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INTRODUÇÃO<br />O estudo da linguagem verbal implica entender não só o seu funcionamento como ferramenta de comunicação, mas também a sua influência sobre a sociedade como um todo, uma vez que a língua é capaz de agregar as pessoas e modificar o modo como elas interagem. A organização social, como se conhece hoje, é baseada em grupos de pessoas com algo em comum, no que diz respeito a gostos, religião, personalidade, etc. Nessa perspectiva, a língua também é um fator de organização social à medida que integra as pessoas que falam um mesmo dialeto, de modo a formar um grupo específico, no qual a participação é restrita a essas pessoas. Esse caráter organizacional e coercitivo da língua e o seu funcionamento como uma entidade que permanece ao longo das gerações, independentemente da vontade de um indivíduo da sociedade em particular, são elementos que caracterizam um ”fato social”, segundo o conceito de Emile Durkheim, o que insere linguagem verbal neste conceito.  <br />No entanto, para a linguagem verbal ter alcançado tal poder de influência, foi necessário um longo período de desenvolvimento das formas de comunicação. Esse período implicou uma convivência entre os homens e uma necessidade comum de se relacionarem de forma eficaz. Com a criação de uma convenção de signos para representar cada ideia, acontecimento ou objeto, foi possível a interação social em larga escala.<br />Hoje, a linguagem verbal está subdividida em diversas modalidades, que variam de acordo com a região, a condição social e a faixa etária de cada pessoa, entre outros. A depender desses fatores, diferentes estruturas serão aplicadas, o que a torna não tão universal. Os regionalismos e as diferenças entre idiomas, por exemplo, segregam grupos, os quais, apesar de utilizaram algum tipo de linguagem verbal, não necessariamente conseguem se comunicar com eficácia com os outros grupos.<br />Resta entender, portanto, como a linguagem verbal, apesar de suas variações, proporciona ampla comunicação, transmitindo valores, ideias e concepções de mundo e trazendo significação à vida de cada indivíduo. Para isso, é preciso entender tanto o funcionamento estrutural de uma língua, no qual está presente a essência dessa forma de comunicação; quanto o efeito que a própria língua produz nos indivíduos, sendo ela um fato social e, por isso, um agente coercitivo na sociedade, que traz a esta um sentido e uma identidade.<br />O DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM VERBAL E SUAS VARIAÇÕES: ANÁLISE DE UM FATO SOCIAL<br />Os seres humanos, – considerados seres sociais por viverem em grupos, aos quais estudiosos se referem como sociedades, – desde sua gênese, foram se adaptando a diferentes linguagens cognitivas para que pudessem se comunicar com os outros seres da mesma espécie. Assim, a partir do momento em que conseguiam atingir um equilíbrio entre o código e o entendimento do mesmo, davam início a um novo contexto, que permitiria, a partir desse momento, que todos se comunicassem através de objetos lingüísticos. Estes representariam suas idéias e opiniões, qualquer imagem ou conceito que lhes viesse à mente; seriam o resumo de qualquer um de seus pensamentos, por menor e mais simples que fosse. <br />Passaram de seus primitivos desenhos em paredes de cavernas, que gravavam um certo período de sua história, e onomatopeias, que representavam sua comunicação oral, até o que conhecemos nos dias de hoje como linguagem verbal, que acabou tornando-se seu principal meio de comunicação, seja por sua forma escrita ou oral.<br />Essa linguagem é marcada por sua unificação, e conseqüente simplificação, de conceitos, objetos e tudo o mais que se possa imaginar, que são reduzidos a palavras e, ao tocarem nossos ouvidos, nos guiarão à ideia de nosso interlocutor, possibilitando-nos mentalizar qualquer coisa mesmo que não a tenhamos visto.