SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 62
NÃO TENHA PRESSA
Sete Lições para Jovens Terapeutas
Professor Vincenzo Di Nicola
Curso de Especiliazação em Psicoterapia Sistêmico-Integrativa
Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Instituto da Família de Porto Alegre
Aula Inaugural – 18 de Agosto de 2023
Professor Vincenzo Di Nicola
MPhil, MD, DipPsych, FRCPC, PhD, FCAHS, DLFAPA, DFCPA
Professor titular de psiquiatria e de adição
Universidade de Montreal
Presidente, World Association of Social Psychiatry
Email: vincenzodinicola@gmail.com
Introdução: “Não Tenha Pressa”
• Com essas sete lições para jovens terapeutas neste tempo tecnocrático
de pressão e velocidade
• Recomendo aos jovens terapeutas – ansiosos para abraçar a mudança e
fazer a diferença – a “tomar o seu tempo” – “não tenha pressa”
• Ao abrir um espaço de reflexão para cada participante do encontro
terapêutico, pode emergir a possibilidade de um acontecimento – algo
surpreendente, imprevisível e novo
Essas lições integram meu
trabalho em Psiquiatria e
psicoterapia com meu manifesto
para o Slow Thought ou
Pensamento Lento e meu apelo à
Slow Therapy ou Terapia Lenta
Slow Thought
Pensamento
Lento,
um manifesto
1997 1998
2011 2021
Primeira lição
Pessoas iniciam terapia para não mudar
Qual é a tarefa da terapia?
Referência: DI NICOLA, V. Carta a um jovem terapeuta: “Pessoas iniciam terapia para não mudar.”
Revista Pensando Famílias, 2012, 16(1): 15-27.
Pessoas iniciam terapia para não mudar
• A psicanálise chama isso de resistência
• A teoria dos sistemas – a base da Terapia Familiar
Sistêmica – chama isso de homeostase
Qual é a tarefa da terapia?
Freud escreveu que a tarefa da psicanálise é
tornar o inconsciente consciente
(elaborando* a resistência)
Nota: Elaboração ou perlaboração em português; Durcharbeitung em alemão,
working-through em inglês
Qual é a tarefa da terapia?
Para dar estrutura e significado à situação difícil de
um indivíduo, um casal ou uma família, um grupo ou
uma comunidade
Referência: DI NICOLA, V. Um Estranha na Família (1998)
Qual é a tarefa da terapia?
Esta exploração de situações difíceis
é feita em terapia quando não é possível
em outro lugar ou de outra maneira
Referência: DI NICOLA, V. Um Estranha na Família (1998)
O que ler, por onde começar?
•Leia o próprio Freud primeiro, não leia sobre Freud
•Comece com A Interpretação dos Sonhos (1900)
•Depois de Freud, leia O Brincar e a Realidade de Donald
Winnicott (1971/2019)
Donald Winnicott (1896-1971)
• Trabalhando com crianças pequenas,
Winnicott cunhou a expressão:
•O ambiente “holding”
Segunda Licão
Temperamentos terapêuticos
Quem conduz a terapia e por quê?
Quem conduz a terapia e por quê?
O terapeuta que você é agora, que você será e que
deveria ser, foi moldado muito antes de você iniciar
sua formação profissional como terapeuta
Temperamentos Terapêuticos
• Temperamento fenomenológico
Compreensão – O quê? Por que?
• Temperamento tecnocrático
Intervenção – Como?
Uma ponte entre a compreensão
e a intervenção
Se você realmente
quer entender algo,
tente mudá-lo.
– Kurt Lewin
Terceira Licão
A família como uma cultura única
Psicologia Relacional e Terapia Relacional
Léxico Familiar
Somos cinco crianças.…
Quando nos encontramos, podemos ficar indiferentes e distantes. Mas
basta uma palavra, uma frase; uma daquelas frases antigas, ouvidas e
repetidas infinitas vezes na nossa infância… nos faria reconhecer na
escuridão de uma caverna ou entre um milhão de pessoas….
Essas frases são o fundamento da nossa unidade familiar que perdurará
enquanto estivermos neste mundo, e que se recria nos mais diversos
lugares da terra.
—Natalia Ginzburg, Lessico Familiare (1963)
Famílias
• Mara Selvini Palazzoli (1916-1999)
• Equipe de Milão: Terapia Familiar
Sistêmica
• “A terapia familiar é o ponto de
partida para o estudo de unidades
sociais cada vez mais amplas.”
—Mara Selvini Palazzoli (1974)
Famílias
• Salvador Minuchin (1921-2017)
• Articulou uma abordagem
coerente:
Terapia Familiar Estrutural
• A psicanálise, argumentou ele,
vê “o homem fora de contexto”
Famílias
• Maurizio Andolfi (b. 1942)
• Psicologia e terapia relacional
• Isso representa nada menos
que um repensar da psicologia
com base em relacionamentos
e terapias que decorrem da
psicologia relacional
Quarta Lição
Mudar o assunto
Como funciona a terapia?
Qual é a natureza do problema e
quando começou?
(Terapeuta
freudiano)
Vamos dar uma volta e ver o que
acontece
(Terapeuta
comportamental)
Como funciona a terapia
O terapeuta faz três coisas simples com a informação:
• Aumenta a incerteza
(Isso não parece estar funcionando tão bem para você)
• Introduz novidades
(Pode haver outras maneiras de olhar para isso)
• Incentiva a diversidade
(Vamos tentar uma abordagem diferente)
Referência: DI NICOLA, V. Um Estranha na Família (1998)
Como funciona a terapia
• O método psicanalítico de Freud usa a introspecção para chegar ao
“insight”
• No entanto, Freud nunca usou a palavra “insight” Freud (1914)
escreveu sobre elaboração ou perlaboração*
* Nota: Elaboração ou perlaboração em português; Durcharbeitung em alemão,
working-through em inglês
Referência: FREUD, S. Remembering, repeating and working-through (1914).
Standard Edition: 12 (1955).
Donald Winnicott
(1896-1971)
• O ambiente “holding”
• Permite ambos – criança e pai,
paciente e terapeuta – brincar
Referência: WINNICOTT, D.W. O Brincar e a
Realidade (1971/2019)
Quinta Lição
Cem anos de invisibilidade
A evolução da terapia
Cem anos de invisibilidade
A evolução da terapia
• Da descoberta do inconsciente do sec. XIX
• aos valores de diversidade, descolonização e mudança do
sec. XXI
Ainda, pessoas ficam invisíveis – sobretudo os mais
vulneráveis – crianças e minoridades
Tornando visível o que era invisível
• Freud disse que a psicanálise visa tornar o inconsciente
consciente
• A historia da terapia é a historia de tornar visível o que era
invisível
“A poesia deve arrastar mais longe para a clara nudez da luz
ainda mais das causas ocultas do que Freud poderia perceber.”
—Dylan Thomas
O mito da independência
Tenho a sensação de que há outras pessoas dentro de mim.
Freud desconstruído
A história da terapia é também a história da
revisão de Freud:
• Das críticas radicais (terapia
comportamental, terapia cognitiva)
• Às adaptações (terapia infantil, terapia
breve)
• Às novas aplicações (Trauma-informed
therapy – Di Nicola, 2018; Mollica, 2006)
• Às expansões (Terapia de casal, família,
grupo e comunidade – Barreto, et al.,
2020) e revisões (“turno” Interpessoal e
Narrativo)
Somos animais sociais
Nenhuma punição mais diabólica poderia ser planejada...
do que aquela que deveria ser solta na sociedade e permanecer
absolutamente despercebida pelos membros dela...
Somos animais gregários com uma propensão inata para ser
notados favoravelmente por nossa própria espécie.
—William James, Princípios de Psicologia (1890)
Solidão x pertencer
• Não queremos apenas ser notados na sociedade, mas
sofremos enquanto isolados
• A solidão é uma questão importante que contribui para o
sofrimento mental e relacional
• E nós compartilhamos a necessidade de pertencer
Sexta Lição
Construindo sentido
Fazendo sentido e fazendo bem:
Ética relacional
O que é dito e o que é não dito
• Pessoas dirão ou mostrarão para você o que você precisa saber
• O antropólogo Gregory Bateson (1972) disse que as vezes
pessoas falam em “metáforas concretas”
• “Eu sou um tapete. Meu marido caminha por cima de mim”
Referência: BATESON, G. Steps to an Ecology of Mind (1972)
O que é dito e o que é não dito
• Terapeuta haitiano para mãe haitiana em Montreal:
“Eu entendi tudo o que você NÃO disse.”
