As Grandes Navegações foram uma série de viagens de longa distância realizadas pelos europeus nos séculos XV-XVII, motivados principalmente pelo desejo de obter especiarias e artigos de luxo orientais diretamente, sem intermediários. Portugal foi o primeiro a lançar-se ao mar, navegando ao longo da costa africana em busca de uma rota para a Índia. Posteriormente, a Espanha enviou Cristóvão Colombo, que acidentalmente descobriu o continente americano em 1492. Outros países europeus
1. As Grandes Navegações
Você já imaginou o que é viajar para lugares distantes em embarcações frágeis e pequenas?
Viajar em barcos lotados e com pouco espaço para os tonéis de água potável? Viajar sem nenhuma
certeza do caminho? Pois foram esses alguns dos desafios que os europeus enfrentaram durante
as Grandes Navegações; conjunto de viagens de longa distância que ocorreram durante os séculos
XV, XVI e XVII.
Para velejar em alto-mar, os europeus do século XV enfrentaram perigos reais e imaginários.
Entre os perigos reais estavam os ventos desfavoráveis, a ameaça de encalhe, os lugares
desconhecidos, a fome, as doenças e a sede dentro dos navios. Os perigos imaginários também
eram muitos, como, por exemplo, a crença de que a Terra era achatada como uma pizza e que
aqueles que se afastassem muito do litoral cairiam em um abismo. Os monstros marinhos também
traziam medo constante para a tripulação das embarcações.
Se era assim tão perigoso, por que então os europeus se aventuraram por esses mares
desconhecidos? O motivo principal foi o desejo de conseguir as especiarias e os artigos de luxo
orientais.
No século XIV, o rico comércio com o Oriente era controlado em grande parte por árabes e
italianos. Os árabes traziam os produtos do Oriente até os portos das cidades italianas de Gênova
e Veneza, dali os italianos compravam as mercadorias e as revendiam com grande margem de
lucro para o restante da Europa, fazendo com que tais cidades fossem prósperas e imensamente
ricas. Com o Mediterrâneo controlado pelos italianos, só restou aos demais povos encontrarem
uma nova rota até o Oriente e assim adquirir as especiarias e os itens de luxo orientais direto da
fonte, sem a intermediação dos italianos. Daí que surgirá as Grandes Navegações.
Portugal foi o primeiro reino a se lançar ao mar. Isso pode ser explicado porque ele não
estava envolvido em nenhum conflito no ínicio do século XV, diferentemente da maioria dos reinos
europeus. Além disso, Portugal era um reino basicamente marítimo, onde o comércio de pescados
incentivou a expansão comercial e o aprimoramento na construção de navios e técnicas de
navegação. Os portugueses acreditavam que podiam chegar até o Oriente contornando o
continente africano, por isso, decidiram começar sua expansão conquistando o norte da África em
1415, tomando a cidade árabe de Ceuta. Posteriormente os portugueses navegaram tentando
contornar a África para chegar até às Índias. Seus principais navegadores foram Gil Eanes, que
contornou o Cabo Bojador, Vasco da Gama, que em 1498 conseguiu realizar essa tarefa e Pedro
Álvares Cabral, que descobriu as terras do nosso país e 1500 de forma acidental, pois ele estava
tentando fazer a mesma rota que Vasco da Gama havia realizado.
O segundo reino a se aventurar pelo mar desconhecido foi a Espanha. Seu atraso se deu
pelo fato de estarem em guerra com os mouros na península ibérica. Guerra essa que só teve fim
em 1492, data em que os espanhóis saem vitoriosos e se lançam ao mar com o navegador
Cristóvão Colombo. Colombo esperava alcançar o oriente dando a volta ao mundo, pois ele
acreditava que a terra não era plana, mas sim redonda. No mesmo ano, Colombo chega em terras
desconhecidas, acreditando ser as Índias, por isso, põe o nome dos seus habitantes de índios. Na
verdade, Colombo havia encontrado um novo continente, o continente americano. O local de sua
chegada está situado nas ilhas caribenhas da América Central.
Tantos as conquistas dos portugueses como a dos espanhóis estavam asseguradas pelo
Tratado de Tordesilhas, tratado proposto pelo papa Alexandre VI e assinado pelos dois reinos, onde
divia as terras a serem descobertas entre ambos. Entretanto, os reinos que não fizeram parte do
acordo a questionaram e a ignoraram, fazendo com que franceses, ingleses e holandeses também
se lançassem ao mar nos séculos XVI e XVII, desconbrindo territórios na América do Norte e
saqueando as colonias dos espanhois e portugueses. Iniciando assim a Era Colonial.