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PN Packhouse / unidade de processamento (CFAM) Abril 2013 1
Programa de Apoio ao Desenvolvimento Rural
das Províncias de Manica e Sofala (PADR) - Aid 9021
Consórcio de Fruticultores Associados de Manica (CFAM)
Referência: 002/2012
PLANO DE NEGÓCIOS
Versão final, 30/04/2013
Packhouse para acondicionamento de
manga fresca e unidade de processamento
(secagem e conservação) de frutos
tropicais como manga, banana, e ananás
PN Packhouse / unidade de secagem (CAFM) Abril 2013 2
SUMÁRIO EXECUTIVO
Este Plano de Negócios visa o estabelecimento de uma unidade fabril, composto por:
a) Um Packhouse para classificação, tratamento contra a mosca de fruta, enceramento,
polimento, embalagem e armazenamento em câmara fria de manga fresca
proveniente de quatro membros do Consórcio e outros produtores comerciais da zona
centro do país.
b) Uma unidade de processamento (secagem, despolpa, conservação) de varias frutas
tropicais como manga, banana, ananás, abacaxi, etc., provenientes de centenas de
produtores de pequena escale da região centro do país.
Este projecto é levado a cabo pelo Consórcio de Fruticultores Associados de Manica,
denominado CFAM, num empreendimento Moçambicano conjunto de quatro produtores
comerciais de manga em colaboração com a Agência de Desenvolvimento Económico
Local de Manica (ADEM).
O principal diferenciador competitivo deste projecto tem duas vertentes. A primeira se
relaciona com o facto da época da colheita em Manica iniciar mais cedo em relação a
produção Sul-africana. Nesta altura os preços são suficientemente altos para compensar
os custos adicionais para chegar a este Mercado, e mesmo oferecer margens atractivas
em comparação com os fornecedores da África do Sul.
A segunda vertente que é o tratamento da manga contra a mosca da fruta em conjunto
com as medidas fitossanitárias vai permitir a venda da manga fresca no mercado local
lucrativo de Maputo / Matola.
A unidade de processamento (O Packhouse) estará localizada centralmente em Inchope
para aproveitar das condições logísticas existentes em termos de transporte e
proximidade de zonas de produção e oferecer também aos outros produtores de fruta,
sobretudo aqueles do sector familiar, a possibilidade de diversificar o seu mercado
através da opção de secagem e conservação de produtos, que até então só podem ser
vendidos fresco e a preços baixos.
Actualmente, entre o Consórcio e outros produtores, tanto de pequena como de grande
escala, há volume de fruta diversa suficiente para justificar um tal investimento. A fim
de chegar a mercados regionais (e eventualmente internacionais), uma instalação
avançada de acondicionamento, conforme o protocolo de qualidade correspondente
(GlobalGap, HACCP) é uma necessidade.
Para poder se aproveitar da janela de oportunidade na África do Sul (3 - 4 semanas),
será imprescindível uma disciplina rigorosa na planificação e implementação da produção
e acondicionamento da manga fresca.
As demonstrações financeiras reflectem a situação das unidades de acondicionamento e
de secagem / conservação em conjunto. Em condições normais, um packhouse por si só
dificilmente podia ser uma unidade de renda autónoma, mas deve ser considerado em
conjunto com as plantações. Devido ao facto de que, se trata duma empresa conjunta,
não houve alternativa para apresentação separada dos resultados. Prevê-se que a linha
de acondicionamento só gerará lucros modestos e a médio prazo, enquanto as outras
PN Packhouse / unidade de secagem (CAFM) Abril 2013 3
actividades de valor acrescentado de processamento (secagem, conservação, Atchar, e,
até um certo nível, venda de fruta fresca) vão permitir exploração rentável do conjunto
das actividades de transformação de fruta (e vegetais).
Este projecto é uma oportunidade impar de investimento, pois oferece ao investidor, a
oportunidade de investir para acrescentar valor, em forma de acondicionamento de
manga fresca e processamento de frutas, que melhorará o rendimento e a performance,
melhorará a imagem do Corredor da Beira, porque tem potencial elevado para uma
indústria de fruta diversificada e oferece as opções de marketing alargadas. Para além
disso o projecto tem uma forte componente de impacto social em criar renda e emprego
para as populações das zonas rurais do corredor da Beira.
Conteúdo
0. JUSTIFICAÇÃO DO PROJECTO 6
0.1 Introdução 6
0.2 Justificação do projecto 7
0.3 Impacto do Projecto nos grupos alvos e beneficiários finais 9
1. VISÃO / MISSÃO / OBJECTIVOS 10
2. DESCRIÇÃO DO PROJECTO 12
2.1. Identificação dos sócios, Distribuição do Capital 12
2.2. Enquadramento Legal 12
2.3 Descrição da Actividade, Produtos e Serviços 12
2.4. Localização 13
2.5. Equipa de Gestão 13
2.6. Organização Funcional e Organigrama 15
2.7. Recursos humanos 15
2.8. Ambiente Social e Cultura de Empresa 16
2.9. Meios Operacionais e Logísticos 17
2.10. Tecnologias/Logística/Organização da produção (traçado; diagramas e
fluxos de produção) / Qualidade / Ambiente / I&D 18
2.10.1 Áreas de produção da fruta 19
2.10.2 Planificação da produção da manga 20
2.10.3 Aquisição de outras frutas 20
2.10.4 Sazonalidade de produção 21
2.10.5 Cálculo de Capacidade das unidades 21
2.10.6 Cadeia de frio e logística 22
2.10.7 Acondicionamento da manga 23
2.10.8 Limpeza e descasque da fruta 24
2.10.9 Processamento da fruta e vegetais (secagem ou conservação) 25
2.10.10 Tecnologias (equipamentos e maquinaria) 26
2.10.11 Rácios da produção – secagem e processamento 29
2.10.12 Fluxo de Produção: processamento da manga e secagem de frutas 30
2.10.13 ‘Layout’ - Traçado do packhouse 31
2.10.14 Qualidade 34
2.10.15 Requisitos para a logística e a embalagem 35
2.11 Plano de Comercialização 36
2.11.1 Estratégia de marketing 36
2.11.2 Marketing Mix 38
PN Packhouse / unidade de secagem (CAFM) Abril 2013 4
2.11.3 Canais de Marketing 39
2.11.4 Despacho de Exportação 40
2.12. Outros Factos Relevantes 40
2.12.1 Parcerias tecnológicas e comerciais 40
3. ANÁLISE DE MERCADO 41
3.0.1 Situação actual 41
3.0.2 Demanda 41
3.1. Contexto Internacional, Regional, Nacional, Provincial e Local 42
3.1.1 Sazonalidade do abastecimento internacional da Manga 43
3.1.2 Conhecimento do Mercado e colocação de produtos 44
3.2. Definição e Caracterização do Mercado 46
3.2.1 Preferência do consumidor 46
3.2.2 Segmentos do Mercado da manga 47
3.2.3 Análise dos Mercados de manga fresca 47
3.2.4 Análise dos Mercados de fruta seca 49
3.2.5 Outros potenciais produtos / mercados 50
5. ANÁLISE ESTRATÉGICA 51
5.1. Rivalidade Concorrencial 51
5.1.1 Análise da Concorrência 51
5.2. Posicionamento Estratégico 53
5.2.1 Marketing Actual e os Mecanismos de Acondicionamento 53
5.2.2 Intermediários / Comerciantes/ Agentes de Marketing 53
5.2.3 Posicionamento53
5.3. Análise FOFA 54
5.3.1. Ambiente de Operação 55
5.3.2 Riscos e os seus factores de mitigação 56
5.4. Factores Críticos de Sucesso 57
5.5. Definição da Estratégia da Empresa 58
5.5.1 Estratégia de Marketing 58
5.5.2 Marketing Mix da manga 59
5.5.3 Preços de venda e compra 59
6. PLANO DE ACÇÃO 61
6.1. Descrição das Medidas de Acção 61
6.2. Objectivos a Alcançar63
6.3. Responsáveis pela execução 64
6.4. Quantificação dos Meios humanos e materiais necessários 64
6.5. Cronograma 65
6.6. Sistema de análise e controlo da execução 66
7. ESTUDO DE VIABILIDADE ECONÓMICO-FINANCEIRA 67
7.1. Plano Geral de Investimentos 67
7.1.1 Investimentos a realizar 67
7.1.2 Descriminação de principais investimentos 68
7.2. Plano Financeiro 68
7.3. Análise Económica Previsional 68
7.4. Cálculo dos Cash-Flows do projecto 71
7.5. Indicadores de Rentabilidade 71
7.6. Análise da Sensibilidade aos parâmetros críticos 73
7.7. Análise Financeira 73
7.8 Conclusões 74
PN Packhouse / unidade de secagem (CAFM) Abril 2013 5
Lista de Tabelas
Tabela 1: Projecção de produção (MT) da manga pelo consórcio CFAM 6
Tabela 2: Produção actual e estimativa da empresa EAM 7
Tabela 3: Produção actual e estimativa da empresa Pinto Agro Pecuária 7
Tabela 4: Previsões da produção da manga 20
Tabela 5: Sazonalidade de fruta a ser processada pela unidade fabril 21
Tabela 6: Normas de Qualidade para a comercialização da fruta fresca na CE. 35
Tabela 7: Marketing mix da exportação de manga 38
Tabela 8: Produção da Manga 2011 Tabela 9: Exportação de manga em 2010 42
Tabela 10: Exportação de Manga da Africa em 2010 (MT) 42
Tabela 11: Sazonalidade do abastecimento internacional da Manga 43
Tabela 12: Consumo de manga fresca na Comunidade Europeia (2002 – 2006) 44
Tabela 13: Principais exportadores da manga por épocas do ano 44
Tabela 14: Requisitos (tarifários e não tarifários) de acesso a mercados 45
Tabela 15: Riscos e medidas da sua contingência 57
Tabela 16: Distribuição de Mercado da manga fresca 59
Tabela 17: Preços médios de venda usados no Plano de Negócios 59
Tabela 18: Cronograma de actividades 65
Tabela 19: Descrição dos investimentos a realizar 67
Tabela 20: vendas previstas dos principais serviços / produtos (em kg) 69
Tabela 21: preço unitário (por kg) e proveitos previsionais (€) 69
Tabela 22: Custos das mercadorias vendidas e margens brutas. 70
Tabela 23: Fornecimentos e Serviços Externos (FSE) 71
Tabela 24: cash-flows gerados pelo projecto 71
Tabela 25: Conta de exploração previsional do projecto 72
Tabela 26: Análise da Sensibilidade aos parâmetros críticos 73
Tabela 27: Balanços previsionais (em €) 73
Lista de Figuras
Figura 1: Organigramo da empresa 15
Figura 2: Recursos Humanos empregos pela empresa 16
Figura 3: Cadeias de Fornecimento de Manga e outra fruta processada 18
Figura 4: Fluxo do processo de acondicionamento de manga 24
Figura 5: desenho da linha de acondicionamento de manga (vista lateral) 26
Figura 6: Desenho da instalação para secagem de frutas e vegetais 27
Figura 7: Traçado geral do packhouse 31
Figura 8: Mercados de fruta tropical seca nos EAU e China 49
Este relatório é a versão final do Plano de Negócios do packhouse.
Toda a informação nele contido fica sob responsabilidade
dos promotores deste projecto de investimento.
PN Packhouse / unidade de secagem (CAFM) Abril 2013 6
0. JUSTIFICAÇÃO DO PROJECTO
Este projecto visa impulsionar a Cadeia de valor de Hortifruticultura – principalmente a
da manga, mas também abacaxi, ananás e banana e eventualmente outras frutas e
vegetais. Trata-se dum investimento numa unidade conjunta de processamento e
embalagem (manga fresca) e de conservação (frutas secas e compota, geleia, sumo,
polpa, etc.); que ajudaria aos produtores reter próximo de si uma parte do valor final do
produto, reduzindo as perdas pós-colheita, eliminando alguns intermediários inúteis e
acrescentando mais valor.
0.1 Introdução
A Província de Manica foi desde os tempos remotos considerada como tendo grande
potencial para a produção de frutas. A diversidade de solos, altitude, clima, acesso a
água e a sua distância geográfica com os principais mercados foram sempre
considerados como factores cruciais para o desenvolvimento em grande escala de uma
indústria frutícola virada para a exportação e também para abastecer as necessidades do
país inteiro.
Este facto já tinha sido identificado pelo governo colonial que facilitou o estabelecimento
de algumas empresas de média escala com mais destaque para a produção de citrinos.
Acontecimentos subsequentes à independência, como a guerra civil, a adopção de uma
ideologia política comunista e a ausência de uma mão-de-obra nacional qualificada
constituíram entraves para exploração plena do seu potencial. Só nos finais da última
década é que este potencial começou a ser revivido pelas oportunidades dos mercados.
Em 2007, a convite da EAM Limitada e animados pelas oportunidades de mercado,
quatro produtores Moçambicanos decidiram também investir nesta área, mais
precisamente no cultivo da manga empregando variedades aceites no mercado
internacional. Estes quatro produtores, estão no processo de formação de um Consórcio
com o objectivo de trazer sinergias entre eles de modo a explorar o potencial frutícola
como manga, abacate, ananás e outras frutas nas Províncias de Manica e Sofala.
Empregando fundos próprios, e com o apoio técnico da já estabelecida EAM e da
TechnoServe / AgriFuturo, estes produtores já deram passos significativos tanto na
evolução de seus campos de produção, assim como, na concretização da formação do
consórcio.
A Tabela 1 mostra a situação actual e as tendências de volumes de produção desta fruta
nos próximos cinco anos para os quatro membros do Consórcio CFAM.
Tabela 1: Projecção de produção (MT) da manga pelo consórcio CFAM
Membros CFAM 2013/14 2014/15 2015/16 2016/17 2017/18
ha Prod. ha Prod. ha Prod. ha Prod. ha Prod.
Tommy Atkins 35.5 156.5 36.5 213.0 52.5 310.5 54.5 387.5 56.5 440.5
Kent 21.0 44.0 22.0 89.0 40.0 146.0 40.0 219.0 40.0 285.0
Keitt 18.0 32.0 19.0 63.0 35.5 112.0 36.0 169.5 36.0 244.0
Total (ha / MT) 74.5 232.5 77.5 365.0 128.0 568.5 130.5 776.0 132.5 969.5
PN Packhouse / unidade de secagem (CAFM) Abril 2013 7
A informação contida na tabela 1 é baseada em informações detalhadas prestadas pelos
membros do Consórcio acerca das suas áreas de plantação de manga actual e projectada
e estimativas da produtividade anual dos pomares; tomando em conta as idades das
árvores e as condições de rega.
Tabela 2: Produção actual e estimativa da empresa EAM
Empresa EAM Lda
2011/12
(MT)
2012/13
(MT)
Estimativo
2013/14
Perspectiva
2017/18
Fresh cut (processamento SA) 380 80 ? p.m.
Manga fresca exportação (SA) 20 0 0 p.m.
Manga fresca local (MZ) 380 48 ? 0
Atchar 0 0 40 40
Secagem 0 0 40 40
Polpação 0 0 20 20
Total 780 128 100 100
Por causa das variações na produção anual, a empresa Empreendimentos Agrícolas de
Manica (EAM) não quis se pronunciar sobre estimativas de produção para os mercados
da manga ‘fresh cut’ e da manga fresca para mercado local. De qualquer forma, prevê
canalizar um mínimo de 100 toneladas por ano através do packhouse para
processamento. A empresa explora um total de cerca 75 hectares de manga, sendo
aproximadamente 25 ha para cada uma das variedades.
Existe a empresa Pinto Agro Pecuária na zona, gerida por Pinto Matavel que explora por
volta de 30 hectares de manga e que foi a primeira dos produtores moçambicanos a
iniciar com a produção em colaboração com a EAM.
Tabela 3: Produção actual e estimativa da empresa Pinto Agro Pecuária
Pinto Agro
Pecuária
ha Produção
2013/14
Produção
2014/15
Produção
2015/16
Produção
2016/17
Produção
2017/18
Tommy Atkins 14 160 210 230 230 260
Kent 8 90 130 130 160 140
Keitt 8 90 110 140 160 160
Total (ha / MT) 30 340 450 500 550 560
0.2 Justificação do projecto
Até ao presente momento, estima-se que os 180 hectares de plantações produzem mais
de 1.500 toneladas de mangas dos quais se estima que mais de 40% se têm perdido
devido à falta de mercados, com maior destaque para a exportação da manga fresca. As
projecções da produção nas tabelas implicarão maiores perdas se condições de
processamento e empacotamento não forem criadas.
