O documento discute os movimentos artísticos do realismo e naturalismo no século XIX. Apresenta as principais doutrinas que influenciaram esses movimentos como o comunismo, liberalismo e economia de Malthus. Também explica como autores realistas como Eça de Queirós e Machado de Assis retratavam a sociedade usando técnicas narrativas como a objetividade e análise do determinismo social. Finalmente, discute como o naturalismo foi influenciado pelas novas ciências como a evolução, determinismo e positivismo
Resumo sobre os principais autores da 2ª fase da Geração Modernista no Brasil. Apresenta características gerais e específicas das obras, assim como contextualização histórica.
Slide apresentado ao alunos do cursinho preparatório de vestibular/ENEM.
Iniciamos com uma comparação entre Realismo e Naturalismo e em seguida focamos no Realismo no Brasil.
Resumo sobre os principais autores da 2ª fase da Geração Modernista no Brasil. Apresenta características gerais e específicas das obras, assim como contextualização histórica.
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Iniciamos com uma comparação entre Realismo e Naturalismo e em seguida focamos no Realismo no Brasil.
Doutrinas sociais do século XIX, contexto, Era das Revoluções Burguesas, Revolução Industrial, exclusão do proletariado, Socialismo Utópico, Socialismo Científico, Anarquismo, Socialismo Cristão ou Católico.
Movimento Literário Realismo: A diferença do comportamento humano conforme a ...Gabriel Alves
Artigo feito por Gabriel Alves da Silva, Luan Silva Carvalho e João Vitor Gomes, da escola João Cruz, Jacareí.
Orientado pela professora Maria Piedade Teodoro silva
Seminário apresentado pelos alunos da ECA-USP sobre a Metrópole para a disciplina Teoria da Opinião Pública, ministrada pelo professor Massimo di Felice.
2. Realismo e as Doutrinas Materialistas Pode-se dizer que o realismo artístico é uma reação às mudanças sociais e culturais ocorridas por decorrência da Revolução Industrial. A expansão do capitalismo, o urbanismo crescente, as relações de trabalho na indústria, etc. Para compreender a sociedade industrial, seus crescentes problemas (miséria, abusos dos patrões, etc.), tomaram força três doutrinas: O Comunismo – de Marx e Engels (o “Manifesto Comunista” é de 1848). O Liberalismo – de Adam Smith (final do séc. XVIII). A Economia – Thomas Malthus. (*)Doutrina é uma orientação do pensamento, a partir de um método, não necessariamente é uma ciência, mas um pensamento organizado.
3. Realismo e o Comunismo O “Manifesto Comunista” (1848) foi escrito por Karl Marx e Friedrich Engels e apresenta os seguintes tópicos: As relações de produção e trabalho DETERMINAM a estrutura da sociedade industrial (capitalista). O sistema capitalista OPRIME e CONDENA as classes trabalhadoras à MISÉRIA (inclusive intelectual pelo processo de massificação). O ideal comunista: seria que as pessoas (os trabalhadores – operários e camponeses) buscassem trabalhar juntas não para um patrão, para o lucro individual deste, mas para o bem coletivo.
4. Realismo e o Liberalismo O liberalismo doutrina a participação do Estado nas relações econômicas produtivas e comerciais. Da mesma forma dá bases para o capitalismo industrial, ao pregar liberdade aos anseios econômicos da burguesia crescente. Segundo Adam Smith (final do séc. XVIII): A função do Estado é apenas preservar a lei, manter a ordem e defender a nação, sem fazer qualquer tipo de intervenção na economia. O comércio e a indústria (no sentido de venda de produtos) deveria ter o direito de praticar a livre-iniciativa. Sociedade de grupos produtores e comerciários aparecem para defender os interesses liberais dos “patrões”.
5. Realismo e a economia Thomas Malthus vai evidenciar uma das questões mais discutidas pelos realistas: O descompasso entre o crescimento populacional e a produção de alimentos gera um estado de pobreza permanente. Para manutenção de um estado industrializado, seria necessário uma espécie de “seleção natural social”, alguns setores produtivos da economia anseiam que o estado não gaste dinheiro de impostos (pagos pelos próprios) com a população carente.
