Este documento discute a romanização tardia e peculiar do Noroeste de Portugal entre os séculos I a.C. e V d.C. A romanização foi um processo lento devido ao caráter conservador da região. No século IV havia uma população dispersa de pequenos agricultores vivendo em todas as planícies e vales, em contraste com as grandes explorações agrícolas encontradas em outras regiões. Braga e Chaves eram as maiores cidades, mas ainda pequenas em comparação com alguns castros.
Tavira, o Marquês de Pombal e a fábrica de TapeçariasJosé Mesquita
A acção política do marquês de Pombal na 2ª metade do séc. XVIII teve como objectivo a centralização do poder no Estado-Pessoa. Porém, quase em simultâneo, desenvolveu iniciativas de fomento económico que, em grande parte, contribuíram para um vasto programa de reformas, quer na organização da administração pública, quer no ordenamento social, introduzindo ideias e projectos que se assemelham, em certa medida, à revolução iluminista. O fomento do sector industrial foi um dos sectores de maior sucesso e grande dinamismo económico durante o seu consulado. A cidade de Tavira foi contemplada com o apoio à instalação de uma unidade fabril dedicada à produção de tapeçarias. Razões de vária ordem, nomeadamente o afastamento do Marquês do poder, contribuíram para o insucesso mercantil e encerramento desta unidade industrial, única em toda a História do Algarve.
Sagres um lugar na história e no património universalJosé Mesquita
A insignificante aldeia, que de Sagres usufrui o nome, despertou para a luz da ribalta histórica pela mão do Infante D. Henrique. À partida e no regresso da expedição a Ceuta se ficou a dever o seu primeiro contacto com o Algarve e no preço das surtidas pescarescas dos seus marinheiros, que arpoavam as baleias no mar alto e se defendiam bravamente dos corsários marroquinos, parece residir a sua escolha e o seu encanto por estas recônditas paragens. Concentrado no desafio dos mares e na expansão da Fé, o Infante lança ferro na baía de Lagos, o seu "grande porto de armamento". Daí até à fundação daquela que ficou conhecida como a "vila do Infante" será um pequeno passo no tempo.
Artigo científico, cujo texto constitui a comunicação apresentada às VI Jornadas Regionais sobre Monumentos Militares, realizadas em Vila do Bispo, Lagos Silves, Loulé e Faro, de 28 de Novembro a 1 de Dezembro de 1986, sob a égide da APAC - Associação Portuguesa dos Amigos dos Castelos.
Trabalho de investigação sobre a preservação das terras de degredo mais de um século depois de terem sido extintos os Coutos de homiziados em Portugal. O Algarve, e nomeadamente a vila de Castro Marim, foi uma das primeiras regiões de Portugal a receber cartas de Couto para obstar ao fenómeno socioeconómico do ermamento demográfico.
Breve ensaio geo-económico sobre o Algarve na primeira metade do séc. XIXJosé Mesquita
O documento descreve a economia do Algarve na primeira metade do século XX. A economia era baseada principalmente na agricultura, pesca e indústria conserveira. A região litoral era mais próspera do que o interior serrano, devido à fertilidade dos solos e culturas de regadio. A pesca e indústria conserveira eram importantes fontes de renda, apesar de dependerem de investimento estrangeiro.
Museu Antonino de Faro e o turismo no AlgarveJosé Mesquita
No contexto museológico da cidade de Faro assume particular interesse o Museu Antonino, que, reunindo características populares, perpectualiza justamente a memória de um dos mais antigos padroeiros desta cidade: Santo António. A ermida de Stº António do Alto, onde se acha inserido o Museu, situa-se na mais alta colina da cidade, que em tempos idos foi uma primitiva torre de vigia da costa (as conhecidas atalaias), que para contrariarem as constantes investidas dos corsários árabes davam o sinal de rebate chamando as populações a defenderem os seus haveres. Igualmente ali se verificaram sangrentas lutas, durante a guerra civil de 1832-1834, pela posse do mais estratégico ponto militar da cidade, facto esse que era há anos facilmente constatável pelos buracos das balas incrustadas nas paredes do edifício, mas que, infelizmente, são hoje irreconhecíveis devido aos trabalhos de reboco e restauro mandados executar pela edilidade.
O documento descreve a conquista de Ceuta por D. João I de Portugal em 1415, marcando o início das grandes explorações marítimas portuguesas. O infante D. Henrique, duque de Vizeu, foi um grande incentivador destas explorações, fundando a escola de Sagres e enviando expedições que descobriram grande parte da costa ocidental africana entre 1418-1460. Sua influência foi decisiva para que Portugal eventualmente chegasse à Índia por mar sob o comando de Vasco da Gama.
1) A Feira do ISED ocorrerá no dia 28 de novembro para apresentar trabalhos interdisciplinares de alunos da FUNEDI/UEMG e estreitar laços entre a academia e a sociedade.
2) Alunos do curso de História visitaram Paraty entre os dias 6 e 8 de novembro para conhecer a importante cidade histórica litorânea.
3) O boletim informativo apresenta eventos e cursos relacionados à História, como seminários em São José do Rio Preto e Campina Grande, e
Felipa de Sousa, algarvia condenada na Inquisição pelo "pecado nefando da sod...José Mesquita
O documento descreve o caso de Felipa de Sousa, uma mulher de Tavira, Portugal condenada pela Inquisição no Brasil colonial no século XVI pelo "pecado nefando da sodomia". Ela foi acusada junto com outra mulher após interrogatório forçado. Este foi o primeiro caso registrado de condenação por lesbianismo pela Inquisição nas Américas. O documento também fornece contexto histórico sobre a Inquisição e a sociedade colonial brasileira na época.
Tavira, o Marquês de Pombal e a fábrica de TapeçariasJosé Mesquita
A acção política do marquês de Pombal na 2ª metade do séc. XVIII teve como objectivo a centralização do poder no Estado-Pessoa. Porém, quase em simultâneo, desenvolveu iniciativas de fomento económico que, em grande parte, contribuíram para um vasto programa de reformas, quer na organização da administração pública, quer no ordenamento social, introduzindo ideias e projectos que se assemelham, em certa medida, à revolução iluminista. O fomento do sector industrial foi um dos sectores de maior sucesso e grande dinamismo económico durante o seu consulado. A cidade de Tavira foi contemplada com o apoio à instalação de uma unidade fabril dedicada à produção de tapeçarias. Razões de vária ordem, nomeadamente o afastamento do Marquês do poder, contribuíram para o insucesso mercantil e encerramento desta unidade industrial, única em toda a História do Algarve.
Sagres um lugar na história e no património universalJosé Mesquita
A insignificante aldeia, que de Sagres usufrui o nome, despertou para a luz da ribalta histórica pela mão do Infante D. Henrique. À partida e no regresso da expedição a Ceuta se ficou a dever o seu primeiro contacto com o Algarve e no preço das surtidas pescarescas dos seus marinheiros, que arpoavam as baleias no mar alto e se defendiam bravamente dos corsários marroquinos, parece residir a sua escolha e o seu encanto por estas recônditas paragens. Concentrado no desafio dos mares e na expansão da Fé, o Infante lança ferro na baía de Lagos, o seu "grande porto de armamento". Daí até à fundação daquela que ficou conhecida como a "vila do Infante" será um pequeno passo no tempo.
Artigo científico, cujo texto constitui a comunicação apresentada às VI Jornadas Regionais sobre Monumentos Militares, realizadas em Vila do Bispo, Lagos Silves, Loulé e Faro, de 28 de Novembro a 1 de Dezembro de 1986, sob a égide da APAC - Associação Portuguesa dos Amigos dos Castelos.
Trabalho de investigação sobre a preservação das terras de degredo mais de um século depois de terem sido extintos os Coutos de homiziados em Portugal. O Algarve, e nomeadamente a vila de Castro Marim, foi uma das primeiras regiões de Portugal a receber cartas de Couto para obstar ao fenómeno socioeconómico do ermamento demográfico.
Breve ensaio geo-económico sobre o Algarve na primeira metade do séc. XIXJosé Mesquita
O documento descreve a economia do Algarve na primeira metade do século XX. A economia era baseada principalmente na agricultura, pesca e indústria conserveira. A região litoral era mais próspera do que o interior serrano, devido à fertilidade dos solos e culturas de regadio. A pesca e indústria conserveira eram importantes fontes de renda, apesar de dependerem de investimento estrangeiro.
Museu Antonino de Faro e o turismo no AlgarveJosé Mesquita
No contexto museológico da cidade de Faro assume particular interesse o Museu Antonino, que, reunindo características populares, perpectualiza justamente a memória de um dos mais antigos padroeiros desta cidade: Santo António. A ermida de Stº António do Alto, onde se acha inserido o Museu, situa-se na mais alta colina da cidade, que em tempos idos foi uma primitiva torre de vigia da costa (as conhecidas atalaias), que para contrariarem as constantes investidas dos corsários árabes davam o sinal de rebate chamando as populações a defenderem os seus haveres. Igualmente ali se verificaram sangrentas lutas, durante a guerra civil de 1832-1834, pela posse do mais estratégico ponto militar da cidade, facto esse que era há anos facilmente constatável pelos buracos das balas incrustadas nas paredes do edifício, mas que, infelizmente, são hoje irreconhecíveis devido aos trabalhos de reboco e restauro mandados executar pela edilidade.
O documento descreve a conquista de Ceuta por D. João I de Portugal em 1415, marcando o início das grandes explorações marítimas portuguesas. O infante D. Henrique, duque de Vizeu, foi um grande incentivador destas explorações, fundando a escola de Sagres e enviando expedições que descobriram grande parte da costa ocidental africana entre 1418-1460. Sua influência foi decisiva para que Portugal eventualmente chegasse à Índia por mar sob o comando de Vasco da Gama.
1) A Feira do ISED ocorrerá no dia 28 de novembro para apresentar trabalhos interdisciplinares de alunos da FUNEDI/UEMG e estreitar laços entre a academia e a sociedade.
2) Alunos do curso de História visitaram Paraty entre os dias 6 e 8 de novembro para conhecer a importante cidade histórica litorânea.
3) O boletim informativo apresenta eventos e cursos relacionados à História, como seminários em São José do Rio Preto e Campina Grande, e
Felipa de Sousa, algarvia condenada na Inquisição pelo "pecado nefando da sod...José Mesquita
O documento descreve o caso de Felipa de Sousa, uma mulher de Tavira, Portugal condenada pela Inquisição no Brasil colonial no século XVI pelo "pecado nefando da sodomia". Ela foi acusada junto com outra mulher após interrogatório forçado. Este foi o primeiro caso registrado de condenação por lesbianismo pela Inquisição nas Américas. O documento também fornece contexto histórico sobre a Inquisição e a sociedade colonial brasileira na época.
Este documento discute a representação do meridiano do Tratado de Tordesilhas no planisférico de Cantino de 1502. Apresenta uma descrição detalhada do mapa e sua importância histórica como a primeira representação gráfica do território brasileiro. Questiona a tese de que o mapa prova a existência da expedição de Américo Vespúcio ao Brasil em 1501, apontando contradições entre o relato de Vespúcio e as informações contidas no mapa.
Este documento é um projeto de 1825 para construir um canal no rio Séqua em Tavira, desviando seu curso diretamente para o mar. Isso abriria uma nova barra e evitaria assoreamento, revitalizando o porto da cidade. O projeto parece simples e eficiente, aproveitando a topografia para poupar custos e preservar o meio ambiente. Infelizmente, sem o orçamento completo, não se pode avaliar sua viabilidade.
Vila Real de Santo António no I Centenário do seu FundadorJosé Mesquita
1) O documento descreve as comemorações do centenário da morte do Marquês de Pombal em Vila Real de Santo António em 1882.
2) Uma comissão foi formada para organizar os eventos, incluindo um sarau literário-musical para inaugurar as comemorações.
3) O sarau contou com discursos sobre a vida e obra do Marquês de Pombal, bem como performances musicais.
No dia 09 de Outubro pelas 14:30 procedeu-se à comemoração do 1.º Aniversário do Clube Nacional de Maximafilia na Beja.
Saliente-se ainda que esta comemoração realizou-se também em Lisboa existindo assim dois carimbos comemorativos.
1) O documento descreve a criação do primeiro Almanaque de Santa Fé pelo juiz Nepomuceno em 1853, com informações sobre a vila.
2) Contém uma descrição elogiosa do "Sobrado" de Aguinaldo Silva que desagradou o coronel Bento Amaral.
3) O artigo no Almanaque que elogiava o "Sobrado" de Aguinaldo Silva irritou o coronel Bento Amaral, que o criticou publicamente.
Simbologia da bandeira e brasão do Maranhão e de sua capital São Luís. Aspectos heráldicos, meta-históricos e mitológicos são abordados, como o Bequimão, a Sociedade das Plêiades, o poeta Sousândrade e vínculo com a origem franco-luso e a bandeira nacional.
O documento descreve o Quinhentismo, a primeira manifestação literária no Brasil a partir de 1500 durante a colonização portuguesa. Consistiu principalmente em literatura de viagens e crônicas produzidas por viajantes e jesuítas com o objetivo de informar sobre o Brasil recém-descoberto e catequizar os indígenas. O Padre José de Anchieta foi um importante expoente da literatura jesuítica da época com seus autos religiosos e poemas.
O autor fornece pistas para mais de 20 locais arqueológicos de época romana na área de Conimbriga, incluindo vestígios de várias villae e casais. Ele descreve as localizações, achados, e sugere tipos de assentamentos para ajudar no mapeamento arqueológico da região.
O documento descreve a vida cotidiana dos romanos comuns no século 1 d.C., com ruelas estreitas e superpovoadas, lojas, tabernas e bordéis. Também aborda o grande incêndio de Roma em 64 d.C., que destruiu parte significativa da cidade, e questiona a narrativa de que o imperador Nero teria provocado o fogo intencionalmente.
