O documento discute a visão de Bakhtin sobre análise do discurso. Para Bakhtin, o discurso só pode ser estudado no contexto da interação humana, e não isoladamente. Ele define os gêneros discursivos como tipos de enunciados ligados a situações sociais típicas. O enunciado é a unidade concreta da comunicação, que reflete o contexto social e a individualidade do falante.
Seminário marxismo e filosofia da linguagemdeismachadoo
Mikhail Bakhtin nasceu na Rússia no século XIX e se formou em História e Filosofia. Publicou diversos trabalhos sobre linguística, marxismo e crítica literária. Defendeu que a linguagem é dinâmica e depende do contexto social e histórico, criticando abordagens estruturalistas.
O documento discute três pontos principais: 1) Como os textos são constituídos a partir de outros textos e discursos, contendo vozes e pontos de vista diferentes; 2) Os diferentes tipos de discurso direto e indireto presentes nos textos; 3) As variações linguísticas presentes em textos e discursos.
O documento discute os conceitos de enunciado e gêneros do discurso. Afirma que cada enunciado particular pertence a um gênero discursivo específico, e que os gêneros podem ser primários ou secundários. Também distingue enunciado como unidade da comunicação discursiva de oração como unidade linguística.
O documento discute os conceitos de gêneros do discurso e estilo de acordo com Bakhtin. Afirma que os gêneros surgem da necessidade de comunicação em determinados contextos sociais e podem ser primários ou secundários. Também discute que o estilo está ligado aos gêneros e reflete a individualidade do falante, mas depende do gênero escolhido para a comunicação.
Significado e sentido para vygotsky e bakhtinVygotsky2011
O documento discute as diferenças entre sentido e significado. O sentido é dinâmico, fluido e muda de acordo com o contexto, enquanto o significado é estável e imutável. O documento também discute as visões de Vygotsky, Paulhan, Bakhtin e Volochinov sobre sentido e significado, onde Bakhtin vê o sentido como categoria central e dinâmica em oposição ao significado estático.
Breve reflexão sobre o fenômeno da intertextualidade - nº 43 espéculo (ucm),...Edilson A. Souza
O documento discute os conceitos de intertextualidade, polifonia e citação de vozes. Apresenta as visões de Bakhtin e Ducrot sobre polifonia, onde várias vozes coexistem em um texto. Também explica as formas de citação de vozes segundo a gramática normativa: discurso direto, indireto e indireto livre.
1. O documento discute a teoria da enunciação de Benveniste, distinguindo entre língua e linguagem, signo e frase, significância semiótica e semântica, enunciado e enunciação.
2. Para Benveniste, a enunciação envolve a atividade do sujeito falante e o acontecimento constituído pelo aparecimento de um enunciado.
3. A distinção entre eu e não eu, e entre pessoa e não pessoa, é fundamental para entender a enunciação e como o falante está presente
Seminário marxismo e filosofia da linguagemdeismachadoo
Mikhail Bakhtin nasceu na Rússia no século XIX e se formou em História e Filosofia. Publicou diversos trabalhos sobre linguística, marxismo e crítica literária. Defendeu que a linguagem é dinâmica e depende do contexto social e histórico, criticando abordagens estruturalistas.
O documento discute três pontos principais: 1) Como os textos são constituídos a partir de outros textos e discursos, contendo vozes e pontos de vista diferentes; 2) Os diferentes tipos de discurso direto e indireto presentes nos textos; 3) As variações linguísticas presentes em textos e discursos.
O documento discute os conceitos de enunciado e gêneros do discurso. Afirma que cada enunciado particular pertence a um gênero discursivo específico, e que os gêneros podem ser primários ou secundários. Também distingue enunciado como unidade da comunicação discursiva de oração como unidade linguística.
O documento discute os conceitos de gêneros do discurso e estilo de acordo com Bakhtin. Afirma que os gêneros surgem da necessidade de comunicação em determinados contextos sociais e podem ser primários ou secundários. Também discute que o estilo está ligado aos gêneros e reflete a individualidade do falante, mas depende do gênero escolhido para a comunicação.
Significado e sentido para vygotsky e bakhtinVygotsky2011
O documento discute as diferenças entre sentido e significado. O sentido é dinâmico, fluido e muda de acordo com o contexto, enquanto o significado é estável e imutável. O documento também discute as visões de Vygotsky, Paulhan, Bakhtin e Volochinov sobre sentido e significado, onde Bakhtin vê o sentido como categoria central e dinâmica em oposição ao significado estático.
Breve reflexão sobre o fenômeno da intertextualidade - nº 43 espéculo (ucm),...Edilson A. Souza
O documento discute os conceitos de intertextualidade, polifonia e citação de vozes. Apresenta as visões de Bakhtin e Ducrot sobre polifonia, onde várias vozes coexistem em um texto. Também explica as formas de citação de vozes segundo a gramática normativa: discurso direto, indireto e indireto livre.
1. O documento discute a teoria da enunciação de Benveniste, distinguindo entre língua e linguagem, signo e frase, significância semiótica e semântica, enunciado e enunciação.
2. Para Benveniste, a enunciação envolve a atividade do sujeito falante e o acontecimento constituído pelo aparecimento de um enunciado.
3. A distinção entre eu e não eu, e entre pessoa e não pessoa, é fundamental para entender a enunciação e como o falante está presente
Mecanismos de debreagem e embreagem actanciais empregados na língua faladaLetícia J. Storto
Mecanismos de debreagem e embreagem actanciais
empregados na língua falada
Vanessa Hagemeyer Burgo*
Eduardo Francisco Ferreira**
Letícia Jovelina Storto***
Estudos Semióticos
ISSN 1980-4016
vol. 7, no 2, p. 16 –25
Resumo: Este estudo tem por objetivo discutir a constituição da categoria de pessoa no discurso político,
analisando os efeitos de sentido produzidos pelos mecanismos de debreagem e embreagem actanciais empregados
na conversação. O arcabouço teórico deste trabalho consiste, portanto, em uma abordagem textual-interativa da
língua falada, pautada, sobretudo, em conceitos da semiótica em relação de interface com formulações advindas
da análise da conversação. O corpus é composto de transcrições do debate entre os candidatos à presidência da
República Luiz Inácio Lula da Silva e Geraldo Alckmin, realizado no dia 8 de outubro de 2006, transmitido pela
TV Bandeirantes. Vale ressaltar que optamos por trabalhar com trechos do primeiro bloco, os quais apresentam
elementos mais pertinentes à análise. Considerando-se que todo político tem como finalidade maior a adesão
dos eleitores e, consequentemente, seus votos, há uma grande preocupação com a imagem que querem passar
à sociedade e, por isso, as exposições são voltadas, sobretudo, aos telespectadores. Porém, na parte inicial
do debate, embora haja a presença da plateia e de jornalistas, os candidatos devem dirigir suas perguntas e
respostas um ao outro, em uma situação de interação face a face, Assim, mesmo que o destinatário direto
pareça ser o oponente, o real destinatário é o público.
