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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
       ESCOLA DE COMUNICAÇÕES E ARTES
   DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÕES E ARTES
LÍNGUA PORTUGUESA. REDAÇÃO E EXPRESSÃO ORAL I
       Prof ª. Drª. ROSELI A. FÍGARO PAULINO




A Influência dos Estereótipos
       na Linguagem




                 Componentes do Grupo:
           Carolina Bavaresco Guarita (Turismo)
   Guilherme Augusto Françolin (Publicidade e Propaganda)
   Jean Michel Gallo Soldatelli (Publicidade e Propaganda)
             Lucas Terribili (Relações Públicas)
           Viviane Magalhães Cordeiro (Turismo)




                 SÃO PAULO, MAIO/2008
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
ESCOLA DE COMUNICAÇÕES E ARTES
DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÕES E ARTES
LÍNGUA PORTUGUESA. REDAÇÃO E EXPRESSÃO ORAL I
Prof ª. Drª. ROSELI A. FÍGARO PAULINO




     A Influência dos Estereótipos
            na Linguagem




                                               Trabalho referente à disciplina
                          de Língua Portuguesa. Redação e Expressão Oral I
                                 do Departamento de Comunicações e Artes
                                         da Escola de Comunicações e Artes
                                               da Universidade de São Paulo.
                         Orientado pela Profa. Dra. Roseli A. Fígaro Paulino.
                                                     Realizado pelos alunos:
                                      Carolina Bavaresco Guarita (Turismo),
                   Guilherme Augusto Françolin (Publicidade e Propaganda),
                    Jean Michel Gallo Soldatelli (Publicidade e Propaganda),
                                         Lucas Terribili (Relações Públicas),
                                    Viviane Magalhães Cordeiro (Turismo).




                   SÃO PAULO, MAIO/2008



                                2
A Influência dos Estereótipos na Linguagem




Introdução


       Há diversos conceitos elaborados por pensadores sobre a definição de cultura, e,
em síntese, este é um processo de ações não inatas do homem, criadas e aprimoradas
através da comunicação entre indivíduos, o que garante sua preservação.
       Para Schaff, por exemplo, “a cultura é o depósito de certos processos dos seus
produtos e de comportamentos humanos definidos”¹, ou seja, em sua concepção de
cultura ele inclui os pensamentos dos sujeitos pertencentes a uma dada cultura, os
resultados desses pensamentos e os comportamentos dos indivíduos em seus contextos
culturais. Decorre-se disso, portanto, que para que a cultura exista e perpetue-se deve
haver o desenvolvimento de um sistema de signos e códigos, ou seja, da linguagem.
       Ao longo dos tempos o conceito de linguagem foi desenvolvendo-se, porém
apenas contemporaneamente obtivemos um conceito mais cristalizado: a linguagem
media a relação entre o pensamento e a realidade, sendo, portanto, uma unidade mental
e verbal. Nisso implica que o pensamento é irrealizável sem a linguagem.
       A linguagem é modelada por diversos aspectos, entre eles as generalizações de
experiências particulares, conhecidas como estereótipos, e cristalização de tais
generalizações, formando conceitos prévios revelados implicitamente, os preconceitos,
que variam de acordo com fatores geográficos, sociais, familiares e culturais. A junção
dos preconceitos e dos estereótipos molda de forma particular a linguagem de um
indivíduo ou de uma comunidade e a utilização de signos específicos relativos a um
ponto em comum.




