O documento discute a importância da leitura para crianças de 0 a 6 anos. Ele apresenta:
1) Como a leitura é importante para o desenvolvimento cerebral e das habilidades linguísticas das crianças nessa faixa etária.
2) Que a leitura parental se tornou uma recomendação médica porque fortalece o vínculo entre pais e filhos e ajuda no desenvolvimento emocional e cognitivo das crianças.
3) Que a leitura pode ser definida de forma ampla para bebês e crianças pequenas, en
Autismo: desafios da inclusão da criança autista na escola regularJanderly Reis
Este documento analisa os desafios da inclusão de crianças autistas na escola regular. Ele discute como o autismo afeta a comunicação e aprendizagem, e como professores precisam de estratégias para atender melhor às necessidades dessas crianças. O documento conclui que é importante compreender cada criança autista individualmente e estimular suas habilidades com paciência e amor.
Este relatório apresenta o estágio de uma estudante de pedagogia na Escola de Ensino Fundamental João Ronaldo Matias em Pacajus-CE. O relatório inclui um diagnóstico da escola com detalhes sobre sua identificação, objetivos, princípios, histórico e características. Também descreve as atividades realizadas durante o estágio, como observação, planejamento e execução das aulas, além de conclusões sobre a experiência.
1. O documento é um relatório de estágio em gestão escolar realizado na Escola Municipal “Cláudio Pinheiro de Lima”.
2. O relatório descreve as atividades observadas durante o estágio, incluindo a análise de diferentes modalidades de gestão, a identificação dos espaços de atuação do gestor e suas atribuições, e a análise do Plano Pedagógico da escola e suas metodologias de trabalho e avaliação.
3. O estágio permitiu ao aluno observar de perto o trabalho dos gestores da escol
Este documento apresenta uma coleção de jogos tradicionais portugueses para crianças, descrevendo as regras e instruções de cada jogo. Alguns exemplos incluem Macaca, Pião, Macaquinho do Chinês, Pneus, e várias variantes do jogo Saltar à Corda, como jogo individual, em equipes ou em grupo. O objetivo é preservar estes jogos tradicionais como parte do património cultural português.
1) O educador descreve seu trabalho no jardim de infância baseado no plano curricular construído para atender as necessidades das crianças. Suas atividades receberam avaliação "excelente".
2) Ele contribui para os objetivos da escola promovendo aprendizagens nas crianças e articulação com outros níveis e instituições. Participa em projetos comunitários.
3) O educador realizou diversas formações e atua como formador. Publicou artigos e livros, organizou eventos sobre educação. Sua prática é baseada
A intervenção do Psicopedagogo nas dificuldades de aprendizagenshelio123456
O documento discute o papel do psicopedagogo nas dificuldades de aprendizagem, propondo intervenções para ajudar alunos com problemas como déficit de atenção. Ele descreve como a psicopedagogia pode ajudar a entender múltiplos fatores que afetam a aprendizagem e como intervenções como trabalhos em grupo podem melhorar o processo de ensino-aprendizagem. O objetivo é prevenir o fracasso escolar diagnosticando problemas e adaptando estratégias de acordo com as necessidades de cada aluno.
1. A leitura na primeira infância fortalece o vínculo familiar e ajuda no desenvolvimento da atenção, memória, vocabulário e raciocínio da criança.
2. Estudos mostram que a exposição precoce a livros está associada a melhores resultados cognitivos e de linguagem.
3. Pais devem ler com as crianças de forma interativa e adaptada à idade, incentivando a curiosidade e imaginação.
Autismo: desafios da inclusão da criança autista na escola regularJanderly Reis
Este documento analisa os desafios da inclusão de crianças autistas na escola regular. Ele discute como o autismo afeta a comunicação e aprendizagem, e como professores precisam de estratégias para atender melhor às necessidades dessas crianças. O documento conclui que é importante compreender cada criança autista individualmente e estimular suas habilidades com paciência e amor.
Este relatório apresenta o estágio de uma estudante de pedagogia na Escola de Ensino Fundamental João Ronaldo Matias em Pacajus-CE. O relatório inclui um diagnóstico da escola com detalhes sobre sua identificação, objetivos, princípios, histórico e características. Também descreve as atividades realizadas durante o estágio, como observação, planejamento e execução das aulas, além de conclusões sobre a experiência.
1. O documento é um relatório de estágio em gestão escolar realizado na Escola Municipal “Cláudio Pinheiro de Lima”.
2. O relatório descreve as atividades observadas durante o estágio, incluindo a análise de diferentes modalidades de gestão, a identificação dos espaços de atuação do gestor e suas atribuições, e a análise do Plano Pedagógico da escola e suas metodologias de trabalho e avaliação.
3. O estágio permitiu ao aluno observar de perto o trabalho dos gestores da escol
Este documento apresenta uma coleção de jogos tradicionais portugueses para crianças, descrevendo as regras e instruções de cada jogo. Alguns exemplos incluem Macaca, Pião, Macaquinho do Chinês, Pneus, e várias variantes do jogo Saltar à Corda, como jogo individual, em equipes ou em grupo. O objetivo é preservar estes jogos tradicionais como parte do património cultural português.
1) O educador descreve seu trabalho no jardim de infância baseado no plano curricular construído para atender as necessidades das crianças. Suas atividades receberam avaliação "excelente".
2) Ele contribui para os objetivos da escola promovendo aprendizagens nas crianças e articulação com outros níveis e instituições. Participa em projetos comunitários.
3) O educador realizou diversas formações e atua como formador. Publicou artigos e livros, organizou eventos sobre educação. Sua prática é baseada
A intervenção do Psicopedagogo nas dificuldades de aprendizagenshelio123456
O documento discute o papel do psicopedagogo nas dificuldades de aprendizagem, propondo intervenções para ajudar alunos com problemas como déficit de atenção. Ele descreve como a psicopedagogia pode ajudar a entender múltiplos fatores que afetam a aprendizagem e como intervenções como trabalhos em grupo podem melhorar o processo de ensino-aprendizagem. O objetivo é prevenir o fracasso escolar diagnosticando problemas e adaptando estratégias de acordo com as necessidades de cada aluno.
1. A leitura na primeira infância fortalece o vínculo familiar e ajuda no desenvolvimento da atenção, memória, vocabulário e raciocínio da criança.
2. Estudos mostram que a exposição precoce a livros está associada a melhores resultados cognitivos e de linguagem.
3. Pais devem ler com as crianças de forma interativa e adaptada à idade, incentivando a curiosidade e imaginação.
Artigo relatório de estágio na educação infantil.renatalguterres
1. O documento relata as experiências de uma estagiária no curso de pedagogia em uma turma de pré-escola.
2. A estagiária descreve seu planejamento de aulas, atividades realizadas com as crianças e desafios enfrentados, como falta de concentração dos alunos.
3. Ela reflete sobre a importância de conhecer os alunos, adaptar as atividades a cada um e mediar a construção do conhecimento de forma significativa.
Ata de reunião ordinária da comissão de alunos e amigos da escola municipal c...baibicalho
A reunião discutiu: 1) projetos de cursos profissionalizantes na escola; 2) organização da formatura de alunos do ensino fundamental, incluindo datas para jantar e cerimônia; 3) oferta de aulas de reforço em português e matemática.
Atividades em grupo para se trabalhar com idososRosane Domingues
1. O documento discute a animação de idosos, definindo-a como um estímulo para a vida mental, física e afetiva dos idosos.
2. Aborda diferentes facetas da animação como a animação física, cognitiva, expressão plástica, comunicação, desenvolvimento pessoal e social e comunitária.
3. Destaca a importância da motivação para a animação de idosos e como as atividades lúdicas podem melhorar a qualidade de vida e autoestima dos idosos.
O livro conta a história de ZéZé, um menino que faz amizade com o Portuga. Quando o Portuga morre em um acidente, ZéZé revela que seu melhor amigo era na verdade o pé de laranja lima do seu quintal. A árvore era onde ZéZé desabafava seus problemas.
Reflexões sobre Transtorno do Espectro Autista realizados a partir da palestra do Prof. Dr. Marcio Moacyr Vasconcelos (UFF) no 38 Congresso Brasileiro de Pediatria. Alguns dados foram atualizados, outros tiveram a linguagem adequada ao público leigo.
Ata de reunião ordinária da comissão de alunos e amigos da escola municipal c...baibicalho
A reunião discutiu a organização da formatura do ensino médio, reuniões com a equipe pedagógica da escola e tornar as atas em arquivos PDF. O secretário apresentou sua renúncia e será escolhido um substituto. Foi aprovada a proposta de tornar as atas em formato digital.
Existem vários tipos de mães: carinhosa, brava, engraçada, inteligente, moderna, brincalhona... Apesar de diferentes, todas elas possuem algo em comum: o imenso amor que as torna tão especiais!
Esta peça de Natal é perfeita para ser utilizada para explicar o verdadeiro significado do Natal, que vai muito mais além do que ganhar presentes. Com o desenrolar da peça teatral, Joca e Clarinha começam a entender e valorizar a comemoração do Natal.
Ela foi escrita pensando um um teatro de bonecos ou de fantoches, mas pode ser representada pelos professores também.
Você encontra muito mais atividades de natal em nosso site:
http://www.atividadeseducacaoinfantil.com.br
- O documento discute a importância da linguagem oral e escrita na educação infantil e o conceito de letramento. Aborda como a criança se relaciona com a linguagem escrita e quais condições facilitam sua apropriação.
- É importante respeitar as possibilidades e condições de aprendizagem da criança, oferecendo práticas educativas que valorizem sua participação.
- Aprender a ler e escrever deve ser um processo que favoreça a apropriação da escrita pela criança de forma significativa, por me
A ata resume uma reunião de pais e encarregados de educação na Escola E. B. 2,3/S de Mondim de Basto. O diretor de turma informou os pais sobre o desempenho e comportamento dos alunos no primeiro período letivo e entregou as fichas de avaliação. Vários pais questionaram o diretor sobre assuntos específicos relacionados com os seus educandos. No final, o diretor comunicou planos de recuperação de alguns alunos e os pais continuaram a expressar descontentamento com a comida
O documento discute sequências didáticas na educação infantil. Ele explica que uma sequência didática é um conjunto sistematizado de atividades planejadas para ensinar um conteúdo de forma etapada. Também discute como elaborar sequências didáticas de forma coletiva e as vantagens de seu uso no planejamento pedagógico.
Este documento descreve um projeto de ciências onde alunos exploram quais objetos flutuam ou afundam na água. Os alunos realizaram experiências colocando objetos como colheres, maçãs e esferovite na água e observaram seu comportamento. Eles concluíram que a flutuação depende da densidade do objeto em comparação com a densidade da água, não do tamanho ou peso do objeto.
O documento discute os benefícios do lúdico na sala de aula para o desenvolvimento infantil. Em 3 frases:
1) O lúdico é importante para o desenvolvimento físico, intelectual, social e didático da criança.
2) Atividades lúdicas devem ser usadas no processo de alfabetização para facilitar a aprendizagem da leitura e escrita.
3) Projetos que incorporam o lúdico de forma planejada na sala de aula podem enriquecer o desenvolvimento da língua oral e escrita dos
Este documento lista autores portugueses de literatura infantil, incluindo Prof. Rui Alves Luís, Luísa Ducla Soares, Sophia de Mello Breyner Andresen, e vencedores de prêmios como José Saramago e Alice Vieira. A lista contém dezessete nomes de escritores portugueses reconhecidos por seu trabalho na literatura infantil.
O documento discute a importância do brincar no processo de ensino e aprendizagem das crianças. Ele explica que brincar ajuda as crianças a se envolverem mais nas aulas e desenvolverem habilidades como coordenação motora e sociabilidade. Também destaca que o brincar é fundamental para a identidade e autonomia das crianças e deve ser incluído nas atividades escolares para auxiliar no desenvolvimento cognitivo.
Este relatório descreve as atividades de um educador de infância durante o ano letivo de 2017-2018. O educador seguiu o plano curricular da escola e organizou atividades que promoveram o desenvolvimento das crianças. As atividades receberam avaliações positivas e o educador participou em formações contínuas para melhorar seu trabalho.
Este documento discute a importância da literatura infantil e dos contos na educação infantil. Ele explica o que é literatura infantil, suas funções na formação das crianças, e enfatiza o papel dos professores em desenvolver o hábito da leitura e o prazer por histórias entre os alunos mais novos.
O modelo pedagógico de Reggio Emilia surgiu após a Segunda Guerra Mundial na cidade de Reggio Emilia na Itália, quando mães se uniram para criar uma escola que transmitisse a lição de reconstruir algo a partir das ruínas. O modelo enfatiza a expressão criativa da criança através das artes e a participação ativa dos pais e da comunidade na educação.
Livro - literatura infantil construção, recepção e descobertasEdilson A. Souza
Este capítulo discute como a literatura infantil é utilizada nos espaços da creche segundo a perspectiva de educadores. A autora realizou rodas de conversa em duas creches de Sergipe para compreender como os educadores aproximam as crianças da literatura infantil e quais são seus objetivos e práticas pedagógicas. A literatura infantil é essencial para o desenvolvimento do imaginário e da reflexão das crianças. Os educadores devem ter uma escuta sensível ao mediar a experiência literária para que ela se torne educativa e prazerosa
O documento resume as atividades realizadas na biblioteca escolar no mês de abril, incluindo uma atividade de leitura de jornal em inglês, homenageando os melhores leitores em concursos municipais e nacionais, e uma poeta do 6o ano que se destacou em um concurso de poesia.
Atividades do pré escolar no âmbito da biblioteca escolar Olga Francisco
Durante o mês de janeiro, as crianças assistiram a filmes sobre o inverno e fenômenos da natureza para consolidar as aprendizagens sobre o tema do mês. Os filmes ajudaram de forma divertida no processo de aprendizagem e foram bem recebidos pelas crianças.
Artigo relatório de estágio na educação infantil.renatalguterres
1. O documento relata as experiências de uma estagiária no curso de pedagogia em uma turma de pré-escola.
2. A estagiária descreve seu planejamento de aulas, atividades realizadas com as crianças e desafios enfrentados, como falta de concentração dos alunos.
3. Ela reflete sobre a importância de conhecer os alunos, adaptar as atividades a cada um e mediar a construção do conhecimento de forma significativa.
Ata de reunião ordinária da comissão de alunos e amigos da escola municipal c...baibicalho
A reunião discutiu: 1) projetos de cursos profissionalizantes na escola; 2) organização da formatura de alunos do ensino fundamental, incluindo datas para jantar e cerimônia; 3) oferta de aulas de reforço em português e matemática.
Atividades em grupo para se trabalhar com idososRosane Domingues
1. O documento discute a animação de idosos, definindo-a como um estímulo para a vida mental, física e afetiva dos idosos.
2. Aborda diferentes facetas da animação como a animação física, cognitiva, expressão plástica, comunicação, desenvolvimento pessoal e social e comunitária.
3. Destaca a importância da motivação para a animação de idosos e como as atividades lúdicas podem melhorar a qualidade de vida e autoestima dos idosos.
O livro conta a história de ZéZé, um menino que faz amizade com o Portuga. Quando o Portuga morre em um acidente, ZéZé revela que seu melhor amigo era na verdade o pé de laranja lima do seu quintal. A árvore era onde ZéZé desabafava seus problemas.
