O documento discute conceitos fundamentais da linguagem humana como linguagem, língua e fala. A linguagem é exclusivamente humana e permite a comunicação de ideias através de símbolos. A língua é o código linguístico de um povo, enquanto a fala é o uso individual da língua por cada falante.
O documento discute a sintaxe como o estudo das regras que determinam como as palavras podem ser combinadas em orações. A sintaxe organiza a estrutura das unidades linguísticas e como elas se combinam em sentenças para transmitir significados compreensíveis. Relações sintáticas e funções sintáticas definem as estruturas possíveis nas línguas.
1) O documento discute estratégias para o desenvolvimento da oralidade e compreensão da leitura. 2) Inclui exemplos de jogos e atividades para trabalhar a compreensão oral e produção de discursos, como analisar palavras desconhecidas e apresentações sobre temas de interesse. 3) O objetivo é melhorar as habilidades de comunicação oral e escrita dos estudantes por meio de estratégias ativas de aprendizagem.
O documento apresenta um resumo sobre diferentes abordagens gramaticais ao longo da história:
1) A gramática tradicional tem uma visão normativa e não consegue explicar completamente a natureza da linguagem;
2) A gramática histórico-comparativa analisa as semelhanças entre línguas para identificar estruturas originais, mas foca apenas no aspecto histórico;
3) A gramática estrutural vê a língua como um sistema autônomo regido por leis internas, porém exclui aspectos
Este documento contém informações sobre uma aula de português ministrada pelo professor Josimar Porto. Inclui uma análise de um poema de Carlos Drummond de Andrade, um roteiro de estudo sobre concepções de linguagem e elementos da comunicação, e respostas para exercícios propostos na aula.
Concepções de linguagem e sua implicação para o ensino de línguas. Ailton Moreira
O documento discute a linguagem humana ao longo da história, desde a Grécia Antiga até teorias modernas. Aborda visões de Aristóteles, Platão, Rousseau e Chomsky, além de conceitos como LAD, período crítico e funções da linguagem de acordo com Jakobson. Também apresenta a abordagem CLT para ensino de línguas.
Este documento discute conceitos básicos de linguística para preparar estudantes para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Ele define linguagem e língua, explica a diferença entre comunicação humana e animal, e discute diferentes tipos de linguagens e tradução entre elas.
O documento apresenta os principais conceitos da linguística geral, incluindo fonética, fonologia, morfologia, sintaxe e semântica. Também discute a diferença entre fonética e fonologia e entre morfologia e sintaxe. Por fim, fornece referências bibliográficas sobre o tema.
O documento discute a sintaxe como o estudo das regras que determinam como as palavras podem ser combinadas em orações. A sintaxe organiza a estrutura das unidades linguísticas e como elas se combinam em sentenças para transmitir significados compreensíveis. Relações sintáticas e funções sintáticas definem as estruturas possíveis nas línguas.
1) O documento discute estratégias para o desenvolvimento da oralidade e compreensão da leitura. 2) Inclui exemplos de jogos e atividades para trabalhar a compreensão oral e produção de discursos, como analisar palavras desconhecidas e apresentações sobre temas de interesse. 3) O objetivo é melhorar as habilidades de comunicação oral e escrita dos estudantes por meio de estratégias ativas de aprendizagem.
O documento apresenta um resumo sobre diferentes abordagens gramaticais ao longo da história:
1) A gramática tradicional tem uma visão normativa e não consegue explicar completamente a natureza da linguagem;
2) A gramática histórico-comparativa analisa as semelhanças entre línguas para identificar estruturas originais, mas foca apenas no aspecto histórico;
3) A gramática estrutural vê a língua como um sistema autônomo regido por leis internas, porém exclui aspectos
Este documento contém informações sobre uma aula de português ministrada pelo professor Josimar Porto. Inclui uma análise de um poema de Carlos Drummond de Andrade, um roteiro de estudo sobre concepções de linguagem e elementos da comunicação, e respostas para exercícios propostos na aula.
Concepções de linguagem e sua implicação para o ensino de línguas. Ailton Moreira
O documento discute a linguagem humana ao longo da história, desde a Grécia Antiga até teorias modernas. Aborda visões de Aristóteles, Platão, Rousseau e Chomsky, além de conceitos como LAD, período crítico e funções da linguagem de acordo com Jakobson. Também apresenta a abordagem CLT para ensino de línguas.
Este documento discute conceitos básicos de linguística para preparar estudantes para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Ele define linguagem e língua, explica a diferença entre comunicação humana e animal, e discute diferentes tipos de linguagens e tradução entre elas.
O documento apresenta os principais conceitos da linguística geral, incluindo fonética, fonologia, morfologia, sintaxe e semântica. Também discute a diferença entre fonética e fonologia e entre morfologia e sintaxe. Por fim, fornece referências bibliográficas sobre o tema.
Este documento discute as abordagens formal e funcional no estudo da linguagem. A abordagem formal vê a linguagem como um fenômeno mental autônomo, enquanto a abordagem funcional a vê como um instrumento de comunicação social. Embora diferente em suas perspectivas, ambas reconhecem a universalidade da linguagem humana.
O documento apresenta uma introdução aos estudos linguísticos, abordando tópicos como mitos de criação, o poder da palavra no Antigo Egito, definições de linguística e seus objetos de estudo. É apresentada a diferença entre linguística e gramática tradicional e discutidas suas abordagens. Por fim, conceitos como comunicação humana, elementos da comunicação e suas interfaces com outras áreas são explicados.
Este documento apresenta conceitos básicos da análise semântica, incluindo menção, uso, linguagem-objeto, metalinguagem, explícito, implícito, negação, ambiguidade e vagueza. O documento também discute a necessidade de aprofundar o estudo desses conceitos por meio de diferentes correntes semânticas.
Este documento resume os principais pontos abordados no livro "Manual de Semântica" sobre o objeto de estudo da semântica. A semântica estuda o significado das palavras e sentenças, analisando propriedades como composicionalidade, implicação, ambiguidade e atos de fala. Aborda também a distinção entre referência e representação na construção do significado.
O documento discute a interação verbal e variação linguística. Apresenta como a interação entre pessoas provoca mudanças nos interlocutores e como as variantes linguísticas se adequam à situação comunicativa. Detalha os principais tipos de dialetos e registros e como eles variam de acordo com fatores como idade, gênero e situação social. Por fim, aborda os elementos coesivos que dão unidade a um texto.
Dicotomias de saussure gabarito comentadoVilmar Vilaça
Este documento fornece exemplos e exercícios sobre as dicotomias sincronia-diacronia e sintagma-paradigma de Saussure. Resume os principais conceitos dessas dicotomias linguísticas, como o estudo de estados de língua em determinados momentos versus mudanças ao longo do tempo, e a combinação linear de elementos versus possibilidades de escolha.
O documento discute a necessidade de alfabetismo visual universal à luz da invenção da câmera e das novas tecnologias visuais. Argumenta-se que da mesma forma que a invenção da imprensa levou ao desenvolvimento da linguagem escrita, as novas mídias visuais requerem o desenvolvimento de uma sintaxe visual para controlar seu potencial. O livro pretende explorar os elementos, técnicas e meios visuais básicos para promover o entendimento e uso da expressão visual.
1) O documento discute definições de linguagem, língua e linguística, segundo Margarida Petter.
2) A diferença entre gramática e linguística é explicada, sendo que a gramática prescreve regras e a linguística faz descrições científicas.
3) A importância dos filósofos gregos para a gramática é destacada, uma vez que seus estudos abrangeram diversos aspectos da linguagem.