   1. SCHAFF, Adam. Linguagem e Conhcecimento.Coimbra: Almedina,1974,p.267.


                                           3
Pensamento e Linguagem: uma interdependência essencial para comunicação


       É complexa a relação entre pensamento e linguagem. Partindo da análise
semântica estudada por Vygotsky o pensamento e a fala demonstram uma relação
intrínseca e não apenas mecânica, como acredita um ramo de pesquisadores da
psicologia. Sabemos hoje que “o significado é parte inalienável da palavra como tal, e
dessa forma pertencem tanto ao domínio da linguagem quanto ao domínio do
pensamento”**. Com isso podemos perceber que a decodificação do pensamento
necessita de um domínio cultural, portanto, depende da linguagem. Como exemplo
dessa necessidade, podemos citar a personagem Kaspar Hauser de Werner Herzog, a
qual passa dezoito anos sem contato com cultura alguma, ignorando dessa forma
qualquer sistema lingüístico convencional. Assim ela não consegue se comunicar com
as pessoas ao ser repentinamente deixada em Nuremberg, demonstrando apenas seus
instintos mais básicos, como a fome e o cansaço.
       A linguagem constitui o fundamento social dado no pensamento individual, ou
seja, é transmitida socialmente ao indivíduo, formando a base necessária ao seu
pensamento conceitual, e é esta base que faz com que determinado sujeito possa
comunicar-se com outros integrantes da mesma comunidade lingüística, já que cada
comunidade possui uma visão de mundo definida e utiliza o mesmo sistema de signos.
Quando tal relação dá-se entre pessoas de diferentes comunidades lingüísticas, é
possível que haja a tradução entre os diferentes sistemas lingüísticos. Para tanto, deve-
se possuir profundo conhecimento e familiaridade com as culturas de cada uma das
sociedades envolvidas em tal tradução e de seus conjuntos de regras gramaticais.
       As diferentes culturas constituíram-se gradualmente através da acumulação de
experiências e hábitos de diversas gerações, além da colaboração entre diversas
culturas. Juntamente a tal constituição desenvolveram-se sistemas lingüísticos, a nós
transmitidos durante toda vida e de forma mais intensa durante a aprendizagem da fala.
Nessa etapa todo o saber social culturalmente acumulado por nós incorporado através
dos sistemas de valores utilizados, dos estereótipos, dos comportamentos humanos, e de
signos, representações utilizadas pela sociedade durante a comunicação.




                                           4
Os Signos modelados pelo meio


       Para que exista comunicação, é necessário que o indivíduo conheça todo um
sistema de símbolos inerentes a determinada realidade e que haja um conhecimento
amplo e avançado das palavras. Na falta desta realidade conceituada comum (cultura), a
comunicação torna-se muito limitada.
       O signo é considerado um representante das coisas, isto é, da realidade. Para F.
Saussure os signos existem entre o falante e o ouvinte, ligando um significado a um
significante. Esta relação não se da de forma natural, ela será estabelecida por um
consenso social. Portanto, como dissemos anteriormente, Kaspar Hauser não pode
compreender os signos da sociedade por não ter passado pelo processo tributário
educacional e de socialização da representatividade dos signos.
       Para melhor compreender a relação citada, foi estabelecida a triáde que envolve
o símbolo (signo ou significante), a referência ou o pensamento (significado) e o
referente (coisa ou objeto extralingüístico). Apesar de esquecido por parte dos
pesquisadores lingüísticos, através de estudos como o de Izidoro Blikstein, em seu livro
Kaspar Hauser ou a fabricação da realidade, foi possível concluir que o referente
situa-se atrás ou antes da linguagem, como um evento cognitivo produzido por nossa
percepção e construído pela dimensão perceptivo-cognitiva na prática do real. Nossa
percepção não é ingênua ou pura; está condicionada a um sistema de crenças e
estratégias perceptuais, dependendo de uma construção e de uma prática social, ou
práxis, produzindo assim um referente. Sem a práxis não há significação; ela é
indefectível e vital para a sobrevivência de qualquer comunidade. Devemos ressaltar,
porém, que existem diversas sociedades, portanto, existem diferentes percepções da
realidade, o que faz com que os indivíduos criem muitos códigos para a comunicação.
Dialetos e sotaques são exemplos disso, uma vez que cada região forma um modo
característico de falar a mesma língua.




