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Ano Letivo 2016/2017
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Índice
Introdução ...................................................................................................................................................3
Conceitos introdutórios................................................................................................................................ 4
O que é a atmosfera? ...................................................................................................................................8
Composição da atmosfera............................................................................................................................ 9
Poluentes atmosféricos.............................................................................................................................. 12
Efeito de estufa: Fenómeno natural responsável direto pelo
aquecimento global....................................................................................................................................18
Orçamento energético da Terra .................................................................................................................19
O que é o aquecimento global?..................................................................................................................23
Principais causas do aquecimento global....................................................................................................23
Quais os factores que mais influenciam o aquecimento
natural: os naturais ou os humanos?..........................................................................................................25
Respostas naturais ao Aquecimento Global................................................................................................ 25
Consequências do Aquecimento Global......................................................................................................27
Chuvas ácidas.............................................................................................................................................31
Como diminuir os efeitos das chuvas ácidas? ............................................................................................. 32
Quais os efeitos da chuva ácida? ...............................................................................................................34
Nevoeiro fotoquímico ................................................................................................................................ 35
 Notícia 1..............................................................................................................................................40
 Notícia 2..............................................................................................................................................42
Conclusão...................................................................................................................................................43
Webgrafia ..................................................................................................................................................45
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Introdução
“O ar que respiramos”
Se não houvesse oxigénio presente no ar não haveria vida humana. De forma involuntária e in-
consciente todos os dias, a todo o segundo, respiramo-lo. O que não nos damos conta é que o ar que
nos rodeia e sem o qual não sobrevivemos, encontra-se cada vez mais poluído. A atmosfera que pro-
tege o nosso planeta está sobre ameaça e este, cada vez mais, está a perder a cor azul que o caracte-
riza.
A atmosfera é um sistema crucial para a existência de vida terrestre uma vez que, não só evita
que o planeta atinja temperaturas extremas como impede a passagem de determinadas radiações
perigosas para as camadas mais baixas da atmosfera e ainda serve de escudo ao proteger a Terra de
objetos extraterrestres como meteoritos. Sem atmosfera, certamente não haveria vida.
Atualmente, podemos considerar normal depararmo-nos no nosso dia-a-dia com o céu cinzento,
as paisagens urbanas caraterizadas pelo fumo espesso que sai das chaminés e pelas nuvens de gases
tóxicos expelidos pelos veículos. Nas notícias, nas grandes cidades populacionais, as pessoas andam
de máscaras e os governos marcam cimeiras para discutir medidas com a finalidade de melhorar a
qualidade do ar. Mas será isto possível? Será possível melhorar a qualidade do ar, impedir a pro-
gressão do aquecimento global, diminuir a taxa de ocorrência de chuvas ácidas, evitar a libertação
de gases de efeito de estufa ou regenerar a camada de ozono? Perante todos os estragos que o Ho-
mem acumulou ao longo do tempo, será que esta geração ainda vai a tempo? Ou será que chegamos
ao ponto em que é irreversível? - É neste cenário que entra o conceito de poluição atmosférica.
Com a evolução tecnológica de que a humanidade foi testemunha, vivemos num presente muito
mais avançado e com muitos mais recursos científicos do que se vivia há alguns séculos atrás. Mas
com os benefícios que a revolução industrial e todo o progresso tecnológico trouxe ao Homem, os
consequentes malefícios também se refletiram na natureza, nomeadamente a poluição, que ameaça
a qualidade do ar que respiramos e a nossa capacidade de sobreviver neste planeta. Todos os tipos
de poluição merecem atenção das autoridades respetivas, do governo e de cada um de nós. No en-
tanto, neste trabalho, vamos pôr o foco no ar que respiramos, chamando a atenção para a poluição
do ar.
De uma forma generalizada, a poluição atmosférica é a presença de substâncias gasosas ou parti-
culadas na atmosfera que não ocorrem naturalmente e que alteram ou degradam a qualidade do ar
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e apresentam malefícios à vida na Terra. Na sua maioria são componentes indesejáveis produzidos
pelo Homem através da queima de combustíveis fósseis ou da atividade industrial, sendo então a
poluição do ar antropogénica ou podem ser de origem natural quando os gases tóxicos libertados
derivam de incêndios, fogos onde arde material biológico como vegetação.
Em suma, a poluição do ar designa tudo aquilo que afeta, em qualquer medida, a saúde do Ho-
mem, dos animais e das plantas, que causa a detioração das estruturas, interfere com as trocas co-
merciais ou, o mais importante, interfere com a qualidade de vida.
Conceitos introdutórios
Tudo o que pode ser obtido a partir do meio ambiente em benefício das necessidades do ser hu-
mano é compreendido como um recurso.
Ao nível da química, os elementos essenciais que constituem a vida estão associados em biomolé-
culas. Estes elementos circulam continuamente entre os organismos vivos e o ambiente, sendo estes
processos denominados ciclos biogeoquímicos. Os ciclos ocorrem devido à intervenção da energia
contida na luz solar e na gravidade.
De um modo geral, para os seres vivos, apenas 20% dos elementos químicos conhecidos são es-
senciais para a realização das suas funções. Os restantes 80% podem-se revelar tóxicos.
Assim, relativamente à quantidade de elementos químicos adquiridos por um organismo, é rele-
vante esclarecer alguns conceitos, como:
Toxicidade
A toxicidade indica o quão nociva é uma substância quando penetra no organismo, por ingestão,
inalação, ou absorção cutânea. Os efeitos causados por uma substância estão dependentes de vários
fatores tais como:
Dose;
Frequência de exposição à substância;
Características da pessoa exposta;
Características da substância em causa.
A toxicidade de uma substância pode ser determinada de várias formas, nomeadamente através
de estudos epidemiológicos ou de testes laboratoriais.
Um estudo epidemiológico consiste na comparação da saúde de um grupo de indivíduos expostos
a agentes tóxicos com a saúde de um grupo de pessoas não expostas a qualquer tipo de agente tóxi-
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co. Ao passo que os testes laboratoriais permitem traçar uma curva dose-resposta com a finalidade
de evidenciar os efeitos de várias dosagens de um determinado agente tóxico numa população de
animais. Essa curva permite determinar a dose letal média ou LD50.
Dose letal média ou LD50
A dose letal média ou LD50 é a quantidade de substância capaz de eliminar 50% dos animais de
uma população-teste num período de 14 dias.
Nível de toxicidade e LD50 para os seres Humanos
Níveis de toxicidade LD50 (mg/Kg) Dose letal média para um
adulto de 70 kg de peso
corporal
Super tóxico Menos de 0,01 Menos de uma gota
Extremamente tóxico Menos de 5 Menos de 7 gotas
Muito tóxico 5-50 De 7 gotas a uma colher de
chá
Tóxico 50-500 De uma colher de chá a
seis colheres de sopa
Moderadamente tóxico 500-5000 De seis colheres de sopa a
meio litro
Ligeiramente tóxico 5000-15000 De meio litro a um litro
Não tóxico Mais de 15000 Mais de um litro
Os agentes tóxicos podem causar dois tipos de efeitos:
 Efeito agudo: quando o efeito do agente é extremamente rápido ou até mesmo imediato, pode
ir de uma simples tontura até à morte.
 Efeito crónico: o efeito da exposição a estes agentes provoca consequências duradouras ou
permanentes, como por exemplo, insuficiência hepática ou renal.
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Bioacumulação e Bioampliação
A bioacumulação “é um processo que consiste no armazenamento de certas substâncias tóxicas
em determinados órgãos ou tecidos, em níveis de concentração superiores ao normal.” (in Biologia
12, Parte 2)
A bioampliação “é o fenómeno que ocorre quando os níveis de de-
terminadas substâncias tóxicas aumente ao longo da cadeia alimentar.
Verifica-se em substâncias lipossolúveis ou em isótopos radioativos e
podem ser transmitidas à descendência durante a gestação e o aleita-
mento.” (in Biologia 12, Parte 2)
Antagonismo e Sinergismo
O antagonismo e o sinergismo são interações químicas que influenciam os tipos de danos causa-
dos por uma substância tóxica.
O antagonismo é uma interação entre substâncias químicas cujos efeitos são opostos. O efeito da
substância química reduz o efeito da substância com a qual interage.
O sinergismo ocorre quando duas ou mais substâncias interagem de tal forma que o efeito com-
binado é maior do que a soma dos efeitos separados, aumentando os seus efeitos.
Contaminação e poluição
A contaminação é o resultado da descarga de determinados elementos num ecossistema em con-
centração superior à normal para esse local. Quando esta contaminação apresenta capacidade tóxica
potencial, passa a designar-se poluição.
A poluição consiste numa alteração das características físicas, químicas ou biológicas do ar, do
solo, da água ou até mesmo dos alimentos, ameaçando assim a sobrevivência, a saúde e as condi-
ções de vida dos seres humanos e de outras espécies. Esta pode ter duas origens: natural ou antro-
pogénica. A poluição por causas naturais é provocada, por exemplo, pelas erupções vulcânicas ou
pela radiação natural de certos elementos. Pelo contrário, aquela que é causada por fatores antropo-
génicos deve-se principalmente a indústrias, a transportes ou ainda a agricultura intensa.
Figura 1 Bioampliação
representativa ao longo
de uma cadeia alimentar
https://pt.slideshare.net/nunocorreia
/explorao-das-poten
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Os efeitos da poluição podem ser locais ou globais, graduais ou imediatos e neles se incluem di-
versos riscos para a saúde e degradação ambiental em geral.
Tipos de poluição:
Poluição visual;
Poluição sonora;
Poluição atmosférica;
Poluição da água;
Poluição do solo;
Poluição Nuclear.
Principais causas e consequências
Causas da poluição Consequências da poluição
 Aumento da população e dos aglome-
rados humanos.
 Utilização de resíduos fósseis poluen-
tes
 Estilo de vida, sociedade de consumo
e bem-estar.
 Crescimento económico alheio à pro-
dução do ambiente.
 Resíduos industriais, urbanos, hospi-
talares, tóxicos e radiativos.
 Comportamentos sociais e individuais
inadequados para a defesa do meio
ambiente.
 Meios de transportes poluentes.
 Utilização de produtos químicos.
 Sobre-exploração de matérias-primas,
na terra e no mar.
 Conflitos militares e nucleares.
 Alterações climáticas.
 Perda de biodiversidade.
 Desflorestação.
 Desertificação.
 Aumento do efeito de estufa- aque-
cimento global.
 Aumento do nível médio da água do
mar.
 Aumento de catástrofes naturais.
 Diminuição da qualidade do ar e da
água.
Figura 2 Tipos de poluição
http://brasilescola.uol.com.br/geografia/tipos-
poluicao.htm
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O que é a atmosfera?
A atmosfera terrestre é uma fina camada de gases que se estende até cerca de 1000 km acima do
nível médio das águas do mar, mas, aproximadamente 99% da massa que a constitui, localiza-se a
menos de 40km de altitude.
Verticalmente, divide-se em quatro camadas distintas (troposfera, estratosfera, mesosfera, ter-
mosfera), definidas com base na temperatura e na direção do gradiente de temperatura.
Origemeevoluçãodaatmosfera
O momento exato em que a atmosfera começou a desenvolver-se é difícil de determinar. Admite-
se, contudo, que não era igual à que conhecemos atualmente.
A atmosfera primitiva era densa, quente, redutora e ácida, composta essencialmente por dióxido
de carbono (CO2), monóxido de carbono (CO), água (H2O), hélio (He), metano (CH4), amónia (NH4),
sulfureto de hidrogénio (H2S), hidrogénio (H2) e azoto (N2). Os constituintes mais abundantes seriam
o CO2 e o CH4, gases com elevado potencial de efeito de estufa, a que a se acresce o vapor de água,
terão mantido a superfície terrestre a uma elevada temperatura na ordem dos 90ºC. Esta composi-
ção deve-se aos fenómenos que lhe terão dado origem, nomeadamente, os gases provenientes da
nébula solar ( H e He), do vulcanismo (principalmente H2O, CO2, SO2, S, H, CO, HCl, N) e dos materiais
resultantes do impacto de cometas e outros corpos celestes. No entanto, o hidrogénio e o hélio aca-
baram por escapar para o espaço, devido à gravidade insuficiente por parte da Terra em manter ga-
ses de baixo peso molecular. A ausência de campo magnético, dado que o núcleo ainda não se tinha
diferenciado totalmente, permitiu que os ventos solares tivessem removido outros elementos. A par-
tir do momento em que o campo magnético estabilizou, os gases provenientes do interior da Terra,
através de processos de desgaseificação associados ao vulcanismo, começaram a acumular-se, dan-
do início à formação da atmosfera terrestre. Relativamente à enorme quantidade de CO2 e CH4, à
medida que se estabelece o ciclo hidrológico e se forma a crosta continental essa situação vai-se alte-
rando, dando lugar à meteorização das rochas e consumo progressivo de CO2 atmosférico.
Com o aparecimento das primeiras bactérias e desenvolvimento do metabolismo aeróbico, o
oxigénio foi sendo progressivamente formado por processos biológicos e não somente através da
fotólise. Inicialmente, o oxigénio produzido era consumido na oxidação de elementos e compostos
reduzidos não havendo lugar para a sua acumulação de forma significativa na atmosfera. A situação
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muda posteriormente, pois a atmosfera começa a adquirir gradualmente as características que co-
nhecemos atualmente.
Algumas mudanças sofridas pela atmosfera ao longo da história
No Proterozóico superior dá-se um evento climático catastrófico, que leva ao desenvolvimento
de uma glaciação, conhecida como a hipótese da “Snowball Earth”. Nesta altura, devido à
acumulação excessiva de CO2 na atmosfera, a vida na Terra sofre um perigo sem igual e o pla-
neta mergulha num gélido manto branco cujos modelos físicos preveem não ser possível de re-
cuperar, mas que a recente acumulação de CO2, vai demonstrar precisamente o contrário.
No Câmbrico, devido à acumulação do oxigénio na atmosfera, os níveis dos gases atmosféricos
mantêm-se relativamente constantes. No entanto, em diversas ocasiões assiste-se a variações
dos níveis atmosféricos em O2 e CO2. Um desses eventos decorre durante o desenvolvimento
das grandes plantas terrestres tendo-se estabelecido um desequilíbrio no balanço entre a pro-
dução e consumo do oxigénio, permitindo que este tenha atingido níveis bem mais elevados
que os atuais.
Durante todo o Fanerozóico, as concentrações de CO2 encontravam-se mais elevadas que as
atuais, tendo igualmente ocorrido grandes transferências deste gás para a atmosfera durante
eventos de superplumas e formação das grandes províncias ígneas.
Composição da atmosfera
Os gases constituintes da atmosfera terrestre têm um papel fundamental no sistema climático,
em particular na manutenção da temperatura amena do planeta através do efeito de estufa, assim
como na absorção parcial da radiação solar, em particular da radiação ultravioleta através da camada
de ozono.
Atualmente, a atmosfera da Terra é maioritariamente constituída por azoto (78,08% em volume) e
oxigénio (20,95%) ficando os restantes 2% para os chamados componentes vestigiais ou minoritá-
rios que, para além do vapor de água, cuja quantidade varia consoante o ar esteja seco ou húmido,
incluem árgon (0,93%), dióxido de carbono (0,037%), néon (0,0018%), hélio (0,0005%), metano
(0,00017%), crípton (0,0011%), hidrogénio (0,00005%) e xénon (0,000009%). Embora em quantida-
des ainda menores, inclui, também, gases como o óxido de azoto (NO; NO2), o monóxido de carbono,
o amoníaco, o dióxido de enxofre, o ozono e os clorofluorcarbonetos (CFC’s).
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Atmosfera primitiva vs. Atmosfera atual
Estrutura em camadas
Tal como referido anteriormente, a atmosfera terreste está estruturada em quatro camadas dis-
tintas:
Troposfera
É a camada que se encontra em contacto com a superfície da Terra. Atinge uma altitude aproxi-
mada de 15 a 18 Km no equador e de 6 a 8 Km nos po-
los, sendo a sua espessura variável com as estações do
ano. Corresponde ao invólucro onde ocorrem
os fenómenos meteorológicos mais importantes e que
afetam diretamente a vida sobre a superfície. A tempe-
ratura na troposfera cai rapidamente com a altitude,
numa razão média de 6,5ºC por quilómetro. A troposfe-
ra é aquecida principalmente pela absorção de radiação
de ondas longas emitidas pela superfície terrestre, a
qual, por sua vez, se aquece pela absorção da radiação
solar. Por esta razão, a superfície do solo é considerada
como fonte de calor para a troposfera. Há ocasiões, em
geral durante a noite, nas quais se observa o fenómeno
denominado Inversão Térmica, em que, ao invés de di-
minuir, a temperatura do ar aumenta com a altura aci-
Figura 3 Comparação entre a composição da atmosfera primitiva e da atmosfera atual.
http://www.notapositiva.com/old/trab_estudantes/trab_e
studan-
tes/fisico_quimica/fisico_quimica_trabalhos/atmosferaterr
estre.htm
Figura 4 Estrutura da Atmosfera (Vianello e Alves, 1991)
http://pelicano.ipen.br/PosG30/TextoCompleto/Sandro%20Toshio%
20Uehara_M.pdf
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ma do solo. Uma outra característica importante da troposfera é o facto de que aproximadamente
75 % da massa total da atmosfera e, praticamente, todo o vapor de água se encontram nos seus li-
mites.
Tropopausa
É a região de transição entre a troposfera e a estratosfera. A sua principal característica é a iso-
termia. Nas latitudes médias, a temperatura da tropopausa varia de -50 a -55ºC e a sua espessura é
da ordem de 3 Km.
Estratosfera
Nesta camada, cujo limite superior se encontra aproximadamente a 50 Km de altitude, a tempe-
ratura cresce, atingindo, no topo, valores máximos próximos de 0ºC. Esse comportamento é atribuí-
do à absorção da radiação ultravioleta pelo ozono, presente nesta região. Quanto aos movimentos
atmosféricos, é importante realçar que esta camada apresenta uma variação da temperatura estável
(“frio” por baixo, “quente” por cima).
Estratopausa
Esta é a região de transição entre a estratosfera e a mesosfera. Caracteriza-se, em relação à
temperatura, pela isotermia (temperatura em torno de 0ºC) e em relação à composição química, por
uma queda acentuada na concentração de oxigénio molecular. A sua espessura média é de 3 a 5 Km.
Mesosfera
Como a troposfera, esta camada é aquecida por baixo (pela camada de ozono). Portanto, a tem-
peratura também decrescerá, neste caso, a uma taxa de 3,5ºC por quilómetro, atingindo, no topo da
camada, a 80 Km de altitude, o valor mais baixo de toda a atmosfera, em média 90ºC negativos. Em-
bora a proporção entre nitrogénio e oxigénio seja considerada constante nesta camada, a presença
de moléculas torna-se cada vez mais rara, a partir da base, sendo os elementos encontrados mais na
forma monoatómica. O vapor de água e o CO2 praticamente já não existem a partir dos 60 Km apro-
ximadamente. Nesta região, onde são observadas as auroras, predomina a ocorrência de iões e partí-
culas livres.
Mesopausa
É a região de transição entre a mesosfera e a termosfera. Como as outras regiões de transição,
apresenta isotermia. Possui uma espessura média de 10 km, com limites entre 80 e 90 km.
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Termosfera
A partir dos 90 km de altitude, a termosfera estende-se por centenas de quilómetros em direção
ao espaço, sendo o seu limite superior considerado como o “topo da atmosfera”, a 1000 km de alti-
tude.
Embora a noção de temperatura se torne imprecisa, em razão da rarefação de moléculas, pode-
se dizer que varia de 500 K a 2000 K, dependendo da atividade solar e do horário. Nos primeiros 50
km da termosfera encontra-se uma camada com propriedades peculiares, a ionosfera. Pela ação fo-
toquímica da radiação solar de baixos comprimentos de onda, a ionosfera apresenta considerável
quantidade de átomos e moléculas ionizados, bem como os correspondentes eletrões livres, o que
lhe confere a propriedade de refletir eficientemente as ondas de rádio.
Poluentes atmosféricos
Os poluentes atmosféricos são gases e partículas sólidas (poeiras, pós e fumos), resultantes das
atividades humanas e de fenómenos naturais, dispersos no ar atmosférico. Desta forma, incluem-se
nesta categoria, os gases e partículas expelidos por veículos, indústrias e também aqueles oriundos
da degradação da matéria orgânica, vulcanis-
mos e outros fenómenos naturais.
Estes poluentes podem ser classificados em
poluentes primários ou poluentes secundá-
rios. Os poluentes primários são as substâncias
emitidas para a troposfera numa forma poten-
cialmente prejudicial. Uma vez na troposfera,
alguns destes poluentes primários podem rea-
gir entre si, ou com componentes básicos do
ar, para formar novos poluentes, denominados
poluentes secundários.
