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Aprendendo Libras
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Aula
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Aula 4 Aprendendo Libras 11
Apresentação
As mãos rompem o silêncio e fazem a comunicação
de quem não ouve, mas vê, sente e se emociona.
(Autor desconhecido)
Nesta aula, retomamos alguns conteúdos já anunciados no Módulo 1 (O que é Libras?),
tanto em relação ao alfabeto manual como em relação às variações linguísticas na Libras. Refor-
çamos a Libras como uma língua de modalidade gestual visual, que permite aos usuários tratar
de assuntos de qualquer natureza – fatos cotidianos, artes, ciência, filosofia, esportes – sem
prejuízo de compreensão. Trata-se, pois, de uma língua capaz de atender a todas as demandas
de comunicação necessárias a uma pessoa surda. Veremos, também, que as variações linguís-
ticas da Libras acontecem tanto pelo uso de um mesmo sinal para designar coisas diferentes
como pelo uso de mais de um sinal para designar a mesma coisa. Acontecem, ainda, muitas
variações linguísticas em relação à forma como o sinal é realizado, devido a características
pessoais ou de uma comunidade em particular, produzindo algo equivalente ao sotaque e à
prosódia nas línguas orais auditivas. A relação entre palavra e sinal não é direta; a constituição
dos sinais não provém da representação simbólica da sonoridade das palavras, eles partem
da ideia representada gestualmente em contexto.
Objetivos
Compreender que a surdez não restringe a capacidade
comunicativa e cognitiva do surdo, e que a Libras é a sua
língua materna.
Analisar a importância da educação inclusiva na proposta
bilíngue para a participação do surdo na sociedade.
Distinguir e utilizar alguns sinais polissêmicos e alguns
sinais sinonímicos.
Sinais em Libras
Os sinais em Libras são
signos linguísticos que
independem da palavra
em Língua Portuguesa.
Cada sinal é convencio-
nalmente constituído pela
representação – na forma
de gestos – do que se
deseja comunicar e a sua
compreensão é diretamen-
te visual.
Saiba mais
Aula 4 Aprendendo Libras 13
Libras: uma língua completa
Os estudos sobre as línguas de sinais, principalmente aqueles realizados nos Estados
Unidos durante os anos sessenta e setenta do século passado, ampliaram nosso conceito de
língua, indo além da modalidade oral auditiva e introduzindo, também, as línguas gestuais.
Durante muito tempo os estudos sobre as línguas de sinais preocuparam-se em comparar
as duas formas – oral auditiva e gesto-visual – evidenciado suas semelhanças e diferenças.
Entretanto, as línguas de sinais apareciam quase sempre subordinadas à língua oral auditiva
de cada país, e só recentemente elas adquiriram o status de língua independente. As línguas
de sinais, amplamente aceitas e utilizadas pelos surdos, também passaram a ser reconhecidas
como sua língua natural.
Gesto: movimento espontâneo, voluntário ou involuntário, do corpo, espe-
cialmente das mãos, braços e cabeça que revela estado psicológico ou in-
tenção de exprimir ou realizar algo. O gesto é igualmente uma forma de dar
ênfase ao discurso na interação comunicativa dos interlocutores.
Mímica: arte de exprimir os pensamentos e sentimentos, imitar seres e
representar objetos por meio de gestos, expressões corporais e fisionô-
micas. O mímico é o artista que comunica e se faz entender por meio da
mímica sem fazer uso da fala.
Pantomima: é um teatro gestual que faz o menor uso possível de palavras e
o maior uso de gestos. É a arte de narrar com o corpo. É uma modalidade cê-
nica que se diferencia da expressão corporal e da dança, basicamente é a arte
objetiva da mímica, sendo um excelente artifício para comediantes, cômicos,
palhaços, atores e bailarinos.
Sinal: é o signo linguístico na língua de sinais, o qual contém uma unidade de
informação convencionada por meio gestual pela comunidade surda e que ser-
ve para comunicar algo a alguém. Assim, o sinal se difere do gesto espontâneo
pelo seu caráter de código compartilhado e estruturado em uma língua.
Aula 4 Aprendendo Libras
14
Devido a essa identidade linguística própria das línguas de sinais nem sempre se torna
adequado buscar comparativos diretos com as línguas faladas, como o português. É por isso
que as propostas de educação para surdos na perspectiva do oralismo e da comunicação total
fracassam em seus resultados mais abrangentes, pois elas não reconhecem a autonomia da
língua de sinais e seu uso é tão somente admitido como um recurso complementar de comu-
nicação com surdos.
