1. Análise dos poemas de Mensagem:
ᴥ O infante
ᴥ Prece
Andreia Pinto
Nº4 / 12ºH
2. O INFANTE
Poema da Segunda Parte – Mar
Português- da Mensagem, consagrada
ao tema Possessio Maris ( a posse do
mar)
3. Deus quer, o homem sonha, a obra nasce. a
Deus quis que a terra fosse toda uma, b
Que o mar unisse, já não separasse. a
Sagrou-te, e foste desvendando a espuma. b
E a orla branca foi de ilha em continente, c
Clareou, correndo, até ao fim do mundo, d
E viu-se a terra inteira, de repente, c
Surgir, redonda, do azul profundo. d
Quem te sagrou criou-te português. e
Do mar e nós em ti nos deu sinal. f
Cumpriu-se o Mar, e o Império se desfez. e
Senhor, falta cumprir-se Portugal! f
Constituído por três estrofes, de quatro versos
(quadras).
A rima é cruzada, segundo o esquema abab,
cdcd, efef.
4. Deus quer, o homem sonha, a obra nasce.
Deus quis que a terra fosse toda uma,
Que o mar unisse, já não separasse.
Sagrou-te, e foste desvendando a espuma.
Gradação Crescente1º 2º 3º
Vontade descobrimentos Império
divina
Sem a vontade do 1º, o 2º não sonha e o 3º não nasce.
O Infante é escolhido por Deus para concretizar o seu projeto- é aquele que sonha, que
tem a visão e finalmente foi “ desvendando espuma”, ou seja realizou a obra.
Homem refere-se ao ser humano em geral e Obra
designa qualquer acção humana.
Formas verbais presente do
Indicativo, de aspeto durativo.Perífrase ( formação do) Império.
Anáfora: repetição da palavra “ Deus”.
Oração subordinada adjetiva relativa explicativa – consiste numa explicação do verso anterior
(desempenhando a função sintática de modificador apositivo do nome.
Antítese: ideia de oposição entre “ unisse” e “ separasse” – relação de contraste .
Aliteração: repetição do “s“ (unisse” e “ separasse”).
Aspeto Perfetivo: a ação é apresentada
como concluída.
Metáfora: desfazer o mistério
ao descobrir os continentes e
as ilhas incógnitas.
5. E a orla branca foi de ilha em continente,
Clareou, correndo, até ao fim do mundo,
E viu-se a terra inteira, de repente,
Surgir, redonda, do azul profundo.
Sínedoque: toma-se a parte pelo todo “a orla branca”- Rasto de espuma dos barcos que partiram nos Descobrimentos-
simboliza as caravelas e as naus.
Personificação: da “orla branca” que nos sugere a
rapidez das descobertas.
Referência á descoberta das ilhas da Madeira e dos Açores.
Ideia de continuidade
Referência à passagem do Cabo das Tormentas: “ até ao fim
do mundo” até chegar à Índia .
Esta visão da terra sugere a ideia de que a obra dos portugueses é o
realizar de um plano divino. O redondo, a esfera, é o símbolo da
perfeição cósmica, da unidade, da totalidade, da obra completa e
perfeita que Deus quis.
Carácter Súbito
A ideia de profundidade “o azul
profundo” ( do mar imenso, do fundo
do mistério)
O aparecimento “surgir”
6. Quem te sagrou criou-te português.
Do mar e nós em ti nos deu sinal.
Cumpriu-se o Mar, e o Império se desfez.
Senhor, falta cumprir-se Portugal!
Deus sagrou o Infante e criou-o português, sendo assim símbolo do
povo Português, o que significa que também ele foi assinalado, por
Deus para desvendar o mar desconhecido.
Perífrase: utilização de várias palavras “quem te sagrou” quando se
podia usar uma só “deus”
Através do Infante Dom Henrique, Deus revelou a sua vontade de os
Portugueses partirem à Descoberta pelo mar.
A utilização das maiúsculas Procura chamar a atenção para a riqueza das palavras
O sonho cumpriu-se (tese), desfez-se (antítese) e deu lugar a um
novo sonho (síntese). Teríamos assim uma nova vontade divina ,
um novo sonho e uma nova ação.
Queda do Império com a
Independência do Brasil e da Índia.
Apóstrofe: invocação de um interlocutor (“Senhor”= Deus).
Apelo ao cumprimento do destino mítico de Portugal : uma nova e
espiritual missão- o V Império visto que a dimensão material do
Império já foi conseguida, ou seja, falta que Portugal cumpra como
pátria e entidade nacional – atingindo a perfeição.
Há um diálogo entre o sujeito poético e Deus, o que acentua o
carácter misterioso do poema.
8. Senhor, a noite veio e a alma é vil. a
Tanta foi a tormenta e a vontade! b
Restam-nos hoje, no silêncio hostil, a
O mar universal e a saudade. b
Mas a chama, que a vida em nós criou, c
Se ainda há vida ainda não é finda. d
O frio morto em cinzas a ocultou: c
A mão do vento pode erguê-la ainda. d
Dá o sopro, a aragem — ou desgraça ou ânsia —, e
Com que a chama do esforço se remoça, f
E outra vez conquistemos a Distância — e
Do mar ou outra, mas que seja nossa! f
Constituído por três estrofes, de quatro versos
(quadras).
A rima é cruzada, segundo o esquema abab,
cdcd, efef.
9. Senhor, a noite veio e a alma é vil.
Tanta foi a tormenta e a vontade!
Restam-nos hoje, no silêncio hostil,
O mar universal e a saudade.
• Trevas
• Preparação para a luz
Existência prévia do dia
Obstáculos ultrapassados/ sonho Português
Adjetivação
10. Mas a chama, que a vida em nós criou,
Se ainda há vida ainda não é finda.
O frio morto em cinzas a ocultou:
A mão do vento pode erguê-la ainda. Reforço da ideia de que nada está perdido
Pronuncía esperança
Sentido conotativo de ocultar vida renovada como uma
Fénix que surge das cinzas
11. Dá o sopro, a aragem — ou desgraça ou ânsia —,
Com que a chama do esforço se remoça,
E outra vez conquistemos a Distância —
Do mar ou outra, mas que seja nossa!
Súplica – pede que um “sopro” divino ajude a atear a “chama do esforço”
Recuperar a identidade e glórias passadas.
Cumpriu-se o Mar, e o Império se desfez
Senhor, falta cumprir-se Portugal