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Andreia Campos
Terapeuta da Fala / Formadora
1
Aprender a Aprender: o papel da linguagem
O desafio de hoje é explicar para que servem os rastreios. Para isso, é preciso recuar um pouco
e pensar, em conjunto, para percebermos que todos nós aprendemos a aprender, e
descobrirmos qual é o papel da linguagem na nossa aprendizagem de vida.
 O que nos motiva quando propomos um rastreio?
Sempre que pensamos em conjunto, temos algumas perguntas para nos orientar. E para iniciar
este percurso desde o início, convém que se saiba o que nos motiva.
Em conjunto com as escolas e jardins-de-infância pensamos em unir esforços para garantir um
bom acesso à educação, a todas as crianças e jovens.
Não podemos decidir as matérias que vão ser ensinadas. Os senhores do governo têm pessoas
especializadas para isso. No entanto, no que toca à educação, já podemos ter muito a dizer.
A educação representa a criação de uma cadeia de valores sociais que ambicionamos dar às
crianças desde o JI até à Universidade!
Ambicionamos a criação de valores de cariz social, que regulem as interações pacíficas e
conflituosas que existem em todos os grupos de trabalho.
Ambicionamos dar-lhe dicas de disciplina para as técnicas e métodos de estudo, que estes
métodos espelhem o funcionamento e a organização de um laboratório científico.
Ambicionamos a criação de padrões de vinculação entre alunos e professores que forneçam a
segurança e a esperança que os alunos necessitam para serem bons alunos.
E para isso, sabemos que precisamos de dotar os alunos com as competências comunicativas e
linguísticas que serão a base das suas aprendizagens, por todo o percurso escolar. Sabemos,
também, de múltiplos estudos realizados em todo o mundo, que quanto mais cedo intervirmos
num pequeno problema, menor será a probabilidade de que ele se transforme num grande
handicap.
E é isso que nos motiva! Garantir que todos possam ter acesso a uma boa educação! Para que
cada um possa dar o melhor de si!
 Importância da Aprendizagem
Atualmente, os nossos jovens perguntarem-nos porque é que têm de ir à escola e para que é
que aprendem coisas que (pensam eles) não lhes vai servir para nada. Em casa têm televisão,
computador, videojogos, telemóveis, etc. Tudo muito apelativo e interativo, ao contrário dos
conteúdos escolares e de, grande parte, dos métodos de ensino: passivos e de interesse pouco
evidente aos olhos dos alunos.
Porque é que os alunos têm de aprender uma série de coisas que não lhes faz qualquer sentido?
Andreia Campos
Terapeuta da Fala / Formadora
2
A resposta pode passar por lhes explicar que para que eles desenvolvam competências para
serem o que quiserem, quando crescerem, têm de adquirir uma base de conhecimentos. Será
essa base que lhes dará a oportunidade de escolherem ser o que quiserem. Tanto poderão optar
pelos cursos técnicos como pelo ensino universitário, pois ambas as opções serão válidas.
Ao aumentar as exigências de base estamos, simultaneamente, a aumentar o nível cultural do
país. Como explicamos aos alunos que estamos a construir cultura?
Pedimos ajuda à história e apresentamos-lhes um senhor chamado Maslow. Este senhor, há
muitos anos atrás, pensou numa forma de organizar as nossas necessidades, ou seja, aquilo de
que todos nós precisamos. Ele construiu uma pirâmide de necessidades.
Na base da pirâmide, como sabem é a base que sustenta tudo o resto, estão as necessidades
fisiológicas (alimentação, sono, higiene, etc.). Em conjunto com as do 2º nível, que são as
necessidades de segurança (abrigo, proteção dos animais e do tempo, de assassinos e outros
delinquentes, segurança no trabalhos, etc.), constituem as necessidades básicas, são as que
garantem a sobrevivência de cada um de nós.
Dos tempos pré-históricos até agora, as sociedades têm evoluído no sentido de garantir as
necessidades básicas dos seres humanos.