O documento descreve a história e os acervos dos principais salões do Centro Português de Santos em três frases:
1) O Salão Cerejeira e o Salão Camoniano abrigam uma rica coleção de obras de arte, fotografias e objetos que contam a história da comunidade portuguesa em Santos e do próprio Centro Português desde sua fundação no século XIX.
2) O Salão Camoniano, em especial, é considerado a joia arquitetônica do Centro Português, tendo recebido importantes
Cintos de castidade na idade Média? Eles nunca existiram – pelo contrário, manuais de medicina da época diziam que o prazer sexual era essencial à saúde das mulheres. Milhares de crianças foram exploradas nas fábricas inglesas do século 19? Está certo, mas é interessante lembrar que a revolução industrial, pela primeira vez, tornou o trabalho infantil desnecessário. E lembra aquela história de que as guerras e a miséria na África são consequência das fronteiras artificiais criadas pelos europeus? Há quase 30 anos historiadores e economistas africanos deixaram de acreditar nela abaixo da superfície, a história não é tão simples quanto aquele professor militante costumava nos ensinar. Depois do sucesso do Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil e do Guia Politicamente Incorreto da América Latina é hora de finalizar o trabalho. É hora de jogar tomates nos equívocos sobre a história do mundo.
Leandro Narloch
Este documento resume uma aula sobre a literatura produzida no período do Quinhentismo no Brasil colonial entre 1500-1601. A aula explicou que neste período foi produzida a Literatura Informativa, com obras que descreviam as terras recém-descobertas, e a Literatura Jesuítica, que tinha fins catequéticos para converter os indígenas. O destaque foi a Carta de Pero Vaz de Caminha e os poemas de José de Anchieta.
Conhecendo o centro do rio de janeiro Updated: Nov 2017Mauro Friedrich
O documento descreve a história do Rio de Janeiro desde sua descoberta pelos portugueses em 1502 até a fundação da Vila de São Sebastião do Rio de Janeiro em 1565. Detalha os principais acontecimentos como a ocupação francesa entre 1555-1565 e a batalha de Uruçumirim em 1567 que levou à morte do fundador Estácio de Sá.
O (re)monumento funerário da roça do casal do meio as histórias da investig...arqueomike
RESUMO
Síntese da informação produzida nos últimos 50 anos sobre o monumento funerário da Roça do Casal do Meio (Sesimbra, Setúbal), conhecido desde o início da década de 1960 e referência internacional no estudo do Bronze final. Os dados bibliográficos disponíveis foram complementados e reapreciados à luz de recentes trabalhos de prospecção na envolvente do sítio arqueológico, que detectaram indícios de povoamento. Pela primeira vez, foi possível articular o “mundo dos mortos” com o “mundo quotidiano”, permitindo uma leitura integrada e a apresentação de uma perspectiva coerente sobre a fundação do monumento, no seio das controvérsias cronológicas (Calcolítico versus Bronze Final) e culturais (indígenas versus gentes orientais) que este justifica.
PALAVRAS CHAVE: Idade do Cobre; Idade do Bronze; Megalitismo; Arrábida; Povoamento.
ABSTRACT
Summary of the information made available during the last 50 years about the funerary monument of the Roça do Casal do Meio (Sesimbra, Setúbal), which has been known since the early 1960s and is an international landmark in the study of the Late Bronze Age. Available bibliographical data was complemented and reviewed in the light of recent prospective works around the archaeological site, which detected remnants of a settlement. It was possible to articulate the “world of the dead” with the “daily life” for the first time, thus allowing the author to have an integral understanding of the monument and to propose a new more coherent perspective on its foundation, within the existing chronological and cultural controversy (Chalcolithic vs Late Bronze and indigenous vs Oriental people).
KEY WORDS: Copper age; Bronze age; Megalithism; Arrábida; Settlement.
RÉSUMÉ
Synthèse de l’information produite ces 50 dernières années au sujet du monument funéraire de la Roça do Casal do Meio (Sesimbra, Setúbal), connu depuis le début des années 60 et référence internationale dans l’étude du Bronze Final. Les données bibliographiques disponibles ont été complétées et réévaluées à la lumière de récents travaux de recherche autour du site archéologique, qui ont détecté des indices de peuplement. Pour la première fois, il a été possible d’articuler le “monde des morts” avec le “monde quotidien”, permettant la lecture intégrée et la présentation d’une perspective cohérente au sujet de la fondation du monument, au sein dês controverses chronologiques (Chalcolithique versus Bronze Final) et culturelles (indigènes versus peuples orientaux) que celui-ci justifie.
MOTS CLÉS: Âge du Cuivre; Âge du Bronze; Mégalithisme; Arrábida; Peuplement.
Questões de vestibular sobre Expansão MarítimaZé Knust
1) O texto discute as motivações por trás da redução do "gosto da maravilha e do mistério" nos escritos portugueses sobre o Novo Mundo no século XVI.
2) Aborda o sentimento de temor do desconhecido expresso nos relatos das viagens marítimas da época moderna.
3) Analisa como o poema de Fernando Pessoa menciona os perigos e perdas individuais causados pelas navegações portuguesas do século XV.
1) O Porto de Lisboa foi um importante centro comercial durante a era dos Descobrimentos portugueses, recebendo produtos de todo o mundo.
2) No século XVI, o rei D. Manuel I iniciou obras para melhorar o porto, incluindo a construção de cais e armazéns.
3) A Ribeira das Naus, estaleiro naval em Lisboa, foi ampliada e empregava centenas de carpinteiros e calafates na construção de navios.
Arrábida: episódios da investigação regional, do século XVIII ao século XXI (...arqueomike
RESUMO
Breve síntese da história da investigação arqueológica produzida no território da serra da Arrábida (municípios de Setúbal, Sesimbra e Palmela), desde o século XVIII ao século XXI.
O autor destaca também algumas notas biográficas relativas aos seus protagonistas, e introduz anotações bibliográficas a propósito dos textos publicados.
PALAVRAS CHAVE: Arqueologia; História da Arqueologia portuguesa; Análise documental; Arrábida; Sado.
ABSTRACT
Brief summary of the history of archaeological research on the Arrábida mountain range territory (municipal councils of Setúbal, Sesimbra and Palmela), from the 18th to the 21st century. The author also includes biographical notes about those involved and bibliographic notes about the published texts.
KEY WORDS: Archaeology; History of Portuguese Archaeology; Document analysis; Arrábida; Sado river.
RÉSUMÉ
Brève synthèse de l’histoire de la recherche archéologique produite sur le territoire de la
Serra da Arrábida (communes de Setúbal, Sesimbra et Palmela), du XVIIIème au XXIème siècle. L’auteur met en avant également certaines notes biographiques en lien avec ses protagonistes, et introduit des annotations bibliographiques au sujet des textes publiés.
MOTS CLÉS: Archéologie; Histoire de l’Archéologie portugaise; Analyse documentaire; Arrábida; Sado.
Dos Callaeci a Gallaecia nas fontes epigráficas. Luís MagarinhosLuís Magarinhos
Este documento resume três epígrafes que mencionam os Callaeci e a evolução do termo. A primeira epígrafe data do século I a.C. e refere-se a Décimo Júnio Bruto que recebeu o cognome "Callaicus" após derrotar os Callaeci. A segunda epígrafe é do século I d.C. e encontrada na Turquia, menciona possivelmente os "Callaeci". A terceira epígrafe data dos séculos II-IV d.C. e foi encontrada em Portugal, referindo
O museu do azeite mostra o processo de transformação da azeitona em azeite no século XIX. O museu à descoberta do novo mundo conta a história da descoberta do Brasil por Pedro Álvares Cabral. O ecomuseu explica a história do rio Zêzere desde a nascente até à foz.
A imagem do labirinto na caetra das estátuas de guerreiros galaicose as suas ...Luís Magarinhos
Este documento discute a representação da caetra com motivos de labirinto em estátuas e moedas romanas de guerreiros galaicos. O labirinto era um símbolo importante para os galaicos e poderia representar proteção e defesa do território. As moedas romanas com a caetra celebravam as vitórias sobre os galaicos e a conquista de suas armas.
O documento apresenta conceitos básicos de conjuntos numéricos e suas operações. Define os conjuntos dos números naturais, inteiros, racionais e reais. Descreve propriedades das operações de adição, subtração e multiplicação. Fornece exemplos de exercícios sobre esses tópicos.
Este documento apresenta conceitos básicos sobre conjuntos, incluindo notações, igualdade, subconjuntos, operações (união, interseção, diferença, complementação, produto cartesiano) e conjuntos numéricos importantes. O documento é uma aula sobre conjuntos ministrada pelo professor Milton Henrique.
Este documento discute a representação do meridiano do Tratado de Tordesilhas no planisférico de Cantino de 1502. Apresenta uma descrição detalhada do mapa e sua importância histórica como a primeira representação gráfica do território brasileiro. Questiona a tese de que o mapa prova a existência da expedição de Américo Vespúcio ao Brasil em 1501, apontando contradições entre o relato de Vespúcio e as informações contidas no mapa.
Este documento é um projeto de 1825 para construir um canal no rio Séqua em Tavira, desviando seu curso diretamente para o mar. Isso abriria uma nova barra e evitaria assoreamento, revitalizando o porto da cidade. O projeto parece simples e eficiente, aproveitando a topografia para poupar custos e preservar o meio ambiente. Infelizmente, sem o orçamento completo, não se pode avaliar sua viabilidade.
Vila Real de Santo António no I Centenário do seu FundadorJosé Mesquita
1) O documento descreve as comemorações do centenário da morte do Marquês de Pombal em Vila Real de Santo António em 1882.
2) Uma comissão foi formada para organizar os eventos, incluindo um sarau literário-musical para inaugurar as comemorações.
3) O sarau contou com discursos sobre a vida e obra do Marquês de Pombal, bem como performances musicais.
No dia 09 de Outubro pelas 14:30 procedeu-se à comemoração do 1.º Aniversário do Clube Nacional de Maximafilia na Beja.
Saliente-se ainda que esta comemoração realizou-se também em Lisboa existindo assim dois carimbos comemorativos.
1) O documento descreve a criação do primeiro Almanaque de Santa Fé pelo juiz Nepomuceno em 1853, com informações sobre a vila.
2) Contém uma descrição elogiosa do "Sobrado" de Aguinaldo Silva que desagradou o coronel Bento Amaral.
3) O artigo no Almanaque que elogiava o "Sobrado" de Aguinaldo Silva irritou o coronel Bento Amaral, que o criticou publicamente.
Simbologia da bandeira e brasão do Maranhão e de sua capital São Luís. Aspectos heráldicos, meta-históricos e mitológicos são abordados, como o Bequimão, a Sociedade das Plêiades, o poeta Sousândrade e vínculo com a origem franco-luso e a bandeira nacional.
O documento descreve o Quinhentismo, a primeira manifestação literária no Brasil a partir de 1500 durante a colonização portuguesa. Consistiu principalmente em literatura de viagens e crônicas produzidas por viajantes e jesuítas com o objetivo de informar sobre o Brasil recém-descoberto e catequizar os indígenas. O Padre José de Anchieta foi um importante expoente da literatura jesuítica da época com seus autos religiosos e poemas.
O autor fornece pistas para mais de 20 locais arqueológicos de época romana na área de Conimbriga, incluindo vestígios de várias villae e casais. Ele descreve as localizações, achados, e sugere tipos de assentamentos para ajudar no mapeamento arqueológico da região.
O documento descreve a vida cotidiana dos romanos comuns no século 1 d.C., com ruelas estreitas e superpovoadas, lojas, tabernas e bordéis. Também aborda o grande incêndio de Roma em 64 d.C., que destruiu parte significativa da cidade, e questiona a narrativa de que o imperador Nero teria provocado o fogo intencionalmente.
O documento descreve a história e os acervos dos principais salões do Centro Português de Santos em três frases:
1) O Salão Cerejeira e o Salão Camoniano abrigam uma rica coleção de obras de arte, fotografias e objetos que contam a história da comunidade portuguesa em Santos e do próprio Centro Português desde sua fundação no século XIX.
2) O Salão Camoniano, em especial, é considerado a joia arquitetônica do Centro Português, tendo recebido importantes
Cintos de castidade na idade Média? Eles nunca existiram – pelo contrário, manuais de medicina da época diziam que o prazer sexual era essencial à saúde das mulheres. Milhares de crianças foram exploradas nas fábricas inglesas do século 19? Está certo, mas é interessante lembrar que a revolução industrial, pela primeira vez, tornou o trabalho infantil desnecessário. E lembra aquela história de que as guerras e a miséria na África são consequência das fronteiras artificiais criadas pelos europeus? Há quase 30 anos historiadores e economistas africanos deixaram de acreditar nela abaixo da superfície, a história não é tão simples quanto aquele professor militante costumava nos ensinar. Depois do sucesso do Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil e do Guia Politicamente Incorreto da América Latina é hora de finalizar o trabalho. É hora de jogar tomates nos equívocos sobre a história do mundo.
Leandro Narloch
Este documento resume uma aula sobre a literatura produzida no período do Quinhentismo no Brasil colonial entre 1500-1601. A aula explicou que neste período foi produzida a Literatura Informativa, com obras que descreviam as terras recém-descobertas, e a Literatura Jesuítica, que tinha fins catequéticos para converter os indígenas. O destaque foi a Carta de Pero Vaz de Caminha e os poemas de José de Anchieta.
Conhecendo o centro do rio de janeiro Updated: Nov 2017Mauro Friedrich
O documento descreve a história do Rio de Janeiro desde sua descoberta pelos portugueses em 1502 até a fundação da Vila de São Sebastião do Rio de Janeiro em 1565. Detalha os principais acontecimentos como a ocupação francesa entre 1555-1565 e a batalha de Uruçumirim em 1567 que levou à morte do fundador Estácio de Sá.
