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Durgante,CarlosEduardoAccioly.ConectandoCiência,Saúde EEspiritualidade,volume 1, 4ª
ed. - PortoAlegre:Livrariae EditoraFranciscoSpinelli,2012
CAPÍTULO 7: A TERMINALIDADE, A EUTANÁSIA, A DISTANÁSIA E
ORTOTANÁSIA
A terminalidade da vida orgânica sempre ensejou no imaginário humano a busca da
imortalidade.
A superação da morte através do encontro do "elixir da longa vida" ou da "fonte da
juventude"exprime oesforçodapsique coletiva em enfrentar um dos seus maiores desafios,
lidar com a perenidade física.
O mitocriado pelahumanidade de encontraralgocapaz de devolveravitalidade e evitar
a morte continua sendo um objetivo que move a nossa vida psíquica, sendo reinscrita na
atualidade de formasdiversas.Hoje as poções mágicas foram substituídas pelas dietas, pelos
suplementos vitamínicos, pelos exercícios físicos e petas cirurgias plásticas.
Na medicina, através de tratamentos cada vez mais elaborados e tecnologias mais
precisas, a ciência procura enganar a morte, postergando o seu encontro para o mais longe
possível, sendo essa uma das suas finalidades.
Dentro deste contexto, encontramos uma humanidade ainda imatura e despreparada
para lidarcom a morte.O apegoà vidae os medos que o fim da vida orgânica provoca levam-
nos a enfrentar a situação de uma forma infantilizada, velada e insegura, jogando para as
sombras da psique algo que deveríamos encarar com naturalidade e com clareza. Mas como
esse encontro mais cedo ou mais tarde acontece, somos obrigados a nos confrontar com as
nossas dificuldades, sendo convocados a nos posicionarmos frente à morte, ensejando
posturasinadequadascomode fugaou de desesperoparaevitarmosoinevitável.Daí a grande
dificuldade para lidarmos com a terminalidade da vida física, uns agindo de forma
desmesurável,commedidasexcessivas, outros querendo acelerar o processo da morte como
tentativa de fugir da dor e dos medos. Em alguns casos, a morte é favorecida pela
insensibilidade e pelos interesses egoísticos da família, que não quer perder tempo com o
familiar doente ou está mais interessada em ficar com a sua herança.
No meio dessa realidade, encontramos o médico que, apesar de seu preparo técnico,
também é obrigado a se confrontar com o seu lado humano, com os fatores culturais e
religiosos e com toda a carga emocional que esse momento provoca.
Essa situaçãocomplexa,que envolve não somente os aspectos técnicos, mas toda uma
reflexãosobre afinalidade e o sentido que move o conhecimento médico perante a vida, vai
nos levar a formular uma ética aplicada à vida, a bioética.
Em relação à terminalidade da vida física, existem três condutas médicas básicas
analisadas pela bioética: a eutanásia, a distanásia e a ortotanásia. Traremos aqui a
colaboração do pensamento espírita para essa reflexão.
2
EUTANÁSIA
O termo eutanásia de origem grega significa a "boa morte" ("eu" = boa e "thanatos" =
morte).Namedicinaé utilizadocomosignificadode abreviaravidados pacientesterminaisou
incuráveis em grande sofrimento. Neste sentido, é considerada eutanásia tanto o uso de
alguma substância que provoque a morte como a falta da ação médica que evitaria a morte,
ou aindauma medida extraordinária, como o desligamento de um aparelho que mantenha o
paciente vivo.
A eutanásiapode servoluntária,quandoa morte busca atender a vontade do paciente;
involuntária, quando a morte é provocada contra a vontade do paciente; e não voluntária,
quandoa morte é provocada semque o paciente tivesse manifestado sua posição em relação
a ela.
Muitos defendem a prática da eutanásia como justificativa para aliviar o sofrimento,
considerando que a vida perde o seu valor quando está limitada pelo sofrimento físico ou
moral. Defendem que frente a uma situação irreversível o paciente tem direito a uma morte
condigna.
Há também os argumentos de ordem social e econômica. Questionam por que de se
manteralguémvivoquandonãohá chancesde sobrevivência,comaltocustohospitalar,sendo
um pesopara sociedade e parafamília,alémde ocuparo leitode alguémque necessitae pode
ser curado?
Alguns defendem a eutanásia quando esta for o desejo do paciente, alegando que
devemos respeitar a vontade, a autonomia e a liberdade individual como fatores mais
importantesdoque a manutençãodavida.Argumentamque oindivíduoé dono de si mesmo,
do seu corpo, da sua vida, e advogam o direito do próprio paciente provocar a sua morte
através da utilização de alguma substância ou desligar os parelhos que lhe mantinham vivo,
classificando este ato como "morte assistida". Na realidade, nesta situação, poderíamos
chamar a "morte assistida" mais apropriadamente como "suicídio assistido".
Os argumentosutilizadosparadefenderaeutanásiaestão baseadosresumidamente nas
seguintesjustificativas:oalívio dosofrimento,aincurabilidade dadoença,ainevitabilidade da
morte, autonomia do paciente, o direito a uma morte digna e as razões sócio-econômicas.
No entanto,essesargumentoscarecemde profundidade e sustentação.Primeiramente,
a dor tanto físicacomo emocional sãosubjetivas,difíceisde ser avaliadas. Enquanto alguns se
desestruturame se desesperamfrenteàspequenas dificuldades, outros conseguem suportar
situaçõesdolorosasde grandesproporções.Alémdisso,adorpode ser umadesculpa esconder
outros interesses ou estados emocionais, como depressão, ou usada como forma de ganho
secundário. O fato é que, com o avanço da analgesia e da anestesia nos dias atuais esse
argumentos não encontram um peso suficiente para justificar a eutanásia.
A verdade é que esse discurso de piedade e respeito ao paciente usado na defesa da
eutanásianãopassa de uma grande hipocrisia. Nofundooque move adefesadaeutanásiasão
os esses econômicos e a nossa dificuldade em lidar com o sofrimento humano.
3
A incurabilidade da doença há muito deixou de ser uma razão consistente. Muitas
doençasditasincuráveisnopassadoatuberculose e a sífilis,hoje são facilmente tratadas com
sucesso. O avanço da medicina, mesmo nas doenças graves oferece tratamentos efetivos.