O considerável sector familiar da fruticultura no corredor da Beira é subutilizado no
momento e está sob ameaça séria: a infestação da Mosca da Fruta (Bactrocera
invadens). Em 2008, a B. invadens atingiu Moçambique e agora ocorre em todas as seis
PN Packhouse / unidade de secagem (CAFM) Abril 2013 8
províncias centrais e do norte, incluindo Manica e Sofala. A mosca ataca uma grande
variedade de culturas, incluindo manga, goiaba, abóbora, melão, tomate, citrinos e
castanha de caju. A suposta resistência de banana verde para a mosca ainda está sob
investigação.
Como resultado, as fronteiras com o Zimbabwe e a África do Sul tanto como a barreira
interna no Rio Save fecharam o centro e norte de Moçambique para qualquer fruta indo
para o sul ou leste. Consequentemente, o mercado local está sob pressão dos
agricultores comerciais que procuram livrar-se da sua produção, e, como tal, competindo
com os pequenos agricultores, que tradicionalmente fornecem os mercados locais da
Beira, Chimoio e Tete e do sul de Moçambique, incluindo o maior mercado de Maputo.
Além disso, a ausência de instalações de processamento resulta em uma parte
considerável do produto não ser mesmo colhida ou ficar estragada durante a colheita e o
transporte. Mesmo sob circunstâncias favoráveis, muitas frutas e legumes começam a
perder algumas das suas vitaminas depois de colhida e mantida em condições
inadequadas. Cerca de metade das vitaminas podem ser perdidas dentro de alguns dias,
a menos que o produto fresco seja resfriado ou conservado. Dentro de 1 a 2 semanas,
mesmo a produção refrigerada perde metade ou mais de algumas das suas vitaminas. O
resultado é que o enorme recurso existente está sendo desperdiçado uma vez que os
produtos não são entregues aos mercados em condições aceitáveis. Potencial para a
criação significativa de emprego e envolvimento maior da comunidade rural na produção
agrícola está sendo perdido também.
O Packhouse, objecto deste Plano de Negocio, é uma infra-estrutura produtiva privada
(projecto âncora) no sector hortofrutícola, que vai de longe, solucionar o
constrangimento principal, que o sector actualmente enfrente: a incidência de mosca de
fruta, que impede a exportação de fruta não processada correctamente e em
conformidade com as normas internacionais.
A unidade de processamento estará localizada centralmente no distrito de Gondola, na
localidade de Inchope, para deste modo se aproveitar também a produção de fruta do
sector familiar de toda a zona Centro do país. Ao mesmo tempo esta localização
centralizada permitirá o escoamento do produto acabado para os principais mercados
nacionais e internacionais.
O projecto envolve produtores do sector familiar provenientes de distritos com grande
produção fruteira nas províncias de Manica e Sofala, nomeadamente Gondola, Manica,
Sussundenga, Barué, Nhamatanda, Gorongosa e Chibabava.
Para os produtores comerciais, promotores deste empreendimento, uma unidade de
processamento de manga, certificada pela GLOBALGAP, é a única opção económica para
a exportação de manga fresca para o mercado lucrativo de Africa do Sul, mas também
para o principal mercado doméstico de Maputo e Matola. O actual fornecimento de
manga para processamento em Joanesburgo para usar cortada em saladas é demasiado
pequeno (actualmente existe um só comprador) e tem custos elevados e
consequentemente, margens muito reduzidas.
PN Packhouse / unidade de secagem (CAFM) Abril 2013 9
0.3 Impacto do Projecto nos grupos alvos e beneficiários finais
Esta unidade fabril vai contribuir para um aumento da produção de frutas nas Províncias
de Manica, Sofala e Zambézia com garantia de mercado para frutas de primeira
qualidade e também para as de segunda que podem ser processadas.
A empresa irá fornecer uma solução de logística, acondicionamento ou processamento, e
comercialização a potencialmente centenas de pequenos produtores de fruta no Corredor
da Beira através de uma facilidade de armazenamento, classificação, acondicionamento,
tratamento, secagem, conservação, empacotamento e comercialização.
O efeito multiplicador deste projecto é substancial na criação de postos de trabalho
directos (no packhouse) e indirectos (nos pomares e machambas dos produtores a
pequena e media escala).
Esta unidade também aumentará o conhecimento do País como produtor e processador
de fruta na arena internacional; um marco que já foi perdido há alguns anos.
A presente intervenção vai melhorar o desenvolvimento da indústria de manga e de
frutas em geral, no Corredor da Beira através de uma aceleração da demanda
internacional.
Além disso, o desenvolvimento do sector de hortifruticultura vai diversificar as fontes de
rendimento para o País.
PN Packhouse / unidade de secagem (CAFM) Abril 2013 10
1. VISÃO / MISSÃO / OBJECTIVOS
O Consórcio de Fruticultores Associados de Manica (CFAM) pretende, criar uma unidade
de acondicionamento e processamento de fruta (packhouse) a ser sediado na zona de
Inchope, Distrito de Gondola, Província de Manica.
Este packhouse irá trazer as seguintes vantagens para produtores comerciais:
 Dar acesso da manga fresca (acondicionada seguindo requisitos internacionais) ao
mercado Sul-Africano, visto que estas frutas seriam lavadas em água quente
(pasteurização) e mitigando assim o risco de contaminação da mosca da fruta. Este
mercado é de grande importância dado a sua rentabilidade.
 Abrir o acesso ao mercado doméstico de Maputo / Matola; importante por causa dos
volumes comercializados e preços atractivos.
 Aumentar o rendimento destas culturas já que esta unidade irá ter a capacidade de
processar o fruto de segunda classe; através de secagem, processamento em Atchar
ou conservação em compotas, geleias, etc. e ainda a possibilidade de produzir polpa
com objectivo de transformar em sumo que é um mercado emergente.
Esta diversidade irá garantir o mínimo de desperdício possível.
 Futuramente a exportação de manga para Ásia e outros mercados internacionais
onde a incidência de mosca de fruta não constitui problema. O seu processamento
(banho quente, polimento e aplicação de fungicida) vai aumentar o período de
utilização, reduzindo assim a sua perecibilidade que é fundamental visto ter que
aguentar o período de transporte marítimo.
 Melhorar o valor acrescentado no produto através da graduação, polimento e
embalagem pare retalho de manga e embalagem de ananás, banana e outras frutas.
Os impactos esperados da existência desta unidade de processamento nos pequenos
produtores serão os seguintes:
 Aumento da produção e renda dos produtores familiares localizados ao longo do
corredor da Beira provenientes da comercialização de fruta.
 O sector agrícola é o principal empregador na área e a actual crise da Mosca de Fruta
está ameaçando a produtividade e a rentabilidade da actividade agrícola. A empresa
vai fornecer uma saída de mercado para os pequenos produtores de frutas que agora
se ressentem da concorrência dos produtores comerciais e / ou enfrentam
dificuldades para colocar os seus produtos nos mercados.
 Maior benefício do projecto será obtido pelo sector rural não qualificado da
população. O amplo processo de compra, num raio de cerca 150 km, vai envolver
centenas de produtores locais. Áreas específicas abrangidas serão Macate (Gondola),
Sussundenga, Manica e Tica (Nhamatanda) para frutas como manga, banana,
laranja, tangerina, limão e Muxungué (Chibabave) para abacaxi e ananás.
PN Packhouse / unidade de secagem (CAFM) Abril 2013 11
 Prevê-se que o melhoramento de acesso aos mercados formais, irá trazer vantagens
para pequenos agricultores, como por exemplo:
o Preços dos produtos melhorados;
o Redução de custos logísticos;
o Um mercado mais estável;
o Aumento da demanda;
o Acesso a mercados internacionais (através da conservação da sua produção);
o Aumento da qualidade devido aos requisitos de qualidade na exportação;
o Melhor fluxo de informação;
o A possibilidade de multiplicação de números de produtores de mangas e outras
frutas com o estabelecimento da unidade que garanta um mercado para sua
produção.
Para a empresa são objectivos deste empreendimento, entre outros:
 Garantir os padrões de qualidade de produto e a sua penetração no mercado.
(garantir os padrões de consumidor)
 Facilitar a expansão de negócio e diversificação do produto
 Melhoramento de acesso aos mercados;
 Uma variedade de fruta e vegetais pode ser obtido praticamente o ano inteiro e
processada de acordo com a sua sazonalidade
Para a comunidade em geral, as vantagens incluem:
 Emprego permanente para pelo menos 20 pessoas, entre operadores / técnicos,
gerente geral, auxiliares administrativos, gerente de produção e operadores de
máquinas.
 Disponibilidade de pelo menos 50 postos de trabalho sazonal durante os meses de
colheita entre Novembro a Fevereiro de cada ano.
 A criação de consumo de fruta fresca processada e seca na região centro do País e
com possibilidade de expansão para o resto da região.
 O eventual aproveitamento da casca e o caroço da manga para a indústria de rações
e da casca de outras frutas para a produção de biogás.
 O melhoramento da balança de pagamentos com a exportação de frutas e
arrecadação de divisas para o País.
O projecto não só é viável e sustentável a longo prazo, mas também é essencial para o
crescimento e estabilização das cadeias de valor de manga, banana e ananás. As
soluções fornecidas pela intervenção irão fornecer estabilidade para as cadeias de valor e
incentivar o crescimento sustentado.
PN Packhouse / unidade de secagem (CAFM) Abril 2013 12
2. DESCRIÇÃO DO PROJECTO
A fim de atender às exigências de exportação de manga, uma unidade de processamento
e empacotamento tecnicamente avançada é uma necessidade sine qua non.
O objectivo deste projecto é essencialmente uma unidade de processamento de manga e
outras frutas para classificação, processamento, empacotamento e armazenamento
refrigerado de frutas, acrescentando assim uma parte vital e actualmente inexistente no
pipeline de exportação. A empresa irá fornecer um serviço de logística que garante a
continuidade da cadeia de frio para o produto embalado e comercializado através da
empresa.
2.1. Identificação dos sócios, Distribuição do Capital
Serão accionistas da empresa em estabelecimento, com iguais participações no capital,
os quatro membros do Consórcio de Fruticultores Associados de Manica (CFAM),
nomeadamente os Senhores Pedro A. A. Paulino, Sergio P. Yé, Joaquim Langa e Pascoal
A. Alves de Castro.
Muito recentemente, a Agência de Desenvolvimento Económico da Província de Manica
(ADEM) tem mostrado o seu interesse em associar-se ao negócio, através duma
comparticipação de equipamento de processamento de fruta (conservação, polpação,
etc.) em seu poder, cujo valor de compra está estimado em USD 220,000, equivalente a
aproximadamente € 168.300. Os pormenores técnicos com relação a sua participação no
negócio serão acertados oportunamente.
2.2. Enquadramento Legal
A empresa em estabelecimento será uma Sociedade de Responsabilidade Limitada,
devidamente registrada, administrada por um Conselho de Administração e pelo Director
Executivo.
2.3 Descrição da Actividade, Produtos e Serviços
O Projecto vai fornecer um pipeline sustentável aos mercados para os agricultores que
serão encorajados a expandir sua produção como resultado da instalação duma
facilidade de acondicionamento e processamento de frutas tropicais e vegetais.
As demonstrações financeiras reflectem a situação das Unidades de Empacotamento e
de Processamento em conjunto. Pretende-se que o packhouse opere como uma unidade
independente (profit centre – centro de lucro) oferecendo serviços de acondicionamento
e processamento aos produtores comerciais da manga, tanto membros do consórcio
como outras empresas existentes ou futuras interessadas neste serviço de logística. A
comercialização, em princípio fica sob responsabilidade de cada produtor.
PN Packhouse / unidade de secagem (CAFM) Abril 2013 13
Para economizar as instalações durante o período fora da época da manga, será levado a
cabo o processamento (secagem e conservação) e comercialização de fruta seca.
Adicionalmente, a empresa vai fornecer uma solução de logística, processamento,
conservação, embalagem e comercialização a potencialmente centenas de pequenos
produtores de fruta no Corredor da Beira através de uma facilidade de classificação,
tratamento, secagem, acondicionamento, armazenamento e comercialização.
2.4. Localização
A unidade será implantada em Moçambique, província de Manica, distrito de Gondola,
Posto Administrativo de Inchope.
As áreas de produção comercial da manga, propriedade dos promotores deste
investimento, localizam-se na zona de Dombe e Revue, no distrito de Sussundenga.
Para além disso, a unidade fabril de processamento visa abranger pequenos produtores
de varias frutas, provenientes de pelo menos seis dos oito distritos abrangidos pelo
Programa de Apoio ao Desenvolvimento Rural das Províncias de Manica e Sofala (PADR).
Sendo neste caso concreto os distritos de Gondola, Manica e Sussundenga na Província
de Manica, e os distritos de Nhamatanda, Gorongosa e Chibabava na Província de Sofala.
2.5. Equipa de Gestão
O Projecto será gerido por uma equipa de gestão, nomeado pelo Consórcio de
Fruticultores Associados de Manica (CFAM) e pela ADEM nas fases de desenvolvimento,
planeamento e implementação.
Pretende-se contractar o senhor Claudio Ezequiel Gundana para gerir a futura unidade
de processamento de frutas. Ele já tem uma experiencia prévia numa área similar, i.e.
participou na montagem e gestão da fabrica de sumos e compotas de Macate durante os
últimos 3 anos. O senhor Gundana possui uma Licenciatura em Agro-negócio pelo
Instituto Superior Politécnico de Manica (ISPM) e trabalha para a ADEM desde o ano
2010. Ele tem experiência em promoção de actividades geradoras de rendimento
adquirida em projectos de FHI, Essor, FAO, entre outros.
Todos os quatro membros do Consórcio são proprietários / representantes de empresas
agro-pecuárias. Portanto, estes possuem alguma experiência em gestão de empresas
deste ramo. Todos membros têm formação superior em agronomia ou agro-negócios e
todos são de nacionalidade Moçambicana.
1. Pedro António Armando Paulino tem um Mestrado em Estudos Agrícolas (Gestão e
Desenvolvimento Rural) da Universidade de Queensland, Brisbane, Austrália.
Para além de ser proprietário singular do estabelecimento hoteleiro com 18 quartos,
chamada ‘Manica Lodge’; Pedro é agricultor privado de produção de fruteiras: manga e
líchias (2008-2013); produção de gado de corte (1994-2012); produção de tabaco
Burley e cereais (1992-1995) e produção avícola (1989-1990).
PN Packhouse / unidade de secagem (CAFM) Abril 2013 14
Desde 1997 até a data ele desempenha a função de Coordenador de Projectos para a
agência de cooperação Alemã (GTZ). Entre 1988 e 1995 desempenhou as funções de
Chefe de Serviços e de Director Provincial em Manica dentro do Ministério de Agricultura.
2. Sérgio Pereira Yé é o gestor geral de CODFARM - Agro-pecuária e Prestação de
Serviços, Lda responsável para a produção e recursos humanos. Sérgio tem um
Bacharelato em Engenharia Rural e um Mestrado em Economia Agrícola da Universidade
de Queensland em Austrália.
De 1991 a 2000 Sérgio estava envolvido em actividades de Extensão Rural trabalhando
para o Ministério da Agricultura, onde ele lidou com diferentes culturas alimentares e
comerciais, horticultura, incluindo árvores fruteiras, irrigação, etc. Durante este período,
como um hobby, Sérgio dedicou cinco anos a produção de produtos hortícolas. Desde
2002 ele está a produzir tabaco Virgínia. Esta operação foi desenvolvida numa quinta em
Sussundenga com 100 ha de terra, dos quais 30 ha limpas. Em 2006 o CODFARM iniciou
a produção de codornizes para o mercado local, que agora produz uma média de 600
codornizes embaladas. Entre 1998 e 2000 produziu em média 1,000 frangos por mês
para venda na província de Tete e entre 1993 e 1997 cultivou vegetais diferentes em 1,0
hectare com irrigação de gravidade em Belas Manica para vender principalmente na
Beira. De 1988 a 1991 foi técnico de irrigação na Secretaria de Estado de Hidráulica
Agrícola. Em 2006 foi empregue pelo FIDA como Assessor em Extensão.