O (re)monumento funerário da roça do casal do meio as histórias da investig...arqueomike
RESUMO
Síntese da informação produzida nos últimos 50 anos sobre o monumento funerário da Roça do Casal do Meio (Sesimbra, Setúbal), conhecido desde o início da década de 1960 e referência internacional no estudo do Bronze final. Os dados bibliográficos disponíveis foram complementados e reapreciados à luz de recentes trabalhos de prospecção na envolvente do sítio arqueológico, que detectaram indícios de povoamento. Pela primeira vez, foi possível articular o “mundo dos mortos” com o “mundo quotidiano”, permitindo uma leitura integrada e a apresentação de uma perspectiva coerente sobre a fundação do monumento, no seio das controvérsias cronológicas (Calcolítico versus Bronze Final) e culturais (indígenas versus gentes orientais) que este justifica.
PALAVRAS CHAVE: Idade do Cobre; Idade do Bronze; Megalitismo; Arrábida; Povoamento.
ABSTRACT
Summary of the information made available during the last 50 years about the funerary monument of the Roça do Casal do Meio (Sesimbra, Setúbal), which has been known since the early 1960s and is an international landmark in the study of the Late Bronze Age. Available bibliographical data was complemented and reviewed in the light of recent prospective works around the archaeological site, which detected remnants of a settlement. It was possible to articulate the “world of the dead” with the “daily life” for the first time, thus allowing the author to have an integral understanding of the monument and to propose a new more coherent perspective on its foundation, within the existing chronological and cultural controversy (Chalcolithic vs Late Bronze and indigenous vs Oriental people).
KEY WORDS: Copper age; Bronze age; Megalithism; Arrábida; Settlement.
RÉSUMÉ
Synthèse de l’information produite ces 50 dernières années au sujet du monument funéraire de la Roça do Casal do Meio (Sesimbra, Setúbal), connu depuis le début des années 60 et référence internationale dans l’étude du Bronze Final. Les données bibliographiques disponibles ont été complétées et réévaluées à la lumière de récents travaux de recherche autour du site archéologique, qui ont détecté des indices de peuplement. Pour la première fois, il a été possible d’articuler le “monde des morts” avec le “monde quotidien”, permettant la lecture intégrée et la présentation d’une perspective cohérente au sujet de la fondation du monument, au sein dês controverses chronologiques (Chalcolithique versus Bronze Final) et culturelles (indigènes versus peuples orientaux) que celui-ci justifie.
MOTS CLÉS: Âge du Cuivre; Âge du Bronze; Mégalithisme; Arrábida; Peuplement.
Questões de vestibular sobre Expansão MarítimaZé Knust
1) O texto discute as motivações por trás da redução do "gosto da maravilha e do mistério" nos escritos portugueses sobre o Novo Mundo no século XVI.
2) Aborda o sentimento de temor do desconhecido expresso nos relatos das viagens marítimas da época moderna.
3) Analisa como o poema de Fernando Pessoa menciona os perigos e perdas individuais causados pelas navegações portuguesas do século XV.
1) O Porto de Lisboa foi um importante centro comercial durante a era dos Descobrimentos portugueses, recebendo produtos de todo o mundo.
2) No século XVI, o rei D. Manuel I iniciou obras para melhorar o porto, incluindo a construção de cais e armazéns.
3) A Ribeira das Naus, estaleiro naval em Lisboa, foi ampliada e empregava centenas de carpinteiros e calafates na construção de navios.
Arrábida: episódios da investigação regional, do século XVIII ao século XXI (...arqueomike
RESUMO
Breve síntese da história da investigação arqueológica produzida no território da serra da Arrábida (municípios de Setúbal, Sesimbra e Palmela), desde o século XVIII ao século XXI.
O autor destaca também algumas notas biográficas relativas aos seus protagonistas, e introduz anotações bibliográficas a propósito dos textos publicados.
PALAVRAS CHAVE: Arqueologia; História da Arqueologia portuguesa; Análise documental; Arrábida; Sado.
ABSTRACT
Brief summary of the history of archaeological research on the Arrábida mountain range territory (municipal councils of Setúbal, Sesimbra and Palmela), from the 18th to the 21st century. The author also includes biographical notes about those involved and bibliographic notes about the published texts.
KEY WORDS: Archaeology; History of Portuguese Archaeology; Document analysis; Arrábida; Sado river.
RÉSUMÉ
Brève synthèse de l’histoire de la recherche archéologique produite sur le territoire de la
Serra da Arrábida (communes de Setúbal, Sesimbra et Palmela), du XVIIIème au XXIème siècle. L’auteur met en avant également certaines notes biographiques en lien avec ses protagonistes, et introduit des annotations bibliographiques au sujet des textes publiés.
MOTS CLÉS: Archéologie; Histoire de l’Archéologie portugaise; Analyse documentaire; Arrábida; Sado.
Dos Callaeci a Gallaecia nas fontes epigráficas. Luís MagarinhosLuís Magarinhos
Este documento resume três epígrafes que mencionam os Callaeci e a evolução do termo. A primeira epígrafe data do século I a.C. e refere-se a Décimo Júnio Bruto que recebeu o cognome "Callaicus" após derrotar os Callaeci. A segunda epígrafe é do século I d.C. e encontrada na Turquia, menciona possivelmente os "Callaeci". A terceira epígrafe data dos séculos II-IV d.C. e foi encontrada em Portugal, referindo
O museu do azeite mostra o processo de transformação da azeitona em azeite no século XIX. O museu à descoberta do novo mundo conta a história da descoberta do Brasil por Pedro Álvares Cabral. O ecomuseu explica a história do rio Zêzere desde a nascente até à foz.
A imagem do labirinto na caetra das estátuas de guerreiros galaicose as suas ...Luís Magarinhos
Este documento discute a representação da caetra com motivos de labirinto em estátuas e moedas romanas de guerreiros galaicos. O labirinto era um símbolo importante para os galaicos e poderia representar proteção e defesa do território. As moedas romanas com a caetra celebravam as vitórias sobre os galaicos e a conquista de suas armas.
O documento apresenta conceitos básicos de conjuntos numéricos e suas operações. Define os conjuntos dos números naturais, inteiros, racionais e reais. Descreve propriedades das operações de adição, subtração e multiplicação. Fornece exemplos de exercícios sobre esses tópicos.
Este documento apresenta conceitos básicos sobre conjuntos, incluindo notações, igualdade, subconjuntos, operações (união, interseção, diferença, complementação, produto cartesiano) e conjuntos numéricos importantes. O documento é uma aula sobre conjuntos ministrada pelo professor Milton Henrique.
El documento resume la conquista y romanización de la península ibérica por parte de Roma. La conquista se produjo en tres etapas entre los siglos III a.C. y I a.C., ocupando primero la costa mediterránea, luego penetrando en el interior y sometiendo a los pueblos del norte. La romanización fue un proceso lento que afectó de manera desigual a las diferentes regiones y que transformó la organización política, económica y social de la península según el modelo romano a través de la
1) A arte paleocristã desenvolveu-se nas catacumbas de Roma entre os séculos V-XV durante a transição do Império Romano para a Idade Média.
2) Nestas catacumbas, os primeiros cristãos escondiam-se para escapar da perseguição e cultuar secretamente, deixando pinturas e esculturas com temas bíblicos e símbolos cristãos.
3) Com o Édito de Milão em 313, os cristãos ganharam liberdade religiosa e passaram a construir basílicas com
Este documento presenta el módulo de Lógica Matemática de la Universidad Nacional Abierta y a Distancia de Colombia. El módulo contiene 30 lecciones organizadas en 6 capítulos que cubren temas como introducción a la lógica, proposiciones, conectivos lógicos, razonamientos lógicos, inferencias lógicas y argumentos inductivos. El objetivo del curso es desarrollar la capacidad de los estudiantes para construir razonamientos deductivos e inductivos que les permitan verificar hipótesis y gener
1) A arte paleocristã se refere às formas artísticas produzidas por ou para cristãos durante o Império Romano entre os séculos III-V d.C.
2) Os primeiros cristãos criaram uma arte simples e simbólica para converter espíritos a Deus, enquanto os romanos desenvolviam um estilo colossal.
3) As principais manifestações artísticas paleocristãs ocorreram nas catacumbas e em basílicas, com pinturas, sarcófagos e relevos devido à per
O documento descreve a arte paleocristã dos séculos III ao VI, caracterizada por pinturas murais simples em catacumbas com símbolos e temas bíblicos. Também apresenta a arquitetura paleocristã, incluindo basílicas e edifícios de planta centralizada com cúpulas, e introduz a arte bizantina com suas características iconográficas e estilísticas. Finalmente, resume os renascimentos carolíngio e otoniano e suas influências na arte medieval européia.
Cultura do Mosteiro - Arte paleocristã e bizantinaCarlos Vieira
O documento discute a arte paleocristã e bizantina, descrevendo suas características arquitetônicas, pictóricas e esculturais. A arte paleocristã emergiu entre os séculos II e VI d.C. e utilizou modelos clássicos com novos temas cristãos. A arte bizantina se desenvolveu a partir do século IV em Constantinopla, sintetizando estilos do Oriente em igrejas de cúpulas como Hagia Sophia.
1) O documento apresenta conceitos básicos de teoria de conjuntos e operações entre conjuntos como união, interseção, diferença e complemento.
2) São definidos os conjuntos dos números naturais, inteiros, racionais, irracionais e reais e suas propriedades.
3) São apresentados os conceitos de subconjuntos, partes de um conjunto e intervalos na reta real.
O documento descreve os resultados preliminares das escavações arqueológicas realizadas no sítio da Eira Velha, perto de Conimbriga. Os trabalhos puseram em evidência um entroncamento de estradas calcetadas romanas e vários edifícios associados a elas, datados entre o século I e IV d.C. Foram identificadas duas fases construtivas principais: a primeira compreendia um edifício do século I-II d.C. e a segunda um grande edifício residencial dos séculos II-III d.C.
O documento descreve o Renascimento na Europa, com foco nos contributos de Portugal e Espanha através da expansão marítima e dos descobrimentos geográficos. Lisboa e Sevilha emergiram como importantes centros comerciais, e Portugal contribuiu para o avanço da navegação, cartografia e observação científica da natureza. A visão copernicana do sistema solar revolucionou as concepções cosmológicas da época.
Memorial do convento tempo e espaço (1)José Galvão
O documento descreve o contexto histórico e espaços representados no romance Memorial do Convento. A ação decorre em Portugal no início do século XVIII sob o reinado absolutista de D. João V. O romance retrata a vida na corte real e na sociedade portuguesa da época através de cenas como procissões, touradas e autos de fé.
A colecção “Cadernos do Património” pretende promover e dar a conhecer o património cultural de assinalável valor histórico, arquitectónico, arqueológico e artístico dos Vales do Côa e Águeda e da Raia, numa perspectiva de divulgação, juntando fotografia e textos que contribuam para a valorização desse território de valor único.
O segundo Caderno de Património é , por um lado, um testemunho do 2.º Encontro, organizado pela RIBACVDANA em 2021, em Escarigo, pequena aldeia raiana no Concelho de Figueira de Castelo Rodrigo, e, do outro lado da ribeira de Tourões e do rio Águeda, em Puerto Seguro. E, por outro lado, pretende ser um contributo para uma reflexão sobre o território de Riba Côa, que se estende à volta de Monforte.
O território raiano é uma região sem monumentos grandiosos, como acontece perto dos centros de poder, sabemos no entanto que podemos por lá descobrir património material e não-material de grande valor. Abre-se, portanto, um vasto campo de acção e de estudo, que nos permite acreditar que, no tempo em que as fronteiras se esbatem (se ainda se esbatem?), é essencial registar e estudar esta estreita faixa de terra, que designamos de raia, sempre tão esquecida e, julgamos, ainda mais ignorada. É um território marcado por memórias de muitas e cruentas batalhas, porque era território cobiçado e disputado, como porta de entrada para conquistas maiores. Foi, por isso, local de construção de postos de atalaia e de fortalezas militares, que materializaram primeiro a conquista e depois a defesa de cada reino dos reinos vizinhos.
Captar o imaginário colectivo é um desígnio exigente, a que o ensaio fotográfico, “Fotografar a Raia”, e os dois textos que o acompanham, de Renato Roque e Jorge Velhote, tentam oferecer um segundo olhar, através do sentir estético das múltiplas visões da Raia de um grupo de fotógrafos que participou no Encontro.
Ulrico_Schmidl no Brasil Quinhentista - Kloster & Sommer - soc Hans Staden -...Miguel Penteado
O documento descreve a biografia e obra de Ulrico Schmidl, um alemão que viveu no século XVI e viajou pela América do Sul, deixando registros importantes. Os autores analisam a figura de Schmidl, seu livro e a importância de seu relato como fonte histórica para compreender a época. Eles defendem que Schmidl teria sido um dos primeiros a usar a rota do Rio Tietê entre o Paraguai e o litoral paulista.
Este documento descreve a música na época do rei D. João V de Portugal no século 18. Discute a tradição musical iniciada por reis anteriores como D. João IV, que gostava de música. Também fala sobre compositores e músicos importantes da época como Domenico Scarlatti e Carlos Seixas, e sobre a influência da música italiana, alemã e espanhola em Portugal nesse período.
Este documento descreve a arte do período do Bronze Final e Idade do Ferro na Península Ibérica, com foco na cultura castreja do noroeste peninsular. Detalha aspectos da ourivesaria, escultura, arquitetura e influências mediterrânicas nesta região entre os séculos IX a.C. a I d.C., apresentando diversos exemplos arqueológicos.
O relatório de Américo Vespúcio ao rei de Portugal indicou a ausência de metais preciosos no Brasil, levando o rei a concentrar esforços na Índia e no Oriente. Isso explica as características iniciais da colonização brasileira, como a exploração do pau-brasil e o escambo com indígenas para baixar custos.
O documento descreve a história da cidade de Serro no Brasil, desde os primeiros assentamentos no século XVIII até os dias atuais. Detalha a influência das minas de ouro e diamantes na região e como isso atraiu colonizadores portugueses. Também discute a rica cultura local e as muitas figuras proeminentes que vieram de Serro em áreas como política, direito e literatura.