Reflexões sobre Transtorno do Espectro Autista realizados a partir da palestra do Prof. Dr. Marcio Moacyr Vasconcelos (UFF) no 38 Congresso Brasileiro de Pediatria. Alguns dados foram atualizados, outros tiveram a linguagem adequada ao público leigo.
Ata de reunião ordinária da comissão de alunos e amigos da escola municipal c...baibicalho
A reunião discutiu a organização da formatura do ensino médio, reuniões com a equipe pedagógica da escola e tornar as atas em arquivos PDF. O secretário apresentou sua renúncia e será escolhido um substituto. Foi aprovada a proposta de tornar as atas em formato digital.
Existem vários tipos de mães: carinhosa, brava, engraçada, inteligente, moderna, brincalhona... Apesar de diferentes, todas elas possuem algo em comum: o imenso amor que as torna tão especiais!
Esta peça de Natal é perfeita para ser utilizada para explicar o verdadeiro significado do Natal, que vai muito mais além do que ganhar presentes. Com o desenrolar da peça teatral, Joca e Clarinha começam a entender e valorizar a comemoração do Natal.
Ela foi escrita pensando um um teatro de bonecos ou de fantoches, mas pode ser representada pelos professores também.
Você encontra muito mais atividades de natal em nosso site:
http://www.atividadeseducacaoinfantil.com.br
- O documento discute a importância da linguagem oral e escrita na educação infantil e o conceito de letramento. Aborda como a criança se relaciona com a linguagem escrita e quais condições facilitam sua apropriação.
- É importante respeitar as possibilidades e condições de aprendizagem da criança, oferecendo práticas educativas que valorizem sua participação.
- Aprender a ler e escrever deve ser um processo que favoreça a apropriação da escrita pela criança de forma significativa, por me
A ata resume uma reunião de pais e encarregados de educação na Escola E. B. 2,3/S de Mondim de Basto. O diretor de turma informou os pais sobre o desempenho e comportamento dos alunos no primeiro período letivo e entregou as fichas de avaliação. Vários pais questionaram o diretor sobre assuntos específicos relacionados com os seus educandos. No final, o diretor comunicou planos de recuperação de alguns alunos e os pais continuaram a expressar descontentamento com a comida
O documento discute sequências didáticas na educação infantil. Ele explica que uma sequência didática é um conjunto sistematizado de atividades planejadas para ensinar um conteúdo de forma etapada. Também discute como elaborar sequências didáticas de forma coletiva e as vantagens de seu uso no planejamento pedagógico.
Este documento descreve um projeto de ciências onde alunos exploram quais objetos flutuam ou afundam na água. Os alunos realizaram experiências colocando objetos como colheres, maçãs e esferovite na água e observaram seu comportamento. Eles concluíram que a flutuação depende da densidade do objeto em comparação com a densidade da água, não do tamanho ou peso do objeto.
O documento discute os benefícios do lúdico na sala de aula para o desenvolvimento infantil. Em 3 frases:
1) O lúdico é importante para o desenvolvimento físico, intelectual, social e didático da criança.
2) Atividades lúdicas devem ser usadas no processo de alfabetização para facilitar a aprendizagem da leitura e escrita.
3) Projetos que incorporam o lúdico de forma planejada na sala de aula podem enriquecer o desenvolvimento da língua oral e escrita dos
Este documento lista autores portugueses de literatura infantil, incluindo Prof. Rui Alves Luís, Luísa Ducla Soares, Sophia de Mello Breyner Andresen, e vencedores de prêmios como José Saramago e Alice Vieira. A lista contém dezessete nomes de escritores portugueses reconhecidos por seu trabalho na literatura infantil.
O documento discute a importância do brincar no processo de ensino e aprendizagem das crianças. Ele explica que brincar ajuda as crianças a se envolverem mais nas aulas e desenvolverem habilidades como coordenação motora e sociabilidade. Também destaca que o brincar é fundamental para a identidade e autonomia das crianças e deve ser incluído nas atividades escolares para auxiliar no desenvolvimento cognitivo.
Este relatório descreve as atividades de um educador de infância durante o ano letivo de 2017-2018. O educador seguiu o plano curricular da escola e organizou atividades que promoveram o desenvolvimento das crianças. As atividades receberam avaliações positivas e o educador participou em formações contínuas para melhorar seu trabalho.
Este documento discute a importância da literatura infantil e dos contos na educação infantil. Ele explica o que é literatura infantil, suas funções na formação das crianças, e enfatiza o papel dos professores em desenvolver o hábito da leitura e o prazer por histórias entre os alunos mais novos.
O modelo pedagógico de Reggio Emilia surgiu após a Segunda Guerra Mundial na cidade de Reggio Emilia na Itália, quando mães se uniram para criar uma escola que transmitisse a lição de reconstruir algo a partir das ruínas. O modelo enfatiza a expressão criativa da criança através das artes e a participação ativa dos pais e da comunidade na educação.
Livro - literatura infantil construção, recepção e descobertasEdilson A. Souza
Este capítulo discute como a literatura infantil é utilizada nos espaços da creche segundo a perspectiva de educadores. A autora realizou rodas de conversa em duas creches de Sergipe para compreender como os educadores aproximam as crianças da literatura infantil e quais são seus objetivos e práticas pedagógicas. A literatura infantil é essencial para o desenvolvimento do imaginário e da reflexão das crianças. Os educadores devem ter uma escuta sensível ao mediar a experiência literária para que ela se torne educativa e prazerosa
O documento resume as atividades realizadas na biblioteca escolar no mês de abril, incluindo uma atividade de leitura de jornal em inglês, homenageando os melhores leitores em concursos municipais e nacionais, e uma poeta do 6o ano que se destacou em um concurso de poesia.
Atividades do pré escolar no âmbito da biblioteca escolar Olga Francisco
Durante o mês de janeiro, as crianças assistiram a filmes sobre o inverno e fenômenos da natureza para consolidar as aprendizagens sobre o tema do mês. Os filmes ajudaram de forma divertida no processo de aprendizagem e foram bem recebidos pelas crianças.
Leitura infantil acção de formação para famíliasLucília Lopes
O documento discute a importância da leitura em família e fornece sugestões para pais e encarregados de educação. Apresenta os benefícios da leitura para o desenvolvimento das crianças e o papel da família e escola em promover a literacia. Fornece também recursos e estratégias práticas para ler com as crianças.
A União Europeia está preocupada com o impacto ambiental do plástico descartável e planeja proibir itens como talheres, pratos, copos e canudos plásticos até 2021. A proibição visa reduzir a poluição plástica nos oceanos e promover alternativas mais sustentáveis. Os países da UE terão até 2021 para implementar as novas diretrizes ambientais.
O projeto "Mala Viajante" tem como objetivo principal incentivar o hábito da leitura entre alunos do ensino fundamental inicial da Escola Estadual Presidente Tancredo Neves em Dourados, MS. Através de uma mala contendo livros, as crianças são estimuladas a ler em casa com a família e registrar suas impressões. O projeto mostrou bons resultados em envolver as famílias e despertar o interesse pelas histórias lidas.
O projeto Caderno Viajante tem como objetivo promover a interação, comunicação e estimular a leitura entre pais e alunos da 2a série. Uma vez por semana, uma criança leva para casa uma maleta contendo um livro e materiais para registro da história lida com os pais. A criança deve contar a história para a turma na semana seguinte.
Português estudar para os testes - 1º anoSónia Pereira
O documento discute a importância da educação para o desenvolvimento econômico e social de um país. A educação é essencial para formar uma mão de obra qualificada e capacitada a impulsionar a inovação e a produtividade. Países com altos níveis de escolaridade tendem a ter maior crescimento e prosperidade a longo prazo.
O documento apresenta um caderno de fichas didáticas para o ensino da língua portuguesa, organizado em aventuras temáticas. Cada ficha contém exercícios relacionados a letras, sílabas, ditongos e outras atividades de alfabetização. As fichas estão numeradas e ilustradas para facilitar o aprendizado.
O documento descreve um livro didático para o 2o ano de ensino básico sobre a língua portuguesa. Contém um índice com textos e atividades sobre diferentes temas do programa divididos por meses do ano letivo. Cada texto é acompanhado por exercícios relacionados com ortografia e compreensão.
O documento discute como as pessoas são frequentemente reduzidas a números em vários aspectos da vida moderna, desde o nascimento até a morte. A autora argumenta que cada pessoa é única e não deve ser definida apenas por números, e que a sociedade precisa valorizar mais a individualidade e humanidade de cada um.
Pnaic - Leitura deleite - A professora e a maleta Ana Macanario
Este texto descreve uma professora que usava uma maleta cheia de "pacotes" coloridos para conduzir aulas criativas e envolventes para seus alunos. Quando a maleta foi perdida, a professora ficou triste e sem saber como dar aulas sem ela. Um aluno chamado Alexandre tenta animá-la, sugerindo comprar uma nova maleta ou pacotes, mas ela explica que aquele tipo de maleta não é mais fabricado.
O documento incentiva as pessoas a serem como girassóis, sempre focando no lado positivo da vida e buscando a luz, mesmo nos momentos difíceis. Sugere que devemos apreciar pequenos gestos de amor, sorrisos e palavras de apoio dos outros, em vez de nos concentrarmos no que é negativo. Conclui dizendo que selecionar e reter apenas o melhor do mundo pode ajudar a manter a vitalidade interna.
Este plano de aula aborda a colonização portuguesa e espanhola nas Américas ao longo de 3 aulas. Os alunos lerão e discutirão textos sobre o tema, analisando conceitos como capitanias hereditárias e relações entre metrópole e colônia. A avaliação incluirá a observação da discussão crítica dos alunos e da organização da turma durante a leitura compartilhada.
O documento discute o desenvolvimento infantil de 0 a 6 anos e a vida pré-escolar. Aborda a história das instituições de educação infantil, o ambiente educacional, a educação infantil na LDB e o desenvolvimento motor, cognitivo e afetivo em diferentes faixas etárias.
O texto conta a história de um rato que desapareceu e as consequências em cadeia disso, com cada personagem ou objeto sendo procurado ("Cadê?") até que no final a região Nordeste do Brasil também não é mais encontrada.
O documento discute a importância da leitura para o desenvolvimento das crianças e como os pais podem incentivar o hábito da leitura nos filhos. Ele explica que a leitura desde cedo ajuda no aprendizado, na fala e na comunicação das crianças. Além disso, aponta que a leitura desenvolve a criatividade, imaginação e cultura geral. Finalmente, ressalta que os pais devem dar o exemplo lendo também.
O documento discute as fases do desenvolvimento infantil de 0 a 6 anos. Ele descreve 3 principais fases: 1) a fase de sustentação no útero, que vai da concepção até os 9 meses; 2) a fase da locomoção, entre 1 e 3 anos, quando a criança começa a andar; e 3) a fase das pré-operações conceptuais, de 3 a 6 anos, quando o pensamento simbólico emerge. O documento analisa os aspectos físicos, cognitivos e emocionais de cada fase.
A pesquisa Primeira Infância realizada pelo Ibope Inteligência para a FMCSV teve como objetivo identificar as percepções e práticas da sociedade brasileira em relação ao desenvolvimento integral da criança pequena, focando no período da gestação aos três anos de idade. A pesquisa foi realizada em três etapas entre janeiro e junho de 2012, incluindo entrevistas qualitativas com mães e gestantes em São Paulo e Recife e uma pesquisa quantitativa nacional com mais de 2.000 entrevistados. Os resultados foram organiz
O texto descreve a evolução das Instituições de Educação Infantil no Brasil, desde os primeiros Parques Infantis criados por Mário de Andrade na década de 1930 para atender crianças de famílias operárias até a concepção atual de educação infantil prevista na Constituição de 1988, que reconhece a criança como cidadã com direito à educação desde o nascimento. A professora Maria Clara está estudando essa história para apresentar a proposta pedagógica de sua Instituição à Secretaria Municipal de Educação.
O documento descreve os resultados de uma pesquisa realizada em 2016 pela Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal em parceria com o Ibope Inteligência sobre as necessidades e interesses das famílias brasileiras em relação ao atendimento educacional para crianças de 0 a 3 anos. O resumo apresenta os principais pontos analisados por especialistas convidados a refletir sobre os achados da pesquisa.
O documento descreve o trabalho do Lugar de Vida, um centro de educação terapêutica para crianças com distúrbios de comportamento e desenvolvimento. O Lugar de Vida oferece atendimento multidisciplinar, incluindo educação, ateliês e montagem institucional. Seu objetivo é possibilitar a inclusão dessas crianças na vida escolar e social através de uma abordagem terapêutica.
O educador no cotidiano das crianças: organizador e problematizadorAteliê Giramundo
1) O capítulo discute a importância do acolhimento das crianças e famílias na adaptação à educação infantil, um processo que depende do esforço da criança em se adaptar ao novo ambiente, mas também da forma como é recebida.
2) Uma professora é designada para trabalhar com crianças mais novas e reflexiona sobre o desenvolvimento na primeira infância e o acolhimento necessário, após participar de um congresso sobre o tema.
3) O congresso abordou a adaptação da criança e família
Este documento apresenta informações sobre o Projeto PIA - Primeira Infância Antirracista, uma iniciativa do UNICEF Brasil em parceria com o Instituto Promundo que tem como objetivo apoiar a implementação de práticas antirracistas nos serviços de atendimento à primeira infância. O documento discute conceitos como identidade, racismo estrutural e vieses inconscientes, e aborda temas como privilégios, representatividade e o lugar das crianças negras e brancas na prevenção do racismo.
Reflexões a cerca das dificuldades de aprendizagens em leitura e escrita uma...Suely Magalhaes
1) O artigo discute as dificuldades de aprendizagem em leitura e escrita do ponto de vista psicopedagógico.
2) É importante o diagnóstico psicopedagógico para identificar os obstáculos de aprendizagem e ajudar o aluno.
3) A alfabetização deve ser vista como um processo que ocorre ao longo da escolaridade, não em apenas um ano.
Fundamentos do Desenvolvimento Infantil - dos 0 aos 3 anos
Fonte: http://www.fmcsv.org.br/pt-br/acervo-digital/Paginas/Fundamentos-do-desenvolvimento-infantil.aspx
Este documento discute a importância da observação e do registro no acompanhamento e avaliação das crianças na Educação Infantil. A autora apresenta a postura do professor de creche, enfatizando a necessidade de reflexão sobre concepções de criança, infância e práticas pedagógicas. Também aborda diferentes formas de registro como cadernos, relatórios e portfólios e como esses instrumentos auxiliam no acompanhamento do desenvolvimento infantil e na avaliação das aprendizagens. O texto convida os professores
Este documento discute a importância da observação e do registro no acompanhamento e avaliação das crianças na Educação Infantil. A autora apresenta a postura do professor de creche e ressalta a necessidade de reflexão sobre concepções de criança, infância e práticas pedagógicas. Também aborda a observação, diferentes formas de registro e sua função na avaliação das aprendizagens infantis, visando contribuir com a prática docente. O texto convida os professores a refletirem sobre essas temáticas e compartilhar con
O documento discute a importância do brincar na educação infantil. A brincadeira é essencial para o desenvolvimento das crianças e permite que elas aprendam de forma prazerosa, estimulando a criatividade, resolução de problemas e interação social. O papel do professor é proporcionar um ambiente propício para o brincar livre e espontâneo.