6. Uma conclusão – afastamento das idéias românticas: A subjetividade e a idealização romântica não conseguem explicar adequadamente – para a elite intelectual – os desafios do mundo industrial e a organização extremamente capitalista da sociedade. As doutrinas citadas anteriormente ditam as tendências do pensamento realista: o materialismo, a crítica social e a objetividade. A literatura realista é aquela que busca compreender como o indivíduo, dentro da organização social, comporta-se e pensa – e quais as consequências desse conjunto de comportamentos e pensamentos.
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8. A literatura realista quer detectar essas causas e revelar as consequências.causas consequências sociedade sociedade indivíduo
9. A estética Realista: Projeto literário do realismo: Os escritores realistas tratam dos seguintes TEMAS: ADULTÉRIO, A OPRESSÃO (do pobre, do “ignorante”, do religioso, enfim do indivíduo perante as instituições da sociedade) e a CORRUPÇÃO (tanto das instituições, quanto dos valores sociais e individuais) Estes TEMAS eram retratados da seguinte FORMA: com OBJETIVIDADE e CRITICISMO, sem apelar para fórmulas prontas ou modelos morais. O público leitor em geral vai desqualificar a obra realista mais incisiva por considerá-la IMORAL e INDECENTE.
10. Do indivíduo para a sociedade: Um aspecto de comum confusão é desconsiderar o papel do indivíduo no realismo: O ponto de partida do escritor realista quase sempre é o CARÁTER DO INDIVÍDUO, para entender suas causas e efeitos na sociedade. Este caráter é analisado sistematicamente (o “método realista” implicitamente revela as tendências cientificistas e doutrinárias da época) “Para entender a ‘anatomia do caráter’ humano, os autores realistas davam um tratamento diferente às personagens” A análise psicológica pode explicar o comportamento humano; As personagens são construídas de modo coerente com o contexto social, cultural, econômico e político que se inserem (determinismo social).
11. As diferentes técnicas: Eça de Queirós (português, 1845-1900): Usa narradores em 1ª e 3ª pessoa (mesmo quando participante, posiciona-se como um narrador objetivo) observando e criticando a sociedade. Seu alvos nos primeiros romances são: as instituições religiosas, os dogmas (casamento, por exemplo) e os valores burgueses relacionados a esses. Imprime em sua crítica forte caráter ideológico, sua “visão de mundo” parece condenar os vícios e erros do mundo. Essa postura pode ser compreendida como “moralista”.
12. As diferentes técnicas: Machado de Assis (brasileiro, 1839-1808): Na sua segunda fase, a do romance realista, ele emprega narradores em 1ª pessoa, que narram afastados de seus objetos (nos contos usa técnicas diversificadas). O narrador é crítico e irônico, porém, parcial: todas as vozes das personagens são (re)constituídas pelo narrador. Dialoga constantemente com o leitor, um jogo metatextual, para tentar conquistar a simpatia do outro – encobrindo seus defeitos e vícios. A mais abrangente crítica social, à burguesia, é legada ao leitor.
13. Identifique as características apontadas anteriormente no seguinte trecho: “Memórias póstumas de Brás Cubas” (cap. 9), Machado de Assis: “(...)E vejam agora com que destreza, com que arte faço eu a maior transição deste livro. Vejam: o meu delírio começou em presença de Virgília; Virgília foi o meu grão pecado da juventude; não há juventude sem meninice; meninice supõe nascimento; e eis aqui como chegamos nós, sem esforço, ao dia 20 de outubro de 1805, em que nasci. Viram? Nenhuma juntura aparente, nada que divirta a atenção pausada do leitor: nada. De modo que o livro fica assim com todas as vantagens do método, sem a rigidez do método. Na verdade, era tempo. Que isto de método, sendo, como é, uma coisa indispensável, todavia é melhor tê-lo sem gravata nem suspensórios, mas um pouco à fresca e à solta, como quem não se lhe dá da vizinha fronteira, nem do inspetor de quarteirão. E como a eloqüência, que há uma genuína e vibrante, de uma arte natural e feiticeira, e outra tesa, engomada e chocha.Vamos ao dia 20 de outubro.”