1) O documento discute os gêneros do discurso e define-os como tipos relativamente estáveis de enunciados que são desenvolvidos em cada campo de atividade humana para facilitar a comunicação.
2) Apresenta as diferenças entre enunciados como unidades da comunicação discurso e orações como unidades gramaticais da língua.
3) Discutem-se as peculiaridades constitutivas dos enunciados como alternância de sujeitos do discurso e conclusibilidade.
O documento discute a teoria de Bakhtin sobre estética da criação verbal. Segundo Bakhtin, a unidade fundamental da comunicação discursiva é o enunciado, não a palavra ou oração. O enunciado possui características como alternância de sujeitos e conclusibilidade. Além disso, todo enunciado contém elementos expressivos que refletem a individualidade do falante dentro de um determinado gênero discursivo.
A concepção de sujeito da psicanalise a analise do discurso carmem e chagasMarcos Silvabh
Este documento discute concepções de sujeito na psicanálise, análise do discurso e linguística. Apresenta definições de língua, linguagem e discurso segundo diferentes autores e discute como o sujeito é construído na e pela linguagem. Também faz um paralelo entre as ideias de Freud, Lacan, Foucault e Pêcheux sobre o conceito de sujeito.
O documento discute a obra "Marxismo e Filosofia da Linguagem" de Bakhtin. Apresenta resumos do prefácio e das introduções, que descrevem a autoria controversa da obra e o contexto intelectual em que foi produzida. Também resume trechos-chave do capítulo 5 sobre língua, fala e enunciação, que criticam a abordagem objetivista e abstrata da linguística da época.
O documento discute o sujeito discursivo contemporâneo através do exemplo do sujeito da pichação. Analisa como o Estado individualiza sujeitos capitalistas e como o sujeito pichador, ligado à sociedade da qual faz parte, busca um lugar através de sua escrita nas paredes, resistindo à sua individualização. Questiona até que ponto essas formas de resistência podem afetar a forma histórica do sujeito.
Este documento discute a enunciação e os tipos de discurso. Apresenta conceitos como enunciador, narrador explícito e implícito. Discute como a enunciação constrói uma ilusão referencial e enunciativa na comunicação. Também aborda os tipos de discurso direto, indireto e indireto livre e como cada um assume um papel distinto na produção textual.
O documento descreve o método filosófico de Bakhtin, que envolve estudar fenômenos a partir de múltiplas perspectivas para sintetizá-las em novas concepções que abarquem todos os aspectos. Isso envolve partir da indução e da dedução, bem como revisar concepções à luz de novos entendimentos dos fenômenos.
1. O documento discute os gêneros do discurso e como eles refletem diferentes campos da atividade humana. 2. O autor argumenta que há uma grande heterogeneidade de gêneros do discurso, incluindo diálogos cotidianos, cartas, documentos oficiais e obras literárias. 3. Os gêneros do discurso precisam ser estudados para entender a natureza do enunciado e como a linguagem é usada em diferentes contextos.
O documento discute os problemas encontrados nos estudos dos gêneros do discurso e propõe uma abordagem metodológica que considere a natureza do enunciado no contexto dos gêneros. O autor argumenta que os gêneros primários refletem menos a individualidade do que os secundários e que a escolha do gênero depende do objetivo comunicacional e da audiência.
A perspectiva bakhtiniana de gênero do discurso e o ensino de línguasDaniela Mittel
Este documento discute a perspectiva bakhtiniana de gênero do discurso e seu uso no ensino de línguas. Primeiramente, define os conceitos-chave de Bakhtin sobre enunciados e gêneros discursivos. Em seguida, argumenta que os gêneros discursivos devem ser usados como unidades de ensino de línguas, levando os alunos a participar de diferentes situações sociais por meio da linguagem. Por fim, defende que o ensino de línguas deve ser contextualizado e baseado na interação entre
O documento discute os conceitos de gêneros do discurso e enunciado segundo Bakhtin. Apresenta gêneros discursivos primários e secundários e explica que os gêneros são determinados pela função e condição de comunicação de cada campo. Também define enunciado como a unidade real de comunicação discursiva delimitada pela alternância dos sujeitos do discurso.
O documento discute como o gênero da canção adquire características particulares quando utilizado em diferentes esferas discursivas, como a artística e a publicitária. O autor analisa os elementos temáticos, estilísticos e composicionais da canção e do jingle em cada esfera, com base na teoria dos gêneros discursivos de Bakhtin. Ele exemplifica sua análise comparando uma canção de Gilberto Gil e seu uso em um jingle publicitário do Itaú.
Este documento discute as teorias da enunciação, abordando conceitos como texto, discurso, enunciado, enunciação e os diferentes pontos de vista que podem estar presentes em um discurso, como o enunciador individual, coletivo, genérico e universal. Também apresenta os conceitos de discurso citado, ironia, negação, ato de fala, pressuposição e nominalização.
OS GÊNEROS DE TEXTO E OS TIPOS DE
DISCURSO COMO FORMATOS DAS
INTERAÇÕES PROPICIADORAS DE
DESENVOLVIMENTO In: BRONCKART, Jean-Paul. Atividade de linguagem,
discurso e desenvolvimento humano. Campinas, SP:
Mercado das Letras, 2006.
O documento discute conceitos-chave da linguística como signo linguístico, enunciação, discurso e ideologia de acordo com autores como Jakobson, Benveniste, Orlandi e Pêcheux. Resume três pontos principais: 1) A linguagem é constituída por signos que combinam significante e significado; 2) A enunciação estabelece o locutor e interlocutor no ato da fala; 3) O discurso é determinado pela ideologia que produz sentidos e sujeitos.
Este documento discute como a análise do discurso francesa aborda a materialidade discursiva segundo Michel Pêcheux. Primeiramente, descreve como a disciplina se insere na tradição francesa de refletir sobre textos. Em seguida, resume as três fases do projeto teórico de Pêcheux, desde a exploração da maquinaria discursiva até a desconstrução da mesma. Por fim, destaca que a análise do discurso investiga a estrutura e o acontecimento no discurso, articulando líng
O banner como gênero discursivo uma leitura a luz das teorias bakhtinianasAtitude Digital
Este documento discute o gênero discursivo do banner na internet à luz das teorias de Bakhtin. Analisa o banner como um gênero secundário que se adapta ao imediatismo da internet para divulgar marcas e produtos de forma concisa em apenas um clique, levando o usuário ao site principal.