3. Joaquim Sidónio Raimundo Ofiço Langa é proprietário de uma empresa
Unipessoal que se dedica a Produção de mangas e criação de gado. Licenciado em
Medicina Veterinária pela Universidade Eduardo Mondlane (1988) e com Mestrado em
Produção Animal e Nutrição pela Universidade de Aberdeen na Escócia, Reino Unido em
2004. Desenvolveu actividades de pecuária, criação de poedeiras como hobby (1990 a
1994), de gado bovino de corte e ovinos desde (1991 a 2013).
Joaquim é produtor de mangas em Manica onde desenvolve desde 2009 a instalação de
um viveiro e a plantação de mangueiras e criação de Gado bovino de corte e caprinos.
De 1988 a 2005, Joaquim desenvolveu actividades técnicas ligadas ao MINAG, ao nível
das Províncias de Sofala como Veterinário distrital e Gaza como Chefe dos Serviços
Provinciais de Pecuária (1993 a 2004), tendo depois sido transferido para assumir
funções de direcção na DPA da Província de Manica. Desenvolveu actividades inerentes a
extensão, programas de repovoamento e reabilitação pecuária e no contexto geral de
desenvolvimento rural. Desde 2006 Consultor e Gestor Nacional da iTC – Iniciativa para
terras Comunitárias gerido pela empresa KPMG.
4. Pascoal Adriano Alves de Castro é Director e proprietário da empresa Lucite
Empreendimentos Lda, com a sede em Chimoio que se dedica às actividades de agro-
pecuária e silvicultura (produção e venda de mudas de fruteiras, essências florestais
nativas e exóticas, produção e exportação de frutas tropicais (Manga híbrida) entre
outras actividades ligadas ao maneio geral de plantas e meio ambiente. Sendo técnico
sénior em agro-negócios ele tem grande experiência na área de gestão de negócios
agrícolas, assistência técnica e formação (área agro-pecuária), micro-finanças e Serviços
de Desenvolvimento de Negócios. Ele tem vasta experiência em desenvolvimento de
associativismo e liderança e implementação de actividades geradoras de rendimento
adquirida em projectos de ChildFund, FAO, ACDI/VOCA, AfriCare, entre outros.
A Agência de Desenvolvimento Económico da Província de Manica (ADEM) é uma
instituição sem fins lucrativos com o conjunto dos membros composto por instituições
PN Packhouse / unidade de secagem (CAFM) Abril 2013 15
locais públicas e privadas. Ela foi criada para promover o desenvolvimento económico
local, na província de Manica, através de actividades produtivas que incluem apicultura,
avicultura, chá e empresas que adicionam valor, tais como processamento de frutas e
vegetais. ADEM também está envolvida na promoção do empreendedorismo através da
prestação de Serviços de Desenvolvimento de Negócios e micro-finanças e tem
estabelecido um fórum de negócios visando promover o diálogo entre os sectores público
e privado.
Para além das capacidades específicas destes gestores / accionistas, serão usados
consultores internacionalmente reconhecidos nas fases iniciais do projecto para que a
implementação seja correta e fundamentada.
2.6. Organização Funcional e Organigrama
A unidade de acondicionamento e processamento ficará sob direcção do Consórcio de
Fruticultores com funções especializadas sendo introduzidas em níveis adequados.
2.7. Recursos humanos
Guiados pelos membros do Consórcio, a equipa de gestão será recrutada e treinada
localmente.
Figura 1: Organigramo da empresa
PN Packhouse / unidade de secagem (CAFM) Abril 2013 16
A fábrica dará emprego local a tempo inteiro, para 20 pessoas, incluindo 2 gerentes,
operadores qualificados para acondicionamento de manga, secagem, conservação,
embalagem e sistema de refrigeração, oficial de marketing, encarregados de armazém,
recepção e expedição, operador de empilhadora e faxineira. Como uma instalação que
opera durante vários meses, mas não durante todo o ano, o número de funcionários
dedicados em tempo integral será limitado. Até 25 trabalhadores temporários,
predominantemente do sexo feminino, serão contratados na época da colheita para
limpeza e descasque de frutas.
Tanto quanto possível, o trabalho manual será utilizado para o descasque dos frutos e a
embalagem e rotulagem das caixas e outras embalagens.
2.8. Ambiente Social e Cultura de Empresa
A empresa, dará emprego nas instalações em Inchope a pelo menos 25 trabalhadores
sazonais e um staff permanente de 20 pessoas. Em Inchope não existem grandes
empregadores formais; portanto uma unidade de processamento situada na periferia de
Inchope será bem acolhida pelo governo e pela comunidade da localidade.
Com visto a estabelecer relações jurídico-laborais internas, será elaborado e acordado
com a representação de trabalhadores, um Regulamento Interno, que tem como
objectivos a elevação do nível de prestação de serviços, boas relações de trabalho,
consolidação da disciplina laboral, bem como a estabilidade económica da empresa.
O referido Regulamento constituirá um dos esteios da política de desenvolvimento do
capital humano que assenta na trilogia: afectação de acordo com as aptidões e
Figura 2: Recursos Humanos empregos pela empresa
PN Packhouse / unidade de secagem (CAFM) Abril 2013 17
necessidades; desenvolvimento permanente de competências através da formação em
exercício e outras e valorização em termos de carreira profissional.
Com efeito, a valorização da pessoa humana assenta não só na clarificação das carreiras
profissionais e qualificadores de função bem como numa escala remuneratória que
corresponda a justa contrapartida pelo trabalho prestado associada a critérios de
estímulo e bonificação adequados.
2.9. Meios Operacionais e Logísticos
Na fase de instalação, a empresa irá utilizar fornecedores locais, sempre que for
possível, embora a maioria do material para as linhas de empacotamento, equipamento
de classificação, instalação de secagem, etc. Tenham de ser adquirida no exterior,
sobretudo da Africa do Sul.
As mais importantes empresas regionais para a montagem já foram contactadas para os
componentes de refrigeração, secagem, linhas de classificação / acondicionamento e de
embalagem. Fabricantes locais e empresas de construção civil estarão engajados para
fornecer componentes da unidade fabril a ser construída profissionalmente.
O consórcio já identificou as empresas transportadoras de camiões frigoríficos (reefer
trucks) para mover o produto fresco para os diferentes mercados e para os portos de
saída. Será necessário adquirir transporte para escoar caixotes (bulk bins) de 500 kgs de
fruta cada, das plantações para a unidade fabril, junto com uma empilhadora de garfo.
Os grandes agricultores individuais serão, em parte, responsáveis pela entrega da
manga fresca à unidade de acondicionamento. Para angariação de produto dos pequenos
agricultores, que não possuem meios logísticos, a empresa vai usar parcialmente o seu
próprio transporte.
PN Packhouse / unidade de secagem (CAFM) Abril 2013 18
2.10. Tecnologias/Logística/Organização da produção (traçado;
diagramas e fluxos de produção) / Qualidade / Ambiente / I&D
Transport
e
Produção
Insumo
s
Acondicionamento
Armazenamento
Transporte
Desalfandegamento
Comercialização
Mercados
Camiões: plantação para packhouse
Mão-de-obra Fertilizantes Mudas Agua DieselInsecticidas
Transporte fretada:
reefer 30 MT
Contentor
frio
Pequenos
camiões
Maputo ou
fronteira
Machipanda
Porto Beira
ou Maputo
Pequenos
camiões
Plantações comerciais de manga
Classificação,
acondicionamento
Armazenamento frio
Processamento
(secagem/conservação)
Sector familiar
Armazenamento
(seco)
Alliance Fruit
(RAS)
Media Oriente
/ Asia
Africa do Sul: fruta
fresca / fresh cut
Mercado
fresco Beira,
Tete, Maputo
Exportação
fruta seca
Grosista fruta seca
(RAS?)
Figura 3: Cadeias de Fornecimento de Manga e outra fruta processada
PN Packhouse / unidade de secagem (CAFM) Abril 2013 19
2.10.1 Áreas de produção da fruta
Em Moçambique plantações de mangueiras podem ser encontradas em todo território,
tendo um grande potencial de produção em muitas partes do país assim como outras
frutas tropicais e subtropicais. Por muitos anos, a produção de manga, foi para consumo
e mercado local de variedades quase nativas. A produção comercial de manga em
Moçambique é recente.
Actualmente plantações de tipo comercial encontram-se na província de Manica, situada
a aproximadamente 150 metros acima do nível do mar, possuindo condições agro-
ecológicas ideais que permitem colher 3 - 4 semanas mais cedo que na África do Sul e
outras regiões de clima subtropical, oferecendo um produto de alta qualidade,
especialmente se tiver condições de rega.
Devido às características agro-ecológicas, a zona centro do pais e em especial a
província de Manica e Sofala já foram das principais exportadoras de fruta do país em
particular de citrinos. Mais recentemente, as regiões do Dombe / Sussundenga, Machaze
na província de Manica e Gorongosa e Muxungué na província de Sofala tem-se
distinguido na produção e comercialização nacional e exportação de fruta como banana,
manga, líchias, ananás, e ainda abacaxi, macadamia e papaia.
É extremamente difícil estimar os volumes de fruta anual disponíveis para o mercado em
todas classificações de qualidade. Como referência pode servir o seguinte.
A área plantada com bananeiras somente na zona de Macate, ronda em 14,000
hectares. Calculando com um rendimento extremamente em baixa de 10 MT por
hectare, isto significa uma produção anual de pelo menos 140.000 toneladas,
principalmente das variedades tradicionais como Cavendish, mas gradualmente também
com variedades comerciais como Williams. As plantações comerciais estão estimadas no
mínimo em 150 hectares com uma produção anual teórica de 6.000 toneladas de
variedades comerciais.
As variedades da manga cultivadas pelo sector familiar são na sua grande maioria
variedades não-comerciais. Assim somente o segundo grau da produção comercial vai
ser processado (secagem, polpação e conservação).
Em relação ao ananás e ao abacaxi a situação é mais diversa. Ananás é produzido em
muitos dos distritos abrangidos pelo projecto, incluindo Manica, Sussundenga e
Gorongosa. O abacaxi de Muxungué tem muita fama, mas sofre de difícil acesso aos
mercados. Alguns anos atrás a área plantada com ananás e abacaxi em Muxungué
rondou os 2.700 hectares com, uma produção teórica de 27.000 toneladas. Mais de 90
% das plantas são da variedade chamada “Smooth Cayenne”, que é particularmente
apropriada para processamento em polpa. Menos de 10% é da variedade MD2, preferida
pelos consumidores nos mercados internacionais. Salienta observar que os consumidores
Moçambicanos geralmente tem uma preferência para o ananás de tamanho pequeno.
A comparticipação do sector comercial desta zona, pequeno e médio, nestes volumes de
produção nos últimos três anos é estimada em 90% para manga, de 30 % para ananás
de e de menos de 25 % para banana.
PN Packhouse / unidade de secagem (CAFM) Abril 2013 20
2.10.2 Planificação da produção da manga
Para a planificação da produção da manga a ser canalizada através da Unidade de
Processamento, calcula-se com os seguintes empreendimentos comerciais:
Tabela 4: Previsões da produção da manga
Nome do Produtor Área
disponível
(há)
Área Plantada Volume de produção (MT)
Actual Plantação
prevista
Total Actual
2013/4
Previsão
2017/18
Pedro Paulino 50 28 16 44 144 456
Sérgio Yé 50 20.5 16 36.5 42.5 183.5
Pascoal Alves 50 4 32 36 16 150
Joaquim Langa 50 6 10 16 30 180
Pinto Agro Pecuária* 100 30 0 30 340 560
Total 300 88.5 74 162.5 572.5 1.529.5
(*) O Pinto Matavel não faz parte do Consórcio CFAM, mas está interessado em canalizar a sua
produção através deste packhouse.
Neste momento somente o Pedro Paulino tem áreas com rega: 20 ha já com sistema de
irrigação operacional e 8-12 hectares que serão instalados possivelmente este ano. Pinto
Matavel possui uma das maiores áreas plantadas entre os produtores moçambicanos e
com produção há mais tempo. O Pascoal Alves tem um projecto de irrigação de 12
hectares aprovados e outros projectos estão ainda em fase de estudo. Com o aumento
da área irrigada ao longo dos anos, pode se esperar uma melhoria significativa na
produtividade por hectare (até MT 16 / ha) e da qualidade da fruta, expresso num pack
out rácio de fruta de primeira qualidade entre 75 e 85 %, em vez dum rácio actual
previsto de 65%.
A EAM já dispõe duma unidade de acondicionamento de manga nas suas instalações em
Dombe e conforme informação prestada pelo seu gestor poderá estar interessado em
canalizar somente a sua produção de segundo grau através do packhouse em Inchope,
para processamento (secagem, Atchar e polpação) dependendo das condições oferecidas
em termos de serviços de qualidade e preços.
2.10.3 Aquisição de outras frutas
Pela sua localização centralizada em Inchope, no cruzamento das principais vias
rodoviárias, a N1 (Maputo – Nampula) e N6 (Beira – Machipanda e ligação com a N7
para Tete), o packhouse prevê aproveitar do movimento existente de frutas e vegetais
ao longo destes corredores para comprar dos intermediários e transportadores, matéria-
prima diversa para processamento na fábrica. Deste modo deve ser possível capturar
produção de zonas tão distantes como Nicoadala no norte, Bárue no oeste e Muxungué
no sul.
Para certos produtos como abacaxi, serão montados em postos estrategicamente
localizados, pequenos centros de recolha, a serem geridos pelas associações de
produtores. A empresa dará apoio à gestão do centro de recolha, incluindo um sistema
de bónus, com base no volume de negócios realizado. O comprador da empresa visitará
esses centros de recolha em momentos pré-determinados para comprar o produto. Isso
PN Packhouse / unidade de secagem (CAFM) Abril 2013 21
vai eliminar o uso de intermediários, que geralmente recebem a maior margem dos
proveitos das vendas, permitindo relações comerciais ‘win-win’ em que os pequenos
agricultores beneficiam-se de preços mais atractivos e garantindo a empresa de
fornecimento atempado de produtos de qualidade.
É difícil estimar a proporção da produção total do sector família que será absorvida pela
fábrica. No entanto, o valor correspondente de frutas compradas de pequenos
produtores poderia ser tão alta quanto € 100,000 por ano, a um preço médio da compra
de € 0,12 / kg e baseado numa entrada de fruta fresca de 800 toneladas por ano.
2.10.4 Sazonalidade de produção
Manica beneficia pelo facto de poder produzir colheitas mais cedo que os produtores Sul-
africanos. Entretanto a janela apresentada pelo mercado Sul-africano não pode ser
actualmente aproveitada pelos produtores da manga devido ao surgimento da mosca da
fruta.
A época da colheita da manga corre de meados de Novembro até o fim de Fevereiro,
dependendo da variedade, conforme a tabela a seguir. As épocas de boa colheita das
outras frutas a ser processadas (principalmente banana e ananás) na unidade variam
entre Dezembro e Marco. A banana produz-se praticamente durante o ano todo, mas ela
perda muita qualidade na época seca. O ananás de Muxungué está muito doce durante o
verão, mas torna-se um pouco azedo durante o inverno, que pode comprometer o
processo de secagem, por causa do conteúdo de açúcar baixo.
Tabela 5: Sazonalidade de fruta a ser processada pela unidade fabril
Sazonalidade de fruta Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun
Manga fresca
Tommy Atkins Novembro 21 fim de Dezembro
Kent fim Dezembro a fim do Janeiro
Keitt fim Janeiro a fim de Fevereiro
Fruta p/processamento (secagem)
Banana baixa qualidade no inverno
Ananás azede no inverno
Na tabela pode se ver que a época de colheita de ananás durante o verão coincide
largamente com a época de colheita de manga. Deste modo seria um pouco difícil atingir
as complementaridades previstas no processamento do ananás e da manga. O ananás
pode ser armazenado por algum tempo, mas isto vai até um certo nível encarecer o
custo do produto. O equipamento a ser instalado é multifuncional no sentido de poder
processar uma vasta gama de frutas e vegetais em produto seco, compota, marmelada,
sumo, Atchar, polpa, geleia, etc. etc.; mas os mercados para estes produtos são
largamente ainda por desenvolver, com a excepção notável de papaia seca.
