2. 1. INTRODUÇÃO
Segundo o site Só Português A Língua é um instrumento de comunicação,
sendo composta por regras gramaticais que possibilitam que determinado grupo de
falantes consiga produzir enunciados que lhes permitam comunicar-se e
compreender-se. Um exemplo disto é a Língua Portuguesa. A língua possui um
caráter social: pertence a todo um conjunto de pessoas, as quais podem agir sobre
ela. Cada membro da comunidade pode optar por esta ou aquela forma de expressão.
Por outro lado, não é possível criar uma língua particular e exigir que outros falantes
a compreendam. Dessa forma, cada indivíduo pode usar de maneira particular a
língua comunitária, originando a fala. A fala está sempre condicionada pelas regras
socialmente estabelecidas da língua, mas, é suficientemente ampla para permitir um
exercício criativo da comunicação.
A LIBRAS, ou Língua Brasileira de Sinais, é a língua de sinais reconhecida
por lei (LEI Nº 10.436, DE 24 DE ABRIL DE 2002) como meio de comunicação e
expressão de comunidades de surdos do Brasil. Merece ser ressaltado o fato de que
a lei coloca LIBRAS no grupo das línguas do Brasil.
Enquanto Professora, percebo que a dificuldade existente na escolarização
dos sujeitos surdos está relacionada com as questões da língua, pois a Língua
Brasileira de Sinais (LIBRAS),é visuo-gestual e sua gramática é diferente quanto a da
língua portuguesa. Para o surdo aprender a língua portuguesa na modalidade escrita,
ocorre do mesmo modo que a do ouvinte ao aprender uma segunda língua. Antes que
ocorra o aprendizado desta segunda língua, deve ser garantido ao surdo, de acordo
com o objetivo da Abordagem Bilíngue, primeiro a aquisição da língua de sinais, que
possibilitará ao surdo constituir-se como sujeito da linguagem e consequentemente
fornecerá um suporte linguístico para que ele aprenda uma segunda língua.
A Libras como toda Língua de Sinais, é uma língua de modalidade gestual-
visual porque utiliza, como canal ou meio de comunicação, movimentos gestuais e
expressões faciais que são percebidos pela visão; portanto, diferencia da Língua
Portuguesa, que é uma língua de modalidade oral-auditiva por utilizar, como canal ou
meio de comunicação, sons articulados que são percebidos pelos ouvidos. Mas, as
diferenças não estão somente na utilização de canais diferentes, estão também nas
estruturas gramaticais de cada língua.
A Libras e a Língua Portuguesa possuem complementos e núcleos, mas
estruturas diferentes, por exemplo, em português: Eu vou passear com meu
3. namorado. Em Libras: os sinais são produzidos simultaneamente com expressões
faciais, tornando a língua de sinais tão rica e complexa quanto qualquer língua oral.
Por que a ordem dos sinais não é a mesma ordem das palavras do
português? Quando os sinais seguem a mesma ordem do português, dizemos que a
pessoa usou o português sinalizado. No entanto, o português sinalizado não é
adequado para a comunicação nem para o ensino. Imagine você, usuário de língua
portuguesa, esbarra a sentença que tenha sido dessa maneira: “Do ou have filhos?”
Entenderia rapidamente? Certamente levaria mais tempo para compreendê-la do que
a de língua natural.
A Libras para os surdos é fundamental assim como o Tupi é importante
para tribos indígenas, e os índios utilizam o português escrito para comunicar-se com
outros e entre eles utilizam sua própria língua.
A relação do surdo com a língua de sinais é a mesma do ouvinte com a
língua oral, ele não tem consciência das estruturas gramaticais de sua língua, mas as
usa corretamente e adquire fluência sem esforço.
As línguas de sinais distinguem-se das línguas orais porque se utilizam de
um meio ou canal viso-espacial e não oral auditivo.
Ressalto que a Libras é língua natural para surdos e o direito a abordagem
bilíngue deve ser primordialmente garantido em sala de aula.
2. REFERENCIAS
Enciclopédia da Línguas do Brasil - Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS). Disponível
em http://www.labeurb.unicamp.br/elb/libras/lingua_bras_sinais.html
Língua. Disponível em http://www.soportugues.com.br/secoes/seman/seman2.php