Em sentido oposto, o método bilíngue, indicado na Política Nacional de Educação Especial
(MEC/SEESP, 2008), parte da perspectiva da Educação Inclusiva, a qual contesta a segregação
dos alunos em classes ou escolas especiais e aponta para a necessidade de remoção das
barreiras linguísticas que dificultam a convivência entre surdos e ouvintes. O reconhecimento
tardio da Libras repercutiu em prejuízos na educação formal da comunidade surda, pois ape-
nas na última década deste século surgiram projetos educacionais para a implantação de uma
proposta bilíngue (Português-Libras) nas escolas brasileiras. O método de educação bilíngue,
que tem o respaldo legal do Ministério da Educação, busca a ampla inclusão do surdo. Nesse
sentido, a Libras é oficialmente respeitada e ensinada como uma língua completa em si, sendo
direito do aluno surdo receber instrução em sua língua materna, aprender a comunicar-se em
Língua Portuguesa na modalidade escrita e, se possível, realizar leitura labial.
A proposta bilíngue considera dois aspectos importantes para a educação dos surdos.
Primeiramente, reconhece a língua de sinais como língua materna dos surdos, pois numa re-
alidade sem sons, o sistema cognitivo para elaboração e narração de ideias, conceitos e fatos
se desenvolve por meio da percepção visual, e é por meio dela que se torna possível atribuir
sentido e significado ao mundo físico e social. Em segundo lugar, a proposta bilíngue avança
em relação ao oralismo porque respeita a cultura surda, mas ao mesmo tempo, enfatiza a
importância e necessidade de o surdo não permanecer segregado da cultura ouvinte. Nesse
sentido, a aprendizagem da Língua Portuguesa e a convivência escolar com alunos ouvintes
são fatores imprescindíveis para a inclusão e participação social e política dos surdos como,
por exemplo, em atividades de ocupação profissional, manifestações artísticas, desportivas,
culturais e de lazer.
É preciso considerar que a criança que nasce surda ou se torna surda antes de aprender a
falar irá desenvolver sua capacidade sociolinguística pela interpretação visual das expressões
faciais e corporais das pessoas e pela leitura dos gestos ou dos sinais que elas realizam em
determinado contexto. Quanto menor o nível de acuidade auditiva, maior o nível de dependência
da língua de sinais para a comunicação e maior a dificuldade para aprender idioma falado em
seu país.
Queremos reafirmar que o fato de o surdo ser privado da comunicação oral não afeta
seu desenvolvimento cognitivo, afetivo, sociocultural ou acadêmico, pois a língua de sinais
é completa em seus aspectos morfológicos, sintáticos e semânticos, permitindo às imagens
sinalizadas traduzirem qualquer pensamento. Além disso, a aprendizagem da Língua Portu-
guesa na modalidade escrita habilita o surdo na cultura ouvinte e lhe concede a possibilidade
de ampliar sua participação social, política, econômica e cultural.
A base natural da comu-
nicação dos surdos é a
imagem codificada nos
sinais que formam o léxico
da Libras, pois o processo
de formação de conceitos
não pode depender da
audição ausente.
Aula 4 Aprendendo Libras 15
Curiosidade
O escultor Douglas Tilden nasceu em 1860 na Califórnia e aos quatro anos
de idade ficou surdo após ser acometido de febre escarlatina. Formou-se na
Escola da Califórnia para surdos, sendo posteriormente professor dessa mes-
ma instituição durante oito anos. Muitas de suas esculturas monumentais são
graciosas comemorações aos temas californianos e podem ser vistas na cidade
de São Francisco. Com a escultura “The Baseball Player”, que foi exposta no
Salão de Paris no período de 1889 a 1894, Tilden conquistou o reconhecimento
internacional, sendo considerado um dos precursores da escultura moderna.
Figura 1 – The Baseball Player -1890
Fonte: <http://www.flickr.com/photos/9405610@
N02/3709376214/>. Acesso em: 18 out. 2011.
Aula 4 Aprendendo Libras
16
Leia o trecho a seguir e redija um comentário pessoal sobre a importância da proposta
bilíngue na educação de surdos.
A Proposta Bilíngue não privilegia uma língua, mas quer dar direito e condições
ao indivíduo surdo de poder utilizar duas línguas; portanto, não se trata de ne-
gação, mas de respeito; o indivíduo escolherá a língua que irá utilizar em cada
situação linguística em que se encontrar. (Kozlowski, 1998).
Variações linguísticas
É um fenômeno presente nas línguas humanas, independentemente de ação normativa
(gramática). Em qualquer língua oral e também na Libras é possível identificar variações
oriundas do contexto histórico, geográfico, sociocultural e comunicativo.
 O contexto histórico explica como ao longo do tempo as palavras e os sinais vão sendo
gradativamente modificados e até substituídos, esse é um processo que ocorre em qual-
quer língua viva.
 O contexto geográfico trata das mudanças identificadas em comunidades usuárias da
mesma língua, porém que habitam em regiões distintas.
 O contexto sociocultural produz variações relativas a atributos que identificam um grupo
como: grau de instrução, idade, gênero ou padrão econômico.
 O contexto comunicativo se reporta à situação, mais ou menos formal, à relação estabe-
lecida entre os interlocutores e ao conteúdo da mensagem.