2.10.5 Cálculo de Capacidade das unidades
A unidade de acondicionamento da manga baseado em Inchope terá um período máximo
de 90 dias, correspondendo ao período de colheita, para processar as 1.600 toneladas da
manga, proveniente dos cinco produtores (veja secção 2.10.2). Entretanto, no período
PN Packhouse / unidade de secagem (CAFM) Abril 2013 22
de três semanas entre o dia 10 de Dezembro e o início de Janeiro regista-se um período
de produção máximo (pico), em que até 800 toneladas serão processados em três
semanas. Contando com o processamento em 2 turnos de 8 horas durante este período
de produção máxima, a capacidade instalada do equipamento de classificação, lavagem,
enceramento, polimento e classificação da manga deve ser um mínimo de 20 toneladas
por turno normal de oito horas por dia.
Em conformidade com o conselho do Especialista em Agro-processamento, calculamos
com um pack-out ratio de manga de primeira classe de 65%. O que significa que se
prevê que 65 % das frutas de manga que entrarem no packhouse, reúnem os requisitos
mínimos em termos de tamanho, peso, cor, maturação, configuração, etc. exigidos pelos
mercados de exportação e o mercado de alto valor em Maputo.
Com a acessibilidade do mercado doméstico principal de Maputo, uma parte considerável
da manga de segundo grau poderá ainda ser vendida nos mercados locais menos
exigentes, estimado em 20% da produção inicial. A restante fruta vai ser processada,
para secagem ou conservação. Isto implica um máximo de 15% de 20 toneladas da fruta
fresca, sendo 3 toneladas por dia (ou 6 toneladas no período da produção máxima). Ao
mesmo tempo vai ser comprado uma quantidade similar de bananas e ananás para
processamento. Isto significa que a capacidade do equipamento de processamento
deve ser entre 3 e 6 toneladas de fruta fresca por turno de secagem.
2.10.6 Cadeia de frio e logística
A parte importante da cadeia de valor é a gestão e constante manutenção da cadeia de
frio, começando da pós-colheita até ao final de venda, e para o consumidor. Como tal, a
logística (transporte) e cadeia de frio estão inextricavelmente ligados. É importante que
a partir da colheita, o produto seja transferido o mais cedo possível para o ambiente de
refrigeração, de preferência dentro de 6 horas. Durante o transporte as caixas (bulk
bins) devem ser cobertas por rede impenetrável aos raios solares, para minimizar a
queima pelo sol. Uma vez que o produto chegue ao packhouse, passa pela limpeza,
polimento e classificação, depois disso, é novamente guardado na câmara de frio ou
imediatamente carregado nos camiões de frio para a distribuição ao Mercado ou ao porto
marítimo. Quando o produto for destinado para mercados ultramarinos, é carregado nos
contentores de frio no packhouse. As temperaturas são mantidas a 8 – 10 graus Celsius.
Cadeia de Frio / Logística
Colheita
Mangas carregadas nos bulk bins e transportadas pelo tractor para packhouse
Operações de packhouse e Mangas armazenadas nas salas de frio antes do despacho
Transportado para o Mercado nos contentores ou camiões com refrigeração
PN Packhouse / unidade de secagem (CAFM) Abril 2013 23
Do momento em que as mangas classificadas e empacotadas deixam a linha de
empacotamento, e entram nas salas de frio, devem permanecer ao frio a 8 – 10 graus
Celcius até a venda final.
O colapso na cadeia de frio pode ter consequências desastrosas, por isso, é de grande
importância que os operadores confiados e experientes carreguem o produto, passando
por todas as fases de cadeia de frio ‘do pomar para o prato’
2.10.7 Acondicionamento da manga
As operações de acondicionamento cobrem o tempo em que o produto entra no
packhouse até no tempo em que sai do packhouse. Uma vez que o produto chega no
packhouse, o fluxo de processo seguinte sumariza a cadeia de eventos que ocorrem
dentro do mesmo.
1) Recepção – O produto é pesado, classificado e registado com o número de
plantação, a classificação de qualidade e o peso;
2) Pré-selecção manual – para eliminar produtos com defeitos óbvios;
3) Processamento – O produto entra para a lavagem, polimento, fase de classificação.
A classificação é normalmente feita electronicamente com sensores de peso e
classificação, separando o produto em diferente classificação;
4) Banho quente – As autoridades Sul-africanos em 2012 exigiam o tratamento da
manga contra a mosca de fruta com água quente durante 5 minutes;
5) Empacotamento – Uma vez classificado, o produto é dado especificação de
empacotamento e empacotado de acordo. Ex. Caixas de 2 ou 4 kg;
6) Registo – para pagamentos pelos produtores e designação do Mercado;
7) Paletizacao – as caixas são empilhadas em paletes de uso único;
8) Armazenamento de frio – aguardando expedição
9) Despacho para o Mercado
PN Packhouse / unidade de secagem (CAFM) Abril 2013 24
2.10.8 Limpeza e descasque da fruta
Descascar e cortar em fatias: Após a selecção da fruta destinada para processamento, a
próxima etapa é descascar e cortar / fatiar a fruta. Trata-se dum trabalho bastante
intensivo, utilizando ferramentas / máquinas operadas manualmente. A forma e
tamanho das fatias dependem do restante processo de transformação ou das
preferências do mercado. O equipamento melhor desenhado e simples de usar vem da
empresa Kronen na Alemanha (www.kronen.eu).
Lavagem e Preservação (para matéria prima a ser secada)
1. Depois de enxaguar em água, a fruta é drenada e colocada em tabuleiros ao ar seco.
2. Bandejas individuais com fruta são empurradas através de uma câmara onde uma
solução de sódio meta-bi-sulfato é pulverizada sobre o produto.
3. As bandejas são colocadas em carrinhos e empurradas para dentro do túnel de
secagem.
Comercializaçã
o
Transporte
Carregamento
Polimento
Classificação
Armazém frio
Embalagem
Lavagem
Recepção
Registo
Aceitação / rejeição
Registar peso / número / grau de qualidade
Mangas descarregado no banho de lavagem e
classificação das frutas
Parte final do processo de preparação;
incl. polimento, classificação e
embalagem
caixas no armazém frio
carregadas no camião
para expedição
despacho para
o mercado
REGISTODOFLUXODEPRODUTO
CADEIADEFRIOCRITICA
Figura 4: Fluxo do processo de acondicionamento de manga
PN Packhouse / unidade de secagem (CAFM) Abril 2013 25
Preservação com SO2
é o processo mais fiável e amplamente utilizado. Ele prolonga a
vida de prateleira do produto com até 6 meses.
Processamento livre de conservantes envolve embalagem especializada caro, (gás
nitrogénio, vácuo, etc.) e deve ser explorado apenas sob demanda.
2.10.9 Processamento da fruta e vegetais (secagem ou conservação)
Secagem: Quatro carrinhos, cada um com 120 bandejas de malha de aço inoxidável
(500 x 500 milímetros) são capazes de manter 3,5 kg de fatias de frutas cada,
totalizando 1.600 kg de frutas para ser secado num lote. Todos os quatro carrinhos são
carregados e o lote levaria 8 - 10 horas antes da remoção. A secagem é feita durante a
noite. Quando o produto está pronto os aquecedores desligam-se automaticamente.
Próxima manhã as bandejas de frutas são esvaziadas para uma correia transportadora
para a classificação e inspecção e embalado imediatamente.
Com a participação prevista da ADEM em forma de equipamento de conservação, o
packhouse, localizado dentro de uma das maiores áreas de cultivo hortofrutícola, irá
processar frutas e hortaliças frescas, cultivadas organicamente por pequenos
agricultores.
A gama de produtos que podem ser fabricados inclui: geleia, geleia-´spread’, compota
rígida, ‘ripple’ (ondulação) para o iogurte e sorvete, geleia sem açúcar, marmelada, jam,
sumo, concentrado, etc.
Compota (jam) é um produto geleia através da conversão de frutos frescos com açúcar
em um alimento pasta que pode ser preservada por um longo tempo. Dessa forma, é
possível manter as propriedades de sabor, e nutrientes da fruta. Nenhum conservante
ou aromatizante artificial será usado.
Os produtos estarão tanto enlatados como engarrafados e comercializados nos principais
supermercados e através de grossistas para estabelecimentos menores em todo o
território nacional.
Como a manga será a fruta principal a processar no packhouse, a produção de Atchar
vai ser de primordial importância. O Atchar mais comum em estilo asiático é feito de
manga e limão com concentrações elevadas de sal, azeite e temperos que actuam como
conservantes. Este produto de baixo custo será vendido em baldes plásticos de tamanho
familiar de 2 ou 5 kg.
PN Packhouse / unidade de secagem (CAFM) Abril 2013 26
2.10.10 Tecnologias (equipamentos e maquinaria)
O packhouse vai albergar quatro componentes principais para o acondicionamento,
processamento, embalagem, armazenagem de fruta e alguns equipamentos auxiliares.
 A linha de acondicionamento da manga;
 A instalação para secagem de frutas e vegetais;
 Um conjunto de equipamentos e máquinas para conservação;
 Câmaras frigoríficas para a recepção e expedição de produto fresco.
Instalação para acondicionamento da manga e outras frutas/vegetais composta
por:
 Tanque de imersão em fibra com sistema de bombeamento
 Entrada com roletes em PVC com laterais em aço inox
 Ventilador duplo
 Aplicador de fungicida inferior
 Aplicador de fungicida superior
 Secador com roletes em PVC
 Ventilador recto duplo com duas cortinas sanitárias
 Aplicador de cera com escovas e conjunto de bombeamento e tanque
 Secador com roletes galvanizados
 Produtor de ar quente
 Classificador com roletes transversais para 4 (quatro) tamanhos
 Banquinho para apoio de caixas
Para além de manga, a linha de acondicionamento seria capaz de classificar outras frutas
e vegetais como tomate, limão, toranja, laranja, tangerinas, batatas, etc. que são todas
produzidas na área.
O sistema consiste dum classificador computorizado que é capaz de classificar o produto
pelas seguintes características: peso, dimensão, cor, qualidade exterior (IQS), qualidade
interior (IQS) e elimina automaticamente a fruta com peso inferior.
Dependendo dos requisitos de mercado o produto pode ser tratado com fungicida e / ou
cerra para protegê-lo e alongar a sua vida de prateleira. As autoridades sul-africanas
exigem neste momento a imersão em água quente durante 5 minutos para a manga
(pasteurização).
Figura 5: desenho da linha de acondicionamento de manga (vista lateral)
PN Packhouse / unidade de secagem (CAFM) Abril 2013 27
Enquanto os produtores continuam exportar para o mercado fresh cut na Africa do Sul, a
linha de acondicionamento será usado parcialmente para lavar e classificar a manga.
Não haverá embalagem, uma vez que o produto é transportado em bulk bins.
Uma instalação para secagem de frutas e vegetais. Propõe-se um sistema de lote
(batch system) que consiste dum contentor de 20 pês de segunda mão modificado com
aquecedor de ar adequado para produzir o vapor quente, um ventilador, condutos,
chaminés e sistema de controlo.
O contentor pode conter 4 carrinhos, cada um com 120 bandejas em malha de aço
inoxidável de 500 x 500 milímetros, capaz de manter 3,5 kg de fatias de frutas cada,
totalizando 1.600 kg de frutas para ser secado. A capacidade em termos de fruta seca
varia de acordo com o tipo de fruta. A manga, por exemplo, consiste de 40% de fruta e
60% da pele e semente. Portanto 1,600 kg de fruta limpa corresponde a 4,000 kg de
fruta fresca a ser processada por dia.
O processo de secagem vai em ciclos de 24 horas: 2 horas para esvaziar o contentor, 2
horas para limpar os carrinhos e contentor; 3 - 4 horas para preparar e carregar e 16
horas para secar.
Isto é um sistema bastante simples, adaptável as futuras necessidades, fácil de operar e
controlar. Além do mais tem custos de manutenção baixos.
Por um custo adicional de ± 40% seria possível adaptar a instalação a uma produção
continua 24/7 que aumentará a capacidade com 75% de 4.000 kg a 7,000 por 24 horas.
Vista lateral
Vista superior
Figura 6: Desenho da instalação para secagem de frutas e vegetais
PN Packhouse / unidade de secagem (CAFM) Abril 2013 28
O revestimento das paredes do contentor em aço inox é compatível com as normas da
CE para a certificação do produto. O componente do custo do aço inox é de aprox. 60%
do custo total e é uma alternativa a considerar. Entretanto bandejas de plástico não são
aconselhadas.
O sistema de aquecimento, embora muito simples precisa de ser modificado às fontes de
energia disponíveis / mais económicos no local de instalação. Durante a secagem o
aquecedor precisaria de produzir ± 500 kg de vapor por hora.
A Agência de Desenvolvimento Economico de Manica (ADEM) está disposta em participar
neste negócio, através da disponibilização de nova maquinaria para processamento
(polpação e conservação); que tem uma capacidade instalada de processar 5 toneladas
por dia.
A linha de conservação é versátil e pode processar uma variedade de frutas e vegetais
como: líchia, maracujá, abacaxi, banana, caju, marula, manga, laranja, tangerina, limão,
batata-doce, tomate, cenoura, etc. A oferta abundante de produtos garantirá uma
produção contínua ao longo do ano.
Câmaras frigoríficas para a recepção e expedição de produto. Estas Câmaras
devem ter espaço suficiente para armazenar 3 dias de produção de manga ou 60
toneladas, dividida em uma Câmaras frigoríficas para recepção (MT 20) e duas para
expedição (MT 40). (Este projecto prevê a compra de duas camaras.) A temperatura
deve ser mantida entre 8 a 10 graus Celcius.
Outro equipamento essencial para o funcionamento da unidade fabril:
 Um gerador de emergência para minimizar interrupções no processo de
acondicionamento da manga fresca e no processo de secagem.
 Um sistema autónomo de água para abastecer a unidade fabril, incluindo um furo de
mínimo de 50 metros de profundidade, uma torre de 6 metros de altura com tanque
de água de 5 M3
, bomba submersível, painel de controlo e um sistema de filtragem.
A área de Inchope é conhecido como uma zona com problemas sérios neste aspecto
e a unidade vai ter que ter a sua própria fonte de água.
 Meios de transporte como:
o Empilhadora de garfo (para manusear os bulk bins e empilhá-las)
o Viatura 4 x 4 pick-up
o Atrelado com tanque para gasóleo de 2,000 litros
o Opcionalmente: Camião com atrelado para 10 toneladas (para escoar
produto do campa para o packhouse);
 Opcionalmente a instalação dum Biodigestor: A unidade de processamento irá
produzir toneladas de massa biodegradável (cascas, caules, poços e outros detritos
do fruto), que poderão ser utilizados num biodigestor para produzir biogás para
queimar nos termoacumuladores para produzir água quente para o banho de mangas
e / ou vapor para a instalação de secagem.
PN Packhouse / unidade de secagem (CAFM) Abril 2013 29
O ideal seria um arranjo com um criador de porcos para usar as cascas e restos para
alimentar os porcos e em retorno receber o estrume dos animais para uso no
biodigestor. Este sistema pode produzir até 50 % da energia necessária para o
aquecedor. Vantagem adicional é que, após a digestão, o bagaço pode ser canalizado
para os pequenos produtores como adubo orgânico.
2.10.11 Rácios da produção – secagem e processamento
Conforme informações obtidas do especialista em processamento, para a secagem de 1
kg manga seca precisa-se 16 kg de fruto fresco: rácio 1 : 16. Estima-se que o rácio para
a banana é 1 kg de fruta seca para cada 8 kg de fruta fresca (ou um retorno de 12 %) e
para o ananás 1 kg seco para cada 14 kg (ou um retorno de 7%), mas isto depende
também do tipo de secagem aplicado e o nível de humidade no produto final. Para
banana e manga a humidade recomendada do produto seco e de 15 %. Para mais
pormenores sobre a secagem consulta: www.fao.org/docrep/V5030E/V5030E0j.htm
Manga: Num período de 90 dias (3 meses) entre Novembro e Fevereiro, um máximo de
15% de 1.600 toneladas ou 240 MT da fruta fresca do segundo grau vai produzir 15 MT
de manga seca.
Banana / ananás: A fábrica tem a capacidade de secar outras frutas fora do tempo de
manga e durante 8 meses a unidade pode secar 280 toneladas de fruta fresca,
correspondo a 25 MT de fruta seca; a um rácio médio de 11 kg fruta fresca par 1 kg de
fruta seca.