Mesmo em alguns casos em que a cura não é possível, há a possibilidade de uma sobrevida
longae com qualidade. Mesmocomtodoo avanço da medicina, quem pode garantir o tempo
certo da vida do paciente e suas possibilidades de sobrevivência?
Quandoa inevitabilidade damorte,todos nós estamos condenados a ela, mas isso não
impede de buscarmos a manutenção e prolongamento da vida. Aliás, é essa busca que tem
permitido a humanidade avançar na sua perspectiva de vida com o passar dos séculos.
Com relaçãoà autonomiadopaciente e da justificativa que,sendodonodo seu corpo e
da sua vida, tem o direito a optar por uma morte condigna, questionamos: até que ponto o
paciente possui autonomia num estado emocional alterado? Como a dor, o medo e o
desesperopodemafetarsuasdecisões? Até que ponto existe realmente essa autonomia? Se
eu tenho direito sobre o meu corpo, o que me impede de mutilá-lo ou de cometer suicídio?
Realmente somosdonosdavida? Temo homem o direito de dispor de sua própria vida ou de
delegar esse poder para alguém fazê-lo? É evidente que não, a vida é um bem indisponível,
poisa vida é um Dom de Deus, e só a Ele cabe extingui-la através de Suas leis sábias e justas.
No Livro dos Espíritos, temos a questão número 953:
"Quando uma pessoa vê diante de si um fim inevitável e horrível, será
culpada se abreviar de alguns instantes os seus sofrimentos,
apressando voluntariamente sua morte?
É sempre culpado aquele que não aguarda o termo que Deus lhe
marcou para a existência. E quem poderá estar certo de que, mau
grado às aparências, esse termo tenha chegado; de que um socorro
inesperado não venha no último momento?”
a) - "Concebe-se que, nas circunstâncias ordinárias, o suicídio seja
condenável; mas, estamos figurando o caso em que a morte é
inevitável e em que a vida só é encurtada de alguns instantes".
"É sempre uma falta de resignação e de submissão à vontade do
Criador." (KARDEC)(1)
Acrescenta nesta situação o grande desapontamento do espírito ao chegar ao outro
lado vida e ver que ao invés de aliviar, acabou agravando o seu sofrimento. Todo o laço
rompidoantesdo tempo prolonga a ligação do espírito ao corpo, enquanto na morte natural,
espontânea, este laço se enfraquece gradativamente favorecendo o seu desligamento
corporal. Conforme mensagem de São Luiz em O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap.V,
item 28:
“O materialista, que não vê senão o corpo e não considera a alma, não pode
compreender essas coisas; mas o espírita, que sabe o que se passa além do
túmulo, conhece o valor do último pensamento. Abrandai os últimos
sofrimentos quanto esteja em vós; mas guardai-vos de abreviar a vida, não
4
fosse senão de um minuto, porque esse minuto pode poupar muitas lágrimas
no futuro. ” (SÃO LUIZ, Paris, 1860). (2)
Ainda no Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. V,item 28. Kardec pergunta:
"Um homem está agonizante, vítima de cruéis sofrimentos; sabe-se que seu
estado é desesperador;é permitido poupar-lhe alguns instantes de angústia,
apressando-lhe o fim?
Resposta (São Luiz):Quem, pois,vos daria o direitode prejudicar os desígnios
de Deus? Não pode ele conduzir um homem à borda do fosso para daí o
retirar, a fim de fazê-lo retomar a si mesmo e de conduzir a outros
pensamentos? Em qualquer extremo que esteja um moribundo, ninguém
pode dizer com certeza que sua última hora chegou. A Ciência jamais se
enganou em suas previsões? “(SÃO LUIZ, Paris, 1860) (3).
Na perguntanúmero 106 do livroO Consolador, Emmanuel amplia a questão, trazendo
a ideia de que através de uma doença está havendo um processo de cura:
“A eutanásia é um bem, nos casos de moléstia incurável?
O Homem não tem o direito de praticar a eutanásia, em caso algum, ainda
que a mesma seja a demonstração de medida benfazeja. A agonia
prolongada pode ter finalidade preciosa para a alma e a moléstia incurável
pode ser um bem, como a única válvula de escoamento das imperfeições do
Espírito em marcha para a sublime aquisição de seus patrimônios da vida
imortal. “Além do mais, os desígnios divinos são insondáveis e a ciência
precária dos homens não pode decidir nos problemas transcendentes das
necessidades do Espírito.” (EMMANUEL) (4).
Devemosconsideraraquestãonãosomente dopontode vistamaterial e orgânico, mas,
sobretudo sob a ótica espiritual. Neste sentido, a morte não é considerada apenas do ponto
de vista corporal, e sim como um processo que só é efetivado quando forem desatados
todos os laços fluídicos que unem o espírito ao corpo. O aceleramento da morte ou sua
antecipação através da eutanásia provocará reflexos graves ao espírito, dificultando a sua
desencarnaçãoe sua adaptaçãoà nova realidade. Seguindo este raciocínio, não nos interessa
apenas aliviarosofrimentofísico,masatendertambémaosfatores espirituais, oferecendo ao
espírito todos os recursos necessários ao seu aproveitamento reencarnatório para fins
evolutivos e para o alívio do seu sofrimento no mundo espiritual.
As necessidades espirituais são mais importantes do que as físicas, embora não
descuidemos destas. Algumas horas a mais na roupagem física podem significar um melhor
preparo do Espírito para o sua desencarnação e também de sua família uma série de
sofrimentose dificuldadesadaptativas ao plano espiritual. Recordando a importância de uma
encarnação e das dificuldades que a espiritualidade enfrenta para reunir numa existência os
Espíritos ligados do passado, horas num leito de dor surgem como oportunidade de reajuste
com a lei de causa e efeito. Nestas horas, refletimos as profundidade sobre a vida, ficamos
mais sensíveis, emotivos, sabemos intuitivamente da nossa partida e meditamos na
5
perenidade da vida material. Acabamos reavaliando nossas atitudes, os nossos erros, e,
arrependidos,muitasvezes buscamos o perdão e a reconciliação com os nossos desafetos de
ontem na presença de nossos entes queridos de hoje.