O documento discute os conceitos-chave da análise de discurso, incluindo: (1) A análise de discurso examina como a linguagem é usada em contextos sociais e históricos; (2) Teóricos como Bakhtin, Saussure e Foucault influenciaram o desenvolvimento da análise de discurso ao entender a linguagem como um ato social e discursivo; (3) A escola francesa da análise de discurso procura entender como os discursos são produzidos e circulam na sociedade
O documento discute os conceitos-chave da Análise de Discurso, incluindo suas origens na linguística e desenvolvimento a partir de teóricos como Bakhtin, Saussure e Foucault. A AD busca entender como os discursos são produzidos e circulam na sociedade, considerando fatores linguísticos e extralinguísticos como ideologia e poder.
Mecanismos de debreagem e embreagem actanciais empregados na língua faladaLetícia J. Storto
Mecanismos de debreagem e embreagem actanciais
empregados na língua falada
Vanessa Hagemeyer Burgo*
Eduardo Francisco Ferreira**
Letícia Jovelina Storto***
Estudos Semióticos
ISSN 1980-4016
vol. 7, no 2, p. 16 –25
Resumo: Este estudo tem por objetivo discutir a constituição da categoria de pessoa no discurso político,
analisando os efeitos de sentido produzidos pelos mecanismos de debreagem e embreagem actanciais empregados
na conversação. O arcabouço teórico deste trabalho consiste, portanto, em uma abordagem textual-interativa da
língua falada, pautada, sobretudo, em conceitos da semiótica em relação de interface com formulações advindas
da análise da conversação. O corpus é composto de transcrições do debate entre os candidatos à presidência da
República Luiz Inácio Lula da Silva e Geraldo Alckmin, realizado no dia 8 de outubro de 2006, transmitido pela
TV Bandeirantes. Vale ressaltar que optamos por trabalhar com trechos do primeiro bloco, os quais apresentam
elementos mais pertinentes à análise. Considerando-se que todo político tem como finalidade maior a adesão
dos eleitores e, consequentemente, seus votos, há uma grande preocupação com a imagem que querem passar
à sociedade e, por isso, as exposições são voltadas, sobretudo, aos telespectadores. Porém, na parte inicial
do debate, embora haja a presença da plateia e de jornalistas, os candidatos devem dirigir suas perguntas e
respostas um ao outro, em uma situação de interação face a face, Assim, mesmo que o destinatário direto
pareça ser o oponente, o real destinatário é o público.
1) O documento discute os gêneros do discurso e define-os como tipos relativamente estáveis de enunciados que são desenvolvidos em cada campo de atividade humana para facilitar a comunicação.
2) Apresenta as diferenças entre enunciados como unidades da comunicação discurso e orações como unidades gramaticais da língua.
3) Discutem-se as peculiaridades constitutivas dos enunciados como alternância de sujeitos do discurso e conclusibilidade.
O documento discute a teoria de Bakhtin sobre estética da criação verbal. Segundo Bakhtin, a unidade fundamental da comunicação discursiva é o enunciado, não a palavra ou oração. O enunciado possui características como alternância de sujeitos e conclusibilidade. Além disso, todo enunciado contém elementos expressivos que refletem a individualidade do falante dentro de um determinado gênero discursivo.
A concepção de sujeito da psicanalise a analise do discurso carmem e chagasMarcos Silvabh
Este documento discute concepções de sujeito na psicanálise, análise do discurso e linguística. Apresenta definições de língua, linguagem e discurso segundo diferentes autores e discute como o sujeito é construído na e pela linguagem. Também faz um paralelo entre as ideias de Freud, Lacan, Foucault e Pêcheux sobre o conceito de sujeito.
O documento discute a obra "Marxismo e Filosofia da Linguagem" de Bakhtin. Apresenta resumos do prefácio e das introduções, que descrevem a autoria controversa da obra e o contexto intelectual em que foi produzida. Também resume trechos-chave do capítulo 5 sobre língua, fala e enunciação, que criticam a abordagem objetivista e abstrata da linguística da época.
O documento discute o sujeito discursivo contemporâneo através do exemplo do sujeito da pichação. Analisa como o Estado individualiza sujeitos capitalistas e como o sujeito pichador, ligado à sociedade da qual faz parte, busca um lugar através de sua escrita nas paredes, resistindo à sua individualização. Questiona até que ponto essas formas de resistência podem afetar a forma histórica do sujeito.
Este documento discute a enunciação e os tipos de discurso. Apresenta conceitos como enunciador, narrador explícito e implícito. Discute como a enunciação constrói uma ilusão referencial e enunciativa na comunicação. Também aborda os tipos de discurso direto, indireto e indireto livre e como cada um assume um papel distinto na produção textual.
O documento descreve o método filosófico de Bakhtin, que envolve estudar fenômenos a partir de múltiplas perspectivas para sintetizá-las em novas concepções que abarquem todos os aspectos. Isso envolve partir da indução e da dedução, bem como revisar concepções à luz de novos entendimentos dos fenômenos.
1. O documento discute os gêneros do discurso e como eles refletem diferentes campos da atividade humana. 2. O autor argumenta que há uma grande heterogeneidade de gêneros do discurso, incluindo diálogos cotidianos, cartas, documentos oficiais e obras literárias. 3. Os gêneros do discurso precisam ser estudados para entender a natureza do enunciado e como a linguagem é usada em diferentes contextos.
O documento discute os problemas encontrados nos estudos dos gêneros do discurso e propõe uma abordagem metodológica que considere a natureza do enunciado no contexto dos gêneros. O autor argumenta que os gêneros primários refletem menos a individualidade do que os secundários e que a escolha do gênero depende do objetivo comunicacional e da audiência.
A perspectiva bakhtiniana de gênero do discurso e o ensino de línguasDaniela Mittel
Este documento discute a perspectiva bakhtiniana de gênero do discurso e seu uso no ensino de línguas. Primeiramente, define os conceitos-chave de Bakhtin sobre enunciados e gêneros discursivos. Em seguida, argumenta que os gêneros discursivos devem ser usados como unidades de ensino de línguas, levando os alunos a participar de diferentes situações sociais por meio da linguagem. Por fim, defende que o ensino de línguas deve ser contextualizado e baseado na interação entre
O documento discute os conceitos de gêneros do discurso e enunciado segundo Bakhtin. Apresenta gêneros discursivos primários e secundários e explica que os gêneros são determinados pela função e condição de comunicação de cada campo. Também define enunciado como a unidade real de comunicação discursiva delimitada pela alternância dos sujeitos do discurso.