Outros frutos e vegetais: Adicionalmente a fábrica pode processar uma quantidade de
frutas e hortícolas diversas em compotas, polpa ou sumo. A capacidade instalada é de 5
toneladas de frutas / legumes / hortaliças frescas; que dependendo do tipo de produto
final resulta em 40 – 60 % de produto processado. (40% no caso de manga). Assumindo
uma taxa de aproveitamento de 50% ao longo do ano, esta linha de processamento
seria capaz de transformar 440 toneladas de fruta/hortaliça em 175 toneladas de fruta
processada.
PN Packhouse / unidade de processamento (CFAM) Abril 2013 30
2.10.12 Fluxo de Produção: processamento da manga e secagem de frutas
Plantação comercial
Sector familiar
MANGA
Colheita
Selecção
Embalamento
(500 kg bin)
Transporte
local
Banana,
ananas
Colheita
Selecção
Intermediário
Comprador
da empresa
Recepção
Classifi-
cação
Lavagem
enceramento
classificação
Empacotamen
to
Armazé
m frio
Transporte
local
Conservaçã
o da fruta
35 % Manga
de 2a
grau
Limpeza
descasca
Selecção
Venda no
Mercado
local
Transporte
frio
Exportação
Biodigestor
Transporte via
marítima
Exportação
Grossistas
mercado
local
Transporte
via terrestre
65 % da
Manga
PN Packhouse / unidade de processamento (CFAM) Abril 2013 31
2.10.13 ‘Layout’ - Traçado do packhouse
Durante os próximos meses vai ser finalizada a aquisição do talhão na zona de Inchope
com uma área de cerca de 1.500 m2 para o estabelecimento do packhouse. Especial
atenção vai para a disponibilidade de água potável para a lavagem da fruta.
O packhouse será uma estrutura em pilares de aço com telhado de chapas de zinco,
dividido com paredes de separação e com tecto falso nas áreas de processamento, tudo
conforme os requisitos de HACCP.
A unidade fabril será composta por:
 Uma linha para acondicionamento, classificação e embalagem de manga;
 Uma instalação de secagem de frutas;
 Áreas alocadas para preparação de frutas, lavagem, espremer frutas, polpação e
outro processamento de frutas, controlo de qualidade e embalagem;
 Zonas alocadas para a recepção de fruta fresca com uma rampa e espaço de
manobra para camiões;
 Duas câmaras frigoríficas para a recepção e expedição de fruta fresca;
 Armazéns para materiais de embalagem e outros produtos usados nos processos;
 Um Armazém para produto seco;
 Uma plataforma para expedição com balança, rampa e espaço de manobra para
camiões;
 (Opcionalmente) um biodigestor, para produção de gás metano, para alimentar o
termoacumulador;
Figura 7: Traçado geral do packhouse
PN Packhouse / unidade de secagem (CAFM) Abril 2013 32
Não incluso no desenho:
o Primeiro andar mezanino acima de embalagem / expedição área para acomodar
escritórios;
o Bloco sanitário, vestiário, cantina;
o Um gerador de emergência;
o Um furo de água com torre e casinha de bombagem;
o Uma pequena loja (banca) para venda de produtos frescos e processados ao público.
o Uma vedação em volta do terreno com luzes de segurança;
o Um portão de entrada com casa de guardas.
1. Classificação 3. Bacia imersão para controlar fungos
2. Bacia de lavagem 4. Banho de enceramento
5. Área de embalagem
1. Bacia de lavar 6. Carregamento de carrinhos
2. Descascadores 7. Túnel de secagem
3. Corta em fatias 8. Mesa de classificação
4. Câmara de pulverização 9. Máquina de embalagem
5. Carregamento de bandejas 10. Limpeza e lavagem de bandejas
PN Packhouse / unidade de secagem (CAFM) Abril 2013 33
PN Packhouse / unidade de processamento (CFAM) Abril 2013 34
2.10.14 Qualidade
É importante entender a diferença entre o Protocolo de Qualidade e a Qualidade física da
produção. A qualidade física (visual) do produto está sempre a aumentar nos mercados
de alto valor, portanto, quando não haja fruta da primeira, os melhores mercados não se
tornam acessíveis. Nesta secção, vamos tratar sobre o protocolo de qualidade.
Todo o processamento será controlado para garantir alta qualidade e padrões sanitários.
A fábrica vai implementar todos os Procedimentos Operacionais de Padrão (SOPs)
exigidos pelo HACCP para as várias fases de produção que são: inspecção, limpeza,
lavagem em banho quente, tratamento com fungicida, enceramento, polimento,
processamento, embalagem, armazenagem, etc.
Existe nas indústrias de produção de frescos, diversos protocolos de qualidade que
regem tudo, começando com a produção até para o local de venda e incorporam as
questões de saúde e segurança alimentar, aspectos ambientais e sociais e rastreamento
(‘traceability’), bem como as questões que directamente afectam a qualidade física.
Cada tipo de produto fresco ou hortaliça atrai várias necessidades. Para acrescentar,
vários mercados frequentemente atraem aos padrões de qualidade diferente
(protocolos). Vamos olhar para os padrões mais importantes que afectam em primeiro
lugar o acondicionamento de manga, mas não só.
GlobalGap – Embora em primeiro lugar tratar-se das questões sobre a produção no
campo, a GlobalGap através de questões tais como rastreamento, saúde e segurança e
padrões sociais, é também importante no packhouse. Como tal, as auditorias da
GlobalGap também incorporarão o packhouse.
HACCP – O requisito básico mínimo para a maioria das unidades de acondicionamento.
Significa em Inglês: Hazard Analysis & Critical Control Points ou Analise dos Riscos e
Aspectos Críticos de Controlo. HACCP vai assegurar primeiramente a conformidade com
aspectos de saúde e segurança. Muitos packhouses Sul-Africanos usam somente HACCP,
embora quando desejam aceder mercados de mais alto valor, precisam de aumentar a
qualidade, possivelmente até BRC.
BRC – British Retail Consortium Standard, rege questões que abrangem: a Saúde e
Segurança, Rastreamento (‘traceability’), Social e Ambiental. Facilidades de cuidado
prioritário como a empresa Geest, requerem os padrões superiores como a BRC.
Contudo, de momento, os mercados de frescos na África do Sul não precisam de padrões
superiores como a BRC.
Quando a unidade estiver já construída, o seu uso planejado e os mercados esperados
para o produto condicionado/processado na facilidade, gerir-se –à em parte, indicando o
nível de padrões a ser implementado no packhouse. O cenário evidente é de que, de
princípio, a HACCP será suficiente.
Orgânico – várias certificações. Dependendo dos mercados a identificar a produção
poderá ser orgânica e certificação de produtores de certos produtos perseguida (para o
ananás isto já foi feito pela IPEX). Existem múltiplas organizações certificadoras todas
elas com os seus requisitos específicos e certificação só fará sentido quando o mercado
já estiver assegurado.
PN Packhouse / unidade de secagem (CAFM) Abril 2013 35
Tabela 6: Normas de Qualidade para a comercialização da fruta fresca na CE.
Normas de Qualidade (Regulamento CE 2200/96)
Requisitos
mínimos
•  Saudável (excluídos produtos em decomposição ou deterioração)
•  Limpa (livre de matéria estranha visível)
•  Livre de pragas, danos causados por pragas
•  Livre de humidade exterior anormal
•  Livre de quaisquer odores e / ou gosto anormal
Uniformidade  Aplicável para toda a produção intacta
 Produtos embalados em conjunto, devem ser da mesma origem,
variedade ou classe comercial e qualidade
Classificação
Comercial
Classe I 'Extra'
 Produto de qualidade Superior
 Livre de quaisquer defeitos, com excepção de ligeiros defeitos
superficiais desde que estes não prejudiquem o aspecto geral e sua
qualidade
Máximo de 5% em número do peso do produto total não satisfaz os
requisitos da categoria, mas atende as da categoria I ou,
excepcionalmente, é dentro das tolerâncias desta última
Classe I
 Boa qualidade (bem em forma e de cor, livre de marcas)
 Defeitos leves podem ser permitidos
10% Máximo em número de peso do produto total não satisfaz os
requisitos da categoria, mas atende as da categoria II ou,
excepcionalmente, está dentro das tolerâncias desta última
Classe II
Produtos de qualidade Comercializável Aceitável (satisfazem os
requisitos mínimos)
 Pode apresentar defeitos (rachaduras cicatrizadas)
Máximo de 10% em número de peso do produto total não satisfaz os
requisitos da categoria, nem às características mínimas com a excepção
de produtos atingidos por podridão ou de outra deterioração tornando os
impróprios para o consumo humano.
2.10.15 Requisitos para a logística e a embalagem
Os requisitos jurídicos da UE de embalagem e rotulagem: via www.cbi.eu/marketinfo
 Regulamento (CE) 2200/96
 Regulamento (CE) 907/2004
 Regulamento (CE) 1148/2001
Frutos devem ser classificados e colocados em tabuleiros de acordo com os seguintes
critérios:
 Variedade.
 Ser firme e não amadurecido.
 Tamanho e forma uniformes.
 Ausência de manchas.
 Cor uniforme.
A fruta deve ser embalada com o pé da fruta para baixo para evitar quaisquer possíveis
fugas de seiva e danificar a pele. Tabuleiros devem ser empilhados de modo que a fruta
se fixe firmemente no lugar, sem movimento e a caixa deve pesar pelo menos 4 kg.
PN Packhouse / unidade de secagem (CAFM) Abril 2013 36
2.11 Plano de Comercialização
Existem razões internas fortes para apostar na comercialização da manga:
 Existência de potencial de produção a nível nacional, com grande destaque para a
região de Dombe;
 Produção de variedades de manga, com aceitação no mercado externo;
 Possibilidade de adição de valor (acondicionamento e embalagem);
 Experiência na exportação da manga fresca para mercados da região (Africa do Sul);
 Existência de parceiros no processo.
Com a adição das instalações de secagem e conservação e a cadeia de frio a empresa
será capaz de produzir uma série vasta de produtos diferentes durante quase todo o
ano, incluindo fruta fresca embalada para mercados internos e externos, fruta seca
(especialmente ananás, banana, papaia e manga), polpa e sumo de várias frutas
(sobretudo ananás e manga) e conservas como compota, geleia e Atchar.
2.11.1 Estratégia de marketing
A Combinação do Produto e Mercado aponta para a fruta fresca como oportunidade
principal para os exportadores nacionais. A preferência é para o mercado internacional
de manga fresca, mas enquanto as restrições por causa da mosca da fruta persistem,
este mercado fica fechado e sobrará somente a exportação para o mercado fresh.
Para os pequenos produtores de fruta diversa do sector familiar, devido à incidência da
mosca da fruta, a falta de sistema de rega e maneio pós-colheita inadequado, o
processamento (secagem, conservação ou polpação) constitui uma saída que poderá
tanto ser de curto quanto de médio e longo prazos.
As vantagens tanto comparativas como competitivas da produção de fruta em
Moçambique incluem:
 O clima agro-climático favorável que permite a colheita da manga (e outras frutas) 3
a 4 semanas antes do vizinho Africa do Sul;
 Existência de mercados crescentes “ Médio Oriente, Turquia, Asia, etc.;
 Volumes de produção elevados para mercados;
 Logística: existência e investimento em infra-estruturas portuárias, rodoviárias e
aeroportuárias;
Durante o período em que continuam a existir restrições para exportação de manga
fresca para a Africa do Sul, toda a produção da variedade Tommy Atkins e metade da
variedade Kent que será produzida entre Novembro e 15 de Dezembro vai ser vendida
em bulk no mercado fresh-cut (para processamento em saladas de fruta). Neste
momento a única unidade de processamento desta fruta é da empresa Bakover
(antigamente Geest) e actualmente exige a classificação em tamanho e qualidade e
tratamento com água quente contra a mosca de fruta.
Em relação a manga fresca, uma vez levantadas as restrições de exportação, a empresa
vai garantir a penetração dos mercados fresh e a qualidade do produto em seguir os
padrões de consumidor. Para este fim vai ser:
PN Packhouse / unidade de secagem (CAFM) Abril 2013 37
 Manipulada a maturação da fruta por aplicar atempadamente a fertilização e poda;
 Adquirido equipamento de processamento (polimento, classificação) e embalagem e
criadas infra-estruturas de armazenamento em conformidade com os padrões
HACCP;
 Melhorada a qualidade de embalagem;
 Fortificada a integração dos diferentes actores na cadeia de valor.
Ao mesmo tempo a empresa procura explorar no máximo os mercados locais como Beira
e Tete. Com a introdução de tratamento de manga, o importante mercado de Maputo
tornar-se –a acessível para a manga produzida na zona centro do país. Estima-se que
durante a época estas cidades podem absorver as seguintes quantidades diárias de
manga fresca: Maputo 5 toneladas, Beira 1 MT, Tete 1 MT, Chimoio 3 MT, totalizando um
volume de vendas potenciais de 10 MT por dia no mercado local.
Ananás e bananas
Geralmente, ananases são produzidos de forma orgânica, sem o uso de suplementos,
produtos químicos ou fertilizantes. Após uma intervenção do IPEX (Instituto para a
Promoção de Exportações), quatro associações na localidade de Panja, Posto
Administrativo de Muxungué, nomeadamente a Associação Tchungamoio, Associação
Amur, Associação Acuzuana e Associação Tamuaeja, cujos campos reuniram os
requisitos e normas exigidos pela entidade certificadora, neste caso o BCS- ÖKO-
Garantie, GmbH, receberem a certificação orgânica.
A grande maioria da produção (>95 %) consiste de três variedades, nomeadamente:
 Smooth Cayenne (pesando 2,5 -3,5 kg / unidade);
 Queen (pesando 1,5 kg -2,5 / unidade); e
 Abacaxi (< 1,5 kg / unidade).
As variedades de ananás actualmente produzidas no distrito de Chibabava, não têm
preferência nos mercados de ananás fresco na Europa, pelo que o processamento é
imperativo, tanto a curto como a longo prazo para possível exportação. Especialmente a
variedade Smooth Cayenne serve muito bem para processamento em polpa e cerca de
80% da produção nesta área é desta variedade. A variedade preferida na Europa, e não
só, é o MD2. Estão sendo feitos esforços para introduzir esta variedade.
Banana é cultivada em um pouco por toda a zona centro do País, sendo cultivadas pelo
sector familiar maioritariamente variedades tradicionais como o Cavendish, enquanto o
sector comercial prefere a variedade Williams, tendo um tamanho e peso melhor. Esta
última destina-se principalmente para a exportação, enquanto as variedades tradicionais
são para consumo local. Nos últimos anos, os mercados locais foram também
abastecidos com bananas de variedade Williams, por causa da infestação da Mosca de
Fruta, que impediu largamente a sua exportação. Ambas variedades podem servir para
secagem, mas o Cavendish tem um preço mais favorável.
Fruta seca
Por causa da disponibilidade de fruta fresca, não existe uma cultura generalizada de
consumo de frutas secas em Moçambique; então há a necessidade de criar a demanda
por frutas secas como uma alternativa ou um complemento para as fontes disponíveis de
nutrientes. Não obstante este facto, experiências em pequena escala de comercialização
de fruta seca em Chimoio deram resultados promissores. A logística da distribuição física
PN Packhouse / unidade de secagem (CAFM) Abril 2013 38
de maiores quantidades de fruta seca para os mercados distantes do país pode se tornar
num custo considerável.
No estrangeiro, a indústria alimentar importa frutas secas em volume para posterior
processamento pela Indústria da Fruta seca e Nozes (vendida em embalagens de retalho
mistos compostos por frutas tropicais secas, mais outras frutas secas e nozes, também
vendendo embalagens de retalho constituídos apenas por uma fruta seca tropical); pela
Indústria de Cereais de pequeno-almoço (principalmente em muesli), e pela Indústria de
Confeitaria (em barras de frutas de saúde, ingredientes para barras de chocolate,
iogurtes, etc.).
Na maioria dos países, os importadores ou agentes agem como intermediários, embora
alguns dos processadores de alimentos também importem directamente.
2.11.2 Marketing Mix
No primeiro ano do seu funcionamento (cobrindo a época 2014/15), a empresa prevê a
seguinte eficiência no processamento de manga
 Manga fresca de 1º grau (Exportação e mercado local) 65%
 Manga fresca de 2º grau (Mercado Local) 20%.
