1. Disciplina: LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS - Libras
Semestre: 1 semestre 2014 - 6° Fase – POLO – PEARA A/B
Alunos: Jaqueline Kamphorst Leal
Luciana Paiano de Souza
Maura Aparecida Flicidade
2. A finalidade deste trabalho é mostrar a desmistificação de
mitos que ainda existem sobre as línguas de sinais. Mitos que não
devem ser considerados preconceitos, mas sim, falta de
conhecimento por parte da sociedade no geral e principalmente por
parte dos professores. Acreditar que um dos deveres, como
professores de LIBRAS, é analisar a situação de cada aluno e ajudar
no seu desenvolvimento enquanto educador, mesmo que especial, e
para aqueles que ainda não tem conhecimento de um
esclarecimento maior, procurar a qualificação adequada para cada
caso, incluindo este aluno no contexto educacional. Esclarecendo
que a língua de sinais – Libras é tão importante quanto a língua oral.
Publico alvo: Professores
Mito 1 : “ A Língua de Sinais seria uma mistura de pantomima e
gesticulação concreta, capaz de expressar conceitos abstratos”.
Mito 2 : “ Haveria uma única e universal Língua de Sinais usada por
todas as pessoas surdas”.
Mito 4 : “ A Língua de Sinais seria um sistema de comunicação
superficial, com conteúdos restrito, sendo estética, expressiva e
linguisticamente inferior ao sistema de comunicação oral”.
Mito 5 : “ As Línguas de Sinais derivariam da comunicação gestual
espontânea dos ouvintes”.
Um gesto e uma imagem vale
mais do que mil palavras!
3. “Os sinais não são símbolos arbitrários como as palavras, mas
carregam uma relação icônica ou representacional de seus
referentes. No entanto, vários estudos concluíram que as
línguas de sinais expressam conceitos abstratos. Pode-se
discutir sobre política, economia, matemática, física, psicologia
em uma língua de sinais, respeitando-se as diferenças culturais
que determinam a forma de as línguas expressarem quaisquer
conceitos”.
Muitas vezes as pessoas acham que sabem a língua de sinais
porque sinalizam alguns gestos e sinais ou o fazem através de
apontamentos. Para conversar em língua de sinais, não basta
conhecer os sinais, precisa-se estudar a gramática da língua.
Acreditava-se que além dos gestos e do alfabeto os surdos
poderiam utilizar a linguagem labial e ainda se houvesse algum
sinal que não existisse fariam algum tipo de mímica. Tudo na
língua de sinais tem algum sentido, tudo está encaixado em
alguma cultura. As dificuldades que os surdos e mudos tiveram
para aprender sua estrutura, comprova na prática de hoje, que é
uma língua estruturada e não apenas um conjunto de gestos.
“Use-me” eu posso
falar por você!
4. “Essa concepção ainda faz parte do senso comum. As pessoas
normalmente perguntam se as línguas de sinais não são universais.
Cada país apresenta sua respectiva língua de sinais. A língua de sinais
americana é diferente da língua de sinais brasileira, assim como estas
diferem da língua de sinais britânica, da língua de sinais francesa, e
assim por diante”.
O conceito de que existe uma língua de surdos universal parece, pois,
ser uma crença generalizada na nossa sociedade e é consequência do
desconhecimento da natureza das línguas de sinais. É importante
reiterar que a Língua de Sinais não tem um caráter universal, já que
cada país possui sua própria língua, que, no caso do Brasil, é a
LIBRAS. Porém, para cada estado do Brasil, existe uma variação da
língua, ou seja, um dialeto próprio, acontecendo que até mesmo as
cidades de um estado, podem apresentar diferenças, porém pouco
relevantes. O contato dos surdos entre si em lugares como
associações, escolas e demais locais onde possam participar, trocando
conhecimentos de LIBRAS (já que possuem níveis de
desenvolvimento variados), enriquece a cultura surda, pois, como já
foi dito, cada lugar possui sinais próprios. Também o alfabeto manual
é diferente entre os países; por exemplo, o alfabeto manual brasileiro
é parecido com o de outros países, como Estados Unidos e França,
pois foi influenciado pelo alfabeto francês.