Este documento apresenta uma introdução aos estudos linguísticos. Aborda tópicos como o que é linguística, como ela estuda a língua, a diferença entre linguística e gramática, e os elementos da comunicação humana verbal e não-verbal.
O documento discute as funções da linguagem na comunicação e no jornalismo. Apresenta seis funções linguísticas essenciais para a comunicação: expressiva, conativa, referencial, fática, metalinguística e poética. Explora cada função e exemplifica como elas são utilizadas na linguagem jornalística para transmitir informações de maneira eficaz.
1) O funcionalismo em linguística estuda a linguagem como um instrumento de comunicação e interação social.
2) A análise funcional deve descrever a língua como um requisito pragmático para a interação verbal e levar em conta a função semântica, sintática e pragmática das unidades linguísticas.
3) A perspectiva funcional analisa a sentença dividindo-a em tema (informação dada) e rema (informação nova) de acordo com o contexto comunicacional.
O documento discute as principais visões do funcionalismo linguístico em 3 frases ou menos:
1) O funcionalismo estuda a relação entre a estrutura gramatical das línguas e os contextos comunicativos em que são usadas, enfatizando a função das unidades linguísticas.
2) O funcionalismo inclui várias subteorias que consideram que a língua tem funções cognitivas e sociais que determinam suas estruturas e sistemas gramaticais.
3) Abordagens funcionais como a de Praga, Halliday e a
O documento discute as interfaces entre semântica e pragmática. Ele argumenta que a natureza da interface interna (entre semântica, sintaxe e pragmática) depende da interface externa escolhida (com lógica, ciências cognitivas etc.). Também discute a visão de que a semântica é indeterminada sem fatores pragmáticos, mas que isso pode levar à trivialização da pragmática.
O documento discute linguística geral e mitos linguísticos, incluindo que língua não é estática e varia de acordo com uso social, e que normas linguísticas não determinam ascensão social. Também aborda polêmicas sobre livro didático e Acordo Ortográfico.
Este documento discute as dicotomias que cercam a noção de gramática e sua avaliação no contexto escolar. Apresenta as tensões entre uso e norma-padrão, modalidade falada e escrita, e descrição versus prescrição como ingredientes naturais das línguas, mas argumenta que a dicotomia certo versus errado é improdutiva para a gramática escolar.
TCC AS CONCEPÇÕES DE LÍNGUAGEM: Diagnóstico para proposta de intervenção no c...Joyce Nascimento
O documento discute a importância da interação na relação professor-aluno e as dificuldades encontradas nessa relação em algumas escolas. Apresenta teorias sócio-interacionistas que defendem a importância da linguagem e da interação social no processo de aprendizagem. Argumenta que atividades que estimulem a participação dos alunos e sua interação com problemas sociais reais podem melhorar o ensino e a aprendizagem.
Leitura e compreensão texto falado e escritoAFMO35
O documento discute a leitura e compreensão de textos orais e escritos como atos individuais inseridos em práticas sociais. Apresenta a importância de tratar ambos os tipos de texto na escola, sem distinção, e mostra que a compreensão envolve fatores como conhecimentos prévios, coerência e cooperação entre leitor e texto. Conclui que, apesar de ato individual, a leitura depende de condições sociais que estruturam as práticas de interpretação.
Semantica pires de oliveira intro linguisticajefreirocha
O documento discute diferentes abordagens semânticas e seus conceitos de significado. Apresenta a semântica formal, que vê significado como sentido e referência, a semântica da enunciação, que considera o significado construído na linguagem, e a semântica cognitiva, que baseia o significado na experiência corporal.
O documento discute diferentes abordagens da semântica, incluindo a semântica lexical, que estuda o significado das palavras e suas relações, a semântica formal, que analisa a relação entre linguagem e mundo, e a semântica cognitiva, que vê o significado como baseado na experiência corporal e interação com o meio ambiente.
O documento discute a comunicação verbal e suas implicações na modalidade oral e escrita da linguagem. Apresenta conceitos como texto, discurso, língua e comunicação. Aborda também a Teoria das Faces de Goffman e aspectos linguísticos relacionados à produção de textos acadêmicos e profissionais.
A entrevista discute três tópicos principais:
1) A definição de língua como um sistema complexo programado no cérebro para representar esquemas mentais através de um código perceptível.
2) A relação entre língua, linguagem e sociedade, onde a língua é parte da identidade cultural de um povo e importante para a unidade nacional.
3) Os vínculos entre língua, pensamento e cultura, onde a língua influencia categorias cognitivas e ambos dependem do conhecimento mundial.
O documento discute a linguagem humana versus a comunicação animal, destacando que a linguagem humana envolve representação simbólica e abstrata, permitindo que os humanos deem sentido ao mundo de forma diferente dos animais. Também aborda os conceitos de língua versus linguagem e como as línguas variam entre culturas e sociedades.
Este documento discute as abordagens formal e funcional no estudo da linguagem. A abordagem formal vê a linguagem como um fenômeno mental autônomo, enquanto a abordagem funcional a vê como um instrumento de comunicação social. Embora diferente em suas perspectivas, ambas reconhecem a universalidade da linguagem humana.
O documento apresenta uma introdução aos estudos linguísticos, abordando tópicos como mitos de criação, o poder da palavra no Antigo Egito, definições de linguística e seus objetos de estudo. É apresentada a diferença entre linguística e gramática tradicional e discutidas suas abordagens. Por fim, conceitos como comunicação humana, elementos da comunicação e suas interfaces com outras áreas são explicados.
Este documento apresenta conceitos básicos da análise semântica, incluindo menção, uso, linguagem-objeto, metalinguagem, explícito, implícito, negação, ambiguidade e vagueza. O documento também discute a necessidade de aprofundar o estudo desses conceitos por meio de diferentes correntes semânticas.
Este documento resume os principais pontos abordados no livro "Manual de Semântica" sobre o objeto de estudo da semântica. A semântica estuda o significado das palavras e sentenças, analisando propriedades como composicionalidade, implicação, ambiguidade e atos de fala. Aborda também a distinção entre referência e representação na construção do significado.
O documento discute a interação verbal e variação linguística. Apresenta como a interação entre pessoas provoca mudanças nos interlocutores e como as variantes linguísticas se adequam à situação comunicativa. Detalha os principais tipos de dialetos e registros e como eles variam de acordo com fatores como idade, gênero e situação social. Por fim, aborda os elementos coesivos que dão unidade a um texto.
Dicotomias de saussure gabarito comentadoVilmar Vilaça
Este documento fornece exemplos e exercícios sobre as dicotomias sincronia-diacronia e sintagma-paradigma de Saussure. Resume os principais conceitos dessas dicotomias linguísticas, como o estudo de estados de língua em determinados momentos versus mudanças ao longo do tempo, e a combinação linear de elementos versus possibilidades de escolha.
O documento discute a necessidade de alfabetismo visual universal à luz da invenção da câmera e das novas tecnologias visuais. Argumenta-se que da mesma forma que a invenção da imprensa levou ao desenvolvimento da linguagem escrita, as novas mídias visuais requerem o desenvolvimento de uma sintaxe visual para controlar seu potencial. O livro pretende explorar os elementos, técnicas e meios visuais básicos para promover o entendimento e uso da expressão visual.
1) O documento discute definições de linguagem, língua e linguística, segundo Margarida Petter.
2) A diferença entre gramática e linguística é explicada, sendo que a gramática prescreve regras e a linguística faz descrições científicas.
3) A importância dos filósofos gregos para a gramática é destacada, uma vez que seus estudos abrangeram diversos aspectos da linguagem.
