Este documento discute a natureza e o sentido da avaliação educativa. A avaliação deve estar a serviço da aprendizagem dos estudantes, não apenas medir o conhecimento. Uma boa avaliação é processual, participativa e integrada ao currículo para estimular a descoberta do conhecimento, não apenas testar fatos. A avaliação deve refletir a visão de que o conhecimento é uma construção social, não apenas respostas objetivas.
3. Delimitação conceitual
As urgências levam com demasiada frequência
a perguntar como fazer a avaliação, antes de
averiguar ou de refletir sobre o porquê e o para
quê.
4. Delimitação conceitual
“(…) avaliar com intenção formativa não é o mesmo que
medir, nem qualificar e nem sequer corrigir; avaliar
tampouco é classificar, examinar, aplicar testes.
Paradoxalmente, a avaliação tem a ver com atividades de
qualificação, medição, correção, classificação, certificação,
exame, aplicação de prova, mas não se confunde com
elas.”
5. A partir do interesse da racionalidade prática e
crítica,
caracterizada
pela
busca
de
entendimento, pela participação e pela
emancipação dos sujeitos, na educação não
pode ocorrer a avaliação sem o sujeito
avaliado, dando por suposta a presença do
avaliador.
6. No âmbito educativo, a avaliação deve
entendida
como
atividade
crítica
aprendizagem, porque se assume
avaliação é aprendizagem no sentido de
por meio dela adquirimos conhecimento.
ser
de
que
que
7. Apenas quando asseguramos a aprendizagem
também podemos assegurar a avaliação – a
boa avaliação que forma – transformada ela
mesma em meio de aprendizagem e em
expressão de saberes. Só então poderemos
falar com propriedade em avaliação formativa.
8. Caracterização da avaliação educativa
- Democrática: participação ativa de professor e alunos.
- Deve estar a serviço daqueles que aprendem.
- Negociação dos critérios de avaliação.
- Transparência nos critérios aplicados.
- Deve ser contínua, processual e integrada no currículo.
- A intenção sancionadora fica longe dessa avaliação.
- Técnicas de triangulação.
9. A importância do contexto de elaboração
Poucas obras questionam a natureza, o sentido, a
existência e a presença da avaliação, a sua necessidade, o
poder de união que adquire e o poder de estimulação que
implica, seja como instrumento de controle ou de exercício
de autoridade, seja como meio educativo de
aprendizagem.
O contexto social e histórico no qual surgem conceitos e
práticas educativas e a que interesses eles responder
devem ser objetos de reflexão e análise cuidadosas.
10. Novos conceitos, velhas funções: a complicação das
práticas de avaliação
- Confusão: mescla de funções atribuídas à avaliação;
- expansão da educação - complexidade e multiplicidade
- Reflexão evitaria: criar palavras novas para explicar conceitos que já têm uma
terminologia tradicional e a criação de novos conceitos que ocultam ou
“distraem” a mesma realidade que querem transformar.
Questionamentos do autor - p. 26 (segundo parágrafo)
- Para a transformação da realidade - conhecer os conteúdos, não basta
colocar rótulos - novas propostas e argumentos que sustentem
12. A visão positivista do conhecimento
- Racionalidade técnica / Modelo de provas objetivas
- O professor tem respostas precisas e inequívocas
- Aprendizagem reduzida a condutas observáveis
- Ensino que visa mudar a conduta e não o raciocínio
- Inibe natureza exploradora dos processos de ensino
- Medição das características da personalidade
- A aprendizagem é algo que se pode manipular e prever
13. O conhecimento como construção sócio-histórica
- Racionalidade prática e crítica
- Participação ativa do sujeito em construção
- Incentivo à curiosidade pela exploração do conhecimento
- Professor como propiciador da descoberta da aprendizagem
14. A coerência epistemológica
- A avaliação reflete a concepção de conhecimento de quem avalia.
- Muitos professores não têm consciência epistemológica de sua prática.
- A escola fala sobre a autonomia de pensamento, mas passa a maior parte do
tempo ensinando saberes acadêmicos.
15. A avaliação a serviço da aprendizagem
- A aprendizagem e a avaliação devem ser
orientadas pelo currículo.
-Quem aprende tem muito o que dizer do que
aprende e da forma como o faz, sem que sobre
a sua palavra gravite constantemente o peso
do olho do avaliador que tudo vê e tudo julga.
16. Currículo e práticas avaliativas
- A avaliação através de testes não propicia a
aprendizagem cooperativa, crítica e autônoma.
-A maneira como o sujeito aprende é mais
importante que aquilo que aprende.
17. Mudar as práticas, mudar a mentalidade
Se considerarmos que a aprendizagem é
construção, é participação, é compreensão, é
assimilação, é apropriação e integração dos
próprios esquemas de raciocínio, e não mera
verbalização
de
palavra
emprestada
conservada
em
forma
de
memória
insignificante, é porque por trás disso há uma
visão epistemológica do que é conhecimento.