Efeitos dos poluentes
Os efeitos da exposição aos poluentes atmosféricos dependem essencialmente das suas concen-
trações na atmosfera e do tempo de exposição podendo, por exemplo, exposições prolongadas a
concentrações baixas de poluentes serem mais nocivas do que exposições de curta duração a con-
centrações elevadas. Os efeitos dependem também de fatores de sensibilidade dos indivíduos, que
Figura 5 Tipos de poluentes http://grupo72j.blogspot.pt/2015/10/poluentes-atmosfericos.html
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determinam a sua maior ou menor severidade, tais como, idade, estado de saúde ou mesmo predis-
posições genéticas, o que torna difícil a avaliação dos efeitos dos poluentes atmosféricos na saúde de
cada um. Os poluentes atmosféricos podem ser particularmente nocivos para crianças, idosos, grá-
vidas e indivíduos que sofrem de problemas respiratórios e cardíacos, sobretudo em situação de
episódios de poluição.
Efeitos das condições meteorológicas
A qualidade do ar depende das emissões dos poluentes mas está também sujeita à variabilidade
dos fenómenos atmosféricos, os quais desempenham um papel preponderante nos processos de
transporte, transformação e dispersão dos poluentes na atmosfera. Estes processos são influencia-
dos pela topografia local e por fatores meteorológicos como o vento, a pressão atmosférica, a tem-
peratura, a precipitação e a radiação solar. O vento é um fator meteorológico com efeitos diretos e
determinantes nas condições de dispersão dos poluentes. A velocidade do vento determina a produ-
ção de turbulência mecânica, que é responsável pela dispersão local. A ausência de vento favorece a
concentração de poluentes, e situações de vento moderado favorecem a sua dispersão, no entanto, o
vento forte pode provocar poluição localizada na direção dos ventos dominantes. A temperatura
intervém na química dos poluentes e desempenha também um papel importante na sua dispersão
vertical na atmosfera. No verão, temperaturas elevadas favorecem a formação do ozono e no inver-
no as diferenças de temperatura entre o dia e a noite podem provocar inversões térmicas e picos de
poluição. A precipitação está geralmente associada a uma atmosfera instável, favorecendo uma boa
dispersão dos poluentes atmosféricos. As gotas de chuva solubilizam os poluentes gasosos e as par-
tículas, provocando a sua deposição sobre o solo e outras superfícies, diminuindo assim as concen-
trações no ar.
Uma radiação solar forte, associada a temperaturas elevadas, contribui para a formação de polu-
entes fotoquímicos como o ozono.
Tipos de poluentes atmosféricos:
Existem diferentes tipos de poluentes atmosféricos, no entanto, vamos apenas mencionar aqueles
que acarretam uma maior importância, nomeadamente:
Monóxido de carbono (CO)
Dióxido de azoto (NO2)
Dióxido de enxofre (SO2)
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Partículas suspensas (PM10 e PM2.5)
Ozono (O3)
Chumbo (Pb)
Aldeídos (RCHO)
Hidrocarbonetos (HC)
Poluentes Climáticos de Vida Curta (PCVC)
Compostos orgânicos voláteis (COV)
Monóxido de carbono (CO)
O monóxido de carbono (CO) é um gás incolor, inodoro e venenoso. É emitido nos processos de
combustão que ocorrem em condições não ideais, em que não há oxigénio suficiente para realizar a
queima completa do combustível. A maior parte das emissões em áreas urbanas são decorrentes dos
veículos. O efeito destas emissões é variado. No ser humano, a sua reação com a hemoglobina dos
eritrócitos reduz a capacidade de transporte de oxigénio do sangue, o que acarreta uma série de con-
sequências nomeadamente: o abrandamento dos reflexos, cefaleias, tonturas e náuseas e pode ainda
despoletar ataques cardíacos; prejudicar o desenvolvimento dos fetos e dos bebés e agravar a bron-
quite crónica, o enfisema pulmonar e a anemia. Caso as concentrações sejam muito altas pode cau-
sar colapso, coma, morte de células cerebrais e morte.
Dióxido de azoto (NO2)
O dióxido de azoto (NO2) é um gás acastanhado, facilmente detetável pelo odor, muito corrosivo
e um forte oxidante que pode ser convertido em ácido nítrico (HNO3) na atmosfera. O NO2 surge
como produto secundário da queima de combustíveis fósseis. As grandes fontes deste composto são
as centrais termoelétricas, os transportes rodoviários, os navios, e alguns processos de fabrico como,
por exemplo, a indústria química de produção de fertilizantes azotados. Das fontes de origem natural
de NO2, destacam-se as trovoadas e a atividade bacteriana. As principais consequências da liberta-
ção de NO2 em concentrações elevadas são: efeitos que vão desde a irritação dos olhos e garganta
ou até das vias respiratórias, provocando diminuição da capacidade respiratória, dores no peito,
edema pulmonar e danos no sistema nervoso central e nos tecidos. Alguns destes efeitos são retar-
dados, não aparecendo durante ou logo após a exposição.
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Contribuem igualmente para o fenómeno das chuvas ácidas assim como para a eutrofização dos
cursos de água e dos lagos, para a destruição da camada de ozono estratosférico e para o efeito de
estufa.
Dióxido de enxofre (SO2)
O dióxido de enxofre (SO2) é um gás tóxico e incolor, pode ser emitido por fontes naturais ou por
fontes antropogénicas e pode reagir com outros compostos na atmosfera, formando material parti-
culado de diâmetro reduzido, é emitido no momento da queima de combustíveis fósseis tais como o
carvão e o fuelóleo. As principais fontes são as centrais térmicas, as grandes instalações de combus-
tão industriais e as unidades de aquecimento doméstico. Além das fontes antropogénicas, o
SO2 tem origem natural sobretudo em atividades geotérmicas. As emissões provenientes dos veículos
têm vindo a baixar com a diminuição progressiva do enxofre nos combustíveis.
Nos últimos anos as emissões de origem industrial têm vindo também a diminuir em consequência
das medidas técnicas e regulamentares que têm sido tomadas e da diminuição da utilização de fue-
lóleo e de carvão com um elevado teor de enxofre. O SO2 causa irritação dos olhos e problemas de
ordem respiratória, como irritação das vias respiratórias superiores, nariz e garganta. Pode também
causar lesões a nível pulmonar, tosse e broncoconstrição. A presença deste poluente pode ainda po-
tenciar os efeitos de doenças cardiovasculares e respiratórias, como por exemplo a asma. Na presen-
ça de outros poluentes como as partículas, observa-se um efeito de sinergia, agravando-se ainda
mais os sintomas. O SO2 transforma-se em ácido sulfúrico no contacto com a humidade do ar e parti-
cipa no fenómeno de formação das chuvas ácidas. Contribui igualmente para a degradação da pedra
e dos materiais de numerosos monumentos. A deposição de SO2 afeta a vegetação, podendo causar
diminuição das taxas de crescimento e fotossintética devido à degradação da clorofila e aumento da
sensibilidade a outros fatores como o gelo e/ou parasitas. Os líquenes são as espécies mais sensíveis,
sendo por isso bons indicadores da presença deste tipo de poluição.
Partículas suspensas (PM10 e PM2.5)
As partículas são um conjunto complexo de substâncias, minerais ou orgânicas, que se encon-
tram em suspensão na atmosfera, sob a forma líquida ou sólida. A sua dimensão pode variar entre
algumas dezenas de nanómetros e uma centena de micrómetros (µm). As partículas são emitidas
para a atmosfera a partir de uma gama variada de fontes antropogénicas sendo as mais importantes
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a queima de combustíveis fósseis, o tráfego rodoviário e determinados processos industriais. Estas
substâncias podem também ser emitidas por fontes naturais tais como os vulcões, fogos florestais
ou serem resultantes da ação do vento sobre o solo e superfícies aquáticas. Quanto mais pequenas
as partículas, maior a probabilidade de penetrarem profundamente no aparelho respiratório e
maior o risco de induzirem efeitos negativos. As partículas com um diâmetro aerodinâmico inferior a
10 µm (PM10) são as mais nocivas, pois penetram no aparelho respiratório, podendo as mais finas, de
diâmetro inferior a 2,5 um (PM2.5), atingir os alvéolos pulmonares e interferir nas trocas gasosas. A
exposição crónica a partículas contribui para o risco de desenvolvimento de doenças respiratórias e
cardiovasculares, assim como para o cancro de pulmão. As partículas em suspensão são também um
veículo de transporte eficaz para outros poluentes atmosféricos que se fixam à sua superfície, especi-
almente hidrocarbonetos e metais pesados. Estas substâncias são muitas vezes transportadas até aos
pulmões onde podem depois ser absorvidas para o sangue e tecidos. Os efeitos de sujidade nos edifí-
cios e monumentos são os mais evidentes das partículas no ambiente.
Ozono (O3)
O ozono (O3) é um gás irritante, altamente reativo e apresenta um odor desagradável. Nas ca-
madas altas da atmosfera, ao nível da estratosfera, o O3 desempenha um papel vital ao filtrar a ra-
diação solar ultravioleta, protegendo assim a vida sobre a Terra. Na troposfera o O3, designado como
ozono troposférico, afeta negativamente a saúde humana. O ozono troposférico é um poluente se-
cundário que resulta geralmente da transformação química na atmosfera de certos poluentes desig-
nados por primários, em particular os óxidos de azoto e os compostos orgânicos voláteis, por ação da
radiação solar. Os poluentes primários que dão origem à formação do O3 são essencialmente resul-
tantes das emissões dos veículos automóveis e de determinadas atividades industriais. O O3 é um gás
agressivo para as mucosas oculares e respiratórias e, tal como outros oxidantes fotoquímicos, pene-
tra nas vias respiratórias profundas, afetando essencialmente os brônquios e os alvéolos pulmonares.
A ação do O3 pode manifestar-se por irritações nos olhos, nariz e garganta, dores de cabeça e por
problemas respiratórios, tais como dificuldade em respirar, dores no peito e tosse. A presença deste
poluente pode também provocar o agravamento de patologias respiratórias já existentes e reduzir a
resistência a infeções respiratórias. Tem um efeito nocivo sobre a vegetação ao reduzir a atividade
fotossintética e sobre certos materiais como a borracha, têxteis e pinturas. Ao nível da troposfera, o
O3 é também um gás com efeito de estufa, contribuindo para o aquecimento do planeta.
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Chumbo (Pb)
O chumbo é um metal tóxico e os seus compostos são emitidos para a atmosfera em forma de
partículas. As principais fontes deste metal são as tintas, as pilhas e as baterias e a gasolina chumbo
(em desuso nos países desenvolvidos). Esta acumula-se nos tecidos, causa danos no sistema nervoso
provocando atraso mental, sobretudo em crianças e em termos ambientais, pode danificar a fauna
selvagem.
Aldeídos (RCHO)
Os aldeídos são compostos químicos resultantes da oxidação parcial dos álcoois ou de reações
fotoquímicas na atmosfera, envolvendo hidrocarbonetos. São emitidos na queima de combustível
em veículos automotores, principalmente nos veículos que utilizam etanol. Os aldeídos emitidos pe-
los carros são, predominantemente o formaldeído e o acetaldeído. Estes têm como principais efeitos
a irritação das mucosas, dos olhos, do nariz e das vias respiratórias em geral e podem causar crises
asmáticas, são ainda compostos carcinogénicos potenciais.
Hidrocarbonetos (HC)
Os hidrocarbonetos são compostos formados por carbono e hidrogénio que podem apresentar-
se na forma de gases, partículas finas ou gotas. Podem ser divididos em:
THC - hidrocarbonetos totais;
CH4 - hidrocarboneto simples, conhecido como metano;
NMHC - hidrocarbonetos não metano, compreendem os HC totais (THC) menos a parcela
de metano (CH4).
Provêm de uma grande variedade de processos industriais e naturais. Nos centros urbanos, as
principais fontes emissoras são os carros, autocarros e caminhões, nos processos de queima e evapo-
ração de combustíveis. São precursores para a formação do ozono troposférico e apresentam po-
tencial causador de efeito estufa (metano).
Poluentes Climáticos de Vida Curta (PCVC)
São poluentes que têm vida relativamente curta na atmosfera (de alguns dias à algumas déca-
das), apresentam efeitos nocivos à saúde, ao ambiente e também agravam o efeito estufa. Os prin-
cipais PCVC são o carbono negro, o metano, o ozono troposférico e os hidrofluorocarbonetos (HFC).
As fontes principais de carbono negro são a queima ao ar livre de biomassa, motores a diesel e a
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queima residencial de combustíveis sólidos (carvão, madeira). As fontes de metano antropogénicas
são sistemas de óleo e gás, agricultura, criação de animais, aterros sanitários e tratamentos de esgo-
tos. Em relação aos HFCs, o seu uso ocorre principalmente em sistemas de ar condicionado, refrige-
ração, supressores de queima, solventes e aerossóis. Os PCVCs têm efeitos negativos sobre a saúde
humana, sobre os ecossistemas e sobre a produção agrícola. O carbono negro é um dos componen-
tes do material particulado, o qual apresenta efeitos nocivos sobre os sistemas respiratório e san-
guíneo, podendo levar ao óbito. O metano tem grande potencial de aquecimento global, além de ser
precursor na formação do ozono troposférico. Os HFCs, assim como o metano, também apresentam
grande potencial de aquecimento global.
Compostos orgânicos voláteis (COV)
Os compostos orgânicos voláteis (COV) compreendem compostos como os aldeídos, as cetonas e
os hidrocarbonetos aromáticos monocíclicos tais como o benzeno, tolueno, xilenos, correntemente
designados por BTX. Destes compostos, apenas o benzeno é objeto de regulamentação. Os COV en-
tram na composição dos combustíveis mas também na de diversos produtos de uso corrente como as
tintas, colas, cosméticos, solventes, detergentes de limpeza, de uso doméstico, profissional ou indus-
trial. Estes compostos são emitidos durante a sua combustão (nomeadamente nos gases de escape
dos veículos rodoviários), ou por evaporação no momento da sua produção, armazenamento e utili-
zação. Os COV podem também ter uma origem natural, já que são também emitidos pela vegetação.
Os efeitos dos COV são muito variáveis, dependendo da natureza do composto, podendo variar
de uma simples incomodidade olfativa até efeitos mutagénicos e carcinogénicos (provocados por
compostos como o benzeno), passando por irritações diversas e por uma diminuição da capacidade
respiratória. Estes desempenham um papel muito importante nos mecanismos de formação do
ozono na baixa atmosfera (troposfera). Intervêm igualmente nos processos conducentes à formação
de gases com efeito de estufa.
Efeito de estufa: Fenómeno natural responsável direto pelo aquecimento global
“De que forma a Humanidade é capaz de manipular um fenómeno natural (efeito de estufa)
contribuindo acentuadamente para a alteração das condições ambientais do planeta?”
Desde da sua formação que a temperatura média da Terra tem sofrido algumas oscilações, o que
está diretamente relacionado com a quantidade de energia recebida pelo mesmo planeta. Estas
oscilações estão associadas a diversos fenómenos naturais nomeadamente: as pequenas variações na
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órbita da Terra, a alteração da atmosfera e da superfície da Terra e as variações da energia emitida
pelo Sol. Contudo, no último século, uma outra força começou a influenciar a temperatura da Terra: a
humanidade. Mas, afinal como é que a Humanidade consegue influenciar o clima? E até que ponto se
pode alterar o clima?
Orçamento energético da Terra
De forma a garantir uma perpetuação das espécies é necessário, principalmente, que as condições
ambientais se mantenham constantes, entre estas condições temos a temperatura. Uma das
principais características da Terra que permite a existência de vida é exatamente a sua temperatura
média amena de cerca de 15ºC.
A principal fonte de energia do nosso planeta, e em geral, de todos os planetas do sistema solar, é
o Sol. No entanto, ao contrário com o que se possa julgar, não é a distância a esta estrela que vai
determinar a temperatura de cada um dos planetas que constituem o sistema solar, mas antes a
composição da sua atmosfera, que apresentando estabilidade composicional ao longo do tempo
contribui para uma temperatura constante, pelo que qualquer alteração num dos fatores contribui
para o desequilíbrio do outro. Mas de que forma o nosso planeta possui uma temperatura média à
superfície constante?
Esta temperatura média, constante e amena é conseguida através de 3 mecanismos
desempenhados pelos componentes da atmosfera:
1. Movimento do calor de um local para outro
Mecanismos naturais permitem eficazmente distribuir de uma forma não uniforme a temperatura
pela atmosfera e pela superfície terrestre.
2. Equilíbrio radioativo
O equilíbrio radiativo consiste na capacidade da atmosfera de controlar a energia que entra e
sai do planeta, garantindo que estas trocas energéticas sejam equilibradas, isto é, a energia recebida
seja igual à energia reemitida para o espaço.
De uma forma mais pormenorizada, dos 340W/m2
de energia solar recebida pela Terra:
29% é imediatamente reemitida pelas nuvens, pelas partículas atmos-féricas ou pelas grandes
superfícies refletoras como o mar, o gelo e a neve.
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23% é absorvida na atmosfera pelo
vapor de água, poeira e o ozono.
48% passa a atmosfera e é absorvida
pela superfície.
3. Efeito de estufa
A porção da radiação solar incidente absorvida é reemitida pelos corpos térmicos sob a forma de
calor –a radiação térmica infravermelha. A partir da superfície, esta energia viaja para a atmosfera,
onde grande parte é reabsorvida pelo vapor de água e pelos gases de efeito de estufa de longa
duração como o dióxido de carbono e o metano. Estas moléculas após absorverem esta energia
aquecem, para de seguida a irradiarem sob a forma de calor em todas as direções. Este calor
irradiado encontra novas moléculas de gases de efeito de estufa e o processo repete-se
continuamente.
Por outro lado, parte desta radiação é reemitida em direção à superfície terrestre onde é
reabsorvida, o que faz com que a superfície se torne mais quente do que seria se fosse unicamente
aquecida pela radiação emitida diretamente pelo sol.
Figura 6 Equilíbrio radioativo - NASA illustration by Robert Simmon.
Astronaut photograph ISS013-E-8948.
https://earthobservatory.nasa.gov/Features/Energ
yBalance/page4.php
Figura 7 Efeito de estufa - NASA illustration by Robert Simmon.
https://feww.wordpress.com/2
009/01/21/
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O efeito de estufa como problema ambiental
Como vimos até agora, o efeito de estufa é um fenómeno natural e condição indispensável há
existência de vida na Terra. No entanto, a intensidade deste fenómeno depende diretamente da
composição atmosférica tal como vimos, em
particular, da composição no que toca aos gases de efeito de estufa.
A composição atmosférica variou naturalmente ao longo dos milhões anos desde a sua formação
devido a acontecimentos pontuais ou progressivos, mas sobretudo devido a causas naturais, que
ficam registadas em ecossistemas, nomeadamente nas bolhas de ar nos glaciares. Através do estudo
de bolhas de ar em glaciares de diversas idades foi possível determinar com alguma objetividade as
variações naturais da temperatura média ao longo dos séculos.
Por comparação com estas amostras ancestrais foi possível determinar as “paleotemperaturas” e
avaliar a influência do homem na composição atual da atmosfera assim como as alterações futuras
da mesma.
Figura 8 Variações naturais da temperatura média datadas de há 800000 anos, registadas em bolhas de ar nos glacia-
res. (Photograph courtesy National Snow & Ice Data Center - NASA graph by Robert Simmon, based on data from
Jouzel et al., 2007.
https://earthobservatory.nasa.gov/Features/GlobalWarming/page3.php
Figura 9 Oscilações da temperatura global ao longo dos anos. (Graph adapted from Mann et al., 2008.)
https://earthobservatory.nasa.gov/Features/GlobalWarming/page3.ph
p
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Ao longo dos séculos o Planeta Terra foi sofrendo variações significativas no que toca à sua
temperatura média. Também como atualmente, no passado verificaram-se períodos de aquecimento.
No entanto, a taxa de aquecimento atual é bastante superior a qualquer uma das já verificadas. Estes
modelos preveem que a Terra irá aquecer a uma velocidade cerca de 20 vezes superior ao
anteriormente registado.
No último século, esta alteração para além de progressiva e crescente tem como principal fonte
potenciadora a Humanidade. O que é preocupante não é o efeito de estufa como mecanismo natural,
uma vez que, sem ele a vida não era possível, o preocupante é que nos últimos 250 anos, os humanos
têm artificialmente aumentado a concentração de gases de efeito de estufa na atmosfera numa taxa
cada vez maior. Desde a Revolução Industrial em 1750, os níveis de dióxido de carbono aumentaram
aproximadamente 38% e de metano 148%.
Em suma, desde a revolução industrial e com o desenvolvimento tecnológico, a sociedade
industrializada liberta, numa consciência desmedida, gases de efeito de estufa para a atmosfera, que
provocam um acréscimo neste mecanismo natural que dita um aumento da temperatura média do
planeta – o aquecimento global.