                                           5
Dialetos sociais e níveis de fala


   No cotidiano de uma sociedade, a língua é instrumento fundamental para a dinâmica
social, ou seja, para que as relações diárias ocorram é necessária a existência de uma
linguagem comum. Possuindo tal função social, a língua sofre direta influência de
características inerentes ao enunciador, como sua classe, sua origem, sua história, ou
seja, fatores econômicos, sociais, religiosos, étnicos e culturais. Com isso as variações
lingüísticas antes consideradas errôneas, são hoje entendidas como outras maneiras de
expressar a realidade que cerca os sujeitos. Além de compreender essa verdade, os
meios de comunicação adotam os falares diversos para atingir uma parcela cada vez
maior da população. Os meios de comunicação, junto à educação e a literatura são,
portanto, os agentes que condicionam e nivelam a linguagem, divulgando a norma culta
e tentando ilustrar a oralidade. Assim analisou Dino Preti em seu livro Sociolingüística:
os níveis de fala (um estudo sociolingüístico do diálogo na Literatura Brasileira).
   A diversidade lingüística possui três dimensões: a do emissor, a do receptor e a do
contexto. Para a sociolingüística o contexto ganha mais importância, uma vez que
apenas o discurso do emissor e a bagagem cultural do receptor não são suficientes para
definir a verdadeira intenção do discurso. A mesma ciência atesta que cada indivíduo
faz adequações para identificar o que os outros falam e que estas acontecem no dia-a-
dia, resultando em um grande número de dialetos que coexistem concomitantemente
sem entrar em graves conflitos.
                Algumas das variantes criadas pelo português padrão são a norma culta
(o ideal lingüístico); a norma comum, mais distensa que a culta, porém não tão
simplificada quanto a popular; a norma popular, que comporta um grande número de
elementos afetivos e gírias; e, por fim, a norma vulgar, uma redução das flexões a duas
pessoas (eu e não-eu). Todos esses dialetos sociais coexistem numa mesma comunidade
e desempenham, cada um, seu papel específico.
       Deve-se atentar para o preconceito decorrido do uso de determinada linguagem
fora do contexto ou emitida para um receptor que não a compreenda, podendo levar
assim a construção de estereótipos e imagens prejudiciais ou negativas de determinado
grupo social.




                                            6
Discurso e estereótipo

       Estereótipos são generalizações feitas a partir de experiências particulares. Uma
vez que essas generalizações fazem-se presentes nos discursos e os influenciam, elas
recebem também a influência que o próprio discurso sofre graças ao mídium em que é
enunciado. O meio supõe mais apenas que o suporte: carrega em si uma forma,
aspectos e especificidades de enunciação, modelando a mensagem.

       A comunicação, enquanto processo não linear, demanda uma interação entre
enunciador e co-enunciador, ambos sujeitos que devem ser assim interpretados. Nesse
contexto o discurso sofre direta influência do meio de veiculação da mensagem, de seu
tema e da sua situação de enunciação e recepção, modificando seu gênero, sua forma e
seu conteúdo, assim como sua difusão e alcance.

       A mensagem dialoga diretamente com o histórico, a cultura e os valores dos
envolvidos na enunciação, portanto a presença de estereótipos e preconceitos e sua
interpretação enquanto tais, seu reconhecimento ou refutação, dependem também de
questões subjetivas advindas do meio no qual estão inseridos e desenvolveram-se os
sujeitos. O suporte material de produção e a situação de difusão da mensagem
modificam a forma como tais estereótipos e preconceitos são expressos uma vez que o
enunciador ao difundi-los – ou seja, quando expressa-os reafirmando-os – compromete-
se pessoalmente com eles, reconhecendo-os como verdadeiros. Com isso os
preconceitos e estereótipos podem aparecer de forma velada ou menos explícita a fim de
não relacionar de forma direta o enunciador a eles. O acerto do tema, da potência, da
ocasião e do gênero do discurso, entretanto, não faz desse tipo de discurso velado
menos eficaz na transmissão de uma mensagem, podendo torná-la ainda mais
persuasiva por não tratar-se de um discurso explicitamente calcado em estereótipos ou
preconceitos. A mensagem também pode beneficiar-se em termos de difusão com a
utilização desses estereótipos, se estes forem empregados como facilitadores da
observação graças à generalidade em que implicam.

       Textos estáveis, gravados ou escritos, trazem referências aos valores e à cultura
dos seus enunciadores e à situação de enunciação. Na mesma medida, alguns textos
adquirem estabilidade por serem incansavelmente repetidos, fato só possibilitado graças
à forma que possuem, que busca facilitar a memorização. Tais discursos também


                                           7
carregam características de seu contexto de produção, embora percam em parte a marca
subjetiva do enunciador, uma vez que tais canções, ditados, ditos, rezas, causos, piadas,
estórias e lendas têm uma forma parcialmente estática, deixando pouco espaço para
modificações pessoais, embora sejam atualizados juntamente com a cultura. A análise
do discurso permite revelar ou compreender parcialmente tais características do
enunciador e traz também à tona os estereótipos e preconceitos que ele carrega consigo
e transmite, de forma explícita ou não.