O documento discute como o gênero da canção adquire características particulares quando utilizado em diferentes esferas discursivas, como a artística e a publicitária. O autor analisa os elementos temáticos, estilísticos e composicionais da canção e do jingle em cada esfera, com base na teoria dos gêneros discursivos de Bakhtin. Ele exemplifica sua análise comparando uma canção de Gilberto Gil e seu uso em um jingle publicitário do Itaú.
Este documento discute as teorias da enunciação, abordando conceitos como texto, discurso, enunciado, enunciação e os diferentes pontos de vista que podem estar presentes em um discurso, como o enunciador individual, coletivo, genérico e universal. Também apresenta os conceitos de discurso citado, ironia, negação, ato de fala, pressuposição e nominalização.
OS GÊNEROS DE TEXTO E OS TIPOS DE
DISCURSO COMO FORMATOS DAS
INTERAÇÕES PROPICIADORAS DE
DESENVOLVIMENTO In: BRONCKART, Jean-Paul. Atividade de linguagem,
discurso e desenvolvimento humano. Campinas, SP:
Mercado das Letras, 2006.
O documento discute conceitos-chave da linguística como signo linguístico, enunciação, discurso e ideologia de acordo com autores como Jakobson, Benveniste, Orlandi e Pêcheux. Resume três pontos principais: 1) A linguagem é constituída por signos que combinam significante e significado; 2) A enunciação estabelece o locutor e interlocutor no ato da fala; 3) O discurso é determinado pela ideologia que produz sentidos e sujeitos.
Este documento discute como a análise do discurso francesa aborda a materialidade discursiva segundo Michel Pêcheux. Primeiramente, descreve como a disciplina se insere na tradição francesa de refletir sobre textos. Em seguida, resume as três fases do projeto teórico de Pêcheux, desde a exploração da maquinaria discursiva até a desconstrução da mesma. Por fim, destaca que a análise do discurso investiga a estrutura e o acontecimento no discurso, articulando líng
O banner como gênero discursivo uma leitura a luz das teorias bakhtinianasAtitude Digital
Este documento discute o gênero discursivo do banner na internet à luz das teorias de Bakhtin. Analisa o banner como um gênero secundário que se adapta ao imediatismo da internet para divulgar marcas e produtos de forma concisa em apenas um clique, levando o usuário ao site principal.
O documento discute os conceitos-chave da análise de discurso, incluindo: (1) A análise de discurso examina como a linguagem é usada em contextos sociais e históricos; (2) Teóricos como Bakhtin, Saussure e Foucault influenciaram o desenvolvimento da análise de discurso ao entender a linguagem como um ato social e discursivo; (3) A escola francesa da análise de discurso procura entender como os discursos são produzidos e circulam na sociedade
O documento discute os conceitos-chave da Análise de Discurso, incluindo suas origens na linguística e desenvolvimento a partir de teóricos como Bakhtin, Saussure e Foucault. A AD busca entender como os discursos são produzidos e circulam na sociedade, considerando fatores linguísticos e extralinguísticos como ideologia e poder.
O documento discute a intertextualidade como estratégia criativa em textos publicitários. Apresenta o conceito de dialogismo de Bakhtin e como ele está relacionado à intertextualidade e polifonia. Explora como a intertextualidade ocorre em anúncios publicitários por meio de citação, alusão, estilização e paródia.
O documento discute a importância do ensino de gêneros textuais no desenvolvimento da língua portuguesa. Aprender diferentes gêneros textuais ajuda os alunos a se inserirem em práticas sociais de comunicação e desenvolvem sua autonomia intelectual e capacidade de leitura crítica. O documento fornece exemplos de gêneros orais e escritos categorizados por domínios sociais e capacidades linguísticas dominantes, e discute como organizar unidades didáticas focadas em gêneros textuais.
1) O documento discute a concepção sociointeracionista e discursiva de linguagem e como ela norteia as práticas de ensino de língua portuguesa.
2) Os gêneros textuais são vistos como formas de organização do discurso, legitimadas socialmente, e são o objeto de ensino privilegiado nessa abordagem.
3) As capacidades de linguagem envolvem a escolha adequada do gênero textual considerando contexto e intenções comunicativas, a apropriação de modelos textuais e a sele
Este documento discute diferentes concepções de linguagem ao longo do tempo, desde a visão da linguagem como expressão do pensamento até a visão atual da linguagem como processo de interação. Também aborda os conceitos de linguagem como instrumento de comunicação e a função da língua de acordo com cada concepção.
concepção sociointeracionista no ensinoNadia Biavati
O documento discute a concepção dialógica e interacionista da linguagem e suas contribuições para o ensino. Apresenta os conceitos de dialogismo e interacionismo de Bakhtin e como eles concebem a linguagem como construção social e interativa. Também destaca como essa visão pode orientar a abordagem dos gêneros do discurso no ensino da Língua Portuguesa.
O documento discute a Linguística Aplicada e sua evolução de um apêndice da Linguística para uma disciplina transdisciplinar produtiva. Também resume as principais correntes linguísticas como o Estruturalismo de Saussure, o Gerativismo de Chomsky e o Funcionalismo de Jakobson. Por fim, discute a abordagem Interacionista e a importância de considerar as diferenças linguísticas dos estudantes na escolha de material didático.
1. O documento apresenta uma introdução à análise do discurso, discutindo sua evolução histórica e perspectivas teóricas.
2. Aborda a distinção entre língua e fala proposta por Saussure e como Bakhtin superou essa dicotomia valorizando o discurso.
3. Discorre sobre como a linguagem é o lugar de manifestação da ideologia e não pode ser estudada de forma isolada do contexto social.
Bakhtin generos textuais e ensino de lingua portuguesaUNIPLETRAS
Este documento discute a importância de se ensinar gêneros textuais na educação de língua portuguesa. Apresenta diferentes perspectivas teóricas sobre gêneros textuais e defende que os professores devem levar em conta a diversidade de gêneros e seu caráter social e histórico ao invés de ensinar formatos engessados. Também ressalta a necessidade de capacitar os alunos a lerem e produzirem diferentes tipos de textos.
CONCEITOS BAKTINIANOS NA ANÁLISE DA INSCRIÇÃO DA SUBJETIVIDADE NO DISCURSO TR...planetanet
Este documento resume uma pesquisa sobre como os conceitos bakhtinianos podem ser aplicados à análise do discurso tradutório e da subjetividade do tradutor. Analisa como o tradutor apreende o discurso do autor original e como conceitos como dialogismo e polifonia são úteis para entender a produção do texto traduzido.