Figura 10 Aumento da concentração de CO2 e de NH4, respetivamente,desde a Revolução Industrial.Medição
do gelo antártico (linhas verdes) combinado com medições atmosféricas direstas(linhas azuis) mostram o
aumento de ambos os gases ao longo do tempo - NASA graphs by Robert Simmon
http://www.geocoops.com/clima
te-change.html
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O que é o aquecimento global?
O aquecimento global consiste no aumento anormalmente rápido da temperatura média na
superfície da Terra e está associado maioritariamente, no último século, à libertação dos gases de
efeitos de estufa por diversas práticas humanas, mas em particular pela queima de combustíveis
fosseis. Este rápido aquecimento da Terra tem sido bastante significativo: nos últimos 50 anos a taxa
de crescimento da temperatura duplicou.
Principais causas do aquecimento global
Se por um lado o maior potenciador do aquecimento, há milhões de anos, eram as catástrofes
naturais, atualmente, estas causas apenas contribuem para uma pequena percentagem do
aquecimento, sendo as principais potenciadores os fenómenos antropogénicos.
A temperatura no planeta resulta de um equilíbrio entre a energia que entra no sistema
atmosfera -Terra e a que sai. A variação do sistema climático ocorre quando existe um desequilíbrio
devido à ação de forças externas (forcings) naturais, antropogénicas ou fruto de uma mudança na
dinâmica interna do clima.
Forças externas naturais
Alterações na intensidade da radiação solar;
Ciclos Milankovitch, isto é, pequenas variações na órbita da Terra e no seu eixo de rotação que
ocorre ao longo de milhões de anos;
Figura 11 Variação da temperatura no último século. (NASA figure adapted from Goddard Institute for Space Studies
Surface Temperature Analysis).
https://earthobservatory.nasa.gov/Features/GlobalWarming/page2.php
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Grandes erupções vulcânicas que libertam para a atmosfera, em particular para a alta
estratosfera, partículas que refletem a radiação;
El Niño, La Niña, a NAO ou a Corrente do Atlântico Norte, que influenciam o clima de uma
forma periódica;
A alteração da temperatura do dia para a noite.
Forças externas antropogénicas
Poluição do ar através da libertação de partículas que formam os aerossóis que absorvem e
refletem a radiação solar incidente;
Mudanças no uso do solo devido à desflorestação, irrigação ou produção de culturas que
alteram o albedo da superfície e induzem mudanças no sistema;
O aumento da concentração de gases de efeito de estufa libertados de atividades como a
indústria, os transportes e a agricultura associados maioritariamente à queima de combustíveis
fósseis e que contribuem para a diminuição do calor libertado para o espaço.
Figura 12 Photographs ©2008 antonio, ©2008 haglundc, and courtesy Mike Embree/National Science Foundation.
https://feww.wordpress.com/2011/02/24/
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Quais os factores que mais influenciam o aquecimento natural: os naturais ou os humanos?
Respostas naturais ao Aquecimento Global
Face aos desequilíbrios provocados por estas forças, o clima responde através de uma série de
mecanismos de resposta – mecanismos de feedback – que podem agravar ou não (positivos ou
negativos, respetivamente) a mudança em curso. A persistência destas forças externas provocam
uma mudança na temperatura que se irá manter até o planeta recuperar, de uma forma natural, o
seu equilíbrio energético.
As principais respostas associadas a estes problemas ambientais são:
 Degelo dos glaciares no hemisfério Norte
O degelo acaba por destruir parte da superfície terrestre refletora, e consequentemente acaba
por expor superfície oceânica escura. Para além disso, a neve torna-se cada vez menos frequente,
pelo que não é possível repor o gelo perdido. Em consequência, ocorrerá uma diminuição da
percentagem de radiação refletida e, em simultâneo, um aumento da radiação absorvida pela
superfície terrestre, o que conduz a um aumento da energia no sistema Terra provocando assim, um
maior aquecimento do planeta.- Mecanismo de feedback positivo.
 Vapor de água
Figura 13 Comparação entre a influência da natureza nas variações de temperatura
na Terra e a influência do Homem.
https://earthobservatory.nasa.gov/Features/GlobalWarming/page4.php
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O vapor de água é o gás de efeito de estufa mais poderoso devido à sua abundância na
atmosfera. Este é responsável por 2/3 do efeito de estufa. Com o aumento da temperatura, a
quantidade de água que evapora da superfície aumenta e, consequentemente, a quantidade de
vapor de água na atmosfera aumenta, o que mais uma vez, faz com que a temperatura aumente
ainda mais - Mecanismo de feedback positivo
 Nuvens
As nuvens têm um efeito contraditório no que
toca à temperatura do planeta: por um lado,
refletem a radiação solar, diminuindo a
temperatura; por outro lado, absorvem a radiação
infravermelha proveniente da superfície,
aquecendo o planeta. No entanto, do equilíbrio das
taxas de absorção e reflexão, as nuvens tem um
efeito que permite diminuir a temperatura-
Mecanismo de feedback negativo.
 O ciclo do Carbono
O aumento do dióxido de carbono atmosférico provocado pelo uso de combustíveis fósseis causa
alterações no ciclo natural do carbono e provoca alterações na temperatura.
Em primeiro lugar, os oceanos e determinados ecossistemas do continente fixam
aproximadamente metade do dióxido de carbono emitido pela queima de gases de efeito de estufa,
o que desacelera o aumento do aquecimento global. No entanto, com o aquecimento da
temperatura, e por equilíbrio térmico, com o aquecimento das águas dos mares, estes ficam menos
solúveis e consequentemente dissolvem cada vez menos dióxido de carbono, deixando mais na
atmosfera.
Figura 14 Astronauta da NASA fotografa a partir do Johnson
Space Center Earth Observations Lab
https://earthobservatory.nasa.gov/Features/GlobalWarming/page5.php
Figura 15 Quantidade total de dióxido de carbono produzido pelo ho-
mem absorvida pela água do oceano.
https://earthobservatory.nasa.gov/Features/GlobalWarming/page5.php
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No continente as alterações no ciclo do carbono são bastante mais complicadas. Devido ao
aumento da temperatura, os solos, em particular, o degelo do Ártico, libertam dióxido de carbono e
metano para a atmosfera. Também o aumento das infestações de insetos e de incêndio conduz a
uma aumento da libertação de CO2 para a atmosfera.
Quanto mais irá aquecer a Terra?
Há medida que o consumo de combustíveis fósseis aumenta, a concentração atmosférica de
gases de efeito de estufa aumenta simultaneamente e, consequentemente, a temperatura média à
superfície da Terra irá também aumentar. Baseando-nos num cenário plausível no que toca às
emissões destes gases, estima-se que a temperatura da Terra irá aumentar entre 2ºC a 6ºC até ao
final deste mesmo século.
Como é que o aquecimento global irá alterar o planeta Terra?
Consequências do Aquecimento Global
O próprio aumento da temperatura é uma consequência significativa em si mesma, no entanto, o
aquecimento global tem uma série de consequências adicionais para o planeta.
O aquecimento global é o responsável por muitas das alterações que já se verificam intensamente
no nosso planeta tal como: alteração do padrão das chuvas; aumento da erosão da costa;
Figura 16 Simulações modelo elaboradas pela Intergovernmental Panel on Climate Change
https://earthobservatory.nasa.gov/Features/GlobalWarming/page5.php
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prolongamento da época de crescimento em algumas regiões; degelo dos glaciares e a alteração do
alcance e propagação de algumas doenças infeciosas.
Estas consequências vão afetar, em particular, quatro setores do planeta Terra: o clima; o nível das
águas do mar; os ecossistemas e o homem.
Alterações climáticas
 Dias quentes mais frequentes e dias frios menos frequentes;
 Ondas de calor mais intensas e frequentes;
 Tempestades, cheias e secas mais acentuadas com a alteração dos padrões de precipitação;
 Aumento do número e intensidade dos furacões devido ao aumento da temperatura na
superfície dos oceanos.
Aumento do nível médio das águas do mar
Em consequência dos degelos provocados pelo aquecimento global resulta o aumento do nível
médio das águas do mar. Este aumento vai conduzir a outras duas grandes consequências: a erosão
dos solos e o aumento das cheias na costa o que conduzirá inevitavelmente ao desaparecimento de
Figura 17 Alterações da precipitação no mundo.
https://earthobservatory.nasa.gov/Features/GlobalWarming/page6.php
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ilhas e países junto da costa. Este problema é realmente preocupante uma vez que, cerca de 10% da
população mundial vive em zonas vulneráveis à ocorrência destes fenómenos, isto é, regiões a
menos de 10 metros acima do nível médio das águas do mar.
Nos últimos anos o aumento do nível médio das águas do mar tem aumentado progressiva e
aceleradamente. Estima-se que este aumento continue e se acentue ao longo dos próximos séculos.
O painel intergovernamental das alterações climáticas (IPCC) estima que até 2099 o nível médio
das águas do mar aumente entre 0.18 a 0.59 metros, se a temperatura continuar a aumentar às
taxas atuais. No entanto, é muito mais preocupante do que isso…Segundo dados recolhidos pelos
satélites da NASA, na Islândia e no oeste da Antártica, o degelo está a ocorrer a uma velocidade de
cerca de 125 biliões de toneladas de gelo por ano, o que é suficiente para aumentar 0.35 milímetros
por ano do nível médio das águas do mar. Considerando ainda que o aquecimento global não tende
a estabilizar, mas antes a continuar a aumentar aceleradamente então podemos prever que o
aumento do nível das águas do mar irá ser muito mais significativo do que o esperado.
Impacto nos ecossistemas
Ao alterar as condições ambientais, altera-se, inevitavelmente, os ecossistemas e a sua
composição em seres vivos.
O aquecimento global provoca
 A alteração da época de crescimento em diversas partes do globo. Estas mudanças alteram o
ciclo de vida de seres vivos, como as abelhas, uma vez que, não se encontram sincronizados
com as plantas, das quais dependem. Esta dessincronização limita a capacidade de
Figura 18 Alterações no nível das águas do mar
https://earthobservatory.nasa.gov/Features/GlobalWarming/page6.php
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sobrevivência e de reprodução, quer dos polinizadores, quer das plantas, o que irá reduzir a
quantidade de alimento na cadeia alimentar.
 Os animais migratórios precisam de procurar comida mais cedo devido às alterações climáticas
e dessincronização das épocas de cultivo.
 As temperaturas mais quentes aumentam, em geral, a época de crescimento das plantas, o que
significa que estas irão precisar de mais água para crescerem durante toda a época, sem que
sequem, aumentando assim, o número de cultivos arruinados e de incêndios.
 Assim que a época de crescimento termina, a época fria é muito pequena, não apresentando
capacidade para matar insetos e pragas, aumentando assim, o risco de grandes e destruidoras
infestações nas épocas seguintes.
 Em alguns ecossistemas, as temperaturas diárias máximas podem subir para além da
tolerância das plantas e dos animais indígenas. Para sobreviver às temperaturas extremas, as
plantas e os animais marinhos ou terrestres começam a migrar para os polos. Essas espécies, e
em alguns casos ecossistemas inteiros, que não podem migrar ou adaptar-se rapidamente,
enfrentam a extinção. O IPCC estima que 20-30 por cento das espécies de plantas e animais
estarão em risco de extinção se as temperaturas subirem mais de 1,5 ° C.
Impacto na população
 O aumento da temperatura conduz ao aumento das zonas tropicais e, consequentemente
algumas doenças infeciosas, como a malária, atingem uma maior percentagem da população.
 Os degelos e os fenómenos que lhe estão associados, como o aumento do nível médio das
águas do mar, conduzem ao aumento das perdas das propriedades e da vida de parte da
população.
 As condições ambientes que irão pôr em causa o normal funcionamento dos ecossistemas, vão
afetar diretamente a população, uma vez que o homem depende fortemente do meio para
realizar as suas atividades vitais, como a alimentação.
 Os verões mais quentes e fogos mais frequentes vão conduzir a um aumento dos casos de
insolação e mortes e os níveis elevados de ozono e fumo vão contaminar o ar aumentando o
índice de doenças respiratórias.
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 As secas intensas conduzem a um aumento da malnutrição.
 A longo prazo a quantidade de água potável vai tornar-se escassa, especialmente durante o
verão com o desaparecimento dos glaciares.
Chuvas ácidas
As chuvas ácidas causam todos os anos diversos prejuízos em edifícios e estátuas em todo o
mundo. Estas são tóxicas tanto para a vegetação como para a vida aquática, destroem terrenos
agrícolas e florestais e matam organismos marinhos.
Cerca de metade da acidez atmosférica deposita-se na terra sob a forma de depósitos sólidos ou
de gases, os quais aderem à superfície dos edifícios, automóveis, árvores, superfícies essas que são
“lavadas” pelas chuvas, tornando-se ainda mais ácidas.
Por exemplo, a precipitação no nordeste dos Estados Unidos tem um pH médio de cerca de 4,3.
Uma vez que não se espera que o CO2 atmosférico em equilíbrio com a água da chuva dê origem a
um pH inferior a 5,5, o dióxido de enxofre (SO2) e, em menor grau, os óxidos de azoto provenientes
de escapes de automóveis são considerados responsáveis pela elevada acidez da água da chuva.
Figura 4 Erosão na praia devido ao aquecimento global
https://earthobservatory.nasa.gov/Features/GlobalWarming/page6.php
Figura 20 Formação de chuvas ácidas
http://nautilus.fis.uc.pt/cec/teses/rosariobeleza/docs/tesecompleta.pdf
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Existem várias fontes de SO2, a própria Natureza é responsável por uma grande parte do SO2 emitido
através de erupções vulcânicas. Outra parte do SO2 emitido para a atmosfera é produzido na queima
de combustíveis fósseis na indústria, em centrais de produção de energia elétrica e nas habitações.
As poeiras e outras partículas sólidas presentes na atmosfera podem atuar como catalisadores
heterogéneos para a reação:
2SO2 (g)+ O2 (g) SO3 (g)
Estas substâncias ácidas permanecem na atmosfera por um período variável (2 a 14 dias,
dependendo das condições climáticas). Durante este período, estas são depositadas na superfície
terrestre, sob a forma de precipitação, denominada chuva ácida.
O SO2 e o SO3 são ambos convertidos nos seus ácidos (H2SO3 e H2SO4) pela água da chuva. Os
ácidos resultantes podem corroer o calcário e o mármore (CaCO3). Uma reação típica é:
CaCO3 (g)+H2SO4 (aq) CaSO4 (s)+ H2O (l)+ CO2 (g)
O dióxido de enxofre também pode atacar diretamente o carbonato de cálcio:
2CaCO3 (s)+ 2SO2 (g)+ O2 (g) 2CaSO4 (s)+ 2CO2 (g)
Como diminuir os efeitos das chuvas ácidas?
a) Reduzir a emissão de dióxido de enxofre;
b) Remoção do SO2 à medida que se forma;
c) Instalação de uma fábrica de ácido sulfúrico junto a uma instalação de tratamento de minérios
metálicos.
Existem três formas de reduzir os efeitos da poluição pelo SO2. Não podemos eliminar totalmente
a emissão de dióxido de enxofre antropogénico para a atmosfera, devido a razões de ordem técnica
e económica. No entanto, o método mais direto consiste na remoção do enxofre dos combustíveis
fósseis antes da combustão. Em fornos onde se procede à queima de combustíveis, pode conseguir-
se uma redução significativa através da adição de pedra calcária ou cal, uma vez que o dióxido de
enxofre reage com o carbonato de cálcio ou com o óxido de cálcio formando sulfato de cálcio (gesso),
que pode ser recuperado e utilizado posteriormente na construção civil, apesar de fazer aumentar o
custo da energia elétrica (10% a 15%). Isto é, no entanto, tecnologicamente difícil de realizar.
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Assim, os processos podem traduzir-se pelas seguintes reações:
CaO (s) + SO2 (g) → CaSO3 (s) ou CaCO3 (s) + SO2 (g) → CaSO3 (s) + CO2 (g) (1)
Uma forma mais barata (ainda que menos eficiente) é a remoção do SO2 à medida que se forma.
Por exemplo, pode-se injetar pedra calcária em pó na caldeira ou na fornalha da central
termoelétrica juntamente com o carvão.
Para remover algum SO2 remanescente, injeta-se uma suspensão aquosa de cal viva numa câmara
de purificação colocada antes do escape dos gases através da chaminé. A cal viva é também
adicionada a lagos e solos afetados por chuva ácida num processo chamado calagem.
Por último, salientamos que a instalação de uma fábrica de ácido sulfúrico junto a uma instalação
de tratamento de minérios metálicos constitui também um modo eficaz de diminuir a emissão de
SO2.
Figura 21 Diagrama representativo da emissão de
gás sem SO2
CaSO3 (s) + ½ O2 (g) → CaSO4 (2)
Figura 22 Calagem
http://www.inducal.com.br/produtos/calcario
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A pedra calcária pulverizada decompõe-se em CaO, que reage com SO2 para formar CaSO3. O SO2
remanescente entra numa câmara de purificação onde reage com uma suspensão aquosa de CaO
para formar CaSO3.
Quais os efeitos da chuva ácida? Existem efeitos negativos a vários níveis. Vejamos
 Os seres vivos são sensíveis à acidez, estando provado que aqueles que habitam em rios e lagos
começam a morrer quando o pH desce abaixo de 5 e que as chuvas ácidas inibem o
crescimento das plantas e a germinação das sementes.
 Os solos dos campos agrícolas e florestas ficam cada vez mais ácidos pois a lixiviação dos solos
pelas chuvas ácidas leva à diminuição do teor em iões Ca2+
, Mg 2+
e K +
, essenciais às plantas,
os quais são substituídos por iões H +
, acidificando os solos.
 Quando a chuva ácida é neutralizada pelos carbonatos existentes no solo, liberta iões Al 3+
das
rochas e do solo, iões esses que são tóxicos, levando a insuficiências respiratórias nos peixes
dos rios e lagos, dado que atuam sobre as guelras.
 A chuva ácida acelera a corrosão dos metais e leva à decomposição dos monumentos,
especialmente aqueles que são construídos à base de pedra calcária.
Figura 23 Procedimento habitual de remoção do SO2 resultante da queima de um combustível fóssil.
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Figura 24 As fotos acima mostram Melbourne (Austrália) e
a Cidade do México num dia claro (acima) e num dia com
smog (abaixo).
 Os óxidos de azoto e enxofre provocam complicações respiratórias e pulmonares no ser
humano e a acidificação fragiliza os brônquios tornando-os mais vulneráveis a infeções
microbianas. O dióxido de carbono provoca também complicações respiratórias e pulmonares e
o monóxido de carbono provoca asfixia, mesmo em baixo teor.
Nevoeiro fotoquímico
A poluição do ar é então uma das grandes preocupações no mundo inteiro, pois é reconhecida-
mente um fator de risco para a saúde. A cada ano aumenta o nível de poluição do ar principalmente
nas cidades industriais, onde a emissão na atmosfera de gases tóxicos e partículas pelas indústrias,
se somam à poluição provocada pela circulação de veículos, suscitando situações críticas à saúde
humana prejudicando também as plantas e animais. Um dos fatores da poluição do ar e um dos mais
perigosos é o smog fotoquímico.
A maioria das nações fixou padrões na sua le-
gislação com o objetivo de regular as concentra-
ções máximas no ar de dióxidos de enxofre e azo-
to bem como de monóxido de carbono, uma vez
que todos esses gases têm efeitos sobre a saúde
quando as suas concentrações atingem determi-
nados níveis que são letais para a espécie huma-
na. Tanto o monóxido de carbono como dióxido
de azoto constituem habitualmente um grande
problema no ar respirado em ambientes internos.
Por exemplo, vários estudos recentes na América do Norte têm relacionado estatisticamente a taxa
de hospitalização por parada cardíaca congestiva entre idosos à concentração diária de monóxido de
carbono no ar exterior. A concentração média de monóxido de azoto nos Estados Unidos caiu de 10
para 6 ppm de 1975 até 1991. A Cidade do México apresenta hoje os maiores níveis de monóxido de
carbono entre todas as cidades mais populosas do mundo.
Smog: nevoeiro natural contaminado e afetado por poluentes industriais; uma mistura de fumo -
smoke - e neblina - fog.
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Smog é atualmente o termo aplicado à problemática poluição do ar urbana, com ou sem nevoeiro
naturalmente formado. No entanto, está sempre implicada alguma manifestação visível deste. Há
vários tipos de smog, mas os mais destacados são o smog/nevoeiro fotoquímico de óxidos de azoto
e hidrocarbonetos emitidos maioritariamente pelos motores dos automóveis e, por outro lado, o
smog, por vezes fatal, e carregado de enxofre produzido pela combustão em grande escala de com-
bustíveis fósseis. Estas duas categorias de smog contêm dióxido e monóxido de carbono e ainda
substâncias particuladas.