 Manga seca ou Atchar ou polpa 15%
Em termos de variedades de manga e resultando das suas épocas de amadurecimento
diferentes a Mistura de Mercado seria como se segue.
Tabela 7: Marketing mix da exportação de manga
Marketing mix enquanto não há licença de exportação
Variedade % fresh Fresh cut % Local
Tommy Atkins 0% 90% 10%
Kent 0% 50% 50%
Keitt 0% 0% 100%
Marketing mix com licença de exportação da manga fresca
Variedade % fresh Fresh cut % Local
Tommy Atkins 40% 50% 10%
Kent 40% 50% 10%
Keitt 0% 85% 15%
É de salientar que o mercado Sul-africano é capaz de absorver toda a produção da
manga Moçambicana até ao dia 15 de Dezembro, data em que a produção local começa.
Com o andar de tempo e a esperada melhoria de infra-estruturas e serviços portuários e
rodoviários e cadeia de frio a exportação para a Ásia e o Médio Oriente vêm ao alcance.
PN Packhouse / unidade de secagem (CAFM) Abril 2013 39
2.11.3 Canais de Marketing
Para um futuro próximo, ou até que os produtores em Manica/Sofala estabeleçam uma
empresa de marketing baseada em Moçambique, toda a fruta fresca de exportação, será
vendida por Alliance Fruit baseada em Hoedspruit na África do Sul.
O maior impedimento para estabelecer uma unidade de marketing em Moçambique é a
falta de volume e diversidade de produto. Para se poder criar e operar com sucesso uma
organização de marketing de manga e outras frutas, volumes significativos e alguma
diversificação para outras frutas tais como avocados, líchias, citrinos e potencialmente
bananas, será imprescindível. Em primeiro lugar, para empregar o pessoal a tempo
inteiro, é necessário um rendimento significativo. Em segundo lugar, um cesto que
oferece mais de uma fruta aos mercados, adicionará o volume e providenciará melhor
força de negociação.
O mercado local será composto de mercados-alvo locais, incluindo as capitais provinciais
com uma concentração na Beira, Tete e Chimoio. Mercados menores incluem Nampula e
Inhambane. Com a introdução de tratamento de manga (em banho quente), o
importante mercado de Maputo / Matola tornara-se acessível para a manga produzida na
zona centro do país. Num futuro mais distante e com investimentos crescentes na
exploração de gás e potencialmente petróleo no norte do país, Pemba pode tornar-se um
dos mercados-alvo.
Estes mercados são servidos usando transporte fretado para compradores / mercados
seleccionados e uma parte da fruta fresca é vendida a partir do packhouse, directamente
para transportadores / intermediários que abastecem os mercados de Maputo, Matola,
Xai Xai, etc.
A empresa vai participar em eventos promocionais como feiras da época em Maputo
(FACIM), Beira e Tete, mas também instalar um “alpendre” simples com sistema de frio
(contentor refrigerado) no mercado principal de Kuatchena em Tete, para abastecimento
de empresas de catering, restaurantes, hotéis, supermercados, etc..
Experiências-piloto com a venda de fruta seca no mercado doméstico indicam que existe
uma certa demanda para tal. Porém, para os volumes elevados de fruta seca a ser
produzidos seria necessário procurar mercados internacionais, por exemplo na indústria
alimentar na Africa do Sul.
Existem compradores nacionais como os produtores de sumos, que podem estar
interessados em comprar polpa, mas normalmente os volumes requeridos são bastante
altos e vão além da capacidade da unidade fabril proposta.
Servir mercados com outros produtos como compotas e sumos necessita um nível
avançado de embalagem e distribuição que pode encarecer o produto e torná-lo menos
competitivo. Uma importante excepção seria o Atchar que pode ser produzido com
matéria-prima barata (manga verde de 2ª qualidade e limão local) e vendido em
embalagem barata.
PN Packhouse / unidade de secagem (CAFM) Abril 2013 40
2.11.4 Despacho de Exportação
Mesmo arranjado com antecedência, o despacho de exportação deverá ser feito
perfeitamente e pontualmente para garantir que não haja demoras na fronteira ou posto
de saída no sentido de reduzir o tempo de transporte quanto mais possível. De acordo
com aquilo que foi provado pela EAM há anos atrás; o despacho de exportação não
ameaça em termos de regulamento aduaneiro. De qualquer forma, o problema da Mosca
da Fruta induziu a alguns desafios fitossanitários. A documentação de exportação inclui a
aduaneira e fitossanitária.
Para poder iniciar operações de exportação, cada área de produção deve ser certificada
“Livre da Mosca de Fruta”. Pedro Paulino, SergioYé e Joaquim Langa possuíam
armadilhas para a monitoria da mosca há mais de um ano (2013). Até agora o nível de
infestação registado é considerado muito baixo ou mesmo inexistente, uma vez que a
suas áreas estão isoladas das vias públicas e longe dos aglomerados populacionais. No
ano de 2012/13 a Direcção Nacional de Sanidade Vegetal - Maputo, declarou a área
isenta desta praga. Mesmo assim seria necessário reforçar as medidas de combate e
controle, fazendo pulverizações com GF 120 e lançamento de armadilhas impregnadas,
também nas outras áreas de produção.
Qualquer exportação para fora do continente será inicialmente transportada através de
portos sul-africanos, uma vez que tem um protocolo de autorização especial para frutas
em trânsito proveniente de países que têm prevalência de Mosca da Fruta (B. Invadens).
Uma vez que a indústria cresce, e a logística de rotas de frete marítimo no porto da
Beira melhorar, o porto da Beira pode tornar-se numa opção realista de frete de
roteamento. Actualmente, contentores refrigerados levariam mais de 35 dias para
chegar a mercados de destino através de Porto da Beira, 10 dias a mais do que viável
para a qualidade do produto.
2.12. Outros Factos Relevantes
2.12.1 Parcerias tecnológicas e comerciais
Já existem parcerias criadas com as ONGs AgriFuturo /TechnoServe. Esperam-se criar
parcerias com mais ONGs que estejam ligadas ao fortalecimento de associações e
formação em matéria de rastreamento (‘traceability’), técnicas de produção e uso de
pesticidas.
Existem ONGs como a SNV que dão formação aos agricultores para ligar-se com
empresas com modelos inclusivos de negócio e para obtenção de certificações como
GlobalGap (e eventualmente Fairtrade – Comercio Justo), e espera-se poder criar
vínculos com outras instituições que possam formar e financiar a certificação de
pequenos agricultores, como por exemplo o IPEX (Instituto para a Promoção de
Exportações) e o projecto PACDE/MESE do Ministério da Indústria e Comercio.
Com o fim de poder exportar para a região (Arica do Sul) e outros mercados
internacionais a acreditação HACCP da unidade de acondicionamento é uma necessidade.
PN Packhouse / unidade de secagem (CAFM) Abril 2013 41
3. ANÁLISE DE MERCADO
3.0.1 Situação actual
Actualmente a EAM é a única empresa que está a exportar manga a partir de
Moçambique. Esta empresa tem relações de fornecimento existente com pelo menos
duas companhias baseadas na África do Sul. A empresa tem estado a fornecer mangas
(não acondicionadas) para a empresa Bakover (antigamente Geest) em Joanesburgo e
Alliance Fruit baseada em Hoedspruit.
Bakover é uma empresa de processamento de salada de fruta que exporta directamente
para os mercados internacionais, principalmente na UE. Alliance Fruit é uma empresa de
marketing de fruta em nome dos produtores para os mercados internacionais e da África
do Sul, particularmente a Comunidade Europeia (CE).
O portefólio comercial da empresa está limitado por falta de uma cadeia de frio funcional
em Moçambique para poder processar a fruta. Devido às restrições impostos pela
infestação da mosca de fruta e a ausência destas facilidades, a EAM está limitada em
exportar o produto somente para África do Sul e apenas a um cliente (Bakover).
Uma vez que os produtores tenham acesso a um packhouse e sejam capazes de
classificar, polir, tratar e empacotar a fruta, estarão em posição de começar olhar para
exportação directa da Beira ou Maputo com destino ao Médio Oriente em particular.
3.0.2 Demanda
A banana é o único verdadeiro subsector de volume muito grande da indústria de fruta
tropical e subtropical da África Austral. Citrinos são a única outra fruta que está acima de
manga em volumes vendidos dentro de África Austral e nos mercados de alto valor.
Como tal, os mercados de manga deviam ser considerados como grandes, embora um
mercado nicho, mas não tão grande como um produto vendido em volumes grandes
como a Banana.
Existe um importante e crescente mercado em Moçambique que absorve algum produto;
o principal sendo Maputo. Actualmente, o mercado de alto-valor em Tete, constituído de
empresas de catering, restaurantes, hotéis, supermercados, está sendo abastecido a
partir da África do Sul. O crescimento acelerado da população desta urbe e o resultante
aumento da camada média- alta resulta num aumento da procura de frutas.
Experiências-piloto com a venda de fruta seca no mercado doméstico indicam que existe
uma certa demanda local para tal, sem ter ainda clareza sobre os volumes. Os
produtores de sumos podem estar interessados em comprar polpa, mas normalmente os
volumes requeridos são bastante altos e exigem continuidade no fornecimento.
Os mercados para os outros produtos como compotas e sumos são largamente ainda por
desenvolver e são muito competitivos, com a importante excepção de Atchar, que é
muito procurado.
PN Packhouse / unidade de secagem (CAFM) Abril 2013 42
3.1. Contexto Internacional, Regional, Nacional, Provincial e Local
As tabelas a seguir mostram claramente que Moçambique ainda não joga nenhum papel
a nível mundial de produção ou exportação da manga; nem consta a nível dos países
Africanos exportadores da fruta.
Tabela 8: Produção da Manga 2011 Tabela 9: Exportação de manga em 2010
Pais Valor USD
India 15.188.000
China 4.519.380
Tailândia 3.277.250
Indonésia 2.131.140
Paquistão 1.888.450
México 1.827.310
Brasil 1.249.520
Bangladesh 889.176
Filipinas 800.551
Nigéria 795.000
Quénia 636.585
Egipto 598.084
Vietnam 595.800
Iémen 471.544
Peru 355.431
Tanzânia 330.000
Madagáscar 300.574
Congo DRC 263.185
Colômbia 244.581
Equador 200.534
Moçambique (46º lugar) 19.843
Tabela 10: Exportação de Manga da Africa em 2010 (MT)
País Volume MT
Egipto 13.357
Costa de Marfim 12.975
Quénia 8.386
Senegal 3.937
Mali 3.722
Etiópia 1.968
Sudan (antigo) 1.567
Guine 937
Tanzânia 457
Camarões 212
Djibouti 147
Nigéria 115
Swazilândia 104
Gambia 31
Togo 27
Guiné-Bissau 23
Zimbabwe 15
Marrocos 10
Gana 8
Uganda 5
País Volume MT
México 275.366
India 260.484
Tailândia 144.566
Brasil 124.380
Paísos Baixos 107.017
Peru 96.942
Paquistão 85.923
Equador 39.978
Filipinas 23.740
Iémen 20.373
Guatemala 15.116
Bélgica 13.843
Egipto 13.357
Costa de Marfim 12.975
UAE 11.463
Espanha 11.369
Alemanha 9.655
Quénia 8.386
Israel 8.048
Haiti 6.453
PN Packhouse / unidade de secagem (CAFM) Abril 2013 43
3.1.1 Sazonalidade do abastecimento internacional da Manga
O mercado internacional da manga é abastecido durante todo o ano, mas concentra a
sua oferta durante o período de Abril a Setembro; nessa época do ano, os preços de
mercado se mantêm baixos. É exactamente nesse período que o México exporta sua
produção, para os Estados Unidos (80%) e a Comunidade Europeia (20%). Também é
nesse período que ocorre a comercialização no mercado externo de outros grandes
exportadores como a Índia, o Paquistão e as Filipinas. Durante os meses de Outubro a
Dezembro e entre o mês de Janeiro até Março, a oferta diminui, reflectindo em preços
mais satisfatórios. Os países que cobrem estes períodos de demanda são relativamente
poucos, sendo o Brasil o exportador mais representativo, seguido do Equador e Peru.
Tabela 11: Sazonalidade do abastecimento internacional da Manga
Países Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
México
Brasil
Equador
Peru
Guatemala
Costa Rica
África Sul
Moçambique
Costa Marfim
Israel
Índia
Paquistão
Filipinas
Fornecimento para Mercados da África do Sul é dominado pelos produtores da África do
Sul com uma pequena percentagem de fruta proveniente do Zimbabwe e Moçambique.
Os mercados do Médio Leste são largamente fornecidos pelos produtores Asiáticos e
alguns produtores Africanos tais como a África do Sul; mercados Europeus são
fornecidos pela combinação Brasileira e outros produtores da América do Sul, Africano
(especialmente África do Sul) e alguns produtos Asiáticos particularmente da Índia.
Note-se que para a manga, o mercado primariamente visado, é o da fruta fresca, o que
melhor ganho pode trazer. Entretanto, a detecção da mosca da fruta (Batrocera E.) na
zona de Dombe e no resto da província de Manica, requer medidas fitossanitárias
adicionais para poder exportar para África do Sul. O prejuízo causado pela Mosca da
Fruta é significativo e constitui um risco sério para o sector em seu todo. Restrições de
importação significam que em caso de descoberta de uma única fruta infectada pode
levar a condenação de todo o lote de exportação.
PN Packhouse / unidade de secagem (CAFM) Abril 2013 44
3.1.2 Conhecimento do Mercado e colocação de produtos
Foram colhidas informações no mercado internacional no que diz respeito a demanda e
oferta de mangas, ananás e bananas com mais enfoque na primeira. Foi colhida
informação como necessidades correntes, periodicidade e épocas, preços, embalagens,
métodos e custos de distribuição e especificações / requisitos para penetrar estes
mercados. Estes mercados são: Sul-Africano, Médio-Oriente, China, Europa e em outros
Países da região.
O mercado internacional de manga ainda é pouco expressivo, se comparado ao da
banana e laranja, mas é um dos que regista maior índice de crescimento nos últimos
tempos. Vários países participam nesse mercado na condição de vendedores ou
compradores. Em 2006 os níveis de consumo na Comunidade Europeia (CE) chegaram
atingir cerca de 199.000 toneladas, 50% mais do que em 2002.
Tabela 12: Consumo de manga fresca na Comunidade Europeia (2002 – 2006)
2002 2004 2006
Países Valor (€
milhões)
Volume
(MT 000)
Valor (€
milhões)
Volume
(MT 000)
Valor (€
milhões)
Volume
(MT 000)
CE – 27 (total) 147 133 154 160 228 199
Reino Unido 27 24 32 35 63 53
França 19 17 39 25 36 20
Holanda 32 31 6 23 36 42
Alemanha 28 25 32 30 35 30
Portugal 15 15 18 17 19 15
Espanha 7 5 5 7 8 11
Bélgica 4 3 1 3 6 5
Como foi descrita na secção anterior, a sazonalidade da produção oferece aos produtores
Moçambicanos oportunidades para aproveitar dos preços favoráveis quando o produto
está fora de época em outros países, nomeadamente na Africa de Sul. É de salientar que
uma grande parte da colheita de CFAM ocorre neste período.
Tabela 13: Principais exportadores da manga por épocas do ano
Março - Junho Julho - Outubro Outubro -Fevereiro
Oeste de Africa: (Costa de
Marfim, Mali e Burkina Faso);
Venezuela, India e México
Israel, Porto Rico,
Paquistão e México
Brasil, Africa do Sul, Equador
e Peru
Os maiores países / blocos económicos, todos têm requisitos específicos para aceder aos
seus mercados. A tabela a seguir contém um resumo dos mais importantes requisitos
para alguns dos mercados mais importantes do mundo. É de salientar que estes
requisitos estão sujeitos a mudanças e antes de realizar quaisquer exportações deve se
inteirar dos regulamentos e requisitos específicos aplicáveis nesta altura.