Este documento apresenta uma introdução aos estudos linguísticos. Aborda tópicos como o que é linguística, como ela estuda a língua, a diferença entre linguística e gramática, e os elementos da comunicação humana verbal e não-verbal.
O documento discute as funções da linguagem na comunicação e no jornalismo. Apresenta seis funções linguísticas essenciais para a comunicação: expressiva, conativa, referencial, fática, metalinguística e poética. Explora cada função e exemplifica como elas são utilizadas na linguagem jornalística para transmitir informações de maneira eficaz.
1) O funcionalismo em linguística estuda a linguagem como um instrumento de comunicação e interação social.
2) A análise funcional deve descrever a língua como um requisito pragmático para a interação verbal e levar em conta a função semântica, sintática e pragmática das unidades linguísticas.
3) A perspectiva funcional analisa a sentença dividindo-a em tema (informação dada) e rema (informação nova) de acordo com o contexto comunicacional.
O documento discute as principais visões do funcionalismo linguístico em 3 frases ou menos:
1) O funcionalismo estuda a relação entre a estrutura gramatical das línguas e os contextos comunicativos em que são usadas, enfatizando a função das unidades linguísticas.
2) O funcionalismo inclui várias subteorias que consideram que a língua tem funções cognitivas e sociais que determinam suas estruturas e sistemas gramaticais.
3) Abordagens funcionais como a de Praga, Halliday e a
O documento discute as interfaces entre semântica e pragmática. Ele argumenta que a natureza da interface interna (entre semântica, sintaxe e pragmática) depende da interface externa escolhida (com lógica, ciências cognitivas etc.). Também discute a visão de que a semântica é indeterminada sem fatores pragmáticos, mas que isso pode levar à trivialização da pragmática.
O documento discute linguística geral e mitos linguísticos, incluindo que língua não é estática e varia de acordo com uso social, e que normas linguísticas não determinam ascensão social. Também aborda polêmicas sobre livro didático e Acordo Ortográfico.
Este documento discute as dicotomias que cercam a noção de gramática e sua avaliação no contexto escolar. Apresenta as tensões entre uso e norma-padrão, modalidade falada e escrita, e descrição versus prescrição como ingredientes naturais das línguas, mas argumenta que a dicotomia certo versus errado é improdutiva para a gramática escolar.
TCC AS CONCEPÇÕES DE LÍNGUAGEM: Diagnóstico para proposta de intervenção no c...Joyce Nascimento
O documento discute a importância da interação na relação professor-aluno e as dificuldades encontradas nessa relação em algumas escolas. Apresenta teorias sócio-interacionistas que defendem a importância da linguagem e da interação social no processo de aprendizagem. Argumenta que atividades que estimulem a participação dos alunos e sua interação com problemas sociais reais podem melhorar o ensino e a aprendizagem.
Leitura e compreensão texto falado e escritoAFMO35
O documento discute a leitura e compreensão de textos orais e escritos como atos individuais inseridos em práticas sociais. Apresenta a importância de tratar ambos os tipos de texto na escola, sem distinção, e mostra que a compreensão envolve fatores como conhecimentos prévios, coerência e cooperação entre leitor e texto. Conclui que, apesar de ato individual, a leitura depende de condições sociais que estruturam as práticas de interpretação.
Semantica pires de oliveira intro linguisticajefreirocha
O documento discute diferentes abordagens semânticas e seus conceitos de significado. Apresenta a semântica formal, que vê significado como sentido e referência, a semântica da enunciação, que considera o significado construído na linguagem, e a semântica cognitiva, que baseia o significado na experiência corporal.
O documento discute diferentes abordagens da semântica, incluindo a semântica lexical, que estuda o significado das palavras e suas relações, a semântica formal, que analisa a relação entre linguagem e mundo, e a semântica cognitiva, que vê o significado como baseado na experiência corporal e interação com o meio ambiente.
O documento discute a comunicação verbal e suas implicações na modalidade oral e escrita da linguagem. Apresenta conceitos como texto, discurso, língua e comunicação. Aborda também a Teoria das Faces de Goffman e aspectos linguísticos relacionados à produção de textos acadêmicos e profissionais.
A entrevista discute três tópicos principais:
1) A definição de língua como um sistema complexo programado no cérebro para representar esquemas mentais através de um código perceptível.
2) A relação entre língua, linguagem e sociedade, onde a língua é parte da identidade cultural de um povo e importante para a unidade nacional.
3) Os vínculos entre língua, pensamento e cultura, onde a língua influencia categorias cognitivas e ambos dependem do conhecimento mundial.
O documento discute a linguagem humana versus a comunicação animal, destacando que a linguagem humana envolve representação simbólica e abstrata, permitindo que os humanos deem sentido ao mundo de forma diferente dos animais. Também aborda os conceitos de língua versus linguagem e como as línguas variam entre culturas e sociedades.
O documento discute a linguagem humana e sua relação com a socialização. Em três frases:
1) Aristóteles definiu o homem como político devido à sua capacidade de linguagem, que permite a vida social.
2) A linguagem humana é fruto da razão e permite a expressão consciente de ideias, diferentemente da comunicação instintiva de animais.
3) A linguagem permite a representação de ideias por meio de sistemas de signos e possibilita a leitura e a dinâmica da comunicação e socialização
A linguagem é fundamental para o desenvolvimento humano desde a infância, permitindo que as crianças compreendam o mundo ao seu redor e se comuniquem. A linguagem não é apenas um instrumento de comunicação, mas também constitui o próprio pensamento e a identidade das pessoas.
O documento discute conceitos-chave da linguística como signo linguístico, enunciação, discurso e ideologia de acordo com autores como Jakobson, Benveniste, Orlandi e Pêcheux. Resume três pontos principais: 1) A linguagem é constituída por signos que combinam significante e significado; 2) A enunciação estabelece o locutor e interlocutor no ato da fala; 3) O discurso é determinado pela ideologia que produz sentidos e sujeitos.
O documento discute conceitos-chave da linguística como signo linguístico, enunciação, interdiscurso e ideologia. Aborda teóricos como Jakobson, Benveniste e Orlandi e conceitos como emissor, receptor, código, mensagem, subjetividade, tempo, referente e sujeito discursivo.
Este documento discute diferentes concepções de linguagem ao longo do tempo, desde a visão da linguagem como expressão do pensamento até a visão atual da linguagem como processo de interação. Também aborda os conceitos de linguagem como instrumento de comunicação e a função da língua de acordo com cada concepção.
A concepção de sujeito da psicanalise a analise do discurso carmem e chagasMarcos Silvabh
Este documento discute concepções de sujeito na psicanálise, análise do discurso e linguística. Apresenta definições de língua, linguagem e discurso segundo diferentes autores e discute como o sujeito é construído na e pela linguagem. Também faz um paralelo entre as ideias de Freud, Lacan, Foucault e Pêcheux sobre o conceito de sujeito.
O documento discute os elementos da comunicação e tipos de linguagem. Apresenta os componentes da comunicação como emissor, receptor, mensagem, código e canal. Também aborda linguagem verbal, não-verbal, expressões faciais e corporal como formas de comunicação.
Slides da aula de Filosofia (João Luís) sobre O que é Linguagem?Turma Olímpica
O documento discute a filosofia da linguagem, começando com Platão explorando a relação entre nomes e coisas no Crátilo. Também aborda o significado linguístico, uso, compreensão e aprendizagem da linguagem. Finalmente, define linguagem como a capacidade humana de comunicação por meios vocais ou língua que envolve habilidades corporais e funcionais cerebrais.