Geralmente, o smog forma-se em grandes cidades, onde a poluição do ar é elevada e provocada,
principalmente, pela queima de combustíveis fósseis pelos veículos e pelos gases libertados na ativi-
dade industrial.
O smog sulfuroso pode ser extremamente fatal. Como aconteceu em Londres, em 1952 e que
culminou na morte de 4000 pessoas devido ao aumento da concentração de poluentes que se acu-
mularam numa massa tóxica e sufocante de ar que permaneceu estagnada em virtude de uma inver-
são térmica nas proximidades do solo. As pessoas que foram expostas a um maior risco foram os ido-
sos que já sofriam de problemas brônquicos e as crianças menores. Atualmente, a proibição dos
queimadores domésticos a carvão, que davam origem à maioria dos poluentes eliminou os proble-
mas. Os cientistas ainda não estão certos se o principal agente que continha enxofre e que causou
problemas foi o dióxido de enxofre ou gotas de ácido sulfúrico.
Mas quais são as diferenças entre estes dois tipos de smog?
Fatores climáticos
Enquanto ambos os tipos de smog requerem uma camada de inversão atmosférica para os puxar
para o chão, estes ocorrem sob condições climáticas diferentes. O smog industrial ocorre com um
clima nebulado e fresco, associado a baixas temperaturas e humidade alta, típico do que é experien-
ciado no Reino Unido. O smog fotoquímico, por outro lado, ocorre com clima seco e quente e particu-
Figura 25 Neblina resultante do smog sulfuroso, Londres, 1952
http://mundotentacular.blogspot.pt/2013/01/cidade-das-nevoas-o-grande-fog-de.html
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larmente em dias de sol, e é caraterizado pelos altos ní-
veis de ozono e baixa visibilidade. Cidades onde este fe-
nómeno ocorre, como Los Angeles ou Tóquio são tipi-
camente rodeadas por montanhas que impedem a circu-
lação do ar.
Diferenças na composição
O smog industrial contém dois componentes primários: dióxido de enxofre e matéria particulada.
Estes combinam-se com a água no nevoeiro que produz
precipitação ácida, o dióxido dissolve-se em água for-
mando ácido sulfúrico.
O poluente primário no caso do smog fotoquímico é o
ozono. É produzido quando o óxido de azoto e compos-
tos orgânicos voláteis, das emissões de energia derivada
de combustíveis fósseis, combinam com o oxigénio no ar
sob a ação da luz solar direta.
É importante referir que o ozono é um gás cujas mo-
léculas têm como constituintes três átomos de oxigénio
e ocorre em ambas as zona alta e baixa da atmosfera
(estratosfera e troposfera). É então benéfico ou prejudi-
cial dependendo de onde se encontra. Quando é na estratosfera ou acima, o ozono forma uma ca-
mada essencial para a existência de vida na Terra – a camada de ozono – que nos protege nos prote-
ge de raios ultravioleta prejudiciais. Mas o ozono também pode agir como um poluente a nível do
solo, formado quando os gases libertados em grande escala pelos veículos reagem sob a ação de luz
solar. Um dos principais componentes do smog fotoquímico é o ozono que causa ardência nos pul-
mões o que pode causar ataques de asma.
E é também imprescindível notar que enquanto o óxido de azoto resulta naturalmente de relâm-
pagos e de processos bacterianos envolvidos no crescimento e na deterioração das plantas, este é
libertado de forma massiva pelas atividades antropogénicas o que leva à sua concentração na atmos-
Figura 27 Zonas onde se encontra o ozono: cama da de
ozono, na estratosfera e "ozono mau" na troposfera
http://www.abovetopsecret.com/forum/thread547473/pg1
Figura 26 A cidade de Los Angeles, Estados Uni-
dos, sob uma camada de smog fotoquímico. Esta
cidade é localizada num vale.
https://www.emaze.com/@ACTTFQIL/Chuvas-%C3%A1CIDAS-E-smog
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fera e à formação de poluentes secundários, como vamos referir mais adiante. Do espaço, podemos
ver que o dióxido de azoto se concentra maioritariamente nas grandes cidades e nas áreas industria-
lizadas.
Efeito visual
O smog causa um efeito visual característico, deixando sobre a região uma camada cinza escura
de ar. Nas situações mais extremas, em função das baixas condições visuais, inviabiliza o trânsito
terrestre de veículos e aéreo de aviões e helicópteros.
O industrial é caracterizado por deixar uma mancha cinzenta nas áreas afetadas, o dióxido de azo-
to no fotoquímico cria uma neblina sombria de tom acastanhado.
Figura 28 Smog fotoquímico Figura 29 Smog industrial
http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/quimica/smog-fotoquimico-industrial.htm http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/quimica/smog-fotoquimico-industrial.htm
Figura 30 Visibilidade dificultada pela neblina recorrente do smog na cidade de
Moscovo na Rússia no verão de 2010.
http://alunosonline.uol.com.br/quimica/smog-fotoquimico.html
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Perigos para a saúde
Ambos os tipos de smog podem matar. O ozono danifica o tecido pulmonar e pode levar à diminu-
ição da resistência a doenças infeciosas e o óxido de azoto pode também culminar em doenças pul-
monares crónicas. O estado da Califórnia estima que anualmente 9000 pessoas morrem de causas
relacionadas com o smog.
Poluentes secundários
O primeiro produto do smog industrial é a chuva ácida, que resulta da combinação de dióxido de
enxofre e água, sendo que a matéria particulada se deposita em superfícies ao longo da área afetada.
O smog fotoquímico, por outro lado, produz uma série de poluentes secundários que resultam de
uma série de complexas reações químicas. O ozono é o mais importante mas o monóxido de carbono
e o nitrato de peroxiacilo constituem outros dois produtos que resultam de reações que envolvem
hidrocarbonetos e óxidos de azoto, que são ambos produtos primários da queima de combustíveis
fósseis.
Após a distinção destes dois tipos de Smog, neste trabalho, vamos aprofundar o tema do nevo-
eiro fotoquímico.
Nevoeiro fotoquímico: ar contaminado com ozono, óxidos de azoto e hidrocarbonetos com ou
sem a presença de nevoeiro naturalmente formado.
Na presença de luz solar, daí o nome “fotoquímico”, hidrocarbonetos e óxidos de azoto envolvem-
se numa série complexa de reações químicas que eventualmente criam ozono e outros oxidantes
como poluentes secundários. O nível de poluição fotoquímica de ar é geralmente proporcional às
concentrações de óxido de azoto e hidrocarbonetos; os níveis também aumentam com a forte inten-
sidade solar e com a alta temperatura no ambiente, o que por sua vez, aumenta as emissões, por
parte da vegetação, de gases voláteis biológicos e orgânicos para a atmosfera. Os níveis de poluição
são inversamente proporcionais a fatores como a velocidade do vento. As equações abaixo traduzem
algumas das reações que ocorrem durante a formação do nevoeiro fotoquímico.
Ano Letivo 2016/2017
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Legenda dos reagentes e produtos
da reação:
NO2 Dióxido de azoto
O2 Oxigénio
NO Óxido de azoto
O3 Ozono
H20 vapor de água
CO2 dióxido de carbono
CO monóxido de carbono
(Todos estes componentes se encon-
tram no estado gasoso.)
NO2 (g) + O2 (g) => NO (g) + O3 (g)
NO (g) + O2 (g) => NO2 (g) + 1/2 O2 (g)
1/2 O2 (g) + O2 (g) => O3 (g)
Os catalisadores automotivos convertem hidrocarbonetos e o NO2 (dióxido de azoto) em
compostos não tóxicos, mas que contribuem para o efeito estufa.
CxHy (hidrocarboneto no estado gasoso) + O2 (g) => CO2 (g) + 2H2O (g) (catalisador)
2 NO2 (g) + 2 CO (g) => N2 (g) + 2 CO2 (g) (catalisador)
2 NO2 (g) + 3 CO (g) => N2O (g) + 3 CO2 (g) (catalisador)
NotÍcia 1
Poluição mata mais de três crianças por segundo
no mundo
Alerta foi feito pela Organização Mundial da Saúde; no
total são 1,7 milhão de óbitos por ano; agência da ONU afirma
que mais de 25% das mortes de crianças com menos de cinco
anos têm como causa ambientes poluídos.
A Organização Mundial da Saúde, OMS, alertou que a
poluição mata 1,7 milhão de crianças todos os anos no mun-
do. São mais de 3 mortes por segundo.
A agência da ONU lançou esta segunda-feira o relatório "Herdar um Mundo Saudável: Atlas sobre a
Saúde e o Meio Ambiente das Crianças".
Figura 31 Smog http://www.huffpostbrasil.com/2016/07/26/poluicao-ar-saude-mental_n_11183350.html
Ano Letivo 2016/2017
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Saneamento
O documento diz que mais de 25% dos óbitos de crianças com menos de cinco anos têm como causa
ambientes poluídos, entre eles estão a poluição externa e a interna, neste caso, o fogão à lenha é um exemplo
clássico. Além deles estão o fumo passivo, água contaminada, falta de saneamento básico e higiene inadequa-
da.
O relatório afirma que as principais causas de morte, diarreia, malária e pneumonia, podem ser evita-
das por intervenções para reduzir os riscos ambientais. Entre essas intervenções estão o acesso à água potável
e combustíveis limpos para cozinhar, gás ou eletricidade em vez de lenha ou carvão.
Um segundo relatório também lançado esta segunda-feira pela OMS, "Não Polua meu Futuro", dá uma
visão geral sobre o impacto do meio ambiente sobre a saúde das crianças.
Todos os anos, 570 mil menores de cinco anos morrem de infeção respiratória, pouco mais de 360 mil
perdem a vida por causa da diarreia. A malária e os ferimentos intencionais matam cada um cerca de 200 mil
crianças.
A OMS diz ainda que 270 mil bebês morrem durante os primeiros 30 dias de vida.
Sugestões
Para melhorar a vida e criar ambientes saudáveis para as crianças, os relatórios sugerem uma ação
conjunta de vários setores dos governos.
No caso da habitação, só deve ser usado combustível limpo para o aquecimento e para cozinhar ali-
mentos. Nas escolas, os governos devem fornecer saneamento básico e serviços de higiene além de nutrição
adequada para alunos, professores e funcionários.
Os hospitais devem ter água potável, serviço de saneamento básico e eletricidade. O planeamento ur-
bano deve incluir mais espaços verdes e locais para caminhadas e para bicicletas.
Nos transportes, as autoridades devem reduzir
os índices de emissão de gases e aumentar a frota de
transporte público.
No setor agrícola, é importante reduzir o uso de
pesticidas tóxicos e o uso de substâncias químicas.
Na indústria, a meta é reduzir o lixo tóxico e
também o uso de substâncias químicas.
Notícias e Média Rádio ONU, 06 de março de2017
http://www.unmultimedia.org/radio/portuguese/2017/03/poluicao-mata-mais-de-tres-criancas-por-segundo-no-
mundo/
Figura 32
Ano Letivo 2016/2017
Página 42
NotÍcia 2
Aumentam índices de poluição no mundo todo, alerta OMS
Mais de 80% das pessoas que vivem em áreas urbanas, onde há monitoramento da qualida-
de do ar, estão expostas a níveis de poluição além do recomendado pela Organização Mundial de Saú-
de (OMS). O alerta foi divulgado na última semana, quando a entidade publicou um levantamento rea-
lizado nos últimos cinco anos, em 3 mil cidades de 103 países.
O estudo mostra que a poluição global cresceu 8%, apesar de que em alguns lugares, a situação me-
lhorou. Como sempre, os que mais sofrem os efeitos perversos da poluição produzida por indústrias e auto-
móveis são os mais pobres. A pesquisa da OMS revela que 98% dos municípios com mais de 100 mil habitan-
tes, localizados em países de baixa ou média renda, não conseguem atingir o que é estabelecido pela organi-
zação como aceitável em termos de qualidade do ar. “Quando camadas de ar poluído cobrem as cidades, as
populações urbanas mais vulneráveis – os mais jovens, velhos e pobres -, são os mais impactados”, afirmou
Flavia Bustreo, diretora-assistente da área de Family, Women and Children’s Health da OMS.
Mas isto não significa que nos países ricos as condições são muito melhores. Nestes lugares, 56% das
cidades também apresentam índices insatisfatórios de qualidade do ar. Londres, por exemplo, é uma delas. Em
janeiro deste ano, em apenas 8 dias, a capital da Inglaterra poluiu mais do que podia o ano todo, como mos-
tramos aqui neste post.
As regiões do planeta onde a poluição do ar atinge picos mais insalubres são Oriente Médio, África e
sudeste da Ásia. Só na Índia, estão 16 cidades das 30 que apresentam níveis mais altos – e alarmantes – de
PM2.5 (PM é a sigla para material particulado). Em seu levantamento, a Organização Mundial de Saúde anali-
sou, além da concentração deste último componente, também o PM10. Ambos são partículas formadas
por uma combinação de compostos químicos tóxicos, como amônia, nitratos, e sulfatos, além de poeira.
Aparecem ainda na lista de países mais poluídos China, Camarões, Irã e Paquistão. Entre as cidades
brasileiras que aparecem no levantamento como tendo índices de poluentes além dos recomendados estão
São Paulo, onde o nível é o dobro do que o sugerido. Santiago, capital do Chile, e Caracas, na Venezuela, tam-
bém foram citadas como exemplos negativos.
Infelizmente, o cenário global da poluição pode ser ainda mais trágico. De acordo com a própria OMS,
mais de 1 bilhão de pessoas moram em países que não monitoram a qualidade do ar. Outros, como Rússia,
Egito e Indonésia só fazem a análise em uma ou duas cidades, denunciou o The Guardian.
O impacto da poluição do ar sobre a saúde do ser humano é imenso. Entre as doenças apontadas co-
mo tendo relação direta com o problema estão câncer de pulmão, derrames, ataques cardíacos e condições
respiratórias crônicas, como asma. Estima-se que 3,3 milhões de pessoas morram no mundo devido à compli-
cações provocadas pela poluição atmosférica.
A principal arma para diminuir os índices assustadores é o monitoramento, como o feito agora pela
Organização Mundial de Saúde. É com números na mão, que governos podem tomar ações efetivas para colo-
car políticas públicas em ação para reduzir a emissão de poluentes. Entre as mais eficazes estão, certamente,
o investimento no transporte público e a restrição ao uso do carro particular, através da imposição de pedá-
gios e taxas pesadas sobre a circulação de automóveis movidos a gasolina e diesel nas cidades.
Conexão planeta, 18 de maio de 2016
Ano Letivo 2016/2017
Página 43
http://conexaoplaneta.com.br/blog/aumentam-indices-de-poluicao-no-mundo-todo-alerta-oms/
Conclusão
A poluição é, em geral, um problema. A poluição do ar, em particular, também o é. Por mais que
as organizações políticas e governamentais tentem ignorar este grande problema, os seus efeitos
nefastos veem progressivamente a acentuar-se, fazendo-se sentir no dia-a-dia de cada um de nós e
contribuindo para a degradação da qualidade de vida não só da Humanidade, mas de todos os seres
vivos em geral.
Como justificamos ao longo deste trabalho, a poluição atmosférica está maioritariamente associa-
da à presença de partículas ou gases contaminantes na atmosfera. Os efeitos causados por cada um
destes poluentes dependem da sua natureza química, da sua concentração e ainda da sua persistên-
cia na atmosfera, isto é, da sua capacidade de degradação. A elevada concentração destes contami-
nantes, assim como os fenómenos que estão associados à sua natureza química, determinam as vari-
ações na composição atmosférica e justificam as alterações climáticas atualmente sentidas.
Estes contaminantes vão desde os gases de efeito de estufa que, tal como o nome indica, impe-
dem que o ar seja transportado para longe por convecção, o que em elevadas proporções contribui
para o aquecimento global; gases que quando combinados com as águas da chuva formam ácidos
fortes, acidificam-nas, tendo um efeito devastador nos ecossistemas; o smog fotoquímico, que cons-
titui uma mistura de gases primários e secundários altamente prejudiciais à saúde, até uma série de
compostos particulados de diversas dimensões que irão interferir nas proporções naturais de refle-
xão e absorção de radiação solar.
É importante ter em atenção que estes contaminantes, apesar de surgirem naturalmente, tal co-
mo se verifica com os gases de efeito de estufa, cuja ausência iria determinar o fim da vida na terra,
desde a revolução industrial, o acréscimo da sua concentração tem sido maioritariamente provocado
por atividades humanas, sendo que a queima de combustíveis fósseis ocupa o topo quando avali-
amos quais os responsáveis por estas emissões.
A emissão destes gases naturalmente apesar de, na maioria das vezes incontrolável, deve ser en-
carada como preocupante e devem ser tomadas medidas de “feedback negativo” que contrariem
estas emissões e reponham ou estabilizem a concentração dos componentes atmosféricos, no en-
tanto, o que acontece é exatamente o oposto. Em vez de, através de uma forma empreendedora,
tentar contrariar os problemas ambientais, a Humanidade através de atividades dos três sectores -
primário; secundário e terciário - impulsionam acentuadamente a emissão de poluentes, acentuando
Ano Letivo 2016/2017
Página 44
os seus efeitos e consequências que vão desde as alterações climáticas até à subida das águas do
mar, secas e inundações que contribuem para a destruição dos seus próprios habitats.
Respondendo ao problema inicialmente apresentado “Será possível reverter as condições atuais
e nefastas da atmosfera?”, o cenário não parece favorável. Nos últimos anos, em consequência do
aumento dos efeitos da poluição, tem aumentado o número de estudos relacionados com o controle
da composição atmosférica e as formas de contrariar este problema assim como o número de cam-
panhas de sensibilização para este tema. No entanto, os progressos não são significativos como se
esperava. Pelo contrário, o aumento das condições negativas continua a acentuar-se.
A verdade é que a vida do ser humano está tão dependente de atividades altamente poluidoras
que este não parece capaz de tomar uma posição inteligente perante as condições ambientais atuais.
Talvez o ser humano seja demasiado egoísta para tomar esta posição e salvar o planeta.
Com as proporções já tomadas e as estimativas futuras previstas, parece impossível impedir a
progressão do aquecimento global, diminuir a taxa de ocorrência de chuvas ácidas, evitar a liberta-
ção de gases de efeito de estufa ou regenerar a camada de ozono, no entanto, é ainda possível se o
ser Humano tomar uma atitude ambientalista, diminua o uso de energias não renováveis, opte pela
reciclagem, em vez do lixo normal, e impulsione a sensibilização dos que o rodeiam para que tomem
estas mesmas medidas.