No livro Obreiros da Vida Eterna, André Luiz nos relata o caso de Cavalcante que
agonizava num leito de hospital. Jerônimo, instrutor espiritual de André Luiz, havia rompido
pequenas veias na região intestinal para diminuir a resistência física pelo enfraquecimento
gradativo e assim facilitar o seu desencarne. Havia, por parte da espiritualidade, imenso
carinhoe extremadocuidadoparacomo paciente.Afirma-nosoinstrutorfrente ao desenlace
de Cavalcante que "ninguém corte, onde possa desatar (...)". Como o paciente divisava o
planoespiritual dentrodo"delírio"que precedeaodesencarne,o médicoresponsável resolve
aplicar-lhe fatal anestésico para acelerar a sua morte. A espiritualidade tenta uma atitude
drástica fazer o desligamento inicial antes da aplicação da droga, mas não dá tempo. A partir
deste fato transcrevemos o relato de André Luiz:
“Sem qualquer conhecimento das dificuldades espirituais, o médico
ministrou a chamada 'injeção compassiva', ante o gesto de profunda
desaprovação do meu orientador. Em poucos instantes, o moribundo calou-
se. Inteiriçaram-se-lhe os membros vagarosamente. Imobilizou-se a máscara
facial. Fizeram-se vítreos os olhos móveis.
Cavalcante, para o espectador comum, estava morto. Não para nós,
entretanto.A personalidade desencarnante estava presa ao corpo inerte, em
plena inconsciência e incapaz de qualquer reação. Sem perder a serenidade
otimista, o orientador explicou-me:- A carga fulminante da medicação de
descanso, por atuar diretamente em todo o sistema nervoso, interessa os
centros do organismo perispiritual. Cavalcante permanece, agora, colado a
trilhões de células neutralizadas, dormentes, invadido, ele mesmo, de
estranho torpor que o impossibilita de dar qualquer resposta ao nosso
esforço. Provavelmente, só poderemos libertá-lo depois de decorridas mais
de doze horas.
(...) E, conforme a primeira suposição de Jerônimo, somente nos foi possível
a libertação do recém-desencarnado quando já haviam transcorrido vinte
horas, após serviço muito laborioso para nós. Ainda assim, Cavalcante não se
retirou em condições favoráveis e animadoras. Apático, sonolento,
desmemoriado, foi por nós conduzido ao asilo de Fabiano, demonstrando
necessitar de maiores cuidados.” (ANDRÉ LUIZ) (5).
No Brasil a eutanásia é considerada um crime, tipificado como homicídio.
O Conselho Federal de Medicina, através do seu Código de Ética, conforme resolução
CFMN° 1.931, de 17 de setembro de 2009, no Capítulo V e Art. 41, afirma que é vedado ao
médicoabreviaravidado paciente,aindaque apedidodeste oude seurepresentante legal, e
que nos casos de doença incurável e terminal, deve o médico oferecer todos os cuidados
paliativos disponíveis sem empreender ações diagnosticas ou terapêuticas inúteis ou
6
obstinadas, levando sempre em consideração a vontade expressa do paciente ou, na sua
impossibilidade, a de seu representante legal. (6)
Para fins de análise, recordamos também o caso de Marita, relatada no livro Sexo e
Destino, de André Luiz. Marita era uma moça que sofreu um atropelamento, provocando a
batidada cabeça numa pedra com fratura do crânio, e acabou entrando em coma. O instrutor
Félix fez uma rogativa comovedora, solicitando a Deus mais alguns dias de vida. Havia um
esforçoda espiritualidade de oferecer o máximo de tônus vital necessário na manutenção da
vida, embora o caso fosse considerado irreversível pela medicina. Com o auxílio espiritual,
Marita permaneceuvivaporduas semanas, sendo preparada para a sua desencarnação. Após
o seu desenlace feito pelos amigos espirituais, André Luiz faz o seguinte comentário:
“Felizes da Terra! Quando passardes ao pé dos leitos de quantos atravessam
prolongada agonia, afastai do pensamento a ideia de lhes acelerardes a
morte!...
Ladeando esses corpos amarrotados e por trás dessas bocas mudas,
benfeitores do plano espiritual articulam providências, executam encargos
nobilitantes, pronunciam orações ou estendem braços amigos!
Ignorais, por agora, o valor de alguns minutos de reconsideração para o
viajor que aspira a examinar os caminhos percorridos, antes do regresso ao
aconchego do lar. Se não vos sentis capacitados a oferecer-lhes uma frase de
consolação ou o socorro de uma prece,afastai-vose deixai-osem paz (...)! As
lágrimas que derramam são pérolas de esperança com que as luzes de outras
auroras lhes rociam a face (...)! Esses gemidos que se arrastam do peito aos
lábios, semelhando soluços encarcerados no coração, quase sempre
traduzem cânticos de alegria, à frente da imortalidade que lhes fulgura no
além (...)!
Companheiros do mundo, que ainda trazeis a visão limitada aos arcabouços
da carne, por amor aos vossossentimentosmaiscaros, daí consolo e silêncio,
simpatia e veneração aos que abeiram do túmulo! Eles não são as múmias
torturadas que os vossos olhos contemplam, destinados à lousa que a poeira
carcome (...). São filhos do Céu, preparando o retomo à Pátria, prestes a
transpor o rio da Verdade, as cujas margens, um dia, também vós
chegareis!(...)” (7)
Reconhecendoaslimitaçõesdaciênciaatual emabarcar as necessidadesespirituais que
envolvem cada individualidade, cabe à medicina fazer o possível em favor da vida, deixando
para a espiritualidade decidir o momento certo do desenlace físico.
7
DISTANASIA
É o prolongamento da vida por meio de recursos extraordinários, de modo artificial e
sem perspectiva de cura ou melhora. Na verdade em vez se prolongar a vida promove o
prolongamentodoprocessode morrer,submetendoopaciente asofrimentosdesnecessários.
No mundo europeu fala-se de "obstinação terapêutica", nos Estados Unidos de "futilidade
médica".
Evitar procedimentosfúteis não significa abandonar o paciente deixando de atendê-lo
em suas necessidades de conforto e alívio do sofrimento, o que poderia ser confundido com
eutanásia passiva. Ao contrário, nesses casos o cuidar assume um valor preponderante. O
paciente deverá continuar recebendo todas as medidas de conforto básico, alimentação,
hidrataçãoe controle de dor,que emhipótese algumapodemser consideradascomo fúteis. A
preocupaçãoestáemnão serem utilizadasmedidasdesnecessáriascoma finalidade de apenas
impedir a morte a todo o custo e por todos os meios gerando mais sofrimento sem qualquer
probabilidade de melhora ao paciente.