O documento discute a importância do brincar na educação infantil. A brincadeira é essencial para o desenvolvimento das crianças e permite que elas aprendam de forma prazerosa, estimulando a criatividade, resolução de problemas e interação social. O papel do professor é proporcionar um ambiente propício para o brincar livre e espontâneo.
Educação de Crianças em Creches - Grupo Uniãogrupouniao
O documento discute a educação de crianças em creches, reconhecendo as capacidades das crianças e a importância das interações sociais e brincadeiras no desenvolvimento infantil. O papel do professor é mediar relações significativas e organizar ambientes favoráveis para as vivências das crianças.
O documento discute a importância das interações sociais no desenvolvimento infantil, especialmente nos três primeiros anos de vida. Também aborda a organização do currículo em creches e as competências necessárias dos professores para atender as necessidades de crianças pequenas.
1) O documento discute como a afetividade influencia no processo de aprendizagem e como pode auxiliar na compreensão das dificuldades de aprendizagem.
2) Ele também aborda a importância do desenvolvimento afetivo na criança e como o ambiente familiar e escolar podem influenciar nesse desenvolvimento.
3) Por fim, destaca teóricos como Wallon e Vygotsky que defenderam a relevância da dimensão afetiva na construção do conhecimento.
Características comunicativas e linguísticasDiana Sousa
Este documento resume as características comunicativas e linguísticas de crianças entre 1 e 2 anos de idade, bem como atividades recomendadas para educadores estimularem o desenvolvimento das crianças. É dividido em seções tratando do 1o e 2o ano separadamente, descrevendo habilidades típicas de cada faixa etária e propondo estratégias de estimulação.
1. A transição da Educação Infantil para o Ensino Fundamental envolve a criação de novas relações entre professores e famílias para acompanhar o desenvolvimento e aprendizagem das crianças.
2. Experiências como visitas entre as salas e troca de cartas entre crianças dos diferentes níveis auxiliam na transição, mostrando semelhanças e diferenças entre Educação Infantil e Ensino Fundamental.
3. A carta de uma criança do Ensino Fundamental para colegas da Educação Infantil descreve
Semelhante a RECEITE um LIVRO - a importância de recomendar a leitura para crianças (20)
Tem dúvidas de como cuidar da alimentação de crianças pequenas em situações de calamidade e adversidades?
A Secretaria Estadual da Saúde do Rio Grande do Sul, por meio da Política de Saúde da Criança e da Divisão de Primeira Infância / Primeira Infância Melhor (PIM) produziram uma série de cards para tirar dúvidas da população e das equipes que estão atuando na linha de frente.
O material aborda a importância do leite materno, da amamentação exclusiva e da oferta segura de alimentos para crianças pequenas. Alerta sobre os perigos da amamentação cruzada e da insegurança e falta de higiene no preparo de mamadeiras sem uma fonte de água não contaminada.
Parabenizamos a Nutricionista Annelise Barreto Krause da Prefeitura de Porto Alegre por sua atuação oportuna e competente no desastre ambiental do estado e a equipe do PIM/RS.
Todo o nosso apoio.
Divulgaremos essa publicação no V Seminário anual online preparatório para a Semana Mundial de Aleitamento de 2024 em www.agostodourado.com
Concepção, gravidez, parto e pós-parto: perspectivas feministas e interseccionais
Livro integra a coleção Temas em Saúde Coletiva
A mais recente publicação do Instituto de SP traça a evolução da política de saúde voltada para as mulheres e pessoas que engravidam no Brasil ao longo dos últimos cinquenta anos.
A publicação se inicia com uma análise aprofundada de dois conceitos fundamentais: gênero e interseccionalidade. Ao abordar questões de saúde da mulher, considera-se o contexto social no qual a mulher está inserida, levando em conta sua classe, raça e gênero. Um dos pontos centrais deste livro é a transformação na assistência ao parto, influenciada significativamente pelos movimentos sociais, que desde a década de 1980 denunciam o uso irracional de tecnologia na assistência.
Essas iniciativas se integraram ao movimento emergente de avaliação tecnológica em saúde e medicina baseada em evidências, resultando em estudos substanciais que impulsionaram mudanças significativas, muitas das quais são discutidas nesta edição. Esta edição tem como objetivo fomentar o debate na área da saúde, contribuindo para a formação de profissionais para o SUS e auxiliando na formulação de políticas públicas por meio de uma discussão abrangente de conceitos e tendências do campo da Saúde Coletiva.
Esta edição amplia a compreensão das diversas facetas envolvidas na garantia de assistência durante o período reprodutivo, promovendo uma abordagem livre de preconceitos, discriminação e opressão, pautada principalmente nos direitos humanos.
Dois capítulos se destacam: ‘“A pulseirinha do papai”: heteronormatividade na assistência à saúde materna prestada a casais de mulheres em São Paulo’, e ‘Políticas Públicas de Gestação, Práticas e Experiências Discursivas de Gravidez Trans masculina’.
Parabéns às autoras e organizadoras!
Prof. Marcus Renato de Carvalho
www.agostodourado.com
Recomendações da OMS sobre cuidados maternos e neonatais para uma experiência pós-natal positiva.
Em consonância com os ODS – Objetivos do Desenvolvimento Sustentável e a Estratégia Global para a Saúde das Mulheres, Crianças e Adolescentes, e aplicando uma abordagem baseada nos direitos humanos, os esforços de cuidados pós-natais devem expandir-se para além da cobertura e da simples sobrevivência, de modo a incluir cuidados de qualidade.
Estas diretrizes visam melhorar a qualidade dos cuidados pós-natais essenciais e de rotina prestados às mulheres e aos recém-nascidos, com o objetivo final de melhorar a saúde e o bem-estar materno e neonatal.
Uma “experiência pós-natal positiva” é um resultado importante para todas as mulheres que dão à luz e para os seus recém-nascidos, estabelecendo as bases para a melhoria da saúde e do bem-estar a curto e longo prazo. Uma experiência pós-natal positiva é definida como aquela em que as mulheres, pessoas que gestam, os recém-nascidos, os casais, os pais, os cuidadores e as famílias recebem informação consistente, garantia e apoio de profissionais de saúde motivados; e onde um sistema de saúde flexível e com recursos reconheça as necessidades das mulheres e dos bebês e respeite o seu contexto cultural.
Estas diretrizes consolidadas apresentam algumas recomendações novas e já bem fundamentadas sobre cuidados pós-natais de rotina para mulheres e neonatos que recebem cuidados no pós-parto em unidades de saúde ou na comunidade, independentemente dos recursos disponíveis.
É fornecido um conjunto abrangente de recomendações para cuidados durante o período puerperal, com ênfase nos cuidados essenciais que todas as mulheres e recém-nascidos devem receber, e com a devida atenção à qualidade dos cuidados; isto é, a entrega e a experiência do cuidado recebido. Estas diretrizes atualizam e ampliam as recomendações da OMS de 2014 sobre cuidados pós-natais da mãe e do recém-nascido e complementam as atuais diretrizes da OMS sobre a gestão de complicações pós-natais.
O estabelecimento da amamentação e o manejo das principais intercorrências é contemplada.
Recomendamos muito.
Vamos discutir essas recomendações no nosso curso de pós-graduação em Aleitamento no Instituto Ciclos.
Esta publicação só está disponível em inglês até o momento.
Prof. Marcus Renato de Carvalho
www.agostodourado.com
Existem cada vez mais evidências de que os setores de bebidas e alimentos ultra processados, fórmulas infantis, micronutrientes, pesticidas e manipulação genética de alimentos, além de atores associados, frequentemente tentam atrasar, enfraquecer, distorcer e/ou impedir o desenvolvimento de políticas e programas de alimentação e nutrição que possam contribuir efetivamente para sistemas alimentares mais saudáveis e sustentáveis.
Este documento estabelece um roteiro para introduzir e implementar, na Região das Américas, o Projeto de abordagem da OMS para a prevenção e gestão de conflitos de interesse na formulação de políticas e implementação de programas de nutrição no âmbito nacional, publicado pela OMS em dezembro de 2017.
Conflito de interesse segundo a OMS é uma situação em que o interesse primário de uma instituição pode ser indevidamente influenciado pelo interesse de um ator não estatal, de tal forma que afete (ou possa parecer afetar) a independência e objetividade do trabalho do governo no campo da saúde pública.
O projeto de abordagem da OMS é um processo decisório cujo objetivo é ajudar os Estados a identificar, prevenir e gerenciar potenciais conflitos de interesse quando da sua interação com atores não estatais (principalmente comerciais) nas políticas e programas de nutrição.
Considerando a complexidade do projeto de abordagem da OMS, este documento também fornece uma 'ferramenta de triagem' simplificada para apoiar e permitir sua aplicação.
Essa ferramenta de triagem foi desenvolvida pela OPAS, com o apoio de funcionários de ministérios da saúde e de organizações da sociedade civil.
Este roteiro tem como objetivos:
- apresentar os princípios fundamentais da abordagem da OMS aos tomadores de decisão das agências governamentais relevantes;
- adaptar e desenvolver formatos complementares da abordagem da OMS que se encaixem nos processos decisórios existentes em nível nacional;
- e complementar a ferramenta completa da OMS com uma ferramenta de triagem mais curta para aumentar a acessibilidade e possibilitar um envolvimento e uso mais efetivos na tomada de decisões relativas a potenciais interações com atores não estatais.
A publicação explica como esses objetivos podem ser abordados usando um método em 3 estágios. Ela também inclui anexos que cobrem estudos de caso, programas para oficinas e uma ferramenta de triagem para avaliar potenciais interações com atores não estatais: indústrias, comerciantes, empresas... Inclusive, no patrocínio de Congressos, Encontros, Reuniões científicas e apoio as Associações e Sociedades de profissionais de saúde.
Recomendamos!
Prof. Marcus Renato de Carvalho
www.agostodourado.com
Promoção comercial dos ditos substitutos do leite materno:
Implementação do Código Internacional -
relatório de situação mundial em 2024
Esta publicação fornece informações atualizadas sobre o estado de implementação do Código Internacional de Comercialização de Substitutos do Leite Materno (de 1981) e subsequentes resoluções da Assembleia Mundial da Saúde (relacionadas com o “Código”) por países. Apresenta o estatuto jurídico do Código, incluindo até que ponto as disposições de recomendação foram incorporadas nas legislações nacionais.
O relatório centra-se na forma como as medidas legais delineiam processos de monitorização e aplicação para garantir a eficácia das disposições incluídas.
Também destaca exemplos importantes de interferência de fabricantes e distribuidores de substitutos do leite materno nos esforços para enfraquecer e atrasar a implementação de proteções contra o marketing antiético.
O Brasil aparece classificado como “substancialmente alinhado com o Código” devido à NBCAL – Norma Brasileira de Comercialização de Alimentos para Lactentes e Crianças de Primeira Infância, Bicos, Chupetas e Mamadeiras, que está em constante atualização desde sua primeira versão de 1988.
Esse status no traz esperança de continuar avançando, principalmente contra o marketing digital perpetrado pelas redes sociais e pelas ditas “influenciadoras”.
Prof. Marcus Renato de Carvalho
www.agostodourado.com
Maternidade pública de Salvador lança caderneta específica para acompanhamento da gestação de Homens Trans. A Unidade de saúde da Universidade Federal da Bahia mantém ações de acolhimento à população transexual. Medida visa preencher lacuna do sistema de saúde.
A iniciativa foi idealizada e produzida pela Maternidade Climério de Oliveira da UFBA em Salvador.
“A caderneta tem como objetivo promover inclusão social, visibilidade e pertencimento, além de produzir dados qualitativos e quantitativos sobre gestações transmasculinas. O uso do instrumento pode contribuir na elaboração de políticas públicas que propiciem o acesso, o cuidado seguro e a garantia de direitos, conforme estabelecido nos princípios do SUS (universalidade, equidade e integralidade)”, disse Sinaide Coelho, superintendente da MCO-UFBA.
TRANSGESTA
Trata-se de uma iniciativa voltada às pessoas que se reconhecem e se declaram transexuais, travestis, transgêneras, intersexo e outras denominações que representam formas diversas de vivência e de expressão de identidade de gênero. Desde o início, o programa realizou o acompanhamento de 7 homens trans gestantes, que resultou no nascimento de nove bebês na maternidade.
Parabéns!
Todo o nosso apoio: essa Caderneta será citada no V Seminário online anual preparatório para a SMAM 2024 em www.agostodourado.com
Prof. Marcus Renato de Carvalho
www.aleitamento.com
ALIMENTAÇÃO DE LACTENTES E CRIANÇAS PEQUENAS EM SITUAÇÕES DE EMERGÊNCIA:
manual de orientações para a comunidade, profissionais de saúde e gestores de programas de assistência humanitária.
*Tema da SMAM 2009 e que abordaremos novamente no www.agostodourado.com desse ano.
As calamidades e emergências complexas têm um impacto devastador sobre a vida das pessoas. Repentinamente, elas perdem suas casas e são obrigadas a viver fora de seu local de origem, muitas vezes com a cisão abrupta da unidade familiar. O acesso aos serviços de saúde primários costuma ficar prejudicado ou completamente inviabilizado e os sistemas de saúde podem entrar em colapso. A água potável e os alimentos geralmente se tornam escassos, as condições de segurança precárias. Durante os desastres é preciso enfrentar o desafio de lidar com um grande número de pessoas em choque, muitas delas doentes, feridas ou traumatizadas por suas experiências. As mulheres e crianças são as vítimas que mais necessitam de cuidados. Muitas mulheres perdem seus maridos/companheiras, filhos, pais ou parentes e, mesmo assim, precisam iniciar imediatamente o trabalho de reconstruir seus lares, de organizar o espaço para continuar vivendo e de cuidar dos membros mais frágeis da família. O impacto sobre as mulheres pode ser imenso, tanto físico quanto emocional e social. Atenção extra e cuidados especiais precisam ser oferecidos às mulheres com crianças pequenas, órfãos e gestantes.
A Amamentação cruzada não é recomendada e as lactantes devem receber um acolhimento carinhoso para que possam continuar amamentando ou serem apoiadas para a relactação.
Prof. Marcus Renato de Carvalho
www.aleitamento.com
Você gostaria de saber mais sobre como ter uma amamentação prazerosa?
Tirar as principais dúvidas sobre aleitamento?
Como doar seu leite com segurança e ter apoio de um Bancos de Leite Humano?
Quais medicamentos pode tomar enquanto está amamentando?
Baixe agora o Aleitamento App!
O que você irá encontrar:
- dicas desde a gestação até a volta ao trabalho,
- espaço para crianças com dicas de livros,
- diário do bebê,
- rede de apoio / cuidado paterno e muito mais!
* Estamos sem patrocínio e precisamos do seu apoio para que essa ferramenta continue disponível gratuitamente.
=> Nosso aplicativo é sempre atualizado com informações baseadas em evidências científicas e notícias do universo da saúde materno-infantil.