Aula 4 Aprendendo Libras 17
Em qualquer que seja o contexto produtor das variações linguísticas (histórico, geográfi-
co, sociocultural ou comunicativo), elas são marcadas por diferenças observadas no repertório
de palavras/sinais utilizados (léxico), na forma como as palavras são pronunciadas ou os sinais
são executados (morfológico) e, ainda, nos significados que lhes são atribuídos (semântico).
Segundo estudos da linguística, os signos ou itens lexicais (sinais na língua dos surdos
ou palavras na língua dos ouvintes) expressam ideias, ações ou conceitos, que podem ter dife-
rentes significados, conforme o contexto. “Os signos são assim instrumentos de comunicação
e representação, na medida em que, com eles, configuramos linguisticamente a realidade e
distinguimos os objetos entre si” (VILELA; KOCH, 2001).
Em qualquer situação comunicativa o contexto se torna fundamental na produção de
sentidos; ele permite preencher lacunas e fazer escolhas dentre algumas possibilidades, de
modo a produzir interpretações ajustadas, especialmente quando se trata de uma linguagem
conotativa, do uso de expressões idiomáticas ou de signos polissêmicos. A linguagem cono-
tativa se caracteriza pelas alterações ou ampliações que as palavras agregam ao seu sentido
literal (denotativo). Vejamos alguns exemplos comuns da linguagem conotativa, em que as
figuras de linguagem e de construção possuem um significado subjetivo e indissociável de
seu contexto, assim como algumas expressões idiomáticas, cuja compreensão depende da
participação do indivíduo na mesma comunidade usuária.
Expressões idiomáticas e figuras de linguagem
“Tirar água do joelho”
“Pagar o pato”
“Mão na roda”
“Engolir sapos”
“Dar com os burros n’água”
“Chorar sobre o leite derramado”
“Eles passarão eu passarinho” (Mário Quintana)
“A neve pôs uma toalha calada sobre tudo” (Fernando Pessoa)
Figura 2
Fonte: http://beerevolutionss.blogspot.com/2008/12/pequeno-dicionario-de-expresses.html. Acesso em: 18 out. 2011.
Saiba mais
Aula 4 Aprendendo Libras
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18
Como sugerem os exemplos demostrados anteriormente (Expressões idiomáticas e figu-
ras de linguagem), seria ilógico fazer uma tradução literal da Língua Portuguesa para a Libras,
pois o sentido não é óbvio na cultura surda por duas razões. A primeira é porque não existe
relação unívoca de sentido entre as palavras e os sinais. A segunda, porque as expressões
idiomáticas e as figuras de linguagem e de construção (metáforas, metonímias, aliteração,
sínquise etc.) são produzidas em padrões culturais específicos. “A Língua Brasileira de Sinais
é, antes de tudo, uma imagem do pensamento do surdo. Por isso, a palavra e o sinal muitas
vezes não têm o mesmo significado e um mesmo sinal tem vários significados” (KOJIMA;
SEGALA, s/d, p. 108).
Outro aspecto que precisamos entender é que a sintaxe da Libras difere bastante da Língua
Portuguesa, isto é, a forma de organizar os sinais em um enunciado (frase, oração ou período)
na Libras depende mais do contexto comunicativo (encadeamento das ideias; assunto tratado
e interação entre os interlocutores) do que de regras inflexíveis.
Sintaxe em linguística refere-se ao “componente do sistema linguístico que
determina as relações formais que interligam os constituintes da sentença, atri-
buindo-lhe uma estrutura” (HOUAISS, 2007, p. 2581). Em Libras, refere-se à
disposição dos sinais na frase e das frases no discurso, incluindo a sua relação
lógica, entre as múltiplas combinações possíveis para transmitir um significado
completo e compreensível.
Podemos abordar as variações linguísticas do ponto de vista da relação entre signo e
significado. O signo é a unidade linguística (sinal ou palavra) que a representação simbólica de
algo, cujo significado pode ser de natureza denotativa ou conotativa. A Libras, como a Língua
Portuguesa, apresenta variações linguísticas determinadas pela existência de um mesmo sinal
com significados diferentes (polissemia), ou de sinais diferentes que remetem um mesmo
significado (sinonímia).
Semântica é o “ramo da
linguística que se ocupa
do estudo da significação
como parte dos sistemas das
línguas naturais” (HOUAISS,
2007, p. 2540). Em Libras é o
significado que o sinal assume
nas interações comunicativas
com os surdos. Sinonímia é
a relação estabelecida entre
signos linguísticos diferentes
com significado semelhante.
Polissemia é a presença de
mais de um significado para
um mesmo signo linguístico.
Aula 4 Aprendendo Libras 19
Exemplo 1 – Polissemia: O sinal usado
pela comunidade surda de Fortaleza/
CE para indicar o nome de sua cidade é
o mesmo sinal usado noutras regiões
do Brasil para indicar “duro” ou “sem
dinheiro”. Assim, o mesmo sinal
(imagem 1) pode representar a capital
do Ceará ou indicar uma condição
financeira precária.