Outro fator que deve ser destacado é a preocupação financeira do profissional em
detrimento ao bem-estar do paciente. Nesses casos os procedimentos visam apenas auferir
lucros sem a preocupação com os resultados concretos de melhora e de conforto para o
doente.
8
ORTOTANÁSIA
Como o prefixo grego orto significa "correto", ortotanásia tem o sentido de morte no
seutempo,semabreviaçãonem prolongamentos desproporcionados do processo de morrer.
A ortotanásia,diferentemente da eutanásia,é sensível ao processo de humanização da morte
e ao alivio das dores e não incorre em prolongamentos abusivos com a aplicação de meios
desproporcionados que imporiam sofrimentos adicionais.
Aqui também é importante que não se confunda ortotanásia com eutanásia passiva
como temos visto por aí. Ela nada tem a ver com eutanásia ou acelerar a morte. Ao contrário,
a ortotanásiaé o respeitopelamorte dignanoseumomentocerto,evitandotantoa eutanásia
como a distanásia.
É fundamental expandirmos o conceito de cuidados paliativos dentro da área médica,
onde o cuidaré maisimportante que curar,buscandooferecermaisatençãoaodoente do que
à doença e medidas de conforto com alívio do sofrimento. Não está se falando aqui em
omissãode recursosnecessários,oque poderiadeixara impressão de uma eutanásia passiva.
O foco está em não serem utilizadas medidas desnecessárias que visam apenas impedir a
morte a todo custoe por todosos meios, semoutroobjetivoalémde,precisamente,prolongar
a vida.
É necessário um maior preparo para lidar com a morte por parte dos médicos, que,
diante da inevitabilidade desta, geralmente não permanecem ao lado do paciente terminal,
deixando-o aos cuidados da enfermagem nos derradeiros momentos de agonia. Daí a
necessidade urgente das universidades favorecerem a criação de cadeiras de Medicina e
Espiritualidade, resgatando a visão de totalidade do indivíduo e superando a ênfase atual no
desenvolvimento da tecnologia em detrimento ao ser humano, dentro de um paradigma
comercial e empresarial da Medicina.
A Associação Médico-Espírita do Brasil, através da Carta de São Paulo - 2005 coloca-se
totalmente contrária a qualquer tipo de eutanásia, seja ela ativa ou passiva, mas também
não concorda com a obstinação terapêuticaque nenhumbenefício produz ao paciente e que
geralmente inflige mais sofrimento provocando a distanásia:
"Em relação à eutanásia, distanásia e à morte natural manifestamo-nos:
1) Contrariamente a qualquer meio intencional que antecipe a morte natural do ser
humano, seja pela eutanásia, ativa ou passiva, ou pelo suicídio assistido.
2) Contrariamente àdistanásia,porentendermostratar-se de um prolongamento inútil
da vida, por uma obstinação terapêutica ou diagnostica, através de meios artificiais que não
trazem benefícios imediatos ao paciente, levando-o a uma morte agoniada, com muito
sofrimento orgânico, psíquico e espiritual.
3) Favoravelmente à ocorrência da morte natural, a que se dá no tempo certo.
Compete-nosrespeitaraautonomiado paciente - suascrenças,medos,desejose esperanças -
oferecendo-lhe apoiomédico,psicológico,religiosoe familiar, que lhe possibilite morrer sem
dor e viver, com dignidade, seus últimos instantes de vida terrena. Compreendemos o
9
processo domorrer como umafase importante parao aperfeiçoamento doespírito,repletode
experiênciasenriquecedoras,tantopara o médicoquantoparao paciente,sobretudo, quando
ambos têm os olhos voltados para a realidade da vida imortal”.
(Carta de Princípios,estabelecidanoV CongressoMédico-Espírita- Mednesp - 28/5/2005). (8)
Dentrodo paradigmamédico-espírita, busca-se contemplar tanto os fatores biológicos
quanto os espirituais envolvidos no processo desencarnatório. A atenção não se prende
apenasà saúde corporal,mas principalmente àsnecessidades doespírito.Emmuitoscasosnos
voltamosexcessivamenteao atendimentoaofísico,aopontodeste abarcar as necessidades da
alma, não havendo espaço para o paciente morrer junto da família, recebendo o carinho e o
atendimento espiritual condigno.
Nemomissãode recursos,nemmedidasdesnecessárias, mas uma atitude de profundo
respeitoparacom o paciente atravésde um olhar cuidadoso para as suas necessidades físicas
e espirituais.
O que se busca é um pontode equilíbrio,respeitandoa morte no momento certo e com
dignidade que podemos sintetizar da seguinte forma:
O QUE É MORRER DIGNAMENTE
1. Morrer semdor (analgesia),semsofrimentoe nahoracerta (ortotanásia).
2. Morrer na presençade uma pessoade estima(familiarou amigo).
3. Morrer onde queiramorrer(na suafamília,por exemplo).
4. Apoiopsicológicooureligioso.
5. Não serabandonado.
6. Participartantoquanto possível dasdecisõesdoscuidados.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
(1) KardecA. O Livrodos Espíritos.1a ed.Comemorativa. Riode Janeiro:FEB;2007, p.
577.
(2) KardecA. O EvangelhoSegundooEspiritismo.Riode Janeiro:FEB;2006, p.135.
(3) KardecA. O Evangelho SegundooEspiritismo.Riode Janeiro:FEB;2006, p.134-
135.
(4) XavierFC.O Consolador(PeloEspíritoEmmanuel).Rio de Janeiro:FEB;1982, p. 70-
71.
(5) XavierFC.ObreirosdaVidaEterna(PeloEspíritoAndré Luiz).16a ed.Riode
Janeiro:FEB;1987, p. 280-281.
(6) Códigode Ética Médica.CFM [acessoem2012 Jan13]. Disponível em:
http://www.cremesp.org.br/library/modulos/legislacao/versaoimpressao.php?id=
8822.
(7) XavierFC,VieiraW.Sexoe Destino.(PeloEspíritoAndré Luiz).13aed.Rio de
Janeiro:FEB;1987, p. 248-249.