A partir do 3º nível, até ao 5º e último, surgem as necessidades secundárias. Que servem para
quê? Bem, depois de garantirmos que estamos vivos, as necessidades secundárias “denunciam”
o nosso nível de felicidade.
A necessidade de integração social, uma das quais é precisamente, pertencer a um ou vários
grupos e ter um papel ativo a desempenhar na sociedade. Papel, esse, que seja reconhecido
como válido. A integração na família e num ou em vários grupos de amigos.
A necessidade de auto-estima, de nada nos adianta que nos reconheçam mérito se nós próprios
não acreditamos em nós, ou não gostamos do que somos e fazemos nesta vida.
E por fim, a necessidade de auto-realização, que implica fazer o que se gosta, com uma
motivação altruísta e que contribua para as duas necessidades atrás referidas: social e de
autoestima.
Quanto mais nos afastamos das necessidades primárias, por estas estarem garantidas, maior
será o desenvolvimento social, e consequentemente, económico das sociedades. Maior será o
desenvolvimento cultural. E é isso que se pretende: aumentar o nível de cultura, aumentar o
nível de saber coletivo de uma sociedade.
E para que é que estamos a aumentar o nível cultural da nossa sociedade?
Para que progressivamente aumente a mobilidade social, e as famílias abandonem as classes
sociais mais baixas. O que significa que as necessidades primárias de Maslow ficam garantidas a
toda a população.
Garantindo o acesso à educação, promovemos o progresso e a mobilidade social. Para isso, é
preciso ensinar as crianças e os jovens a aprender.
Andreia Campos
Terapeuta da Fala / Formadora
3
 Como aprendem as crianças
Aprender é uma descoberta! Tal como os portugueses, noutros tempos, descobriram novos
mundos com as suas caravelas, cada criança que nasce descobre o seu mundo.
Ativa continuamente os seus receptores sensoriais, para dar sentido a cada informação que lhe
chega. Ouvimos, vemos, cheiramos, sentimos o gosto e o toque de objetos, pessoas e animais
com os quais interagimos. Ao atribuir significado às sensações começa a memorizá-las e,
progressivamente, vai sendo capaz de detetar novas descobertas.
A nossa missão, caso a aceitemos, é ajudar a dar sentido às informações que as crianças recebem
dos sentidos. É ensinar a aprender.
 O papel da Linguagem
A linguagem vai permitir a fusão entre as várias fontes sensoriais e o mundo. É a cola que mais
eficazmente une e reúne as memórias e lhes dá uso sempre que necessário. Organiza a
informação como se de uma biblioteca se tratasse. A linguagem é a bibliotecária!
A linguagem organiza o pensamento! Com a educação e linguagem aprendemos a pensar!
Pensamento crítico que nos auxilia nas tomadas de decisões. Pensamento introspetivo que nos
permite reanalisar o nosso próprio projeto de vida e modificá-lo ou mante-lo. Pensamento
extrospectivo que promove a transmissão de ideias perante os nossos pares! Partilha de novas
e velhas ideias, transmissão de novos e velhos ideais.
 O que fazer quando algo corre mal?
No meio de tantos elementos que influenciam o desenvolvimento da linguagem, é possível que
algo se atravesse no nosso caminho e não nos deixe seguir em frente. Para isso existem os
rastreios! Para identificar a existências de possíveis obstáculos e nos indicar que os devemos
resolver.
Ao identificar os problemas muito cedo, podemos evitar as dificuldades de aprendizagem na
escola, garantindo assim o acesso ao conhecimento que nos é transmitido pelos professores.
Ainda que só na escola consigamos ter a certeza de que algo não está bem, também é possível
solucionar as dificuldades.
A última hipótese é não fazer nada e esperar que o tempo faça, no futuro, o que não fez no
passado: resolva tudo sozinho! Neste caso podemos condicionar o futuro das crianças, pois a
linguagem oral é a base da linguagem escrita. Uma e outra crescem lado a lado, numa simbiose
perfeita… mas apenas a partir do 1º ano do ensino básico, antes disso a “fala” é rainha.