14. Identifique as características apontadas anteriormente no seguinte trecho: “O enfermeiro”, Machado de Assis: “(...) Acordei aos gritos do coronel, e levantei-me estremunhado. Ele, que parecia delirar, continuou nos mesmos gritos, e acabou por lançar mão da moringa e arremessá-la contra mim. Não tive tempo de desviar-me; a moringa bateu-me na face esquerda, e tal foi a dor que não vi mais nada; atirei-me ao doente, pus-lhe as mãos ao pescoço, lutamos, e esganei-o. Quando percebi que o doente expirava, recuei aterrado, e dei um grito; mas ninguém me ouviu. Voltei à cama, agitei-o para chamá-lo à vida, era tarde; arrebentara o aneurisma, e o coronel morreu. Passei à sala contígua, e durante duas horas não ousei voltar ao quarto. Não posso mesmo dizer tudo o que passei, durante esse tempo. Era um atordoamento, um delírio vago e estúpido. Parecia-me que as paredes tinham vultos; escutava uma vozes surdas. Os gritos da vítima, antes da luta e durante a luta, continuavam a repercutir dentro de mim, e o ar, para onde quer que me voltasse, aparecia recortado de convulsões. Não creia que esteja fazendo imagens nem estilo; digo-lhe que eu ouvia distintamente umas vozes que me bradavam: assassino! assassino! Tudo o mais estava calado. (...)”
15. Naturalismo e as ciências No século XIX, exigiu novas técnicas e novas ferramentas para desvendar velhos mistérios da natureza: O que levou a um afastamento/corte/cisão definitiva entre o chamado racionalismo e a religiosidade. As principais formas científicas desenvolvidas à época foram: O Evolucionismo ou darwinismo > Charles Darwin O Determinismo ou tainismo> HyppolyteTaine O Positivismo ou comtismo> Augusto Comte
16. O Naturalismo e o darwinismo: Com a publicação de “A evolução das espécies” de Charles Darwin, velhos conceitos religiosos, que sustentavam o poder da igreja e do estado – mesmo um estado burguês como o da França – foram abalados: A existência de um Deus criador do universo, da terra e do homem. A primazia do homem > o homem como finalidade da criação, alheio às “leis animais”. O homem participou e participa do processo de seleção natural > conceito aplicado às regras e hierarquias sociais.
17. O Naturalismo e o determinismo: Segundo Taine, o homem era condicionado moralmente e fisicamente por três fatores externos a ele, que são: Raça > “seu sangue é sua marca” Meio > “onde se cria é onde se vive” Momento > “você é marcado pelo que faz”
18. O Naturalismo e o Positivismo: Segundo Comte, o verdadeiro conhecimento é aquele que traz, materialmente, benefícios ao homem, esses benefícios (saberes, produtos, técnicas, etc.) tem de ser comprovados metodologicamente, cientificamente. O que afasta o homem do saber como que inspirado por Deus, valoriza-se o resultado do trabalho e não da religião. A idéias e os valores morais (idealização) são válidos apenas quando comprovados metodologicamente.
19. Naturalismo > Darwin > Freud O naturalismo, assim como o darwinismo e a psicanálise freudista revelam que o homem quase sempre é movido por: Desejos Instintos Sentimentos Esses aspectos superam a capacidade do homem de se controlar pela razão e de compreender-se, verdadeiramente, pelo saber científico.
20. A Estética Naturalista: do ambiente para a sociedade; da sociedade para o homem. Além das características já reveladas no realismo, pode-se dizer: O romance naturalista é considerado de tese, ou seja, ele emprega toda a sua narrativa (escolha de personagens, cenários, tempo, etc.) para provar que uma idéia determinista. A narrativa pode ser entendida como uma lâmina de estudos > junta-se os materiais necessários, sob as condições necessárias para provar determinada tese esperada.
21. Émile Zola, o pai do naturalismo: Zola é considerado o pai do Naturalismo, observe como se dá a sua literatura: Romance experimental Objetivos: Compreender o comportamento humano. Atuar na transformação do indivíduo. Para alcançar um melhor estado social
22. A personagem naturalista: No jogo de tese e experimentação, o personagem naturalista PERDEM O TRAÇO INDIVIDUAL: é apenas um animal de laboratório, que deve seguir um caminho pré-determinado para provar uma idéia determinista. As pessoas perdem a humanidade quando... Por seus instintos naturais. Personagem Naturalista Submetidas a condições (MOMENTOS E MEIOS) sub-humanas de vida e de trabalho Ao perder a humanidade, as pessoas são dominadas...
23. As técnicas do romance naturalista: O foco narrativo é em 3ª pessoa, um narrador quase sempre observador, ainda que não se exclua narradores participantes (1ª pessoa). O olhar é objetivo, descrevendo em minúcias as cenas, ações e personagens > a personagem é comparada com animais, sem profundidade psicológica.