10
(8) RobertoGL. Terminalidadedavidae a resoluçãodoCFM. Matériapublicadana
FolhaEspírita emjaneirode 2007.[ acessoem2012 Jan 13] Disponível em:
HTTP:/WWW.ame-brasil.org.br/BR;HTML/outras_cfm.htm.

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Eutanásia, distanásia e ortotanásia

  • 1. 1 Durgante,CarlosEduardoAccioly.ConectandoCiência,Saúde EEspiritualidade,volume 1, 4ª ed. - PortoAlegre:Livrariae EditoraFranciscoSpinelli,2012 CAPÍTULO 7: A TERMINALIDADE, A EUTANÁSIA, A DISTANÁSIA E ORTOTANÁSIA A terminalidade da vida orgânica sempre ensejou no imaginário humano a busca da imortalidade. A superação da morte através do encontro do "elixir da longa vida" ou da "fonte da juventude"exprime oesforçodapsique coletiva em enfrentar um dos seus maiores desafios, lidar com a perenidade física. O mitocriado pelahumanidade de encontraralgocapaz de devolveravitalidade e evitar a morte continua sendo um objetivo que move a nossa vida psíquica, sendo reinscrita na atualidade de formasdiversas.Hoje as poções mágicas foram substituídas pelas dietas, pelos suplementos vitamínicos, pelos exercícios físicos e petas cirurgias plásticas. Na medicina, através de tratamentos cada vez mais elaborados e tecnologias mais precisas, a ciência procura enganar a morte, postergando o seu encontro para o mais longe possível, sendo essa uma das suas finalidades. Dentro deste contexto, encontramos uma humanidade ainda imatura e despreparada para lidarcom a morte.O apegoà vidae os medos que o fim da vida orgânica provoca levam- nos a enfrentar a situação de uma forma infantilizada, velada e insegura, jogando para as sombras da psique algo que deveríamos encarar com naturalidade e com clareza. Mas como esse encontro mais cedo ou mais tarde acontece, somos obrigados a nos confrontar com as nossas dificuldades, sendo convocados a nos posicionarmos frente à morte, ensejando posturasinadequadascomode fugaou de desesperoparaevitarmosoinevitável.Daí a grande dificuldade para lidarmos com a terminalidade da vida física, uns agindo de forma desmesurável,commedidasexcessivas, outros querendo acelerar o processo da morte como tentativa de fugir da dor e dos medos. Em alguns casos, a morte é favorecida pela insensibilidade e pelos interesses egoísticos da família, que não quer perder tempo com o familiar doente ou está mais interessada em ficar com a sua herança. No meio dessa realidade, encontramos o médico que, apesar de seu preparo técnico, também é obrigado a se confrontar com o seu lado humano, com os fatores culturais e religiosos e com toda a carga emocional que esse momento provoca. Essa situaçãocomplexa,que envolve não somente os aspectos técnicos, mas toda uma reflexãosobre afinalidade e o sentido que move o conhecimento médico perante a vida, vai nos levar a formular uma ética aplicada à vida, a bioética. Em relação à terminalidade da vida física, existem três condutas médicas básicas analisadas pela bioética: a eutanásia, a distanásia e a ortotanásia. Traremos aqui a colaboração do pensamento espírita para essa reflexão.
  • 2. 2 EUTANÁSIA O termo eutanásia de origem grega significa a "boa morte" ("eu" = boa e "thanatos" = morte).Namedicinaé utilizadocomosignificadode abreviaravidados pacientesterminaisou incuráveis em grande sofrimento. Neste sentido, é considerada eutanásia tanto o uso de alguma substância que provoque a morte como a falta da ação médica que evitaria a morte, ou aindauma medida extraordinária, como o desligamento de um aparelho que mantenha o paciente vivo. A eutanásiapode servoluntária,quandoa morte busca atender a vontade do paciente; involuntária, quando a morte é provocada contra a vontade do paciente; e não voluntária, quandoa morte é provocada semque o paciente tivesse manifestado sua posição em relação a ela. Muitos defendem a prática da eutanásia como justificativa para aliviar o sofrimento, considerando que a vida perde o seu valor quando está limitada pelo sofrimento físico ou moral. Defendem que frente a uma situação irreversível o paciente tem direito a uma morte condigna. Há também os argumentos de ordem social e econômica. Questionam por que de se manteralguémvivoquandonãohá chancesde sobrevivência,comaltocustohospitalar,sendo um pesopara sociedade e parafamília,alémde ocuparo leitode alguémque necessitae pode ser curado? Alguns defendem a eutanásia quando esta for o desejo do paciente, alegando que devemos respeitar a vontade, a autonomia e a liberdade individual como fatores mais importantesdoque a manutençãodavida.Argumentamque oindivíduoé dono de si mesmo, do seu corpo, da sua vida, e advogam o direito do próprio paciente provocar a sua morte através da utilização de alguma substância ou desligar os parelhos que lhe mantinham vivo, classificando este ato como "morte assistida". Na realidade, nesta situação, poderíamos chamar a "morte assistida" mais apropriadamente como "suicídio assistido". Os argumentosutilizadosparadefenderaeutanásiaestão baseadosresumidamente nas seguintesjustificativas:oalívio dosofrimento,aincurabilidade dadoença,ainevitabilidade da morte, autonomia do paciente, o direito a uma morte digna e as razões sócio-econômicas. No entanto,essesargumentoscarecemde profundidade e sustentação.Primeiramente, a dor tanto físicacomo emocional sãosubjetivas,difíceisde ser avaliadas. Enquanto alguns se desestruturame se desesperamfrenteàspequenas dificuldades, outros conseguem suportar situaçõesdolorosasde grandesproporções.Alémdisso,adorpode ser umadesculpa esconder outros interesses ou estados emocionais, como depressão, ou usada como forma de ganho secundário. O fato é que, com o avanço da analgesia e da anestesia nos dias atuais esse argumentos não encontram um peso suficiente para justificar a eutanásia. A verdade é que esse discurso de piedade e respeito ao paciente usado na defesa da eutanásianãopassa de uma grande hipocrisia. Nofundooque move adefesadaeutanásiasão os esses econômicos e a nossa dificuldade em lidar com o sofrimento humano.