O documento fornece informações sobre conceitos linguísticos como linguagem, língua, discurso e variação linguística. Também define as funções da linguagem de acordo com Roman Jakobson e apresenta exemplos de poemas ilustrando algumas dessas funções.
Este documento descreve os elementos essenciais da comunicação, incluindo emissor, receptor, mensagem, código, canal de comunicação e contexto. Ele também discute as funções da linguagem, como a função fática para manter contato, a função metalinguística para falar sobre a linguagem e a função poética encontrada na literatura.
O documento discute os conceitos de língua, linguagem, fala e variação linguística. Aborda que a língua é um código social formado por palavras e regras combinatórias usado para comunicação, enquanto a linguagem inclui diferentes sistemas de signos como pintura e música. Também destaca que a fala é a realização individual da língua e existem variações linguísticas de acordo com fatores como região e classe social.
O documento discute conceitos fundamentais sobre língua, linguagem e fala. Apresenta que a linguagem é a capacidade humana de se comunicar por meio de uma língua. Explica que língua é um sistema de signos convencionais usados por uma comunidade, enquanto a fala é o uso individual da língua por um indivíduo. Por fim, define o signo linguístico como formado por dois elementos: o significante (material) e o significado (conceitual).
1) O documento discute como a linguagem é influenciada por estereótipos através da generalização de experiências que formam conceitos prévios.
2) O pensamento depende da linguagem para ser comunicado, e diferentes culturas desenvolvem sistemas lingüísticos únicos.
3) A linguagem é modelada pelo meio social e cultural, levando ao desenvolvimento de diferentes dialetos e níveis de fala.
O documento discute a linguagem sob diferentes perspectivas: (1) A força criadora da linguagem é evidenciada nos mitos e religiões que narram a origem do mundo. (2) Existem quatro teorias sobre a origem da linguagem: imitação de sons da natureza, gestos, necessidades básicas e emoções. (3) Enquanto empiristas veem a linguagem como associação de sensações, racionalistas a veem como fato de inteligência para comunicar pensamentos.
O documento discute o conceito de discurso na ciência da linguagem, definindo-o como toda atividade comunicativa entre interlocutores que produz sentidos. Apresenta algumas características fundamentais do discurso, como ser contextualizado e produzido por um sujeito em interação com outros, tendo um caráter dialógico ao dialogar com outros discursos.
Este documento contém registros de atividades realizadas por um aluno em diferentes disciplinas ao longo de um semestre. As atividades incluem discussões sobre a importância da leitura, diversidade cultural, níveis de linguagem, estrutura de texto e análise de peças publicitárias sobre meio ambiente.
1. 1
Homem e linguagem
Neste capítulo, realizaremos uma reflexão sobre
os conceitos linguísticos fundamentais para a aprendizagem e o
ensino da língua portuguesa.
Serão abordados os conceitos de linguagem, língua e fala,
as diferentes formas como a linguagem é apresentada e a maneira
como os falantes de uma língua fazem uso dela. Serão apresentadas
ainda as funções da linguagem e suas variações.
2. – 10 –
Leitura e Escrita na Era Digital
Ao final do capítulo, será possível identificar os elementos da comuni-
cação, além de distinguir as funções da linguagem em relação aos elementos
do processo comunicativo. Também será possível diferenciar os conceitos de
linguagem, língua e fala e reconhecer a variação linguística como uma mani-
festação decorrente das influências recebidas no contato com as diversas cul-
turas existentes em nosso país.
A língua é, sem dúvida, um dos mais importantes produtos da cultura,
porque é o código utilizado em grande parte dos nossos atos de comunicação.
1.1 Linguagem, língua e fala
No dia a dia, costuma-se afirmar – o que cientificamente comprova-se –
que a linguagem diferencia o homem dos demais animais. Dessa forma, no
Dicionário de comunicação (RABAÇA, 1987, p. 367), encontramos a seguinte
definição: “a linguagem é um fato exclusivamente humano, um método de
comunicação racional de ideias, emoções e desejos por meio de símbolos
produzidos de maneira deliberada”
. Isso porque a linguagem humana pode
ser articulada por seu usuário, pode envolver o pensamento e o simbólico,
a representação da sua realidade e suas relações nos atos comunicativos.
Assim, a linguagem, a língua possibilita ao homem criar e agir sobre a rea-
lidade. Segundo Vygotsky, “o momento de maior significado no curso do
desenvolvimento intelectual, que dá origem às formas puramente humanas
de inteligência prática e abstrata, acontece quando a fala e a atividade prá-
tica, então duas linhas completamente independentes de desenvolvimento,
convergem” (VYGOTSKY, 2010, p. 12).
No texto a seguir, o filósofo Louis Hjelmslev (1975, p. 15) apresenta,
de modo filosófico e literário, a indiscutível importância da linguagem para
o homem:
A linguagem, a fala humana é uma inesgotável riqueza de
múltiplos valores. A linguagem é inseparável do homem e
segue-o em todos os seus atos. A linguagem é o instrumento
graças ao qual o homem modela seu pensamento, seus senti-
mentos, suas emoções, seus esforços, sua vontade e seus atos,
o instrumento graças ao qual ele influencia e é influenciado,
a base última e mais profunda da sociedade humana. Mas é
tambémorecursoúltimoeindispensáveldohomem,seurefú-
gio nas horas solitárias em que o espírito luta com a existên-
cia, e quando o conflito se resolve no monólogo do poeta e na
3. – 11 –
Homem e linguagem
meditação do pensador. Antes mesmo do primeiro despertar
de nossa consciência, as palavras já ressoavam à nossa volta,
prontas para envolver os primeiros germes frágeis de nosso
pensamento e a nos acompanhar inseparavelmente através
da vida, desde as mais humildes ocupações da vida quotidiana
aos momentos mais sublimes e mais íntimos dos quais a vida
de todos os dias retira, graças às lembranças encarnadas pela
linguagem, força e calor A linguagem não é um simples acom-
panhante, mas sim um fio profundamente tecido na trama do
pensamento; para o indivíduo, ela é o tesouro da memória e a
consciência vigilante transmitida de pais para filhos. Para seu
bem e para o mal, a fala é a marca da personalidade, da terra
natal e da nação, o título de nobreza da humanidade.
Para dominar a linguagem como língua, é preciso que a pessoa desen-
volva várias habilidades necessárias ao processo de comunicação. Ouvir,
falar, ler e escrever são as ações que, gradualmente, vão propiciar o desenvol-
vimento desse domínio.
A partir do nascimento (alguns estudiosos afirmam que até antes),
começa-se a ouvir todos que estão próximos; pelo processo de imitação,
associado com o desenvolvimento físico, inicia-se a repetição do que se ouve.
Nasce a fala, no início restrita, com pouquíssimas palavras que, em geral,
servem para várias situações e objetos, tais como: “mamá” (comida), “mãma”
(mãe); “papá” (comida), “pápa” (pai), e assim por diante. Por volta dos sete
anos, chegamos a 1 mil ou 1,2 mil palavras e, por volta dos 14 anos, a 15 ou 20
mil, dependendo do contexto e das situações relacionadas com a linguagem.
Na sequência, a oralidade irá se transformar em linguagem simbólica,
a partir do momento em que as habilidades de leitura e escrita passam a ser
dominadas. Essas duas habilidades necessitam de aprendizagens diferencia-
das, pois “para escrever é preciso ter um acervo de recursos e ter o que dizer
sobre o assunto. Para ler, é preciso ter um acervo de recursos que permita
compreender o texto” (LIMA, 2002, p. 15). Se, por um lado, é ruim apren-
der as duas habilidades separadamente e não como um conhecimento auto-
mático, por outro, é salutar, porque, em caso de qualquer problema físico,
pode-se ficar com uma ou com outra (se tiver sorte).