       A frase “Terra à vista”, por exemplo, é o discurso de quem chega a algum lugar,
sendo que este carrega em si uma forte carga histórica que traz a tona estereótipos e
preconceitos. Enquanto para nós, colonizados, ela indica dominação e invasão,
atribuindo ao colonizador um estereótipo negativo, para os europeus ela faz referência à
sensação de alívio de chegar a um porto seguro e também à descoberta do mundo novo
que abriga o selvagem, outro forte estereótipo. Tal terra é observada pelo colonizador
através de seus valores, recebendo, assim, o status de primitiva, ou seja, aquela que deve
ser civilizada. Esse enunciado é, portanto, o ponto de partida para que se formem
estereótipos que servirão como marcadores da terra nova. É a partir do olhar e de toda a
bagagem cultural do descobridor que a terra “vista” passa a existir e, conseqüentemente,
a construir sua história no universo dos significados e da linguagem, carregada de
estereótipos e preconceitos que, embora facilitem a formação de tal conceito e a
observação da realidade, obliteram a visão por tratarem-se de generalizações
culturalmente e historicamente construídas. O discurso colonial passa a constituir o
imaginário social daqueles que foram descobertos, dessa forma eles ver-se através da
ótica dos descobridores. Pode-se observar tal influência até mesmo na atual imagem, ou
estereótipo, ligada ao brasileiro: um povo alegre, brincalhão, sensual, criativo, mas
indolente, irresponsável e sem objetividade. Nesse caso observa-se a transformação do
discurso histórico em cultural.




                                            8
Bibliografia




BLIKSTEIN, Izidoro. Kaspar Hauser ou a fabricação da realidade. São Paulo, Cultrix,
     1990. p. 11-64.
ORLANDI, Eni P. Terra à Vista. Discurso do Confronto: velho e novo mundo. São
     Paulo, Cortez, 1990. p. 13-37.
MAINGUENEAU, Dominique. Análise de textos de comunicação. São Paulo: Cortez,
     2001.p71-83
PRETI, Dino. Sociolingüística: os níveis de fala (um estudo sociolingüístico do diálogo
     na Literatura Brasileira). São Paulo, Edusp, 1997. p. 11-71.
SAUSSURE, Ferdinand de. Curso de lingüística geral. São Paulo, Cultrix, 1973.
SCHAFF, A. Linguagem e conhecimento. Coimbra, Almedina, 1974. p. 247-268.
VIGOTSKI, Lev S. Pensamento e linguagem. São Paulo, Martins Fontes, 2005. p. 1-10.




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Análise sobre os signos, significados e significantes