“Se você não testemunhar o que não pode ser dito,
você despedaçará o que pode ser dito.”
—al-Niffari (citado por ADONIS, 2005)
A lição da raposa: Ética relacional
Les hommes ont oublié cette vérité, dit le renard. Mais tu ne dois pas l’oublier.
Tu deviens responsable pour toujours de ce que tu as apprivoisé.
—Antoine de St-Exupéry, Le Petit Prince (1943)
“Os homens se esqueceram dessa verdade, disse a raposa.
Mas você não deve esquecê-lo.
Você se torna responsável para sempre pelo que cativou.”
—Antoine de St-Exupéry, O Pequeno Príncipe (1943)
A lição da raposa: Ética relacional
• Psicoterapia é um encontro face a face com outros
• Resposta e responsabilidade iniciam com esse encontro
• Emmanuel Levinas – “Ética como filosofia primeira”
• “Holding”/segurar – cuidar – curar em psicoterapia são fundados na
ética do encontro face a face
Referência: LEVINAS, E. Entre Nous: Thinking-of-the-Other (1998)
A relação gurū-chelā
• Cada sociedade tem os recursos para construer a psicoterapia de
acordo com as seus valores e tradições
• Na India, Jaswant Singh Neki utilisou a relação gurū-chelā
(mestre-discípulo) como paradigma para a psicoterapia Indiana
Referência: DI NICOLA, V. The Gurū-Chelā relationship revisited: The contemporary
relevance of the work of Indian psychiatrist Jaswant Singh Neki. World Social Psychiatry,
2022;4:182-6.
Repensando a hierarquia de necessidades de
Maslow
“O povo precisa de poesia como de pão.”
—Osip Mandelstam (1891-1938)
• Poeta russo escrevendo no Gulag
soviético
• Viktor Frankl sobreviveu ao Holocausto, escreveu
sobre ”a busca de sentido”
Referência: FRANKL, VE. Em Busca do Sentido (1946/1991)
—Mário Quintana
Poeta gaúcho (1906-1994)
Quem faz um poema
abre uma janela
—Vincenzo Di Nicola
Poeta italiano
Quem faz terapia
abre um espaço
A
poesia
nos
salvará
2012 2023
Sétima Lição
“E no sétimo dia o Senhor descansou …”
Quando a terapia acaba:
O mito do encerramento, fluxo e
lentidão na terapia
O mito do encerramento
• Freud disse que a terapia acaba quando o paciente se
dá conta que pode durar pra sempre
• Não há encerramento, apenas uma escolha para
seguir em frente
Sabático
Faça seu trabalho por seis anos; mas no sétimo, vá
para a solidão ou entre estranhos para que a
memória de seus amigos não o impedem de ser o
que você se tornou.
—Leo Szilard, “Os Dez Mandamentos” (1992)
“Não Tenha Pressa”
Pergunta: “Como um filósofo se dirige a outro?”
Resposta: “Não tenha pressa”.
—Ludwig Wittgenstein, Culture and Value (1980)
Lentidão em terapia, fluxo
Precisamos de uma filosofia do Pensamento Lento para
facilitar o pensamento em um diálogo mais lúdico e
poroso sobre o que significa viver.
—Di Nicola, “Pensamento Lento, um manifesto” (2020)
Conclusão – Palavras Chaves
• Holding/segurar – psicoterapia
• Attachment/apego – psiquiatria infantil
• Belonging/pertencer – psiquiatria social
holding
apego
pertencer
Belonging/Pertencer
Pertencer é para a psiquiatria social
o que o apego é para a psiquiatria infantil
Pertencer é a cola que mantém unida os Determinantes
Sociais da Saúde e lhes dá estrutura e significado
O Holding/Segurar
Segurar é a cola que liga a introspecção ao insight em
um ato relacional de empatia e testemunho
ou, como disse a filósofa Martha Nussbaum (2011),
“as transações altamente particulares que constituem
amor entre duas pessoas imperfeitas”
Sete Lições: Sumário
1. As pessoas não querem mudar (resistência, homeostase)
2. Diferentes temperamentos terapêuticos enxergam tarefas diferentes,
buscam formas diferentes de fazer terapia
3. Famílias são culturas únicas que exigem uma abordagem relacional
4. A terapia abre novas perspectivas de vida em um ambiente ”holding”
5. A terapia torna visível o invisível. Como animais sociais, prosperamos
em contextos sociais, sofremos em isolamento. A independência é um
mito!
6. As pessoas buscam vidas significativas
7. A Terapia Slow respeita o fluxo e os ritmos da vida, leva tempo para
integrar a mudança e sabe quando parar
E não se
esqueça
de
brincar
Agradecimentos
• Profa. Dra. Olga Garcia Falceto
• Instituto da Família de Porto Alegre (INFAPA)
• Profa. Dra. Angela Helena Marin
• Instituto de Psicologia (UFRGS)
• Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
• Dr. John Farnsworth, PhD (Nova Zelândia)
Referências Bibliográficas
• Adonis. Sufism and Surrealism (trans. J. Cumberbatch). London: SAQI, 2005.
• Andolfi, M., Angelo, C., de Nichilo, M. & Di Nicola, V. The Myth of Atlas: Families &
the Therapeutic Story. New York: Brunner/Routledge, 1989.
• Barreto, A.P., Filha, M.O., Silva, M.Z., & Di Nicola, V. Integrative Community
Therapy in the time of the new coronavirus pandemic in Brazil and Latin America.
World Social Psychiatry, 2020, 2(2): 103-5.
• Bateson, G. Steps to an Ecology of the Mind. New York: Ballantine Books, 1972.
• Di Nicola, V. Um Estranho na Família: Cultura, Famílias e Terapia. (Traduzido por
MA Verissimo Veronese). Prefacio por Luiz Carlos Osorio, MD. Porto Alegre, RS,
Brasil: Editora Artes Medicas Sul Ltda., 1998.
Referências Bibliográficas
• Di Nicola, V. Letters to a Young Therapist: Relational Practices for the Coming Community. New
York & Dresden: Atropos Press, 2011.
• Di Nicola, V., Carta a um jovem terapeuta: “Pessoas iniciam terapia para não mudar.” Revista
Pensando Famílias 2012;16(1):15-27.
• Di Nicola, V. “Pensamento Lento, Um Manifesto” (traduzido por Patrícia Manozzo Colossi). Revista
Universo Psi 2020;2(1):123-133.
• Di Nicola, V. Two trauma communities: A philosophical archaeology of cultural and clinical trauma
theories. In: P.T. Capretto & E. Boynton (Eds), Trauma and Transcendence: Limits in Theory and
Prospects in Thinking. New York: Fordham University Press, 2018, pp. 17-52.
• Di Nicola, V. The gurū-chelā relationship revisited: The contemporary relevance of the work of
Indian psychiatrist Jaswant Singh Neki. World Social Psychiatry 2022;4:182-6.
Referências Bibliográficas
• Frankl, VE. Em Busca do Sentido: Um psicólogo no campo de concentração.
(Traduzido por CC Aveline e WO Schlupp.) São Leopoldo: Editora Vozes 1991.
• Freud, S. The Interpretation of Dreams. 1900. Available at:
https://en.wikisource.org/wiki/The_Interpretation_of_Dreams
• Freud, S. Remembering, repeating and working-through (1914). Standard Edition:
12 (trans. J. Strachey). London: The Hogarth Press, 1955, pp. 147-156.
• Ginzburg, N. Family Sayings (trans. DM Low). New York: Arcade Publishing, 1963.
• James, W. Principles of Psychology. New York: Henry Holt, 1890.
• Levinas, E. Entre Nous: Thinking-of-the-Other (trans. M.B. Smith, B. Harshav).
Chicago: University of Chicago Press, 1998.
Referências Bibliográficas
• Minuchin, S. Families and Family Therapy. Cambridge, MA: Harvard University Press, 1974.
• Mollica, R.F. Healing Invisible Wounds: Paths to Hope and Recovery in a Violent World. New York:
Harcourt International, 2006.
• Nussbaum, M.C. Philosophical Interventions: 1986-2011. Oxford: Oxford University Press, 2011.
• Selvini Palazzoli, M. Self-Starvation–From the Intrapsychic to the Transpersonal Approach to
Anorexia Nervsoa (trans. A. Pomerans). London: Chaucer, 1974.
• Selvini Palazzoli, M., Boscolo, L., Cecchin, G., & Prata, G. Paradox and Counterparadox: A New
Model in the Therapy of the Family in Schizophrenic Transaction (trans. E.V. Burt). New York: Jason
Aronson, 1978.
• Szilard, L. The Ten Commandments of Leo Szilard. In: The Voice of the Dolphins & Other Stories.
Stanford, CA: Stanford University Press, 1992.
• Winnicott, D.W. O Brincar e a Realidde. São Paulo: Ubu Editora, 2019.
• Wittgenstein, L. Culture and Value (trans. P. Winch). Oxford: Basil Blackwell, 1980.