Exemplo 2 – Sinonímia: O mês de
setembro pode ser indicado por
sinais diferentes. Em alguns lugares
do Brasil, o sinal para designar
esse mês lembra um desfile marcial
(imagem 2), enquanto em outros faz
alusão ao assessório sob o queixo
dos soldados que segura o capacete
(imagem 3).
Sinais polissêmicos e sinonímicos
Figura 3
Imagem 1 – SINAL FORTALEZA
Imagem 2 – SINAL 1 SETEMBRO
Imagem 3 – SINAL 2 SETEMBRO
FORTALEZA (CE)
Saiba mais
Aula 4 Aprendendo Libras
20
É importante ressaltar que as variações linguísticas reportam-se ao contexto, o qual
indicará significados distintos no uso dos sinais. Se por um lado a polissemia possibilita que
com um pequeno número de sinais tenhamos um grande número de significados, por outro
lado, isso reforça a ambiguidade e a imprecisão, prejudicando a compreensão, especialmente
no contexto bilíngue Libras-Língua Portuguesa. Por exemplo, se dissermos “fulano é uma
pessoa difícil” e utilizarmos o sinal “difícil” na tradução direta, o sentido pode ficar prejudicado,
uma vez que podemos atribuir ao adjetivo “difícil” diferentes acepções: ocupado, irritadiço,
tímido, etc. Havendo necessidade de manter o sinal “difícil” na tradução, aconselhamos sua
contextualização, acrescentando uma informação mais objetiva: “fulano é difícil, porque não
aceita negociar”. Nesse caso, o acréscimo se justifica para dizer em que sentido está sendo
empregado o sinal de “difícil”, uma vez que esse adjetivo tem um significado polissêmico.
Convêm esclarecermos que no contexto bilíngue Libras/Português a polissemia ou
sinonímia se faz presente em ambas as línguas de forma independente. Por exemplo: em
Língua Portuguesa, a palavra “manga” é polissêmica, podendo significar a fruta ou a parte
da roupa que cobre o braço, enquanto que em Libras existe um sinal diferente para cada
acepção de “manga”.
Além das variações linguísticas oriundas da relação signo-significado, podem acontecer
variações na execução de um mesmo sinal, produzindo o que poderíamos comparar ao so-
taque nas línguas orais auditivas. Outras variações dizem respeito ao estilo pessoal de cada
sinalizador, na forma como ele executa os sinais, o que corresponderia, nas línguas orais, à
entonação, dicção e ritmo da fala, ao que chamaríamos de prosódia. Apesar de as variações
linguísticas serem inevitáveis e, por isso, aceitáveis, é importante buscar realizar os sinais
de maneira bem articulada, ritmada e coerente com as expressões corporal e facial, pois a
compreensão dependerá dessa desenvoltura.
Sotaque é uma forma típica de falar de um grupo linguístico, cujas variações
em ritmo, entonação ou pronúncia das palavras acontecem conforme a região,
classe ou grupo social, etnia, sexo e idade. Em Libras seria a forma de articular
o sinal.
Prosódia são as variações na entonação, ritmo e pronúncia das palavras, dando
realce ao texto em contexto. No caso da Libras estaria presente na ênfase das
expressões corporal e facial e no ritmo da gestualização dos sinais.
Resumo
Aula 4 Aprendendo Libras 21
Para finalizar esta aula, pode parecer óbvio falar do caráter espacial da língua de sinais,
contudo, é preciso destacar que a posição do sinalizador é fator imprescindível para a com-
preensão dos sinais. A execução dos sinais deve considerar a posição e a postura adequadas
do sinalizador, isto é, o corpo do sinalizador e os sinais executados devem estar no campo
de visão do(s) interlocutor(es). Dependendo do ângulo de visão que se tenha do sinalizador
(frente, lateral) ou da distância, a compreensão do sinal pode ser difícil ou impossível. Devemos
lembrar que esse aspecto merece a maior atenção do professor que faz uso da Libras em sala
de aula, sendo aconselhável que o aluno surdo ocupe seu lugar nas primeiras carteiras e que
o professor evite falar enquanto escreve, caso o aluno realize leitura labial.
Curiosidade
Você sabia que existem dois sinais diferentes para dizer “abacaxi”, sendo que
um deles também significa a cidade de Aracati/CE, conhecida pela produção
dessa fruta?
Nesta aula, vimos que a Libras não deve ser estudada tendo como base
a Língua Portuguesa, pois as línguas de sinais não são derivações das línguas
orais auditivas, elas possuem uma gramática específica e independente. A
Libras reflete a forma natural de o surdo processar suas ideias, compreender
e expressar o mundo. Percebemos que o contexto comunicativo é fundamental
na produção de sentidos para os sinais executados e na compreensão dos
seus significados, permitindo que os interlocutores se expressem e interpretem
adequadamente a mensagem. Vimos também que como em qualquer língua,
a Libras possui variações linguísticas relacionadas a mudanças no contexto
histórico, geográfico, sociocultural e comunicativo. As variações produzidas
são identificadas no uso de signos polissêmicos ou sinonímicos, bem como
na maneira como eles são realizados.