O documento descreve Portugal no século XVIII, quando perdeu o monopólio do comércio com o Oriente e passou a explorar o Brasil para obter riquezas como açúcar, ouro e pedras preciosas, usando trabalho escravo. Fala também sobre o rei D. João V e as grandes construções e ostentação de sua época, assim como as reformas promovidas pelo Marquês de Pombal após o terramoto de Lisboa de 1755.
O documento descreve Portugal no século XVIII, quando perdeu o monopólio do comércio com o Oriente e passou a explorar o Brasil para obter riquezas como açúcar, ouro e pedras preciosas, usando trabalho escravo. Fala também sobre o rei D. João V e as grandes construções e ostentação durante seu reinado, assim como as reformas promovidas pelo Marquês de Pombal após o terremoto de Lisboa de 1755.
O documento descreve Portugal no século XVIII, quando perdeu o monopólio do comércio com o Oriente e passou a explorar o Brasil para obter riquezas como açúcar, ouro e pedras preciosas, usando trabalho escravo. Fala também sobre o rei D. João V e as grandes construções e ostentação durante seu reinado, assim como as reformas promovidas pelo Marquês de Pombal após o terremoto de Lisboa de 1755.
Subsídios para a História Eclesiástica do Algarve - Os Bispos de SilvesJosé Mesquita
Este Catálogo mais não é do que uma breve relação dos Bispos da Sé de Silves; mas cumpre acrescentar que o seu primordial interesse reside na comprovação documental da existência da conhecida contenda entre o rei de Castela e D. Afonso III respeitante à nomeação dos prelados silvenses, assim como a presença das suas assinaturas em vários diplomas de escrituras, doações e mercês, cuja citação constitui uma fonte de indesmentível importância para o estudo da História Eclesiástica do Algarve. Por outro lado, apercebi-me de que a maioria dos documentos aí referidos pertence ao Arquivo do Mosteiro de S. Cruz de Coimbra e ao Arquivo Nacional da Torre do Tombo, para além de serem citadas várias obras clássicas da historiografia ibérica. Tudo isto dava a entender que o seu autor seria um investigador erudito e bastante cuidadoso. Rapidamente me apercebi de que não me enganava ao verificar que a assinatura pertencia ao historiador Frei Manoel dos Santos, um dos mais notáveis intelectuais do seu tempo.
O presente manuscrito que ora se dá a público, pela primeira vez, compõe-se de quatro folhas, preenchidas no rosto e verso, numeradas de fls. 112 a 115 do códice 152 depositado na B. N. L., pertencente ao espólio da antiga Academia Real da História Portuguesa.
Império e monarquia absoluta no século XVIIIcruchinho
O documento descreve a história e geografia de Portugal no século XVIII, quando o Brasil se tornou a principal fonte de riqueza após a perda do monopólio do comércio com a Índia. O rei D. João V usou as riquezas do Brasil para construir grandes obras e ostentar poder e luxo, enquanto a maioria da população vivia em dificuldades. Mais tarde, o Marquês de Pombal modernizou o país após o terremoto de Lisboa e implementou reformas econômicas e educ
Este documento fornece um resumo da história da exploração arqueológica da Palestina e de como as descobertas arqueológicas iluminaram o entendimento da Bíblia. Desde os primeiros peregrinos cristãos, a região atraiu o interesse de muitos que buscavam entender melhor a história bíblica através de vestígios no local. No século XIX, exploradores começaram escavações científicas que revelaram inscrições e artefatos importantes, como a Pedra de Mesha,
PêRo Vaz De Caminha Escreveu Um Texto Que é Consideradoguestc974ab
A carta descreve a descoberta do Brasil por Pedro Álvares Cabral em 1500. O escrivão Pêro Vaz de Caminha relata detalhadamente a geografia, flora, fauna e os povos nativos encontrados. Ele expressa simpatia pelos indígenas, mas também sugere que os portugueses desenvolvam a agricultura e cristianizem os nativos para dominar o território.
Durante os primeiros dois séculos após a chegada de Cabral em 1500, a região que hoje é conhecida como Brasil teve nomes alternativos e sua denominação oscilou entre Brasil e Terra de Santa Cruz. Os portugueses demoraram a colonizar a região efetivamente e ela foi disputada por outros países europeus como a França, o que levou a conflitos. A região era fragmentada cultural e geograficamente entre diferentes grupos indígenas e as capitanias portuguesas, resultando em uma falta de unidade administrativa nos primeiros 30
Relatório visita técnica Centro RJ e Museu Histórico Nacional Maira Teixeira
Este relatório descreve uma visita técnica realizada por estudantes de turismo ao Centro do Rio de Janeiro e ao Museu Histórico Nacional. Durante a visita, os estudantes aprenderam sobre a história da região central do Rio, incluindo fatos sobre monumentos históricos e aterros que modificaram a paisagem. Eles também exploraram as exposições do museu sobre a pré-história e a história do Brasil, incluindo artefatos indígenas e sobre a chegada dos portugueses e a implementação do sistema de esc
Cenótáfio do bispo D. António Pereira da Silva na Sé de FaroJosé Mesquita
Trata-se de um breve apontamento sobre o significado histórico do Cenotáfio, enquanto túmulo simbólico ou memorial em homenagem aos heróis caídos em defesa da pátria, da religião, da liberdade ou de supremos ideais humanitários.
Este documento apresenta um resumo da vida e obra de Luís de Camões, o maior poeta épico português. Ele nasceu em Lisboa por volta de 1524-1525 e viveu uma vida itinerante, servindo na Índia portuguesa e viajando pela Ásia por 17 anos, onde naufragou e perdeu uma amada. Publicou seu épico Os Lusíadas em 1572, glorificando as conquistas portuguesas, mas viveu em pobreza até sua morte em 1580.
Este documento discute as duas tradições textuais dos escritos de Bernardim Ribeiro, um autor português do século XVI. Apresenta os dois manuscritos existentes da obra em prosa de Bernardim e as três edições impressas do século XVI, analisando as diferenças entre elas. Também aborda a publicação da obra de Bernardim em Ferrara no contexto do criptojudaísmo português da época.
This document discusses the discovery of Aleister Crowley's lost diary from September 1930, when he traveled to Portugal and met with Fernando Pessoa. Crowley was known to have kept a diary during this period, and portions were quoted by his biographer John Symonds. However, the actual diary pages from September 1930 went missing from Crowley's collected papers. The author was able to obtain a scanned copy of the missing six diary pages, providing a firsthand account of Crowley's movements and activities in Portugal, including his interactions with Pessoa. Analysis of the diary sheds new light on this important historical encounter between the two figures.
Este documento é um folheto revolucionário português de 1909 contendo poemas e artigos criticando a Igreja Católica e defendendo a independência de Portugal. O principal poema, escrito por Dias d'Oliveira, critica a influência dos jesuítas e defende a nação contra ameaças estrangeiras.
1) Muitas culturas e religiões ao longo da história tentaram responder às questões fundamentais sobre o sentido da existência humana e sua relação com o divino ou transcendente, embora de formas diferentes e condicionadas pelos contextos culturais.
2) As religiões procuram estabelecer um vínculo espiritual entre o visível e o invisível através de interpretações das escrituras sagradas, embora limitadas e parciais. Cultura e religião se desenvolvem em íntima conexão.
3) Apes
1) A história urbana em Portugal é um campo de estudo pouco desenvolvido, com muitas lacunas de conhecimento.
2) Recentemente, tem havido um maior interesse pela história urbana, com mais investigações, publicações e iniciativas a nível local.
3) No entanto, a história urbana permanece uma área menor de estudo nas universidades portuguesas, com poucos historiadores urbanos e falta de cursos e instituições dedicadas especificamente a este campo.
1) Antonin Artaud foi um poeta, ator e teórico do teatro francês do século XX que passou grande parte de sua vida internado em hospitais psiquiátricos devido a problemas mentais.
2) Ele participou do movimento surrealista nos anos 1920, mas rompeu com o grupo quando eles aderiram ao marxismo.
3) Sua obra abrange teatro, cinema, poesia e ensaios e teve grande influência nas artes experimentais do século XX.
I. O documento descreve a evolução da política de planeamento urbano em Portugal desde os anos 1930 até a atualidade, destacando as diferentes leis e abordagens ao longo do tempo.
II. Atualmente, existem problemas relacionados à implementação dos planos, falta de compatibilidade entre escalas de planejamento e demoras excessivas nos processos.
III. Há um reconhecimento de que é necessário repensar o processo de planejamento, especialmente nos níveis territorial e regional, para enfrentar os desafios atuais de forma mais eficaz.
Este documento analisa como os duelos entre cavalheiros portugueses dos séculos XIX-XX refletem a dinâmica entre a vida privada e pública. A honra pessoal era importante, mas a consideração social e a imagem pública também eram essenciais. Os duelos eram usados como ferramenta política entre a elite, para resolver disputas de uma forma controlada em vez de violência descontrolada. Apesar de punível pela lei, os duelos eram socialmente aceites. No século XX, surgiu um "Código d'
1) António Pedro foi um poeta e pintor português que promoveu o surrealismo em Portugal. Sua obra explora uma "poética do feio" que desafia as normas estéticas burguesas.
2) Seu quadro mais famoso, "Rapto na paisagem povoada", utiliza várias técnicas de colagem e intertextualidade com suas próprias obras e de outros artistas como Rubens.
3) Sua poesia e pintura procuram libertar a arte de constrangimentos do belo, introduzindo o feio, o
O documento discute a poesia de António Maria Lisboa e sua relação com o surrealismo. Trata do amor como elemento central na obra de Lisboa e como via para libertação total. Também aborda a importância do esoterismo e da alquimia como meios de transcendência interior para alcançar a plenitude da existência.
This document discusses the discovery of Aleister Crowley's lost diary from September 1930, when he traveled to Portugal and met with Fernando Pessoa. Crowley was known to have kept a diary during this period, and portions were quoted by his biographer John Symonds. However, the actual diary pages from September 1930 went missing from Crowley's collected papers. The author was able to obtain a scanned copy of the missing six diary pages, providing a firsthand account of Crowley's movements and activities in Portugal, including his interactions with Pessoa. Analysis of the diary sheds new light on this important historical encounter between the two figures.
Este documento fornece informações sobre a exposição "Soeiro Pereira Gomes - Na Esteira da Liberdade" no Museu do Neo-Realismo para comemorar o centenário do nascimento do escritor Soeiro Pereira Gomes. A exposição apresenta a vida e obra de Soeiro Pereira Gomes através de documentos, fotografias e objetos pessoais doados ao museu. Soeiro Pereira Gomes foi um importante escritor neo-realista português e defensor dos direitos dos trabalhadores.
Este documento apresenta uma revisão da literatura sobre a relação entre urbanismo e globalização em Portugal nos últimos 25 anos. O autor identifica quatro modelos analíticos que emergiram nesta relação: 1) o modelo da Metrópole, que enfatiza o papel central de Lisboa; 2) o modelo da Metropolização, focado na expansão urbana; 3) o modelo da Intermediação Sócio-Cultural, analisando fluxos culturais; 4) o modelo da Criatividade Urbana, estudando a economia criativa. A síntese destes modelos
This manifesto outlines the Dada movement's rejection of traditional art forms and established principles. It states that Dada means nothing and was born from a need for independence and distrust of unity. The manifesto criticizes previous art movements like Cubism and Futurism for relying on established theories and principles. It advocates for art that is directly created from raw materials without symbolic or illusionistic elements, and rejects the idea that art should be analyzed or have a higher purpose beyond individual expression. The manifesto concludes that art should be a private matter without systems or theories.
The document provides an overview of binary number systems and how they are used in computers. It begins by explaining that computers use binary rather than decimal. It then discusses:
1) How binary works by representing numbers as strings of 1s and 0s, with each digit representing a power of 2.
2) Methods for converting between binary and decimal numbers, including dividing decimal numbers by 2 repeatedly and expressing them as sums of powers of 2.
3) Key concepts like bits, bytes, and how all computer data is ultimately stored as binary.
Binary numbers use only the digits 0 and 1 to represent values. Other numbering systems discussed include octal (base 8) and hexadecimal (base 16). Octal groups binary numbers into sets of 3 digits, while hexadecimal uses groups of 4 binary digits. Conversion between binary, octal, and hexadecimal is demonstrated through examples. Binary addition and subtraction are conceptually similar to decimal but use only 1s and 0s. Two's complement representation is commonly used in microprocessors to represent both positive and negative numbers.
The document discusses the benefits of exercise for mental health. Regular physical activity can help reduce anxiety and depression and improve mood and cognitive function. Exercise causes chemical changes in the brain that may help protect against mental illness and improve symptoms.
Este documento discute a melancolia e a depressão do ponto de vista psicanalítico. Apresenta uma revisão histórica do conceito de melancolia desde a Antiguidade até os dias atuais, quando passou a ser substituída pelo termo depressão. Discute as contribuições de Freud para diferenciar melancolia e depressão, vendo a primeira como uma psiconeurose narcísica. Argumenta que o modelo narcísico-melancólico é mais adequado para compreender os transtornos contemporâneos, em um contexto de ênfase no indiv
Este documento descreve um depoimento de uma antropóloga em um tribunal no Brasil sobre o reconhecimento de terras indígenas. A antropóloga testemunha sobre sua visita à área em questão em 1976, quando encontrou famílias indígenas vivendo lá. No entanto, ela afirma que eles já não viviam isolados em uma aldeia tradicional. A testemunha também diz que a miscigenação não retira a condição indígena dessas pessoas segundo a lei brasileira. O documento introduz o tema
O Que é Um Ménage à Trois?
A sociedade contemporânea está passando por grandes mudanças comportamentais no âmbito da sexualidade humana, tendo inversão de valores indescritíveis, que assusta as famílias tradicionais instituídas na Palavra de Deus.