1) O documento discute a definição e funcionalidade dos gêneros textuais, definindo-os como fenômenos históricos e sociais que surgem vinculados à vida cultural e social para ordenar atividades comunicativas.
2) Faz a distinção entre tipos textuais, que são construções teóricas definidas por propriedades linguísticas, e gêneros textuais, que são realizações concretas definidas por propriedades sócio-comunicativas.
3) Aponta que novos gêneros
[1] O documento apresenta uma análise da obra O Pequeno Príncipe de Antoine de Saint-Exupéry, buscando identificar características da linguagem de autoajuda na constituição do discurso. [2] A análise baseia-se nos estudos de Bakhtin sobre gêneros do discurso e dialogismo e busca interpretar como a linguagem literária agrega elementos da linguagem de autoajuda. [3] O trabalho desenvolve-se por meio de análise composicional, temática e estilística da obra para identificar suas rel
O documento discute conceitos-chave da linguística como signo linguístico, enunciação, interdiscurso e ideologia. Aborda teóricos como Jakobson, Benveniste e Orlandi e conceitos como emissor, receptor, código, mensagem, subjetividade, tempo, referente e sujeito discursivo.
O documento discute a visão de Bakhtin sobre as relações entre linguagem, ideologia e consciência. Bakhtin argumenta que a ideologia faz parte do social e está presente nas interações humanas, com a palavra sendo um signo ideológico fundamental. Ele também critica as abordagens idealistas e objetivistas da linguagem, defendendo que o objeto de estudo deve ser a interação verbal concreta.
Este artigo discute como os gêneros discursivos podem contribuir para o ensino da língua portuguesa. A pesquisa é baseada nas teorias de Bakhtin, Halliday, Koch e outros que veem a linguagem como instrumento essencial para a transformação humana. Os gêneros discursivos são aprendidos socialmente e representam padrões comunicativos usados em situações específicas. Marcuschi defende que o ensino deve focar nos gêneros textuais orais e escritos para desenvolver a capacidade de expressão dos al
Este documento apresenta um resumo de três frases ou menos do documento fornecido:
O documento discute a diferença entre intertextualidade e interdiscursividade segundo Bakhtin e outros autores. Intertextualidade refere-se à incorporação de um texto em outro, enquanto interdiscursividade se refere à interação com um discurso ou memória discursiva que constitui o contexto da atividade linguística. A obra de Bakhtin mostra que o dialogismo, ou relação entre enunciados, é a forma de funcionamento real da linguagem.
AULA 2- ANALISE DO DISCURSO.taquidirvasconharswizzydejesus
O documento discute termos relacionados a discurso e linguística textual. Apresenta as definições de texto, contexto e co-texto. Explora a diferença entre frase e enunciado e discute as funções das unidades conversacionais.
Intertextualidade interdiscursividade 121022125333-phpapp02Edilson A. Souza
O documento discute os conceitos de intertextualidade e interdiscursividade a partir da obra de Bakhtin e de outros autores. Segundo Fiorin, interdiscursividade refere-se a qualquer relação dialógica entre enunciados, enquanto intertextualidade é um tipo particular onde há incorporação de materialidade textual de um texto em outro. Kristeva define intertextualidade como a noção de que todo texto é construído a partir de citações de outros textos.
Gêneros do discurso o que os pcns dizem e o que a prática escolar revelaFrancimeire Cesario
A educação deve ser concebida como um processo de formação/transformação que se realiza a
partir de experiências vividas pelos sujeitos nos diversos espaços educativos a que têm acesso (família,
trabalho, escola...), na interação com o mundo e com as pessoas que fazem parte do seu universo cultural.
Atividade letra da música - Espalhe Amor, Anavitória.Mary Alvarenga
A música 'Espalhe Amor', interpretada pela cantora Anavitória é uma celebração do amor e de sua capacidade de transformar e conectar as pessoas. A letra sugere uma reflexão sobre como o amor, quando verdadeiramente compartilhado, pode ultrapassar barreiras alcançando outros corações e provocando mudanças positivas.
O Que é Um Ménage à Trois?
A sociedade contemporânea está passando por grandes mudanças comportamentais no âmbito da sexualidade humana, tendo inversão de valores indescritíveis, que assusta as famílias tradicionais instituídas na Palavra de Deus.
Slides Lição 11, CPAD, A Realidade Bíblica do Inferno, 2Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
Slideshare Lição 11, CPAD, A Realidade Bíblica do Inferno, 2Tr24, Pr Henrique, EBD NA TV, Lições Bíblicas, 2º Trimestre de 2024, adultos, Tema, A CARREIRA QUE NOS ESTÁ PROPOSTA, O CAMINHO DA SALVAÇÃO, SANTIDADE E PERSEVERANÇA PARA CHEGAR AO CÉU, Coment Osiel Gomes, estudantes, professores, Ervália, MG, Imperatriz, MA, Cajamar, SP, estudos bíblicos, gospel, DEUS, ESPÍRITO SANTO, JESUS CRISTO, Com. Extra Pr. Luiz Henrique, de Almeida Silva, tel-What, 99-99152-0454, Canal YouTube, Henriquelhas, @PrHenrique, https://ebdnatv.blogspot.com/
Egito antigo resumo - aula de história.pdfsthefanydesr
O Egito Antigo foi formado a partir da mistura de diversos povos, a população era dividida em vários clãs, que se organizavam em comunidades chamadas nomos. Estes funcionavam como se fossem pequenos Estados independentes.
Por volta de 3500 a.C., os nomos se uniram formando dois reinos: o Baixo Egito, ao Norte e o Alto Egito, ao Sul. Posteriormente, em 3200 a.C., os dois reinos foram unificados por Menés, rei do alto Egito, que tornou-se o primeiro faraó, criando a primeira dinastia que deu origem ao Estado egípcio.
Começava um longo período de esplendor da civilização egípcia, também conhecida como a era dos grandes faraós.
Slides Lição 11, Central Gospel, Os Mortos Em CRISTO, 2Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
Slideshare Lição 11, Central Gospel, Os Mortos Em Cristo, 1Tr24, Pr Henrique, EBD NA TV, Revista ano 11, nº 1, Revista Estudo Bíblico Jovens E Adultos, Central Gospel, 2º Trimestre de 2024, Professor, Tema, Os Grandes Temas Do Fim, Comentarista, Pr. Joá Caitano, estudantes, professores, Ervália, MG, Imperatriz, MA, Cajamar, SP, estudos bíblicos, gospel, DEUS, ESPÍRITO SANTO, JESUS CRISTO, Com. Extra Pr. Luiz Henrique, 99-99152-0454, Canal YouTube, Henriquelhas, @PrHenrique
1. Análise do Discurso
A Análise do Discurso é uma prática da linguística no campo da Comunicação,
e consiste em analisar a estrutura de um texto e a partir disto compreender as
construções ideológicas presentes no mesmo.