Mais conteúdo relacionado

Semelhante a Não Tenha Pressa: Sete Lições para Jovens Terapeutas

Trauma e Terapia: Crianças e famílias face ao trauma
Trauma e Terapia: Crianças e famílias face ao traumaTrauma e Terapia: Crianças e famílias face ao trauma
Trauma e Terapia: Crianças e famílias face ao traumaUniversité de Montréal
 
Rehfeld, a. o que diferencia uma abordagem fenomenológico existencial das demais
Rehfeld, a. o que diferencia uma abordagem fenomenológico existencial das demaisRehfeld, a. o que diferencia uma abordagem fenomenológico existencial das demais
Rehfeld, a. o que diferencia uma abordagem fenomenológico existencial das demaisÉrika Renata
 
Como Montar Grupos Aula 1.pdf
Como Montar Grupos Aula 1.pdfComo Montar Grupos Aula 1.pdf
Como Montar Grupos Aula 1.pdfClebersonAndrade4
 
WEBAULAS - Terapia Familiar Sistêmica - Cap 1.pdf
WEBAULAS - Terapia Familiar Sistêmica - Cap 1.pdfWEBAULAS - Terapia Familiar Sistêmica - Cap 1.pdf
WEBAULAS - Terapia Familiar Sistêmica - Cap 1.pdfMarciaCristine2
 
Rehfeld, a. a prática clínica fenomenológico existencial
Rehfeld, a. a prática clínica fenomenológico existencialRehfeld, a. a prática clínica fenomenológico existencial
Rehfeld, a. a prática clínica fenomenológico existencialÉrika Renata
 
A hipnose é um estado de consciência
A hipnose é um estado de consciênciaA hipnose é um estado de consciência
A hipnose é um estado de consciênciaRui Francisco
 
A Arte de Se Relacionar - Curso Internacional - CESFI Santa Maria, RS - 31.08...
A Arte de Se Relacionar - Curso Internacional - CESFI Santa Maria, RS - 31.08...A Arte de Se Relacionar - Curso Internacional - CESFI Santa Maria, RS - 31.08...
A Arte de Se Relacionar - Curso Internacional - CESFI Santa Maria, RS - 31.08...Université de Montréal
 
Quando a Terapia Falha - Workshop DOMUS Porto Alegre/RS - 28.08.2018
Quando a Terapia Falha - Workshop DOMUS Porto Alegre/RS - 28.08.2018Quando a Terapia Falha - Workshop DOMUS Porto Alegre/RS - 28.08.2018
Quando a Terapia Falha - Workshop DOMUS Porto Alegre/RS - 28.08.2018Université de Montréal
 
Meta conferência - The Secret
Meta conferência - The Secret Meta conferência - The Secret
Meta conferência - The Secret multichandising
 
Coaching e a carruagem
Coaching e a carruagemCoaching e a carruagem
Coaching e a carruagemValore I/O
 
Aula fórum de voluntariado Maria Fernanda Schindler
Aula fórum de voluntariado   Maria Fernanda Schindler Aula fórum de voluntariado   Maria Fernanda Schindler
Aula fórum de voluntariado Maria Fernanda Schindler Durval Olivieri
 

Semelhante a Não Tenha Pressa: Sete Lições para Jovens Terapeutas (20)

Trauma e Terapia: Crianças e famílias face ao trauma
Trauma e Terapia: Crianças e famílias face ao traumaTrauma e Terapia: Crianças e famílias face ao trauma
Trauma e Terapia: Crianças e famílias face ao trauma
 
Rehfeld, a. o que diferencia uma abordagem fenomenológico existencial das demais
Rehfeld, a. o que diferencia uma abordagem fenomenológico existencial das demaisRehfeld, a. o que diferencia uma abordagem fenomenológico existencial das demais
Rehfeld, a. o que diferencia uma abordagem fenomenológico existencial das demais
 