Após o processo de domínio das quatro habilidades, adquire-se uma com-
petência muito mais importante do que simplesmente o domínio de uma
língua,
4. – 12 –
Leitura e Escrita na Era Digital
éacompetênciadepensar,quetornaohomem,segundoatradição,efetivamente
humano. Ou seja, se há linguagem, há pensamento ou, como diz o filósofo Des-
cartes: “Cogito, ergo sum”(“Penso, logo existo”). Vygotsky pondera que
a relação entre o pensamento e a palavra não é uma coisa
mas um processo, um movimento contínuo de vaivém entre
a palavra e o pensamento: nesse processo a relação entre o
pensamento e a palavra sofre alterações que, também elas,
podem ser consideradas como um desenvolvimento no sen-
tido funcional. As palavras não se limitam a exprimir o pen-
samento: é por elas que este acede à existência [...]. O pensa-
mento e a palavra não são talhados no mesmo modelo: em
certo sentido há mais diferenças do que semelhanças entre
eles. A estrutura da linguagem não se limita a refletir como
num espelho a estrutura do pensamento; é por isso que não
se pode vestir o pensamento com palavras, como se de um
ornamento se tratasse. O pensamento sofre muitas altera-
ções ao transformar-se em fala. Não se limita a encontrar
expressão na fala; encontra nela a sua realidade e a sua forma
(VYGOTSKY apud IANNI, 1999, p. 40).
No entanto, linguagem e língua aproximam-se e diferem de que modo?
Muitas palavras, utilizadas para explicar o processo de comunicação, pare-
cem sinônimas, mas apresentam conceitos diferentes cuja compreensão é
importante, tanto para o ensino, quanto para a aprendizagem de uma língua,
são elas: linguagem, língua, fala, discurso, sistema, norma, palavra, vocábulo
e léxico. Portanto, o conhecimento da importância da palavra para todo o
processo de interação por meio da linguagem é fundamental. Isso porque
cada palavra tem seu sentido reconhecido plenamente desde que se conheça
o contexto no qual ela está inserida. O contexto é que definirá o real sentido
de cada palavra. A compreensão do sentido da palavra, num determinado
texto e contexto, é que possibilitará, também, a compreensão da mensagem.
Contexto
Texto
Palavra
6. – 14 –
Leitura e Escrita na Era Digital
Já a língua é uma linguagem de caráter regional, é um sistema organi-
zado de sons e sinais que a caracterizarão como o código de signos linguísticos
de um determinado povo. Desse modo, todas as línguas (para a comunidade
lusófona, a língua portuguesa) têm uma estrutura própria para combinar os
signos linguísticos.
Sendo assim, a língua constitui-se por: um repertório/conjunto de sig-
nos que vão compô-la; as regras de combinação que incluem as de organiza-
ção dos sons e suas combinações; as regras que determinam a organização
interna das palavras e as que especificam a forma como serão ordenadas as
palavras e a diversidade de tipos de frase. Estamos nos referindo à fonologia,
à morfologia, à sintaxe da língua e às regras de uso, as quais englobam as
regras reguladoras do uso da linguagem em contextos sociais – no que diz
respeito às funções e intenções comunicativas e à escolha de códigos a uti-
lizar – e que devem ser aceitas pela sociedade para que haja inteligibilidade
entre os atos de comunicação.
O terceiro conceito a ser compreendido no processo de comunicação é a
fala, o uso individual da língua, o discurso que se realiza a partir da compre-
ensão da língua e do conhecimento de mundo de cada um. Por esses motivos,
falantes de uma mesma língua, de uma mesma região e de uma mesma for-
mação terão falas, discursos diferentes. Por se tratar de oralidade, o falante
pode desrespeitar as regras de combinação; se este desrespeito tornar-se
padrão, poderá alterar e criar uma nova regra, promovida pelo uso.
Podemos afirmar que dominamos uma língua quando conhecemos seu
repertório de signos, as regras de combinação e as regras de uso desses signos.
Segundo Saussure (1977, p. 196), “nada entra na língua sem ter sido expe-
rimentado na fala, e todos os fenômenos evolutivos têm sua raiz na esfera
do indivíduo”
. De acordo com o linguista, o que diferencia a língua da fala é
que a primeira é sistemática, tem certa regularidade, é potencial, coletiva; a
segunda é assistemática, possui certa variedade, é concreta, real, individual.
A língua, então, pode ser escrita e falada. São duas formas de uso que
acabam tendo regras diferenciadas, uma vez que, ao falar, temos maior liber-
dade e despreocupação com a obediência às normas impostas pelo sistema
linguístico. Porém, a escrita deve atender às normas, motivo pelo qual é con-
siderada pelos usuários uma modalidade mais difícil.
7. – 15 –
Homem e linguagem
As diferenças entre a língua falada e a língua escrita são muitas,
como podemos observar no quadro a seguir, adaptado de Mesquita
(1995, p. 25).
Língua falada Língua escrita
2 Palavra sonora.
2 Palavra gráfica.
2 A mensagem é transmitida de
forma imediata.
2 A mensagem é transmitida de forma não
imediata.
2 O emissor e o receptor conhecem
bem a situação e as circunstâncias
que os rodeiam.
2 Oreceptornãoconhecedeformadiretaasitua
ção do emissor e o contexto da mensagem.
2 A mensagem é breve.
2 A mensagem é mais longa do que na língua
falada.
2 São permitidos os elementos pro
sódicos, como entonação, pausa,
ritmo e gestos, que enfatizam o
significado.
2 Não é possível a utilização de elementos
prosódicos. O emprego dos sinais de pon
tuação tenta reconstruir alguns desses ele
mentos.
2 É admitido o emprego de cons
truções simples, com ênfase para
orações coordenadas e presença de
frases incompletas.
2 Exigem-se construções mais complexas,
mais elaboradas, com ênfase para orações
subordinadas, e a ordenação da mensagem
melhor planejada.
2 É mais subjetiva e pode ser repro
cessada a cada momento a partir
das reações do interlocutor.
2 É mais objetiva. É possível esquecer o inter
locutor. O escritor pode processar o texto a
partir das possíveis reações do leitor.
2 O contexto extralinguístico tem
grande influência. Criação coletiva.
2 O contexto extralinguístico tem menos
influência. Criação individual.
Estas são algumas características que diferenciam a possibilidade de uso
da língua. Saber transitar pelas duas modalidades e ter controle de suas varie-
dades, usando-as no lugar e no momento certo, é fator decisivo na comuni-
cação interpessoal.
A respeito da importância do domínio da variedade oral da língua, em
situação formal, recomendamos o filme O discurso do Rei, que tem esta ques-
tão como tema principal.
8. – 16 –
Leitura e Escrita na Era Digital
Dica de filme
O filme O discurso do Rei apresenta, de forma envol-
vente e com grandes detalhes, o trabalho realizado por
um profissional que tem um método um tanto radical
para os padrões da época, para liberar a fala do Rei
George. O jovem herdeiro da coroa britânica sofria de
gagueira e tinha pânico de falar em público. Para supe-
rar suas dificuldades, contará com o empenho de sua
esposa e do professor nada convencional de oratória.
O tema é atual, uma vez que a maioria dos profissionais
precisa ter o domínio da fala com propriedade para
desempenhar bem suas funções.
O DISCURSO do Rei. Direção de Tom Hooper. Ingla-
terra: Paris Filmes, 2010. 1 filme (118 min), sonoro, legenda,
color., 35 mm.