<br />Esse fenômeno foi documentado pela primeira vez por Ogden e Richards na forma de um triângulo, que relacionava o código utilizado (significante ou signo), o pensamento (significado) e o objeto extralinguístico (referente). Ele nos possibilita uma visão mais clara sobre a relação que o homem estabeleceu entre seu pensamento e a linguagem que utiliza, ou seja, por mais que o signo não tenha relação direta com o referente, devido a uma espécie de código social formulado anteriormente e adotado por toda uma comunidade, o interlocutor é induzido ao significado do que lhe foi apresentado.<br />De fato, a linguagem verbal, seja falada ou escrita, como a conhecemos, não é algo que seja nato do ser humano, tendo-se que ela não existiu desde a origem da espécie deste, mas desenvolveu-se e aperfeiçoou-se com o passar dos anos devido a uma prática social (práxis), vindo a ser sua principal forma de comunicação e também uma ferramenta indispensável à concretização de suas ideias ou qualquer outro de seus pensamentos, ou, como disse Vygotsky, “é no significado da palavra que o pensamento e a fala se unem em pensamento verbal” (Pino apud Vygotsky, 2003), já que o homem raciocina de acordo com sua língua. <br />Nessa concepção, a linguagem verbal, apesar de ser uma criação do ser humano, teria também influência na formação da opinião do indivíduo, pois ela provoca transformações nas formas de comunicação utilizadas pelo mesmo. Em outras palavras, a cognição, derivada da experiência pessoal de convivência, além de proporcionar a criação desse tipo de linguagem, foi também influenciada pela mesma, uma vez que a incorporação da língua portuguesa ou da língua alemã, por exemplo, produz efeitos diferentes na percepção de mundo de quem aprende uma ou outra língua. Essa diferença está na criação de cada um desses idiomas, que surgiram de países diferentes e, portanto, práxis sociais e cognições diferentes, o que refletiu na estruturação dos mesmos. Isso significa que o sentido atribuído a cada palavra, a cada relação contextual e a cada elemento estrutural dessas línguas varia de acordo com a percepção de mundo do povo que as criou. <br />Dessa forma, se tomarmos como base os estudos de Émile Durkheim sobre fatos sociais, que definem que estes “não apenas são exteriores ao indivíduo, como também são dotados de uma força imperativa e coercitiva em virtude da qual se impõem a ele, quer ele queira, quer não” (Durkheim, 1895), perceberemos que a imersão do indivíduo na linguagem verbal provoca mudanças no mesmo, fazendo com que a linguagem passe a ser um agente coercitivo com vontade e vida próprias; um fato social. Portanto, ao sermos expostos aos signos construídos pela sociedade, – que são fixados pelas instituições da mesma, como a escola (educação) e a igreja (religião), assim como também é a linguagem verbal e sua norma culta, – nossa linguagem e pensamento passam a ser guiados pela força imperativa da mesma, fazendo com que nossas maneiras de agir e de pensar sejam exteriores a nós. <br />Como fenômeno social, este fenômeno lingüístico permite tanto a integração como também a exclusão de um indivíduo de um meio; portanto, há aqueles que não compartilham a mesma sensação de pertencimento em relação à sociedade por uma exclusão derivada de sua língua. Um exemplo disso é a presença de um indivíduo numa cidade cujo idioma utilizado ele não domina: nesse caso, o sujeito pode não se sentir tão integrado no meio social, sendo que suas relações com as pessoas dessa cidade serão muito prejudicadas, pois eles não compartilham a mesma modalidade de linguagem verbal.<br />Outro exemplo pode ser verificado no filme “O Enigma de Kaspar Hauser” (Herzog, 1974), no qual percebemos que o personagem principal, Kaspar, não sabia usar a linguagem verbal ou agir conforme a sociedade por não ter participado do período de práxis social (viveu isolado em um quarto, quase que sem algum contato humano), necessário para absorver os signos e suas significações, o que o permitia ver o mundo de sua própria maneira, diferentemente das outras pessoas da sociedade.