É grátis e muito fácil baixar:
https://aleitamento.com.br/instalar/
ou acesse pelo celular o Google Play Store e na Apple Store, faça o download de “Aleitamento Lactare”
Programadora: Clara
Watanabe
Divulgação: aleitamento.com
Curadoria de conteúdo: Prof. Marcus Renato de Carvalho @marcus.decarvalho
Amamentação e desenvolvimento sensório psico-motor dos lactentes: “Trilhos anatômicos”, bases neurais da motricidade do sistema estomatognático e suas repercussões sistêmicas.
O lactente é preparado para a amamentação desde a décima segunda semana de gestação, quando inicia o ato reflexo de deglutir o líquido amniótico. A região do encéfalo responsável pela elaboração desses primitivos atos motores é o tronco encefálico. O RN adquire controle motor no sentido céfalo caudal. Isso se dá porque a deposição de mielina obedece à mesma direção. Acrescente-se o fato de o aumento expressivo dos prolongamentos de neurônios ocorrer, principalmente, até os 2 anos de idade. A amamentação, que deve ser mantida pelo menos até que o lactente complete 24 meses de vida, ou mais, funcionaria como uma forma de estimulação perfeita durante esse período crítico do desenvolvimento motor. No lactente, fase em que predominam as ações motoras do orbicular dos lábios e do bucinador (inervados pelo facial), a deglutição é visceral. Entre 7 e 8 meses de idade ocorre a erupção dos dentes incisivos decíduos. O contato inter incisal deflagra a mudança de dominância motora do facial para a do trigêmeo. O padrão de deglutição muda de visceral para somático. Os músculos masseter, pterigoideo medial e temporal (inervados pelo trigêmeo) fazem parte da linha profunda anterior e se comunicam com o occipto frontal (inervado pelo facial), limite cranial da linha superficial posterior. A atuação conjunta dessas duas linhas miofasciais permite que o lactente abandone sua postura flexora com o fortalecimento gradual da musculatura extensora. A amamentação promove, portanto, um adequado sincronismo das ações motoras estimuladas pelos nervos facial e trigêmeo, cujos núcleos se situam no tronco encefálico e estabelecem contato com diversas vias neurais importantes para a organização dos movimentos. Influência o tônus neuromuscular, a postura e o desenvolvimento motor do lactente.
Juliana de Magalhães Faria, Antonio de Padua Ferreira Bueno, Marcus Renato de Carvalho.
Publicado na Revista Fisioterapia Ser • vol. 18 - nº 4 • 2023.
Juliana é Fisioterapeuta em instituições públicas e/ou
privadas há 22 anos, onde adquiriu experiência na área da Saúde e Educação, Pediatria, Fisioterapia em reabilitação de bebês e crianças com problemas neurológicos, estimulação sensório psicomotora, correção postural, reabilitação de pacientes com limitações ortopédicas e neurológicas...
Especialista em Atenção Integral à Saúde Materno-infantil na Maternidade Escola da UFRJ onde iniciou esse artigo que começou com o seu TCC em 2006-7.
Os Princípios de Yogyakarta são um documento sobre direitos humanos nas áreas de orientação sexual e identidade de gênero, publicado em novembro de 2006 como resultado de uma reunião internacional de grupos de direitos humanos na cidade de Joguejacarta (em indonésio: Yogyakarta), na Indonésia.
Os Princípios foram complementados em 2017, expandindo-se para incluir mais formas de expressão de gênero e características sexuais, além de vários novos princípios.
Os Princípios, e sua extensão de 2017, contêm um conjunto de preceitos destinados a aplicar os padrões da lei internacional de direitos humanos ao tratar de situações de violação dos direitos humanos – LGBTQIA+ - de lésbicas, gays, bissexuais, transgêneros, intersexuais e demais expressões de gênero.
São 29 princípios:
1. Direito ao Gozo Universal dos Direitos Humanos
2. Direito à Igualdade e a Não-Discriminação
3. Direito ao Reconhecimento Perante a Lei
4. Direito à Vida
Direito à Segurança Pessoal
6. Direito à Privacidade
7. Direito de Não Sofrer Privação Arbitrária da Liberdade
8. Direito a um Julgamento Justo
9. Direito a Tratamento Humano durante a Detenção
10. Direito de Não Sofrer Tortura e Tratamento ou Castigo Cruel, Desumano e Degradante
11. Direito à Proteção Contra todas as Formas de Exploração, Venda ou Tráfico de Seres Humanos
12. Direito ao Trabalho
13. Direito à Seguridade Social e outras Medidas de Proteção Social
14. Direito a um Padrão de Vida Adequado
15. Direito à Habitação Adequada
16. Direito à Educação
17. Direito ao Padrão mais Alto Alcançável de Saúde
18. Proteção contra Abusos Médicos
19. Direito à Liberdade de Opinião e Expressão
20. Direito à Liberdade de Reunião e Associação Pacíficas
21. Direito à Liberdade de Pensamento, Consciência e Religião
22. Direito à Liberdade de Ir e Vir
23. Direito de Buscar Asilo
24. Direito de Constituir uma Família
25. Direito de Participar da Vida Pública
26. Direito de Participar da Vida Cultural
27. Direito de Promover os Direitos Humanos
28. Direito a Recursos Jurídicos e Medidas Corretivas Eficazes
29. Responsabilização (“Accountability”).
Fonte: Wikipedia + JusBrasil
"Amamentação, sistemas de primeira alimentação
e poder corporativo: um estudo de caso sobre o mercado e as práticas políticas da indústria
transnacional de alimentação infantil no Brasil"
Artigo original: Breastfeeding, first-food systems and corporate power: a case study
on the market and political practices of the transnational baby food industry in Brazil.
Métodos da pesquisa: Usamos um desenho de estudo de caso, extraindo dados de documentos e entrevistas com informantes-chave (N=10).
Resultados: As taxas de amamentação despencaram no Brasil para um mínimo histórico na década de 1970. O ressurgimento da amamentação a partir
de meados da década de 1980 refletiu o fortalecimento do compromisso para a política nacional e uma lei de proteção da amamentação, resultante, por sua vez, de ações coletivas levadas a cabo por coligações de amamentação, defensores e mães. No entanto, mais
recentemente, as melhorias na amamentação estabilizaram no Brasil, enquanto a indústria aumentou as vendas de CMF
( Fórmulas Lácteas Comerciais) no Brasil em 750% entre 2006 e
2020. À medida que as regulamentações se tornaram mais rigorosas, a indústria promoveu de forma mais agressiva os CMF para bebés mais velhos e crianças pequenas, bem como para produtos especializados. fórmulas. A indústria de alimentos para bebés é fortalecida através da associação com grupos industriais poderosos e emprega lobistas com bom acesso aos decisores políticos.
A indústria conquistou a profissão pediátrica no Brasil através de sua associação de longa data com a Sociedade Brasileira de Pediatria.
...
Parabenizamos os autores: Cindy Alejandra Pachón Robles, Mélissa Mialon, Laís Amaral Mais, Daniela Neri, Kimielle Cristina Silva e Phillip
Baker.
Tradução: Moises Chencinski
* Referência: Robles et al. Globalization and Health (2024) 20:12
https://doi.org/10.1186/s12992-024-01016-0
GLOBAL BREASTFEEDING SCORECARD 2023
As taxas de amamentação estão aumentando em todo mundo através da melhoria dos sistemas de promoção, proteção e apoio.
A amamentação é essencial para a sobrevivência e saúde infantil. O leite materno é um produto seguro, natural, nutritivo e sustentável. O padrão ouro para a alimentação dos lactentes. O leite materno contém anticorpos que ajudam a proteger contra muitas doenças infantis, como como diarreia e doenças respiratórias. Estima-se que o desmame precoce seja responsável por 16% das mortes infantis a cada ano.
As crianças amamentadas têm melhor desempenho em testes de inteligência e têm menos probabilidade de ter excesso de peso ou obesidade na vida adulta. As mulheres que amamentam também têm um risco reduzido de câncer e diabetes tipo II.
O “Global Breastfeeding Scorecard” examina as práticas atuais de amamentação em todo o mundo, considerando o momento de iniciação, exclusividade nos primeiros seis meses de vida e continuação até os dois anos de idade.
Além disso, documenta o desempenho nacional em indicadores-chave de como a amamentação é protegida e apoiada. Essa edição 2023 registra o progresso e os desafios na melhoria da amamentação. O relatório destaca histórias de sucesso em vários países que reforçaram as suas políticas e programas de amamentação.
Oito iniciativas fundamentais e seus impactos são analisadas:
1. Assegurar e ampliar o financiamento de políticas para aumentar as taxas de amamentação desde o nascimento até aos dois anos de vida dos lactentes;
2. Implementar integralmente o Código de Comercialização de Substitutos do Leite Materno (NBCAL no Brasil);
3. Garantir legalmente licença parentalidade (licença maternidade e paternidade) remunerada e políticas de apoio à amamentação no local de trabalho;
4. Implementar os Dez Passos para o Sucesso da Amamentação nas maternidades – a IHAC;
5. Melhorar o acesso as capacitações em Aconselhamento em amamentação;
6. Fortalecer os vínculos entre as unidades de saúde e as comunidades;
7. Fortalecer os sistemas de monitoramento que acompanham o progresso das políticas, programas de aleitamento, e o seu financiamento;
8. Apoio IYCF (Infant and Young Child Feeding / Alimentação de lactentes e pré-escolares) em Emergências
...
CONCLUSÃO
O Scorecard demonstra que há progressos na proteção e no apoio à amamentação. Mas, ainda temos desafios significativos no aleitamento materno. São necessários mais investimentos e ações políticas ousadas para melhorar os ambientes propícios à proteção, promoção e apoio à amamentação.
Essa importantíssima publicação é do GLOBAL BREASTFEEDING COLLECTIVE, um conjunto de dezenas de instituições e experts no tema com o apoio do UNICEF.
Tradução livre do Prof. Marcus Renato de Carvalho www.aleitamento.com
Workplace breastfeeding support for working women: A scale
development study
Artigo científico publicado no European Journal of Obstetrics & Gynecology and
Reproductive Biology: X
O objetivo deste estudo foi desenvolver uma escala para avaliar o apoio ao aleitamento materno no local de trabalho.
Métodos
O estudo foi realizado com 490 mulheres trabalhadoras que se inscreveram nos ambulatórios da mulher e da criança de um hospital na Turquia. Os dados do estudo foram coletados por meio de um 'Formulário de Informações Pessoais' e da 'Escala de Apoio à Amamentação no Local de Trabalho para Mulheres Trabalhadoras'. Os dados foram analisados nos softwares SPSS 25 e AMOS 21. No processo de desenvolvimento da escala; Utilizaram-se a validade de conteúdo, a análise fatorial exploratória, os métodos de correlação item escore total e o coeficiente alfa de Cronbach.
Resultados
O índice de validade de conteúdo da escala foi de 0,90 e o valor de alfa de Cronbach foi de 0,93. O valor da escala de Kaiser-Meyer-Olkin foi de 0,91, o teste de Bartlett foi χ2 = 11.573,924 e p < 0,000. De acordo com os resultados da análise fatorial exploratória para a validade de construto da escala, a escala foi composta por 31 itens e 6 fatores.
Conclusões
A escala desenvolvida pode ser utilizada para avaliar o apoio à amamentação no local de trabalho para mulheres trabalhadoras como um instrumento de medida válido e confiável.
Excelente instrumento: tema da SMAM 2023 - Amamentação / Direito da Mulher Trabalhadora.
Profa. Carla Taddei afirma nessa entrevista que a AMAMENTAÇÃO modula a MICROBIOTA, e, portanto, se sobrepõe ao parto normal na transmissão materno infantil de “bactérias do bem”.
E em outra pesquisa mostrou que os prematuros de UTI Neonatal que tomavam leite materno tinham menos tempo de internação, independentemente se receberam leite da própria mãe ou leite humano pasteurizado do Banco de Leite da maternidade.
Está comprovado cientificamente que a Amamentação dá resiliência para a microbiota e, mesmo que a criança precise de antibiótico ou que tenha alguma outra enfermidade, o Aleitamento humano vai garantir a estrutura daquela comunidade microbiana (que antigamente chamávamos de flora intestinal).
Dra. Carla Taddei é Professora Associada do Laboratório de Microbiologia Molecular do HU da USP.
Fonte: Super Saudável, Ano XXIII, número 100 – outubro a dezembro de 2023.
Leia mais sobre esse tema no nosso portal www.aleitamento.com
As bactérias do leite humano - Microbioma do leite materno tem um efeito protetor contra infecções.
Prof. Marcus Renato de Carvalho
A União Europeia está enfrentando desafios sem precedentes devido à pandemia de COVID-19 e à invasão russa da Ucrânia. Isso destacou a necessidade de autonomia estratégica da UE em áreas como energia, defesa e tecnologia digital para garantir sua segurança e prosperidade a longo prazo. A Comissão Europeia propôs novas iniciativas para fortalecer a resiliência econômica e geopolítica do bloco.
Orientação sobre regulamentação de medidas destinadas a restringir o marketing digital de substitutos do leite materno (em tradução livre)
É urgente a proteção da amamentação nas redes sociais
"Guidance on regulatory measures aimed at restricting digital marketing of breast-milk substitutes".
As redes sociais se tornaram rapidamente a fonte predominante de exposição à promoção de substitutos do leite materno a nível mundial. O marketing digital amplifica o alcance e o poder da publicidade e de outras formas de promoção em ambientes digitais, e a exposição a promoção comercial digital aumenta a compra e a utilização dos ditos substitutos do leite materno.
À luz destas evidências, a 75ª. Assembleia Mundial da Saúde solicitou que a OMS desenvolvesse orientações para os Estados-Membros sobre medidas regulamentares destinadas a restringir a comercialização digital de substitutos do leite materno. Esta orientação aplica-se à comercialização de produtos abrangidos pelo Código Internacional de Comercialização de Substitutos do Leite Materno (NBCAL no Brasil), bem como a alimentos para lactentes e crianças pequenas que não sejam substitutos do leite materno.
Parabenizamos o nosso colega e amigo Cristiano Boccolini (Institute of Scientific and Technological Communication—ICICT, Oswaldo Cruz Foundation—Fiocruz, Brazil) um dos autores dessa inédita publicação.
Prof. Marcus Renato de Carvalho
www.aleitamento.com
Este Guia, “Alimentação complementar de bebês e crianças pequenas de 6 a 23 meses de idade”, substitui os Princípios Orientadores para Alimentação Complementar do Lactente Amamentado e princípios orientadores para alimentação crianças não amamentadas de 6 a 24 meses de idade.
A alimentação complementar saudável é definida como o processo de fornecimento de alimentos além do leite materno ou fórmula láctea quando por si só não são mais suficientes para atender necessidades nutricionais. Geralmente começa aos 6 meses de idade e continua até 24 meses de idade, embora a amamentação deve permanecer além deste período.
Essa etapa é um momento crítico para o desenvolvimento para as crianças aprenderem a aceitar alimentos e bebidas saudáveis a longo prazo. Também coincide com o período de pico para o risco de crescimento insuficiente e deficiências nutricionais.
As consequências imediatas, como a desnutrição durante estes anos de formação –
bem como no útero e nos primeiros 6 meses de
vida - incluem crescimento insuficiente significativo, morbidades e mortalidade e atraso motor, retardo do desenvolvimento cognitivo e sócio emocional.