Como Montar Grupos Aula 1.pdf
Como Montar Grupos Aula 1.pdfComo Montar Grupos Aula 1.pdf
Como Montar Grupos Aula 1.pdf
 
Pichón rivière
Pichón rivièrePichón rivière
Pichón rivière
 
Psicologia da educação 1
Psicologia da educação 1Psicologia da educação 1
Psicologia da educação 1
 
Organograma slid1
Organograma slid1Organograma slid1
Organograma slid1
 
Pichon Rivier
Pichon RivierPichon Rivier
Pichon Rivier
 
WEBAULAS - Terapia Familiar Sistêmica - Cap 1.pdf
WEBAULAS - Terapia Familiar Sistêmica - Cap 1.pdfWEBAULAS - Terapia Familiar Sistêmica - Cap 1.pdf
WEBAULAS - Terapia Familiar Sistêmica - Cap 1.pdf
 
Texto 9 -
Texto 9 - Texto 9 -
Texto 9 -
 
Hipnoterapia
HipnoterapiaHipnoterapia
Hipnoterapia
 
Rehfeld, a. a prática clínica fenomenológico existencial
Rehfeld, a. a prática clínica fenomenológico existencialRehfeld, a. a prática clínica fenomenológico existencial
Rehfeld, a. a prática clínica fenomenológico existencial
 
Coaching e a carruagem
Coaching e a carruagemCoaching e a carruagem
Coaching e a carruagem
 
A hipnose é um estado de consciência
A hipnose é um estado de consciênciaA hipnose é um estado de consciência
A hipnose é um estado de consciência
 
A Arte de Se Relacionar - Curso Internacional - CESFI Santa Maria, RS - 31.08...
A Arte de Se Relacionar - Curso Internacional - CESFI Santa Maria, RS - 31.08...A Arte de Se Relacionar - Curso Internacional - CESFI Santa Maria, RS - 31.08...
A Arte de Se Relacionar - Curso Internacional - CESFI Santa Maria, RS - 31.08...
 
Quando a Terapia Falha - Workshop DOMUS Porto Alegre/RS - 28.08.2018
Quando a Terapia Falha - Workshop DOMUS Porto Alegre/RS - 28.08.2018Quando a Terapia Falha - Workshop DOMUS Porto Alegre/RS - 28.08.2018
Quando a Terapia Falha - Workshop DOMUS Porto Alegre/RS - 28.08.2018
 
Meta conferência - The Secret
Meta conferência - The Secret Meta conferência - The Secret
Meta conferência - The Secret
 
Coaching e a carruagem
Coaching e a carruagemCoaching e a carruagem
Coaching e a carruagem
 
Existencial- Humanista.pdf
Existencial- Humanista.pdfExistencial- Humanista.pdf
Existencial- Humanista.pdf
 
Texto 11 -
Texto 11 -Texto 11 -
Texto 11 -
 
Aula fórum de voluntariado Maria Fernanda Schindler
Aula fórum de voluntariado   Maria Fernanda Schindler Aula fórum de voluntariado   Maria Fernanda Schindler
Aula fórum de voluntariado Maria Fernanda Schindler
 

Mais de Université de Montréal

From Quebec’s “Two Solitudes” to the Global South
From Quebec’s “Two Solitudes” to the Global SouthFrom Quebec’s “Two Solitudes” to the Global South
From Quebec’s “Two Solitudes” to the Global SouthUniversité de Montréal
 
What Is Called Therapy? Towards a Unifying Theory of Therapy Based on the Event
What Is Called Therapy?  Towards a Unifying Theory of Therapy Based on the EventWhat Is Called Therapy?  Towards a Unifying Theory of Therapy Based on the Event
What Is Called Therapy? Towards a Unifying Theory of Therapy Based on the EventUniversité de Montréal
 
Émile Nelligan - poète québécois, pris entre deux solitudes : la poèsie et la...
Émile Nelligan - poète québécois, pris entre deux solitudes : la poèsie et la...Émile Nelligan - poète québécois, pris entre deux solitudes : la poèsie et la...
Émile Nelligan - poète québécois, pris entre deux solitudes : la poèsie et la...Université de Montréal
 
“Bound Upon a Wheel of Fire”: Reflections on Trauma
“Bound Upon a Wheel of Fire”: Reflections on Trauma“Bound Upon a Wheel of Fire”: Reflections on Trauma
“Bound Upon a Wheel of Fire”: Reflections on TraumaUniversité de Montréal
 
Sin Magia ni Maestros: Para las prácticas sistémicas y sociales mexicanas
Sin Magia ni Maestros: Para las prácticas sistémicas y sociales mexicanasSin Magia ni Maestros: Para las prácticas sistémicas y sociales mexicanas
Sin Magia ni Maestros: Para las prácticas sistémicas y sociales mexicanasUniversité de Montréal
 
“This Is Your Brain on War” – Poetry for Peace in a Time of War
“This Is Your Brain on War” – Poetry for Peace in a Time of War“This Is Your Brain on War” – Poetry for Peace in a Time of War
“This Is Your Brain on War” – Poetry for Peace in a Time of WarUniversité de Montréal
 
Polarization: On the Threshold between Political Ideology and Social Reality
Polarization: On the Threshold between Political Ideology and Social RealityPolarization: On the Threshold between Political Ideology and Social Reality
Polarization: On the Threshold between Political Ideology and Social RealityUniversité de Montréal
 
“The Web of Meaning” – Family Therapy is Social Psychiatry’s Therapeutic Branch
“The Web of Meaning” – Family Therapy is Social Psychiatry’s Therapeutic Branch“The Web of Meaning” – Family Therapy is Social Psychiatry’s Therapeutic Branch
“The Web of Meaning” – Family Therapy is Social Psychiatry’s Therapeutic BranchUniversité de Montréal
 
Against “The Myth of Independence” – For a More Convivial and Interdependent...
Against “The Myth of Independence” –  For a More Convivial and Interdependent...Against “The Myth of Independence” –  For a More Convivial and Interdependent...
Against “The Myth of Independence” – For a More Convivial and Interdependent...Université de Montréal
 
Social Psychiatry Comes of Age - Inaugural Column in Psychiatric Times
Social Psychiatry Comes of Age - Inaugural Column in Psychiatric TimesSocial Psychiatry Comes of Age - Inaugural Column in Psychiatric Times
Social Psychiatry Comes of Age - Inaugural Column in Psychiatric TimesUniversité de Montréal
 
Take Your Time: Seven Lessons for Young Therapists
Take Your Time: Seven Lessons for Young TherapistsTake Your Time: Seven Lessons for Young Therapists
Take Your Time: Seven Lessons for Young TherapistsUniversité de Montréal
 
“Atado a una rueda de fuego”: Reflexiones sobre una vida en los estudios de t...
“Atado a una rueda de fuego”: Reflexiones sobre una vida en los estudios de t...“Atado a una rueda de fuego”: Reflexiones sobre una vida en los estudios de t...
“Atado a una rueda de fuego”: Reflexiones sobre una vida en los estudios de t...Université de Montréal
 