A língua, além de oral e escrita, pode ser, pelo uso, classificada de dois
modos: a modalidade culta ou língua-padrão e a modalidade popular, ou lín-
gua cotidiana.
A modalidade culta é aquela associada à escrita, à tradição gramatical,
é a registrada nos dicionários e, portanto, é a que traduz a tradição cultural e
a identidade de uma nação.
A modalidade popular é uma variante informal, considerada de pouco
prestígio quando comparada à linguagem padrão. Sua característica é afas-
tar-se da norma na construção sintática, usar um vocabulário comum, repe-
tições constantes, gírias.
Segundo Mattoso Câmara Jr. (1978, p. 177), “norma é um conjunto
de hábitos linguísticos vigentes no lugar ou na classe social mais pres-
tigiosa no país”
. Logo, com essa classificação, podemos entender que há
várias classes que não adotam a norma e, portanto, há outras modalida-
des em uso.
9. – 17 –
Homem e linguagem
1.1.1 Variedades linguísticas
As variedades linguísticas são determinadas por vários fatores, entre os
quais se destacam os geográficos, históricos, sociais e estilísticos.
A variação geográfica está relacionada com as diferenças de pronún-
cia, de vocabulário e de sintaxe, que ocorrem de região para região do Brasil.
O texto a seguir ilustra bem esta variedade com ênfase na pronúncia.
Receita cazêra minêra de môi de repôi nu ái i ói
Ingredientes
2 5 denti di ái
2 3 cuié de ói
2 1 cabessa de repôi
2 1 cuié di mastomati
2 Sár agosto
Modi fazê
2 Casca o ái, pica o ái i soca o ái cum sá;
2 Quenta o ói na cassarola;
2 Foga o ái socado no ói quenti;
2 Pica o repôi beeemmm finimm...
2 Foga o repôi no ói quenti junto cum ái fogado;
2 Põi a mastomati i mexi cum a cuié prá fazê o môi;
2 Sirva cum rôis e melete...
Pção: cumpanha filezim de pescadim beemmm fritim.
RECEITA cazêra minera de môi de repôi nu ái i ói. Disponível em:
<http://www.alapinha.com.br/Cardapio%20introducao.htm>.
Acesso em: 22 out. 2012.
10. – 18 –
Leitura e Escrita na Era Digital
A música Cuitelinho, do folclore nacional, apresenta a questão do uso
dos plurais, tão comum em certas regiões brasileiras.
Cuitelinho
Cheguei na beira do porto
Onde as onda se espaia
As garça dá meia volta
E senta na beira da praia
E o cuitelinho não gosta
Que o botão de rosa caia, ai, ai
Ai quando eu vim
da minha terra
Despedi da parentália
Eu entrei no Mato Grosso
Dei em terras paraguaia
Lá tinha revolução
Enfrentei fortes batáia, ai, ai
A tua saudade corta
Como aço de naváia
O coração fica aflito
Bate uma, a outra faia
E os óio se enche d´água
Que até a vista se atrapáia, ai...
Autoria desconhecida.
A variação histórica ocorre pelo processo de evolução do homem que,
com suas novas invenções, ou com o abandono de objetos, hábitos e costu-
mes, acaba interferindo na língua, que também é viva. O léxico que cai em
desuso chama-se arcaísmo e as palavras novas que surgem são classificadas
como neologismos. A seguir, citamos um exemplo de arcaísmo, o trecho
está com a escrita da língua portuguesa do passado, do século XVIII, a qual
transformou-se a ponto de pessoas não identificarem o sentido de algumas
palavras pelas diferenças ortográficas. Leia as duas versões e compare-as.
12. – 20 –
Leitura e Escrita na Era Digital
A variação estilística é provocada pelo ato da fala e pela escrita.
Dependendo da situação comunicativa, a pessoa pode usar uma modalidade
ou outra. De acordo com os ouvintes, o falante definirá qual o vocabulário a
ser utilizado, o grau de formalidade ou informalidade. Na escrita, o usuário
poderá, pelo seu estilo, tornar-se um modelo ou um padrão.
O potencial estilístico de José Paulo Paes, por exemplo, é evidenciado
no poema a seguir, quando o autor brinca com a possibilidade de trocar
algumas letras, ou a escrita das palavras, e interferir no significado. Além
disso, com um poema curtíssimo, consegue passar uma grande mensa-
gem. Vejamos:
Prolixo?
Pro lixo.
Conciso?
Com siso.
PAES, J. P. Poesia completa. Sao Paulo:
Companhia das Letras, 2008. p. 27.
Todas estas classificações acabaram por criar alguns preconceitos
linguísticos com relação às variedades prestigiadas e às estigmatizadas.
Quanto mais próxima está a variedade utilizada do que se denomina lín-
gua padrão, mais prestígio social o falante terá, quanto mais distante, mais
estigmatizado será. Ao relacionar língua padrão com gramática, estabele-
ceu-se a noção de que, se a regra não for cumprida, ocorre um “erro”, o que
torna o falante um sujeito desprestigiado socialmente.
Marcos Bagno, em
sua “novela” sociolinguística intitulada A língua de Eulália (1999), apre-
senta, de forma clara, envolvente e literária, o argumento de que falar
diferente não é falar errado e justifica linguística, histórica, socioló-
gica e psicologicamente o uso das variedades linguísticas. É de sua obra
Preconceito linguístico – o que é, como se faz (BAGNO, 2006,
p.
142-145)
o texto a seguir, que apresenta uma síntese sobre como ensinar a língua
sem criar tanto preconceito.
13. – 21 –
Homem e linguagem
Dez cisões
Para um ensino de língua não (ou menos) preconceituoso
1. Conscientizar-se de que todo falante nativo de uma língua é um
usuário competente dessa língua, por isso ele sabe essa língua.
Entre os 3 e 4 anos de idade, uma criança já domina integralmente
a gramática de sua língua.
2. Aceitar a ideia de que não existe erro de português. Existem dife-
renças de uso ou alternativa de uso em relação à regra única pro-
posta pela gramática normativa.
3. Não confundir erro de português (que, afinal, não existe) com sim-
ples erro de ortografia. A ortografia é artificial, ao contrário da lín-
gua,queénatural.Aortografiaéumadecisãopolítica,éimpostapor
decreto, por isso ela pode mudar, e muda de uma época para outra.
Em 1899 as pessoas estudavam psychologia e história do Egypto;
em 1999 elas estudavam psicologia e história do Egito. Línguas que
não têm escrita nem por isso deixam de ter sua gramática.
4. Reconhecer que tudo o que a Gramática Tradicional chama de
erro é na verdade um fenômeno que tem uma explicação cien-
tífica perfeitamente demonstrável. Se milhões de pessoas (cultas
inclusive) estão optando por um uso que difere das regras pres-
critas nas gramáticas normativas é porque há alguma nova regra
sobrepondo-se à antiga. Assim, o problema está com a regra tra-
dicional, e não com as pessoas, que são falantes nativos e perfeita-
mente competentes de sua língua. Nada é por acaso.
5. Conscientizar-se que toda língua muda e varia. O que hoje é visto
como “certo” já foi “erro” no passado. O que hoje é considerado
“erro” pode vir a ser perfeitamente considerado como “certo” no
futuro da língua. Um exemplo: no português medieval existia um
verbo leixar (que aparece até na carta de Pero Vaz de Caminha ao
rei D. Manuel I). Com o tempo, esse verbo foi sendo pronunciado
deixar porque [d] e [l] são consoantes aparentadas, o que permitiu
a troca de uma pela outra.