O discurso em si é uma construção linguística atrelada ao contexto social no
qual o texto é desenvolvido. Ou seja, as ideologias presentes em um discurso
são diretamente determinadas pelo contexto político-social em que vive o seu
autor. Mais que uma análise textual, a análise do Discurso é uma análise
contextual da estrutura discursiva em questão.
Michel Foucault descreveu a Ordem do Discurso como uma construção de
características sociais. A sociedade que promove o contexto do discurso
analisado é a base de toda a estrutura do texto, atrelando, deste modo, todo e
qualquer elemento que possa fazer parte do sentido do discurso. O texto só
pode assim ser chamado se o seu receptor for capaz de compreender o seu
sentido, e isto cabe ao autor do texto e à atenção que o mesmo der ao contexto
da construção de seu discurso. É a relação básica para a existência da
comunicação verbal: emissão – recepção – compreensão.
As práticas discursivas geram também outros âmbitos de análise do discurso,
como o Universo de Concorrências, que consiste na competição entre vários
emissores para atingir um mesmo público alvo. A partir disto, os emissores
precisam interar-se do contexto da vida do seu receptor, para que deste modo
possam interpelá-lo segundo sua própria ideologia, fazendo com que assim,
sua mensagem seja recebida e assimilada pelo receptor sem que o mesmo
perceba que está sendo alvo de uma tentativa de convencimento, por assim
dizer.
Dentro da análise do Discurso há também o discurso estético, feito por meio de
imagens, e que interpelam o indivíduo através de sua sensibilidade, que está
ligada ao seu contexto também. A sensibilidade de um indivíduo define-se a
partir do que ao longo de sua vida torna-se importante e aguça-lhe
sentimentos. Com isto, podemos analisar as artes produzidas em diferentes
épocas da história em todo o mundo e perceber as diferentes formas de
interpelação e contextualidade presentes nas mesmas. O discurso estético tem
a mesma capacidade ideológica que o discurso verbal, com a vantagem de
atingir o indivíduo esteticamente, o que pode render muito mais rapidamente o
sucesso do discurso aplicado.
A partir na análise de todos os aspectos do discurso chega-se ao mais
importante: o sentido. O sentido do discurso não é fixo, por vários motivos. Pelo
contexto, pela estética, pela ordem do discurso, pela sua forma de construção.
O sentido do discurso encontra-se sempre em aberto para a possibilidade de
interpretação do seu receptor. O efeito do discurso é, claramente, transmitir
uma mensagem e alcançar um objetivo premeditado através da interpretação e
interpelação do indivíduo alvo.
2. O DISCURSO NA VISÃO DE BAKHTIN
Normalmente, o método sociológico é aplicado a pesquisas na área do
discurso e dos gêneros, e discutem-se as contribuições da Lingüística para a
análise de gêneros. Entretanto, as contribuições que o método sociológico e os
estudos de gêneros podem trazer para a Lingüística quase não são abordadas:
o diálogo entre esses dois campos de estudo nem sempre se apresenta como
uma via de mão dupla.
Para Bakhtin, a Lingüística e a Metalingüística estudam um mesmo fenômeno
concreto, muito complexo e multifacético, o discurso (“a língua em sua
integridade concreta e viva e não a língua como objeto específico da
lingüística, obtido por meio de uma abstração absolutamente legítima e
necessária de alguns aspectos da vida concreta do discurso” (BAKHTIN, 1997,
p. 181), mas o estudam sob diferentes aspectos e ângulos de visão.
A língua, as palavras são quase tudo na vida humana. Contudo, não se deve
pensar que essa realidade sumamente multifacetada que tudo abrange possa
ser objeto apenas de uma ciência – a lingüística – e ser interpretada apenas
por métodos lingüísticos. O objeto da lingüística é apenas o material, apenas o
meio de comunicação discursiva [sic], mas não a própria comunicação
discursiva, não o enunciado de verdade, nem as ações entre eles (dialógicas),
nem as formas da comunicação, nem os gêneros do discurso. (BAKHTIN,
2003b, p. 324).
Assim sendo, como Bakhtin concebe os gêneros do discurso? O autor define
os gêneros como tipos de enunciados, relativamente estáveis e normativos,
que estão vinculados a situações típicas da comunicação social. Essa é a
natureza verbal comum dos gêneros a que o autor se refere: a relação
intrínseca dos gêneros como enunciados ( e não como uma dimensão
lingüística e/ ou formal propriamente dita, desvinculada da atividade social, que
excluiria a abordagem de cunho social dos gêneros); isto é, a natureza sócio-
ideológica e discursiva dos gêneros. Dessa forma, os gêneros estão ligados às
situações sociais da interação: qualquer mudança nessa interação gerará
mudanças no gênero. O autor enfatiza a relativa estabilização dos gêneros e a
sua ligação com a atividade humana. Em síntese, os gêneros estão vinculados
à situação social de interação e, por isso, como os enunciados individuais, são
constituídos de duas partes inextricáveis, a sua dimensão lingüístico-textual e a
sua dimensão social: cada gênero está vinculado a uma situação social de
interação típica, dentro de uma esfera social; tem sua finalidade discursiva, sua
própria concepção de autor e destinatário. Em contrapartida, uma vez que se
tem a constituição do gênero, este exerce, em retorno, um efeito normativo
sobre as interações verbais (ou não verbais). Por isso que se pode dizer que
para Bakhtin os gêneros também são formas de ação: na interação, eles
funcionam como índices de referência para a construção dos enunciados, pois
balizam o autor no processo discursivo, e como horizonte de expectativas para
o interlocutor, no processo de compreensão e interpretação do enunciado (a
3. construção da reação-resposta ativa). Desse modo, para a interação, é
necessário tanto o domínio das formas da língua quanto o da formas do
discurso, isto é, o domínio dos gêneros do discurso (BAKHTIN, 1985, p.269-
270).