Slides Lição 11, Central Gospel, Os Mortos Em CRISTO, 2Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
Slideshare Lição 11, Central Gospel, Os Mortos Em Cristo, 1Tr24, Pr Henrique, EBD NA TV, Revista ano 11, nº 1, Revista Estudo Bíblico Jovens E Adultos, Central Gospel, 2º Trimestre de 2024, Professor, Tema, Os Grandes Temas Do Fim, Comentarista, Pr. Joá Caitano, estudantes, professores, Ervália, MG, Imperatriz, MA, Cajamar, SP, estudos bíblicos, gospel, DEUS, ESPÍRITO SANTO, JESUS CRISTO, Com. Extra Pr. Luiz Henrique, 99-99152-0454, Canal YouTube, Henriquelhas, @PrHenrique
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3315
1. NOTAS SOBRE A ALTA I D A D E M É D I A NO
N O R O E S T E DE P O R T U G A L *
ÉPOCA PALEOCRISTÃ **
Por Carlos Alberto Ferreira de Almeida
A historiografia sobre o Noroeste português, desde a época
romana até à manifestação de «Portugal», no século XI, é tão cheia de
problemas e as lacunas da nossa informação, sobre tantos aspectos,
são tão extensas que só a poderemos intentar muito sumariamente e
tacteando entre sugestões. São, porém, estas dificuldades que tornam
a época mais merecedora do nosso interesse e atenção.
Faltam-nos muitos elementos para podermos ter uma noção
segura sobre a evolução deste período, mas onde
* Este estudo, realizado dentro do Projecto de Investigação P.L-2 do Instituto
de Alta Cultura, pouco mais é que a coordenação de algumas observações
historiográficas que a docência dos fenómenos arqueológico-artísticos da época me
tem suscitado.
Esperamos, já no próximo volume desta Revista de História, continuar o tema
durante o período suévico-visigótico e tempos moçárabes.
** Supomos que o fim da época paleocristã, nesta região, se pode colocar,
com segurança, nos meados do século VI, com a chegada de S. Martinho de Dume.
8
2. 114 REVISTA DA FACULDADE DE LETRAS
escasseiam as certezas têm direito, cientificamente, as
hipóteses.
Muitas das sugestões que, agora e na segunda parte deste
estudo, iremos expor pertencem a autores como Schlunk, Paiol, J.
Fontaine, Diaz y Diaz, Sanchéz-Albornoz, J. Orlandis, Mário
Martins e outros que têm dado à época o melhor da sua erudição.
Com certas apreensões, receosos por termos de andar entre
argumentos de ex silentio que derivam, sobretudo, da nossa falta de
investigação arqueológica, vamos lançar algumas hipóteses que,
muito em breve, desejaríamos ver contraditas por nós ou por outros.
Sobre o tema esperamos não seja esta a nossa última palavra; a época
interessa-nos tanto que não passará muito tempo sem a ela
voltarmos.
No Ocidente peninsular a romanização é uma etapa máxima da
sua história. Como fenómeno de aculturação que foi e dado o
carácter tradicionalista e conservador que a zona do Noroeste
hispânico, desde épocas recuadas, sempre evidenciou, esse processo
de transculturação foi muito lento. Devido, ainda, à forte
personalidade da cultura indígena e, sobretudo, ao facto de ser esta
uma zona fortemente atomizada, não só nas suas numerosas
populações como nos seus ambientes ecológicos, com um sem
número de montes e vales profundos, de rios e riachos, de florestas e
zonas húmidas de intensa vegetação, ambiente geográfico nada
propício ao regímen explorativo latifundiário, romano, a
romanização do Noroeste português1
tem aspectos muito
particulares.
O processo de influenciação cultural romana começou cedo.
No século I a. C. já o numário do Lácio circulava e era estimado. Nos
tempos de Augusto esta região é, política e administrativamente,
organizada. Devem-se ter lançado algu-bases, talvez muito
especiais, para a centuriação. Devido à
1
Neste estudo limitamo-nos à zona de Entre-Douro e Minho
3. NOTAS SOBRE A ALTA IDADE MÉDIA 115
viação romana, que então se projecta2
, à administração e à
exploração mineira, aurífera3
, a romanização vai-se processando,
sobretudo, em centros urbanos e comerciais 4
, como Braga5
. O
ouro explorado no seio da terra ou procurado nas areias dos rios e
ainda outro comerciado aos indígenas6
deve ter sido o grande
dinamizador desta primeira fase da romanização 7
.
Esta transformação cultural, porém, só deve ter começado a
atingir o cerne de parte das gentes castrejas a partir dos meados do
século II. É então que muitos castros começam a decair e outros
se abandonam, e se nota uma ocupação das terras férteis. A
partir dessa altura prefere-se uma
2
Pelo menos três das grandes vias romanas da região, Braga--Lisboa,
Braga-Chaves e Braga-Tuy, têm miliários de Augusto.
3
As grandes explorações auríferas de Valongo, Jales, Trêsminas e em
redor de Chaves parecem ter sido contemporâneas e nelas se deve ter começado a
trabalhar, intensamente, a partir de Augusto. Além destas jazidas há, em muitos
outros locais, testemunhos de busca desse metal, por exemplo, em Mirandela,
Agra, Cerveira, Piães, Lagoa Negra, Avintes, Vila Maior, etc. Se nos lembramos
ainda que devia ter sido muito intensa a busca de ouro nas areias e lodos dos rios,
de cujo labor não nos devem restar testemunhos visíveis, temos de concordar que
grande teria sido a febre na procura desse metal como, de resto. Plínio sugere.
4
Cerâmicas romanas, vidros e moedas bem o garantem. Cfr. Garcia y
Bellido, Los «Mercatores», «Negociatores» y «Publicam» Gomo Vehiculos De
Romanizacion, in «Hispania», 1966, págs. 497 e segs.
5
A inscrição de Braga, dedicada por um grupo de comerciantes romanos,
ciues romani qui negociantur Bracaraugusta, entre 42-44 da nossa era, tão
brilhantemente decifrada por G. Alfõldy (Um «Cursus» Senatorial De Brocara
Augusta, in «Revista De Guimarães», vol. LXXVI, 1966, págs. 363-372) é
um belo testemunho deste processo.
6
A julgar pelas jóias pré-romanas que nos têm aparecido e imaginando
aquelas que ao longo dos tempos se terão destruído e outras que virão a aparecer
podemos dizer que os indígenas tinham, em jóias, vultosos stocks que muito cedo
os negociatores devem ter procurado.
7
Todos os estudiosos destes problemas, Garcia y Bellido, J. Maria
Blazquez. Alberto Balil, Domergue. etc., concordam.
4. 116 REVISTA DA FACULDADE DE LETRAS
economia agrícola e o povoamento dispersa-se, enchendo-se o
Entre-Douro e Minho de pequenas explorações agrárias romanas.
Falta-nos, sem dúvida, investigar e escavar muito para
podermos ter ideias exactas sobre a evolução e cronologia deste
processo. Há, porém, uma série de testemunhos, baseados,
sobretudo, em necrópoles que já não nos deve enganar. Desde Vila
do Conde a Baião, desde Rio Tinto até Ferreira, Fafe ou Amarante
a rede de cemitérios luso-romanos é tão vasta que nos garante a
existência, no século IV, de grupos de agricultores, praticamente,
em todas as planícies e vales. A Sul do Douro, desde Espinho a
Paiva, verifica-se o mesmo fenómeno.
Devido a certos factores tradicionais, em que os ambientes
geográficos e ecológicos tiveram relevante influência, não
encontramos no Noroeste de Portugal testemunhos de grandes
explorações agrícolas. Nada que se possa comparar com as villae
do Alentejo ou do Algarve. Se podemos documentar algumas
«vilas» com certa notoriedade no Alto Douro8
, por exemplo, em
Canelas9
, em Tralhariz10
e no Entre-Douro e Minho, por exemplo,
em Freixo, Marco de Canavezes11
, e mesmo que nos pareça que
escavações podessem revelar vivendas romanas de certa
sumptuosidade em Meinedo, Lou-
8
Estas «vilas» do Alto Douro deviam ter já como principais produtos o
vinho e o azeite. Cfr. Russel Cortez, As Escavações Arqueológicas do
«Castellum» da Fonte do Minho, sep. de «Anais Do Instituto Do Vinho Do
Porto», 1951.
9
Carlos Teixeira, Estação Romana de Canelas (Poiares da Régua), sep.
de «Trabalhos Da Sociedade Portuguesa de Antropologia E Etnologia», vol. IX,
Porto, 1939.
10
Cfr. Russel Cortez. Mosaicos Romanos No Douro, sep. de «Anais Do
Instituto Do Vinho Do Porto». 1946, pág. 30. Aí se cita a principal bibliografia.
11
As ruinas que aqui se vêem mereciam uma notícia. Junto. em
necrópole, encontraram-se, entre outro material, duas lucernas de disco dos
séculos II-III.
5. NOTAS SOBRE A ALTA IDADE MÉDIA 117
sada12
, em Gilhabreu, Vila do Conde13
, em Lavra (Matosinhos),
etc., temos, porém, dezenas e dezenas de pequenas necrópoles,
algumas bem pobres, dispersas pelas agras e vales de Entre-Douro
e Minho que nos garantem, na zona e no século IV, um intenso e
disperso povoamento.
Por outro lado, apesar da grande densidade de população, não
encontramos no conventus bracaraugustanus grandes cidades. Os
perímetros romanos de Bracara14
e de Chaves15
, em comparação
com o de alguns castros, Sanfins ou Mosinho, por exemplo, podem
considerar-se, relativamente, pequenos. Isto é, a ruralização do
Império, nos séculos III e IV, fez-se, nesta zona, não à custa das
cidades mas dos castros.
Que esta dispersão da população, motivada na agricultação
de parcelas de terrenos, representa algo de muito distinto do viver e
da cultura castreja não resta dúvida. É sintoma de uma grande
transformação, de uma romanização tardia e peculiar 16!.
12
Sobre esta falaremos na segunda parte deste estudo quando nos
referirmos ao bispado que aí teve sua sede. Adiantemos que, aquando das obras
do campo de futebol, descobri diversos fragmentos de sigilata hispânica, pedaços
de imitação regional de vermelho pompeiano, um fundo de prato em sigilata clara
D e parte de uma lucerna cristã, de tipo africano, do século IV.
13
Aqui têm aparecido, inclusive, mosaicos. Procedente desta localidade,
guarda-se no Museu de Viana do Castelo um bloco de opus musivário.
14
O perímetro romano de Braga está ainda por esclarecer. As
transformações urbanísticas citadinas, habituais na época dos Flávios, que
atingiram Chaves, deveriam aparecer em Braga, segundo tudo parece indicar.
Haverá aqui também diferença entre o perímetro do Alto e o do Baixo-Império ?
Coincidirá com este o perímetro medieval? Nada sabemos.
15
Para o estudo do de Chaves cfr. António Montalvão, Permanece a
Urbanística De Aquae Flaviae?, in «Conimbriga», vol. XI, 1972, págs. 35-39.
16
Na Cantábria a romanização é também muito especial mas menos intensa
e mais tardia. Cfr. J. Gonzalez Echegaray, Los Cantabros, Madrid, 1966, págs. 206
e segs., e M. Vigil, Romanisación y Permanencia De Estruturas Sociales En La
Espana Septentrional, in «Boletin Acad. Hist.», 1963, págs. 225-234. Também o
cristianismo vai aparecer na zona de modo diverso e em época posterior. Cfr.
Gonzalez Echegaray, Origenes Del Cristianismo En Cantabria, Santander,
1969.
6. 118 REVISTA DA FACULDADE DE LETRAS
Sobre as condições sociais destes lavradores, das suas
relações com o fisco ou com magnates da região nada sabemos17
.
Pelo modo ecológico de habitar e pelas alusões de Idácio deviam
ser homens livres. A esta população, que, comunitariamente, se
encarrega da sua defesa e da sua representação, Idácio chama,
por diversas vezes, plebs18
.
Havia famílias ricas que, pelas suas tradições culturais ou
pelos serviços prestados, tinham certo predomínio. O mesmo
cronista fala na prisão da família do nobre Cantabro, de
Conimbriga19
e, anteriormente, falara de umas disputas com
suevos, em Portucale, de que resultou a morte de alguns hispano-
romanos, filhos de «boas famílias» — honestis natu20
.
Instalada pelos campos, esta população agricultora, man-
tendo, ainda vivo, o forte sentido comunitário e defensivo da
cultura castreja donde viera, perante o ambiente geral de
insegurança, motivado nos movimentos de bandos armados e
bagaudicos 21
, nas incursões de piratas, vândalos ou herulos22
,
17
Devido ao espírito comunitário, que devia ser ainda forte, é possível que
o patronatus ou algo que se parecesse com a commendatio não tivesse ainda
aparecido nesta área, no século V. Para o estudo destes problemas, na Alta Idade
Média, ver C. Sanchéz-Albornoz, Las Behetrías, in «Estúdios Sobre Las
Instituciones Medievales Espanolas», México, 1965, págs. 9-316.
18
Suevi sub Hermerico rege medias partes Gallaecias depredantes per
plebem quae castella tutiora retinebat (Florez, Espana Sagrada, 2.ª edição,
Madrid, 1756, pág. 360); Suevi cum parte plebis Gallaeciae, cui adversabantur,
pacis jura confirmant (Florez, op. cit., pág. 361); De Aunonensi plebe cui
suevorum adversabatur hostilitas ... (Florez, op. cit., pág. 383).
19
No ano 465, suevi Conimbricam dolose ingressi faliriam nobilem
Cantabri spoliant et captivam abducunt matrem curn filiis (Florez, op. cit.,
pág. 381).
20
No ano 459, inter Suevos et Galaico interfectis aliquantis honestis natu
mal um hostile miscetur (Florez, op. cit., pág. 376).