PN Packhouse / unidade de secagem (CAFM) Abril 2013 45
Tabela 14: Requisitos (tarifários e não tarifários) de acesso a mercados
Pais Tratamento Tarifário Medidas Não Tarifárias
SADC  Isento de qualquer direito de
importação
 Certificado fitossanitário
 Declaração “livre da Mosca de Fruta” da
zona de produção
 Tratamento com água quente durante 5
minutos (2012)
 Certificado de origem
CE  Isento  Licença prévia de importações;
 Certificado sanitário de exportação
EUA  Alíquota de ad valorem de 0%,
 Taxa de processamento de
mercadorias de 0,21%;
 Taxa de movimentação portuária e
 Uma taxa ad valorem de 0,125%
 Licenciamento prévio;
 Tratamento com água quente;
 Inspecção nas áreas de origem e nos pontos
de desembarque
Japão  Alíquota de 4% CIF
 5% sobre valor CIF
 Impostos aduaneiros
 Proibição de importação de regiões onde há
incidência de insectos e pragas;
 Certificado sanitário pelo país exportador;
 Inspecção sanitária no porto de
desembarque.
Canada  Impostos de mercadorias e serviços
com Alíquotas de 7%, calculado no
valor FOB,
 Alíquota aduaneira
 Proibida a importação de frutas não
embaladas para venda sob consignação;
 Certificado que são livres de doenças e
resíduos
Para o futuro imediato o mercado da Africa do Sul é o mais importante destino para
manga fresca. Durante a época 2012/13 somente manga para fresh cut foi exportado.
De Novembro até 5 de Dezembro o preço era ZAR 9 / kg ou € 750 /MT. Depois de 5 de
Dezembro e até o fim deste mês o preço baixou até ZAR 6 / kg ou € 500 /MT.
O mercado local de manga, embora pequeno, está crescendo ano após ano, com o
crescimento da classe económica media, e os preços estão segurando firmes.
O Mercado de fruta seca é relativamente desconhecido e até agora pouco explorado. Foi
vendida fruta seca (manga) a título experimental no mercado de Chimoio em
embalagens de 100 gramas a preços que variam entre MZN 60 e 70 (€ 1.50 – 1.80).
Toda a fruta foi vendida em pouco tempo tanto a de 2012 como também a de 2013. É
provável que o mercado possa crescer rapidamente se contarmos com as grandes
cidades (Maputo, Beira, Tete, Nampula e outras). A outra vantagem é que a fruta seca
pode ser guardada e vendida no momento oportuno e é muito procurada depois da
época.
Quanto ao mercado externo ainda não há informações precisas. O mercado mundial da
fruta seca pode ser descrito como de volume relativamente baixo, mas com alto valor
unitário.
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Plano de Negocios ~ Packhouse manga e Processamento de frutas (CFAM) 29042013

  • 1. PN Packhouse / unidade de processamento (CFAM) Abril 2013 1 Programa de Apoio ao Desenvolvimento Rural das Províncias de Manica e Sofala (PADR) - Aid 9021 Consórcio de Fruticultores Associados de Manica (CFAM) Referência: 002/2012 PLANO DE NEGÓCIOS Versão final, 30/04/2013 Packhouse para acondicionamento de manga fresca e unidade de processamento (secagem e conservação) de frutos tropicais como manga, banana, e ananás
  • 2. PN Packhouse / unidade de secagem (CAFM) Abril 2013 2 SUMÁRIO EXECUTIVO Este Plano de Negócios visa o estabelecimento de uma unidade fabril, composto por: a) Um Packhouse para classificação, tratamento contra a mosca de fruta, enceramento, polimento, embalagem e armazenamento em câmara fria de manga fresca proveniente de quatro membros do Consórcio e outros produtores comerciais da zona centro do país. b) Uma unidade de processamento (secagem, despolpa, conservação) de varias frutas tropicais como manga, banana, ananás, abacaxi, etc., provenientes de centenas de produtores de pequena escale da região centro do país. Este projecto é levado a cabo pelo Consórcio de Fruticultores Associados de Manica, denominado CFAM, num empreendimento Moçambicano conjunto de quatro produtores comerciais de manga em colaboração com a Agência de Desenvolvimento Económico Local de Manica (ADEM). O principal diferenciador competitivo deste projecto tem duas vertentes. A primeira se relaciona com o facto da época da colheita em Manica iniciar mais cedo em relação a produção Sul-africana. Nesta altura os preços são suficientemente altos para compensar os custos adicionais para chegar a este Mercado, e mesmo oferecer margens atractivas em comparação com os fornecedores da África do Sul. A segunda vertente que é o tratamento da manga contra a mosca da fruta em conjunto com as medidas fitossanitárias vai permitir a venda da manga fresca no mercado local lucrativo de Maputo / Matola. A unidade de processamento (O Packhouse) estará localizada centralmente em Inchope para aproveitar das condições logísticas existentes em termos de transporte e proximidade de zonas de produção e oferecer também aos outros produtores de fruta, sobretudo aqueles do sector familiar, a possibilidade de diversificar o seu mercado através da opção de secagem e conservação de produtos, que até então só podem ser vendidos fresco e a preços baixos. Actualmente, entre o Consórcio e outros produtores, tanto de pequena como de grande escala, há volume de fruta diversa suficiente para justificar um tal investimento. A fim de chegar a mercados regionais (e eventualmente internacionais), uma instalação avançada de acondicionamento, conforme o protocolo de qualidade correspondente (GlobalGap, HACCP) é uma necessidade. Para poder se aproveitar da janela de oportunidade na África do Sul (3 - 4 semanas), será imprescindível uma disciplina rigorosa na planificação e implementação da produção e acondicionamento da manga fresca. As demonstrações financeiras reflectem a situação das unidades de acondicionamento e de secagem / conservação em conjunto. Em condições normais, um packhouse por si só dificilmente podia ser uma unidade de renda autónoma, mas deve ser considerado em conjunto com as plantações. Devido ao facto de que, se trata duma empresa conjunta, não houve alternativa para apresentação separada dos resultados. Prevê-se que a linha de acondicionamento só gerará lucros modestos e a médio prazo, enquanto as outras
  • 3. PN Packhouse / unidade de secagem (CAFM) Abril 2013 3 actividades de valor acrescentado de processamento (secagem, conservação, Atchar, e, até um certo nível, venda de fruta fresca) vão permitir exploração rentável do conjunto das actividades de transformação de fruta (e vegetais). Este projecto é uma oportunidade impar de investimento, pois oferece ao investidor, a oportunidade de investir para acrescentar valor, em forma de acondicionamento de manga fresca e processamento de frutas, que melhorará o rendimento e a performance, melhorará a imagem do Corredor da Beira, porque tem potencial elevado para uma indústria de fruta diversificada e oferece as opções de marketing alargadas. Para além disso o projecto tem uma forte componente de impacto social em criar renda e emprego para as populações das zonas rurais do corredor da Beira. Conteúdo 0. JUSTIFICAÇÃO DO PROJECTO 6 0.1 Introdução 6 0.2 Justificação do projecto 7 0.3 Impacto do Projecto nos grupos alvos e beneficiários finais 9 1. VISÃO / MISSÃO / OBJECTIVOS 10 2. DESCRIÇÃO DO PROJECTO 12 2.1. Identificação dos sócios, Distribuição do Capital 12 2.2. Enquadramento Legal 12 2.3 Descrição da Actividade, Produtos e Serviços 12 2.4. Localização 13 2.5. Equipa de Gestão 13 2.6. Organização Funcional e Organigrama 15 2.7. Recursos humanos 15 2.8. Ambiente Social e Cultura de Empresa 16 2.9. Meios Operacionais e Logísticos 17 2.10. Tecnologias/Logística/Organização da produção (traçado; diagramas e fluxos de produção) / Qualidade / Ambiente / I&D 18 2.10.1 Áreas de produção da fruta 19 2.10.2 Planificação da produção da manga 20 2.10.3 Aquisição de outras frutas 20 2.10.4 Sazonalidade de produção 21 2.10.5 Cálculo de Capacidade das unidades 21 2.10.6 Cadeia de frio e logística 22 2.10.7 Acondicionamento da manga 23 2.10.8 Limpeza e descasque da fruta 24 2.10.9 Processamento da fruta e vegetais (secagem ou conservação) 25 2.10.10 Tecnologias (equipamentos e maquinaria) 26 2.10.11 Rácios da produção – secagem e processamento 29 2.10.12 Fluxo de Produção: processamento da manga e secagem de frutas 30 2.10.13 ‘Layout’ - Traçado do packhouse 31 2.10.14 Qualidade 34 2.10.15 Requisitos para a logística e a embalagem 35 2.11 Plano de Comercialização 36 2.11.1 Estratégia de marketing 36 2.11.2 Marketing Mix 38
  • 4. PN Packhouse / unidade de secagem (CAFM) Abril 2013 4 2.11.3 Canais de Marketing 39 2.11.4 Despacho de Exportação 40 2.12. Outros Factos Relevantes 40 2.12.1 Parcerias tecnológicas e comerciais 40 3. ANÁLISE DE MERCADO 41 3.0.1 Situação actual 41 3.0.2 Demanda 41 3.1. Contexto Internacional, Regional, Nacional, Provincial e Local 42 3.1.1 Sazonalidade do abastecimento internacional da Manga 43 3.1.2 Conhecimento do Mercado e colocação de produtos 44 3.2. Definição e Caracterização do Mercado 46 3.2.1 Preferência do consumidor 46 3.2.2 Segmentos do Mercado da manga 47 3.2.3 Análise dos Mercados de manga fresca 47 3.2.4 Análise dos Mercados de fruta seca 49 3.2.5 Outros potenciais produtos / mercados 50 5. ANÁLISE ESTRATÉGICA 51 5.1. Rivalidade Concorrencial 51 5.1.1 Análise da Concorrência 51 5.2. Posicionamento Estratégico 53 5.2.1 Marketing Actual e os Mecanismos de Acondicionamento 53 5.2.2 Intermediários / Comerciantes/ Agentes de Marketing 53 5.2.3 Posicionamento53 5.3. Análise FOFA 54 5.3.1. Ambiente de Operação 55 5.3.2 Riscos e os seus factores de mitigação 56 5.4. Factores Críticos de Sucesso 57 5.5. Definição da Estratégia da Empresa 58 5.5.1 Estratégia de Marketing 58 5.5.2 Marketing Mix da manga 59 5.5.3 Preços de venda e compra 59 6. PLANO DE ACÇÃO 61 6.1. Descrição das Medidas de Acção 61 6.2. Objectivos a Alcançar63 6.3. Responsáveis pela execução 64 6.4. Quantificação dos Meios humanos e materiais necessários 64 6.5. Cronograma 65 6.6. Sistema de análise e controlo da execução 66 7. ESTUDO DE VIABILIDADE ECONÓMICO-FINANCEIRA 67 7.1. Plano Geral de Investimentos 67 7.1.1 Investimentos a realizar 67 7.1.2 Descriminação de principais investimentos 68 7.2. Plano Financeiro 68 7.3. Análise Económica Previsional 68 7.4. Cálculo dos Cash-Flows do projecto 71 7.5. Indicadores de Rentabilidade 71 7.6. Análise da Sensibilidade aos parâmetros críticos 73 7.7. Análise Financeira 73 7.8 Conclusões 74
  • 5. PN Packhouse / unidade de secagem (CAFM) Abril 2013 5 Lista de Tabelas Tabela 1: Projecção de produção (MT) da manga pelo consórcio CFAM 6 Tabela 2: Produção actual e estimativa da empresa EAM 7 Tabela 3: Produção actual e estimativa da empresa Pinto Agro Pecuária 7 Tabela 4: Previsões da produção da manga 20 Tabela 5: Sazonalidade de fruta a ser processada pela unidade fabril 21 Tabela 6: Normas de Qualidade para a comercialização da fruta fresca na CE. 35 Tabela 7: Marketing mix da exportação de manga 38 Tabela 8: Produção da Manga 2011 Tabela 9: Exportação de manga em 2010 42 Tabela 10: Exportação de Manga da Africa em 2010 (MT) 42 Tabela 11: Sazonalidade do abastecimento internacional da Manga 43 Tabela 12: Consumo de manga fresca na Comunidade Europeia (2002 – 2006) 44 Tabela 13: Principais exportadores da manga por épocas do ano 44 Tabela 14: Requisitos (tarifários e não tarifários) de acesso a mercados 45 Tabela 15: Riscos e medidas da sua contingência 57 Tabela 16: Distribuição de Mercado da manga fresca 59 Tabela 17: Preços médios de venda usados no Plano de Negócios 59 Tabela 18: Cronograma de actividades 65 Tabela 19: Descrição dos investimentos a realizar 67 Tabela 20: vendas previstas dos principais serviços / produtos (em kg) 69 Tabela 21: preço unitário (por kg) e proveitos previsionais (€) 69 Tabela 22: Custos das mercadorias vendidas e margens brutas. 70 Tabela 23: Fornecimentos e Serviços Externos (FSE) 71 Tabela 24: cash-flows gerados pelo projecto 71 Tabela 25: Conta de exploração previsional do projecto 72 Tabela 26: Análise da Sensibilidade aos parâmetros críticos 73 Tabela 27: Balanços previsionais (em €) 73 Lista de Figuras Figura 1: Organigramo da empresa 15 Figura 2: Recursos Humanos empregos pela empresa 16 Figura 3: Cadeias de Fornecimento de Manga e outra fruta processada 18 Figura 4: Fluxo do processo de acondicionamento de manga 24 Figura 5: desenho da linha de acondicionamento de manga (vista lateral) 26 Figura 6: Desenho da instalação para secagem de frutas e vegetais 27 Figura 7: Traçado geral do packhouse 31 Figura 8: Mercados de fruta tropical seca nos EAU e China 49 Este relatório é a versão final do Plano de Negócios do packhouse. Toda a informação nele contido fica sob responsabilidade dos promotores deste projecto de investimento.