14. – 22 –
Leitura e Escrita na Era Digital
Hoje quem pronunciar leixar vai cometer um “erro” (vai ser acu-
sado de desleixo), muito embora essa forma seja mais próxima da
origem latina, laxare (compare-se, por exemplo, o francês laisser
e o italiano lasciare). Por isso é bom evitar classificar algum fenô-
meno gramatical de “erro”: ele pode ser, na verdade, um indício do
que será a língua no futuro.
6. Dar-se conta de que a língua portuguesa não vai nem bem, nem
mal. Ela simplesmente vai, isto é, segue seu rumo, prossegue em
sua evolução, em sua transformação, que não pode ser detida (a
não ser com a eliminação física de todos os seus falantes).
7. Respeitar a variedade linguística de toda e qualquer pessoa, pois
isso equivale a respeitar a integridade física e espiritual dessa pes-
soa como ser humano.
8. A língua permeia tudo, ela nos constitui enquanto seres huma-
nos. Nós somos a língua que falamos. A língua que falamos molda
nosso modo de ver o mundo e nosso modo de ver o mundo molda
a língua que falamos. Para os falantes de português, por exemplo,
a diferença entre ser e estar é fundamental: eu estou infeliz é radi-
calmente diferente, para nós, de eu sou infeliz. Ora línguas como o
inglês, o francês e o alemão têm um único verbo para exprimir as
duascoisas.Outras,comoorusso,nãotêmverbonenhum,dizendo
algo assim como: Eu-infeliz (o russo, na escrita, usa mesmo um
travessão onde nós inserimos um verbo de ligação).
9. Uma vez que a língua está em tudo e tudo está na língua, o pro-
fessor de português é professor de tudo. (Alguém já me disse que
talvez por isso o professor de português devesse receber um salário
igual à soma dos salários de todos os outros professores!).
10. Ensinar bem é ensinar para o bem. Ensinar para o bem significa res-
peitar o conhecimento intuitivo do aluno, valorizar o que ele já sabe
do mundo, da vida, reconhecer na língua que ele fala a sua própria
identidade como ser humano. Ensinar para o bem é acrescentar e
não suprimir, é elevar e não rebaixar a autoestima do indivíduo.
Somente assim, no início de cada ano letivo este indivíduo poderá
comemorar a volta às aulas, em vez de lamentar a volta às jaulas!
BAGNO, M. Preconceito linguistico: o que é, como se faz.
47. ed. São Paulo: Edições Loyola, 2006.
15. – 23 –
Homem e linguagem
Dica de filme
Para compreender melhor a relação da língua com
as diversas culturas, assista ao filme Língua, vidas em
português. Este documentário premiado de Victor
Lopes apresenta uma viagem pelo mundo com entradas
em todos os países em que há falantes da língua portu-
guesa. Sua estrutura narrativa circular prende o interlo-
cutor. São histórias de vidas de pessoas com suas dife-
renças culturais, mas que têm em comum serem usuários
da língua portuguesa. É importante ressaltar a presença
de pessoas ilustres que participam com depoimentos,
como José Saramago (escritor português), João Ubaldo
Ribeiro (escritor brasileiro), Martinho da Vila (cantor e
compositor), Teresa Salgueiro (do grupo Madredeus) e
Mia Couto (escritor moçambicano contemporâneo que
escreve o roteiro).
LÍNGUA, vidas em português. Direção de Victor Lopes.
Brasil/Portugal: Paris Filmes, 2002. 1 filme (105 min), sonoro,
legenda, color., 35 mm.
Como pode-se perceber, a própria compreensão de língua como um
sistema regido por normas é constantemente questionada pelos efeitos que
produz, uma vez que a comunicação confunde-se com a própria vida e a
língua é viva.
1.1.2 Funções da linguagem
O processo de leitura e escrita constitui-se enquanto um ato comu-
nicativo. Para tal, ele precisa de um emissor, aquele que fala ou escreve,
um receptor, aquele que lê ou escuta, um referente, que é constituído
pelo contexto, situação ou objetos reais ao qual a mensagem remete, um
código, que é o conjunto de signos e regras de combinação a ser usado,
um canal de comunicação, que é a via de circulação da mensagem, e a
16. – 24 –
Leitura e Escrita na Era Digital
mensagem, que é o conteúdo da comunicação. Roman Jakobson (2001),
em seus estudos linguísticos, estabeleceu a cada uma das situações do ato
comunicativo uma função da linguagem. Dependendo da ênfase que se
dá a cada um dos processos comunicativos, a linguagem apresenta uma
função com recursos linguísticos próprios. Temos, assim, a função expres-
siva, a função conativa, a função metalinguística, a função fática, a função
poética e a função referencial. Sabe-se que não há na linguagem uma fun-
ção pura, várias podem aparecer ao mesmo tempo no processo comunica-
tivo, no entanto, conhecê-las ajudará a melhorar a elaboração da fala e da
escrita (JAKOBSON, 2001).
Receptor
Função
conativa
Emissor
Função
expressiva
Referente: função
referencial
Canal de
comunicação:
função fática
Mensagem: função
poética
Código: função
metalinguística
Fonte: Jakobson (2001, p. 17).
Na sequência, vamos identificar as características de cada função.
1.1.2.1 Função expressiva
É centrada no emissor da mensagem, exprime a sua relação com o
conteúdo transmitido, a sua opinião, emoções, avaliações. Pode-se sentir no
texto a presença do emissor (que pode ser clara ou sutil). É uma
comunicação
17. – 25 –
Homem e linguagem
subjetiva, faz uso de frase exclamativa, de interjeições, superlativos, aumen-
tativos, diminutivos, hipérboles, entonação máxima.
Resenha sobre o filme O discurso do rei
[...] Pode-se dizer, porém, que a cena mais impactante do filme é
o momento em que o rei deve realizar seu primeiro discurso. Não vou
além, pois não quero estragar as surpresas que aguardam o público
ao longo da história e, com certeza, no seu final. Ao contrário do que
muitos podem imaginar o roteiro não é baseado no livro de mesmo
título; a versão literária foi escrita pelo neto de Lionel, Mark Logue,
com a ajuda do jornalista Peter Conradi.
Ele decidiu escrever esta obra a partir do momento em que foi
procurado pela produção do filme para revelar detalhes sobre a bio-
grafia do australiano Lionel. Curioso em saber mais a respeito de seu
avô, ele saiu à procura de outras informações, as quais deram origem
ao livro. As passagens mais importantes, porém, estão certamente
concentradas nas telas cinematográficas.
Esta produção, que guarda em si um sabor delicioso de história
à moda antiga, ganhou os Oscars de melhor roteiro original, ator –
super merecido! –, direção e filme.
O DISCURSO do Rei. Direção de Tom Hooper. Inglaterra: Paris filmes,
2010. 1 filme (118 min), sonoro, legenda, color.
Elenco: Colin Firth, Helena Bonham Carter, Geoffrey Rush, Michael
Gambon. Drama.
SANTANA, A. L. O discurso do rei. Disponível em: <http://www.
infoescola.com/cinema/o-discurso-do-rei/>. Acesso em: 30 jul. 2012.
Como podemos observar durante a leitura, o autor da resenha afirma:
“Não vou além, pois não quero estragar as surpresas que aguardam o público
ao longo da história”
. Usando a primeira pessoa do singular, ele deixa clara
a sua opinião sobre o filme. Mais adiante continua: “Esta produção, que
guarda em si um sabor delicioso de história à moda antiga, ganhou os Oscars
de melhor roteiro original, ator – super merecido!”
. São evidentes as marcas
linguísticas de expressão pessoal.