21
Estas, embora atingissem, no ano 454, a zona, vinham de Tarraconense,
como diz Idácio. Supomos que na Galécia não havia condições sócio-económicas
que favorecessem o seu aparecimento, como. adiante, acerca do priscilianismo
havemos de dizer.
22
Idácio refere algumas destas incursões. Dá também a entender que
povos peninsulares faziam o mesmo nas costas africanas.
7. NOTAS SOBRE A ALTA IDADE MÉDIA 119
perante a ameaça dos bárbaros, constroem recintos fortificados
para a sua defesa.
Castros como o de Crestuma (Gaia), de Eja (Penafiel), do
Alto da Maia e muitos outros devem ter aparecido nesta época.
No de Crestuma, referido na nossa mais antiga documentação,
da época asturiana, recolhi um fragmento de tégula e aí se pode
apreciar um muito original sistema de segurança que pouco
ou nada deve às fórmulas castrejas.
O castro de Fiães, Feira, é, arqueologicamente, exemplo
melhor conhecido. Neste, conforme revelam as últimas esca-
vações, uma grande zona dentro das muralhas foi ocupada, pela
primeira vez, no século IV. Sem negarmos a possibilidade de
amanhã encontrarmos, mais no alto, vestígios de ocupação
anterior, que, de resto, achados esporádicos parecem garantir,
temos todo um largo sector dos séculos IV-V assente no solo
natural, sem ocupação anterior. Nas próximas campanhas
tentaremos datar as obras de fortificação para esclarecermos
estes problemas. Os diversos grupos de casas, ainda que só
parcialmente escavados, têm aspecto semelhante e parecem
testemunhar um certo nivelamento social entre os ocupantes.
Durante o século V, mercê da intensificação do clima de
insegurança social, devido às razias e lutas dos bárbaros, deve-se
ter completado a castrificação da zona. Alguns antigos castros
como o de Faria, Barcelos, mormente aqueles próximos dos
locais onde viviam povos, voltam a ocupar-se. O Monte da
Falperra, junto de Braga, parece ter sido um deles23
. A
importância militar de Portucale, de Tuy e de Coyança, na época
suévica, testifica o papel relevante destes pontos altos,
fortificados.
Por outro lado é bem significativa a designação dada no
Parochiale ao Porto: Portucale, castrum novum'24
. Embora
23
A escavação revelou, perfeitamente, que, após uma época de
abandono, houve uma reocupação tardia. Cfr. Rigaud de Sousa, A Estação
Arqueológica Da Falperra, sep. de «Arquivo De Beja», vols. XXV-XXVH,
Beja, 1970.
24
Pierre David, Études Historiques Sur La Galice Et Le Portugal Du
VI: Au XII: Siècle, Lisboa, 1947, pág. 34.
8. 120 REVISTA DA FACULDADE DE LETRAS
na adjectivação haja a ideia de o distinguir da povoação fronteira
— Portucale, castrum antiquum — dificilmente se poderá negar
que a fortificação de Portucale, na margem direita do rio, não
pertence a esta época. Em lugar estratégico, defendido por
muralhas, o Porto inicia, verdadeiramente, a sua história.
Se muitos aspectos defensivos destes castros, do fim do
período romano, por falta de escavações ou de testemunhos bem
conhecidos, estão ainda por esclarecer, há na Crónica de Idácio
referências altamente elucidativas para o tema que estamos a expor.
Diz Idácio que no ano 430, sob Hermerico, os suevos foram
abrigados a pedir e a aceitar a paz porque a gente hispano-galaica
dispunha dos castelos mais seguros — castella tutiora retinebat 25
.
Antes, referindo-se aos povos locais, di-los distribuídos por cidades
e castros — hispani per civitates et castella.
Durante toda a Alta Idade Média estas populações mantêm os
seus pontos de defesa que vão ser nomeados na nossa
documentação alti-medieval como cabeças de zonas. O seu estudo
é essencial para a compreensão do «Portugal» 26
.
25
Quais as armas defensivas? A nossa ignorância é total. Faltam-nos as
espadas desse tempo que os achados ou escavações, avaramente, nos não têm
dado. Mas nesta e nas épocas sequentes deviam utilizar-se como armas, sobretudo,
os instrumentos de trabalho. Segundo nos ensina a etnografia os populares
utilizam, sistematicamente, como armas, os machados, as forquilhas, as enchadas
e os varapaus.
A defesa era obra colectiva, embora mais do encargo dos homens válidos.
Não creio que entre nós tenham existido, verdadeiramente, «exércitos
particulares». Sobre este assunto ver Alberto Balil, La Defensa De Hispania En El
Bajo, in «Legio VII Gemina», Leon, 1970, pág. 618.
26
O estudo da castelologia medieval, devido à sua alta importância, tem
merecido especial atenção em alguns centros europeus de investigações. Sem
querermos adiantar uma bibliografia, já extensa, sobre o tema, uma vez que o seu
estudo fica para depois, pode ver-se uma boa exposição dos problemas em M.
Bouard, Quelques Données Archéologiques Cancernant Le Premier Age Féodal,
in «Strutures Sociales De L'Aquitaine, Du Languedoc Et De L`Espagne Au
Premier Age Féodal», Paris, 1969, págs. 41-62.
9. NOTAS SOBRE A ALTA IDADE MÉDIA 121
Fá-lo-emos na segunda parte deste trabalho porque é mais fácil e
seguro abordar o tema a partir dos nossos mais antigos diplomas,
indo do mais recente para o mais antigo, que vice-versa.
O século IV apresenta-se, nesta zona, com uma grande
vitalidade, documentável na abundância de numário, de vidros,
jóias e outros objectos, nas importações volumosas de cerâmicas
sigilatas claras, C e D, e em muitos outros testemunhos. Por
exemplo, a louça comum sofre nesta época uma grande renovação,
recebendo pintura, em muitos casos, e imitando, noutros, as formas
e o aspecto de cerâmicas importadas. Este crescimento pode
apreciar-se em outros locais, por exemplo, na Bética27
, em Clunia e
em toda a Meseta 28
e no Sul da Gália 29
, mas, nesta zona, ele
parece ter sido mais pujante e é muito mais que uma mera
«renascença teodosiana». A ele e a um certo entusiasmo epigonal
pela romanização se deve atribuir a multiplicação de miliários que
as vias romanas galaicas mostram. Muitos estudiosos deste tipo de
epigrafia têm ficado surpreendidos com o grande número de
marcos miliários, de época tardia, existentes, sobretudo, no
conventus bracaraugustano, alguns dos quais pertencem a
imperadores
27
J. Maria Bloqueio, Estrutura Economica Y Social De Hispania
Durante La Anarquia Militar Y El Bajo Imperio, Madrid, 1961, pág. 2,0.
28
P. Paiol, Estado De Da Investigación Prehistorica Y Arqueologica
En La Meseta Castellana, in «Congresso Nacional De Arqueologia», Zaragoza,
1966, pág. 34.
29
M. Labrousse, Toulouse Antique, Boccard, 1968, pág. 572. As termas de
Hillère foram construídas nos meados do século IV aproveitando fonte sagrada e
curativa. Que no Entre-Douro e Minho as termas de águas medicinais de Vizela,
Santa Eulália de Aguas Santas (Barcelos), S. Vicente e outras foram utilizadas, no
século IV, não resta dúvida. Só não podemos garantir, por falta de escavações,
que tenham começado só nessa época.
10. 122 REVISTA DA FACULDADE DE LETRAS
transitórios e de bem pouca importância 30
. Nostrand31
procurou
compreender esse fenómeno por uma possível tentativa imperial de
pôr em reexploração os jazigos galaicos de minério aurífero. Esta
explicação não convence 32
até porque não há testemunho dessas
tardias explorações.
Esta romanização tardia do Noroeste português, com uma
pujante e criadora fase ao longo dos meados e da parte final do
século IV, quando o Império era, velada ou declaradamente, cristão,
favoreceu muito a expansão do cristianismo, tanto mais que não
devia ser ainda muito arreigada e forte a tradição cultural pagã 33
. A
cristianização coincide em parte com a última fase da romanização.
Não admira, pois, que os melhores espíritos galaicos da
época, embora orgulhosos da sua romanidade, fossem cristãos34
.
Entre eles citemos Prisciliano35
, Paulo Orósio,
30
A lista mais completa, para esta zona, é ainda a de Martins Capella,
apesar dos novos achados, Milliarios Do Conventus Bracarau-gustanus Em
Portugal, Porto. 1895. Cfr. a lista omissa, mas significativa, dada por J. Maria
Blaquez, op. cit., págs. 157-159.
31
Citado apud Claude Domergue, Les Minas D'Or Du Nord-Ouest De La
Péninsule Ibérique, in «Legio VII Gemina», Leon, 1970, pág. 274.
32
Estes miliários e reformas viárias, obra da organização local, deviam ser
realizadas já pelo sistema das geiras de tipo medieval. Deste sistema terá recebido
a Jeira o nome.
33
Como diz Gaudemet, acerca da Renánia, a aristocracia ocidental era
mais fácil de conquistar que a de Roma. Ela não tinha tradições gloriosas a
defender. Cfr. Gaudemet, L`Église D'Occident Et La Rhénanie, in «Rome Et Le
Christianisme Dans La Région Rhénanie», P. U. F., 1963, pág. 9.
34
Até que ponto nesta região o cristianismo terá tirado chefes à
administração romana? Difícil é responder. Se por um lado Paulo Orósio abandona
a Galiza e, cristamente, vai para o Oriente, por outro. Idácio, apesar de ser bispo e
talvez por isso, à maneira medieval, actua politicamente. Para esta questão cfr. A.
Momigliano, Christianity And The Decline Of The Roman Empire, in «The
Conflict Between Paganism And Christianity In The Fourth Century», Londres,
1960, págs. 1-16.
35
Prisciliano foi um grande espírito e os seus itinerários mostram bem a
romanidade. Sobre este personagem indicar-se-á adiante alguma bibliografia.
11. NOTAS SOBRE A ALTA IDADE MÉDIA 123
um dos «founders» culturais da Idade Média36
, Avito37
, Idácio38
,
etc. O cronista aquiflaviense, como autêntico bispo medieval,
encarrega-se de uma embaixada político-militar junto de Aécio e de
negociações com os suevos. Certamente por ser um dos chefes
responsáveis de hispano-romanos chegou a estar preso, como relata
na sua crónica.
A inexistência de uma arreigada e tradicional cultura pagã,
romana, e as perdurações e reminiscências de velhas tradições e
formas de ser, indígenas, ajudar-nos-ão a compreender algumas
características do paleocristianismo do Noroeste. É bem sintomático
que em toda a România seja esta a única zona a designar os dias da
semana, não à romana, mas de forma cristã39
. Sabe-se que a Igreja
procurou apagar os nomes que os romanos tinham para designar os
diversos dias da semana. Na sua Crónica Idácio usa já a designação
eclesiástica. São Martinho de Dume ataca aquela nomenclatura
pagã, que coloca sob a protecção de divindades romanas os dias da
semana, mas fá-lo, como diremos em outra altura, mais por
influência de uma tradição literária cristã que por ter os olhos na
realidade bracarense do seu tempo40
. Cremos bem que a
singularidade portuguesa, na
36
Segundo o conceito de Rand. Óptima exposição sobre o assunto. clara c
profunda, acompanhada da última bibliografia orosiana, pode, proveitosamente,
ler-se em H. 1. Marrou, Saint Augustin, Orose Et L'Augustinisme Historique, in
«La Storiografia Altomedievale», Spoleto, 1970, págs. 59-87.
37
Avelino de Jesus da Costa, in «Dicionário De História De Portugal», s.
v. Avito De Braga, onde se cita a melhor bibliografia.
38
Idácio, de cuja obra nós todos servimos, continua a esperar por uma
edição crítica do seu cronicão e por um estudo profundo da sua obra. Para além de
Florez e dos trabalhos de Casimiro Torres e das achegas de Hillgarth veja-se
António Cruz, Tempos e Caminhos, Porto. 1973, págs. 3-15.
39
Pode encontrar-se uma boa exposição do problema, devida a Avelino de
Jesus da Costa, in «Dic. Hist. de Portugal», s. v.. Dias Da Semana.
40
A análise do De Correctione Rusticorum, como em outra altura diremos,
bem o mostra.
12. 124 REVISTA DA FACULDADE DE LETRAS
maneira de designar os dias da semana, se deve explicar, na
verdade, pela actuação eclesiástica, já pré-martiniana, mas exercida
sobre uma população que ainda não tinha assimilado, nem
profunda nem totalmente, a nomenclatura romana41
.
O primeiro dado certo sobre a existência de cristianismo no
Noroeste português é a presença de um presbítero bracarense,
Luxúrio, no concílio de Elvira 42
, realizado nos princípios do século
IV 43
, embora a data precisa não tenha ainda sido determinada.
Anteriormente, em 254, havia já um bispo em Astorga-Leão o que
não admira porque era uma zona mais romanizada e muito mais
aberta.
O cristianismo fez, durante o século IV, grandes progressos.
Na parte final dessa centúria Prisciliano, associando ao cristianismo
conhecimentos gnósticos e explicações simplistas, maniqueístas,
«d'étranges syncrétismes» 44
e, certamente, algumas crenças
típicas da zona, tem um enorme e
41
Miguel de Oliveira, História Eclesiástica De Portugal, 2.ª ed., Lisboa,
1948, pág. 41, sugere que tal fenómeno se deve à pregação de S. Martinho de
Dume. É uma explicação mítica que não convence. O importante foi a circunstância
da cristianização. Em muitas outras partes, apesar do dinamismo posto nessa luta,
nada se conseguiu por ser hábito, bem radicado, a fórmula romana.
Até que ponto os indígenas, galaicos, usavam antes da romanização a
divisão semanal dos dias? A vida cristã, porém, levava-os a um ritmo litúrgico
semanal e à adopção da nomenclatura que os eclesiásticos impunham.
42
José Vives, Concílios Visigoticos E Hispano-Romanos, Barcelona, 1963,
pág. 1.
