O documento descreve a pintura acadêmica no Brasil do século XIX, destacando artistas como Pedro Américo, Vitor Meireles e Almeida Júnior, que estudaram na Academia Imperial de Belas Artes. Posteriormente, artistas como Belmiro de Almeida e Eliseu Visconti foram influenciados pelo Impressionismo francês, superando o academicismo rígido. A arquitetura do período também evoluiu do ecletismo para o estilo Art Nouveau.
2. A pintura
acadêmica no
Brasil
Desse período destacam-se, na pintura, obras dos brasileiros Pedro Américo, Vitor
Meireles e Almeida Júnior, que estudaram na academia Imperial de Belas Artes.
O paraibano Pedro Américo de Figueiredo e Melo foi para o Rio de Janeiro em 1854
e frequentou academia. De 1859 a 1864 estudou na escola de belas-artes de Paris.
Pintou temas bíblicos e históricos, retratos, alegorias e figuras humanas. De suas
obras destacam-se rabequista árabe e uma pintura muito conhecida pelos
estudantes, Independência ou Morte.
Pedro Américo foi na Europa na época em que começaram as primeiras
manifestações impressionistas, mas se manteve fiel a academia: sua pintura
refletia a tradição da pintura de idealizar a realidade, dando-lhes formas belas.
Curiosamente, como era um excelente desenhista, fez também caricaturas,
criação que depende bastante da capacidade de observação do artista. Nelas
exagera-se com intenção de humor algumas características do retratado. Seu
prestígio neste Campo lhe permitiu participar, em 1870 e 1871, de uma revista de
caricatura chamada a comédia social.
O catarinense Victor Meirelles de Lima foi ainda jovem para o Rio de Janeiro, onde
se matriculou na academia. Visitou a França e a Itália e conhecer melhor o trabalho
dos pintores desses países. Em Paris produziu sua obra mais famosa, A primeira
missa no Brasil, exibida com grande sucesso no salão de Paris em 1861.
José Ferraz de Almeida Júnior por vezes considerado o mais brasileiro dos pintores
do século XIX, nasceu no interior de São Paulo. Em 1869 começou a frequentar
academia, no Rio de Janeiro, onde foi aluno de Vitor Meireles. Viveu em Paris entre
1876 e 1882. De volta ao Brasil fez uma exposição no Rio de Janeiro e retornou a
sua cidade natal, itu, onde produziu obras que ficaram famosas, como saudades.
8. O academicismo
é superado
Os artistas que frequentaram a academia seguiram os padrões trazidos pela
missão artística francesa: a beleza perfeita é um conceito ideal portanto, não
existe na natureza. Assim, o artista não deve imitar a realidade, mas tentar
criar a beleza ideal por meio da imitação dos clássicos, notadamente dos
gregos, que mais se aproximam da perfeição criadora. Como, porém, as
pinturas originais gregas não foram preservadas, a referência de perfeição
artística encontrada nas pinturas renascentistas, principalmente de Rafael.
Os artistas da Academia seguiam, então, rígidos princípios para o desenho, o
uso das cores e escolha dos temas Mitológicos, religiosos e históricos.
Entretanto os artistas brasileiros na segunda metade do século XIX
começaram a seguir novas direções. Essa tendência se acentuou no final do
século, com a influência dos artistas que foram a Europa e conheceram o
Impressionismo e o pontilhismo. Tal mudança já aparece em algumas obras
de Belmiro de Almeida e Benedito Calixto, mas pode ser vista mais
claramente no trabalho de EliseuVisconti.
O Mineiro Belmiro Barbosa de Almeida foi aluno da academia. Mais tarde
estudou na Europa e foi influenciado pelos pintores franceses. No quadro
efeito de sol podemos ver com clareza essa influência.
Benedito Calixto nasceu no litoral de São Paulo. Provavelmente iniciou seus
estudos artísticos como autodidata. Em 1883 viajou para Paris, onde estudou
desenho e pintura. No ano seguinte, voltou ao Brasil e foi morar no litoral.
Suas obras retratam paisagens litorâneas - as cidades de Santos e São Vicente
- e urbanas - a cidade de São Paulo. Pintou também retratos e temas
históricos e religiosos.
10. Inundação da
várzea do
Carmo
1892
1,25m x 4m
museu paulista
São Paulo O pintor registrou com bastante realismo e riqueza de detalhes a área inundada.
O título se refere a uma inundação ocorrida numa região de são Paulo.
Essa imagem retrata um tema de uma paisagem urbana, sendo portanto um tema
não idealizado e superando assim o academicismo.
11. O
impressionismo
chega ao Brasil.
São as obras de Eliseu D'Angelo Visconti que abrem
definitivamente o caminho da modernidade à arte brasileira.