  • 3. 3 A incurabilidade da doença há muito deixou de ser uma razão consistente. Muitas doençasditasincuráveisnopassadoatuberculose e a sífilis,hoje são facilmente tratadas com sucesso. O avanço da medicina, mesmo nas doenças graves oferece tratamentos efetivos. Mesmo em alguns casos em que a cura não é possível, há a possibilidade de uma sobrevida longae com qualidade. Mesmocomtodoo avanço da medicina, quem pode garantir o tempo certo da vida do paciente e suas possibilidades de sobrevivência? Quandoa inevitabilidade damorte,todos nós estamos condenados a ela, mas isso não impede de buscarmos a manutenção e prolongamento da vida. Aliás, é essa busca que tem permitido a humanidade avançar na sua perspectiva de vida com o passar dos séculos. Com relaçãoà autonomiadopaciente e da justificativa que,sendodonodo seu corpo e da sua vida, tem o direito a optar por uma morte condigna, questionamos: até que ponto o paciente possui autonomia num estado emocional alterado? Como a dor, o medo e o desesperopodemafetarsuasdecisões? Até que ponto existe realmente essa autonomia? Se eu tenho direito sobre o meu corpo, o que me impede de mutilá-lo ou de cometer suicídio? Realmente somosdonosdavida? Temo homem o direito de dispor de sua própria vida ou de delegar esse poder para alguém fazê-lo? É evidente que não, a vida é um bem indisponível, poisa vida é um Dom de Deus, e só a Ele cabe extingui-la através de Suas leis sábias e justas. No Livro dos Espíritos, temos a questão número 953: "Quando uma pessoa vê diante de si um fim inevitável e horrível, será culpada se abreviar de alguns instantes os seus sofrimentos, apressando voluntariamente sua morte? É sempre culpado aquele que não aguarda o termo que Deus lhe marcou para a existência. E quem poderá estar certo de que, mau grado às aparências, esse termo tenha chegado; de que um socorro inesperado não venha no último momento?” a) - "Concebe-se que, nas circunstâncias ordinárias, o suicídio seja condenável; mas, estamos figurando o caso em que a morte é inevitável e em que a vida só é encurtada de alguns instantes". "É sempre uma falta de resignação e de submissão à vontade do Criador." (KARDEC)(1) Acrescenta nesta situação o grande desapontamento do espírito ao chegar ao outro lado vida e ver que ao invés de aliviar, acabou agravando o seu sofrimento. Todo o laço rompidoantesdo tempo prolonga a ligação do espírito ao corpo, enquanto na morte natural, espontânea, este laço se enfraquece gradativamente favorecendo o seu desligamento corporal. Conforme mensagem de São Luiz em O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap.V, item 28: “O materialista, que não vê senão o corpo e não considera a alma, não pode compreender essas coisas; mas o espírita, que sabe o que se passa além do túmulo, conhece o valor do último pensamento. Abrandai os últimos sofrimentos quanto esteja em vós; mas guardai-vos de abreviar a vida, não
  • 4. 4 fosse senão de um minuto, porque esse minuto pode poupar muitas lágrimas no futuro. ” (SÃO LUIZ, Paris, 1860). (2) Ainda no Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. V,item 28. Kardec pergunta: "Um homem está agonizante, vítima de cruéis sofrimentos; sabe-se que seu estado é desesperador;é permitido poupar-lhe alguns instantes de angústia, apressando-lhe o fim? Resposta (São Luiz):Quem, pois,vos daria o direitode prejudicar os desígnios de Deus? Não pode ele conduzir um homem à borda do fosso para daí o retirar, a fim de fazê-lo retomar a si mesmo e de conduzir a outros pensamentos? Em qualquer extremo que esteja um moribundo, ninguém pode dizer com certeza que sua última hora chegou. A Ciência jamais se enganou em suas previsões? “(SÃO LUIZ, Paris, 1860) (3). Na perguntanúmero 106 do livroO Consolador, Emmanuel amplia a questão, trazendo a ideia de que através de uma doença está havendo um processo de cura: “A eutanásia é um bem, nos casos de moléstia incurável? O Homem não tem o direito de praticar a eutanásia, em caso algum, ainda que a mesma seja a demonstração de medida benfazeja. A agonia prolongada pode ter finalidade preciosa para a alma e a moléstia incurável pode ser um bem, como a única válvula de escoamento das imperfeições do Espírito em marcha para a sublime aquisição de seus patrimônios da vida imortal. “Além do mais, os desígnios divinos são insondáveis e a ciência precária dos homens não pode decidir nos problemas transcendentes das necessidades do Espírito.” (EMMANUEL) (4). Devemosconsideraraquestãonãosomente dopontode vistamaterial e orgânico, mas, sobretudo sob a ótica espiritual. Neste sentido, a morte não é considerada apenas do ponto de vista corporal, e sim como um processo que só é efetivado quando forem desatados todos os laços fluídicos que unem o espírito ao corpo. O aceleramento da morte ou sua antecipação através da eutanásia provocará reflexos graves ao espírito, dificultando a sua desencarnaçãoe sua adaptaçãoà nova realidade. Seguindo este raciocínio, não nos interessa apenas aliviarosofrimentofísico,masatendertambémaosfatores espirituais, oferecendo ao espírito todos os recursos necessários ao seu aproveitamento reencarnatório para fins evolutivos e para o alívio do seu sofrimento no mundo espiritual. As necessidades espirituais são mais importantes do que as físicas, embora não descuidemos destas. Algumas horas a mais na roupagem física podem significar um melhor preparo do Espírito para o sua desencarnação e também de sua família uma série de sofrimentose dificuldadesadaptativas ao plano espiritual. Recordando a importância de uma encarnação e das dificuldades que a espiritualidade enfrenta para reunir numa existência os Espíritos ligados do passado, horas num leito de dor surgem como oportunidade de reajuste com a lei de causa e efeito. Nestas horas, refletimos as profundidade sobre a vida, ficamos mais sensíveis, emotivos, sabemos intuitivamente da nossa partida e meditamos na