<br />Voltando-se agora para outra questão e considerando que a fala é adquirida pelo indivíduo apenas em contato com o grupo, devemos levar em conta que existem aspectos que influenciam sobre esta, como por exemplo, a variedade diatópica. Na França fala-se o Francês, no Brasil o Português, na Alemanha o Alemão, ou seja, a linguagem verbal apresenta variações idiomáticas entre diferentes regiões do globo. Esse fato ocorre devido à forma com que a linguagem verbal é criada, pois esta existe de uma maneira particular para cada povo, conforme suas raízes. <br />De uma mescla entre um idioma-base proveniente de um colonizador e a linguagem verbal oral local, nascem os novos idiomas. O latim, por exemplo, ao ser difundido pela expansão do Império Romano, acabou tornando-se a base de diversos idiomas, como o espanhol, português e italiano. Como conseqüência deste acontecimento, esses idiomas possuem diversas palavras e estruturas semelhantes, entretanto, também possuem sua identidade, sua rítmica oral, suas normas, seu vocabulário, entre outras características próprias.<br />As variações na linguagem não se dão apenas de um idioma para outro. Dentro de um mesmo idioma podemos observar diversas variações, sendo estas recorrentes de fatores diatópicos, diferenças culturais, profissões, posições sociais, grau de escolaridade, faixa etária, entre outras.<br />Segundo o autor Dino Preti, em “Sociolingüística: Os Níveis de Fala”, a forma como certas comunidades articulam linguisticamente a realidade, tem uma relação indireta com sua cultura e sistema de vida, a ligação existente então seria o vocabulário de uma determinada língua. Entretanto esta ligação é um tanto quanto instável, pois podemos verificar que apesar de existir um sistema de signos lingüísticos pré-determinados, a linguagem verbal oral sofre mutações, principalmente devido às diferenças sociais de seus falantes. Tomando o Brasil como exemplo, podemos analisar esse fato. <br />Convenciona-se uma modalidade padrão da língua, a norma culta, porém na oralidade este tipo de comunicação restringe-se a meios formais, como por exemplo, o meio acadêmico ou empresarial. Entretanto, o grupo ao qual o falante pertence também é algo muito relevante. Um jovem utiliza-se freqüentemente de gírias em seu vocabulário, diferentemente de um adulto. Na oralidade existe um contexto informal, e por isso a questão do certo e do errado é algo discutível. O conceito de errado é aplicado a tudo que foge à norma, porém no cotidiano acabamos utilizando o que nos é prático. Uma pessoa ao pronunciar “probrema”, é vista como alguém que não conhece a norma padrão, porém, em seu cotidiano esta consegue se comunicar, mesmo que com limitações. Este é apenas um exemplo que podemos tomar como referência com o objetivo de analisarmos que a comunicação é possível mesmo fora do padrão. <br />Os regionalismos são igualmente relevantes para analisarmos as modificações que a linguagem verbal oral sofre. Diversos signos podem ser usados para significar uma mesma coisa, como por exemplo, a mandioca, que também é conhecida como “macaxeira” ou “aipim”, dependendo da região brasileira em análise. Podemos verificar também, a diferença no modo de falar, o sotaque. Em Minas Gerais, os indivíduos geralmente cortam palavras e as emendam em outras, além de utilizarem a palavra “trem”, com um significado diferente do que esta foi convencionada para significar. Para os mineiros, esta palavra significa “coisa”.  No Rio de Janeiro, os cariocas geralmente pronunciam o “ch”, o “s” e o “x” em um tom mais evidente. A diversidade de uma língua é, portanto condicionada por fatores extralingüísticos como os já citados acima.<br />Através desses exemplos podemos perceber ainda mais claramente que, de fato, não nascemos com a capacidade de nos expressarmos no que mais adiante chamaremos de língua-mãe, mas nos adaptamos a ela através da coerção exercida por esta e pelo ambiente sobre nós em nosso dia-a-dia convivendo em sociedade. <br />Com o passar dos anos, a única maneira pela qual seremos capazes de nos comunicar será através dessa linguagem oral que nos foi pregada desde pequenos e fomos forçados a aprender, pelo menos para que pudéssemos compreender o que os demais tentavam nos transmitir, tanto que existem idiomas que perderam sua função escrita, sendo apenas usados na oralidade. Assim, não há como negarmos nossa dependência em relação à nossa língua para que possamos viver socialmente.