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  • 2.
  • 3. 1 2 3 Aula 4 Aprendendo Libras 11 Apresentação As mãos rompem o silêncio e fazem a comunicação de quem não ouve, mas vê, sente e se emociona. (Autor desconhecido) Nesta aula, retomamos alguns conteúdos já anunciados no Módulo 1 (O que é Libras?), tanto em relação ao alfabeto manual como em relação às variações linguísticas na Libras. Refor- çamos a Libras como uma língua de modalidade gestual visual, que permite aos usuários tratar de assuntos de qualquer natureza – fatos cotidianos, artes, ciência, filosofia, esportes – sem prejuízo de compreensão. Trata-se, pois, de uma língua capaz de atender a todas as demandas de comunicação necessárias a uma pessoa surda. Veremos, também, que as variações linguís- ticas da Libras acontecem tanto pelo uso de um mesmo sinal para designar coisas diferentes como pelo uso de mais de um sinal para designar a mesma coisa. Acontecem, ainda, muitas variações linguísticas em relação à forma como o sinal é realizado, devido a características pessoais ou de uma comunidade em particular, produzindo algo equivalente ao sotaque e à prosódia nas línguas orais auditivas. A relação entre palavra e sinal não é direta; a constituição dos sinais não provém da representação simbólica da sonoridade das palavras, eles partem da ideia representada gestualmente em contexto. Objetivos Compreender que a surdez não restringe a capacidade comunicativa e cognitiva do surdo, e que a Libras é a sua língua materna. Analisar a importância da educação inclusiva na proposta bilíngue para a participação do surdo na sociedade. Distinguir e utilizar alguns sinais polissêmicos e alguns sinais sinonímicos. Sinais em Libras Os sinais em Libras são signos linguísticos que independem da palavra em Língua Portuguesa. Cada sinal é convencio- nalmente constituído pela representação – na forma de gestos – do que se deseja comunicar e a sua compreensão é diretamen- te visual.
  • 4.
  • 5. Saiba mais Aula 4 Aprendendo Libras 13 Libras: uma língua completa Os estudos sobre as línguas de sinais, principalmente aqueles realizados nos Estados Unidos durante os anos sessenta e setenta do século passado, ampliaram nosso conceito de língua, indo além da modalidade oral auditiva e introduzindo, também, as línguas gestuais. Durante muito tempo os estudos sobre as línguas de sinais preocuparam-se em comparar as duas formas – oral auditiva e gesto-visual – evidenciado suas semelhanças e diferenças. Entretanto, as línguas de sinais apareciam quase sempre subordinadas à língua oral auditiva de cada país, e só recentemente elas adquiriram o status de língua independente. As línguas de sinais, amplamente aceitas e utilizadas pelos surdos, também passaram a ser reconhecidas como sua língua natural. Gesto: movimento espontâneo, voluntário ou involuntário, do corpo, espe- cialmente das mãos, braços e cabeça que revela estado psicológico ou in- tenção de exprimir ou realizar algo. O gesto é igualmente uma forma de dar ênfase ao discurso na interação comunicativa dos interlocutores. Mímica: arte de exprimir os pensamentos e sentimentos, imitar seres e representar objetos por meio de gestos, expressões corporais e fisionô- micas. O mímico é o artista que comunica e se faz entender por meio da mímica sem fazer uso da fala. Pantomima: é um teatro gestual que faz o menor uso possível de palavras e o maior uso de gestos. É a arte de narrar com o corpo. É uma modalidade cê- nica que se diferencia da expressão corporal e da dança, basicamente é a arte objetiva da mímica, sendo um excelente artifício para comediantes, cômicos, palhaços, atores e bailarinos. Sinal: é o signo linguístico na língua de sinais, o qual contém uma unidade de informação convencionada por meio gestual pela comunidade surda e que ser- ve para comunicar algo a alguém. Assim, o sinal se difere do gesto espontâneo pelo seu caráter de código compartilhado e estruturado em uma língua.