Se o autor conceitua os gêneros como tipos de enunciados, para entender
essa relação é preciso compreender o que é o enunciado para o círculo
bakhtiniano. Para Bakhtin, o enunciado é a unidade concreta e real da
comunicação discursiva, uma vez que o discurso só pode existir na forma de
enunciados concretos e singulares, pertencentes aos sujeitos discursivos de
uma ou outra esfera da atividade e comunicação humanas. Cada enunciado,
dessa forma, constitui-se em um novo acontecimento, um evento único e
irrepetível da comunicação discursiva. Ele não pode ser repetido, mas somente
citado, pois, nesse caso, constitui-se como um novo acontecimento. Mas é
também como elemento inalienável que o enunciado representa apenas um elo
na cadeia complexa e contínua da comunicação discursiva, mantendo relações
dialógicas com os outros enunciados: ele já nasce como resposta a outros
enunciados (surge como sua réplica) e mantém no seu horizonte os
enunciados que o seguem (todo enunciado está orientado para a reação-
resposta ativa do(s) outro(s) participante(s) da interação.
Sabemos que a linguagem é importante, por tudo o que fazemos é regido por
ela, desde um simples gesto, conversa informal, formal etc. Também é sabida
de sua forma multifacetada, e, por isso mesmo sua compreensão somente se
efetua no enunciado. O enunciado reflete a verdadeira condição de uso, como:
conteúdo, estilo e sua construção composicional. Nele podemos perceber o
que realmente o falante quer expressar. Nele podemos perceber o que
realmente o falante quer expressar. Esses três elementos citados são
inseparáveis do enunciado.
Mais na verdade, o que seria o enunciado? Para responder a essa pergunta
vamos começar por Saussure, com seu método estruturalista, para ele a
linguagem era dividida em língua e fala, mas ele não se preocupou em estudar
a fala, quem teve essa preocupação foi Mikhail Bakhtin.
Para Bakhtin, o homem é um ser sócio-histórico, isso quer dizer que o estudo
da linguagem só é possível na interação, assim, ele critica essa separação de
Saussure, e afirma que a análise da linguagem não pode ser realizada
separando-a do sujeito. Portanto, para Bakhtin o estudo da língua só acontece
no enunciado, quando realmente há interação entre eu e o outro.
Assim afirma Bakhtin:
O emprego da língua efetua-se em forma de enunciados (orais e escritos)
concretos e únicos, proferidos pelos integrantes desse ou daquele campo da
atividade humana. Esses enunciados refletem as condições específicas e as
finalidades de cada referido campo […] Evidentemente, cada enunciado
particular é individual, mas cada campo de utilização da língua elabora seus
tipos relativamente estáveis de enunciados, os quais denominamos gêneros do
discurso. ( BAKHTIN, 2006, p. 261).
4. Vale referir, sobre a heterogeneidade do gênero discursivo, pois sua
diversidade é tão grande quanto a possibilidades de mudanças da
humanidade, em conseqüência dessa heterogeneidade é difícil definir a
natureza geral do enunciado. Mas existe uma diferença entre gêneros
discursivos primários e gêneros discursivos secundários.
Os gêneros discursivos secundários são os romances, dramas pesquisas
científicas de toda espécie, etc.. Eles aparecem nas situações de comunicação
mais complexa, que exigem mais rigor e formalidade, ou seja, tem uma
estrutura mais elaborada, predominantemente, o escrito. No processo de
construção desse gênero mais preparado há incorporação de diversos gêneros
primários. Dessa forma, acontece uma transformação desses gêneros
primários e eles adquirem uma formação especial para fazerem parte do
gênero secundário.
A respeito dos gêneros do discurso, o autor diz que todo enunciado, seja oral,
escrito, seja primário, secundário, ou qualquer campo da comunicação
discursiva é individual, e por esse motivo reflete a individualidade do autor, ou
seja, notamos o estilo individual do autor em seu enunciado.
É certo que nem todo enunciado é permitido o estilo individual do autor, Bakhtin
diz que na grande maioria dos enunciados essa individualidade não é
permitida, que o estilo é um componente muito importante, porque integra a
unidade de gêneros do enunciado como seu elemento. Então, para Bakhtin:
Os enunciados e seus tipos, isto é, os gêneros discursivos, são correias de
transmissão entre a história da sociedade e a história da linguagem. Nenhum
fenômeno novo (fonético, léxico, gramatical) pode integrar o sistema da língua
sem ter percorrido um complexo e longo caminho de experimentação e
elaboração de gêneros e estilos. Onde há estilo há gênero. (BAKHTIN, 2006, p.
268)
Em virtude do exposto a respeito do enunciado, cabe agora fazermos uma
distinção entre enunciado, palavra e oração.
Bakhtin menciona que, é um pensamento relativamente acabado,
imediatamente correlacionado com outros pensamentos do mesmo falante e,
no conjunto do seu enunciado; ao término da oração, o falante faz uma pausa
para passar em seguida ao seu pensamento subsequente, que dá
continuidade, completa e fundamenta o primeiro. (BAKHTIN, 2006, p.278)
Quanto à palavra, Bakhtin fala que enquanto unidade da língua a palavra é
neutra, consequentemente pode-se dizer que qualquer palavra existe para o
falante em três aspectos: como palavra da língua neutra e não pertencente a
ninguém: como palavra alheia dos outros, cheia de ecos de outros enunciados;
e por último, como minha palavra. A partir do momento que faço uso da palavra
em uma situação determinada, num contexto próprio, nesse instante ela possui
o estilo individual do autor, ou do falante. Dessa maneira, a palavra surge da
realidade concreta, nas reais condições de uso, isso também vale para a
5. oração. Ou seja, enquanto unidade da língua tanto a frase quanto a oração não
diz nada, são neutras. Como menciona Bakhtin (2006, p. 296) “A oração
enquanto unidade da língua possui uma entonação gramatical específica e não
uma entonação expressiva. […] A oração só adquire entonação expressiva no
conjunto do enunciado”.
Logo, o elemento expressivo é uma peculiaridade muito importante da
linguagem e está somente no enunciado, e o autor faz uma alerta que para o
enunciado existir deve-se levar em consideração o antes e o após, ou seja, ele
tem que ser visto com ecos e ressonâncias de enunciados dos outros. Então,
por mais monólogo que seja o enunciado, sempre traz nele uma resposta de
algo que já foi mencionado sobre aquele objeto. Bakhtin diz que a nossa
própria ideia surge da interação dos pensamentos dos outros. Outro aspecto
interessante é o direcionamento, isto é, temos que levar em consideração o
destinatário, até que ponto ele conhece o assunto, isso é necessário para que
possa ocorrer a total compreensão do assunto, que possua um real
entendimento do enunciado. Na falta dessa confiança é impossível entender o
gênero ou o estilo do discurso, como afirma o autor.