Escrito por: Andreia Campos (em 2013)
Contactos: email: tfandreiacampos@gmail.com LinkedIn /andreiacampos
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Aprender a aprender: o papel da linguagem na educação

  • 1. Andreia Campos Terapeuta da Fala / Formadora 1 Aprender a Aprender: o papel da linguagem O desafio de hoje é explicar para que servem os rastreios. Para isso, é preciso recuar um pouco e pensar, em conjunto, para percebermos que todos nós aprendemos a aprender, e descobrirmos qual é o papel da linguagem na nossa aprendizagem de vida.  O que nos motiva quando propomos um rastreio? Sempre que pensamos em conjunto, temos algumas perguntas para nos orientar. E para iniciar este percurso desde o início, convém que se saiba o que nos motiva. Em conjunto com as escolas e jardins-de-infância pensamos em unir esforços para garantir um bom acesso à educação, a todas as crianças e jovens. Não podemos decidir as matérias que vão ser ensinadas. Os senhores do governo têm pessoas especializadas para isso. No entanto, no que toca à educação, já podemos ter muito a dizer. A educação representa a criação de uma cadeia de valores sociais que ambicionamos dar às crianças desde o JI até à Universidade! Ambicionamos a criação de valores de cariz social, que regulem as interações pacíficas e conflituosas que existem em todos os grupos de trabalho. Ambicionamos dar-lhe dicas de disciplina para as técnicas e métodos de estudo, que estes métodos espelhem o funcionamento e a organização de um laboratório científico. Ambicionamos a criação de padrões de vinculação entre alunos e professores que forneçam a segurança e a esperança que os alunos necessitam para serem bons alunos. E para isso, sabemos que precisamos de dotar os alunos com as competências comunicativas e linguísticas que serão a base das suas aprendizagens, por todo o percurso escolar. Sabemos, também, de múltiplos estudos realizados em todo o mundo, que quanto mais cedo intervirmos num pequeno problema, menor será a probabilidade de que ele se transforme num grande handicap. E é isso que nos motiva! Garantir que todos possam ter acesso a uma boa educação! Para que cada um possa dar o melhor de si!  Importância da Aprendizagem Atualmente, os nossos jovens perguntarem-nos porque é que têm de ir à escola e para que é que aprendem coisas que (pensam eles) não lhes vai servir para nada. Em casa têm televisão, computador, videojogos, telemóveis, etc. Tudo muito apelativo e interativo, ao contrário dos conteúdos escolares e de, grande parte, dos métodos de ensino: passivos e de interesse pouco evidente aos olhos dos alunos. Porque é que os alunos têm de aprender uma série de coisas que não lhes faz qualquer sentido?
  • 2. Andreia Campos Terapeuta da Fala / Formadora 2 A resposta pode passar por lhes explicar que para que eles desenvolvam competências para serem o que quiserem, quando crescerem, têm de adquirir uma base de conhecimentos. Será essa base que lhes dará a oportunidade de escolherem ser o que quiserem. Tanto poderão optar pelos cursos técnicos como pelo ensino universitário, pois ambas as opções serão válidas. Ao aumentar as exigências de base estamos, simultaneamente, a aumentar o nível cultural do país. Como explicamos aos alunos que estamos a construir cultura? Pedimos ajuda à história e apresentamos-lhes um senhor chamado Maslow. Este senhor, há muitos anos atrás, pensou numa forma de organizar as nossas necessidades, ou seja, aquilo de que todos nós precisamos. Ele construiu uma pirâmide de necessidades. Na base da pirâmide, como sabem é a base que sustenta tudo o resto, estão as necessidades fisiológicas (alimentação, sono, higiene, etc.). Em conjunto com as do 2º nível, que são as necessidades de segurança (abrigo, proteção dos animais e do tempo, de assassinos e outros delinquentes, segurança no trabalhos, etc.), constituem as necessidades básicas, são as que garantem a sobrevivência de cada um de nós. Dos tempos pré-históricos até agora, as sociedades têm evoluído no sentido de garantir as necessidades básicas dos seres humanos. A partir do 3º nível, até