“Use-me”, sou
um sinal
universal!
5. “A alegação de empobrecimento lexical nas línguas de sinais surgiu a partir
de uma situação sociolinguística marcada pela proibição e intolerância em
relação aos sinais na sociedade e, em especial, na educação. Entretanto, sabe-
se que tais línguas desenvolvem itens lexicais apropriados a situações em que
são usados. À medida que as línguas de sinais garantem maior aceitação,
especialmente em círculos escolares, registra-se aumento no vocabulário
denotando referentes técnicos.”
É comum até pessoas que trabalham na área de Educação de Surdos ou
escolas de surdos pensarem desta maneira, acontecendo que vários deles
reduzem o conteúdo ao ensinar para surdos porque pensam que não existem
sinais para explanar um determinado assunto. Precisam-se anos de
experiência para saber Libras e mesmo assim as vezes fica difícil conhecer
perfeitamente a língua assim como ocorre com o português. Muitos pensam
que essa língua não apresenta elementos como preposições e conjunções.
No entanto, por ser uma língua de modalidade espaço-visual, a Língua de
Sinais agrega esses elementos estruturais nos sinais por meio de expressões
faciais e corporais. As línguas de sinais podem ser utilizadas para várias
funções identificadas na produção das línguas humanas.
É um erro achar que a língua brasileira de sinais é apenas uma versão oral da
língua portuguesa. Pois as línguas de sinais possuem vocabulário e
gramática própria não dependendo da língua oral embora haja semelhanças
e aspectos comum entre a língua de sinais e a língua oral falada em
determinada região.
“Não sou
diferente das
línguas orais”,
posso
demonstrar
meu sentimento
com um simples
gesto!
6. “A ideia de que as línguas de sinais não são línguas, mas sim
apenas “gestos” que se originam na comunicação gestual
espontânea, portanto, universal, inferior e limitada, advém de
longa data, quando se acreditava que a linguagem estava
associada à capacidade do ser humano de “falar”. Essa concepção
histórica perpassou os preceitos religiosos e as questões político-
sociais. As igrejas ensinavam os surdos a falarem para que esses
confessassem sua fé, caso contrário, estariam fadados à queimar
no inferno. Pelo contrário, obrigou-se o uso da fala, mesmo sendo
essa bastante limitada, não produtiva e, na maioria das vezes, sem
significado para o surdo”.
“As línguas de sinais possuem sinais mais complexos e, na maioria
deles, completamente diferentes dos que ouvintes utilizam. Por
esse motivo, a comunicação entre ouvintes e surdos é bem mais
difícil do que possa parecer.” Muitas vezes as pessoas acham que
sabem a língua de sinais porque sinalizam alguns gestos e sinais
ou o fazem através de apontamentos. Há alguns sinais que são
semelhantes aos gestos, mas isso não pode ser generalizado.
Assim, gestos que são comuns das pessoas faladas em nossa
cultura, como o gesto de DORMIR, não faz parte de LIBRAS, em
que o sinal correspondente é completamente diferente. Outro
exemplo de discordância está entre o gesto usual de CHORAR que
é completamente diferente do sinal em LIBRAS.
“Eu também posso ser
reconhecido pela
minha complexidade”!
Referências bibliográficas
LABORIT, Emmanuelle. O voo da gaivota.
São Paulo: Best Seller, 1994.
GESSER, Audrei. LIBRAS? Que língua é
essa? Crenças e preconceitos em torno da
língua de sinais e da realidade surda. 1a.
ed. São Paulo: Parábola Editorial, 2009.
SCHMITT, Dionísio. Línguas Brasileira de
Sinais Caderno pedagógico – 1ª Ed. –
Florianópolis: DOPESC: UDESC/CEAD,
2013