El Evento Como Desencadenante del Cambio Ontólogico
El Evento Como Desencadenante del Cambio OntólogicoEl Evento Como Desencadenante del Cambio Ontólogico
El Evento Como Desencadenante del Cambio OntólogicoUniversité de Montréal
 
From Populations to Patients: Social Determinants of Health & Mental Health i...
From Populations to Patients: Social Determinants of Health & Mental Health i...From Populations to Patients: Social Determinants of Health & Mental Health i...
From Populations to Patients: Social Determinants of Health & Mental Health i...Université de Montréal
 
Borders, Belonging, and Betrayals: A Poetic Conversation Among a Palestinian ...
Borders, Belonging, and Betrayals: A Poetic Conversation Among a Palestinian ...Borders, Belonging, and Betrayals: A Poetic Conversation Among a Palestinian ...
Borders, Belonging, and Betrayals: A Poetic Conversation Among a Palestinian ...Université de Montréal
 
The Gaza-Israel War - A Major Poetic Emergency
The Gaza-Israel War - A Major Poetic Emergency The Gaza-Israel War - A Major Poetic Emergency
The Gaza-Israel War - A Major Poetic Emergency Université de Montréal
 
Lessons for Young Therapists: Getting Started and Staying on Track in Your Ps...
Lessons for Young Therapists: Getting Started and Staying on Track in Your Ps...Lessons for Young Therapists: Getting Started and Staying on Track in Your Ps...
Lessons for Young Therapists: Getting Started and Staying on Track in Your Ps...Université de Montréal
 
Perspectives on Canadian Psychiatry: The Vision of Three Leaders
Perspectives on Canadian Psychiatry: The Vision of Three LeadersPerspectives on Canadian Psychiatry: The Vision of Three Leaders
Perspectives on Canadian Psychiatry: The Vision of Three LeadersUniversité de Montréal
 
A Collection of Poems that Refutes the Binary in Favor of Imaginative Plurality
A Collection of Poems that Refutes the Binary in Favor of Imaginative PluralityA Collection of Poems that Refutes the Binary in Favor of Imaginative Plurality
A Collection of Poems that Refutes the Binary in Favor of Imaginative PluralityUniversité de Montréal
 

Mais de Université de Montréal (20)

From Quebec’s “Two Solitudes” to the Global South
From Quebec’s “Two Solitudes” to the Global SouthFrom Quebec’s “Two Solitudes” to the Global South
From Quebec’s “Two Solitudes” to the Global South
 
What Is Called Therapy? Towards a Unifying Theory of Therapy Based on the Event
What Is Called Therapy?  Towards a Unifying Theory of Therapy Based on the EventWhat Is Called Therapy?  Towards a Unifying Theory of Therapy Based on the Event
What Is Called Therapy? Towards a Unifying Theory of Therapy Based on the Event
 
Émile Nelligan - poète québécois, pris entre deux solitudes : la poèsie et la...
Émile Nelligan - poète québécois, pris entre deux solitudes : la poèsie et la...Émile Nelligan - poète québécois, pris entre deux solitudes : la poèsie et la...
Émile Nelligan - poète québécois, pris entre deux solitudes : la poèsie et la...
 
“Bound Upon a Wheel of Fire”: Reflections on Trauma
“Bound Upon a Wheel of Fire”: Reflections on Trauma“Bound Upon a Wheel of Fire”: Reflections on Trauma
“Bound Upon a Wheel of Fire”: Reflections on Trauma
 
Sin Magia ni Maestros: Para las prácticas sistémicas y sociales mexicanas
Sin Magia ni Maestros: Para las prácticas sistémicas y sociales mexicanasSin Magia ni Maestros: Para las prácticas sistémicas y sociales mexicanas
Sin Magia ni Maestros: Para las prácticas sistémicas y sociales mexicanas
 
“This Is Your Brain on War” – Poetry for Peace in a Time of War
“This Is Your Brain on War” – Poetry for Peace in a Time of War“This Is Your Brain on War” – Poetry for Peace in a Time of War
“This Is Your Brain on War” – Poetry for Peace in a Time of War
 
Polarization: On the Threshold between Political Ideology and Social Reality
Polarization: On the Threshold between Political Ideology and Social RealityPolarization: On the Threshold between Political Ideology and Social Reality
Polarization: On the Threshold between Political Ideology and Social Reality
 
“The Web of Meaning” – Family Therapy is Social Psychiatry’s Therapeutic Branch
“The Web of Meaning” – Family Therapy is Social Psychiatry’s Therapeutic Branch“The Web of Meaning” – Family Therapy is Social Psychiatry’s Therapeutic Branch
“The Web of Meaning” – Family Therapy is Social Psychiatry’s Therapeutic Branch
 
Against “The Myth of Independence” – For a More Convivial and Interdependent...
Against “The Myth of Independence” –  For a More Convivial and Interdependent...Against “The Myth of Independence” –  For a More Convivial and Interdependent...
Against “The Myth of Independence” – For a More Convivial and Interdependent...
 
Social Psychiatry Comes of Age - Inaugural Column in Psychiatric Times
Social Psychiatry Comes of Age - Inaugural Column in Psychiatric TimesSocial Psychiatry Comes of Age - Inaugural Column in Psychiatric Times
Social Psychiatry Comes of Age - Inaugural Column in Psychiatric Times
 
Take Your Time: Seven Lessons for Young Therapists
Take Your Time: Seven Lessons for Young TherapistsTake Your Time: Seven Lessons for Young Therapists
Take Your Time: Seven Lessons for Young Therapists
 
“Atado a una rueda de fuego”: Reflexiones sobre una vida en los estudios de t...
“Atado a una rueda de fuego”: Reflexiones sobre una vida en los estudios de t...“Atado a una rueda de fuego”: Reflexiones sobre una vida en los estudios de t...
“Atado a una rueda de fuego”: Reflexiones sobre una vida en los estudios de t...
 
El Evento Como Desencadenante del Cambio Ontólogico
El Evento Como Desencadenante del Cambio OntólogicoEl Evento Como Desencadenante del Cambio Ontólogico
El Evento Como Desencadenante del Cambio Ontólogico
 
From Populations to Patients: Social Determinants of Health & Mental Health i...
From Populations to Patients: Social Determinants of Health & Mental Health i...From Populations to Patients: Social Determinants of Health & Mental Health i...
From Populations to Patients: Social Determinants of Health & Mental Health i...
 
Borders, Belonging, and Betrayals: A Poetic Conversation Among a Palestinian ...
Borders, Belonging, and Betrayals: A Poetic Conversation Among a Palestinian ...Borders, Belonging, and Betrayals: A Poetic Conversation Among a Palestinian ...
Borders, Belonging, and Betrayals: A Poetic Conversation Among a Palestinian ...
 