Mais tarde, pode levar a um risco aumentado de doenças não transmissíveis (DNT). No
longo prazo, desnutrição na primeira infância causa redução da capacidade de trabalho e dos rendimentos e, entre as meninas, redução da capacidade reprodutiva. A Alimentação Complementar inadequada com alimentos ultra processados pode resultar em Obesidade, Diabetes tipo 2, hipertensão…
Os primeiros dois anos de vida também são um período crítico para o desenvolvimento do cérebro, a aquisição de linguagem e maturação das vias sensoriais para a visão
e audição, e o desenvolvimento de melhor desempenho das funções cognitivas.
Estas novas diretrizes estão atualizadas com evidências mais sólidas e têm muitos princípios em comum com o que preconiza o “Guia Alimentar para Crianças Brasileiras menores de 2 anos”. (Baixe aqui no nosso SlideShare).
Prof. Marcus Renato de Carvalho
www.aleitamento.com
Apresentamos a Carta do Recife: Por uma política pública de atenção integral aos homens na saúde para promoção da paternidade e do cuidado no Brasil que apresenta uma breve síntese das reflexões e discussões desenvolvidas ao longo do Seminário Nacional e Internacional "Paternidade e Cuidado" que aconteceu em Recife, entre 30 de agosto e 1º de setembro de 2023.
Nesta carta, apresentamos algumas notas e proposições a toda a sociedade brasileira, dialogando especialmente com gestores/as da União, estados e municípios, legisladores/as, órgãos do poder judiciário, empresas, empregadores/as, sindicatos, movimentos sociais, pesquisadores/as, entidades vinculadas ao controle social e à sociedade em geral.
Abraços,
Coordenação de Atenção à Saúde do Homem (COSAH/CGACI/DGCI/SAPS/MS)
Núcleo de Pesquisas Feministas em Gênero e Masculinidades - GEMA/UFPE
Núcleo GenSex/Fiocruz
Núcleo Tramas/UFPA
UFMT
Estivemos presentes e ratificamos essas análises e recomendações.
Prof. Marcus Renato de Carvalho
Representante do Parents in Science / Faculdade de Medicina - UFRJ
www.aleitamento.com
A Federação Internacional de Ginecologia e Obstetrícia (FIGO) reconhece a Amamentação
como uma prática protetora que pode salvar vidas e recomenda que seja iniciada dentro da 1ª hora de vida (conhecida como “hora mágica” ou "hora de ouro").
Através das recomendações do
melhores práticas, a OMS sugere que a amamentação “temprana” e oportuna na sala de parto pode trazer grandes benefícios para ambos – tanto para a mãe quanto para o bebê.
Alguns aspectos importantes da hora mágica, como o contato pele a pele e o início
no início do aleitamento materno, pode prevenir a hemorragia pós-parto, facilita a involução uterina e produz amenorreia lactacional, que é um método contraceptivo (LAM) útil.
A amamentação no início da vida traz benefícios a longo prazo para a mãe e para a criança.
...
Parabéns a FIGO!
Amamentação na primeira hora: proteção sem demora!
Prof. Marcus Renato de Carvalho
www.aleitamento.com
O atendimento ambulatorial de Puericultura é destinado à criança saudável, para a prevenção, e não para o tratamento de doenças. Sendo
assim, diante dos novos conceitos de programming
e epigenética, fica clara a necessidade da assistência à saúde da criança se iniciar antes
mesmo de seu nascimento.
A ANS em 2013, pela Resolução Normativa nº 338, incluiu o procedimento pediátrico “atendimento ambulatorial em puericultura” no rol de consultas, passando a valer desde janeiro de 2014. Uma vez incluído, o procedimento passou a fazer parte da cobertura assistencial mínima
obrigatória pelos planos privados de assistência
à saúde suplementar: operadoras, Unimed...
O atendimento pediátrico a gestantes (terceiro trimestre) foi contemplado pelo Código
nº 1.01.06.04-9 com indicação de remuneração pelo Porte 2B, lembrando aos pediatras a importância do preenchimento correto do código da ANS nas guias de consulta para o devido reembolso desse valor diferenciado.
Vamos incentivar as gestantes a marcarem uma Consulta Pediátrica Pré-Natal?
Prof. Marcus Renato de Carvalho
3. Sociedade Brasileira de Pediatria
Fundação Itaú Social
Fundação Maria Cecília Souto Vidigal
São Paulo
2015
4. Realização
Sociedade Brasileira de Pediatria
Presidente
Eduardo da Silva Vaz
Secretária Geral
Marilene Augusta R. Crispino Santos
Assessora para Campanhas
Rachel Niskier Sanchez
Assessora da Campanha
Receite um livro
Filumena Gomes
Diretor dos Departamentos Científicos
Dennis Alexander R. Burns
Apoio
Fundação Itaú Social
Vice-presidente
Antonio Jacinto Matias
Superintendente
Isabel Santana
Superintendente Adjunta
Angela Dannemann
Coordenadora de Mobilização Social
Cláudia Sintoni
Coordenação
Gabriela Jorge
Presidente do Departamento Científico
de Pediatria do Desenvolvimento
e Comportamento
Ricardo Halpern
Coordenadores do Portal SBP
Eduardo Jaeger e Gil Simões Batista
Apoio ao Portal SBP
Adriana dos Santos Vergottini
Diretora de Ensino e Pesquisa
Sandra Josefina Ferraz Grisi
Assessoria de Comunicação
Maria Celina Machado
Leonardo Santos Martes
Rodrigo Santos
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Receite um livro: fortalecendo o desenvolvimento
e o vínculo: a importância de recomendar a
leitura para crianças de 0 a 6 anos. --
São Paulo: Sociedade Brasileira de Pediatria,
2015.
Apoio: Fundação Itaú Social, Fundação Maria
Cecília Souto Vidigal.
ISBN 978-85-61897-17-8
1. Crianças - Livros e leitura 2. Incentivo à
leitura 3. Literatura infantojuvenil 4. Livros e
leitura.
15-08777 CDD-809.8
Índice para catálogo sistemático:
1. Livros e leitura: Literatura infantil
809.8
5. Fundação Maria Cecília Souto Vidigal
Diretor-presidente
Eduardo de C. Queiroz
Gerente de Comunicação
Roberta Rivellino
Coordenador de Comunicação
André Correa
Analista de Comunicação
Ana Carolina Vidal
Gerente de Conhecimento Aplicado
Eduardo Marino
Coordenadora de Conhecimento Aplicado
Gabriela Aratangy Pluciennik
Analista de Conhecimento Aplicado
Anelise de Souza Timm
Produção
Cross Content Comunicação
Coordenação
Andréia Peres
Texto e edição
Andréia Peres e Carmen Nascimento
Reportagem
Andréia Peres, Carmen Nascimento e Lilian Saback (RJ)
Revisão e checagem
Luciane Gomide
Projeto gráfico
theSign
Ilustrações
Hiro Kawahara
Gostaríamos de agradecer a colaboração de todos os especialistas entrevistados: Brian Gallagher, diretor-
executivo do Reach Out and Read; Camila D’Amico, educadora; Claudia Werneck, fundadora da Escola de Gente;
Cristina Seguim, psicanalista do Departamento de Psicanálise da Criança do Instituto Sedes Sapientiae de São Paulo
e membro do Grupo Acesso, de estudos, intervenções e pesquisas sobre adoção do Instituto Sedes Sapientiae
de São Paulo; Eduardo da Silva Vaz, presidente da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP); Evelio Cabrejo Parra,
psicolinguista colombiano, vice-presidente da organização Ações Culturais Contra as Exclusões e as Segregações
(ACCES) em Paris; MariaVirgínia Gastaldi, professora do InstitutoVera Cruz e formadora do Instituto Avisa Lá; Miriam
Guerra, terapeuta ocupacional e doutora em Saúde da Criança pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE);
Nívea Fabrício, presidente da Associação Nacional de Dificuldades de Ensino e Aprendizagem (Andea); Patrícia
Bohrer Pereira Leite, psicóloga clínica e psicanalista, membro da Sociedade Brasileira de Psicanálise, coordenadora e
assessora de projetos sociais e educacionais da organização A Cor da Letra (Centro de Estudos em Leitura, Literatura
e Juventude); Ricardo Halpern, presidente do Departamento de Pediatria do Desenvolvimento e Comportamento
daSBP;eSaulCypel,neuropediatra,doutoremneurologiapelaFaculdadedeMedicinadaUniversidadedeSãoPaulo
(FMUSP), pós-doutorado em neurologia infantil pelo Instituto de Neurologia da University of London (Inglaterra) e
professor livre-docente em neurologia infantil pela FMUSP.
6.
7. Apresentação........................................................................................................ 8
Por que ler para a criança de 0 a 6 anos é importante?............................. 10
O que é “ler” na primeira infância...................................................................... 14
Estudos sobre a leitura na primeira infância..................................................... 19
Recomendação médica..................................................................................... 22
Como colocar em prática a recomendação.................................................. 24
Como abordar o tema na consulta.................................................................... 25
Orientações importantes para os pais............................................................... 30
Lendo para crianças com deficiência................................................................ 37
Perguntas e respostas....................................................................................... 39
Sumário
8. Receite um livro | Fortalecendo o desenvolvimento e o vínculo8
Apresentação
“Um livro é um brinquedo feito com letras. Ler é brincar.”
A frase do educador Rubem Alves (1933-2014) resume bem
a importância que a leitura tem para crianças pequenas.
Ler, assim como cantar, conversar ou fazer rimas para as
crianças, é tão importante para o desenvolvimento na primeira
infância, que a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP)
recomenda que os profissionais estimulem pais e cuidadores
a adotarem essa prática desde o nascimento.
A intenção da publicação que você tem em mãos e faz parte
da campanha “Receite um Livro” é apoiá-lo a fim de inserir
de fato essa recomendação no seu dia a dia e no atendimento
a todas as crianças, incluindo, claro, aquelas com deficiência,
prematuras, com problemas cognitivos ou em situação
de extrema pobreza pelo Brasil afora.
Este livreto traz desde orientações práticas, como sugestões
de abordagem e respostas às principais dúvidas que chegam
ao consultório, até evidências da importância da leitura para
o desenvolvimento de crianças pequenas, com links para
algumas das principais pesquisas já feitas sobre o assunto.
9. Apresentação
9
Considerados a fonte mais confiável de informações sobre
o desenvolvimento do bebê para a maioria dos pais (71%)1
,
os pediatras têm papel fundamental para contar mais essa
história com final feliz.
Boa leitura!
Eduardo da Silva Vaz
Presidente da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP)
Eduardo de Campos Queiroz
Diretor-presidente da Fundação Maria Cecília Souto Vidigal
Antonio Jacinto Matias
Vice-presidente da Fundação Itaú Social
1. Fonte: Percepções e Práticas da Sociedade em Relação à Primeira Infância, Ibope
Inteligência, Instituto Paulo Montenegro e Fundação Maria Cecília Souto Vidigal, 2012.
10. Receite um livro | Fortalecendo o desenvolvimento e o vínculo10
Por que ler para a criança
de 0 a 6 anos é importante?
Os primeiros anos da vida de uma criança são fundamentais
para seu desenvolvimento. Diversas pesquisas e estudos
identificaram que a formação de conexões cerebrais é mais
propícia nesse período, que se estende da gestação até por
volta dos 5 anos de idade (ver gráfico abaixo).
Formação de novas sinapses
E mais do que isso, há cada vez mais evidências de que a
arquitetura do cérebro é construída a partir das experiências
vivenciadas. Por isso, é muito importante oferecer cuidado,
afeto e estímulos o mais cedo possível à criança, até mesmo
durante a gestação (ver quadro Leitura desde a gravidez),
para que ela possa desenvolver de forma plena habilidades
como pensar, falar, aprender e conviver.
-9 -6 -3 0
Nascimento
5 anos
Meses Anos
Idade
Concepção
3 6 9 1 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 30 40 50 60 70 80
Funções cognitivas superiores
Linguagem
Capacidades sensoriais (visão, audição)
Modificado de: NELSON, Charles A. Neurons to Neighborhoods: The Science of Early Childhood Development. Washington, D.C.: National
Academy Press, 2000. In: O impacto do desenvolvimento na primeira infância sobre a aprendizagem. Estudo I. Núcleo Ciência pela Infância.
11. Por que ler para a criança de 0 a 6 anos é importante?
11
Um dos principais estímulos que pais e cuidadores podem
oferecer à criança desde a gestação até os 6 anos é a
leitura. Por isso a atividade de leitura parental se tornou
recomendação médica no exterior e no Brasil (ver mais
em Recomendação Médica). Segundo Evelio Cabrejo Parra,
psicolinguista colombiano, vice-presidente da organização
Ações Culturais contra as Exclusões e as Segregações
(ACCES), em Paris, essa atividade é tão importante na
primeira infância porque está ligada à faculdade da linguagem.
“O bebê, ao nascer, já vem com a capacidade de escutar.
Quando se lê para ele em voz alta ou se canta uma canção
de ninar, ele se põe em posição de escuta. Isso quer dizer
que está tratando de construir significado à sua maneira.
Por isso, é necessário alimentar essas potencialidades
desde o princípio da vida”, ressalta.
Além de auxiliar o processo de aquisição da linguagem,
ampliando a capacidade linguística do bebê, a leitura também
amplia o vínculo afetivo entre pais e filhos, fortalecendo a
estrutura psíquica e emocional da criança, o que vai ser
importante para que ela se sinta segura para construir seu
caminho de autonomia e de relacionamento social.
Quando a leitura se dá em contexto de afeto, a cognição é
favorecida, e a criança passa a identificar o ato de ler como
atividade prazerosa, o que é essencial para que se torne
hábito. E, nesse caso, um hábito que lhe trará benefícios não
só no campo da aprendizagem, mas também na estruturação
da sua personalidade.
12. Receite um livro | Fortalecendo o desenvolvimento e o vínculo12
De acordo com Patrícia Bohrer Pereira Leite, psicóloga
clínica e psicanalista, membro da Sociedade Brasileira de
Psicanálise, coordenadora e assessora de projetos sociais
e educacionais da organização A Cor da Letra (Centro de
Estudos em Leitura, Literatura e Juventude), o afeto e a
disponibilidade dos pais em transmitir a linguagem e as suas
histórias aos filhos, por meio de leituras e outras formas
de narrativas, é mais determinante na criação do hábito
da leitura do que sua condição socioeconômica. “Em um
trabalho que desenvolvemos com adolescentes de diferentes
classes sociais e de diferentes regiões em São Paulo, o que
distinguia esses jovens na sua relação com a leitura não
era necessariamente o nível social, e sim as experiências
que tinham vivido na infância com relação à transmissão
da linguagem e da leitura com os pais”, revela.
No projeto realizado, pais que, apesar de pouco instruídos
e até, em alguns casos, analfabetos, mas que tiveram
disponibilidade de presença e na transmissão de sua cultura,
por meio de momentos em que contam suas histórias e da
tradição popular, cantam e recitam cordéis aos filhos e até
mostram a eles livros com figuras quando têm acesso, por
exemplo, possibilitaram que a criança estabelecesse interesse
pela leitura e boa ligação com as práticas culturais que
envolvem a linguagem. Por outro lado, pais que possuíam
melhor grau de instrução, com acesso a mais recursos, porém
sem tempo ou disponibilidade para conversar e ler com os
filhos, em alguns casos, provocaram o efeito oposto, segundo
a psicóloga2
.