Ano Letivo 2016/2017
Página 45
Webgrafia
 http://www.ccdr-lvt.pt/pt/o-ar-e-os-poluentes-atmosfericos/8082.htm
 http://www.mma.gov.br/cidades-sustentaveis/qualidade-do-ar/poluentes-atmosf%C3%A9ricos
 http://www.ebc.com.br/infantil/voce-sabia/2015/08/poluicao-do-ar-o-que-sao-os-poluentes-
atmosfericos
 http://pelicano.ipen.br/PosG30/TextoCompleto/Sandro%20Toshio%20Uehara_M.pdf
 https://www.nasa.gov/content/goddard/new-nasa-images-highlight-us-air-quality-improvement/
 “PROJECTO: WebQuest acerca da chuva ácida”-
http://nautilus.fis.uc.pt/cec/teses/rosariobeleza/docs/tesecompleta.pdf
 Livro “Química”- Raymond Chang
 https://pt.slideshare.net/ilopes1969/poluio-e-degradao-de-recursos - Isabel Lopes
 http://webeduc.mec.gov.br/portaldoprofessor/quimica/sbq/cadernos/05/quimica_da_atmosfera.pdf
 http://www.scielosp.org/scielo.php?pid=S0102-311X1992000300010&script=sci_arttext
 http://www.luzimarteixeira.com.br/wp-content/uploads/2011/03/poluicao-do-ar-aspectos-tec-e-
meio-ambiente.pdf
 https://www.researchgate.net/profile/Fillipe_Torres/publication/237807850_FATORES_QUE_INFLUEN
CI-
AM_NA_CONCENTRACAO_DO_MATERIAL_PARTICULADO_INALAVEL_NA_CIDADE_DE_JUIZ_DE_FORA_
MG_1/links/545cea860cf2c1a63bfa59a3/FATORES-QUE-INFLUENCIAM-NA-CONCENTRACAO-DO-
MATERIAL-PARTICULADO-INALAVEL-NA-CIDADE-DE-JUIZ-DE-FORA-MG-1.pdf
 http://www.scielosp.org/pdf/csp/v8n3/v8n3a10
 http://www.scielo.br/pdf/%0D/qn/v25n6b/13128.pdf
 http://www.scielo.br/pdf/%0D/qn/v25n2/10454.pdf
 https://www.nasa.gov/
 https://climate.nasa.gov/causes/
 https://earthobservatory.nasa.gov/Features/EnergyBalance/page6.php
 https://earthobservatory.nasa.gov/Features/CarbonCycle/page5.php

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Trabalho escrito poluição atmosférica 12-ct4

  • 2. Ano Letivo 2016/2017 Página 2 Índice Introdução ...................................................................................................................................................3 Conceitos introdutórios................................................................................................................................ 4 O que é a atmosfera? ...................................................................................................................................8 Composição da atmosfera............................................................................................................................ 9 Poluentes atmosféricos.............................................................................................................................. 12 Efeito de estufa: Fenómeno natural responsável direto pelo aquecimento global....................................................................................................................................18 Orçamento energético da Terra .................................................................................................................19 O que é o aquecimento global?..................................................................................................................23 Principais causas do aquecimento global....................................................................................................23 Quais os factores que mais influenciam o aquecimento natural: os naturais ou os humanos?..........................................................................................................25 Respostas naturais ao Aquecimento Global................................................................................................ 25 Consequências do Aquecimento Global......................................................................................................27 Chuvas ácidas.............................................................................................................................................31 Como diminuir os efeitos das chuvas ácidas? ............................................................................................. 32 Quais os efeitos da chuva ácida? ...............................................................................................................34 Nevoeiro fotoquímico ................................................................................................................................ 35  Notícia 1..............................................................................................................................................40  Notícia 2..............................................................................................................................................42 Conclusão...................................................................................................................................................43 Webgrafia ..................................................................................................................................................45
  • 3. Ano Letivo 2016/2017 Página 3 Introdução “O ar que respiramos” Se não houvesse oxigénio presente no ar não haveria vida humana. De forma involuntária e in- consciente todos os dias, a todo o segundo, respiramo-lo. O que não nos damos conta é que o ar que nos rodeia e sem o qual não sobrevivemos, encontra-se cada vez mais poluído. A atmosfera que pro- tege o nosso planeta está sobre ameaça e este, cada vez mais, está a perder a cor azul que o caracte- riza. A atmosfera é um sistema crucial para a existência de vida terrestre uma vez que, não só evita que o planeta atinja temperaturas extremas como impede a passagem de determinadas radiações perigosas para as camadas mais baixas da atmosfera e ainda serve de escudo ao proteger a Terra de objetos extraterrestres como meteoritos. Sem atmosfera, certamente não haveria vida. Atualmente, podemos considerar normal depararmo-nos no nosso dia-a-dia com o céu cinzento, as paisagens urbanas caraterizadas pelo fumo espesso que sai das chaminés e pelas nuvens de gases tóxicos expelidos pelos veículos. Nas notícias, nas grandes cidades populacionais, as pessoas andam de máscaras e os governos marcam cimeiras para discutir medidas com a finalidade de melhorar a qualidade do ar. Mas será isto possível? Será possível melhorar a qualidade do ar, impedir a pro- gressão do aquecimento global, diminuir a taxa de ocorrência de chuvas ácidas, evitar a libertação de gases de efeito de estufa ou regenerar a camada de ozono? Perante todos os estragos que o Ho- mem acumulou ao longo do tempo, será que esta geração ainda vai a tempo? Ou será que chegamos ao ponto em que é irreversível? - É neste cenário que entra o conceito de poluição atmosférica. Com a evolução tecnológica de que a humanidade foi testemunha, vivemos num presente muito mais avançado e com muitos mais recursos científicos do que se vivia há alguns séculos atrás. Mas com os benefícios que a revolução industrial e todo o progresso tecnológico trouxe ao Homem, os consequentes malefícios também se refletiram na natureza, nomeadamente a poluição, que ameaça a qualidade do ar que respiramos e a nossa capacidade de sobreviver neste planeta. Todos os tipos de poluição merecem atenção das autoridades respetivas, do governo e de cada um de nós. No en- tanto, neste trabalho, vamos pôr o foco no ar que respiramos, chamando a atenção para a poluição do ar. De uma forma generalizada, a poluição atmosférica é a presença de substâncias gasosas ou parti- culadas na atmosfera que não ocorrem naturalmente e que alteram ou degradam a qualidade do ar
  • 4. Ano Letivo 2016/2017 Página 4 e apresentam malefícios à vida na Terra. Na sua maioria são componentes indesejáveis produzidos pelo Homem através da queima de combustíveis fósseis ou da atividade industrial, sendo então a poluição do ar antropogénica ou podem ser de origem natural quando os gases tóxicos libertados derivam de incêndios, fogos onde arde material biológico como vegetação. Em suma, a poluição do ar designa tudo aquilo que afeta, em qualquer medida, a saúde do Ho- mem, dos animais e das plantas, que causa a detioração das estruturas, interfere com as trocas co- merciais ou, o mais importante, interfere com a qualidade de vida. Conceitos introdutórios Tudo o que pode ser obtido a partir do meio ambiente em benefício das necessidades do ser hu- mano é compreendido como um recurso. Ao nível da química, os elementos essenciais que constituem a vida estão associados em biomolé- culas. Estes elementos circulam continuamente entre os organismos vivos e o ambiente, sendo estes processos denominados ciclos biogeoquímicos. Os ciclos ocorrem devido à intervenção da energia contida na luz solar e na gravidade. De um modo geral, para os seres vivos, apenas 20% dos elementos químicos conhecidos são es- senciais para a realização das suas funções. Os restantes 80% podem-se revelar tóxicos. Assim, relativamente à quantidade de elementos químicos adquiridos por um organismo, é rele- vante esclarecer alguns conceitos, como: Toxicidade A toxicidade indica o quão nociva é uma substância quando penetra no organismo, por ingestão, inalação, ou absorção cutânea. Os efeitos causados por uma substância estão dependentes de vários fatores tais como: Dose; Frequência de exposição à substância; Características da pessoa exposta; Características da substância em causa. A toxicidade de uma substância pode ser determinada de várias formas, nomeadamente através de estudos epidemiológicos ou de testes laboratoriais. Um estudo epidemiológico consiste na comparação da saúde de um grupo de indivíduos expostos a agentes tóxicos com a saúde de um grupo de pessoas não expostas a qualquer tipo de agente tóxi-
  • 5. Ano Letivo 2016/2017 Página 5 co. Ao passo que os testes laboratoriais permitem traçar uma curva dose-resposta com a finalidade de evidenciar os efeitos de várias dosagens de um determinado agente tóxico numa população de animais. Essa curva permite determinar a dose letal média ou LD50. Dose letal média ou LD50 A dose letal média ou LD50 é a quantidade de substância capaz de eliminar 50% dos animais de uma população-teste num período de 14 dias. Nível de toxicidade e LD50 para os seres Humanos Níveis de toxicidade LD50 (mg/Kg) Dose letal média para um adulto de 70 kg de peso corporal Super tóxico Menos de 0,01 Menos de uma gota Extremamente tóxico Menos de 5 Menos de 7 gotas Muito tóxico 5-50 De 7 gotas a uma colher de chá Tóxico 50-500 De uma colher de chá a seis colheres de sopa Moderadamente tóxico 500-5000 De seis colheres de sopa a meio litro Ligeiramente tóxico 5000-15000 De meio litro a um litro Não tóxico Mais de 15000 Mais de um litro Os agentes tóxicos podem causar dois tipos de efeitos:  Efeito agudo: quando o efeito do agente é extremamente rápido ou até mesmo imediato, pode ir de uma simples tontura até à morte.  Efeito crónico: o efeito da exposição a estes agentes provoca consequências duradouras ou permanentes, como por exemplo, insuficiência hepática ou renal.
  • 6. Ano Letivo 2016/2017 Página 6 Bioacumulação e Bioampliação A bioacumulação “é um processo que consiste no armazenamento de certas substâncias tóxicas em determinados órgãos ou tecidos, em níveis de concentração superiores ao normal.” (in Biologia 12, Parte 2) A bioampliação “é o fenómeno que ocorre quando os níveis de de- terminadas substâncias tóxicas aumente ao longo da cadeia alimentar. Verifica-se em substâncias lipossolúveis ou em isótopos radioativos e podem ser transmitidas à descendência durante a gestação e o aleita- mento.” (in Biologia 12, Parte 2) Antagonismo e Sinergismo O antagonismo e o sinergismo são interações químicas que influenciam os tipos de danos causa- dos por uma substância tóxica. O antagonismo é uma interação entre substâncias químicas cujos efeitos são opostos. O efeito da substância química reduz o efeito da substância com a qual interage. O sinergismo ocorre quando duas ou mais substâncias interagem de tal forma que o efeito com- binado é maior do que a soma dos efeitos separados, aumentando os seus efeitos. Contaminação e poluição A contaminação é o resultado da descarga de determinados elementos num ecossistema em con- centração superior à normal para esse local. Quando esta contaminação apresenta capacidade tóxica potencial, passa a designar-se poluição. A poluição consiste numa alteração das características físicas, químicas ou biológicas do ar, do solo, da água ou até mesmo dos alimentos, ameaçando assim a sobrevivência, a saúde e as condi- ções de vida dos seres humanos e de outras espécies. Esta pode ter duas origens: natural ou antro- pogénica. A poluição por causas naturais é provocada, por exemplo, pelas erupções vulcânicas ou pela radiação natural de certos elementos. Pelo contrário, aquela que é causada por fatores antropo- génicos deve-se principalmente a indústrias, a transportes ou ainda a agricultura intensa. Figura 1 Bioampliação representativa ao longo de uma cadeia alimentar https://pt.slideshare.net/nunocorreia /explorao-das-poten
  • 7. Ano Letivo 2016/2017 Página 7 Os efeitos da poluição podem ser locais ou globais, graduais ou imediatos e neles se incluem di- versos riscos para a saúde e degradação ambiental em geral. Tipos de poluição: Poluição visual; Poluição sonora; Poluição atmosférica; Poluição da água; Poluição do solo; Poluição Nuclear. Principais causas e consequências Causas da poluição Consequências da poluição  Aumento da população e dos aglome- rados humanos.  Utilização de resíduos fósseis poluen- tes  Estilo de vida, sociedade de consumo e bem-estar.  Crescimento económico alheio à pro- dução do ambiente.  Resíduos industriais, urbanos, hospi- talares, tóxicos e radiativos.  Comportamentos sociais e individuais inadequados para a defesa do meio ambiente.  Meios de transportes poluentes.  Utilização de produtos químicos.  Sobre-exploração de matérias-primas, na terra e no mar.  Conflitos militares e nucleares.  Alterações climáticas.  Perda de biodiversidade.  Desflorestação.  Desertificação.  Aumento do efeito de estufa- aque- cimento global.  Aumento do nível médio da água do mar.  Aumento de catástrofes naturais.  Diminuição da qualidade do ar e da água. Figura 2 Tipos de poluição http://brasilescola.uol.com.br/geografia/tipos- poluicao.htm
  • 8. Ano Letivo 2016/2017 Página 8 O que é a atmosfera? A atmosfera terrestre é uma fina camada de gases que se estende até cerca de 1000 km acima do nível médio das águas do mar, mas, aproximadamente 99% da massa que a constitui, localiza-se a menos de 40km de altitude. Verticalmente, divide-se em quatro camadas distintas (troposfera, estratosfera, mesosfera, ter- mosfera), definidas com base na temperatura e na direção do gradiente de temperatura. Origemeevoluçãodaatmosfera O momento exato em que a atmosfera começou a desenvolver-se é difícil de determinar. Admite- se, contudo, que não era igual à que conhecemos atualmente. A atmosfera primitiva era densa, quente, redutora e ácida, composta essencialmente por dióxido de carbono (CO2), monóxido de carbono (CO), água (H2O), hélio (He), metano (CH4), amónia (NH4), sulfureto de hidrogénio (H2S), hidrogénio (H2) e azoto (N2). Os constituintes mais abundantes seriam o CO2 e o CH4, gases com elevado potencial de efeito de estufa, a que a se acresce o vapor de água, terão mantido a superfície terrestre a uma elevada temperatura na ordem dos 90ºC. Esta composi- ção deve-se aos fenómenos que lhe terão dado origem, nomeadamente, os gases provenientes da nébula solar ( H e He), do vulcanismo (principalmente H2O, CO2, SO2, S, H, CO, HCl, N) e dos materiais resultantes do impacto de cometas e outros corpos celestes. No entanto, o hidrogénio e o hélio aca- baram por escapar para o espaço, devido à gravidade insuficiente por parte da Terra em manter ga- ses de baixo peso molecular. A ausência de campo magnético, dado que o núcleo ainda não se tinha diferenciado totalmente, permitiu que os ventos solares tivessem removido outros elementos. A par- tir do momento em que o campo magnético estabilizou, os gases provenientes do interior da Terra, através de processos de desgaseificação associados ao vulcanismo, começaram a acumular-se, dan- do início à formação da atmosfera terrestre. Relativamente à enorme quantidade de CO2 e CH4, à medida que se estabelece o ciclo hidrológico e se forma a crosta continental essa situação vai-se alte- rando, dando lugar à meteorização das rochas e consumo progressivo de CO2 atmosférico. Com o aparecimento das primeiras bactérias e desenvolvimento do metabolismo aeróbico, o oxigénio foi sendo progressivamente formado por processos biológicos e não somente através da fotólise. Inicialmente, o oxigénio produzido era consumido na oxidação de elementos e compostos reduzidos não havendo lugar para a sua acumulação de forma significativa na atmosfera. A situação
  • 9. Ano Letivo 2016/2017 Página 9 muda posteriormente, pois a atmosfera começa a adquirir gradualmente as características que co- nhecemos atualmente. Algumas mudanças sofridas pela atmosfera ao longo da história No Proterozóico superior dá-se um evento climático catastrófico, que leva ao desenvolvimento de uma glaciação, conhecida como a hipótese da “Snowball Earth”. Nesta altura, devido à acumulação excessiva de CO2 na atmosfera, a vida na Terra sofre um perigo sem igual e o pla- neta mergulha num gélido manto branco cujos modelos físicos preveem não ser possível de re- cuperar, mas que a recente acumulação de CO2, vai demonstrar precisamente o contrário. No Câmbrico, devido à acumulação do oxigénio na atmosfera, os níveis dos gases atmosféricos mantêm-se relativamente constantes. No entanto, em diversas ocasiões assiste-se a variações dos níveis atmosféricos em O2 e CO2. Um desses eventos decorre durante o desenvolvimento das grandes plantas terrestres tendo-se estabelecido um desequilíbrio no balanço entre a pro- dução e consumo do oxigénio, permitindo que este tenha atingido níveis bem mais elevados que os atuais. Durante todo o Fanerozóico, as concentrações de CO2 encontravam-se mais elevadas que as atuais, tendo igualmente ocorrido grandes transferências deste gás para a atmosfera durante eventos de superplumas e formação das grandes províncias ígneas. Composição da atmosfera Os gases constituintes da atmosfera terrestre têm um papel fundamental no sistema climático, em particular na manutenção da temperatura amena do planeta através do efeito de estufa, assim como na absorção parcial da radiação solar, em particular da radiação ultravioleta através da camada de ozono. Atualmente, a atmosfera da Terra é maioritariamente constituída por azoto (78,08% em volume) e oxigénio (20,95%) ficando os restantes 2% para os chamados componentes vestigiais ou minoritá- rios que, para além do vapor de água, cuja quantidade varia consoante o ar esteja seco ou húmido, incluem árgon (0,93%), dióxido de carbono (0,037%), néon (0,0018%), hélio (0,0005%), metano (0,00017%), crípton (0,0011%), hidrogénio (0,00005%) e xénon (0,000009%). Embora em quantida- des ainda menores, inclui, também, gases como o óxido de azoto (NO; NO2), o monóxido de carbono, o amoníaco, o dióxido de enxofre, o ozono e os clorofluorcarbonetos (CFC’s).
  • 10. Ano Letivo 2016/2017 Página 10 Atmosfera primitiva vs. Atmosfera atual Estrutura em camadas Tal como referido anteriormente, a atmosfera terreste está estruturada em quatro camadas dis- tintas: Troposfera É a camada que se encontra em contacto com a superfície da Terra. Atinge uma altitude aproxi- mada de 15 a 18 Km no equador e de 6 a 8 Km nos po- los, sendo a sua espessura variável com as estações do ano. Corresponde ao invólucro onde ocorrem os fenómenos meteorológicos mais importantes e que afetam diretamente a vida sobre a superfície. A tempe- ratura na troposfera cai rapidamente com a altitude, numa razão média de 6,5ºC por quilómetro. A troposfe- ra é aquecida principalmente pela absorção de radiação de ondas longas emitidas pela superfície terrestre, a qual, por sua vez, se aquece pela absorção da radiação solar. Por esta razão, a superfície do solo é considerada como fonte de calor para a troposfera. Há ocasiões, em geral durante a noite, nas quais se observa o fenómeno denominado Inversão Térmica, em que, ao invés de di- minuir, a temperatura do ar aumenta com a altura aci- Figura 3 Comparação entre a composição da atmosfera primitiva e da atmosfera atual. http://www.notapositiva.com/old/trab_estudantes/trab_e studan- tes/fisico_quimica/fisico_quimica_trabalhos/atmosferaterr estre.htm Figura 4 Estrutura da Atmosfera (Vianello e Alves, 1991) http://pelicano.ipen.br/PosG30/TextoCompleto/Sandro%20Toshio% 20Uehara_M.pdf
  • 11. Ano Letivo 2016/2017 Página 11 ma do solo. Uma outra característica importante da troposfera é o facto de que aproximadamente 75 % da massa total da atmosfera e, praticamente, todo o vapor de água se encontram nos seus li- mites. Tropopausa É a região de transição entre a troposfera e a estratosfera. A sua principal característica é a iso- termia. Nas latitudes médias, a temperatura da tropopausa varia de -50 a -55ºC e a sua espessura é da ordem de 3 Km. Estratosfera Nesta camada, cujo limite superior se encontra aproximadamente a 50 Km de altitude, a tempe- ratura cresce, atingindo, no topo, valores máximos próximos de 0ºC. Esse comportamento é atribuí- do à absorção da radiação ultravioleta pelo ozono, presente nesta região. Quanto aos movimentos atmosféricos, é importante realçar que esta camada apresenta uma variação da temperatura estável (“frio” por baixo, “quente” por cima). Estratopausa Esta é a região de transição entre a estratosfera e a mesosfera. Caracteriza-se, em relação à temperatura, pela isotermia (temperatura em torno de 0ºC) e em relação à composição química, por uma queda acentuada na concentração de oxigénio molecular. A sua espessura média é de 3 a 5 Km. Mesosfera Como a troposfera, esta camada é aquecida por baixo (pela camada de ozono). Portanto, a tem- peratura também decrescerá, neste caso, a uma taxa de 3,5ºC por quilómetro, atingindo, no topo da camada, a 80 Km de altitude, o valor mais baixo de toda a atmosfera, em média 90ºC negativos. Em- bora a proporção entre nitrogénio e oxigénio seja considerada constante nesta camada, a presença de moléculas torna-se cada vez mais rara, a partir da base, sendo os elementos encontrados mais na forma monoatómica. O vapor de água e o CO2 praticamente já não existem a partir dos 60 Km apro- ximadamente. Nesta região, onde são observadas as auroras, predomina a ocorrência de iões e partí- culas livres. Mesopausa É a região de transição entre a mesosfera e a termosfera. Como as outras regiões de transição, apresenta isotermia. Possui uma espessura média de 10 km, com limites entre 80 e 90 km.