The Gaza-Israel War - A Major Poetic Emergency
The Gaza-Israel War - A Major Poetic Emergency The Gaza-Israel War - A Major Poetic Emergency
The Gaza-Israel War - A Major Poetic Emergency
 
Lessons for Young Therapists: Getting Started and Staying on Track in Your Ps...
Lessons for Young Therapists: Getting Started and Staying on Track in Your Ps...Lessons for Young Therapists: Getting Started and Staying on Track in Your Ps...
Lessons for Young Therapists: Getting Started and Staying on Track in Your Ps...
 
Perspectives on Canadian Psychiatry: The Vision of Three Leaders
Perspectives on Canadian Psychiatry: The Vision of Three LeadersPerspectives on Canadian Psychiatry: The Vision of Three Leaders
Perspectives on Canadian Psychiatry: The Vision of Three Leaders
 
"At the Sufi Tavern" (poem)
"At the Sufi Tavern" (poem)"At the Sufi Tavern" (poem)
"At the Sufi Tavern" (poem)
 
A Collection of Poems that Refutes the Binary in Favor of Imaginative Plurality
A Collection of Poems that Refutes the Binary in Favor of Imaginative PluralityA Collection of Poems that Refutes the Binary in Favor of Imaginative Plurality
A Collection of Poems that Refutes the Binary in Favor of Imaginative Plurality
 

Último

Uso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia Hiperbárica
Uso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia HiperbáricaUso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia Hiperbárica
Uso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia HiperbáricaFrente da Saúde
 
Modelo de apresentação de TCC em power point
Modelo de apresentação de TCC em power pointModelo de apresentação de TCC em power point
Modelo de apresentação de TCC em power pointwylliamthe
 
Manual-de-protocolos-de-tomografia-computadorizada (1).pdf
Manual-de-protocolos-de-tomografia-computadorizada (1).pdfManual-de-protocolos-de-tomografia-computadorizada (1).pdf
Manual-de-protocolos-de-tomografia-computadorizada (1).pdfFidelManuel1
 
Terapia Celular: Legislação, Evidências e Aplicabilidades
Terapia Celular: Legislação, Evidências e AplicabilidadesTerapia Celular: Legislação, Evidências e Aplicabilidades
Terapia Celular: Legislação, Evidências e AplicabilidadesFrente da Saúde
 
Saúde Intestinal - 5 práticas possíveis para manter-se saudável
Saúde Intestinal - 5 práticas possíveis para manter-se saudávelSaúde Intestinal - 5 práticas possíveis para manter-se saudável
Saúde Intestinal - 5 práticas possíveis para manter-se saudávelVernica931312
 
cuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptx
cuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptxcuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptx
cuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptxMarcosRicardoLeite
 

Último (6)

Uso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia Hiperbárica
Uso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia HiperbáricaUso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia Hiperbárica
Uso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia Hiperbárica
 
Modelo de apresentação de TCC em power point
Modelo de apresentação de TCC em power pointModelo de apresentação de TCC em power point
Modelo de apresentação de TCC em power point
 
Manual-de-protocolos-de-tomografia-computadorizada (1).pdf
Manual-de-protocolos-de-tomografia-computadorizada (1).pdfManual-de-protocolos-de-tomografia-computadorizada (1).pdf
Manual-de-protocolos-de-tomografia-computadorizada (1).pdf
 
Terapia Celular: Legislação, Evidências e Aplicabilidades
Terapia Celular: Legislação, Evidências e AplicabilidadesTerapia Celular: Legislação, Evidências e Aplicabilidades
Terapia Celular: Legislação, Evidências e Aplicabilidades
 
Saúde Intestinal - 5 práticas possíveis para manter-se saudável
Saúde Intestinal - 5 práticas possíveis para manter-se saudávelSaúde Intestinal - 5 práticas possíveis para manter-se saudável
Saúde Intestinal - 5 práticas possíveis para manter-se saudável
 
cuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptx
cuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptxcuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptx
cuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptx
 