  • 6. Aula 4 Aprendendo Libras 14 Devido a essa identidade linguística própria das línguas de sinais nem sempre se torna adequado buscar comparativos diretos com as línguas faladas, como o português. É por isso que as propostas de educação para surdos na perspectiva do oralismo e da comunicação total fracassam em seus resultados mais abrangentes, pois elas não reconhecem a autonomia da língua de sinais e seu uso é tão somente admitido como um recurso complementar de comu- nicação com surdos. Em sentido oposto, o método bilíngue, indicado na Política Nacional de Educação Especial (MEC/SEESP, 2008), parte da perspectiva da Educação Inclusiva, a qual contesta a segregação dos alunos em classes ou escolas especiais e aponta para a necessidade de remoção das barreiras linguísticas que dificultam a convivência entre surdos e ouvintes. O reconhecimento tardio da Libras repercutiu em prejuízos na educação formal da comunidade surda, pois ape- nas na última década deste século surgiram projetos educacionais para a implantação de uma proposta bilíngue (Português-Libras) nas escolas brasileiras. O método de educação bilíngue, que tem o respaldo legal do Ministério da Educação, busca a ampla inclusão do surdo. Nesse sentido, a Libras é oficialmente respeitada e ensinada como uma língua completa em si, sendo direito do aluno surdo receber instrução em sua língua materna, aprender a comunicar-se em Língua Portuguesa na modalidade escrita e, se possível, realizar leitura labial. A proposta bilíngue considera dois aspectos importantes para a educação dos surdos. Primeiramente, reconhece a língua de sinais como língua materna dos surdos, pois numa re- alidade sem sons, o sistema cognitivo para elaboração e narração de ideias, conceitos e fatos se desenvolve por meio da percepção visual, e é por meio dela que se torna possível atribuir sentido e significado ao mundo físico e social. Em segundo lugar, a proposta bilíngue avança em relação ao oralismo porque respeita a cultura surda, mas ao mesmo tempo, enfatiza a importância e necessidade de o surdo não permanecer segregado da cultura ouvinte. Nesse sentido, a aprendizagem da Língua Portuguesa e a convivência escolar com alunos ouvintes são fatores imprescindíveis para a inclusão e participação social e política dos surdos como, por exemplo, em atividades de ocupação profissional, manifestações artísticas, desportivas, culturais e de lazer. É preciso considerar que a criança que nasce surda ou se torna surda antes de aprender a falar irá desenvolver sua capacidade sociolinguística pela interpretação visual das expressões faciais e corporais das pessoas e pela leitura dos gestos ou dos sinais que elas realizam em determinado contexto. Quanto menor o nível de acuidade auditiva, maior o nível de dependência da língua de sinais para a comunicação e maior a dificuldade para aprender idioma falado em seu país. Queremos reafirmar que o fato de o surdo ser privado da comunicação oral não afeta seu desenvolvimento cognitivo, afetivo, sociocultural ou acadêmico, pois a língua de sinais é completa em seus aspectos morfológicos, sintáticos e semânticos, permitindo às imagens sinalizadas traduzirem qualquer pensamento. Além disso, a aprendizagem da Língua Portu- guesa na modalidade escrita habilita o surdo na cultura ouvinte e lhe concede a possibilidade de ampliar sua participação social, política, econômica e cultural. A base natural da comu- nicação dos surdos é a imagem codificada nos sinais que formam o léxico da Libras, pois o processo de formação de conceitos não pode depender da audição ausente.
  • 7. Aula 4 Aprendendo Libras 15 Curiosidade O escultor Douglas Tilden nasceu em 1860 na Califórnia e aos quatro anos de idade ficou surdo após ser acometido de febre escarlatina. Formou-se na Escola da Califórnia para surdos, sendo posteriormente professor dessa mes- ma instituição durante oito anos. Muitas de suas esculturas monumentais são graciosas comemorações aos temas californianos e podem ser vistas na cidade de São Francisco. Com a escultura “The Baseball Player”, que foi exposta no Salão de Paris no período de 1889 a 1894, Tilden conquistou o reconhecimento internacional, sendo considerado um dos precursores da escultura moderna. Figura 1 – The Baseball Player -1890 Fonte: <http://www.flickr.com/photos/9405610@ N02/3709376214/>. Acesso em: 18 out. 2011.
  • 8. Aula 4 Aprendendo Libras 16 Leia o trecho a seguir e redija um comentário pessoal sobre a importância da proposta bilíngue na educação de surdos. A Proposta Bilíngue não privilegia uma língua, mas quer dar direito e condições ao indivíduo surdo de poder utilizar duas línguas; portanto, não se trata de ne- gação, mas de respeito; o indivíduo escolherá a língua que irá utilizar em cada situação linguística em que se encontrar. (Kozlowski, 1998). Variações linguísticas É um fenômeno presente nas línguas humanas, independentemente de ação normativa (gramática). Em qualquer língua oral e também na Libras é possível identificar variações oriundas do contexto histórico, geográfico, sociocultural e comunicativo. O contexto histórico explica como ao longo do tempo as palavras e os sinais vão sendo gradativamente modificados e até substituídos, esse é um processo que ocorre em qual- quer língua viva. O contexto geográfico trata das mudanças identificadas em comunidades usuárias da mesma língua, porém que habitam em regiões distintas. O contexto sociocultural produz variações relativas a atributos que identificam um grupo como: grau de instrução, idade, gênero ou padrão econômico. O contexto comunicativo se reporta à situação, mais ou menos formal, à relação estabe- lecida entre os interlocutores e ao conteúdo da mensagem.