<br />CONCLUSÃO<br />A linguagem verbal, como outras formas de comunicação, tem sua origem na convivência entre os seres humanos, a partir de uma cognição e utilização de símbolos comuns entre eles. Isso faz com que, a relação triádica da significação lingüística (triângulo de Ogden e Richards) seja possível e plausível, já que os símbolos utilizados por essa comunidade teriam um mesmo significado, que se relacionasse a um mesmo referente.<br />O caráter de fato social da linguagem verbal é o que permite, entre outras razões, que a comunicação funcione. Sendo uma convenção que atinge milhares de pessoas e que, principalmente, permite a associação e a elaboração de significados para cada uma delas, ela permite uma integração das mesmas numa sociedade de valores comuns e uma interação dentro desta. <br />Apesar de não ser algo estático, a língua permanece sendo utilizada ao longo da história da humanidade, como forma de comunicação eficaz e aberta a diversas possibilidades de uso. E, dessa forma, tornou-se tão básica à própria sobrevivência do homem, que influi em amplos os aspectos a ele relacionados.<br />REFERÊNCIAS<br />Textos:<br />BLIKSTEIN, Izidoro. Kaspar Hauser ou a fabricação da realidade. São Paulo: Cultrix, 1990. p. 11-64<br />LEONTIEV, Alexis. O desenvolvimento do psiquismo. São Paulo: Centauro, 2004. p. 75-94<br />PINO, Angel. Linguagem, cultura e cognição. Palestra proferida no II Congresso Internacional Linguagem, Cultura e Cognição: reflexões para o ensino, 2003, Belo Horizonte-MG. Anais...Campinas: Gráfica Central – Faculdade de educação – Unicamp, 2003.<br />PRETI, Dino. Sociolinguistica: os niveis de fala (um estudo sociolinguistico do dialogo na Literatura Brasileira). 8ª Ed. São Paulo: Edusp, 1997. p. 11 a 71<br />VIGOTSKI, Lev S. Pensamento e linguagem. São Paulo, Martins Fontes, 2005, p.01 a 10.<br />DURKHEIM, E. As regras do método sociológico. São Paulo, Ed. Martin Claret, 2002.<br />Filme:<br />O ENIGMA DE Kaspar hauser. Direção: Werner Herzog. Alemanha, 1974. 110 min.<br />
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  • 1. INTRODUÇÃO<br />O estudo da linguagem verbal implica entender não só o seu funcionamento como ferramenta de comunicação, mas também a sua influência sobre a sociedade como um todo, uma vez que a língua é capaz de agregar as pessoas e modificar o modo como elas interagem. A organização social, como se conhece hoje, é baseada em grupos de pessoas com algo em comum, no que diz respeito a gostos, religião, personalidade, etc. Nessa perspectiva, a língua também é um fator de organização social à medida que integra as pessoas que falam um mesmo dialeto, de modo a formar um grupo específico, no qual a participação é restrita a essas pessoas. Esse caráter organizacional e coercitivo da língua e o seu funcionamento como uma entidade que permanece ao longo das gerações, independentemente da vontade de um indivíduo da sociedade em particular, são elementos que caracterizam um ”fato social”, segundo o conceito de Emile Durkheim, o que insere linguagem verbal neste conceito. <br />No entanto, para a linguagem verbal ter alcançado tal poder de influência, foi necessário um longo período de desenvolvimento das formas de comunicação. Esse período implicou uma convivência entre os homens e uma necessidade comum de se relacionarem de forma eficaz. Com a criação de uma convenção de signos para representar cada ideia, acontecimento ou objeto, foi possível a interação social em larga escala.<br />Hoje, a linguagem verbal está subdividida em diversas modalidades, que variam de acordo com a região, a condição social e a faixa etária de cada pessoa, entre outros. A depender desses fatores, diferentes estruturas serão aplicadas, o que a torna não tão universal. Os regionalismos e as diferenças entre idiomas, por exemplo, segregam grupos, os quais, apesar de utilizaram algum tipo de linguagem verbal, não necessariamente conseguem se comunicar com eficácia com os outros grupos.