43
As actas do concílio, embora revelem tempos difíceis para o cristianismo,
como bastantes quedas, pelas alusões que fazem a flâmines c a sacerdotes pagãos
convertidos, parecem sugerir que nessa altura na zona Sul da Península se dera uma
grande viragem a favor do cristianismo.
44
J. Fontaine, L'Art Préroman Hispanique, Zodiaque, 1973, pág. 90. Este
livro é extraordinariamente saboroso... sempre... e extraordinariamente
convincente, mas só em problemas de cultura.
13. NOTAS SOBRE A ALTA IDADE MÉDIA 125
muito perdurável sucesso45
. Pelo seu valor e pela veracidade
acessível da sua doutrina contagiou todo o Noroeste46
. Paterno,
bispo de Braga, que assistiu ao concílio de Toledo, nas vizinhanças
do ano 400, estava já influenciado por essa heresia, que então,
repudiou47
.
O aparecimento de doutrina cristã na Península deve muito a
influências africanas. Diversos autores têm acentuado os elos de
ligação entre o cristianismo primitivo, hispânico, e o Norte de
África, tanto ao nível da cultura 48
, como da liturgia49
e do santora50
,
como nas formas materiais dos edifícios e da arte cristã51
. O
Noroeste português, nos seus vários testemunhos paleocristãos,
confirma esta origem para o seu cristianismo.
No Norte de Portugal, a respeito de edifícios de culto do
cristianismo primitivo, estamos reduzidos a quase nada, por falta de
trabalhos arqueológicos. Na Falperra, junto a Braga, temos a única
construção paleocristã da zona. Trata-se segundo Palol52
, de um
edifício cultual53
Perto, há um conjunto de edificações que poderiam
ser, segundo o mesmo, monasteriais 54
.
45
Hillgarth, em The Conversion Of Western Europe, 350-750, New Jersey,
1969, pág. 52, escreveu. «Priscillianist heresy— the real religion of the land from
about 400 to Martin’s time, c. 550-80».
46
Idácio o diz. Ver R. Lopez Laneda, Prisciliano Su Pensamento Y Su
Problema Historico, Compostela, 1966, págs. 97-99.
47
Vives, Concílios... cit., pág. 14.
48
J. Fontaine, L`Art Préroman, cit., pág. 32. Idem, Isidore de Seville Et La
Culture Classique Dans L`Espagne Wisigothique, Paris, 1959, págs. 854-859.
49
Diaz y Diaz, En Torno A Los Origines Del Cristianismo Hispánico, in
«Raíces de Espana», Madrid, 1967, págs. 423-443.
50
Carmen Garcia Rodriguez, El Culto De Los Santos En La Espana
Romana Y Visigoda, Madrid, 1966, págs. 26 e 182 e segs.
51
É numerosa a bibliografia. Salientemos P. de Paiol, Arqueologia
Cristiana De La Espana Romana, Madrid. 1967.
52
P. de Paiol, op. cit., pág. 371.
53
Esta opinião é convincente.
54
Seria extremamente curioso documentar-se o monaquismo nesse alto, em
época tão antiga. Mas esses edifícios, como outros de Fiães ou do Castro de Verde
Milho, devem ser de famílias que aí viviam mais seguras que na planície. As
escavações facilmente poderão esclarecer o problema.
14. 126 REVISTA DA FACULDADE DE LETRAS
Os materiais, sobretudo um pedaço de Late Roman C 55
e um
fragmento de clara D, estampada, com a figura, ao que parece, de um
leão 56
sugerem os séculos V-VI para a utilização do edifício. Se,
arqueologicamente, tanta é a nossa penúria, não faltam, por outro
lado, em actas do concílios e em textos históricos e epigráficos
referências a edifícios de culto, sempre designados ecclesiae quando
eram centros de vida litúrgica e sacramental e nomeados basilicae ou
basilicae sanctorum, fosse como fosse a sua planta, quando o não
eram 57
.
Pouco sabemos da progressão do cristianismo nesta zona
porque os mais numerosos e valiosos testemunhos deviam chegar-
nos da arqueologia... que ainda está por fazer. Escavações
sistemáticas em Braga, em Chaves, onde Idácio teve a sua catedral,
em Santa Eulália de Águas Santas, Barcelos58
, em Meinedo,
antigamente Magneto e sede de um bispado59
, no Monte Mosinho60
,
em Vizela61
, etc., dar-nos-iam, com certeza, muitos elementos para o
seu estudo.
55
Jorge Alarcão, Portugal Romano, Lisboa, 1973, pág. 152 e fot. 78.
56
Rigaud de Sousa, op. cit., pág. 8, fig. 5, n.º 4 dá-nos o seu desenho e
entende a figura como sendo um cão. E antes um leão. Do estilo E II de Hayes ou da
fase B de Carandini este fragmento é datável entre os meados ao século V e
os do VI.
57
A terminologia jurídica e litúrgica daquele tempo diverge da nossa
actual classificação arqueológica.
58
Aqui temos umas termas romanas, medicinais, cujas águas foram tidas
como santas. O culto prístino de Santa Eulália, o encontro de uma coluna, romana,
de mármore de zona de Vimioso, com o achamento de sigilata clara D das formas 97
e 104 A de Hayes, datáveis dos princípios ou meados do século VI, sugerem para
esse lugar ricas perspectivas paleocristãs. A cerâmica a que aludimos, sendo
africana, garante ainda que no século VI perduravam as relações com a África,
frequentíssimas nos dois séculos anteriores, como a cerâmica no-lo mostra e até
Idácio o diz.
59
De Meinedo, como sede de bispado, tratarei na segunda parte deste
estudo. Para alguns achados romanos veja-se a nota 12.
60
Aqui apareceu uma colher de tipo paleocristão que se guarda no Museu de
Etnografia do Porto.
61
A utilização das suas águas, ao longo da Idade Média, bem como
mosaicos e achados tardios, como anéis, e ainda o facto de aí estar situada uma
paróquia suévica. são indícios suficientes para suspeitarmos da sua importância.
15. NOTAS SOBRE A ALTA IDADE MÉDIA 127
Em Braga, além do sarcófago que se encontra no Museu da Sé,
dos princípios do século V, feito em mármore de Santo Adrião 62
e
estudado por Schlunk 63
e de duas taças de vidro, muito
fragmentadas, com o monograma constantiniano gravado 64
, dos fins
do século IV ou princípios do V, nada mais se conhece.
Reconheçamos que é muito pouco.
Na região do Douro 65
, a começar em Frende, há alguns
achados paleocristãos surpreendentes. O mosaico funerário de
Frende, de clara influência africana e que Schlunk teve a honra de
estudar e valorizar em primeiro lugar 66
, é um deles. Trata-se de uma
tampa sepulcral, feita certamente com três lajes e da qual só temos a
pedra central, em dente de cavalo, granito grosseiro da zona. O
mosaico está, por isso, incompleto, em ambos os extremos, embora
se distinga, perfeitamente, o cântaro e talvez a maior parte da
inscrição, que Schlunk restituiu e leu: Palladi vivas Evs(e)bio(s)
(Est. I, 1).
A pedra tumbal, que resta, tem de comprimento 47cm, por 46
de largo e 24 de espessura. O mosaico encontra-se em um campo
cavado, com 3 cm de profundidade e 30 de largura. Após uma fina
camada de argamassa avermelhada está uma outra esbranquiçada em
que assentam as tesselas. Estas têm de largura, habitualmente, 7 ou 8
milímetros. São de quatro cores: brancas, escuras, avermelhadas e
amareladas. As brancas, que fazem o fundo, são de pedra lioz,
abundante na zona de Lisboa; as negras são, ao que parece, de
basalto e com elas se fez a inscrição e se limitou o campo da epígrafe
e do cântaro. No desenho deste cântaro empregam-se as tesselas
vermelhas e as amarelas.
62
Falta-nos um estudo sobre estas pedreiras na época romana. Ele deve ser
possível. Quase todas as lápides romanas de Bragança, Miranda, etc., são em
mármore dessa providência.
63
H. Schlunk, Die Fruhchristlichen Denkmaler Aus Dem Nord--Western Der
Iberischen Halbinsel, in «Legio VII Gemina», Leon, 1970. págs. 488-493.
64
Jorge Alarcão, Portugal Romano, pág. 179.
65
Como o Ródano na Gália e o Ebro na Espanha o rio Douro parece ter
favorecido directa ou indirectamente a expansão do cristianismo. Isto assegura
também a importância das comunicações fluviais.
66
Schlunk, Die Fruhchristlichen Denkmaler..., cit., págs. 485-488.
16. 128 REVISTA DA FACULDADE DE LETRAS
Este mosaico, confeccionado localmente, mas de clara
influência africana, deve datar dos meados do século V. Encontrava-
se, outrora67
, como pedra de assento, na velha capela de São João,
freguesia de Frende, Baião, a qual assenta sobre um castro 68
. Das
paredes desta capela J. Leite de Vasconcelos conseguira fazer retirar
três relevos, em granito, romanos, de aspecto pagão. Deles deu
notícia nas Religiões da Lusitania, interpretando-os, funcionalmente,
como frisos de um templo romano69
. Encontram-se no Museu
Arqueológico de Belém.
No adro da capela de São João, aflorando à superfície, vêem-
se alicerces de um edifício, fruste, que poderá ser paleocristão 70
. A
nascente da cabeceira, em grande laje granítica, há diversas
sepulturas cavadas na rocha (Est. I, 2). Será o mosaico tampa de uma
destas sepulturas?
Continuemos.
Se este mosaico funerário é, por agora, o único exemplar
conhecido na parte ocidental da Península, há notícias de outros e,
precisamente, na zona do Alto Douro.
Russel Cortez dá conta71
que ao alargar-se o adro da capela do
Senhor da Boa Passagem, freguesia de Covelinhas, Régua, «foi
demolida barbaramente uma sepultura aberta na rocha, tapada por
uma tampa decorada com um mosaico de lioz branco e azul, com
uma inscrição que não chegou a ser reconhecida» 72
. Correia de
Azevedo73
, referindo-se à mesma
67
Hoje encontra-se no Museu do Seminário do Porto, devidamente
exposto. Schlunk data este mosaico dos princípios do séc. V.
68
Por isso, esse lugar se chama «Castelo». Situa-se entre a foz do rio
Teixeira e o rio Douro.
69
J. Leite de Vasconcelos, Religiões Da Lusitania, vol. III, Lisboa, 1913,
págs. 174-477 e 483.
70
Esperamos que, em breve, uma escavação no-lo possa dizer.
71
Russell Cortez, Mosaicos Romanos No Douro, sep. de «Anais Do Instituto
Do Vinho Do Porto», Porto, 1946, pág. 28.
72
Seria achado duplamente importante porque fornecia uma datação-chave
para as sepulturas cavadas na rocha. De resto uma sepultura de inumação de S.
Leocádia de Baião (Ricardo Severo, Portugália, U, Porto, 1905-1908, pág. 419),
datável, pela sigilata clara D que continha, dos fins do séc. TV, tinha já parte do seu
leito escavado na rocha.
73
Correia de Azevedo. Património Artístico Da Região Duriense, Porto,
1972, pág. 38.
17. NOTAS SOBRE A ALTA IDADE MÉDIA 129
localidade, diz que «por ocasião da abertura da via férrea do Douro,
foram encontrados diversos mosaicos tumulares romanos».
Parece, pois, que a busca arqueológica poderá encontrar
muitos mais monumentos deste tipo. Oxalá.
Na região duriense, no castro da Fonte do Milho, ocupado,
pelo menos, até ao século V e onde, segundo testemunho de Russel
Cortez74
, havia vestígios da exploração do vinho e do azeite,
apareceu uma lucerna cristã, da qual, infelizmente, não nos deu nem
desenho nem fotografia. Descreve-a assim75
: Tem o disco decorado
com duas hastes florais, são ramos de oliveira entrecruzados. Entre
as folhas terminais pode ler-se um (alpha) x entre as hastes divisa-se
um w (ómega). No fundo do depósito — divisa-se a marca oficial —
LVCRETI» 76
. Tinha a parte do bico partida.
Esta descrição não nos permite imaginar o tipo da lucerna,
mas se tinha, realmente, o alfa e o ómega devia ser cristã e talvez do
tipo africano, do século IV.
Importante testemunho paleocristão é um anel de ouro, de
bom teor, aparecido há dois anos, junto do castro de Fiães, quando
se procedia à abertura de uns alicerces.
O anel, com o peso total de 5,15 gramas, tem mesa um pouco
oval, em forma de capitel, onde se encastoa uma pedra de pasta
vítrea, de cor azul-escura. Nesta pedra está estampada uma lebre e
em redor a inscrição ITIVA (Est. I, 3, 4 e 5). Ao longo do seu aro
que tem o diâmetro máximo de 19 milímetros e uma secção laminar
há uma inscrição, infelizmente muito apagada na parte central do
aro, devido ao uso, que finaliza com uma crismon constantiniano
(Est. I, 6). Da inscrição lêem-se bem as três primeiras letras FER e
as duas últimas, antes do monograma, TA. As outras estão quase
apagadas pelo uso.
74
Veja-se a nota 8.
75
Russell Cortez, As Escavações Arqueológicas Do «Castellum», cit., pág.
61.
76
LVCRETI é um oleiro de quem se conhece já outra lucerna, de Cacabelos
(A. Balil, Lucernae Singulares, Bruxelas, 1968, pág. 58. Mas desta também não
temos elementos para definir o seu tipo ou época.
9
18. 130 REVISTA DA FACULDADE DE LETRAS
O desconhecimento do nome ITIVA nos onomásticos,
romano e visigótico, aconselha a considerar esta jóia, apesar do seu
aspecto feminino, como anel signatório de um Avitus. ITIVA será,
por isso, inscrição retrógrada. Nenhuma das letras da inscrição
possibilita, pela sua forma, a resolução da questão, embora a
posição da lebre e do nome aconselhe a considerá-la como própria
de sinete.