  • 5. 5 perenidade da vida material. Acabamos reavaliando nossas atitudes, os nossos erros, e, arrependidos,muitasvezes buscamos o perdão e a reconciliação com os nossos desafetos de ontem na presença de nossos entes queridos de hoje. No livro Obreiros da Vida Eterna, André Luiz nos relata o caso de Cavalcante que agonizava num leito de hospital. Jerônimo, instrutor espiritual de André Luiz, havia rompido pequenas veias na região intestinal para diminuir a resistência física pelo enfraquecimento gradativo e assim facilitar o seu desencarne. Havia, por parte da espiritualidade, imenso carinhoe extremadocuidadoparacomo paciente.Afirma-nosoinstrutorfrente ao desenlace de Cavalcante que "ninguém corte, onde possa desatar (...)". Como o paciente divisava o planoespiritual dentrodo"delírio"que precedeaodesencarne,o médicoresponsável resolve aplicar-lhe fatal anestésico para acelerar a sua morte. A espiritualidade tenta uma atitude drástica fazer o desligamento inicial antes da aplicação da droga, mas não dá tempo. A partir deste fato transcrevemos o relato de André Luiz: “Sem qualquer conhecimento das dificuldades espirituais, o médico ministrou a chamada 'injeção compassiva', ante o gesto de profunda desaprovação do meu orientador. Em poucos instantes, o moribundo calou- se. Inteiriçaram-se-lhe os membros vagarosamente. Imobilizou-se a máscara facial. Fizeram-se vítreos os olhos móveis. Cavalcante, para o espectador comum, estava morto. Não para nós, entretanto.A personalidade desencarnante estava presa ao corpo inerte, em plena inconsciência e incapaz de qualquer reação. Sem perder a serenidade otimista, o orientador explicou-me:- A carga fulminante da medicação de descanso, por atuar diretamente em todo o sistema nervoso, interessa os centros do organismo perispiritual. Cavalcante permanece, agora, colado a trilhões de células neutralizadas, dormentes, invadido, ele mesmo, de estranho torpor que o impossibilita de dar qualquer resposta ao nosso esforço. Provavelmente, só poderemos libertá-lo depois de decorridas mais de doze horas. (...) E, conforme a primeira suposição de Jerônimo, somente nos foi possível a libertação do recém-desencarnado quando já haviam transcorrido vinte horas, após serviço muito laborioso para nós. Ainda assim, Cavalcante não se retirou em condições favoráveis e animadoras. Apático, sonolento, desmemoriado, foi por nós conduzido ao asilo de Fabiano, demonstrando necessitar de maiores cuidados.” (ANDRÉ LUIZ) (5). No Brasil a eutanásia é considerada um crime, tipificado como homicídio. O Conselho Federal de Medicina, através do seu Código de Ética, conforme resolução CFMN° 1.931, de 17 de setembro de 2009, no Capítulo V e Art. 41, afirma que é vedado ao médicoabreviaravidado paciente,aindaque apedidodeste oude seurepresentante legal, e que nos casos de doença incurável e terminal, deve o médico oferecer todos os cuidados paliativos disponíveis sem empreender ações diagnosticas ou terapêuticas inúteis ou
  • 6. 6 obstinadas, levando sempre em consideração a vontade expressa do paciente ou, na sua impossibilidade, a de seu representante legal. (6) Para fins de análise, recordamos também o caso de Marita, relatada no livro Sexo e Destino, de André Luiz. Marita era uma moça que sofreu um atropelamento, provocando a batidada cabeça numa pedra com fratura do crânio, e acabou entrando em coma. O instrutor Félix fez uma rogativa comovedora, solicitando a Deus mais alguns dias de vida. Havia um esforçoda espiritualidade de oferecer o máximo de tônus vital necessário na manutenção da vida, embora o caso fosse considerado irreversível pela medicina. Com o auxílio espiritual, Marita permaneceuvivaporduas semanas, sendo preparada para a sua desencarnação. Após o seu desenlace feito pelos amigos espirituais, André Luiz faz o seguinte comentário: “Felizes da Terra! Quando passardes ao pé dos leitos de quantos atravessam prolongada agonia, afastai do pensamento a ideia de lhes acelerardes a morte!... Ladeando esses corpos amarrotados e por trás dessas bocas mudas, benfeitores do plano espiritual articulam providências, executam encargos nobilitantes, pronunciam orações ou estendem braços amigos! Ignorais, por agora, o valor de alguns minutos de reconsideração para o viajor que aspira a examinar os caminhos percorridos, antes do regresso ao aconchego do lar. Se não vos sentis capacitados a oferecer-lhes uma frase de consolação ou o socorro de uma prece,afastai-vose deixai-osem paz (...)! As lágrimas que derramam são pérolas de esperança com que as luzes de outras auroras lhes rociam a face (...)! Esses gemidos que se arrastam do peito aos lábios, semelhando soluços encarcerados no coração, quase sempre traduzem cânticos de alegria, à frente da imortalidade que lhes fulgura no além (...)! Companheiros do mundo, que ainda trazeis a visão limitada aos arcabouços da carne, por amor aos vossossentimentosmaiscaros, daí consolo e silêncio, simpatia e veneração aos que abeiram do túmulo! Eles não são as múmias torturadas que os vossos olhos contemplam, destinados à lousa que a poeira carcome (...). São filhos do Céu, preparando o retomo à Pátria, prestes a transpor o rio da Verdade, as cujas margens, um dia, também vós chegareis!(...)” (7) Reconhecendoaslimitaçõesdaciênciaatual emabarcar as necessidadesespirituais que envolvem cada individualidade, cabe à medicina fazer o possível em favor da vida, deixando para a espiritualidade decidir o momento certo do desenlace físico.
  • 7. 7 DISTANASIA É o prolongamento da vida por meio de recursos extraordinários, de modo artificial e sem perspectiva de cura ou melhora. Na verdade em vez se prolongar a vida promove o prolongamentodoprocessode morrer,submetendoopaciente asofrimentosdesnecessários. No mundo europeu fala-se de "obstinação terapêutica", nos Estados Unidos de "futilidade médica". Evitar procedimentosfúteis não significa abandonar o paciente deixando de atendê-lo em suas necessidades de conforto e alívio do sofrimento, o que poderia ser confundido com eutanásia passiva. Ao contrário, nesses casos o cuidar assume um valor preponderante. O paciente deverá continuar recebendo todas as medidas de conforto básico, alimentação, hidrataçãoe controle de dor,que emhipótese algumapodemser consideradascomo fúteis. A preocupaçãoestáemnão serem utilizadasmedidasdesnecessáriascoma finalidade de apenas impedir a morte a todo o custo e por todos os meios gerando mais sofrimento sem qualquer probabilidade de melhora ao paciente. Outro fator que deve ser destacado é a preocupação financeira do profissional em detrimento ao bem-estar do paciente. Nesses casos os procedimentos visam apenas auferir lucros sem a preocupação com os resultados concretos de melhora e de conforto para o doente.