  • 1. UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE COMUNICAÇÕES E ARTES DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÕES E ARTES LÍNGUA PORTUGUESA. REDAÇÃO E EXPRESSÃO ORAL I Prof ª. Drª. ROSELI A. FÍGARO PAULINO A Influência dos Estereótipos na Linguagem Componentes do Grupo: Carolina Bavaresco Guarita (Turismo) Guilherme Augusto Françolin (Publicidade e Propaganda) Jean Michel Gallo Soldatelli (Publicidade e Propaganda) Lucas Terribili (Relações Públicas) Viviane Magalhães Cordeiro (Turismo) SÃO PAULO, MAIO/2008
  • 2. UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE COMUNICAÇÕES E ARTES DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÕES E ARTES LÍNGUA PORTUGUESA. REDAÇÃO E EXPRESSÃO ORAL I Prof ª. Drª. ROSELI A. FÍGARO PAULINO A Influência dos Estereótipos na Linguagem Trabalho referente à disciplina de Língua Portuguesa. Redação e Expressão Oral I do Departamento de Comunicações e Artes da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo. Orientado pela Profa. Dra. Roseli A. Fígaro Paulino. Realizado pelos alunos: Carolina Bavaresco Guarita (Turismo), Guilherme Augusto Françolin (Publicidade e Propaganda), Jean Michel Gallo Soldatelli (Publicidade e Propaganda), Lucas Terribili (Relações Públicas), Viviane Magalhães Cordeiro (Turismo). SÃO PAULO, MAIO/2008 2
  • 3. A Influência dos Estereótipos na Linguagem Introdução Há diversos conceitos elaborados por pensadores sobre a definição de cultura, e, em síntese, este é um processo de ações não inatas do homem, criadas e aprimoradas através da comunicação entre indivíduos, o que garante sua preservação. Para Schaff, por exemplo, “a cultura é o depósito de certos processos dos seus produtos e de comportamentos humanos definidos”¹, ou seja, em sua concepção de cultura ele inclui os pensamentos dos sujeitos pertencentes a uma dada cultura, os resultados desses pensamentos e os comportamentos dos indivíduos em seus contextos culturais. Decorre-se disso, portanto, que para que a cultura exista e perpetue-se deve haver o desenvolvimento de um sistema de signos e códigos, ou seja, da linguagem. Ao longo dos tempos o conceito de linguagem foi desenvolvendo-se, porém apenas contemporaneamente obtivemos um conceito mais cristalizado: a linguagem media a relação entre o pensamento e a realidade, sendo, portanto, uma unidade mental e verbal. Nisso implica que o pensamento é irrealizável sem a linguagem. A linguagem é modelada por diversos aspectos, entre eles as generalizações de experiências particulares, conhecidas como estereótipos, e cristalização de tais generalizações, formando conceitos prévios revelados implicitamente, os preconceitos, que variam de acordo com fatores geográficos, sociais, familiares e culturais. A junção dos preconceitos e dos estereótipos molda de forma particular a linguagem de um indivíduo ou de uma comunidade e a utilização de signos específicos relativos a um ponto em comum. 1. SCHAFF, Adam. Linguagem e Conhcecimento.Coimbra: Almedina,1974,p.267. 3
  • 4. Pensamento e Linguagem: uma interdependência essencial para comunicação É complexa a relação entre pensamento e linguagem. Partindo da análise semântica estudada por Vygotsky o pensamento e a fala demonstram uma relação intrínseca e não apenas mecânica, como acredita um ramo de pesquisadores da psicologia. Sabemos hoje que “o significado é parte inalienável da palavra como tal, e dessa forma pertencem tanto ao domínio da linguagem quanto ao domínio do pensamento”**. Com isso podemos perceber que a decodificação do pensamento necessita de um domínio cultural, portanto, depende da linguagem. Como exemplo dessa necessidade, podemos citar a personagem Kaspar Hauser de Werner Herzog, a qual passa dezoito anos sem contato com cultura alguma, ignorando dessa forma qualquer sistema lingüístico convencional. Assim ela não consegue se comunicar com as pessoas ao ser repentinamente deixada em Nuremberg, demonstrando apenas seus instintos mais básicos, como a fome e o cansaço. A linguagem constitui o fundamento social dado no pensamento individual, ou seja, é transmitida socialmente ao indivíduo, formando a base necessária ao seu pensamento conceitual, e é esta base que faz com que determinado sujeito possa comunicar-se com outros integrantes da mesma comunidade lingüística, já que cada comunidade possui uma visão de mundo definida e utiliza o mesmo sistema de signos. Quando tal relação dá-se entre pessoas de diferentes comunidades lingüísticas, é possível que haja a tradução entre os diferentes sistemas lingüísticos. Para tanto, deve- se possuir profundo conhecimento e familiaridade com as culturas de cada uma das sociedades envolvidas em tal tradução e de seus conjuntos de regras gramaticais. As diferentes culturas constituíram-se gradualmente através da acumulação de experiências e hábitos de diversas gerações, além da colaboração entre diversas culturas. Juntamente a tal constituição desenvolveram-se sistemas lingüísticos, a nós transmitidos durante toda vida e de forma mais intensa durante a aprendizagem da fala. Nessa etapa todo o saber social culturalmente acumulado por nós incorporado através dos sistemas de valores utilizados, dos estereótipos, dos comportamentos humanos, e de signos, representações utilizadas pela sociedade durante a comunicação. 4