Não Tenha Pressa: Sete Lições para Jovens Terapeutas

  • 1. NÃO TENHA PRESSA Sete Lições para Jovens Terapeutas Professor Vincenzo Di Nicola Curso de Especiliazação em Psicoterapia Sistêmico-Integrativa Universidade Federal do Rio Grande do Sul Instituto da Família de Porto Alegre Aula Inaugural – 18 de Agosto de 2023
  • 2.
  • 3. Professor Vincenzo Di Nicola MPhil, MD, DipPsych, FRCPC, PhD, FCAHS, DLFAPA, DFCPA Professor titular de psiquiatria e de adição Universidade de Montreal Presidente, World Association of Social Psychiatry Email: vincenzodinicola@gmail.com
  • 4. Introdução: “Não Tenha Pressa” • Com essas sete lições para jovens terapeutas neste tempo tecnocrático de pressão e velocidade • Recomendo aos jovens terapeutas – ansiosos para abraçar a mudança e fazer a diferença – a “tomar o seu tempo” – “não tenha pressa” • Ao abrir um espaço de reflexão para cada participante do encontro terapêutico, pode emergir a possibilidade de um acontecimento – algo surpreendente, imprevisível e novo
  • 5. Essas lições integram meu trabalho em Psiquiatria e psicoterapia com meu manifesto para o Slow Thought ou Pensamento Lento e meu apelo à Slow Therapy ou Terapia Lenta
  • 9. Primeira lição Pessoas iniciam terapia para não mudar Qual é a tarefa da terapia? Referência: DI NICOLA, V. Carta a um jovem terapeuta: “Pessoas iniciam terapia para não mudar.” Revista Pensando Famílias, 2012, 16(1): 15-27.
  • 10. Pessoas iniciam terapia para não mudar • A psicanálise chama isso de resistência • A teoria dos sistemas – a base da Terapia Familiar Sistêmica – chama isso de homeostase
  • 11. Qual é a tarefa da terapia? Freud escreveu que a tarefa da psicanálise é tornar o inconsciente consciente (elaborando* a resistência) Nota: Elaboração ou perlaboração em português; Durcharbeitung em alemão, working-through em inglês
  • 12. Qual é a tarefa da terapia? Para dar estrutura e significado à situação difícil de um indivíduo, um casal ou uma família, um grupo ou uma comunidade Referência: DI NICOLA, V. Um Estranha na Família (1998)
  • 13. Qual é a tarefa da terapia? Esta exploração de situações difíceis é feita em terapia quando não é possível em outro lugar ou de outra maneira Referência: DI NICOLA, V. Um Estranha na Família (1998)
  • 14. O que ler, por onde começar? •Leia o próprio Freud primeiro, não leia sobre Freud •Comece com A Interpretação dos Sonhos (1900) •Depois de Freud, leia O Brincar e a Realidade de Donald Winnicott (1971/2019)
  • 15.
  • 16. Donald Winnicott (1896-1971) • Trabalhando com crianças pequenas, Winnicott cunhou a expressão: •O ambiente “holding”
  • 17. Segunda Licão Temperamentos terapêuticos Quem conduz a terapia e por quê?
  • 18. Quem conduz a terapia e por quê? O terapeuta que você é agora, que você será e que deveria ser, foi moldado muito antes de você iniciar sua formação profissional como terapeuta
  • 19. Temperamentos Terapêuticos • Temperamento fenomenológico Compreensão – O quê? Por que? • Temperamento tecnocrático Intervenção – Como?
  • 20. Uma ponte entre a compreensão e a intervenção Se você realmente quer entender algo, tente mudá-lo. – Kurt Lewin
  • 21. Terceira Licão A família como uma cultura única Psicologia Relacional e Terapia Relacional
  • 22. Léxico Familiar Somos cinco crianças.… Quando nos encontramos, podemos ficar indiferentes e distantes. Mas basta uma palavra, uma frase; uma daquelas frases antigas, ouvidas e repetidas infinitas vezes na nossa infância… nos faria reconhecer na escuridão de uma caverna ou entre um milhão de pessoas…. Essas frases são o fundamento da nossa unidade familiar que perdurará enquanto estivermos neste mundo, e que se recria nos mais diversos lugares da terra. —Natalia Ginzburg, Lessico Familiare (1963)
  • 23. Famílias • Mara Selvini Palazzoli (1916-1999) • Equipe de Milão: Terapia Familiar Sistêmica • “A terapia familiar é o ponto de partida para o estudo de unidades sociais cada vez mais amplas.” —Mara Selvini Palazzoli (1974)
  • 24. Famílias • Salvador Minuchin (1921-2017) • Articulou uma abordagem coerente: Terapia Familiar Estrutural • A psicanálise, argumentou ele, vê “o homem fora de contexto”
  • 25. Famílias • Maurizio Andolfi (b. 1942) • Psicologia e terapia relacional • Isso representa nada menos que um repensar da psicologia com base em relacionamentos e terapias que decorrem da psicologia relacional
  • 26. Quarta Lição Mudar o assunto Como funciona a terapia?
  • 27. Qual é a natureza do problema e quando começou? (Terapeuta freudiano) Vamos dar uma volta e ver o que acontece (Terapeuta comportamental)
  • 28. Como funciona a terapia O terapeuta faz três coisas simples com a informação: • Aumenta a incerteza (Isso não parece estar funcionando tão bem para você) • Introduz novidades (Pode haver outras maneiras de olhar para isso) • Incentiva a diversidade (Vamos tentar uma abordagem diferente) Referência: DI NICOLA, V. Um Estranha na Família (1998)
  • 29. Como funciona a terapia • O método psicanalítico de Freud usa a introspecção para chegar ao “insight” • No entanto, Freud nunca usou a palavra “insight” Freud (1914) escreveu sobre elaboração ou perlaboração* * Nota: Elaboração ou perlaboração em português; Durcharbeitung em alemão, working-through em inglês Referência: FREUD, S. Remembering, repeating and working-through (1914). Standard Edition: 12 (1955).
  • 30. Donald Winnicott (1896-1971) • O ambiente “holding” • Permite ambos – criança e pai, paciente e terapeuta – brincar Referência: WINNICOTT, D.W. O Brincar e a Realidade (1971/2019)
  • 31. Quinta Lição Cem anos de invisibilidade A evolução da terapia
  • 32. Cem anos de invisibilidade A evolução da terapia • Da descoberta do inconsciente do sec. XIX • aos valores de diversidade, descolonização e mudança do sec. XXI Ainda, pessoas ficam invisíveis – sobretudo os mais vulneráveis – crianças e minoridades
  • 33. Tornando visível o que era invisível • Freud disse que a psicanálise visa tornar o inconsciente consciente • A historia da terapia é a historia de tornar visível o que era invisível “A poesia deve arrastar mais longe para a clara nudez da luz ainda mais das causas ocultas do que Freud poderia perceber.” —Dylan Thomas
  • 34. O mito da independência Tenho a sensação de que há outras pessoas dentro de mim.
  • 35. Freud desconstruído A história da terapia é também a história da revisão de Freud: • Das críticas radicais (terapia comportamental, terapia cognitiva) • Às adaptações (terapia infantil, terapia breve) • Às novas aplicações (Trauma-informed therapy – Di Nicola, 2018; Mollica, 2006) • Às expansões (Terapia de casal, família, grupo e comunidade – Barreto, et al., 2020) e revisões (“turno” Interpessoal e Narrativo)
  • 36. Somos animais sociais Nenhuma punição mais diabólica poderia ser planejada... do que aquela que deveria ser solta na sociedade e permanecer absolutamente despercebida pelos membros dela... Somos animais gregários com uma propensão inata para ser notados favoravelmente por nossa própria espécie. —William James, Princípios de Psicologia (1890)
  • 37. Solidão x pertencer • Não queremos apenas ser notados na sociedade, mas sofremos enquanto isolados • A solidão é uma questão importante que contribui para o sofrimento mental e relacional • E nós compartilhamos a necessidade de pertencer
  • 38. Sexta Lição Construindo sentido Fazendo sentido e fazendo bem: Ética relacional
  • 39. O que é dito e o que é não dito • Pessoas dirão ou mostrarão para você o que você precisa saber • O antropólogo Gregory Bateson (1972) disse que as vezes pessoas falam em “metáforas concretas” • “Eu sou um tapete. Meu marido caminha por cima de mim” Referência: BATESON, G. Steps to an Ecology of Mind (1972)