  • 8. 8 ORTOTANÁSIA Como o prefixo grego orto significa "correto", ortotanásia tem o sentido de morte no seutempo,semabreviaçãonem prolongamentos desproporcionados do processo de morrer. A ortotanásia,diferentemente da eutanásia,é sensível ao processo de humanização da morte e ao alivio das dores e não incorre em prolongamentos abusivos com a aplicação de meios desproporcionados que imporiam sofrimentos adicionais. Aqui também é importante que não se confunda ortotanásia com eutanásia passiva como temos visto por aí. Ela nada tem a ver com eutanásia ou acelerar a morte. Ao contrário, a ortotanásiaé o respeitopelamorte dignanoseumomentocerto,evitandotantoa eutanásia como a distanásia. É fundamental expandirmos o conceito de cuidados paliativos dentro da área médica, onde o cuidaré maisimportante que curar,buscandooferecermaisatençãoaodoente do que à doença e medidas de conforto com alívio do sofrimento. Não está se falando aqui em omissãode recursosnecessários,oque poderiadeixara impressão de uma eutanásia passiva. O foco está em não serem utilizadas medidas desnecessárias que visam apenas impedir a morte a todo custoe por todosos meios, semoutroobjetivoalémde,precisamente,prolongar a vida. É necessário um maior preparo para lidar com a morte por parte dos médicos, que, diante da inevitabilidade desta, geralmente não permanecem ao lado do paciente terminal, deixando-o aos cuidados da enfermagem nos derradeiros momentos de agonia. Daí a necessidade urgente das universidades favorecerem a criação de cadeiras de Medicina e Espiritualidade, resgatando a visão de totalidade do indivíduo e superando a ênfase atual no desenvolvimento da tecnologia em detrimento ao ser humano, dentro de um paradigma comercial e empresarial da Medicina. A Associação Médico-Espírita do Brasil, através da Carta de São Paulo - 2005 coloca-se totalmente contrária a qualquer tipo de eutanásia, seja ela ativa ou passiva, mas também não concorda com a obstinação terapêuticaque nenhumbenefício produz ao paciente e que geralmente inflige mais sofrimento provocando a distanásia: "Em relação à eutanásia, distanásia e à morte natural manifestamo-nos: 1) Contrariamente a qualquer meio intencional que antecipe a morte natural do ser humano, seja pela eutanásia, ativa ou passiva, ou pelo suicídio assistido. 2) Contrariamente àdistanásia,porentendermostratar-se de um prolongamento inútil da vida, por uma obstinação terapêutica ou diagnostica, através de meios artificiais que não trazem benefícios imediatos ao paciente, levando-o a uma morte agoniada, com muito sofrimento orgânico, psíquico e espiritual. 3) Favoravelmente à ocorrência da morte natural, a que se dá no tempo certo. Compete-nosrespeitaraautonomiado paciente - suascrenças,medos,desejose esperanças - oferecendo-lhe apoiomédico,psicológico,religiosoe familiar, que lhe possibilite morrer sem dor e viver, com dignidade, seus últimos instantes de vida terrena. Compreendemos o
  • 9. 9 processo domorrer como umafase importante parao aperfeiçoamento doespírito,repletode experiênciasenriquecedoras,tantopara o médicoquantoparao paciente,sobretudo, quando ambos têm os olhos voltados para a realidade da vida imortal”. (Carta de Princípios,estabelecidanoV CongressoMédico-Espírita- Mednesp - 28/5/2005). (8) Dentrodo paradigmamédico-espírita, busca-se contemplar tanto os fatores biológicos quanto os espirituais envolvidos no processo desencarnatório. A atenção não se prende apenasà saúde corporal,mas principalmente àsnecessidades doespírito.Emmuitoscasosnos voltamosexcessivamenteao atendimentoaofísico,aopontodeste abarcar as necessidades da alma, não havendo espaço para o paciente morrer junto da família, recebendo o carinho e o atendimento espiritual condigno. Nemomissãode recursos,nemmedidasdesnecessárias, mas uma atitude de profundo respeitoparacom o paciente atravésde um olhar cuidadoso para as suas necessidades físicas e espirituais. O que se busca é um pontode equilíbrio,respeitandoa morte no momento certo e com dignidade que podemos sintetizar da seguinte forma: O QUE É MORRER DIGNAMENTE 1. Morrer semdor (analgesia),semsofrimentoe nahoracerta (ortotanásia). 2. Morrer na presençade uma pessoade estima(familiarou amigo). 3. Morrer onde queiramorrer(na suafamília,por exemplo). 4. Apoiopsicológicooureligioso. 5. Não serabandonado. 6. Participartantoquanto possível dasdecisõesdoscuidados. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: (1) KardecA. O Livrodos Espíritos.1a ed.Comemorativa. Riode Janeiro:FEB;2007, p. 577. (2) KardecA. O EvangelhoSegundooEspiritismo.Riode Janeiro:FEB;2006, p.135. (3) KardecA. O Evangelho SegundooEspiritismo.Riode Janeiro:FEB;2006, p.134- 135. (4) XavierFC.O Consolador(PeloEspíritoEmmanuel).Rio de Janeiro:FEB;1982, p. 70- 71. (5) XavierFC.ObreirosdaVidaEterna(PeloEspíritoAndré Luiz).16a ed.Riode Janeiro:FEB;1987, p. 280-281. (6) Códigode Ética Médica.CFM [acessoem2012 Jan13]. Disponível em: http://www.cremesp.org.br/library/modulos/legislacao/versaoimpressao.php?id= 8822. (7) XavierFC,VieiraW.Sexoe Destino.(PeloEspíritoAndré Luiz).13aed.Rio de Janeiro:FEB;1987, p. 248-249.
  • 10. 10 (8) RobertoGL. Terminalidadedavidae a resoluçãodoCFM. Matériapublicadana FolhaEspírita emjaneirode 2007.[ acessoem2012 Jan 13] Disponível em: HTTP:/WWW.ame-brasil.org.br/BR;HTML/outras_cfm.htm.