  • 9. Aula 4 Aprendendo Libras 17 Em qualquer que seja o contexto produtor das variações linguísticas (histórico, geográfi- co, sociocultural ou comunicativo), elas são marcadas por diferenças observadas no repertório de palavras/sinais utilizados (léxico), na forma como as palavras são pronunciadas ou os sinais são executados (morfológico) e, ainda, nos significados que lhes são atribuídos (semântico). Segundo estudos da linguística, os signos ou itens lexicais (sinais na língua dos surdos ou palavras na língua dos ouvintes) expressam ideias, ações ou conceitos, que podem ter dife- rentes significados, conforme o contexto. “Os signos são assim instrumentos de comunicação e representação, na medida em que, com eles, configuramos linguisticamente a realidade e distinguimos os objetos entre si” (VILELA; KOCH, 2001). Em qualquer situação comunicativa o contexto se torna fundamental na produção de sentidos; ele permite preencher lacunas e fazer escolhas dentre algumas possibilidades, de modo a produzir interpretações ajustadas, especialmente quando se trata de uma linguagem conotativa, do uso de expressões idiomáticas ou de signos polissêmicos. A linguagem cono- tativa se caracteriza pelas alterações ou ampliações que as palavras agregam ao seu sentido literal (denotativo). Vejamos alguns exemplos comuns da linguagem conotativa, em que as figuras de linguagem e de construção possuem um significado subjetivo e indissociável de seu contexto, assim como algumas expressões idiomáticas, cuja compreensão depende da participação do indivíduo na mesma comunidade usuária. Expressões idiomáticas e figuras de linguagem “Tirar água do joelho” “Pagar o pato” “Mão na roda” “Engolir sapos” “Dar com os burros n’água” “Chorar sobre o leite derramado” “Eles passarão eu passarinho” (Mário Quintana) “A neve pôs uma toalha calada sobre tudo” (Fernando Pessoa) Figura 2 Fonte: http://beerevolutionss.blogspot.com/2008/12/pequeno-dicionario-de-expresses.html. Acesso em: 18 out. 2011.
  • 10. Saiba mais Aula 4 Aprendendo Libras Aula 4 Aprendendo Libras 18 Como sugerem os exemplos demostrados anteriormente (Expressões idiomáticas e figu- ras de linguagem), seria ilógico fazer uma tradução literal da Língua Portuguesa para a Libras, pois o sentido não é óbvio na cultura surda por duas razões. A primeira é porque não existe relação unívoca de sentido entre as palavras e os sinais. A segunda, porque as expressões idiomáticas e as figuras de linguagem e de construção (metáforas, metonímias, aliteração, sínquise etc.) são produzidas em padrões culturais específicos. “A Língua Brasileira de Sinais é, antes de tudo, uma imagem do pensamento do surdo. Por isso, a palavra e o sinal muitas vezes não têm o mesmo significado e um mesmo sinal tem vários significados” (KOJIMA; SEGALA, s/d, p. 108). Outro aspecto que precisamos entender é que a sintaxe da Libras difere bastante da Língua Portuguesa, isto é, a forma de organizar os sinais em um enunciado (frase, oração ou período) na Libras depende mais do contexto comunicativo (encadeamento das ideias; assunto tratado e interação entre os interlocutores) do que de regras inflexíveis. Sintaxe em linguística refere-se ao “componente do sistema linguístico que determina as relações formais que interligam os constituintes da sentença, atri- buindo-lhe uma estrutura” (HOUAISS, 2007, p. 2581). Em Libras, refere-se à disposição dos sinais na frase e das frases no discurso, incluindo a sua relação lógica, entre as múltiplas combinações possíveis para transmitir um significado completo e compreensível. Podemos abordar as variações linguísticas do ponto de vista da relação entre signo e significado. O signo é a unidade linguística (sinal ou palavra) que a representação simbólica de algo, cujo significado pode ser de natureza denotativa ou conotativa. A Libras, como a Língua Portuguesa, apresenta variações linguísticas determinadas pela existência de um mesmo sinal com significados diferentes (polissemia), ou de sinais diferentes que remetem um mesmo significado (sinonímia). Semântica é o “ramo da linguística que se ocupa do estudo da significação como parte dos sistemas das línguas naturais” (HOUAISS, 2007, p. 2540). Em Libras é o significado que o sinal assume nas interações comunicativas com os surdos. Sinonímia é a relação estabelecida entre signos linguísticos diferentes com significado semelhante. Polissemia é a presença de mais de um significado para um mesmo signo linguístico.