O valor desta jóia está, sobretudo, no seu testemunho de
paleocristianismo, garantido não só pelo crisma como pelo
simbolismo da lebre.
Cedo os adeptos do cristianismo, na sequência da pregação e
actuação eclesiásticas 77
, substituiram, nas pedras de anel, os
símbolos pagãos por cristãos. Entre estes, ao lado da âncora, da
pomba e de outros, está a lebre que, embora não seja um símbolo
muito frequente, aparece diversas vezes no Norte de África, em
epitáfios e em pedras gravadas 78
A sua significação simbólica é
ainda um pouco obscura79
.
Não pretendemos estudar, tipologicamente, este anel 80
que
tem diversos paralelos, por exemplo, no Castelo de Vemania do
século IV. Pela sua forma, pelo seu crismon, sem alfa nem ómega,
mas que não tem já, ao que parece, o valor de abreviatura, este
valioso anel deve datar da segunda parte do século IV 81
.
77
Clemente de Alexandria, no princípio do século III, recomenda aos seus
fiéis, no Pedagogo, que gravem nos seus anéis símbolos cristãos. Cfr. C. Pietri, in
«Encyclopaedia Universalis». Paris, s. v. Chrétien Primitif (art).
78
Aparece mesmo em um anel africano. Cfr. H. Leclerq, in «Dictionnaire
D'Archéologie Chrétienne», s. v. Anneaux.
79
Para Rossi o seu significado era obscuro. O seu simbolismo deve derivar
da sua corrida veloz. Assim pela rapidez da sua corrida poderá significar a
brevidade da vida humana ou o desejo de correr para Cristo. Cfr. H. Leclerq, in
«Dict. Arché. Chrét. », cit. S. v. Lièvre.
80
Ele será estudado no relatório da última campanha de escavação
juntamente com outros aneis aparecidos e também do século IV.
81
Não sei bem qual o contexto em que apareceu. Só sei que entre aquela
terra, onde foi encontrado, descobri fragmentos de sigilata hispânica e um
pequeno fragmento de sigilata clara D, estampada. do estilo A de Hayes. Tudo
isto pode condizer com os meados ou segunda parte do século IV.
19. NOTAS SOBRE A ALTA IDADE MÉDIA 131
Sobre as manifestações de paleocristianismo, no Noroeste, há
ainda duas inscrições que muito importa referir e comentar.
Habitualmente, os primeiros sintomas arqueológicos da nova fé
costumam detectar-se em grafitos e em epitáfios de necrópoles. A
nossa zona não deverá fazer excepção, embora sejam
problematicamente cristãs as que vou apresentar.
Em Gulpilhares, concelho de Gaia, no Alto da Vela e perto
da igreja, José Fortes escavou uma necrópole com «aspecto
humilde», de que nos deixou uma breve notícia82
. Neste cemitério
encontrou, além de uma faca e contas, 181 vasos de cerâmica
comum que, tendo em atenção as moedas aparecidas, datou do
século IV. Porém, o encontro de duas lucernas de disco83
, uma das
quais do tipo III-B de Ponsich, talvez obrigue a dar à necrópole
maior duração, colocando algumas sepulturas, pelo menos, no
século II e outras no século III84
.
Em um pote, de duas asas 85
, ao longo da parte superior da
sua pansa, há um grafito (Est. II, 1) em que se lê perfeitamente:
Severa vivas. José Fortes entendera: 86
Severe vivas
A inscrição não é confessadamente cristã mas, pelo menos,
tem sintomas de nova religiosidade 87
. Infelizmente
82
José Portes e outros, Mea Villa De Gaya, Porto, 1909. págs. 15-18.
83
J. Fortes, op. cit., fots. 20 o 21.
84
Seria muito bom reencontrar-se este espólio que então estava no.
actualmente desaparecido, Museu de Azuaga de Gaia. R. de Serpa Pinto (Nótulas
Ceramográficas, sep. de «O Arch. Port.», vol. XXVII, Lisboa, 1930, pág 4), viu
este material mas por certo já desfalcado, pois fala só em noventa vasos.
85
J. Fortes, op. cit., fig. 18.
86
J. Fortes, op. cit., pág. 17.
87
O voto vivas pode ser pagão mas pode ser também cristão. Compare-se
no mosaico de Frende, antes referido, Palladi vivas...
20. 132 REVISTA DA FACULDADE DE LETRAS
não podemos datar com rigor esta vasilha mas parece-nos que
deverá ser do século IV88
.
A inscrição é ainda muito notável sob o ponto de vista
paleográfico. Com letras maiúsculas e minúsculas, algumas de tipo
cursivo, próprias do alfabeto romano dos séculos IV-V89
, o nosso
grafito é, segundo tudo indica, bastante anterior ao epitáfio de
Rogata, encontrado em Marim, Algarve. Esta última, por ter no
formulário a expressão — famula Dei — dificilmente será anterior
aos meados do século V 90
.
Em Sardoura, Castelo de Paiva, no lugar de Valdemides91
,
apareceu, em 1932, mais uma necrópole luso-romana. Conseguiu-
se salvar algum espólio que o Museu de Antropologia da
Universidade do Porto guarda92
. Além de restos de ossos e de
pregos93
de cerâmica, de uma colherinha e
88
São relativamente vulgares, nesta zona, os vasos sepulcrais com
grafitos, marcas ou inscrições. Mas aparecem também cm povoados. No museu
de Antropologia da Universidade do Porto há dois vasos funerários com
inscrição, um dos quais foi estudado por R. de Serpa Pinto no trabalho antes
citado. Em Freixo, Marco de Canavezes, vi, há tempos, uma vasilha funerária
com esta inscrição gravada: non vellere Paterna, certamente com este sentido:
não te destruíram, Paterna.
89
Gomez-Moreno, Documentación Goda En Pizarra, Madrid, 1966,
págs. 21-22.
Aproveitamos a ocasião para divulgarmos um pequeno fragmento de
ardósia, aparecido no Castro de Lerilla, Ciudad Rodrigo, com escrita numérica de
um tipo que muito vulgarmente aí se encontra. Esta placa foi outrora oferecida ao
Museu de Antropologia da Universidade do Porto onde está exposta (Est. II, 3).
Mede de altura 115 milímetros, 90 de largura e 12 de espessura. Altura dos
números grafados vai de 5 a 6 milímetros.
90
Segundo Vives a expressão famula Dei só aparece a partir de então.
91
Perto há um castro e uma outra necrópole que deu materiais um pouco
mais antigos.
92
Agradeço ao Dr. Huett a ajuda que nos dispensou no estudo deste
material.
93
Por isso era certamente cemitério de inumação ou, pelo menos, com
sepulturas deste rito.
21. NOTAS SOBRE A ALTA IDADE MÉDIA 133
de quatro fíbulas, em ómega94
, apareceu uma fruste e pequena lápide
funerária que vamos analisar95
(Est. II, 5).
É uma estreita e mal afeiçoada placa de ardósia que mede
56cm de alto por 14 de largo. Apresenta linhas para ordenação do
texto com traçado muito superficial. Também o texto, à maneira de
grafito, está mais riscado que, propriamente, gravado. As letras são
muito pequenas. Têm cerca de 2 centímetros.
Esta lápide pertence à mesma officina que as do cemitério luso-
romano de Espiunca96
. Embora o formulário seja diverso, o xisto é
semelhante e são bem parecidas a grafia, as linhas condutoras e a
forma de gravar as letras.
A inscrição, cuja leitura não oferece dificuldade, diz:
D. M. S.
AVITIANV
S FATVM
FUNCSET
V I I I I K NOVEM
BRIS ANNORV
XXV VTERE FE
L I X
Desdobrando, temos: D (is) M (anibus) S (acrum).
AVITIANVS FATUM FUNCSET VIIII K (alendas) NOVEMBRIS
ANNORV (m) XXV.VTERE FELIX.
Avitianus, cujo nome formado do de Avitus devia ser vulgar,
morreu a 24 de Outubro.
94
Osvaldo Freire, Algumas Fivelas De Bronze Do Museu Antropológico Da
Universidade Do Porto, in «Lucerna», vol. IV, Porto, 1965, págs. 211-213.
95
Encontra-se depositada no Museu de Antropologia da Universidade do
Porto.
96
D. de Pinho Brandão, A Epigrafia Latina Do Concelho De Arouca E
Alguns Dos Seus Problemas, in «Studium Generale», vol. IX, Porto, 1962, págs.
316-317.
22. 134 REVISTA DA FACULDADE DE LETRAS
Anotemos que a grafia funcset por funxit é normal. Mais
especial é não encontrarmos o verbo em forma depoente, conforme
a regra gramatical. Cremos que a lápide, no formulário e na
expressão utere felix, denuncia uma época cristã e se poderá datar
dos fins do século IV, ou, quando muito, dos princípios do V.
Fatum funcset por recessit ou por expressão idêntica denuncia,
como adiante diremos, uma peculiar crença noroestina no fatalismo.
A expressão utere felix, na parte final do epitáfio, é muito mais
enigmática e, talvez ainda, mais significativa; voto frequentemente
gravado em «instrumenta», anéis, páteras, fivelas 97
, etc, na época
paleocristã, não se compreende bem em lápide funerária,... a não
ser...
Bem importante parece esta descrição para a história das
crenças religiosas numa época em que o cristianismo da zona estava
quase identificado com o priscilianismo. É certo que na lápide não
há qualquer clara alusão ao cristianismo, mas a expressão fatum
funcset, «cumpriu o destino» está ligada a crenças no fatalismo que
os priscilianistas defenderam. Concordante98
é ainda a análise da
expressão utere felix, «usa com felicidade», fórmula de sabor
paleocristão. A sua grafia em lápide funerária, ou revela uma certa
ignorância, o que não parece, ou é denunciadora de especiais
crenças, relativas à vida do além túmulo99
. Também nisto há uma
ambiência priscilianista, insinuação às suas enigmáticas alusões a
círculos celestes e a migrações das almas.
A falta do nome do pai é habitual em formulários cristãos,
mas também se poderá relacionar com a condenação
97
H. Bullinger, Utere Felix: A Propôs De La Garniture De Ceinturion De
Lyon, in «Gallia». vol. XXX, 1972, págs. 276-283.
98
Infelizmente esta relativa concordância não serve para «prova real».
99
Julgamos pouco provável que a fórmula utere felix se reportasse à
utilização de objectos tumulares ou do próprio sepulcro.
23. NOTAS SOBRE A ALTA IDADE MÉDIA 135
de casamentos e da procriação que a mesma heresia de-
fendia 100
.
Em trabalho relativamente recente 101
, M. Vigil e A. Barbero,
na sequência de velhas sugestões e um pouco à semelhança de alguns
aspectos da questão donatista do Norte de África, procuraram
explicar o sucesso do priscilianismo na Galécia, entendendo-o como
resultante de um clima social de revolta contra magnates, bispos e
Império. Mais que a Fontaine102
parece-me, a mim, absolutamente
forçada uma tal explicação: nem os escritos de Prisciliano, ele
próprio bispo, nem a sua actuação diante de bispos e de concílios,
nem as actas destes permitem tal explicação. Tudo parece indicar que
na Galécia, sem grande «vilas» e em que um relativo comunitarismo
castrejo ainde se não esquecera, não havia clima social propício a
essas revoltas. O bagaudismo não era de cá. Por outro lado, a análise
da Crónica de Idácio mostra-nos bem que o povo sentia com os seus
chefes e se revoltou mesmo, quando, em Portucale, os suevos
mataram alguns honestiores.
A análise das doutrinas e práticas priscilianistas bem como o
estudo do De Correctione Rusticorum ficarão para outro lugar 103
.
Vamos terminar este nosso intento historio-
100
Sobre esta heresia longa é a bibliografia. Além do litro de Caneda. já
referido, veja-se Mário Martins, Correntes Da Filosofia Religiosa Em Braga
(Séculos 1V-VII), Porto, 1950, págs. 41-125; e Ramos Y Loscertales, Prisciliano —
Gesta Rerum, Salamanca, 1952.
101
M. Vigil — A. Barbero, Algunos Problemas Sociales Del Norte De La
Península, A Fines Del Imperio Romano, in «Comunicaciones A La I Reunion De
Historia De La Economia Antigua De Da Península Iberica», Valencia, 1968. págs.
81-89.
102
J. Fontaine, L'Art Préroman, cit., págs. 89-90.
103
Na Homenagem a Jorge Dias, para a qual preparamos o seguinte trabalho:
Paganismo — Sua Sobrevivência No Ocidente Peninsular. Sobre o De Correctione
Rusticorum., apesar das belas achegas de J. Le Goff, Les Paysans Et Le Monde
Rural Dans La Literature Du Haut Moyen Age, in «Agricoltura E Monde Rurale...»,
Spoleto, 1966, págs. 7231741; Goff, Culture Clèricale Et Traditions Follcloriques...,
in «Niveaux De Culture Et Groupes Sociaux», Paris, 1971, págs. 21-32 e do
importante estudo de M. Meslin, Persistances Paiennes En Galice, Vers La Fin Du
VI Siècle, in «Hommages A Marcel Renard», t. II, Bruxelas, 1969, págs. 512-524,
nós, que. nos ocupamos no paleo-folclore da zona durante anos diversos, teremos
uma palavra a dizer.
24. 136 REVISTA DA FACULDADE DE LETRAS
gráfico quando quase batíamos às portas da conversão suévica.
Prometemos não aguardar muito tempo. A finalizar que se nos
permita acentuar que essa extraordinária aceitação do cristianismo
priscilianista, no Noroeste peninsular, se deve explicar por uma
especial «idiossincrasia» da região e pelo facto de o priscilianismo ter
uma antropologia e uma mundividência muito mais claras e
acessíveis que as do cristianismo ortodoxo. Assim, uma vez mais, e
sempre, a peculiaridade e o tradicionalismo do Noroeste se impôs,
marcando mesmo o seu paleocristianismo.