  • 5. Os Signos modelados pelo meio Para que exista comunicação, é necessário que o indivíduo conheça todo um sistema de símbolos inerentes a determinada realidade e que haja um conhecimento amplo e avançado das palavras. Na falta desta realidade conceituada comum (cultura), a comunicação torna-se muito limitada. O signo é considerado um representante das coisas, isto é, da realidade. Para F. Saussure os signos existem entre o falante e o ouvinte, ligando um significado a um significante. Esta relação não se da de forma natural, ela será estabelecida por um consenso social. Portanto, como dissemos anteriormente, Kaspar Hauser não pode compreender os signos da sociedade por não ter passado pelo processo tributário educacional e de socialização da representatividade dos signos. Para melhor compreender a relação citada, foi estabelecida a triáde que envolve o símbolo (signo ou significante), a referência ou o pensamento (significado) e o referente (coisa ou objeto extralingüístico). Apesar de esquecido por parte dos pesquisadores lingüísticos, através de estudos como o de Izidoro Blikstein, em seu livro Kaspar Hauser ou a fabricação da realidade, foi possível concluir que o referente situa-se atrás ou antes da linguagem, como um evento cognitivo produzido por nossa percepção e construído pela dimensão perceptivo-cognitiva na prática do real. Nossa percepção não é ingênua ou pura; está condicionada a um sistema de crenças e estratégias perceptuais, dependendo de uma construção e de uma prática social, ou práxis, produzindo assim um referente. Sem a práxis não há significação; ela é indefectível e vital para a sobrevivência de qualquer comunidade. Devemos ressaltar, porém, que existem diversas sociedades, portanto, existem diferentes percepções da realidade, o que faz com que os indivíduos criem muitos códigos para a comunicação. Dialetos e sotaques são exemplos disso, uma vez que cada região forma um modo característico de falar a mesma língua. 5
  • 6. Dialetos sociais e níveis de fala No cotidiano de uma sociedade, a língua é instrumento fundamental para a dinâmica social, ou seja, para que as relações diárias ocorram é necessária a existência de uma linguagem comum. Possuindo tal função social, a língua sofre direta influência de características inerentes ao enunciador, como sua classe, sua origem, sua história, ou seja, fatores econômicos, sociais, religiosos, étnicos e culturais. Com isso as variações lingüísticas antes consideradas errôneas, são hoje entendidas como outras maneiras de expressar a realidade que cerca os sujeitos. Além de compreender essa verdade, os meios de comunicação adotam os falares diversos para atingir uma parcela cada vez maior da população. Os meios de comunicação, junto à educação e a literatura são, portanto, os agentes que condicionam e nivelam a linguagem, divulgando a norma culta e tentando ilustrar a oralidade. Assim analisou Dino Preti em seu livro Sociolingüística: os níveis de fala (um estudo sociolingüístico do diálogo na Literatura Brasileira). A diversidade lingüística possui três dimensões: a do emissor, a do receptor e a do contexto. Para a sociolingüística o contexto ganha mais importância, uma vez que apenas o discurso do emissor e a bagagem cultural do receptor não são suficientes para definir a verdadeira intenção do discurso. A mesma ciência atesta que cada indivíduo faz adequações para identificar o que os outros falam e que estas acontecem no dia-a- dia, resultando em um grande número de dialetos que coexistem concomitantemente sem entrar em graves conflitos. Algumas das variantes criadas pelo português padrão são a norma culta (o ideal lingüístico); a norma comum, mais distensa que a culta, porém não tão simplificada quanto a popular; a norma popular, que comporta um grande número de elementos afetivos e gírias; e, por fim, a norma vulgar, uma redução das flexões a duas pessoas (eu e não-eu). Todos esses dialetos sociais coexistem numa mesma comunidade e desempenham, cada um, seu papel específico. Deve-se atentar para o preconceito decorrido do uso de determinada linguagem fora do contexto ou emitida para um receptor que não a compreenda, podendo levar assim a construção de estereótipos e imagens prejudiciais ou negativas de determinado grupo social. 6