5 CONCLUSÃO
Na visão bakhtiniana, o discurso está sempre voltado para seu objeto (tema)
que já traz no bojo de outros falantes. Em conseqüência,o discurso é sempre
levado dialogicamente ao discurso do outro, repleto de entonações, conotações
e juízos valorativos. Assimila o outro discurso, refuta-o, funde-se com ele,e,
assim, acaba por constituir-se enquanto discurso. Enfim, o discurso forma-se a
partir ralações dialógicas com outros discursos,que influenciam o seu aspecto
estilístico.
Bakhtin ressalva que o discurso é “diálogo vivo”, por isso, está sempre voltado
ara réplica, para a resposta que ainda não foi dita, mas que é provocada
e,consequentemente, passa a ser esperada. Na atualidade, adotar a unidade
discurso como objeto de estudo é compreender a amplitude do domínio da
linguagem. É compreender o jogo interacional e ideológico no qual as
manifestações lingüísticas ocorrem, bem como as regulações de poder e saber
às quais estão submetidas.
Mikhail Bakhtin
Mikhail Bakhtin dedicou a vida à definição de noções, conceitos e categorias de
análise da linguagem com base em discursos cotidianos, artísticos, filosóficos,
científicos e institucionais. Em sua trajetória, notável pelo volume de textos,
ensaios e livros redigidos, esse filósofo russo não esteve sozinho. Foi um dos
mais destacados pensadores de uma rede de profissionais preocupados com
as formas de estudar linguagem, literatura e arte, que incluía o linguista
Valentin Voloshinov (1895-1936) e o teórico literário Pavel Medvedev (1891-
1938).
Um dos aspectos mais inovadores da produção do Círculo de Bakhtin, como
ficou conhecido o grupo, foi enxergar a linguagem como um constante
6. processo de interação mediado pelo diálogo – e não apenas como um sistema
autônomo. “A língua materna, seu vocabulário e sua estrutura gramatical, não
conhecemos por meio de dicionários ou manuais de gramática, mas graças aos
enunciados concretos que ouvimos e reproduzimos na comunicação efetiva
com as pessoas que nos rodeiam”, escreveu o filósofo.
Segundo essa concepção, a língua só existe em função do uso que locutores
(quem fala ou escreve) e interlocutores (quem lê ou escuta) fazem dela em
situações (prosaicas ou formais) de comunicação. O ensinar, o aprender e o
empregar a linguagem passam necessariamente pelo sujeito, o agente das
relações sociais e o responsável pela composição e pelo estilo dos discursos.
Esse sujeito se vale do conhecimento de enunciados anteriores para formular
suas falas e redigir seus textos. Além disso, um enunciado sempre é modulado
pelo falante para o contexto social, histórico, cultural e ideológico. “Caso
contrário, ele não será compreendido”, explica a linguista Beth Brait, estudiosa
de Bakhtin e professora associada da Universidade de São Paulo (USP) e da
Pontifícia Universidade Católica (PUC), ambas na capital paulista.
Nessa relação dialógica entre locutor e interlocutor no meio social, em que o
verbal e o não-verbal influenciam de maneira determinante a construção dos
enunciados, outro dado ganhou contornos de tese: a interação por meio da
linguagem se dá num contexto em que todos participam em condição de
igualdade. Aquele que enuncia seleciona palavras apropriadas para formular
uma mensagem compreensível para seus destinatários. Por outro lado, o
interlocutor interpreta e responde com postura ativa àquele enunciado,
internamente (por meio de seus pensamentos) ou externamente (por meio de
um novo enunciado oral ou escrito).
EXERCÍCIOS
LEIA:
Moravam debaixo da ponte. Oficialmente, não é lugar onde se more, porém
eles moravam. Ninguém lhes cobrava aluguel, imposto predial, taxa de
condomínio: a ponte é de todos, na parte de cima; de ninguém, na parte de
baixo. Não pagavam conta de luz e gás, porque luz e gás não consumiam. Não
reclamavam contra falta d’água, raramente observada por baixo de pontes.
Problema de lixo não tinham; podia ser atirado em qualquer parte, embora não
conviesse atirá-lo em parte alguma, se dele vinham muitas vezes o vestuário, o
alimento, objetos de casa. Viviam debaixo da ponte, podiam dar esse endereço
a amigos, recebê-los, fazê-los desfrutar comodidades internas da ponte.
À tarde surgiu precisamente um amigo que morava nem ele mesmo sabia
onde, mas certamente morava: nem só a ponte é lugar de moradia para quem
não dispõe de outro rancho. Há bancos confortáveis nos jardins, muito
7. disputados; a calçada, um pouco menos propícia; a cavidade na pedra, o mato.
Até o ar é uma cassa, se soubermos habitá-lo, principalmente o ar da rua. O
que morava não se sabe onde vinha visitar os de debaixo da ponte e trazer-
lhes uma grande posta de carne.
Nem todos os dias se pega uma posta de carne. Não basta procurá-la; é
preciso que ela exista, o que costuma acontecer dentro de certas limitações de
espaço e de lei. Aquela vinha até eles, debaixo da ponte, e não estavam
sonhando, sentiam a presença física da posta, o amigo rindo diante deles, a
posta bem palpável, comível. Fora encontrada no vazadouro, supermercado
para quem sabe frequentá-lo, e aqueles três o sabiam, de longa data e olfativa
ciência.
Comê-la crua ou sem tempero não teria o mesmo gosto. Um de debaixo da
ponte saiu à caça de sal. E havia sal a um canto da rua, dentro da lata.
Também o sal existia sob determinadas regras, mas pode tornar-se acessível
conforme as circunstâncias. E a lata foi trazida para debaixo da ponte.
Debaixo da ponte os três prepararam comida. Debaixo da ponte a comeram.
Não sendo operação diária, cada um saboreava duas vezes: a carne e a
sensação de raridade da carne. E iriam aproveitar o resto do dia dormindo (pois
não há coisa melhor, depois de um prazer, do que o prazer complementar do
esquecimento) quando começaram a sentir dores. Dores que foram
aumentando, mas poderiam ser atribuídas ao espanto de alguma parte do
organismo de cada um, vendo-se alimentado, sem que lhe houvesse chegado
notícia prévia de alimento. Dois morreram logo, o terceiro agoniza no hospital.
Dizem uns que morreram da carne, dizem outros que do sal, pois era soda
cáustica. Há duas vagas debaixo da ponte.
Em: A bolsa & a vida, Rio de Janeiro: INL, 1971
1. Faça uma análise do discurso presente no texto “De baixo da ponte”, de Carlos
Drummond de Andrade.