  • 40. O que é dito e o que é não dito • Terapeuta haitiano para mãe haitiana em Montreal: “Eu entendi tudo o que você NÃO disse.” “Se você não testemunhar o que não pode ser dito, você despedaçará o que pode ser dito.” —al-Niffari (citado por ADONIS, 2005)
  • 41. A lição da raposa: Ética relacional Les hommes ont oublié cette vérité, dit le renard. Mais tu ne dois pas l’oublier. Tu deviens responsable pour toujours de ce que tu as apprivoisé. —Antoine de St-Exupéry, Le Petit Prince (1943) “Os homens se esqueceram dessa verdade, disse a raposa. Mas você não deve esquecê-lo. Você se torna responsável para sempre pelo que cativou.” —Antoine de St-Exupéry, O Pequeno Príncipe (1943)
  • 42. A lição da raposa: Ética relacional • Psicoterapia é um encontro face a face com outros • Resposta e responsabilidade iniciam com esse encontro • Emmanuel Levinas – “Ética como filosofia primeira” • “Holding”/segurar – cuidar – curar em psicoterapia são fundados na ética do encontro face a face Referência: LEVINAS, E. Entre Nous: Thinking-of-the-Other (1998)
  • 43. A relação gurū-chelā • Cada sociedade tem os recursos para construer a psicoterapia de acordo com as seus valores e tradições • Na India, Jaswant Singh Neki utilisou a relação gurū-chelā (mestre-discípulo) como paradigma para a psicoterapia Indiana Referência: DI NICOLA, V. The Gurū-Chelā relationship revisited: The contemporary relevance of the work of Indian psychiatrist Jaswant Singh Neki. World Social Psychiatry, 2022;4:182-6.
  • 44. Repensando a hierarquia de necessidades de Maslow “O povo precisa de poesia como de pão.” —Osip Mandelstam (1891-1938) • Poeta russo escrevendo no Gulag soviético • Viktor Frankl sobreviveu ao Holocausto, escreveu sobre ”a busca de sentido” Referência: FRANKL, VE. Em Busca do Sentido (1946/1991)
  • 45. —Mário Quintana Poeta gaúcho (1906-1994) Quem faz um poema abre uma janela
  • 46. —Vincenzo Di Nicola Poeta italiano Quem faz terapia abre um espaço
  • 48. Sétima Lição “E no sétimo dia o Senhor descansou …” Quando a terapia acaba: O mito do encerramento, fluxo e lentidão na terapia
  • 49. O mito do encerramento • Freud disse que a terapia acaba quando o paciente se dá conta que pode durar pra sempre • Não há encerramento, apenas uma escolha para seguir em frente
  • 50. Sabático Faça seu trabalho por seis anos; mas no sétimo, vá para a solidão ou entre estranhos para que a memória de seus amigos não o impedem de ser o que você se tornou. —Leo Szilard, “Os Dez Mandamentos” (1992)
  • 51. “Não Tenha Pressa” Pergunta: “Como um filósofo se dirige a outro?” Resposta: “Não tenha pressa”. —Ludwig Wittgenstein, Culture and Value (1980)
  • 52. Lentidão em terapia, fluxo Precisamos de uma filosofia do Pensamento Lento para facilitar o pensamento em um diálogo mais lúdico e poroso sobre o que significa viver. —Di Nicola, “Pensamento Lento, um manifesto” (2020)
  • 53. Conclusão – Palavras Chaves • Holding/segurar – psicoterapia • Attachment/apego – psiquiatria infantil • Belonging/pertencer – psiquiatria social holding apego pertencer
  • 54. Belonging/Pertencer Pertencer é para a psiquiatria social o que o apego é para a psiquiatria infantil Pertencer é a cola que mantém unida os Determinantes Sociais da Saúde e lhes dá estrutura e significado
  • 55. O Holding/Segurar Segurar é a cola que liga a introspecção ao insight em um ato relacional de empatia e testemunho ou, como disse a filósofa Martha Nussbaum (2011), “as transações altamente particulares que constituem amor entre duas pessoas imperfeitas”
  • 56. Sete Lições: Sumário 1. As pessoas não querem mudar (resistência, homeostase) 2. Diferentes temperamentos terapêuticos enxergam tarefas diferentes, buscam formas diferentes de fazer terapia 3. Famílias são culturas únicas que exigem uma abordagem relacional 4. A terapia abre novas perspectivas de vida em um ambiente ”holding” 5. A terapia torna visível o invisível. Como animais sociais, prosperamos em contextos sociais, sofremos em isolamento. A independência é um mito! 6. As pessoas buscam vidas significativas 7. A Terapia Slow respeita o fluxo e os ritmos da vida, leva tempo para integrar a mudança e sabe quando parar
  • 58. Agradecimentos • Profa. Dra. Olga Garcia Falceto • Instituto da Família de Porto Alegre (INFAPA) • Profa. Dra. Angela Helena Marin • Instituto de Psicologia (UFRGS) • Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) • Dr. John Farnsworth, PhD (Nova Zelândia)
  • 59. Referências Bibliográficas • Adonis. Sufism and Surrealism (trans. J. Cumberbatch). London: SAQI, 2005. • Andolfi, M., Angelo, C., de Nichilo, M. & Di Nicola, V. The Myth of Atlas: Families & the Therapeutic Story. New York: Brunner/Routledge, 1989. • Barreto, A.P., Filha, M.O., Silva, M.Z., & Di Nicola, V. Integrative Community Therapy in the time of the new coronavirus pandemic in Brazil and Latin America. World Social Psychiatry, 2020, 2(2): 103-5. • Bateson, G. Steps to an Ecology of the Mind. New York: Ballantine Books, 1972. • Di Nicola, V. Um Estranho na Família: Cultura, Famílias e Terapia. (Traduzido por MA Verissimo Veronese). Prefacio por Luiz Carlos Osorio, MD. Porto Alegre, RS, Brasil: Editora Artes Medicas Sul Ltda., 1998.
  • 60. Referências Bibliográficas • Di Nicola, V. Letters to a Young Therapist: Relational Practices for the Coming Community. New York & Dresden: Atropos Press, 2011. • Di Nicola, V., Carta a um jovem terapeuta: “Pessoas iniciam terapia para não mudar.” Revista Pensando Famílias 2012;16(1):15-27. • Di Nicola, V. “Pensamento Lento, Um Manifesto” (traduzido por Patrícia Manozzo Colossi). Revista Universo Psi 2020;2(1):123-133. • Di Nicola, V. Two trauma communities: A philosophical archaeology of cultural and clinical trauma theories. In: P.T. Capretto & E. Boynton (Eds), Trauma and Transcendence: Limits in Theory and Prospects in Thinking. New York: Fordham University Press, 2018, pp. 17-52. • Di Nicola, V. The gurū-chelā relationship revisited: The contemporary relevance of the work of Indian psychiatrist Jaswant Singh Neki. World Social Psychiatry 2022;4:182-6.
  • 61. Referências Bibliográficas • Frankl, VE. Em Busca do Sentido: Um psicólogo no campo de concentração. (Traduzido por CC Aveline e WO Schlupp.) São Leopoldo: Editora Vozes 1991. • Freud, S. The Interpretation of Dreams. 1900. Available at: https://en.wikisource.org/wiki/The_Interpretation_of_Dreams • Freud, S. Remembering, repeating and working-through (1914). Standard Edition: 12 (trans. J. Strachey). London: The Hogarth Press, 1955, pp. 147-156. • Ginzburg, N. Family Sayings (trans. DM Low). New York: Arcade Publishing, 1963. • James, W. Principles of Psychology. New York: Henry Holt, 1890. • Levinas, E. Entre Nous: Thinking-of-the-Other (trans. M.B. Smith, B. Harshav). Chicago: University of Chicago Press, 1998.
  • 62. Referências Bibliográficas • Minuchin, S. Families and Family Therapy. Cambridge, MA: Harvard University Press, 1974. • Mollica, R.F. Healing Invisible Wounds: Paths to Hope and Recovery in a Violent World. New York: Harcourt International, 2006. • Nussbaum, M.C. Philosophical Interventions: 1986-2011. Oxford: Oxford University Press, 2011. • Selvini Palazzoli, M. Self-Starvation–From the Intrapsychic to the Transpersonal Approach to Anorexia Nervsoa (trans. A. Pomerans). London: Chaucer, 1974. • Selvini Palazzoli, M., Boscolo, L., Cecchin, G., & Prata, G. Paradox and Counterparadox: A New Model in the Therapy of the Family in Schizophrenic Transaction (trans. E.V. Burt). New York: Jason Aronson, 1978. • Szilard, L. The Ten Commandments of Leo Szilard. In: The Voice of the Dolphins & Other Stories. Stanford, CA: Stanford University Press, 1992. • Winnicott, D.W. O Brincar e a Realidde. São Paulo: Ubu Editora, 2019. • Wittgenstein, L. Culture and Value (trans. P. Winch). Oxford: Basil Blackwell, 1980.