  • 12. Ano Letivo 2016/2017 Página 12 Termosfera A partir dos 90 km de altitude, a termosfera estende-se por centenas de quilómetros em direção ao espaço, sendo o seu limite superior considerado como o “topo da atmosfera”, a 1000 km de alti- tude. Embora a noção de temperatura se torne imprecisa, em razão da rarefação de moléculas, pode- se dizer que varia de 500 K a 2000 K, dependendo da atividade solar e do horário. Nos primeiros 50 km da termosfera encontra-se uma camada com propriedades peculiares, a ionosfera. Pela ação fo- toquímica da radiação solar de baixos comprimentos de onda, a ionosfera apresenta considerável quantidade de átomos e moléculas ionizados, bem como os correspondentes eletrões livres, o que lhe confere a propriedade de refletir eficientemente as ondas de rádio. Poluentes atmosféricos Os poluentes atmosféricos são gases e partículas sólidas (poeiras, pós e fumos), resultantes das atividades humanas e de fenómenos naturais, dispersos no ar atmosférico. Desta forma, incluem-se nesta categoria, os gases e partículas expelidos por veículos, indústrias e também aqueles oriundos da degradação da matéria orgânica, vulcanis- mos e outros fenómenos naturais. Estes poluentes podem ser classificados em poluentes primários ou poluentes secundá- rios. Os poluentes primários são as substâncias emitidas para a troposfera numa forma poten- cialmente prejudicial. Uma vez na troposfera, alguns destes poluentes primários podem rea- gir entre si, ou com componentes básicos do ar, para formar novos poluentes, denominados poluentes secundários. Efeitos dos poluentes Os efeitos da exposição aos poluentes atmosféricos dependem essencialmente das suas concen- trações na atmosfera e do tempo de exposição podendo, por exemplo, exposições prolongadas a concentrações baixas de poluentes serem mais nocivas do que exposições de curta duração a con- centrações elevadas. Os efeitos dependem também de fatores de sensibilidade dos indivíduos, que Figura 5 Tipos de poluentes http://grupo72j.blogspot.pt/2015/10/poluentes-atmosfericos.html
  • 13. Ano Letivo 2016/2017 Página 13 determinam a sua maior ou menor severidade, tais como, idade, estado de saúde ou mesmo predis- posições genéticas, o que torna difícil a avaliação dos efeitos dos poluentes atmosféricos na saúde de cada um. Os poluentes atmosféricos podem ser particularmente nocivos para crianças, idosos, grá- vidas e indivíduos que sofrem de problemas respiratórios e cardíacos, sobretudo em situação de episódios de poluição. Efeitos das condições meteorológicas A qualidade do ar depende das emissões dos poluentes mas está também sujeita à variabilidade dos fenómenos atmosféricos, os quais desempenham um papel preponderante nos processos de transporte, transformação e dispersão dos poluentes na atmosfera. Estes processos são influencia- dos pela topografia local e por fatores meteorológicos como o vento, a pressão atmosférica, a tem- peratura, a precipitação e a radiação solar. O vento é um fator meteorológico com efeitos diretos e determinantes nas condições de dispersão dos poluentes. A velocidade do vento determina a produ- ção de turbulência mecânica, que é responsável pela dispersão local. A ausência de vento favorece a concentração de poluentes, e situações de vento moderado favorecem a sua dispersão, no entanto, o vento forte pode provocar poluição localizada na direção dos ventos dominantes. A temperatura intervém na química dos poluentes e desempenha também um papel importante na sua dispersão vertical na atmosfera. No verão, temperaturas elevadas favorecem a formação do ozono e no inver- no as diferenças de temperatura entre o dia e a noite podem provocar inversões térmicas e picos de poluição. A precipitação está geralmente associada a uma atmosfera instável, favorecendo uma boa dispersão dos poluentes atmosféricos. As gotas de chuva solubilizam os poluentes gasosos e as par- tículas, provocando a sua deposição sobre o solo e outras superfícies, diminuindo assim as concen- trações no ar. Uma radiação solar forte, associada a temperaturas elevadas, contribui para a formação de polu- entes fotoquímicos como o ozono. Tipos de poluentes atmosféricos: Existem diferentes tipos de poluentes atmosféricos, no entanto, vamos apenas mencionar aqueles que acarretam uma maior importância, nomeadamente: Monóxido de carbono (CO) Dióxido de azoto (NO2) Dióxido de enxofre (SO2)
  • 14. Ano Letivo 2016/2017 Página 14 Partículas suspensas (PM10 e PM2.5) Ozono (O3) Chumbo (Pb) Aldeídos (RCHO) Hidrocarbonetos (HC) Poluentes Climáticos de Vida Curta (PCVC) Compostos orgânicos voláteis (COV) Monóxido de carbono (CO) O monóxido de carbono (CO) é um gás incolor, inodoro e venenoso. É emitido nos processos de combustão que ocorrem em condições não ideais, em que não há oxigénio suficiente para realizar a queima completa do combustível. A maior parte das emissões em áreas urbanas são decorrentes dos veículos. O efeito destas emissões é variado. No ser humano, a sua reação com a hemoglobina dos eritrócitos reduz a capacidade de transporte de oxigénio do sangue, o que acarreta uma série de con- sequências nomeadamente: o abrandamento dos reflexos, cefaleias, tonturas e náuseas e pode ainda despoletar ataques cardíacos; prejudicar o desenvolvimento dos fetos e dos bebés e agravar a bron- quite crónica, o enfisema pulmonar e a anemia. Caso as concentrações sejam muito altas pode cau- sar colapso, coma, morte de células cerebrais e morte. Dióxido de azoto (NO2) O dióxido de azoto (NO2) é um gás acastanhado, facilmente detetável pelo odor, muito corrosivo e um forte oxidante que pode ser convertido em ácido nítrico (HNO3) na atmosfera. O NO2 surge como produto secundário da queima de combustíveis fósseis. As grandes fontes deste composto são as centrais termoelétricas, os transportes rodoviários, os navios, e alguns processos de fabrico como, por exemplo, a indústria química de produção de fertilizantes azotados. Das fontes de origem natural de NO2, destacam-se as trovoadas e a atividade bacteriana. As principais consequências da liberta- ção de NO2 em concentrações elevadas são: efeitos que vão desde a irritação dos olhos e garganta ou até das vias respiratórias, provocando diminuição da capacidade respiratória, dores no peito, edema pulmonar e danos no sistema nervoso central e nos tecidos. Alguns destes efeitos são retar- dados, não aparecendo durante ou logo após a exposição.
  • 15. Ano Letivo 2016/2017 Página 15 Contribuem igualmente para o fenómeno das chuvas ácidas assim como para a eutrofização dos cursos de água e dos lagos, para a destruição da camada de ozono estratosférico e para o efeito de estufa. Dióxido de enxofre (SO2) O dióxido de enxofre (SO2) é um gás tóxico e incolor, pode ser emitido por fontes naturais ou por fontes antropogénicas e pode reagir com outros compostos na atmosfera, formando material parti- culado de diâmetro reduzido, é emitido no momento da queima de combustíveis fósseis tais como o carvão e o fuelóleo. As principais fontes são as centrais térmicas, as grandes instalações de combus- tão industriais e as unidades de aquecimento doméstico. Além das fontes antropogénicas, o SO2 tem origem natural sobretudo em atividades geotérmicas. As emissões provenientes dos veículos têm vindo a baixar com a diminuição progressiva do enxofre nos combustíveis. Nos últimos anos as emissões de origem industrial têm vindo também a diminuir em consequência das medidas técnicas e regulamentares que têm sido tomadas e da diminuição da utilização de fue- lóleo e de carvão com um elevado teor de enxofre. O SO2 causa irritação dos olhos e problemas de ordem respiratória, como irritação das vias respiratórias superiores, nariz e garganta. Pode também causar lesões a nível pulmonar, tosse e broncoconstrição. A presença deste poluente pode ainda po- tenciar os efeitos de doenças cardiovasculares e respiratórias, como por exemplo a asma. Na presen- ça de outros poluentes como as partículas, observa-se um efeito de sinergia, agravando-se ainda mais os sintomas. O SO2 transforma-se em ácido sulfúrico no contacto com a humidade do ar e parti- cipa no fenómeno de formação das chuvas ácidas. Contribui igualmente para a degradação da pedra e dos materiais de numerosos monumentos. A deposição de SO2 afeta a vegetação, podendo causar diminuição das taxas de crescimento e fotossintética devido à degradação da clorofila e aumento da sensibilidade a outros fatores como o gelo e/ou parasitas. Os líquenes são as espécies mais sensíveis, sendo por isso bons indicadores da presença deste tipo de poluição. Partículas suspensas (PM10 e PM2.5) As partículas são um conjunto complexo de substâncias, minerais ou orgânicas, que se encon- tram em suspensão na atmosfera, sob a forma líquida ou sólida. A sua dimensão pode variar entre algumas dezenas de nanómetros e uma centena de micrómetros (µm). As partículas são emitidas para a atmosfera a partir de uma gama variada de fontes antropogénicas sendo as mais importantes
  • 16. Ano Letivo 2016/2017 Página 16 a queima de combustíveis fósseis, o tráfego rodoviário e determinados processos industriais. Estas substâncias podem também ser emitidas por fontes naturais tais como os vulcões, fogos florestais ou serem resultantes da ação do vento sobre o solo e superfícies aquáticas. Quanto mais pequenas as partículas, maior a probabilidade de penetrarem profundamente no aparelho respiratório e maior o risco de induzirem efeitos negativos. As partículas com um diâmetro aerodinâmico inferior a 10 µm (PM10) são as mais nocivas, pois penetram no aparelho respiratório, podendo as mais finas, de diâmetro inferior a 2,5 um (PM2.5), atingir os alvéolos pulmonares e interferir nas trocas gasosas. A exposição crónica a partículas contribui para o risco de desenvolvimento de doenças respiratórias e cardiovasculares, assim como para o cancro de pulmão. As partículas em suspensão são também um veículo de transporte eficaz para outros poluentes atmosféricos que se fixam à sua superfície, especi- almente hidrocarbonetos e metais pesados. Estas substâncias são muitas vezes transportadas até aos pulmões onde podem depois ser absorvidas para o sangue e tecidos. Os efeitos de sujidade nos edifí- cios e monumentos são os mais evidentes das partículas no ambiente. Ozono (O3) O ozono (O3) é um gás irritante, altamente reativo e apresenta um odor desagradável. Nas ca- madas altas da atmosfera, ao nível da estratosfera, o O3 desempenha um papel vital ao filtrar a ra- diação solar ultravioleta, protegendo assim a vida sobre a Terra. Na troposfera o O3, designado como ozono troposférico, afeta negativamente a saúde humana. O ozono troposférico é um poluente se- cundário que resulta geralmente da transformação química na atmosfera de certos poluentes desig- nados por primários, em particular os óxidos de azoto e os compostos orgânicos voláteis, por ação da radiação solar. Os poluentes primários que dão origem à formação do O3 são essencialmente resul- tantes das emissões dos veículos automóveis e de determinadas atividades industriais. O O3 é um gás agressivo para as mucosas oculares e respiratórias e, tal como outros oxidantes fotoquímicos, pene- tra nas vias respiratórias profundas, afetando essencialmente os brônquios e os alvéolos pulmonares. A ação do O3 pode manifestar-se por irritações nos olhos, nariz e garganta, dores de cabeça e por problemas respiratórios, tais como dificuldade em respirar, dores no peito e tosse. A presença deste poluente pode também provocar o agravamento de patologias respiratórias já existentes e reduzir a resistência a infeções respiratórias. Tem um efeito nocivo sobre a vegetação ao reduzir a atividade fotossintética e sobre certos materiais como a borracha, têxteis e pinturas. Ao nível da troposfera, o O3 é também um gás com efeito de estufa, contribuindo para o aquecimento do planeta.
  • 17. Ano Letivo 2016/2017 Página 17 Chumbo (Pb) O chumbo é um metal tóxico e os seus compostos são emitidos para a atmosfera em forma de partículas. As principais fontes deste metal são as tintas, as pilhas e as baterias e a gasolina chumbo (em desuso nos países desenvolvidos). Esta acumula-se nos tecidos, causa danos no sistema nervoso provocando atraso mental, sobretudo em crianças e em termos ambientais, pode danificar a fauna selvagem. Aldeídos (RCHO) Os aldeídos são compostos químicos resultantes da oxidação parcial dos álcoois ou de reações fotoquímicas na atmosfera, envolvendo hidrocarbonetos. São emitidos na queima de combustível em veículos automotores, principalmente nos veículos que utilizam etanol. Os aldeídos emitidos pe- los carros são, predominantemente o formaldeído e o acetaldeído. Estes têm como principais efeitos a irritação das mucosas, dos olhos, do nariz e das vias respiratórias em geral e podem causar crises asmáticas, são ainda compostos carcinogénicos potenciais. Hidrocarbonetos (HC) Os hidrocarbonetos são compostos formados por carbono e hidrogénio que podem apresentar- se na forma de gases, partículas finas ou gotas. Podem ser divididos em: THC - hidrocarbonetos totais; CH4 - hidrocarboneto simples, conhecido como metano; NMHC - hidrocarbonetos não metano, compreendem os HC totais (THC) menos a parcela de metano (CH4). Provêm de uma grande variedade de processos industriais e naturais. Nos centros urbanos, as principais fontes emissoras são os carros, autocarros e caminhões, nos processos de queima e evapo- ração de combustíveis. São precursores para a formação do ozono troposférico e apresentam po- tencial causador de efeito estufa (metano). Poluentes Climáticos de Vida Curta (PCVC) São poluentes que têm vida relativamente curta na atmosfera (de alguns dias à algumas déca- das), apresentam efeitos nocivos à saúde, ao ambiente e também agravam o efeito estufa. Os prin- cipais PCVC são o carbono negro, o metano, o ozono troposférico e os hidrofluorocarbonetos (HFC). As fontes principais de carbono negro são a queima ao ar livre de biomassa, motores a diesel e a
  • 18. Ano Letivo 2016/2017 Página 18 queima residencial de combustíveis sólidos (carvão, madeira). As fontes de metano antropogénicas são sistemas de óleo e gás, agricultura, criação de animais, aterros sanitários e tratamentos de esgo- tos. Em relação aos HFCs, o seu uso ocorre principalmente em sistemas de ar condicionado, refrige- ração, supressores de queima, solventes e aerossóis. Os PCVCs têm efeitos negativos sobre a saúde humana, sobre os ecossistemas e sobre a produção agrícola. O carbono negro é um dos componen- tes do material particulado, o qual apresenta efeitos nocivos sobre os sistemas respiratório e san- guíneo, podendo levar ao óbito. O metano tem grande potencial de aquecimento global, além de ser precursor na formação do ozono troposférico. Os HFCs, assim como o metano, também apresentam grande potencial de aquecimento global. Compostos orgânicos voláteis (COV) Os compostos orgânicos voláteis (COV) compreendem compostos como os aldeídos, as cetonas e os hidrocarbonetos aromáticos monocíclicos tais como o benzeno, tolueno, xilenos, correntemente designados por BTX. Destes compostos, apenas o benzeno é objeto de regulamentação. Os COV en- tram na composição dos combustíveis mas também na de diversos produtos de uso corrente como as tintas, colas, cosméticos, solventes, detergentes de limpeza, de uso doméstico, profissional ou indus- trial. Estes compostos são emitidos durante a sua combustão (nomeadamente nos gases de escape dos veículos rodoviários), ou por evaporação no momento da sua produção, armazenamento e utili- zação. Os COV podem também ter uma origem natural, já que são também emitidos pela vegetação. Os efeitos dos COV são muito variáveis, dependendo da natureza do composto, podendo variar de uma simples incomodidade olfativa até efeitos mutagénicos e carcinogénicos (provocados por compostos como o benzeno), passando por irritações diversas e por uma diminuição da capacidade respiratória. Estes desempenham um papel muito importante nos mecanismos de formação do ozono na baixa atmosfera (troposfera). Intervêm igualmente nos processos conducentes à formação de gases com efeito de estufa. Efeito de estufa: Fenómeno natural responsável direto pelo aquecimento global “De que forma a Humanidade é capaz de manipular um fenómeno natural (efeito de estufa) contribuindo acentuadamente para a alteração das condições ambientais do planeta?” Desde da sua formação que a temperatura média da Terra tem sofrido algumas oscilações, o que está diretamente relacionado com a quantidade de energia recebida pelo mesmo planeta. Estas oscilações estão associadas a diversos fenómenos naturais nomeadamente: as pequenas variações na
  • 19. Ano Letivo 2016/2017 Página 19 órbita da Terra, a alteração da atmosfera e da superfície da Terra e as variações da energia emitida pelo Sol. Contudo, no último século, uma outra força começou a influenciar a temperatura da Terra: a humanidade. Mas, afinal como é que a Humanidade consegue influenciar o clima? E até que ponto se pode alterar o clima? Orçamento energético da Terra De forma a garantir uma perpetuação das espécies é necessário, principalmente, que as condições ambientais se mantenham constantes, entre estas condições temos a temperatura. Uma das principais características da Terra que permite a existência de vida é exatamente a sua temperatura média amena de cerca de 15ºC. A principal fonte de energia do nosso planeta, e em geral, de todos os planetas do sistema solar, é o Sol. No entanto, ao contrário com o que se possa julgar, não é a distância a esta estrela que vai determinar a temperatura de cada um dos planetas que constituem o sistema solar, mas antes a composição da sua atmosfera, que apresentando estabilidade composicional ao longo do tempo contribui para uma temperatura constante, pelo que qualquer alteração num dos fatores contribui para o desequilíbrio do outro. Mas de que forma o nosso planeta possui uma temperatura média à superfície constante? Esta temperatura média, constante e amena é conseguida através de 3 mecanismos desempenhados pelos componentes da atmosfera: 1. Movimento do calor de um local para outro Mecanismos naturais permitem eficazmente distribuir de uma forma não uniforme a temperatura pela atmosfera e pela superfície terrestre. 2. Equilíbrio radioativo O equilíbrio radiativo consiste na capacidade da atmosfera de controlar a energia que entra e sai do planeta, garantindo que estas trocas energéticas sejam equilibradas, isto é, a energia recebida seja igual à energia reemitida para o espaço. De uma forma mais pormenorizada, dos 340W/m2 de energia solar recebida pela Terra: 29% é imediatamente reemitida pelas nuvens, pelas partículas atmos-féricas ou pelas grandes superfícies refletoras como o mar, o gelo e a neve.