  • 7. Discurso e estereótipo Estereótipos são generalizações feitas a partir de experiências particulares. Uma vez que essas generalizações fazem-se presentes nos discursos e os influenciam, elas recebem também a influência que o próprio discurso sofre graças ao mídium em que é enunciado. O meio supõe mais apenas que o suporte: carrega em si uma forma, aspectos e especificidades de enunciação, modelando a mensagem. A comunicação, enquanto processo não linear, demanda uma interação entre enunciador e co-enunciador, ambos sujeitos que devem ser assim interpretados. Nesse contexto o discurso sofre direta influência do meio de veiculação da mensagem, de seu tema e da sua situação de enunciação e recepção, modificando seu gênero, sua forma e seu conteúdo, assim como sua difusão e alcance. A mensagem dialoga diretamente com o histórico, a cultura e os valores dos envolvidos na enunciação, portanto a presença de estereótipos e preconceitos e sua interpretação enquanto tais, seu reconhecimento ou refutação, dependem também de questões subjetivas advindas do meio no qual estão inseridos e desenvolveram-se os sujeitos. O suporte material de produção e a situação de difusão da mensagem modificam a forma como tais estereótipos e preconceitos são expressos uma vez que o enunciador ao difundi-los – ou seja, quando expressa-os reafirmando-os – compromete- se pessoalmente com eles, reconhecendo-os como verdadeiros. Com isso os preconceitos e estereótipos podem aparecer de forma velada ou menos explícita a fim de não relacionar de forma direta o enunciador a eles. O acerto do tema, da potência, da ocasião e do gênero do discurso, entretanto, não faz desse tipo de discurso velado menos eficaz na transmissão de uma mensagem, podendo torná-la ainda mais persuasiva por não tratar-se de um discurso explicitamente calcado em estereótipos ou preconceitos. A mensagem também pode beneficiar-se em termos de difusão com a utilização desses estereótipos, se estes forem empregados como facilitadores da observação graças à generalidade em que implicam. Textos estáveis, gravados ou escritos, trazem referências aos valores e à cultura dos seus enunciadores e à situação de enunciação. Na mesma medida, alguns textos adquirem estabilidade por serem incansavelmente repetidos, fato só possibilitado graças à forma que possuem, que busca facilitar a memorização. Tais discursos também 7
  • 8. carregam características de seu contexto de produção, embora percam em parte a marca subjetiva do enunciador, uma vez que tais canções, ditados, ditos, rezas, causos, piadas, estórias e lendas têm uma forma parcialmente estática, deixando pouco espaço para modificações pessoais, embora sejam atualizados juntamente com a cultura. A análise do discurso permite revelar ou compreender parcialmente tais características do enunciador e traz também à tona os estereótipos e preconceitos que ele carrega consigo e transmite, de forma explícita ou não. A frase “Terra à vista”, por exemplo, é o discurso de quem chega a algum lugar, sendo que este carrega em si uma forte carga histórica que traz a tona estereótipos e preconceitos. Enquanto para nós, colonizados, ela indica dominação e invasão, atribuindo ao colonizador um estereótipo negativo, para os europeus ela faz referência à sensação de alívio de chegar a um porto seguro e também à descoberta do mundo novo que abriga o selvagem, outro forte estereótipo. Tal terra é observada pelo colonizador através de seus valores, recebendo, assim, o status de primitiva, ou seja, aquela que deve ser civilizada. Esse enunciado é, portanto, o ponto de partida para que se formem estereótipos que servirão como marcadores da terra nova. É a partir do olhar e de toda a bagagem cultural do descobridor que a terra “vista” passa a existir e, conseqüentemente, a construir sua história no universo dos significados e da linguagem, carregada de estereótipos e preconceitos que, embora facilitem a formação de tal conceito e a observação da realidade, obliteram a visão por tratarem-se de generalizações culturalmente e historicamente construídas. O discurso colonial passa a constituir o imaginário social daqueles que foram descobertos, dessa forma eles ver-se através da ótica dos descobridores. Pode-se observar tal influência até mesmo na atual imagem, ou estereótipo, ligada ao brasileiro: um povo alegre, brincalhão, sensual, criativo, mas indolente, irresponsável e sem objetividade. Nesse caso observa-se a transformação do discurso histórico em cultural. 8
  • 9. Bibliografia BLIKSTEIN, Izidoro. Kaspar Hauser ou a fabricação da realidade. São Paulo, Cultrix, 1990. p. 11-64. ORLANDI, Eni P. Terra à Vista. Discurso do Confronto: velho e novo mundo. São Paulo, Cortez, 1990. p. 13-37. MAINGUENEAU, Dominique. Análise de textos de comunicação. São Paulo: Cortez, 2001.p71-83 PRETI, Dino. Sociolingüística: os níveis de fala (um estudo sociolingüístico do diálogo na Literatura Brasileira). São Paulo, Edusp, 1997. p. 11-71. SAUSSURE, Ferdinand de. Curso de lingüística geral. São Paulo, Cultrix, 1973. SCHAFF, A. Linguagem e conhecimento. Coimbra, Almedina, 1974. p. 247-268. VIGOTSKI, Lev S. Pensamento e linguagem. São Paulo, Martins Fontes, 2005. p. 1-10. 9