18. – 26 –
Leitura e Escrita na Era Digital
1.1.2.2 Função conativa
É centrada no receptor da mensagem, com a intenção de persuadi-lo,
seduzi-lo. É uma comunicação imperativa, faz uso dos verbos no modo
imperativo afirmativo ou negativo.
Observe a imagem a seguir, de uma propaganda persuasiva para com-
bate ao tabagismo.
HAAP
Media
Ltd/Sebastian
Fissore
E tem gente que diz que isto não é droga!
E tem gente que diz que isto não é droga!
Cigarro: faz mal até na propaganda.
Cigarro: faz mal até na propaganda.
Acetona
Acetona:
removedor
de esmaltes
Formol
Formol:
conservante
de cadáver
Amônia
Amônia:
desinfetantes para pisos,
azulejos e privadas
Naftalina
Naftalina:
mata-baratas
Fósforo
Fósforo P4/P6
P4/P6:
componente de
veneno para ratos
Terebintina
Terebintina:
diluidor de tinta a óleo
Este é um exemplo muito forte da função conativa, uma vez que, após o
autor dirigir-se ao receptor com a expressão “tem gente que diz [...]”
, é apre-
sentada uma série de provas que mostram os perigos do tabaco. Ao terminar,
afirma, imperativamente, “cigarro faz mal”
.
1.1.2.3 Função referencial
É centrada no referente da mensagem, valoriza o objeto da mensa-
gem. É uma comunicação objetiva, impessoal, com preferência pela frase
declarativa.
19. – 27 –
Homem e linguagem
A palavra “pinchar”
, em castelhano tem os sentidos de “cutucar,
espetar, ferir”(no lunfardo, também “morrer”e “fazer sexo”). Coromi-
nas imagina que “pinchar” do castelhano tenha vindo de uma mistura
de punchar (variante de punzar) com picar e que, pela diferença de
sentido, nada tenha a ver com o “pinchar” português. No castelhano,
a palavra aparece desde o século 15, mas pode remontar ao latim vul-
gar, como vemos no italiano pinzare, [...] no francês pincer e no inglês
to pinch (beliscar).
VIARO, M. E. Palavras jogadas fora. Revista Língua Portuguesa,
n. 77, p. 52-55, mar., 2012. São Paulo.
Observou-se um exemplo de uma comunicacão centrada na mensa-
gem, ou seja, o emissor quer explicar o sentido da palavra.
1.1.2.4 Função fática
É centrada no contato, demonstra o desejo de abertura para a comu-
nicação, que se dá com uso de frases breves, consagradas pelo uso. No texto
escrito, costuma-se usar imagens, tamanho diferenciado das letras, cores
para chamar atenção.
Macabéa e Olímpico
Ele — Pois é!
Ela — Pois é o quê?
Ele — Eu só disse, pois é!
Ela — Mas, pois é o quê?
Ele — Melhor mudarmos de assunto porque você não me entende.
Ela — Entende o quê?
Ele — Santa virgem Macabéa, vamos mudar de assunto e já!
LISPECTOR, C. A hora da estrela. São Paulo: Rocco, 1998. p. 45.
20. – 28 –
Leitura e Escrita na Era Digital
No diálogo do box de exemplo não há preocupação com a men-
sagem, apenas os falantes estão mantendo uma abertura do canal de
comunicação.
1.1.2.5 Função metalinguística
É centrada no código, é tudo o que, em uma mensagem, serve para dar
explicações ou tornar preciso o código utilizado pelo emissor no ato comuni-
cativo. É uma comunicação explicativa, faz uso de sinônimos,
definições.
Exemplo: poemas que discutem como se faz poesia.
Poética
1
O que é poesia?
Uma ilha
Cercada
De palavras
Por todos
Os lados.
2
O que é poeta?
Um homem
Que trabalha o poema
Com o suor do seu rosto.
Um homem
Que tem fome
Como qualquer outro
Homem.
RICARDO, C. Jeremias sem-chorar. Rio de Janeiro:
José Olympio, 1968.
21. – 29 –
Homem e linguagem
A metalinguística ocorre em todas as áreas, por exemplo, quando um
pintor pinta a si mesmo num quadro, o roteirista de um filme cria protago-
nistas que querem produzir roteiros de filmes e assim por diante.
1.1.2.6 Função poética
É centrada na elaboração da mensagem, usa formas inovadoras com
combinações inusitadas, ofertadas pela própria língua. É uma comunicação
artística com predomínio da conotação. Pode ser usada em todos os gêneros
textuais, é a marca textual do gênero literário.
Epitáfio para um banqueiro
n e g ó c i o
e g o
ó c i o
c i o
o
PAES, J. P. Melhores poemas. São Paulo: Global, 2003.
A função poética está presente em qualquer texto no qual o autor
preocupe-se com a elaboração estilística, como no caso do poema anterior.
O poeta desmancha o negócio com a fragmentação da própria palavra que
termina com o “o”
, assemelhando-se, graficamente, a zero. É importante
ressaltar que, na linguagem conativa presente no discurso publicitário, é
intenso o uso da função poética para envolver ainda mais o receptor pela
beleza textual.
Conclusivamente, pode-se afirmar que, ao se reconhecer a estrutura
lexical, argumentativa, discursiva e estilística do texto, juntamente com a
intenção do autor, a recepção do texto será muito maior e melhor.
Da teoria para a prática
Muitos textos que circulam nas esferas sociais podem auxiliar o leitor
na compreensão das variedades linguísticas. Tal questão costuma causar
22. – 30 –
Leitura e Escrita na Era Digital
muita polêmica entre a sociedade e os meios de comunicação quando dis-
cutida em escolas ou mesmo abordada nos livros didáticos, o que acaba
gerando muitos debates. A professora Ângela Paiva Dionísio escreve a esse
respeito um artigo intitulado “Língua padrão e variedades linguísticas:
calos na vida do professor de português”
, no qual analisa a fala da mídia e
dos textos dos livros didáticos no trato da variedade linguística. O texto
é interessante não apenas para conhecimento e aprimoramento docente,
mas, também, para a sociedade de uma forma geral.
Síntese
No primeiro capítulo, fizemos uma introdução aos conceitos de lin-
guagem, língua e fala. Foram verificadas as diferenças entre língua oral
e escrita, as funções da linguagem e as variedades linguísticas. Estes são
conhecimentos fundamentais para a compreensão dos estudos tex
tuais,
sua prática e produção. Portanto, as ideias aqui apresentadas, de uma
forma ou de outra, permeiam não apenas o ensino da língua, mas também
o seu uso.
A linguagem classifica-se como um processo universal, considera-se
tudo o que o homem faz para manter a comunicação ao longo de sua exis-
tência. Assim, ele preocupa-se em criar e recriar meios de comunicação
que sirvam de condutores de conhecimento que, ao possibilitar a transmis-
são do pensamento, identifiquem a condição humana.
A língua é um elemento cultural elaborado pelo homem, com um
código específico a ser aprendido pelos membros da comunidade. A fala é a
aplicação que cada sujeito faz com a língua para promover a comunicação.
Daí nasce a marca de cada sujeito no seu meio: somos iguais, falamos a
mesma língua, mas somos diferentes, pelo modo de empregá-la.
As variedades linguísticas auxiliam na compreensão do que é erro e
do que é diferença, possibilitando a aceitação social dessas diferenças cul-
turais. As funções da linguagem orientam o reconhecimento de suas carac-
terísticas, a intenção do emissor sobre o receptor da mensagem. Depen-
dendo do que eu quero do meu interlocutor farei as escolhas sintáticas,
morfológicas, lexicais e estilísticas da minha fala ou do meu texto.