEM, O CÓDIGO, O CANAL E O REFERENTE.
COMUNICAÇÃO RECEBIDA # COMUNICAÇÃO ASSUMIDA
COMUNICAR É, ALÉM DE FAZER SABER, TAMBÉM FAZER
CRER E FAZER FAZER.
A ACEITAÇÃO DEPENDE DE UMA SÉRIE DE FATORES:
EMOÇÕES, SENTIMENTOS, VALORES, IDEOLOGIA, VISÃO
DE MUNDO, CONVICÇÕES POLÍTICAS, ETC
A PERSUAÇÃO É ENTÃO O ATO DE LEVAR O OUTRO A
ACEITAR O QUE ESTÁ SENDO DITO, POIS SÓ QUANDO ELE
O FIZER, A COMUNICAÇÃO SERÁ EFICAZ.
3. ARGUMENTAÇÃO
VEM DO LATIM ARGUMENTUM, CUJO SENTIDO PODE
SER ASSOCIADO A BRILHAR, ILUMINAR.
ARGUMENTAR, PORTANTO, REFERE-SE A TODO
PROCEDIMENTO LINGUÍSTICO QUE VISA A
PERSUADIR, A FAZER O RECEPTOR ACEITAR O QUE
LHE FOI COMUNICADO, A LEVÁ-LO A CRER NO QUE
FOI DITO E A FAZER O QUE FOI PROPOSTO.
4. • A argumentação é um recurso que tem como propósito
convencer alguém, para que esse tenha a opinião ou o
comportamento alterado. Sempre que argumentamos,
temos o intuito de convencer alguém a pensar como
nós.
• No momento da construção textual, os argumentos são
essenciais, esses serão as provas que apresentaremos,
com o propósito de defender nossa ideia e convencer o
leitor de que essa é a correta.
• Há diferentes tipos de argumentos e a escolha certa
consolida o texto.
5. 1. Argumentação por citação:
• Sempre que queremos defender uma ideia, procuramos
pessoas ‘consagradas’, que pensam como nós acerca do
tema em evidência. Apresentamos no corpo de nosso
texto a menção de uma informação extraída de outra
fonte.
A citação pode ser apresentada assim:
Assim parece ser porque, para Piaget, “toda moral
consiste num sistema de regras e a essência de toda
moralidade deve ser procurada no respeito que o indivíduo
adquire por essas regras” (Piaget, 1994, p.11). A essência
da moral é o respeito às regras. A capacidade intelectual
de compreender que a regra expressa uma racionalidade
em si mesma equilibrada.
6. • O uso de citações mostra que o falante conhece bem o
assunto, pois já leu sobre o que está sendo discutido.
• Mas cuidado com citações descosturadas, sem relação
com o que está sendo exposto.
7. 2. Argumento baseado no consenso:
• É o argumento que traz uma afirmação que representa
consenso geral, incontestável. São mais utilizados
quando se quer defender um ponto de vista, uma opinião,
um argumento que é massificado; ninguém irá apelar
contra, pois é conhecido universalmente.
8. 3. Argumentação baseada em provas
concretas:
• A sustentação da argumentação se dará a partir das
informações apresentadas (dados, estatísticas, percentuais)
que a acompanham. Esse recurso é explorado quando o
objetivo é contestar um ponto de vista equivocado. Veja:
O ministro da Educação, Cristovam Buarque, lança hoje o Mapa
da Exclusão Educacional. O estudo do Inep, feito a partir de
dados do IBGE e do Censo Educacional do Ministério da
Educação, mostra o número de crianças de sete a catorze anos
que estão fora das escolas em cada estado. Segundo o mapa,
no Brasil, 1,4 milhão de crianças, ou 5,5 % da população nessa
faixa etária (sete a catorze anos), para a qual o ensino é
obrigatório, não frequentam as salas de aula. O pior índice é do
Amazonas: 16,8% das crianças do estado, ou 92,8 mil, estão
fora da escola. O melhor, o Distrito Federal, com apenas 2,3%
(7 200) de crianças excluídas, seguido por Rio Grande do Sul,
com 2,7% (39 mil) e São Paulo, com 3,2% (168,7 mil).
9. Argumento de Exemplificação ou
Ilustração:
A exemplificação consiste no relato de um pequeno fato
(real ou fictício). Esse recurso argumentativo é
amplamente usado quando a tese defendida é muito
teórica e carece de esclarecimentos com mais dados
concretos. Veja o texto abaixo:
A condescendência com que os brasileiros têm
convivido com a corrupção não é propriamente algo que
fale bem de nosso caráter. Conviver e condescender com
a corrupção não é, contudo, praticá-la, como queria um
líder empresarial que assegurava sermos todos corruptos.
Somos mesmo?
Um rápido olhar sobre nossas práticas cotidianas
registra a amplitude e a profundidade da corrupção, em
várias intensidades.