Pintor, decorador e desenhista, ele não se preocupa mais em
seguir os renascentistas italianos; busca, Isto sim, registrar os
efeitos da luz solar nos objetos e seres humanos que retrata em
suas telas.
Nascido na Itália, Visconti veio para o Brasil com menos de 1 ano
de idade. Em 1884 matriculou-se no Liceu de Artes e ofícios e, no
ano seguinte, na academia onde estudou até 1889. Em 1892 foi à
Europa, onde frequentou a escola de belas-artes de Paris e o
curso de arte decorativa na escola Guérin. Durante sua
permanência na França, Visconde entrou em contato com a obra
dos impressionistas. A influência que recebeu deles foi tão grande
que ele é considerado o maior representante dessa tendência na
pintura brasileira. o que podemos ver na obra Roupa estendida.
Voltou para o Brasil em 1900 e passou a realizar diversos
trabalhos: ensinou pintura histórica na escola nacional de Belas
Artes, criou imagens para selos postais e pintou o pano de boca*
do Teatro Municipal do Rio de Janeiro. *(Cortina que separa a
plateia do palco)
13. ROUPA
ESTENDIDA
67 x 82 cm
1940
COLEÇÃO
AGNALDO DE
OLIVEIRA
Observe nessa tela a forte impressão de que a cena é iluminada
pela luz do Sol. Repara nas cores mais claras: Como refletem mais
a luz solar, estão na área de maior claridade.
Veja como percebemos pouco a criança sentada, à esquerda: Sua
roupa escura reflete mal a luz.
Note também como não vemos com clareza o contorno da
folhagem e das pessoas que compõe a cena.
Visconti deu a essa tela características impressionistas, pois os
seres nela representados são percebidos pelo observador sob
efeito de luz natural.
14.
15. Pano de boca
do teatro
municipal do
Rio deJaneiro
Essa pintura a óleo sobre tela de 224 metros quadrados é uma das
cinco maiores telas do mundo em tamanho, mas a ação do tempo e
a falta de um programa constante de preservação exigiram seu
restauro. Ele foi realizado de Janeiro a Abril de 1999, por meio de
uma parceria entre o SENAI e o Sesi do Rio de Janeiro, juntamente
com a fundação Theatro Municipal e a escola de belas-artes UFRJ. O
trabalho levou três meses e envolveu uma equipe de 15
restauradores que se basearam em fotografias antigas e em
desenhos do artista. Foram desenvolvidos, ainda cursos de
extensão e especialização abordando temas como história,
evolução e conservação da pintura mural. Quanto ao tema trabalho
de Visconde é cheio de imagens históricas e simbólicas:
personalidades brasileiras da época como Carlos Gomes, Dom Pedro
II, Pedro Américo e Castro Alves; artistas consagrados de todos os
tempos, como Shakespeare, Beethoven e Rembrandt; personagens
clássicos, como Homero e Péricles; figuras que simbolizam a
poesia, a arte, a verdade e a ciência. Quanto ao estilo o artista segue
a tendência realista, mas já demonstra a influência do
Impressionismo em algumas áreas da composição, como nas que
estão mais ao fundo e distantes do primeiro plano.
16. A arquitetura
reflete a
riqueza
No final do século XIX e início do século XX a arquitetura brasileira
passou por mudanças e seguiu Principalmente duas tendências
europeias: o ecletismo e o art nouveau ou (arte nova) O ecletismo
reunia estilos do passado, principalmente os de finalidade
decorativa. Assim, alguns arquitetos mesclavam, num mesmo
Edifício, elementos greco-romanos, góticos, renascentistas e
mouriscos. As casas dos mais ricos passam a ser ornamentadas
com relevos de estuque (material usado para ornamentar obras de
arquitetura, produzido em geral com mistura de pó de mármore, Cal
fina, gesso e areia.) platibandas (mureta que circunda o alto de um
edifício e esconde o telhado) grandes vidraças e ferragens
importadas da França e da Bélgica. As cidades do norte do país,
enriquecidos com a borracha, desenvolveram arquitetura
requintada e de acordo com as concepções ecléticas.
18. OArt Nouveau
Arte Nova
No final do século XIX o ecletismo foi superado pelo Art
nouveau, desenvolvido nos Estados Unidos e em boa parte da
Europa. O art Nouveau valorizavam os elementos ornamentais e
caracterizavam-se pelo uso de linhas curvas, semelhantes às
linhas das formas vegetais. Em São Paulo existe um exemplo
significativo da arquitetura Art Nouveau: a Vila Penteado. Essa
construção, que em 1948 passou a abrigar a faculdade de
arquitetura e urbanismo da Universidade de São Paulo, foi
Projetada pelo arquiteto Sueco Carlos Ekman para residência do
Conde Conde Álvares Penteado.
Esse estilo persistiu por algum tempo até ser superado, nos anos
de 1920/1930, pelo movimento modernista e pela industrialização
e modernização da vida urbana.