2. Segundo Patrícia Pereira Leite, experiências semelhantes podem ser encontradas
no site da ACCES (www.acces-lirabebe.fr), nos livros de Marie Bonnafé, C’est bon pour
les bébés (Paris/França: Calmann-Lévy, 1994, 2001, 2011) e Langages et activités
psychiques de l’enfant (Paris/França: Edition Papyrus, 2004), e na obra de E. Ferreiro
e H. Sinclair et al. Production de notation chez le jeune enfant (Paris: P. U. F., 1988).
13. Por que ler para a criança de 0 a 6 anos é importante?
13
Benefícios da leitura na primeira infância
•• Fortalece o vínculo com quem lê para ela, os pais e outros
familiares.
•• Desenvolve a atenção, a concentração, o vocabulário,
a memória e o raciocínio.
•• Estimula a curiosidade, a imaginação e a criatividade.
•• Ajuda a criança a perceber e a lidar com os sentimentos
e as emoções.
•• Possibilita à criança conhecer mais sobre o mundo e as pessoas.
•• Favorece a aquisição do hábito de ouvir e ler histórias.
•• Auxilia no desenvolvimento da empatia (a capacidade
de colocar-se no lugar do outro).
•• Desenvolve a extroversão, a amabilidade
e a conscienciosidade (autoeficácia).
•• Ajuda a minimizar problemas comportamentais,
como agressividade, hiperatividade
e comportamento arredio.
•• Auxilia na boa qualidade do sono.
•• Desenvolve a linguagem oral.
Fontes: Evelio Cabrejo Parra, Ricardo Halpern
e Patrícia Pereira Leite.
14. Receite um livro | Fortalecendo o desenvolvimento e o vínculo14
O que é“ler”na primeira infância
E o que pode ser considerado “leitura” para bebês e crianças
pequenas?
De acordo com o médico pediatra Ricardo Halpern, presidente
do Departamento de Pediatria do Desenvolvimento e
Comportamento da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP),
a leitura na primeira infância tem uma definição mais ampla
do que apenas ler em voz alta o que está nos livros.
“Contar histórias sem livros também é uma prática importante,
pois caracteriza um momento de extrema conexão entre a
criança e o cuidador, já que, além do conteúdo que está sendo
passado, há troca de olhares e contato afetivo, que são muito
importantes para a criança desde os primeiros meses de vida”,
afirma Halpern. “Mesmo que a criança com poucos meses
não consiga ainda compreender o significado das palavras,
ela compreende as expressões faciais, o gesto de carinho e a
suavidade do tom de voz. Por isso, esses são momentos de
interação muito significativos”, completa.
Cabrejo Parra explica que o bebê é muito sensível à
entonação da voz, e é graças a ela que começa a construir
significado. O especialista ressalta que a língua da vida
cotidiana está cheia de ordens (“não mexa”, “escove os
dentes” etc.). Por isso, é necessário oferecer às crianças outra
língua, isto é, a da escuta, da leitura em voz alta. “Quando a
criança está escutando com toda a liberdade, ela pensa no
que pode e como pode, e apreende o que necessita”, explica.
“Contar histórias sem
livros também é uma
prática importante,
pois caracteriza um
momento de extrema
conexão entre a
criança e o cuidador.
Além do conteúdo
que está sendo
passado, há troca
de olhares e contato
afetivo, que são muito
importantes para
a criança desde os
primeiros meses
de vida.”
(Ricardo Halpern)
15. Por que ler para a criança de 0 a 6 anos é importante?
15
E a literatura tem papel importante nessa construção
de significado, porque apresenta às crianças a fantasia,
por meio das personagens e das histórias narradas.
Assim, elas começam a usar a imaginação e a criatividade
para lidar com sentimentos e emoções e vivenciar diferentes
situações. Dessa forma, vão enriquecendo e ampliando suas
experiências com o mundo que as cerca e com as pessoas
com quem se relacionam, além de se conhecerem melhor.
“Para a criança se construir como sujeito, ela tem que calar
muitas coisas. E entre os personagens das histórias sempre
há aqueles que fazem pequenas transgressões. Então, ela
pode viajar no desejo de ser um dos personagens sem estar
fazendo mal a ninguém. É preciso deixar a criança viajar
imaginariamente, tudo isso é muito importante para que
ela se desenvolva”, afirma Cabrejo Parra.
Mesmo os pais que não sabem ler podem fazer isso por seus
bebês, cantando canções de sua infância e contando as
histórias orais da sua família ou lendas da sua comunidade.
“Afinal, o livro surgiu há pouco tempo, mas o relato está ligado
à origem da humanidade. E o relato tem um papel muito
importante no desenvolvimento psíquico e cultural da criança”,
diz o especialista. Por isso, é preciso oferecer à criança
formas variadas de linguagem: as cantigas de roda e de ninar,
os trava-línguas, as parlendas, as lendas, as narrativas da
tradição oral popular, as rimas, os jogos e as brincadeiras.
“O bebê, ao nascer, já
vem com a capacidade
de escutar. Quando
se lê para ele em voz
alta ou se canta uma
canção de ninar, ele
se põe em posição de
escuta. Isso quer dizer
que está tratando de
construir significado
à sua maneira.”
(Evelio Cabrejo Parra)
16. Receite um livro | Fortalecendo o desenvolvimento e o vínculo16
No entanto, a literatura tem papel fundamental no
desenvolvimento da linguagem. Por isso, os livros devem
fazer parte do universo do bebê desde o nascimento. “Os
bebês são pequenos pesquisadores. Quando os pais estão
lendo, eles descobrem a estrutura da linguagem e, pouco a
pouco, percebem que são as imagens e as letras que fazem
os pais contarem as histórias”, explica Patrícia Pereira Leite.
Assim, a criança vai descobrindo, aos poucos, que as letras
são símbolos e que os textos contêm significados.
A importância do texto escrito
•• Apresenta frases completas, sem omissões típicas da fala.
•• Respeita a concordância de tempo e dessa forma ajuda a
compreender a ordem natural dos eventos.
•• Utiliza algumas categorias gramaticais com maior frequência
do que a fala, especialmente advérbios, preposições,
conjunções e pronomes.
•• Introduz personagens diversos, que permitem à criança
sair de si e estabelecer relações de previsibilidade de
comportamentos, sentimentos e ações.
•• Estimula e permite à criança memorizar, decorar, repetir
palavras e frases, antecipar cenas e, dessa forma, ampliar
seu repertório semântico e sintático.
Fonte: Guia IAB de Leitura para a Primeira Infância.
17. Por que ler para a criança de 0 a 6 anos é importante?
17
Além disso, os livros são objetos culturais importantes com
os quais as crianças precisam se familiarizar desde cedo,
já que terão de lidar com ele durante toda a vida – tanto no
âmbito escolar quanto nos âmbitos profissional e pessoal.
Segundo Cabrejo Parra, diversos estudos mostram que
o fracasso em relação à aquisição da leitura e da escrita
é maior entre as crianças de classes sociais em que não havia
o hábito de ler livros. E isso ocorre porque, quando essas
crianças vão à escola, não estão familiarizadas com o objeto
A importância da oralidade
•• Contribui para o desenvolvimento das relações sociais.
•• Desenvolve habilidades como falar e escutar.
•• Trabalha a pronúncia das palavras.
•• Promove maior consciência fonológica.
•• Permite à criança conhecer e apropriar-se do universo
discursivo.
•• Permite à criança sentir-se parte da comunidade a que
ela pertence.
18. Receite um livro | Fortalecendo o desenvolvimento e o vínculo18
livro e acabam sendo corrigidas o tempo todo pelo professor.
“O livro se converte em uma fonte de angústia. Uma vez que
isso acontece, a criança vai se fechando psiquicamente e
depois pode não querer mais saber do livro. Isso pode levar
ao fracasso de aprender a ler e a escrever”, revela.
Os livros de imagens são formas atraentes e interessantes
de começar a ensinar as crianças a manusear esses objetos
e a entender a estrutura das histórias. Eles expõem a criança
ao mundo da linguagem de forma lúdica. “O bebê, aos quatro
meses, já pode olhar as imagens de um livro, como a pessoa
que lê para ele está olhando. Então começa a realizar uma
atividade compartilhada. E isso é muito importante, porque, de
modo natural, quase como brincadeira, se está dando ao bebê
uma maneira de interiorizar o léxico de formas que lhe permite
pensar o mundo exterior. Afinal, a palavra “cavalo” não dá a
forma do cavalo, é necessário mostrar-lhe a imagem do cavalo
para que ele possa interiorizá-la”, explica Cabrejo Parra.
19. Por que ler para a criança de 0 a 6 anos é importante?
19
Estudos sobre a leitura na primeira infância
Diversos estudos científicos revelam que a interação verbal
entre a criança e seus pais ou cuidadores tem impacto no
desenvolvimento da linguagem, na capacidade da criança
de dar respostas verbais e na sua vocalização. “Além disso,
também auxilia a criança para a prontidão escolar e no
desenvolvimento cognitivo futuro. A estimulação cognitiva
através de atividades como leitura e brincadeiras é importante
para a aquisição de habilidades intelectuais no futuro”, relata
Ricardo Halpern.
Segundo ele, um estudo realizado no Brasil com crianças
de 2 anos de idade mostrou que entre os principais fatores
de risco para atraso no desenvolvimento estavam questões
como ausência de materiais de literatura infantil em casa e
de alguém que pudesse contar histórias à criança na semana
anterior à entrevista. “As crianças que não tinham livros em
casa e aquelas a quem não haviam sido contadas histórias
tinham duas vezes mais chance de apresentar atraso no
desenvolvimento. Esse risco foi maior do que ter nascido
com baixo peso”, afirma o médico3
.
3. Moura DR, Costa JC, Santos IS, Barros AJ, Matijasevich A, Halpern R, Dumith
S, Karam S, Barros FC. Risk factors for suspected developmental delay at age 2
years in a Brazilian birth cohort. Paediatr Perinat Epidemiol. 2010 May;24(3):211-21.
doi: 10.1111/j.1365-3016.2010.01115.x. Disponível em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/
pubmed/20415750#.
20. Receite um livro | Fortalecendo o desenvolvimento e o vínculo20
Conheça, a seguir, algumas das principais pesquisas sobre os impactos da leitura
na primeira infância:
Literacy Promotion in Primary Care Pediatrics:
Can We Make a Difference?
High PC, LaGasse L, Becker S, Ahlgren I,
Gardner A. Pediatrics. 2000; 105(4 Pt 2):
927-934.
Disponível em: http://pediatrics.
aappublications.org/content/105/
Supplement_3/927.full.pdf
O estudo mostra como a oferta de livros e
materiais de estímulo à leitura entregues
às famílias como parte dos cuidados com a
saúde infantil fez com que os pais passassem
a ler mais para os filhos, o que foi associado
com maior desenvolvimento da linguagem
entre essas crianças.
The 30 Million Word Gap: the Role of Parent–
Child Verbal Interaction in Language and
Literacy Development
Annie E Casey Foundation Campaign for
Grade-Level Reading: 3rd Grade Reading
Success Matters
Disponível em: www.aecf.org/m/resourcedoc/
aecf-30millionwordgap-2011.pdf
A pesquisa revela que há relação estreita entre
o sucesso acadêmico das crianças com idades
de 9 e 10 anos e a interação verbal com os
pais durante os primeiros anos de vida.
Exposure to Reach Out and Read and
Vocabulary Outcomes in Inner City
Preschoolers
Sharif I, Reiber S, Ozuah PO. J Natl Med Assoc.
2002;94(3):171-177.
Disponível em: www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/
articles/PMC2594107/
O estudo identificou associação positiva
entre a exposição ao programa Reach Out
and Read (ver mais no quadro O exemplo
do Reach Out and Read) e melhores níveis
de vocabulário e de leitura em casa.
On intergenerational transmission of reading
habits in Italy: Is a good example the best
sermon?
Mancini AL, Monfardini C, Pasqua S.
Discussion Paper series, Forschungsinstitut
zur Zukunft der Arbeit. 2011; No. 6038.
Disponível em: http://hdl.handle.
net/10419/58803
A pesquisa mostra que as crianças são mais
propensas a ler e estudar quando vivem com
pais que têm o hábito de ler. Os resultados
também apontam que as mães são mais
importantes do que os pais nesse tipo
de transmissão intergeracional.
21. Por que ler para a criança de 0 a 6 anos é importante?
21
The Effect of Parental Time Investments:
Evidence from Natural Within-Family
Variation
Price J. Department of Economics. Brigham
Young University and NBER.
Disponível em: http://www.uvic.ca/
socialsciences/economics/assets/docs/
pastdept-4/price_parental_time.pdf
A pesquisa analisa o efeito do investimento
de tempo dos pais sobre os resultados dos
testes de leitura dos filhos. Os resultados
revelam que um dia de leitura familiar a mais
por semana durante os primeiros dez anos
de vida aumenta o desempenho das crianças
nesses testes.
Parent-Child Reading Increases Activation of
Brain Networks Supporting Emergent Literacy
in 3-5 Year Old Children: An fMRI study
John S. Hutton, Tzipi HorowitzKraus, Thomas
DeWitt, Scott Holland. General & Community
Pediatrics, Cincinnati Children’s Hospital
Medical Center, Cincinnati, OH.
Disponível em: www.abstracts2view.com/pas/
view.php?nu=PAS15L1_1355.8
O estudo aponta que disparidades no
ambiente cognitivo doméstico podem impactar
de forma dramática o desempenho e a saúde
das crianças e que a leitura entre pais e filhos
tem se mostrado eficiente para melhorar certas
habilidades de linguagem, como associar
significado a imagens visuais e palavras.
A longitudinal study of preschoolers’
language-based bedtime routines, sleep
duration, and well-being
Hale L, Berger LM, LeBourgeois MK,
Brooks-Gunn J. Journal of Family
Psychology. 2011; 25(3):423-433.
Disponível em: http://psycnet.apa.org/
journals/fam/25/3/423/
Esse estudo identificou associação positiva
entre rotinas de dormir baseadas na linguagem
e na duração do sono noturno e os resultados
de testes verbais, bem como melhora
no bem-estar e na saúde geral da criança.
Essas rotinas também foram inversamente
associadas a problemas de comportamento
(ansiedade, isolamento e agressividade).
22. Receite um livro | Fortalecendo o desenvolvimento e o vínculo22
Recomendação médica
A American Academy of Pediatric (AAP) divulgou em 2014
uma recomendação para que os pediatras promovam a leitura
durante as consultas regulares desde a primeira infância até
pelo menos o ingresso das crianças na pré-escola, inclusive
com a oferta de livros infantis nos consultórios. Assim como a
AAP, a SBP considera, entre as suas recomendações sobre
promoção de saúde e prevenção de problemas, que o hábito
de contar histórias para as crianças se constitui em uma das
medidas mais importantes para seu desenvolvimento.
Veja, a seguir, o que a AAP e a SBP sugerem aos pediatras:
•• Informem a todos os pais que ler em voz alta para seus
filhos desde o nascimento pode enriquecer o relacionamento
e as interações entre pais e filhos, o que aumenta o
desenvolvimento social e emocional das crianças e, ao
mesmo tempo, constrói circuitos cerebrais que as preparam
para aprender as habilidades de linguagem e alfabetização.