10. Há a pequena corrupção, cotidiana e muito difundida. É,
por exemplo, a da secretária da repartição pública que engorda
seu salário datilografando trabalhos “para fora”, utilizando
máquina, papel e tempo que deveriam servir à instituição. Os
chefes justificam esses pequenos desvios com a alegação de
que os salários públicos são baixos. Assim, estabelece-se um
pacto: o chefe não luta por melhores salários de seus
funcionários, enquanto estes, por sua vez, não “funcionam”. O
outro exemplo é o do policial que entra na padaria do bairro em
que faz ronda e toma de graça um café com coxinha. Em troca,
garante proteção extra ao estabelecimento comercial, o que
inclui, eventualmente, a liquidação física de algum ladrão pé-de-
chinelo. (Jaime Pinksky/Luzia Nagib Eluf.. Brasileiro(a) é Assim
Mesmo, Ed.Contexto)
11. 4. Argumentação por raciocínio lógico:
• A criação de relações de causa e efeito é um recurso
utilizado para demonstrar que uma conclusão (afirmada
no texto) é necessária, e não fruto de uma interpretação
pessoal que pode ser contestada. Veja:
“O fumo é o mais grave problema de saúde pública no
Brasil. Assim como não admitimos que os comerciantes de
maconha, crack ou heroína façam propaganda para os
nossos filhos na TV, todas as formas de publicidade do
cigarro deveriam ser proibidas terminantemente. Para os
desobedientes, cadeia.”
VARELLA, Drauzio. In: Folha de S. Paulo, 20 de maio de 2000.
12. • Para a construção de um bom texto argumentativo faz-se
necessário o conhecimento sobre a questão proposta,
fundamentação para que seja realizado com sucesso.
13. 5. Argumento da competência linguística:
Em algumas situações da Comunicação, deve-se usar a
variante culta da língua. Alguns exemplos deste tipo de
situação são: discurso político, religioso, pedagógico etc.
utilizar um vocabulário adequado à situação de
interlocução dá credibilidade às informações veiculadas.
Se um professor não é capaz de usar a norma culta,
achamos que ele não conhece sua disciplina. Veja o
exemplo abaixo:
“Não sou biólogo e tenho que puxar pela memória dos
tempos de colegial para recordar a diferença entre uma
mitocôndria e uma espermatogônia. Ainda lembro bastante
para qualificar a canetada de FHC de ‘defecatio maxima’
(este espaço é nobre demais para que nele se escrevam
palavras de baixo calão, como em latim tudo é elevado…).”
14. Estratégias argumentativas:
•Seis fatores intervêm no processo de
comunicação: emissor, receptor,
mensagem, código, canal e referente.
•Temos diferentes estratégias
persuasivas, que se assentam sobre
um ou mais de um desses fatores, a
seguir:
15. Estratégia baseada no emissor:
• Uma estratégia persuasiva baseada no emissor é aquela
que o credencia para um dado tipo de comunicação.
Exemplo claro é o do texto que inicia o capítulo, em que o
emissor se qualifica junto aos receptores dizendo que era
bandido.
• No discurso eleitoral os emissores apresentam-se como
dotados de experiência administrativa ou parlamentar.
Nessa estratégia discursiva, citam-se realizações, cria-se
uma imagem favorável.
16. Estratégia baseada no receptor:
• Uma estratégia baseada no receptor é aquela que cria
imagens favoráveis daquela que se deseja persuadir. O
discurso publicitário faz largo uso dessa estratégia.
17. Estratégia baseada no referente:
• A estratégia baseada no referente é aquela que cita
provas concretas, dados da situação, estatísticas,
experimentos, dados da realidade, conhecimento do
mundo. É a estratégia básica dos editoriais de jornais. No
entanto, alguns discursos publicitários se valem dela.
• “25 de dezembro com preço de 25 de março.”
18. Estratégia baseada na mensagem:
• A estratégia baseada na mensagem é aquela que procura
convencer com base na construção rigorosamente
concatenada do texto ou na articulação textual bem feita.
Um enunciado bem construído fala por si:
“Motoqueiro: o capacete é sua segurança. Ponha isso na
cabeça.”
19. Estratégia baseada no código:
• A estratégia baseada no código é aquela que busca
explorar as oposições linguísticas, os significados das
palavras, as virtualidades da língua.
20. Estratégia baseada no canal:
• A estratégia baseada no canal é aquela que valoriza o
veículo transmissor. É frequente no discurso do senso
comum dar prova da veracidade de um fato com o
seguinte argumento: “Deu na televisão..., no jornal...”
• Observe a estratégia argumentativa no texto abaixo:
• “Mas Tom Jobim era também uma unanimidade universal,
digno da reverência de músicos norte-americanos
ingleses, franceses, italianos, de jornais como o N.Y.
Times, o Corriere della Sera, da Itália, ou de especialistas
em jazz na Europa e EUA.”
21. • Certas estratégias argumentativas baseiam-se em mais
de um fator: um deles, no entanto , é dominante.