  • 20. Ano Letivo 2016/2017 Página 20 23% é absorvida na atmosfera pelo vapor de água, poeira e o ozono. 48% passa a atmosfera e é absorvida pela superfície. 3. Efeito de estufa A porção da radiação solar incidente absorvida é reemitida pelos corpos térmicos sob a forma de calor –a radiação térmica infravermelha. A partir da superfície, esta energia viaja para a atmosfera, onde grande parte é reabsorvida pelo vapor de água e pelos gases de efeito de estufa de longa duração como o dióxido de carbono e o metano. Estas moléculas após absorverem esta energia aquecem, para de seguida a irradiarem sob a forma de calor em todas as direções. Este calor irradiado encontra novas moléculas de gases de efeito de estufa e o processo repete-se continuamente. Por outro lado, parte desta radiação é reemitida em direção à superfície terrestre onde é reabsorvida, o que faz com que a superfície se torne mais quente do que seria se fosse unicamente aquecida pela radiação emitida diretamente pelo sol. Figura 6 Equilíbrio radioativo - NASA illustration by Robert Simmon. Astronaut photograph ISS013-E-8948. https://earthobservatory.nasa.gov/Features/Energ yBalance/page4.php Figura 7 Efeito de estufa - NASA illustration by Robert Simmon. https://feww.wordpress.com/2 009/01/21/
  • 21. Ano Letivo 2016/2017 Página 21 O efeito de estufa como problema ambiental Como vimos até agora, o efeito de estufa é um fenómeno natural e condição indispensável há existência de vida na Terra. No entanto, a intensidade deste fenómeno depende diretamente da composição atmosférica tal como vimos, em particular, da composição no que toca aos gases de efeito de estufa. A composição atmosférica variou naturalmente ao longo dos milhões anos desde a sua formação devido a acontecimentos pontuais ou progressivos, mas sobretudo devido a causas naturais, que ficam registadas em ecossistemas, nomeadamente nas bolhas de ar nos glaciares. Através do estudo de bolhas de ar em glaciares de diversas idades foi possível determinar com alguma objetividade as variações naturais da temperatura média ao longo dos séculos. Por comparação com estas amostras ancestrais foi possível determinar as “paleotemperaturas” e avaliar a influência do homem na composição atual da atmosfera assim como as alterações futuras da mesma. Figura 8 Variações naturais da temperatura média datadas de há 800000 anos, registadas em bolhas de ar nos glacia- res. (Photograph courtesy National Snow & Ice Data Center - NASA graph by Robert Simmon, based on data from Jouzel et al., 2007. https://earthobservatory.nasa.gov/Features/GlobalWarming/page3.php Figura 9 Oscilações da temperatura global ao longo dos anos. (Graph adapted from Mann et al., 2008.) https://earthobservatory.nasa.gov/Features/GlobalWarming/page3.ph p
  • 22. Ano Letivo 2016/2017 Página 22 Ao longo dos séculos o Planeta Terra foi sofrendo variações significativas no que toca à sua temperatura média. Também como atualmente, no passado verificaram-se períodos de aquecimento. No entanto, a taxa de aquecimento atual é bastante superior a qualquer uma das já verificadas. Estes modelos preveem que a Terra irá aquecer a uma velocidade cerca de 20 vezes superior ao anteriormente registado. No último século, esta alteração para além de progressiva e crescente tem como principal fonte potenciadora a Humanidade. O que é preocupante não é o efeito de estufa como mecanismo natural, uma vez que, sem ele a vida não era possível, o preocupante é que nos últimos 250 anos, os humanos têm artificialmente aumentado a concentração de gases de efeito de estufa na atmosfera numa taxa cada vez maior. Desde a Revolução Industrial em 1750, os níveis de dióxido de carbono aumentaram aproximadamente 38% e de metano 148%. Em suma, desde a revolução industrial e com o desenvolvimento tecnológico, a sociedade industrializada liberta, numa consciência desmedida, gases de efeito de estufa para a atmosfera, que provocam um acréscimo neste mecanismo natural que dita um aumento da temperatura média do planeta – o aquecimento global. Figura 10 Aumento da concentração de CO2 e de NH4, respetivamente,desde a Revolução Industrial.Medição do gelo antártico (linhas verdes) combinado com medições atmosféricas direstas(linhas azuis) mostram o aumento de ambos os gases ao longo do tempo - NASA graphs by Robert Simmon http://www.geocoops.com/clima te-change.html
  • 23. Ano Letivo 2016/2017 Página 23 O que é o aquecimento global? O aquecimento global consiste no aumento anormalmente rápido da temperatura média na superfície da Terra e está associado maioritariamente, no último século, à libertação dos gases de efeitos de estufa por diversas práticas humanas, mas em particular pela queima de combustíveis fosseis. Este rápido aquecimento da Terra tem sido bastante significativo: nos últimos 50 anos a taxa de crescimento da temperatura duplicou. Principais causas do aquecimento global Se por um lado o maior potenciador do aquecimento, há milhões de anos, eram as catástrofes naturais, atualmente, estas causas apenas contribuem para uma pequena percentagem do aquecimento, sendo as principais potenciadores os fenómenos antropogénicos. A temperatura no planeta resulta de um equilíbrio entre a energia que entra no sistema atmosfera -Terra e a que sai. A variação do sistema climático ocorre quando existe um desequilíbrio devido à ação de forças externas (forcings) naturais, antropogénicas ou fruto de uma mudança na dinâmica interna do clima. Forças externas naturais Alterações na intensidade da radiação solar; Ciclos Milankovitch, isto é, pequenas variações na órbita da Terra e no seu eixo de rotação que ocorre ao longo de milhões de anos; Figura 11 Variação da temperatura no último século. (NASA figure adapted from Goddard Institute for Space Studies Surface Temperature Analysis). https://earthobservatory.nasa.gov/Features/GlobalWarming/page2.php
  • 24. Ano Letivo 2016/2017 Página 24 Grandes erupções vulcânicas que libertam para a atmosfera, em particular para a alta estratosfera, partículas que refletem a radiação; El Niño, La Niña, a NAO ou a Corrente do Atlântico Norte, que influenciam o clima de uma forma periódica; A alteração da temperatura do dia para a noite. Forças externas antropogénicas Poluição do ar através da libertação de partículas que formam os aerossóis que absorvem e refletem a radiação solar incidente; Mudanças no uso do solo devido à desflorestação, irrigação ou produção de culturas que alteram o albedo da superfície e induzem mudanças no sistema; O aumento da concentração de gases de efeito de estufa libertados de atividades como a indústria, os transportes e a agricultura associados maioritariamente à queima de combustíveis fósseis e que contribuem para a diminuição do calor libertado para o espaço. Figura 12 Photographs ©2008 antonio, ©2008 haglundc, and courtesy Mike Embree/National Science Foundation. https://feww.wordpress.com/2011/02/24/
  • 25. Ano Letivo 2016/2017 Página 25 Quais os factores que mais influenciam o aquecimento natural: os naturais ou os humanos? Respostas naturais ao Aquecimento Global Face aos desequilíbrios provocados por estas forças, o clima responde através de uma série de mecanismos de resposta – mecanismos de feedback – que podem agravar ou não (positivos ou negativos, respetivamente) a mudança em curso. A persistência destas forças externas provocam uma mudança na temperatura que se irá manter até o planeta recuperar, de uma forma natural, o seu equilíbrio energético. As principais respostas associadas a estes problemas ambientais são:  Degelo dos glaciares no hemisfério Norte O degelo acaba por destruir parte da superfície terrestre refletora, e consequentemente acaba por expor superfície oceânica escura. Para além disso, a neve torna-se cada vez menos frequente, pelo que não é possível repor o gelo perdido. Em consequência, ocorrerá uma diminuição da percentagem de radiação refletida e, em simultâneo, um aumento da radiação absorvida pela superfície terrestre, o que conduz a um aumento da energia no sistema Terra provocando assim, um maior aquecimento do planeta.- Mecanismo de feedback positivo.  Vapor de água Figura 13 Comparação entre a influência da natureza nas variações de temperatura na Terra e a influência do Homem. https://earthobservatory.nasa.gov/Features/GlobalWarming/page4.php
  • 26. Ano Letivo 2016/2017 Página 26 O vapor de água é o gás de efeito de estufa mais poderoso devido à sua abundância na atmosfera. Este é responsável por 2/3 do efeito de estufa. Com o aumento da temperatura, a quantidade de água que evapora da superfície aumenta e, consequentemente, a quantidade de vapor de água na atmosfera aumenta, o que mais uma vez, faz com que a temperatura aumente ainda mais - Mecanismo de feedback positivo  Nuvens As nuvens têm um efeito contraditório no que toca à temperatura do planeta: por um lado, refletem a radiação solar, diminuindo a temperatura; por outro lado, absorvem a radiação infravermelha proveniente da superfície, aquecendo o planeta. No entanto, do equilíbrio das taxas de absorção e reflexão, as nuvens tem um efeito que permite diminuir a temperatura- Mecanismo de feedback negativo.  O ciclo do Carbono O aumento do dióxido de carbono atmosférico provocado pelo uso de combustíveis fósseis causa alterações no ciclo natural do carbono e provoca alterações na temperatura. Em primeiro lugar, os oceanos e determinados ecossistemas do continente fixam aproximadamente metade do dióxido de carbono emitido pela queima de gases de efeito de estufa, o que desacelera o aumento do aquecimento global. No entanto, com o aquecimento da temperatura, e por equilíbrio térmico, com o aquecimento das águas dos mares, estes ficam menos solúveis e consequentemente dissolvem cada vez menos dióxido de carbono, deixando mais na atmosfera. Figura 14 Astronauta da NASA fotografa a partir do Johnson Space Center Earth Observations Lab https://earthobservatory.nasa.gov/Features/GlobalWarming/page5.php Figura 15 Quantidade total de dióxido de carbono produzido pelo ho- mem absorvida pela água do oceano. https://earthobservatory.nasa.gov/Features/GlobalWarming/page5.php
  • 27. Ano Letivo 2016/2017 Página 27 No continente as alterações no ciclo do carbono são bastante mais complicadas. Devido ao aumento da temperatura, os solos, em particular, o degelo do Ártico, libertam dióxido de carbono e metano para a atmosfera. Também o aumento das infestações de insetos e de incêndio conduz a uma aumento da libertação de CO2 para a atmosfera. Quanto mais irá aquecer a Terra? Há medida que o consumo de combustíveis fósseis aumenta, a concentração atmosférica de gases de efeito de estufa aumenta simultaneamente e, consequentemente, a temperatura média à superfície da Terra irá também aumentar. Baseando-nos num cenário plausível no que toca às emissões destes gases, estima-se que a temperatura da Terra irá aumentar entre 2ºC a 6ºC até ao final deste mesmo século. Como é que o aquecimento global irá alterar o planeta Terra? Consequências do Aquecimento Global O próprio aumento da temperatura é uma consequência significativa em si mesma, no entanto, o aquecimento global tem uma série de consequências adicionais para o planeta. O aquecimento global é o responsável por muitas das alterações que já se verificam intensamente no nosso planeta tal como: alteração do padrão das chuvas; aumento da erosão da costa; Figura 16 Simulações modelo elaboradas pela Intergovernmental Panel on Climate Change https://earthobservatory.nasa.gov/Features/GlobalWarming/page5.php
  • 28. Ano Letivo 2016/2017 Página 28 prolongamento da época de crescimento em algumas regiões; degelo dos glaciares e a alteração do alcance e propagação de algumas doenças infeciosas. Estas consequências vão afetar, em particular, quatro setores do planeta Terra: o clima; o nível das águas do mar; os ecossistemas e o homem. Alterações climáticas  Dias quentes mais frequentes e dias frios menos frequentes;  Ondas de calor mais intensas e frequentes;  Tempestades, cheias e secas mais acentuadas com a alteração dos padrões de precipitação;  Aumento do número e intensidade dos furacões devido ao aumento da temperatura na superfície dos oceanos. Aumento do nível médio das águas do mar Em consequência dos degelos provocados pelo aquecimento global resulta o aumento do nível médio das águas do mar. Este aumento vai conduzir a outras duas grandes consequências: a erosão dos solos e o aumento das cheias na costa o que conduzirá inevitavelmente ao desaparecimento de Figura 17 Alterações da precipitação no mundo. https://earthobservatory.nasa.gov/Features/GlobalWarming/page6.php
  • 29. Ano Letivo 2016/2017 Página 29 ilhas e países junto da costa. Este problema é realmente preocupante uma vez que, cerca de 10% da população mundial vive em zonas vulneráveis à ocorrência destes fenómenos, isto é, regiões a menos de 10 metros acima do nível médio das águas do mar. Nos últimos anos o aumento do nível médio das águas do mar tem aumentado progressiva e aceleradamente. Estima-se que este aumento continue e se acentue ao longo dos próximos séculos. O painel intergovernamental das alterações climáticas (IPCC) estima que até 2099 o nível médio das águas do mar aumente entre 0.18 a 0.59 metros, se a temperatura continuar a aumentar às taxas atuais. No entanto, é muito mais preocupante do que isso…Segundo dados recolhidos pelos satélites da NASA, na Islândia e no oeste da Antártica, o degelo está a ocorrer a uma velocidade de cerca de 125 biliões de toneladas de gelo por ano, o que é suficiente para aumentar 0.35 milímetros por ano do nível médio das águas do mar. Considerando ainda que o aquecimento global não tende a estabilizar, mas antes a continuar a aumentar aceleradamente então podemos prever que o aumento do nível das águas do mar irá ser muito mais significativo do que o esperado. Impacto nos ecossistemas Ao alterar as condições ambientais, altera-se, inevitavelmente, os ecossistemas e a sua composição em seres vivos. O aquecimento global provoca  A alteração da época de crescimento em diversas partes do globo. Estas mudanças alteram o ciclo de vida de seres vivos, como as abelhas, uma vez que, não se encontram sincronizados com as plantas, das quais dependem. Esta dessincronização limita a capacidade de Figura 18 Alterações no nível das águas do mar https://earthobservatory.nasa.gov/Features/GlobalWarming/page6.php
  • 30. Ano Letivo 2016/2017 Página 30 sobrevivência e de reprodução, quer dos polinizadores, quer das plantas, o que irá reduzir a quantidade de alimento na cadeia alimentar.  Os animais migratórios precisam de procurar comida mais cedo devido às alterações climáticas e dessincronização das épocas de cultivo.  As temperaturas mais quentes aumentam, em geral, a época de crescimento das plantas, o que significa que estas irão precisar de mais água para crescerem durante toda a época, sem que sequem, aumentando assim, o número de cultivos arruinados e de incêndios.  Assim que a época de crescimento termina, a época fria é muito pequena, não apresentando capacidade para matar insetos e pragas, aumentando assim, o risco de grandes e destruidoras infestações nas épocas seguintes.  Em alguns ecossistemas, as temperaturas diárias máximas podem subir para além da tolerância das plantas e dos animais indígenas. Para sobreviver às temperaturas extremas, as plantas e os animais marinhos ou terrestres começam a migrar para os polos. Essas espécies, e em alguns casos ecossistemas inteiros, que não podem migrar ou adaptar-se rapidamente, enfrentam a extinção. O IPCC estima que 20-30 por cento das espécies de plantas e animais estarão em risco de extinção se as temperaturas subirem mais de 1,5 ° C. Impacto na população  O aumento da temperatura conduz ao aumento das zonas tropicais e, consequentemente algumas doenças infeciosas, como a malária, atingem uma maior percentagem da população.  Os degelos e os fenómenos que lhe estão associados, como o aumento do nível médio das águas do mar, conduzem ao aumento das perdas das propriedades e da vida de parte da população.  As condições ambientes que irão pôr em causa o normal funcionamento dos ecossistemas, vão afetar diretamente a população, uma vez que o homem depende fortemente do meio para realizar as suas atividades vitais, como a alimentação.  Os verões mais quentes e fogos mais frequentes vão conduzir a um aumento dos casos de insolação e mortes e os níveis elevados de ozono e fumo vão contaminar o ar aumentando o índice de doenças respiratórias.
  • 31. Ano Letivo 2016/2017 Página 31  As secas intensas conduzem a um aumento da malnutrição.  A longo prazo a quantidade de água potável vai tornar-se escassa, especialmente durante o verão com o desaparecimento dos glaciares. Chuvas ácidas As chuvas ácidas causam todos os anos diversos prejuízos em edifícios e estátuas em todo o mundo. Estas são tóxicas tanto para a vegetação como para a vida aquática, destroem terrenos agrícolas e florestais e matam organismos marinhos. Cerca de metade da acidez atmosférica deposita-se na terra sob a forma de depósitos sólidos ou de gases, os quais aderem à superfície dos edifícios, automóveis, árvores, superfícies essas que são “lavadas” pelas chuvas, tornando-se ainda mais ácidas. Por exemplo, a precipitação no nordeste dos Estados Unidos tem um pH médio de cerca de 4,3. Uma vez que não se espera que o CO2 atmosférico em equilíbrio com a água da chuva dê origem a um pH inferior a 5,5, o dióxido de enxofre (SO2) e, em menor grau, os óxidos de azoto provenientes de escapes de automóveis são considerados responsáveis pela elevada acidez da água da chuva. Figura 4 Erosão na praia devido ao aquecimento global https://earthobservatory.nasa.gov/Features/GlobalWarming/page6.php Figura 20 Formação de chuvas ácidas http://nautilus.fis.uc.pt/cec/teses/rosariobeleza/docs/tesecompleta.pdf
  • 32. Ano Letivo 2016/2017 Página 32 Existem várias fontes de SO2, a própria Natureza é responsável por uma grande parte do SO2 emitido através de erupções vulcânicas. Outra parte do SO2 emitido para a atmosfera é produzido na queima de combustíveis fósseis na indústria, em centrais de produção de energia elétrica e nas habitações. As poeiras e outras partículas sólidas presentes na atmosfera podem atuar como catalisadores heterogéneos para a reação: 2SO2 (g)+ O2 (g) SO3 (g) Estas substâncias ácidas permanecem na atmosfera por um período variável (2 a 14 dias, dependendo das condições climáticas). Durante este período, estas são depositadas na superfície terrestre, sob a forma de precipitação, denominada chuva ácida. O SO2 e o SO3 são ambos convertidos nos seus ácidos (H2SO3 e H2SO4) pela água da chuva. Os ácidos resultantes podem corroer o calcário e o mármore (CaCO3). Uma reação típica é: CaCO3 (g)+H2SO4 (aq) CaSO4 (s)+ H2O (l)+ CO2 (g) O dióxido de enxofre também pode atacar diretamente o carbonato de cálcio: 2CaCO3 (s)+ 2SO2 (g)+ O2 (g) 2CaSO4 (s)+ 2CO2 (g) Como diminuir os efeitos das chuvas ácidas? a) Reduzir a emissão de dióxido de enxofre; b) Remoção do SO2 à medida que se forma; c) Instalação de uma fábrica de ácido sulfúrico junto a uma instalação de tratamento de minérios metálicos. Existem três formas de reduzir os efeitos da poluição pelo SO2. Não podemos eliminar totalmente a emissão de dióxido de enxofre antropogénico para a atmosfera, devido a razões de ordem técnica e económica. No entanto, o método mais direto consiste na remoção do enxofre dos combustíveis fósseis antes da combustão. Em fornos onde se procede à queima de combustíveis, pode conseguir- se uma redução significativa através da adição de pedra calcária ou cal, uma vez que o dióxido de enxofre reage com o carbonato de cálcio ou com o óxido de cálcio formando sulfato de cálcio (gesso), que pode ser recuperado e utilizado posteriormente na construção civil, apesar de fazer aumentar o custo da energia elétrica (10% a 15%). Isto é, no entanto, tecnologicamente difícil de realizar.
  • 33. Ano Letivo 2016/2017 Página 33 Assim, os processos podem traduzir-se pelas seguintes reações: CaO (s) + SO2 (g) → CaSO3 (s) ou CaCO3 (s) + SO2 (g) → CaSO3 (s) + CO2 (g) (1) Uma forma mais barata (ainda que menos eficiente) é a remoção do SO2 à medida que se forma. Por exemplo, pode-se injetar pedra calcária em pó na caldeira ou na fornalha da central termoelétrica juntamente com o carvão. Para remover algum SO2 remanescente, injeta-se uma suspensão aquosa de cal viva numa câmara de purificação colocada antes do escape dos gases através da chaminé. A cal viva é também adicionada a lagos e solos afetados por chuva ácida num processo chamado calagem. Por último, salientamos que a instalação de uma fábrica de ácido sulfúrico junto a uma instalação de tratamento de minérios metálicos constitui também um modo eficaz de diminuir a emissão de SO2. Figura 21 Diagrama representativo da emissão de gás sem SO2 CaSO3 (s) + ½ O2 (g) → CaSO4 (2) Figura 22 Calagem http://www.inducal.com.br/produtos/calcario
  • 34. Ano Letivo 2016/2017 Página 34 A pedra calcária pulverizada decompõe-se em CaO, que reage com SO2 para formar CaSO3. O SO2 remanescente entra numa câmara de purificação onde reage com uma suspensão aquosa de CaO para formar CaSO3. Quais os efeitos da chuva ácida? Existem efeitos negativos a vários níveis. Vejamos  Os seres vivos são sensíveis à acidez, estando provado que aqueles que habitam em rios e lagos começam a morrer quando o pH desce abaixo de 5 e que as chuvas ácidas inibem o crescimento das plantas e a germinação das sementes.  Os solos dos campos agrícolas e florestas ficam cada vez mais ácidos pois a lixiviação dos solos pelas chuvas ácidas leva à diminuição do teor em iões Ca2+ , Mg 2+ e K + , essenciais às plantas, os quais são substituídos por iões H + , acidificando os solos.  Quando a chuva ácida é neutralizada pelos carbonatos existentes no solo, liberta iões Al 3+ das rochas e do solo, iões esses que são tóxicos, levando a insuficiências respiratórias nos peixes dos rios e lagos, dado que atuam sobre as guelras.  A chuva ácida acelera a corrosão dos metais e leva à decomposição dos monumentos, especialmente aqueles que são construídos à base de pedra calcária. Figura 23 Procedimento habitual de remoção do SO2 resultante da queima de um combustível fóssil.
  • 35. Ano Letivo 2016/2017 Página 35 Figura 24 As fotos acima mostram Melbourne (Austrália) e a Cidade do México num dia claro (acima) e num dia com smog (abaixo).  Os óxidos de azoto e enxofre provocam complicações respiratórias e pulmonares no ser humano e a acidificação fragiliza os brônquios tornando-os mais vulneráveis a infeções microbianas. O dióxido de carbono provoca também complicações respiratórias e pulmonares e o monóxido de carbono provoca asfixia, mesmo em baixo teor. Nevoeiro fotoquímico A poluição do ar é então uma das grandes preocupações no mundo inteiro, pois é reconhecida- mente um fator de risco para a saúde. A cada ano aumenta o nível de poluição do ar principalmente nas cidades industriais, onde a emissão na atmosfera de gases tóxicos e partículas pelas indústrias, se somam à poluição provocada pela circulação de veículos, suscitando situações críticas à saúde humana prejudicando também as plantas e animais. Um dos fatores da poluição do ar e um dos mais perigosos é o smog fotoquímico. A maioria das nações fixou padrões na sua le- gislação com o objetivo de regular as concentra- ções máximas no ar de dióxidos de enxofre e azo- to bem como de monóxido de carbono, uma vez que todos esses gases têm efeitos sobre a saúde quando as suas concentrações atingem determi- nados níveis que são letais para a espécie huma- na. Tanto o monóxido de carbono como dióxido de azoto constituem habitualmente um grande problema no ar respirado em ambientes internos. Por exemplo, vários estudos recentes na América do Norte têm relacionado estatisticamente a taxa de hospitalização por parada cardíaca congestiva entre idosos à concentração diária de monóxido de carbono no ar exterior. A concentração média de monóxido de azoto nos Estados Unidos caiu de 10 para 6 ppm de 1975 até 1991. A Cidade do México apresenta hoje os maiores níveis de monóxido de carbono entre todas as cidades mais populosas do mundo. Smog: nevoeiro natural contaminado e afetado por poluentes industriais; uma mistura de fumo - smoke - e neblina - fog.