•• Orientem os pais a mostrar as ilustrações para a criança
e depois deixar que ela mesma manuseie o livro. Isso
enriquece o seu repertório e auxilia no desenvolvimento
motor.
23. Por que ler para a criança de 0 a 6 anos é importante?
23
•• Aconselhem a todos os pais que realizem atividades de
leitura adequadas ao desenvolvimento de cada criança de
forma que sejam prazerosas para os pais e aos filhos e que
ofereçam uma rica exposição à linguagem e à escrita.
•• Ofereçam livros variados cultural e linguisticamente, nas
consultas e visitas a crianças em situação de risco e
vulnerabilidade econômica, e identifiquem mecanismos para
a obtenção desses livros de forma que não se torne um
encargo financeiro para as práticas do pediatra.
•• Usem um amplo leque de opções para reforçar as
recomendações, incluindo cartazes e materiais informativos
para os pais, mas que sejam acessíveis também para
aqueles com limitações de leitura e escrita, assim como
informações sobre os endereços e os serviços oferecidos
por bibliotecas públicas locais e sobre mecanismos de
acesso à distribuição gratuita de livros (veja mais sobre
o assunto no quadro Bibliotecas públicas no Brasil).
•• Atuem em parceria com outros atores da rede de
atendimento à infância para influenciar políticas e
mensagens nacionais que apoiem e promovam a leitura
compartilhada na primeira infância.
24. Receite um livro | Fortalecendo o desenvolvimento e o vínculo24
O pediatra é o profissional que acompanha a família e a
criança desde os primeiros momentos de vida. No primeiro
semestre do bebê, o contato com a família acontece pelo
menos uma vez por mês. Além disso, o pediatra é a fonte
mais confiável de informações sobre o desenvolvimento do
bebê para a maioria dos pais, de acordo com a pesquisa
“Percepções e Práticas da Sociedade em Relação à Primeira
Infância”, realizada em 2012 pelo Ibope Inteligência, a pedido
da Fundação Maria Cecília Souto Vidigal (FMCSV) e em
parceria com o Instituto Paulo Montenegro.
Por isso, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e os
parceiros da campanha “Receite um livro” orientam que a
importância da leitura esteja inclusa entre as recomendações
de desenvolvimento e promoção de saúde que devem ser
tratadas pelo pediatra em todas as visitas da família.
Segundo Brian Gallagher, diretor-executivo do Reach Out and
Read, programa de incentivo à leitura na primeira infância
voltado para a ação dos médicos e outros profissionais de
saúde (veja quadro O exemplo do Reach Out and Read), a
relação especial que os pediatras têm com as famílias das
crianças garante que a mensagem seja levada a sério.
Como colocar em prática
a recomendação
25. Como colocar em prática a recomendação
25
Como abordar o tema na consulta
Conheça algumas estratégias que podem ser usadas para
tratar do tema durante as consultas:
•• Mantenha um acervo de livros e revistas infantis na sala
de espera e dentro do consultório para que as crianças
manipulem as publicações durante a consulta. Chame a
atenção dos pais para o interesse que a criança demonstra
pelos livros e use a oportunidade para explicar a importância
da leitura em voz alta para o desenvolvimento (veja no
quadro Livros recomendados onde encontrar sugestões
para montar seu acervo).
•• Receba a criança com um livro na mão ou ofereça um
para que ela manuseie durante a consulta. Assim, você
se torna modelo para os pais, compartilhando o livro
com a criança, e pode usá-lo para apoiar a avaliação
do desenvolvimento dela.
•• Coloque no consultório, ou na sala de espera, cartazes ou
quadros que façam referência à importância da leitura para
bebês e crianças pequenas (veja no quadro Para saber mais
como entrar em contato com ONGs e projetos de incentivo
à leitura que podem fornecer esse tipo de material).
•• Pergunte aos pais se eles têm o hábito de ler ou contar
histórias para os filhos. Esse é o momento de explicar
a importância da linguagem para o desenvolvimento da
criança e incentivar que eles leiam, conversem, cantem
e brinquem com os filhos.
26. Receite um livro | Fortalecendo o desenvolvimento e o vínculo26
•• Oriente os pais com pouca instrução formal ou dificuldades
para ler que utilizem as ilustrações das obras e livros
de imagens para conversar com as crianças sobre o que
veem e até criar histórias a partir das figuras. Também
estimule que contem histórias da tradição de sua família
e/ou comunidade, cantem e utilizem jogos e brincadeiras
para interagir de forma afetiva com os filhos.
•• Estimule os pais a frequentarem bibliotecas públicas
locais para pegarem livros emprestados e participarem
de atividades de leitura com as crianças (veja no quadro
Bibliotecas públicas no Brasil onde encontrar os endereços
desses locais na sua cidade).
•• Lembre aos pais da importância e necessidade de ter os
filhos matriculados em creches ou pré-escolas de educação
infantil de acordo com a idade da criança.
•• Incentive os pais para que levem os filhos a espaços e/ou
projetos culturais que tenham atividades específicas para
bebês e crianças pequenas, a fim de que obtenham mais
oportunidades de desenvolvimento.
Fontes: Evelio Cabrejo Parra, Ricardo Halpern, Patrícia Pereira Leite, Maria Virgínia
Gastaldi; American Academy of Pediatric (AAP); Reach Out and Read.
27. Como colocar em prática a recomendação
27
O exemplo do Reach Out and Read
O Reach Out and Read é um exemplo muito bem-sucedido de
programa de incentivo à leitura na primeira infância voltado para
a ação dos médicos e outros profissionais que cuidam da saúde
infantil. Com mais de 25 anos de existência, é formado por uma
rede de mais de 21 mil profissionais e 5 mil clínicas nos Estados
Unidos, beneficiando mais de 4 milhões de crianças.
Segundo Brian Gallagher, diretor-executivo do Reach Out and
Read, o livro integrado à consulta também pode ser mais uma
ferramenta interessante para o pediatra avaliar os marcos
de desenvolvimento, a saúde emocional da criança e mesmo
a sua interação com os pais.
Para saber mais: www.reachoutandread.org
28. Receite um livro | Fortalecendo o desenvolvimento e o vínculo28
Bibliotecas públicas no Brasil
Existem hoje no Brasil 6.102 bibliotecas públicas municipais, distritais, estaduais e federais nos 26
estados e no Distrito Federal, de acordo com dados do Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas
(SNBP), órgão subordinado ao Ministério da Cultura. Várias delas mantêm espaços e/ou programas
voltados para bebês e crianças pequenas, com foco na formação de leitores.
Para saber o endereço das bibliotecas de sua cidade ou região, basta acessar o site do SNBP* e
fazer a busca por estado.
Na lista do SNBP não estão inclusas bibliotecas comunitárias, pontos de leitura mantidos por
entidades privadas e pessoas físicas, bibliotecas especializadas e universitárias.
Outra forma de acessar livros infantis de qualidade é o programa Itaú Criança, iniciativa da Fundação
Itaú Social com a finalidade de contribuir para a educação integral infantil e que realiza anualmente a
campanha Leia para uma criança. Como forma de apoiar o convite feito aos adultos para dedicarem
tempo para ler para os pequenos, milhões de livros são distribuídos gratuitamente por meio do site do
programa www.itau.com.br/crianca
*Para saber mais: http://snbp.culturadigital.br/informacao/dados-das-bibliotecas-publicas
29. Como colocar em prática a recomendação
29
Livros recomendados
Atualmente existe uma oferta enorme de livros de qualidade para bebês e crianças pequenas,
o que pode gerar muita dúvida para os pais na hora de escolher os mais adequados para seus
filhos. E quais devem ser os critérios de escolha?
De acordo com Maria Virgínia Gastaldi, professora do Instituto Vera Cruz e formadora do Instituto
Avisa Lá, ONG que atua na formação continuada de profissionais da educação infantil, não existe
uma regra fixa para fazer a escolha, mesmo no que diz respeito à faixa etária. O importante é que
os pais selecionem livros de que eles próprios gostem e que considerem interessantes para os filhos.
“Os livros que os pais apresentam às crianças são valiosos pelo afeto envolvido no ato de ler,
mesmo que elas não entendam tudo o que é lido”, explica.
Para facilitar a tarefa da escolha para os pais, indicamos a seguir listas de livros recomendados
por organizações reconhecidas por seu trabalho de incentivo à leitura no país.
*Fundação Itaú Social
Dicas de leitura
www.itau.com.br/crianca/dicas-de-leitura/
*Programa Nacional Biblioteca na Escola (MEC)
Guia 1 – Educação Infantil
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=20407&Itemid=1134
*Instituto Alfa e Beto (IAB)
Guia IAB de Leitura para a Primeira Infância
www.alfaebeto.org.br/wp-content/uploads/2013/06/Guia-IAB-parte-1.pdf
*Biblioteca básica – Educar para crescer
http://educarparacrescer.abril.com.br/livros/
30. Receite um livro | Fortalecendo o desenvolvimento e o vínculo30
•• O principal ponto a passar para os pais
é que a leitura pode ser um momento
prazeroso, tanto para as crianças quanto
para os adultos. Por isso, é importante
que os pais escolham livros, histórias,
canções, jogos e brincadeiras de que
eles também gostem e que remetam
às experiências agradáveis que eles
tiveram na sua infância. O foco aqui é ser
espontâneo e expressar afetividade pelo
bebê, e não iniciar um processo precoce
de alfabetização ou realizar atividade
com finalidade pedagógica.
•• Outra questão fundamental é a
frequência. Para que a leitura se torne
hábito e contribua efetivamente para o
desenvolvimento, ela deve fazer parte da
rotina de cuidados do bebê, assim como
a alimentação e os rituais da hora de
dormir. Então, é preferível ler pequenos
textos todos os dias a ler um livro inteiro
em um único dia e depois esperar uma
semana até a próxima leitura.
•• As crianças muito pequenas já podem se
interessar por boas narrativas, por isso
é importante que os pais as ofereçam
desde cedo e que observem e respeitem a
resposta de seus filhos. Alguns vão preferir
manusear o livro e observar as figuras
enquanto ouvem a leitura, outros talvez
fiquem mais focados na musicalidade
diferente da fala.
•• Do nascimento até por volta dos 3 anos,
os bebês costumam manipular o livro para
ganhar familiaridade com ele. Aos poucos
vão compreendendo que esse objeto
tem significado. Então, é bom ter livros
de borracha, de plástico, de tecido e com
texturas para o bebê manusear livremente
e outros para a leitura propriamente dita.
Nessa fase, a leitura é bem interativa,
os pais conversam com a criança sobre
as figuras, as formas, as palavras e os
sentimentos, relacionando-os com a vida
cotidiana.
Orientações importantes para os pais
Fontes: Evelio Cabrejo Parra, Patrícia Pereira Leite e Maria
Virgínia Gastaldi.
31. Como colocar em prática a recomendação
31
De 0 a 5 meses
Os bebês começam a prestar atenção nos
gestos dos pais e a imitar os sons. Então, os
pais podem:
•• Apontar as figuras que estão no livro e dizer
em voz alta o nome daquilo para o qual o
bebê estiver olhando.
•• Virar as páginas de acordo com o interesse
do bebê.
•• Representar com gestos ou a voz a figura
que estiver mostrando para o bebê.
•• Imitar os sons que o bebê faz e observar
sua reação.
Veja, a seguir, o que você pode recomendar aos pais em relação à leitura em cada fase
de vida da criança.
De 6 meses a 1 ano
Os bebês já conseguem se sentar, segurar
os livros e também colocá-los na boca. Nessa
fase, os pais podem:
•• Nomear as figuras que o bebê aponta
no livro ou aquelas em que ele fica
interessado.
•• Ajudar o bebê a virar as páginas do livro.
•• Transmitir o clima da história por meio
da entonação da voz, de gestos e de
expressões faciais.
•• Conversar com o bebê e fazer perguntas
sobre as coisas que ele está ouvindo ou
fazendo. Por exemplo: “Olha o cachorrinho.
O cachorrinho faz au-au”.
•• Seguir as indicações do bebê para ler mais,
repetir ou parar.
32. Receite um livro | Fortalecendo o desenvolvimento e o vínculo32
De 1 ano a 2 anos
Nessa fase, a criança consegue escolher um
livro favorito e entregar aos pais para que
leiam. Também aponta as figuras e copia as
expressões e os gestos do adulto que está
lendo para ela. Assim, os pais podem:
•• Usar diferentes vozes para representar
os diversos personagens das histórias.
•• Fazer perguntas para que a criança
responda apontando. Por exemplo: “Onde
está o gato?”, “Quem faz miau?”.
•• Incentivar que ela faça o som de
determinado animal. Por exemplo: “Como
a vaca faz? Mu!”.
•• Sorrir e responder quando a criança falar
ou apontar.
•• Deixar a criança virar as páginas do livro.
•• Ler a mesma história várias vezes se
a criança quiser.
•• Acrescentar mais palavras quando a
criança apontar uma imagem. Por exemplo:
“Menina. Essa menina é bonita”.
•• Fazer outras perguntas sobre as figuras
que ela apontar. Por exemplo: “Cadê
o cabelo da menina?”, “E o cabelo
da mamãe?”, “E o seu cabelo?”.
•• Nomear e demonstrar ações e emoções
nas histórias. Por exemplo: “A menina está
rindo”. E então rir para o bebê.
•• Levar sempre um livro quando sair com
o bebê e ler para acalmá-lo ou distraí-lo.
De 2 a 4 anos
Essa é a fase em que as crianças mais
gostam de exercer a previsibilidade e, por
isso, gostam que os pais contem as mesmas
histórias várias vezes. Também repetem
palavras e frases e participam mais da leitura.
Os pais podem:
33. Como colocar em prática a recomendação
33
•• Fazer perguntas sobre as imagens do livro
para que a criança responda. Por exemplo:
“O que é isto?”.
•• Ler livros que apresentem ações que as
crianças já entendem como inusitadas.
Por exemplo, “Os três lobinhos e o porco
mau”, ou “O cachorro que faz miau”.
•• Valorizar todas as perguntas e comentários
que a criança faz, pois são boas
oportunidades para começar uma conversa.
•• Dar espaço para que a criança faça
comentários sobre alguma figura ou
palavra.
•• Incentivar que a criança conte sua história
favorita da própria maneira.
•• Levar a criança a bibliotecas e/ou livrarias
para escolher livros ou ouvir histórias.
•• Mostrar para a criança como as coisas
que acontecem com os personagens são
parecidas com algo que ela mesma já fez
ou viu.
•• Falar sobre os sentimentos dos
personagens e perguntar se ela já sentiu
a mesma coisa.
•• Deixar que a criança conte o que acontece
em seguida ao ler histórias já conhecidas.
De 4 a 6 anos
Nessa fase, as crianças escolhem os livros
que querem que os pais leiam e fazem
perguntas sobre as coisas que acontecem
neles. Também corrigem os pais quando
eles pulam uma parte de um livro já familiar
e conseguem contar uma história conhecida
com as próprias palavras. Os pais podem:
•• Conversar de forma espontânea sobre
os assuntos do livro.
•• Ler a história do jeito que o autor escreveu,
sem alterar as palavras estranhas
e diferentes que ampliam o vocabulário
da criança.