<br />Resta entender, portanto, como a linguagem verbal, apesar de suas variações, proporciona ampla comunicação, transmitindo valores, ideias e concepções de mundo e trazendo significação à vida de cada indivíduo. Para isso, é preciso entender tanto o funcionamento estrutural de uma língua, no qual está presente a essência dessa forma de comunicação; quanto o efeito que a própria língua produz nos indivíduos, sendo ela um fato social e, por isso, um agente coercitivo na sociedade, que traz a esta um sentido e uma identidade.<br />O DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM VERBAL E SUAS VARIAÇÕES: ANÁLISE DE UM FATO SOCIAL<br />Os seres humanos, – considerados seres sociais por viverem em grupos, aos quais estudiosos se referem como sociedades, – desde sua gênese, foram se adaptando a diferentes linguagens cognitivas para que pudessem se comunicar com os outros seres da mesma espécie. Assim, a partir do momento em que conseguiam atingir um equilíbrio entre o código e o entendimento do mesmo, davam início a um novo contexto, que permitiria, a partir desse momento, que todos se comunicassem através de objetos lingüísticos. Estes representariam suas idéias e opiniões, qualquer imagem ou conceito que lhes viesse à mente; seriam o resumo de qualquer um de seus pensamentos, por menor e mais simples que fosse. <br />Passaram de seus primitivos desenhos em paredes de cavernas, que gravavam um certo período de sua história, e onomatopeias, que representavam sua comunicação oral, até o que conhecemos nos dias de hoje como linguagem verbal, que acabou tornando-se seu principal meio de comunicação, seja por sua forma escrita ou oral.<br />Essa linguagem é marcada por sua unificação, e conseqüente simplificação, de conceitos, objetos e tudo o mais que se possa imaginar, que são reduzidos a palavras e, ao tocarem nossos ouvidos, nos guiarão à ideia de nosso interlocutor, possibilitando-nos mentalizar qualquer coisa mesmo que não a tenhamos visto.<br />Esse fenômeno foi documentado pela primeira vez por Ogden e Richards na forma de um triângulo, que relacionava o código utilizado (significante ou signo), o pensamento (significado) e o objeto extralinguístico (referente). Ele nos possibilita uma visão mais clara sobre a relação que o homem estabeleceu entre seu pensamento e a linguagem que utiliza, ou seja, por mais que o signo não tenha relação direta com o referente, devido a uma espécie de código social formulado anteriormente e adotado por toda uma comunidade, o interlocutor é induzido ao significado do que lhe foi apresentado.<br />De fato, a linguagem verbal, seja falada ou escrita, como a conhecemos, não é algo que seja nato do ser humano, tendo-se que ela não existiu desde a origem da espécie deste, mas desenvolveu-se e aperfeiçoou-se com o passar dos anos devido a uma prática social (práxis), vindo a ser sua principal forma de comunicação e também uma ferramenta indispensável à concretização de suas ideias ou qualquer outro de seus pensamentos, ou, como disse Vygotsky, “é no significado da palavra que o pensamento e a fala se unem em pensamento verbal” (Pino apud Vygotsky, 2003), já que o homem raciocina de acordo com sua língua. <br />Nessa concepção, a linguagem verbal, apesar de ser uma criação do ser humano, teria também influência na formação da opinião do indivíduo, pois ela provoca transformações nas formas de comunicação utilizadas pelo mesmo. Em outras palavras, a cognição, derivada da experiência pessoal de convivência, além de proporcionar a criação desse tipo de linguagem, foi também influenciada pela mesma, uma vez que a incorporação da língua portuguesa ou da língua alemã, por exemplo, produz efeitos diferentes na percepção de mundo de quem aprende uma ou outra língua. Essa diferença está na criação de cada um desses idiomas, que surgiram de países diferentes e, portanto, práxis sociais e cognições diferentes, o que refletiu na estruturação dos mesmos. Isso significa que o sentido atribuído a cada palavra, a cada relação contextual e a cada elemento estrutural dessas línguas varia de acordo com a percepção de mundo do povo que as criou. <br />Dessa forma, se tomarmos como base os estudos de Émile Durkheim sobre fatos sociais, que definem que estes “não apenas são exteriores ao