  • 36. Ano Letivo 2016/2017 Página 36 Smog é atualmente o termo aplicado à problemática poluição do ar urbana, com ou sem nevoeiro naturalmente formado. No entanto, está sempre implicada alguma manifestação visível deste. Há vários tipos de smog, mas os mais destacados são o smog/nevoeiro fotoquímico de óxidos de azoto e hidrocarbonetos emitidos maioritariamente pelos motores dos automóveis e, por outro lado, o smog, por vezes fatal, e carregado de enxofre produzido pela combustão em grande escala de com- bustíveis fósseis. Estas duas categorias de smog contêm dióxido e monóxido de carbono e ainda substâncias particuladas. Geralmente, o smog forma-se em grandes cidades, onde a poluição do ar é elevada e provocada, principalmente, pela queima de combustíveis fósseis pelos veículos e pelos gases libertados na ativi- dade industrial. O smog sulfuroso pode ser extremamente fatal. Como aconteceu em Londres, em 1952 e que culminou na morte de 4000 pessoas devido ao aumento da concentração de poluentes que se acu- mularam numa massa tóxica e sufocante de ar que permaneceu estagnada em virtude de uma inver- são térmica nas proximidades do solo. As pessoas que foram expostas a um maior risco foram os ido- sos que já sofriam de problemas brônquicos e as crianças menores. Atualmente, a proibição dos queimadores domésticos a carvão, que davam origem à maioria dos poluentes eliminou os proble- mas. Os cientistas ainda não estão certos se o principal agente que continha enxofre e que causou problemas foi o dióxido de enxofre ou gotas de ácido sulfúrico. Mas quais são as diferenças entre estes dois tipos de smog? Fatores climáticos Enquanto ambos os tipos de smog requerem uma camada de inversão atmosférica para os puxar para o chão, estes ocorrem sob condições climáticas diferentes. O smog industrial ocorre com um clima nebulado e fresco, associado a baixas temperaturas e humidade alta, típico do que é experien- ciado no Reino Unido. O smog fotoquímico, por outro lado, ocorre com clima seco e quente e particu- Figura 25 Neblina resultante do smog sulfuroso, Londres, 1952 http://mundotentacular.blogspot.pt/2013/01/cidade-das-nevoas-o-grande-fog-de.html
  • 37. Ano Letivo 2016/2017 Página 37 larmente em dias de sol, e é caraterizado pelos altos ní- veis de ozono e baixa visibilidade. Cidades onde este fe- nómeno ocorre, como Los Angeles ou Tóquio são tipi- camente rodeadas por montanhas que impedem a circu- lação do ar. Diferenças na composição O smog industrial contém dois componentes primários: dióxido de enxofre e matéria particulada. Estes combinam-se com a água no nevoeiro que produz precipitação ácida, o dióxido dissolve-se em água for- mando ácido sulfúrico. O poluente primário no caso do smog fotoquímico é o ozono. É produzido quando o óxido de azoto e compos- tos orgânicos voláteis, das emissões de energia derivada de combustíveis fósseis, combinam com o oxigénio no ar sob a ação da luz solar direta. É importante referir que o ozono é um gás cujas mo- léculas têm como constituintes três átomos de oxigénio e ocorre em ambas as zona alta e baixa da atmosfera (estratosfera e troposfera). É então benéfico ou prejudi- cial dependendo de onde se encontra. Quando é na estratosfera ou acima, o ozono forma uma ca- mada essencial para a existência de vida na Terra – a camada de ozono – que nos protege nos prote- ge de raios ultravioleta prejudiciais. Mas o ozono também pode agir como um poluente a nível do solo, formado quando os gases libertados em grande escala pelos veículos reagem sob a ação de luz solar. Um dos principais componentes do smog fotoquímico é o ozono que causa ardência nos pul- mões o que pode causar ataques de asma. E é também imprescindível notar que enquanto o óxido de azoto resulta naturalmente de relâm- pagos e de processos bacterianos envolvidos no crescimento e na deterioração das plantas, este é libertado de forma massiva pelas atividades antropogénicas o que leva à sua concentração na atmos- Figura 27 Zonas onde se encontra o ozono: cama da de ozono, na estratosfera e "ozono mau" na troposfera http://www.abovetopsecret.com/forum/thread547473/pg1 Figura 26 A cidade de Los Angeles, Estados Uni- dos, sob uma camada de smog fotoquímico. Esta cidade é localizada num vale. https://www.emaze.com/@ACTTFQIL/Chuvas-%C3%A1CIDAS-E-smog
  • 38. Ano Letivo 2016/2017 Página 38 fera e à formação de poluentes secundários, como vamos referir mais adiante. Do espaço, podemos ver que o dióxido de azoto se concentra maioritariamente nas grandes cidades e nas áreas industria- lizadas. Efeito visual O smog causa um efeito visual característico, deixando sobre a região uma camada cinza escura de ar. Nas situações mais extremas, em função das baixas condições visuais, inviabiliza o trânsito terrestre de veículos e aéreo de aviões e helicópteros. O industrial é caracterizado por deixar uma mancha cinzenta nas áreas afetadas, o dióxido de azo- to no fotoquímico cria uma neblina sombria de tom acastanhado. Figura 28 Smog fotoquímico Figura 29 Smog industrial http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/quimica/smog-fotoquimico-industrial.htm http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/quimica/smog-fotoquimico-industrial.htm Figura 30 Visibilidade dificultada pela neblina recorrente do smog na cidade de Moscovo na Rússia no verão de 2010. http://alunosonline.uol.com.br/quimica/smog-fotoquimico.html
  • 39. Ano Letivo 2016/2017 Página 39 Perigos para a saúde Ambos os tipos de smog podem matar. O ozono danifica o tecido pulmonar e pode levar à diminu- ição da resistência a doenças infeciosas e o óxido de azoto pode também culminar em doenças pul- monares crónicas. O estado da Califórnia estima que anualmente 9000 pessoas morrem de causas relacionadas com o smog. Poluentes secundários O primeiro produto do smog industrial é a chuva ácida, que resulta da combinação de dióxido de enxofre e água, sendo que a matéria particulada se deposita em superfícies ao longo da área afetada. O smog fotoquímico, por outro lado, produz uma série de poluentes secundários que resultam de uma série de complexas reações químicas. O ozono é o mais importante mas o monóxido de carbono e o nitrato de peroxiacilo constituem outros dois produtos que resultam de reações que envolvem hidrocarbonetos e óxidos de azoto, que são ambos produtos primários da queima de combustíveis fósseis. Após a distinção destes dois tipos de Smog, neste trabalho, vamos aprofundar o tema do nevo- eiro fotoquímico. Nevoeiro fotoquímico: ar contaminado com ozono, óxidos de azoto e hidrocarbonetos com ou sem a presença de nevoeiro naturalmente formado. Na presença de luz solar, daí o nome “fotoquímico”, hidrocarbonetos e óxidos de azoto envolvem- se numa série complexa de reações químicas que eventualmente criam ozono e outros oxidantes como poluentes secundários. O nível de poluição fotoquímica de ar é geralmente proporcional às concentrações de óxido de azoto e hidrocarbonetos; os níveis também aumentam com a forte inten- sidade solar e com a alta temperatura no ambiente, o que por sua vez, aumenta as emissões, por parte da vegetação, de gases voláteis biológicos e orgânicos para a atmosfera. Os níveis de poluição são inversamente proporcionais a fatores como a velocidade do vento. As equações abaixo traduzem algumas das reações que ocorrem durante a formação do nevoeiro fotoquímico.
  • 40. Ano Letivo 2016/2017 Página 40 Legenda dos reagentes e produtos da reação: NO2 Dióxido de azoto O2 Oxigénio NO Óxido de azoto O3 Ozono H20 vapor de água CO2 dióxido de carbono CO monóxido de carbono (Todos estes componentes se encon- tram no estado gasoso.) NO2 (g) + O2 (g) => NO (g) + O3 (g) NO (g) + O2 (g) => NO2 (g) + 1/2 O2 (g) 1/2 O2 (g) + O2 (g) => O3 (g) Os catalisadores automotivos convertem hidrocarbonetos e o NO2 (dióxido de azoto) em compostos não tóxicos, mas que contribuem para o efeito estufa. CxHy (hidrocarboneto no estado gasoso) + O2 (g) => CO2 (g) + 2H2O (g) (catalisador) 2 NO2 (g) + 2 CO (g) => N2 (g) + 2 CO2 (g) (catalisador) 2 NO2 (g) + 3 CO (g) => N2O (g) + 3 CO2 (g) (catalisador) NotÍcia 1 Poluição mata mais de três crianças por segundo no mundo Alerta foi feito pela Organização Mundial da Saúde; no total são 1,7 milhão de óbitos por ano; agência da ONU afirma que mais de 25% das mortes de crianças com menos de cinco anos têm como causa ambientes poluídos. A Organização Mundial da Saúde, OMS, alertou que a poluição mata 1,7 milhão de crianças todos os anos no mun- do. São mais de 3 mortes por segundo. A agência da ONU lançou esta segunda-feira o relatório "Herdar um Mundo Saudável: Atlas sobre a Saúde e o Meio Ambiente das Crianças". Figura 31 Smog http://www.huffpostbrasil.com/2016/07/26/poluicao-ar-saude-mental_n_11183350.html
  • 41. Ano Letivo 2016/2017 Página 41 Saneamento O documento diz que mais de 25% dos óbitos de crianças com menos de cinco anos têm como causa ambientes poluídos, entre eles estão a poluição externa e a interna, neste caso, o fogão à lenha é um exemplo clássico. Além deles estão o fumo passivo, água contaminada, falta de saneamento básico e higiene inadequa- da. O relatório afirma que as principais causas de morte, diarreia, malária e pneumonia, podem ser evita- das por intervenções para reduzir os riscos ambientais. Entre essas intervenções estão o acesso à água potável e combustíveis limpos para cozinhar, gás ou eletricidade em vez de lenha ou carvão. Um segundo relatório também lançado esta segunda-feira pela OMS, "Não Polua meu Futuro", dá uma visão geral sobre o impacto do meio ambiente sobre a saúde das crianças. Todos os anos, 570 mil menores de cinco anos morrem de infeção respiratória, pouco mais de 360 mil perdem a vida por causa da diarreia. A malária e os ferimentos intencionais matam cada um cerca de 200 mil crianças. A OMS diz ainda que 270 mil bebês morrem durante os primeiros 30 dias de vida. Sugestões Para melhorar a vida e criar ambientes saudáveis para as crianças, os relatórios sugerem uma ação conjunta de vários setores dos governos. No caso da habitação, só deve ser usado combustível limpo para o aquecimento e para cozinhar ali- mentos. Nas escolas, os governos devem fornecer saneamento básico e serviços de higiene além de nutrição adequada para alunos, professores e funcionários. Os hospitais devem ter água potável, serviço de saneamento básico e eletricidade. O planeamento ur- bano deve incluir mais espaços verdes e locais para caminhadas e para bicicletas. Nos transportes, as autoridades devem reduzir os índices de emissão de gases e aumentar a frota de transporte público. No setor agrícola, é importante reduzir o uso de pesticidas tóxicos e o uso de substâncias químicas. Na indústria, a meta é reduzir o lixo tóxico e também o uso de substâncias químicas. Notícias e Média Rádio ONU, 06 de março de2017 http://www.unmultimedia.org/radio/portuguese/2017/03/poluicao-mata-mais-de-tres-criancas-por-segundo-no- mundo/ Figura 32
  • 42. Ano Letivo 2016/2017 Página 42 NotÍcia 2 Aumentam índices de poluição no mundo todo, alerta OMS Mais de 80% das pessoas que vivem em áreas urbanas, onde há monitoramento da qualida- de do ar, estão expostas a níveis de poluição além do recomendado pela Organização Mundial de Saú- de (OMS). O alerta foi divulgado na última semana, quando a entidade publicou um levantamento rea- lizado nos últimos cinco anos, em 3 mil cidades de 103 países. O estudo mostra que a poluição global cresceu 8%, apesar de que em alguns lugares, a situação me- lhorou. Como sempre, os que mais sofrem os efeitos perversos da poluição produzida por indústrias e auto- móveis são os mais pobres. A pesquisa da OMS revela que 98% dos municípios com mais de 100 mil habitan- tes, localizados em países de baixa ou média renda, não conseguem atingir o que é estabelecido pela organi- zação como aceitável em termos de qualidade do ar. “Quando camadas de ar poluído cobrem as cidades, as populações urbanas mais vulneráveis – os mais jovens, velhos e pobres -, são os mais impactados”, afirmou Flavia Bustreo, diretora-assistente da área de Family, Women and Children’s Health da OMS. Mas isto não significa que nos países ricos as condições são muito melhores. Nestes lugares, 56% das cidades também apresentam índices insatisfatórios de qualidade do ar. Londres, por exemplo, é uma delas. Em janeiro deste ano, em apenas 8 dias, a capital da Inglaterra poluiu mais do que podia o ano todo, como mos- tramos aqui neste post. As regiões do planeta onde a poluição do ar atinge picos mais insalubres são Oriente Médio, África e sudeste da Ásia. Só na Índia, estão 16 cidades das 30 que apresentam níveis mais altos – e alarmantes – de PM2.5 (PM é a sigla para material particulado). Em seu levantamento, a Organização Mundial de Saúde anali- sou, além da concentração deste último componente, também o PM10. Ambos são partículas formadas por uma combinação de compostos químicos tóxicos, como amônia, nitratos, e sulfatos, além de poeira. Aparecem ainda na lista de países mais poluídos China, Camarões, Irã e Paquistão. Entre as cidades brasileiras que aparecem no levantamento como tendo índices de poluentes além dos recomendados estão São Paulo, onde o nível é o dobro do que o sugerido. Santiago, capital do Chile, e Caracas, na Venezuela, tam- bém foram citadas como exemplos negativos. Infelizmente, o cenário global da poluição pode ser ainda mais trágico. De acordo com a própria OMS, mais de 1 bilhão de pessoas moram em países que não monitoram a qualidade do ar. Outros, como Rússia, Egito e Indonésia só fazem a análise em uma ou duas cidades, denunciou o The Guardian. O impacto da poluição do ar sobre a saúde do ser humano é imenso. Entre as doenças apontadas co- mo tendo relação direta com o problema estão câncer de pulmão, derrames, ataques cardíacos e condições respiratórias crônicas, como asma. Estima-se que 3,3 milhões de pessoas morram no mundo devido à compli- cações provocadas pela poluição atmosférica. A principal arma para diminuir os índices assustadores é o monitoramento, como o feito agora pela Organização Mundial de Saúde. É com números na mão, que governos podem tomar ações efetivas para colo- car políticas públicas em ação para reduzir a emissão de poluentes. Entre as mais eficazes estão, certamente, o investimento no transporte público e a restrição ao uso do carro particular, através da imposição de pedá- gios e taxas pesadas sobre a circulação de automóveis movidos a gasolina e diesel nas cidades. Conexão planeta, 18 de maio de 2016
  • 43. Ano Letivo 2016/2017 Página 43 http://conexaoplaneta.com.br/blog/aumentam-indices-de-poluicao-no-mundo-todo-alerta-oms/ Conclusão A poluição é, em geral, um problema. A poluição do ar, em particular, também o é. Por mais que as organizações políticas e governamentais tentem ignorar este grande problema, os seus efeitos nefastos veem progressivamente a acentuar-se, fazendo-se sentir no dia-a-dia de cada um de nós e contribuindo para a degradação da qualidade de vida não só da Humanidade, mas de todos os seres vivos em geral. Como justificamos ao longo deste trabalho, a poluição atmosférica está maioritariamente associa- da à presença de partículas ou gases contaminantes na atmosfera. Os efeitos causados por cada um destes poluentes dependem da sua natureza química, da sua concentração e ainda da sua persistên- cia na atmosfera, isto é, da sua capacidade de degradação. A elevada concentração destes contami- nantes, assim como os fenómenos que estão associados à sua natureza química, determinam as vari- ações na composição atmosférica e justificam as alterações climáticas atualmente sentidas. Estes contaminantes vão desde os gases de efeito de estufa que, tal como o nome indica, impe- dem que o ar seja transportado para longe por convecção, o que em elevadas proporções contribui para o aquecimento global; gases que quando combinados com as águas da chuva formam ácidos fortes, acidificam-nas, tendo um efeito devastador nos ecossistemas; o smog fotoquímico, que cons- titui uma mistura de gases primários e secundários altamente prejudiciais à saúde, até uma série de compostos particulados de diversas dimensões que irão interferir nas proporções naturais de refle- xão e absorção de radiação solar. É importante ter em atenção que estes contaminantes, apesar de surgirem naturalmente, tal co- mo se verifica com os gases de efeito de estufa, cuja ausência iria determinar o fim da vida na terra, desde a revolução industrial, o acréscimo da sua concentração tem sido maioritariamente provocado por atividades humanas, sendo que a queima de combustíveis fósseis ocupa o topo quando avali- amos quais os responsáveis por estas emissões. A emissão destes gases naturalmente apesar de, na maioria das vezes incontrolável, deve ser en- carada como preocupante e devem ser tomadas medidas de “feedback negativo” que contrariem estas emissões e reponham ou estabilizem a concentração dos componentes atmosféricos, no en- tanto, o que acontece é exatamente o oposto. Em vez de, através de uma forma empreendedora, tentar contrariar os problemas ambientais, a Humanidade através de atividades dos três sectores - primário; secundário e terciário - impulsionam acentuadamente a emissão de poluentes, acentuando
  • 44. Ano Letivo 2016/2017 Página 44 os seus efeitos e consequências que vão desde as alterações climáticas até à subida das águas do mar, secas e inundações que contribuem para a destruição dos seus próprios habitats. Respondendo ao problema inicialmente apresentado “Será possível reverter as condições atuais e nefastas da atmosfera?”, o cenário não parece favorável. Nos últimos anos, em consequência do aumento dos efeitos da poluição, tem aumentado o número de estudos relacionados com o controle da composição atmosférica e as formas de contrariar este problema assim como o número de cam- panhas de sensibilização para este tema. No entanto, os progressos não são significativos como se esperava. Pelo contrário, o aumento das condições negativas continua a acentuar-se. A verdade é que a vida do ser humano está tão dependente de atividades altamente poluidoras que este não parece capaz de tomar uma posição inteligente perante as condições ambientais atuais. Talvez o ser humano seja demasiado egoísta para tomar esta posição e salvar o planeta. Com as proporções já tomadas e as estimativas futuras previstas, parece impossível impedir a progressão do aquecimento global, diminuir a taxa de ocorrência de chuvas ácidas, evitar a liberta- ção de gases de efeito de estufa ou regenerar a camada de ozono, no entanto, é ainda possível se o ser Humano tomar uma atitude ambientalista, diminua o uso de energias não renováveis, opte pela reciclagem, em vez do lixo normal, e impulsione a sensibilização dos que o rodeiam para que tomem estas mesmas medidas.
  • 45. Ano Letivo 2016/2017 Página 45 Webgrafia  http://www.ccdr-lvt.pt/pt/o-ar-e-os-poluentes-atmosfericos/8082.htm  http://www.mma.gov.br/cidades-sustentaveis/qualidade-do-ar/poluentes-atmosf%C3%A9ricos  http://www.ebc.com.br/infantil/voce-sabia/2015/08/poluicao-do-ar-o-que-sao-os-poluentes- atmosfericos  http://pelicano.ipen.br/PosG30/TextoCompleto/Sandro%20Toshio%20Uehara_M.pdf  https://www.nasa.gov/content/goddard/new-nasa-images-highlight-us-air-quality-improvement/  “PROJECTO: WebQuest acerca da chuva ácida”- http://nautilus.fis.uc.pt/cec/teses/rosariobeleza/docs/tesecompleta.pdf  Livro “Química”- Raymond Chang  https://pt.slideshare.net/ilopes1969/poluio-e-degradao-de-recursos - Isabel Lopes  http://webeduc.mec.gov.br/portaldoprofessor/quimica/sbq/cadernos/05/quimica_da_atmosfera.pdf  http://www.scielosp.org/scielo.php?pid=S0102-311X1992000300010&script=sci_arttext  http://www.luzimarteixeira.com.br/wp-content/uploads/2011/03/poluicao-do-ar-aspectos-tec-e- meio-ambiente.pdf  https://www.researchgate.net/profile/Fillipe_Torres/publication/237807850_FATORES_QUE_INFLUEN CI- AM_NA_CONCENTRACAO_DO_MATERIAL_PARTICULADO_INALAVEL_NA_CIDADE_DE_JUIZ_DE_FORA_ MG_1/links/545cea860cf2c1a63bfa59a3/FATORES-QUE-INFLUENCIAM-NA-CONCENTRACAO-DO- MATERIAL-PARTICULADO-INALAVEL-NA-CIDADE-DE-JUIZ-DE-FORA-MG-1.pdf  http://www.scielosp.org/pdf/csp/v8n3/v8n3a10  http://www.scielo.br/pdf/%0D/qn/v25n6b/13128.pdf  http://www.scielo.br/pdf/%0D/qn/v25n2/10454.pdf  https://www.nasa.gov/  https://climate.nasa.gov/causes/  https://earthobservatory.nasa.gov/Features/EnergyBalance/page6.php  https://earthobservatory.nasa.gov/Features/CarbonCycle/page5.php