•• Responder com interesse às perguntas
e os comentários da criança.
•• Levar a criança a bibliotecas e/ou livrarias
para escolher livros ou ouvir histórias.
•• Deixar os livros acessíveis para a criança
pegar quando quiser.
•• Mostrar para a criança que você está lendo
as palavras do livro.
Fontes: Guia IAB de Leitura para a Primeira Infância; Cartilha
Primeira Infância, Primeiras Leituras (IAB); Books Build
Connections Toolkit; Reach Out and Read.
34. Receite um livro | Fortalecendo o desenvolvimento e o vínculo34
Para saber mais
Além de recomendações de livros, várias organizações que
se dedicam ao incentivo à leitura disponibilizam informações
e publicações para ajudar os pais e cuidadores a adotarem
o hábito de ler para as crianças desde a primeira infância.
Conheça algumas sugestões disponíveis na internet.
Fundação Itaú Social
www.itau.com.br/crianca
Fundação Maria Cecília Souto Vidigal
www.fmcsv.org.br
Radar da Primeira Infância
www.radardaprimeirainfancia.org.br
Instituto Fazendo História
http://www.fazendohistoria.org.br
Instituto Alfa e Beto
www.alfaebeto.org.br
Cartilha Primeira Infância, Primeiras Leituras
A Cor da Letra
http://acordaletra.com.br
A Pequena História dos Bebês e dos Livros
Ler é Saber
www.leresaber.org.br
Plano Nacional de Leitura (Portugal)
www.planonacionaldeleitura.gov.pt/lermaisemfamilia/index.php
Ler mais em família
35. Como colocar em prática a recomendação
35
Livros acessíveis
Uma dificuldade enfrentada pelos pais e mães de crianças com deficiência é encontrar livros
acessíveis. Para disseminar o conceito e a prática da leitura acessível entre crianças com e sem
deficiência, a ONG Escola de Gente – Comunicação em Inclusão desenvolve o Projeto “Todas as
Pessoas Têm Direito a Conhecer Todas as Histórias”4
, cujo foco é a formação de educadores para
o trabalho com livro em formatos acessíveis e a oferta da vivência de múltiplas formas de leitura
para crianças. “O ato de ‘ler’ deve dar conta de todos os modos de existir, independentemente
de como essa humanidade se manifesta”, diz Claudia Werneck, fundadora da Escola de Gente.
A Fundação Dorina Nowill é outra organização que se dedica à publicação e à distribuição de livros
infantis acessíveis – com letras ampliadas, texto em braille, imagens em relevo e áudios. Em 2015,
a fundação lançou a Coleção Clássicos Infantis Acessíveis, que inclui histórias como Chapeuzinho
Vermelho, Branca de Neve, João e o Pé de Feijão e Os Três Porquinhos.
A Coleção Itaú Criança também conta com versão em braille e fonte ampliada e é oferecida
gratuitamente durante a campanha anual Leia para uma criança.
Para saber mais sobre livros acessíveis:
Escola de Gente
www.escoladegente.org.br/leitura-acessivel/projeto-leitura-acessivel/
Fundação Dorina Nowill
www.fundacaodorina.org.br/o-que-fazemos/publicacoes/
4. O projeto tem como símbolo o livro Sonhos do Dia, publicado pela WVA Editora em nove formatos acessíveis: impresso em tinta;
impresso em braile; livro falado com descrição de imagens; livro falado sem descrição de imagens; PDF; TXT; Daisy; filme em Libras
e legenda e animação com audiodescrição e legenda.
36. Receite um livro | Fortalecendo o desenvolvimento e o vínculo36
Leitura desde a gravidez
Apesar de o feto não ter condições de entender o significado do que se canta
ou se lê, ele percebe a intensidade e a característica do som, se é mais calmo
ou rude, por exemplo. “De alguma maneira, a criança usufrui esse contato”,
explica o neuropediatra Saul Cypel.
Segundo ele, a partir da 25ª semana de gravidez, o bebê já consegue “sentir”
o som e ouvir a voz da mãe. Por isso, reage quando escuta canções e a voz dela.
E nasce com essa memória. “Quando a mãe ou o pai coloca uma música, e o bebê
responde, ele se mexe dentro da barriga, o que significa que ele escuta e já está
em comunicação com a mãe, de certa forma”, ressalta Cabrejo Parra.
Uma evidência disso é a tradição existente entre certas comunidades ciganas
de que, ao saber da gravidez, o pai componha uma canção para o filho e cante
durante a gestação. De acordo com Patrícia Pereira Leite, de A Cor da Letra,
estudos realizados após o nascimento revelaram que essas crianças conseguiam
identificar a voz do pai entre outras vozes masculinas.
Por isso, é recomendável que os pais, quando se sentem à vontade, possam
cantar cantigas de ninar, conversar e contar histórias para o bebê ainda na
gravidez ou simplesmente conversar sobre ele com a mãe afetuosamente.
E, claro, continuem com esse hábito durante toda a infância dos filhos.
Atitudes mais afetivas, como conversar com o bebê ou passar a mão na barriga,
também são importantes. Segundo Saul Cypel, essas atitudes promovem a
liberação de determinados neurotransmissores que acabam chegando ao feto
pela circulação placentária.
37. Como colocar em prática a recomendação
37
De acordo com Ricardo Halpern, presidente do Departamento
de Pediatria do Desenvolvimento e Comportamento da SBP,
todas as crianças se beneficiam da leitura na primeira infância.
As nascidas a termo, os bebês prematuros, aquelas com
deficiência auditiva, todas. “Quanto maiores forem o estímulo
e a busca por interação, mais a criança será beneficiada”,
afirma.
Eduardo da Silva Vaz, presidente da SBP, dá um exemplo
prático dos benefícios da leitura para crianças com deficiência.
“Ouvi em um Fórum da Academia Brasileira de Pediatria, em
Sergipe, o relato de um escritor que teve paralisia cerebral
e nasceu com um grave déficit motor”, conta. “Quando a
família percebeu que ele não articulava as palavras direito,
mas entendia tudo, começou a ler para ele e pedia para que
dissesse o que tinha entendido. Hoje, ele não escreve, mas
dita seus livros para alguém digitar. Esse caso me deixou
bastante animado”, relata, entusiasmado.
Também para o psicolinguista Cabrejo Parra, todas as
crianças necessitam da linguagem como alimento para o
seu desenvolvimento. Com as crianças surdas é preciso
falar como se pudessem escutar, porque elas necessitam da
gramática do rosto. Segundo o especialista, as crianças com
deficiência precisam de ainda mais linguagem que aquelas
sem deficiência. “Elas necessitam que os pais e as pessoas
que cuidam delas tenham essa espécie de saber, porque
precisam mais da linguagem. E a leitura é naturalmente uma
das possibilidades de dar-lhes muita linguagem”, explica.
Lendo para crianças com deficiência
38. Receite um livro | Fortalecendo o desenvolvimento e o vínculo38
Cabrejo Parra relata que, em sua experiência no Centro
Alfred Binet, em Paris, que atende crianças com dificuldades
de linguagem, a leitura e a contação de histórias ajudam os
pequenos pacientes a obter progressos consideráveis. “Já
tivemos casos de crianças que não compreendiam o que
falávamos com elas, como se as palavras fossem vazias.
E, graças ao fato de lermos para elas em voz alta, contarmos
histórias variadas, fazê-las brincar com outras crianças,
rirmos com elas e nos ocuparmos delas, elas lentamente
entraram no jogo da linguagem. Por isso, devemos aproveitar
as possibilidades da leitura em voz alta. Ela pode abrir portas
neurológicas, psíquicas e culturais”, declara.
Maria Virgínia Gastaldi, professora do Instituto Vera Cruz
e formadora do Instituto Avisa Lá, aponta que os pais de
crianças com deficiência devem agir da mesma forma que
outros pais ao ler para os filhos, buscando um ponto de
interação, fazendo a mediação entre eles e os livros.
“É importante que os pais cuidem de estabelecer um ritual
de leitura, com aconchego e afetividade”, diz.
39. Perguntas e respostas
39
“Faz diferença se é o pai ou a mãe que lê para a criança, doutor?”
“Devo deixar que o meu filho escolha sozinho o livro?”
“Posso substituir a leitura pela televisão?”
A partir do momento que você recomenda que os pais leiam para os filhos,
essas e muitas outras dúvidas começam a surgir no consultório.
Perguntamos a diversos pediatras quais as principais questões dos pais
e cuidadores em relação a esse assunto e, neste capítulo, especialistas
respondem a cada uma delas.
Uma família é diferente da outra, assim como os profissionais. Não há
respostas prontas, mas a experiência desses especialistas pode ser uma
ajuda valiosa na prática.
Faz diferença se é o pai ou a mãe que lê para a criança?
“Não, ambos precisam estar presentes”, diz o neuropediatra Saul Cypel.
Segundo ele, o ideal é que tanto a mãe quanto o pai tenham esse tipo
de interação com a criança, mas não precisa ser ao mesmo tempo.
Devo deixar que o meu filho escolha sozinho o livro?
Segundo Saul Cypel, a criança pode escolher o livro, mas é importante
que o adulto veja se é ou não adequado para ela. “É como acontece com
os desenhos na TV”, compara.
Perguntas e respostas
40. Receite um livro | Fortalecendo o desenvolvimento e o vínculo40
Qual é a diferença entre ler para a criança, colocar vídeo ou mostrar a tela
do celular para ela?
“A diferença principal é que durante a leitura o adulto está junto com a criança,
e a prioridade deve ser para o contato com a outra pessoa”, esclarece Saul
Cypel. “A mãe conta a história dos três porquinhos e pergunta, ‘Cadê o
porquinho?’. A criança aponta, e a mãe repete a palavra. Assim, ela aprende
que aquele desenho é a figura de um animal e que esse animal tem nome”,
exemplifica Cypel. Segundo ele, o vínculo e essa interação com o adulto é
que promovem o desenvolvimento.
Bebês prematuros também podem se beneficiar da leitura?
“As mães de bebês prematuros acham que eles não escutam. Muitas relutam
até em colocar nome na criança. E o bebê se desenvolve pelo contato com
o outro”, explica Miriam Guerra, terapeuta ocupacional e doutora em Saúde
da Criança pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Segundo ela,
é muito importante começar a dar estímulos para o bebê prematuro
se desenvolver. Estímulos como ler, cantar e conversar. “A entonação,
o ritmo... tudo isso é importante”, lembra a especialista. “Brincar ajuda
no desenvolvimento de qualquer bebê”, diz.
41. Perguntas e respostas
41
Que cuidados precisamos ter ao ler para a criança com deficiência?
Segundo a psicopedagoga Nívea Fabrício, presidente da Associação Nacional
de Dificuldades de Ensino e Aprendizagem (Andea), e a educadora Camila
D’Amico, é importante observar as características de cada criança, como o
seu grau de atenção e concentração. A leitura também deve ser feita de forma
prazerosa e afetuosa.
Apesar de o estímulo ser muito importante, Saul Cypel lembra que é
necessário ajustá-lo de acordo com a dificuldade de cada criança. Se ela tem
5 anos, mas o nível intelectual corresponde ao de 3 anos, por exemplo, isso
deve ser levado em conta. “Senão, você corre o risco de enfatizar o fracasso,
o que ela não pode fazer, e não o contrário”, alerta.
Toda criança se beneficia com a leitura de histórias?
“Sim, definitivamente. Mas, quanto mais vulnerável o contexto, mais ela se
beneficia”, provoca Saul Cypel. Segundo ele, a interação bem conduzida
é importante para todas as crianças, independentemente da condição
socioeconômica dos pais ou das dificuldades que elas tenham. E não é
necessário ter muitos recursos para isso. “Qualquer um pode cantarolar,
cantar, dançar ou contar uma história para uma criança”, diz ele, que ressalta
a importância de que as famílias sejam orientadas nesse sentido desde
o pré-natal.
42. Receite um livro | Fortalecendo o desenvolvimento e o vínculo42
Como faço para prender a atenção do meu filho na história?
Há momentos em que a criança irá preferir outra atividade e tudo bem. A leitura
deve ser oferecida de maneira prazerosa e lúdica, muito parecida com outras
brincadeiras, deixando a criança à vontade para manusear o livro ou brincar
de outra coisa enquanto ouve.
A criança tem o direito de escutar sem olhar para o livro, de participar com
seu silêncio, perguntar ou conversar durante a escuta. E, se não gostar, pode
interromper a história. Isso não quer dizer que ela não esteja desfrutando
da leitura e do momento de interação. “É importante o adulto perceber até
onde está bom para a criança, quando é hora de parar”, alerta a psicanalista
Cristina Seguim, do Departamento de Psicanálise da Criança, do Instituto
Sedes Sapientiae, de São Paulo. “Durante a leitura, a criança propõe o tipo de
interação que deseja, desde manusear o livro, fazer o som dos bichinhos, dizer
o nome dos personagens, até conversar sobre a história. O mais enriquecedor
é que o adulto entre no jogo que a criança propõe, para ser um momento
a dois prazeroso”, conclui.
É preciso ter muito tempo para ler para uma criança pequena?
Não é necessário muito tempo. O que mais importa é a qualidade da interação
e que a atividade faça parte da rotina da criança. Alguns momentos serão para
histórias curtas, outros para narrativas mais longas, de acordo com o tempo
disponível e o interesse da criança. “O adulto precisa aprender a conhecer
quem é aquele ser e como se relacionar com ele. Cada um é cada um. Não
tem uma regra universal”, enfatiza a psicanalista Cristina Seguim.“Cada
criança tem um interesse e um jeito pessoal de se relacionar com os livros.
O bebê lambe o livro, a criança maior pede para repetir várias vezes a mesma
história, outra criança quer conversar sobre o que é lido. As histórias alimentam
a fantasia da criança e a fazem pensar”, conclui.
43. Perguntas e respostas
43
A leitura pode ajudar a regular a rotina, organizar a hora de dormir
e acalmar meu filho nessa hora?
“Sim, a leitura ajuda no ritual do fim do dia”, reconhece a psicanalista Cristina
Seguim. Segundo ela, esse tipo de atividade acalma, baixa a agitação,
possibilitando um adormecer mais tranquilo.
Qual é a importância de ler para crianças pequenas em ambientes como
abrigos, por exemplo?
“Hoje se sabe que para o bebê a troca afetiva é tão importante quanto
os cuidados físicos para que ele se desenvolva com saúde”, responde a
psicanalista Cristina Seguim. Segundo ela, a leitura é uma das atividades que
vão propiciar essa interação com o adulto. “A história pode ser um instrumento
muito gostoso de aproximar o educador do bebê, mas desde que seja gostoso
também para o adulto”, diz ela. “Tudo o que vira uma tarefa mecânica, sem
sabor, não pode ser considerada estimulante para o bebê”. No caso dos
abrigos, Cristina Seguim, que também faz parte do Grupo Acesso, de estudos,
intervenções e pesquisas sobre adoção, do Instituto Sedes Sapientiae, de
São Paulo, considera importante a orientação de que haja em todas as equipes
um adulto de referência para cada bebê ou criança pequena. “O foco primordial
é a aproximação e a vinculação afetiva com o adulto cuidador. Estudos
e pesquisas mostram que é isso que impulsiona os saltos que a criança
vai dando durante o seu desenvolvimento”, conclui.