indivíduo, como também são dotados de uma força imperativa e coercitiva em virtude da qual se impõem a ele, quer ele queira, quer não” (Durkheim, 1895), perceberemos que a imersão do indivíduo na linguagem verbal provoca mudanças no mesmo, fazendo com que a linguagem passe a ser um agente coercitivo com vontade e vida próprias; um fato social. Portanto, ao sermos expostos aos signos construídos pela sociedade, – que são fixados pelas instituições da mesma, como a escola (educação) e a igreja (religião), assim como também é a linguagem verbal e sua norma culta, – nossa linguagem e pensamento passam a ser guiados pela força imperativa da mesma, fazendo com que nossas maneiras de agir e de pensar sejam exteriores a nós. <br />Como fenômeno social, este fenômeno lingüístico permite tanto a integração como também a exclusão de um indivíduo de um meio; portanto, há aqueles que não compartilham a mesma sensação de pertencimento em relação à sociedade por uma exclusão derivada de sua língua. Um exemplo disso é a presença de um indivíduo numa cidade cujo idioma utilizado ele não domina: nesse caso, o sujeito pode não se sentir tão integrado no meio social, sendo que suas relações com as pessoas dessa cidade serão muito prejudicadas, pois eles não compartilham a mesma modalidade de linguagem verbal.<br />Outro exemplo pode ser verificado no filme “O Enigma de Kaspar Hauser” (Herzog, 1974), no qual percebemos que o personagem principal, Kaspar, não sabia usar a linguagem verbal ou agir conforme a sociedade por não ter participado do período de práxis social (viveu isolado em um quarto, quase que sem algum contato humano), necessário para absorver os signos e suas significações, o que o permitia ver o mundo de sua própria maneira, diferentemente das outras pessoas da sociedade.<br />Voltando-se agora para outra questão e considerando que a fala é adquirida pelo indivíduo apenas em contato com o grupo, devemos levar em conta que existem aspectos que influenciam sobre esta, como por exemplo, a variedade diatópica. Na França fala-se o Francês, no Brasil o Português, na Alemanha o Alemão, ou seja, a linguagem verbal apresenta variações idiomáticas entre diferentes regiões do globo. Esse fato ocorre devido à forma com que a linguagem verbal é criada, pois esta existe de uma maneira particular para cada povo, conforme suas raízes. <br />De uma mescla entre um idioma-base proveniente de um colonizador e a linguagem verbal oral local, nascem os novos idiomas. O latim, por exemplo, ao ser difundido pela expansão do Império Romano, acabou tornando-se a base de diversos idiomas, como o espanhol, português e italiano. Como conseqüência deste acontecimento, esses idiomas possuem diversas palavras e estruturas semelhantes, entretanto, também possuem sua identidade, sua rítmica oral, suas normas, seu vocabulário, entre outras características próprias.<br />As variações na linguagem não se dão apenas de um idioma para outro. Dentro de um mesmo idioma podemos observar diversas variações, sendo estas recorrentes de fatores diatópicos, diferenças culturais, profissões, posições sociais, grau de escolaridade, faixa etária, entre outras.<br />Segundo o autor Dino Preti, em “Sociolingüística: Os Níveis de Fala”, a forma como certas comunidades articulam linguisticamente a realidade, tem uma relação indireta com sua cultura e sistema de vida, a ligação existente então seria o vocabulário de uma determinada língua. Entretanto esta ligação é um tanto quanto instável, pois podemos verificar que apesar de existir um sistema de signos lingüísticos pré-determinados, a linguagem verbal oral sofre mutações, principalmente devido às diferenças sociais de seus falantes. Tomando o Brasil como exemplo, podemos analisar esse fato. <br />Convenciona-se uma modalidade padrão da língua, a norma culta, porém na oralidade este tipo de comunicação restringe-se a meios formais, como por exemplo, o meio acadêmico ou empresarial. Entretanto, o grupo ao qual o falante pertence também é algo muito relevante. Um jovem utiliza-se freqüentemente de gírias em seu vocabulário, diferentemente de um adulto. Na oralidade existe um