ao 5º e último, surgem as necessidades secundárias. Que servem para quê? Bem, depois de garantirmos que estamos vivos, as necessidades secundárias “denunciam” o nosso nível de felicidade. A necessidade de integração social, uma das quais é precisamente, pertencer a um ou vários grupos e ter um papel ativo a desempenhar na sociedade. Papel, esse, que seja reconhecido como válido. A integração na família e num ou em vários grupos de amigos. A necessidade de auto-estima, de nada nos adianta que nos reconheçam mérito se nós próprios não acreditamos em nós, ou não gostamos do que somos e fazemos nesta vida. E por fim, a necessidade de auto-realização, que implica fazer o que se gosta, com uma motivação altruísta e que contribua para as duas necessidades atrás referidas: social e de autoestima. Quanto mais nos afastamos das necessidades primárias, por estas estarem garantidas, maior será o desenvolvimento social, e consequentemente, económico das sociedades. Maior será o desenvolvimento cultural. E é isso que se pretende: aumentar o nível de cultura, aumentar o nível de saber coletivo de uma sociedade. E para que é que estamos a aumentar o nível cultural da nossa sociedade? Para que progressivamente aumente a mobilidade social, e as famílias abandonem as classes sociais mais baixas. O que significa que as necessidades primárias de Maslow ficam garantidas a toda a população. Garantindo o acesso à educação, promovemos o progresso e a mobilidade social. Para isso, é preciso ensinar as crianças e os jovens a aprender.
  • 3. Andreia Campos Terapeuta da Fala / Formadora 3  Como aprendem as crianças Aprender é uma descoberta! Tal como os portugueses, noutros tempos, descobriram novos mundos com as suas caravelas, cada criança que nasce descobre o seu mundo. Ativa continuamente os seus receptores sensoriais, para dar sentido a cada informação que lhe chega. Ouvimos, vemos, cheiramos, sentimos o gosto e o toque de objetos, pessoas e animais com os quais interagimos. Ao atribuir significado às sensações começa a memorizá-las e, progressivamente, vai sendo capaz de detetar novas descobertas. A nossa missão, caso a aceitemos, é ajudar a dar sentido às informações que as crianças recebem dos sentidos. É ensinar a aprender.  O papel da Linguagem A linguagem vai permitir a fusão entre as várias fontes sensoriais e o mundo. É a cola que mais eficazmente une e reúne as memórias e lhes dá uso sempre que necessário. Organiza a informação como se de uma biblioteca se tratasse. A linguagem é a bibliotecária! A linguagem organiza o pensamento! Com a educação e linguagem aprendemos a pensar! Pensamento crítico que nos auxilia nas tomadas de decisões. Pensamento introspetivo que nos permite reanalisar o nosso próprio projeto de vida e modificá-lo ou mante-lo. Pensamento extrospectivo que promove a transmissão de ideias perante os nossos pares! Partilha de novas e velhas ideias, transmissão de novos e velhos ideais.  O que fazer quando algo corre mal? No meio de tantos elementos que influenciam o desenvolvimento da linguagem, é possível que algo se atravesse no nosso caminho e não nos deixe seguir em frente. Para isso existem os rastreios! Para identificar a existências de possíveis obstáculos e nos indicar que os devemos resolver. Ao identificar os problemas muito cedo, podemos evitar as dificuldades de aprendizagem na escola, garantindo assim o acesso ao conhecimento que nos é transmitido pelos professores. Ainda que só na escola consigamos ter a certeza de que algo não está bem, também é possível solucionar as dificuldades. A última hipótese é não fazer nada e esperar que o tempo faça, no futuro, o que não fez no passado: resolva tudo sozinho! Neste caso podemos condicionar o futuro das crianças, pois a linguagem oral é a base da linguagem escrita. Uma e outra crescem lado a lado, numa simbiose perfeita… mas apenas a partir do 1º ano do ensino básico, antes disso a “fala” é rainha. Escrito por: Andreia Campos (em 2013) Contactos: email: tfandreiacampos@gmail.com LinkedIn /andreiacampos Instagram: @tfandreicampos SlideShare /andreiacampos15