  • 11. Aula 4 Aprendendo Libras 19 Exemplo 1 – Polissemia: O sinal usado pela comunidade surda de Fortaleza/ CE para indicar o nome de sua cidade é o mesmo sinal usado noutras regiões do Brasil para indicar “duro” ou “sem dinheiro”. Assim, o mesmo sinal (imagem 1) pode representar a capital do Ceará ou indicar uma condição financeira precária. Exemplo 2 – Sinonímia: O mês de setembro pode ser indicado por sinais diferentes. Em alguns lugares do Brasil, o sinal para designar esse mês lembra um desfile marcial (imagem 2), enquanto em outros faz alusão ao assessório sob o queixo dos soldados que segura o capacete (imagem 3). Sinais polissêmicos e sinonímicos Figura 3 Imagem 1 – SINAL FORTALEZA Imagem 2 – SINAL 1 SETEMBRO Imagem 3 – SINAL 2 SETEMBRO FORTALEZA (CE)
  • 12. Saiba mais Aula 4 Aprendendo Libras 20 É importante ressaltar que as variações linguísticas reportam-se ao contexto, o qual indicará significados distintos no uso dos sinais. Se por um lado a polissemia possibilita que com um pequeno número de sinais tenhamos um grande número de significados, por outro lado, isso reforça a ambiguidade e a imprecisão, prejudicando a compreensão, especialmente no contexto bilíngue Libras-Língua Portuguesa. Por exemplo, se dissermos “fulano é uma pessoa difícil” e utilizarmos o sinal “difícil” na tradução direta, o sentido pode ficar prejudicado, uma vez que podemos atribuir ao adjetivo “difícil” diferentes acepções: ocupado, irritadiço, tímido, etc. Havendo necessidade de manter o sinal “difícil” na tradução, aconselhamos sua contextualização, acrescentando uma informação mais objetiva: “fulano é difícil, porque não aceita negociar”. Nesse caso, o acréscimo se justifica para dizer em que sentido está sendo empregado o sinal de “difícil”, uma vez que esse adjetivo tem um significado polissêmico. Convêm esclarecermos que no contexto bilíngue Libras/Português a polissemia ou sinonímia se faz presente em ambas as línguas de forma independente. Por exemplo: em Língua Portuguesa, a palavra “manga” é polissêmica, podendo significar a fruta ou a parte da roupa que cobre o braço, enquanto que em Libras existe um sinal diferente para cada acepção de “manga”. Além das variações linguísticas oriundas da relação signo-significado, podem acontecer variações na execução de um mesmo sinal, produzindo o que poderíamos comparar ao so- taque nas línguas orais auditivas. Outras variações dizem respeito ao estilo pessoal de cada sinalizador, na forma como ele executa os sinais, o que corresponderia, nas línguas orais, à entonação, dicção e ritmo da fala, ao que chamaríamos de prosódia. Apesar de as variações linguísticas serem inevitáveis e, por isso, aceitáveis, é importante buscar realizar os sinais de maneira bem articulada, ritmada e coerente com as expressões corporal e facial, pois a compreensão dependerá dessa desenvoltura. Sotaque é uma forma típica de falar de um grupo linguístico, cujas variações em ritmo, entonação ou pronúncia das palavras acontecem conforme a região, classe ou grupo social, etnia, sexo e idade. Em Libras seria a forma de articular o sinal. Prosódia são as variações na entonação, ritmo e pronúncia das palavras, dando realce ao texto em contexto. No caso da Libras estaria presente na ênfase das expressões corporal e facial e no ritmo da gestualização dos sinais.
  • 13. Resumo Aula 4 Aprendendo Libras 21 Para finalizar esta aula, pode parecer óbvio falar do caráter espacial da língua de sinais, contudo, é preciso destacar que a posição do sinalizador é fator imprescindível para a com- preensão dos sinais. A execução dos sinais deve considerar a posição e a postura adequadas do sinalizador, isto é, o corpo do sinalizador e os sinais executados devem estar no campo de visão do(s) interlocutor(es). Dependendo do ângulo de visão que se tenha do sinalizador (frente, lateral) ou da distância, a compreensão do sinal pode ser difícil ou impossível. Devemos lembrar que esse aspecto merece a maior atenção do professor que faz uso da Libras em sala de aula, sendo aconselhável que o aluno surdo ocupe seu lugar nas primeiras carteiras e que o professor evite falar enquanto escreve, caso o aluno realize leitura labial. Curiosidade Você sabia que existem dois sinais diferentes para dizer “abacaxi”, sendo que um deles também significa a cidade de Aracati/CE, conhecida pela produção dessa fruta? Nesta aula, vimos que a Libras não deve ser estudada tendo como base a Língua Portuguesa, pois as línguas de sinais não são derivações das línguas orais auditivas, elas possuem uma gramática específica e independente. A Libras reflete a forma natural de o surdo processar suas ideias, compreender e expressar o mundo. Percebemos que o contexto comunicativo é fundamental na produção de sentidos para os sinais executados e na compreensão dos seus significados, permitindo que os interlocutores se expressem e interpretem adequadamente a mensagem. Vimos também que como em qualquer língua, a Libras possui variações linguísticas relacionadas a mudanças no contexto histórico, geográfico, sociocultural e comunicativo. As variações produzidas são identificadas no uso de signos polissêmicos ou sinonímicos, bem como na maneira como eles são realizados.