contexto informal, e por isso a questão do certo e do errado é algo discutível. O conceito de errado é aplicado a tudo que foge à norma, porém no cotidiano acabamos utilizando o que nos é prático. Uma pessoa ao pronunciar “probrema”, é vista como alguém que não conhece a norma padrão, porém, em seu cotidiano esta consegue se comunicar, mesmo que com limitações. Este é apenas um exemplo que podemos tomar como referência com o objetivo de analisarmos que a comunicação é possível mesmo fora do padrão. <br />Os regionalismos são igualmente relevantes para analisarmos as modificações que a linguagem verbal oral sofre. Diversos signos podem ser usados para significar uma mesma coisa, como por exemplo, a mandioca, que também é conhecida como “macaxeira” ou “aipim”, dependendo da região brasileira em análise. Podemos verificar também, a diferença no modo de falar, o sotaque. Em Minas Gerais, os indivíduos geralmente cortam palavras e as emendam em outras, além de utilizarem a palavra “trem”, com um significado diferente do que esta foi convencionada para significar. Para os mineiros, esta palavra significa “coisa”. No Rio de Janeiro, os cariocas geralmente pronunciam o “ch”, o “s” e o “x” em um tom mais evidente. A diversidade de uma língua é, portanto condicionada por fatores extralingüísticos como os já citados acima.<br />Através desses exemplos podemos perceber ainda mais claramente que, de fato, não nascemos com a capacidade de nos expressarmos no que mais adiante chamaremos de língua-mãe, mas nos adaptamos a ela através da coerção exercida por esta e pelo ambiente sobre nós em nosso dia-a-dia convivendo em sociedade. <br />Com o passar dos anos, a única maneira pela qual seremos capazes de nos comunicar será através dessa linguagem oral que nos foi pregada desde pequenos e fomos forçados a aprender, pelo menos para que pudéssemos compreender o que os demais tentavam nos transmitir, tanto que existem idiomas que perderam sua função escrita, sendo apenas usados na oralidade. Assim, não há como negarmos nossa dependência em relação à nossa língua para que possamos viver socialmente.<br />CONCLUSÃO<br />A linguagem verbal, como outras formas de comunicação, tem sua origem na convivência entre os seres humanos, a partir de uma cognição e utilização de símbolos comuns entre eles. Isso faz com que, a relação triádica da significação lingüística (triângulo de Ogden e Richards) seja possível e plausível, já que os símbolos utilizados por essa comunidade teriam um mesmo significado, que se relacionasse a um mesmo referente.<br />O caráter de fato social da linguagem verbal é o que permite, entre outras razões, que a comunicação funcione. Sendo uma convenção que atinge milhares de pessoas e que, principalmente, permite a associação e a elaboração de significados para cada uma delas, ela permite uma integração das mesmas numa sociedade de valores comuns e uma interação dentro desta. <br />Apesar de não ser algo estático, a língua permanece sendo utilizada ao longo da história da humanidade, como forma de comunicação eficaz e aberta a diversas possibilidades de uso. E, dessa forma, tornou-se tão básica à própria sobrevivência do homem, que influi em amplos os aspectos a ele relacionados.<br />REFERÊNCIAS<br />Textos:<br />BLIKSTEIN, Izidoro. Kaspar Hauser ou a fabricação da realidade. São Paulo: Cultrix, 1990. p. 11-64<br />LEONTIEV, Alexis. O desenvolvimento do psiquismo. São Paulo: Centauro, 2004. p. 75-94<br />PINO, Angel. Linguagem, cultura e cognição. Palestra proferida no II Congresso Internacional Linguagem, Cultura e Cognição: reflexões para o ensino, 2003, Belo Horizonte-MG. Anais...Campinas: Gráfica Central – Faculdade de educação – Unicamp, 2003.<br />PRETI, Dino. Sociolinguistica: os niveis de fala (um estudo sociolinguistico do dialogo na Literatura Brasileira). 8ª Ed. São Paulo: Edusp, 1997. p. 11 a 71<br />VIGOTSKI, Lev S. Pensamento e linguagem. São Paulo, Martins Fontes, 2005, p.01 a 10.<br />DURKHEIM, E. As regras do método sociológico. São Paulo, Ed. Martin Claret, 2002.<br />Filme:<br />O ENIGMA DE Kaspar hauser. Direção: Werner Herzog. Alemanha, 1974. 110 min.<br />