  • 6. PN Packhouse / unidade de secagem (CAFM) Abril 2013 6 0. JUSTIFICAÇÃO DO PROJECTO Este projecto visa impulsionar a Cadeia de valor de Hortifruticultura – principalmente a da manga, mas também abacaxi, ananás e banana e eventualmente outras frutas e vegetais. Trata-se dum investimento numa unidade conjunta de processamento e embalagem (manga fresca) e de conservação (frutas secas e compota, geleia, sumo, polpa, etc.); que ajudaria aos produtores reter próximo de si uma parte do valor final do produto, reduzindo as perdas pós-colheita, eliminando alguns intermediários inúteis e acrescentando mais valor. 0.1 Introdução A Província de Manica foi desde os tempos remotos considerada como tendo grande potencial para a produção de frutas. A diversidade de solos, altitude, clima, acesso a água e a sua distância geográfica com os principais mercados foram sempre considerados como factores cruciais para o desenvolvimento em grande escala de uma indústria frutícola virada para a exportação e também para abastecer as necessidades do país inteiro. Este facto já tinha sido identificado pelo governo colonial que facilitou o estabelecimento de algumas empresas de média escala com mais destaque para a produção de citrinos. Acontecimentos subsequentes à independência, como a guerra civil, a adopção de uma ideologia política comunista e a ausência de uma mão-de-obra nacional qualificada constituíram entraves para exploração plena do seu potencial. Só nos finais da última década é que este potencial começou a ser revivido pelas oportunidades dos mercados. Em 2007, a convite da EAM Limitada e animados pelas oportunidades de mercado, quatro produtores Moçambicanos decidiram também investir nesta área, mais precisamente no cultivo da manga empregando variedades aceites no mercado internacional. Estes quatro produtores, estão no processo de formação de um Consórcio com o objectivo de trazer sinergias entre eles de modo a explorar o potencial frutícola como manga, abacate, ananás e outras frutas nas Províncias de Manica e Sofala. Empregando fundos próprios, e com o apoio técnico da já estabelecida EAM e da TechnoServe / AgriFuturo, estes produtores já deram passos significativos tanto na evolução de seus campos de produção, assim como, na concretização da formação do consórcio. A Tabela 1 mostra a situação actual e as tendências de volumes de produção desta fruta nos próximos cinco anos para os quatro membros do Consórcio CFAM. Tabela 1: Projecção de produção (MT) da manga pelo consórcio CFAM Membros CFAM 2013/14 2014/15 2015/16 2016/17 2017/18 ha Prod. ha Prod. ha Prod. ha Prod. ha Prod. Tommy Atkins 35.5 156.5 36.5 213.0 52.5 310.5 54.5 387.5 56.5 440.5 Kent 21.0 44.0 22.0 89.0 40.0 146.0 40.0 219.0 40.0 285.0 Keitt 18.0 32.0 19.0 63.0 35.5 112.0 36.0 169.5 36.0 244.0 Total (ha / MT) 74.5 232.5 77.5 365.0 128.0 568.5 130.5 776.0 132.5 969.5
  • 7. PN Packhouse / unidade de secagem (CAFM) Abril 2013 7 A informação contida na tabela 1 é baseada em informações detalhadas prestadas pelos membros do Consórcio acerca das suas áreas de plantação de manga actual e projectada e estimativas da produtividade anual dos pomares; tomando em conta as idades das árvores e as condições de rega. Tabela 2: Produção actual e estimativa da empresa EAM Empresa EAM Lda 2011/12 (MT) 2012/13 (MT) Estimativo 2013/14 Perspectiva 2017/18 Fresh cut (processamento SA) 380 80 ? p.m. Manga fresca exportação (SA) 20 0 0 p.m. Manga fresca local (MZ) 380 48 ? 0 Atchar 0 0 40 40 Secagem 0 0 40 40 Polpação 0 0 20 20 Total 780 128 100 100 Por causa das variações na produção anual, a empresa Empreendimentos Agrícolas de Manica (EAM) não quis se pronunciar sobre estimativas de produção para os mercados da manga ‘fresh cut’ e da manga fresca para mercado local. De qualquer forma, prevê canalizar um mínimo de 100 toneladas por ano através do packhouse para processamento. A empresa explora um total de cerca 75 hectares de manga, sendo aproximadamente 25 ha para cada uma das variedades. Existe a empresa Pinto Agro Pecuária na zona, gerida por Pinto Matavel que explora por volta de 30 hectares de manga e que foi a primeira dos produtores moçambicanos a iniciar com a produção em colaboração com a EAM. Tabela 3: Produção actual e estimativa da empresa Pinto Agro Pecuária Pinto Agro Pecuária ha Produção 2013/14 Produção 2014/15 Produção 2015/16 Produção 2016/17 Produção 2017/18 Tommy Atkins 14 160 210 230 230 260 Kent 8 90 130 130 160 140 Keitt 8 90 110 140 160 160 Total (ha / MT) 30 340 450 500 550 560 0.2 Justificação do projecto Até ao presente momento, estima-se que os 180 hectares de plantações produzem mais de 1.500 toneladas de mangas dos quais se estima que mais de 40% se têm perdido devido à falta de mercados, com maior destaque para a exportação da manga fresca. As projecções da produção nas tabelas implicarão maiores perdas se condições de processamento e empacotamento não forem criadas. O considerável sector familiar da fruticultura no corredor da Beira é subutilizado no momento e está sob ameaça séria: a infestação da Mosca da Fruta (Bactrocera invadens). Em 2008, a B. invadens atingiu Moçambique e agora ocorre em todas as seis
  • 8. PN Packhouse / unidade de secagem (CAFM) Abril 2013 8 províncias centrais e do norte, incluindo Manica e Sofala. A mosca ataca uma grande variedade de culturas, incluindo manga, goiaba, abóbora, melão, tomate, citrinos e castanha de caju. A suposta resistência de banana verde para a mosca ainda está sob investigação. Como resultado, as fronteiras com o Zimbabwe e a África do Sul tanto como a barreira interna no Rio Save fecharam o centro e norte de Moçambique para qualquer fruta indo para o sul ou leste. Consequentemente, o mercado local está sob pressão dos agricultores comerciais que procuram livrar-se da sua produção, e, como tal, competindo com os pequenos agricultores, que tradicionalmente fornecem os mercados locais da Beira, Chimoio e Tete e do sul de Moçambique, incluindo o maior mercado de Maputo. Além disso, a ausência de instalações de processamento resulta em uma parte considerável do produto não ser mesmo colhida ou ficar estragada durante a colheita e o transporte. Mesmo sob circunstâncias favoráveis, muitas frutas e legumes começam a perder algumas das suas vitaminas depois de colhida e mantida em condições inadequadas. Cerca de metade das vitaminas podem ser perdidas dentro de alguns dias, a menos que o produto fresco seja resfriado ou conservado. Dentro de 1 a 2 semanas, mesmo a produção refrigerada perde metade ou mais de algumas das suas vitaminas. O resultado é que o enorme recurso existente está sendo desperdiçado uma vez que os produtos não são entregues aos mercados em condições aceitáveis. Potencial para a criação significativa de emprego e envolvimento maior da comunidade rural na produção agrícola está sendo perdido também. O Packhouse, objecto deste Plano de Negocio, é uma infra-estrutura produtiva privada (projecto âncora) no sector hortofrutícola, que vai de longe, solucionar o constrangimento principal, que o sector actualmente enfrente: a incidência de mosca de fruta, que impede a exportação de fruta não processada correctamente e em conformidade com as normas internacionais. A unidade de processamento estará localizada centralmente no distrito de Gondola, na localidade de Inchope, para deste modo se aproveitar também a produção de fruta do sector familiar de toda a zona Centro do país. Ao mesmo tempo esta localização centralizada permitirá o escoamento do produto acabado para os principais mercados nacionais e internacionais. O projecto envolve produtores do sector familiar provenientes de distritos com grande produção fruteira nas províncias de Manica e Sofala, nomeadamente Gondola, Manica, Sussundenga, Barué, Nhamatanda, Gorongosa e Chibabava. Para os produtores comerciais, promotores deste empreendimento, uma unidade de processamento de manga, certificada pela GLOBALGAP, é a única opção económica para a exportação de manga fresca para o mercado lucrativo de Africa do Sul, mas também para o principal mercado doméstico de Maputo e Matola. O actual fornecimento de manga para processamento em Joanesburgo para usar cortada em saladas é demasiado pequeno (actualmente existe um só comprador) e tem custos elevados e consequentemente, margens muito reduzidas.
  • 9. PN Packhouse / unidade de secagem (CAFM) Abril 2013 9 0.3 Impacto do Projecto nos grupos alvos e beneficiários finais Esta unidade fabril vai contribuir para um aumento da produção de frutas nas Províncias de Manica, Sofala e Zambézia com garantia de mercado para frutas de primeira qualidade e também para as de segunda que podem ser processadas. A empresa irá fornecer uma solução de logística, acondicionamento ou processamento, e comercialização a potencialmente centenas de pequenos produtores de fruta no Corredor da Beira através de uma facilidade de armazenamento, classificação, acondicionamento, tratamento, secagem, conservação, empacotamento e comercialização. O efeito multiplicador deste projecto é substancial na criação de postos de trabalho directos (no packhouse) e indirectos (nos pomares e machambas dos produtores a pequena e media escala). Esta unidade também aumentará o conhecimento do País como produtor e processador de fruta na arena internacional; um marco que já foi perdido há alguns anos. A presente intervenção vai melhorar o desenvolvimento da indústria de manga e de frutas em geral, no Corredor da Beira através de uma aceleração da demanda internacional. Além disso, o desenvolvimento do sector de hortifruticultura vai diversificar as fontes de rendimento para o País.
  • 10. PN Packhouse / unidade de secagem (CAFM) Abril 2013 10 1. VISÃO / MISSÃO / OBJECTIVOS O Consórcio de Fruticultores Associados de Manica (CFAM) pretende, criar uma unidade de acondicionamento e processamento de fruta (packhouse) a ser sediado na zona de Inchope, Distrito de Gondola, Província de Manica. Este packhouse irá trazer as seguintes vantagens para produtores comerciais:  Dar acesso da manga fresca (acondicionada seguindo requisitos internacionais) ao mercado Sul-Africano, visto que estas frutas seriam lavadas em água quente (pasteurização) e mitigando assim o risco de contaminação da mosca da fruta. Este mercado é de grande importância dado a sua rentabilidade.  Abrir o acesso ao mercado doméstico de Maputo / Matola; importante por causa dos volumes comercializados e preços atractivos.  Aumentar o rendimento destas culturas já que esta unidade irá ter a capacidade de processar o fruto de segunda classe; através de secagem, processamento em Atchar ou conservação em compotas, geleias, etc. e ainda a possibilidade de produzir polpa com objectivo de transformar em sumo que é um mercado emergente. Esta diversidade irá garantir o mínimo de desperdício possível.  Futuramente a exportação de manga para Ásia e outros mercados internacionais onde a incidência de mosca de fruta não constitui problema. O seu processamento (banho quente, polimento e aplicação de fungicida) vai aumentar o período de utilização, reduzindo assim a sua perecibilidade que é fundamental visto ter que aguentar o período de transporte marítimo.  Melhorar o valor acrescentado no produto através da graduação, polimento e embalagem pare retalho de manga e embalagem de ananás, banana e outras frutas. Os impactos esperados da existência desta unidade de processamento nos pequenos produtores serão os seguintes:  Aumento da produção e renda dos produtores familiares localizados ao longo do corredor da Beira provenientes da comercialização de fruta.  O sector agrícola é o principal empregador na área e a actual crise da Mosca de Fruta está ameaçando a produtividade e a rentabilidade da actividade agrícola. A empresa vai fornecer uma saída de mercado para os pequenos produtores de frutas que agora se ressentem da concorrência dos produtores comerciais e / ou enfrentam dificuldades para colocar os seus produtos nos mercados.  Maior benefício do projecto será obtido pelo sector rural não qualificado da população. O amplo processo de compra, num raio de cerca 150 km, vai envolver centenas de produtores locais. Áreas específicas abrangidas serão Macate (Gondola), Sussundenga, Manica e Tica (Nhamatanda) para frutas como manga, banana, laranja, tangerina, limão e Muxungué (Chibabave) para abacaxi e ananás.
  • 11. PN Packhouse / unidade de secagem (CAFM) Abril 2013 11  Prevê-se que o melhoramento de acesso aos mercados formais, irá trazer vantagens para pequenos agricultores, como por exemplo: o Preços dos produtos melhorados; o Redução de custos logísticos; o Um mercado mais estável; o Aumento da demanda; o Acesso a mercados internacionais (através da conservação da sua produção); o Aumento da qualidade devido aos requisitos de qualidade na exportação; o Melhor fluxo de informação; o A possibilidade de multiplicação de números de produtores de mangas e outras frutas com o estabelecimento da unidade que garanta um mercado para sua produção. Para a empresa são objectivos deste empreendimento, entre outros:  Garantir os padrões de qualidade de produto e a sua penetração no mercado. (garantir os padrões de consumidor)  Facilitar a expansão de negócio e diversificação do produto  Melhoramento de acesso aos mercados;  Uma variedade de fruta e vegetais pode ser obtido praticamente o ano inteiro e processada de acordo com a sua sazonalidade Para a comunidade em geral, as vantagens incluem:  Emprego permanente para pelo menos 20 pessoas, entre operadores / técnicos, gerente geral, auxiliares administrativos, gerente de produção e operadores de máquinas.  Disponibilidade de pelo menos 50 postos de trabalho sazonal durante os meses de colheita entre Novembro a Fevereiro de cada ano.  A criação de consumo de fruta fresca processada e seca na região centro do País e com possibilidade de expansão para o resto da região.  O eventual aproveitamento da casca e o caroço da manga para a indústria de rações e da casca de outras frutas para a produção de biogás.  O melhoramento da balança de pagamentos com a exportação de frutas e arrecadação de divisas para o País. O projecto não só é viável e sustentável a longo prazo, mas também é essencial para o crescimento e estabilização das cadeias de valor de manga, banana e ananás. As soluções fornecidas pela intervenção irão fornecer estabilidade para as cadeias de valor e incentivar o crescimento sustentado.
  • 12. PN Packhouse / unidade de secagem (CAFM) Abril 2013 12 2. DESCRIÇÃO DO PROJECTO A fim de atender às exigências de exportação de manga, uma unidade de processamento e empacotamento tecnicamente avançada é uma necessidade sine qua non. O objectivo deste projecto é essencialmente uma unidade de processamento de manga e outras frutas para classificação, processamento, empacotamento e armazenamento refrigerado de frutas, acrescentando assim uma parte vital e actualmente inexistente no pipeline de exportação. A empresa irá fornecer um serviço de logística que garante a continuidade da cadeia de frio para o produto embalado e comercializado através da empresa. 2.1. Identificação dos sócios, Distribuição do Capital Serão accionistas da empresa em estabelecimento, com iguais participações no capital, os quatro membros do Consórcio de Fruticultores Associados de Manica (CFAM), nomeadamente os Senhores Pedro A. A. Paulino, Sergio P. Yé, Joaquim Langa e Pascoal A. Alves de Castro. Muito recentemente, a Agência de Desenvolvimento Económico da Província de Manica (ADEM) tem mostrado o seu interesse em associar-se ao negócio, através duma comparticipação de equipamento de processamento de fruta (conservação, polpação, etc.) em seu poder, cujo valor de compra está estimado em USD 220,000, equivalente a aproximadamente € 168.300. Os pormenores técnicos com relação a sua participação no negócio serão acertados oportunamente. 2.2. Enquadramento Legal A empresa em estabelecimento será uma Sociedade de Responsabilidade Limitada, devidamente registrada, administrada por um Conselho de Administração e pelo Director Executivo. 2.3 Descrição da Actividade, Produtos e Serviços O Projecto vai fornecer um pipeline sustentável aos mercados para os agricultores que serão encorajados a expandir sua produção como resultado da instalação duma facilidade de acondicionamento e processamento de frutas tropicais e vegetais. As demonstrações financeiras reflectem a situação das Unidades de Empacotamento e de Processamento em conjunto. Pretende-se que o packhouse opere como uma unidade independente (profit centre – centro de lucro) oferecendo serviços de acondicionamento e processamento aos produtores comerciais da manga, tanto membros do consórcio como outras empresas existentes ou futuras interessadas neste serviço de logística. A comercialização, em princípio fica sob responsabilidade de cada produtor.
  • 13. PN Packhouse / unidade de secagem (CAFM) Abril 2013 13 Para economizar as instalações durante o período fora da época da manga, será levado a cabo o processamento (secagem e conservação) e comercialização de fruta seca. Adicionalmente, a empresa vai fornecer uma solução de logística, processamento, conservação, embalagem e comercialização a potencialmente centenas de pequenos produtores de fruta no Corredor da Beira através de uma facilidade de classificação, tratamento, secagem, acondicionamento, armazenamento e comercialização. 2.4. Localização A unidade será implantada em Moçambique, província de Manica, distrito de Gondola, Posto Administrativo de Inchope. As áreas de produção comercial da manga, propriedade dos promotores deste investimento, localizam-se na zona de Dombe e Revue, no distrito de Sussundenga. Para além disso, a unidade fabril de processamento visa abranger pequenos produtores de varias frutas, provenientes de pelo menos seis dos oito distritos abrangidos pelo Programa de Apoio ao Desenvolvimento Rural das Províncias de Manica e Sofala (PADR). Sendo neste caso concreto os distritos de Gondola, Manica e Sussundenga na Província de Manica, e os distritos de Nhamatanda, Gorongosa e Chibabava na Província de Sofala. 2.5. Equipa de Gestão O Projecto será gerido por uma equipa de gestão, nomeado pelo Consórcio de Fruticultores Associados de Manica (CFAM) e pela ADEM nas fases de desenvolvimento, planeamento e implementação. Pretende-se contractar o senhor Claudio Ezequiel Gundana para gerir a futura unidade de processamento de frutas. Ele já tem uma experiencia prévia numa área similar, i.e. participou na montagem e gestão da fabrica de sumos e compotas de Macate durante os últimos 3 anos. O senhor Gundana possui uma Licenciatura em Agro-negócio pelo Instituto Superior Politécnico de Manica (ISPM) e trabalha para a ADEM desde o ano 2010. Ele tem experiência em promoção de actividades geradoras de rendimento adquirida em projectos de FHI, Essor, FAO, entre outros. Todos os quatro membros do Consórcio são proprietários / representantes de empresas agro-pecuárias. Portanto, estes possuem alguma experiência em gestão de empresas deste ramo. Todos membros têm formação superior em agronomia ou agro-negócios e todos são de nacionalidade Moçambicana. 1. Pedro António Armando Paulino tem um Mestrado em Estudos Agrícolas (Gestão e Desenvolvimento Rural) da Universidade de Queensland, Brisbane, Austrália. Para além de ser proprietário singular do estabelecimento hoteleiro com 18 quartos, chamada ‘Manica Lodge’; Pedro é agricultor privado de produção de fruteiras: manga e líchias (2008-2013); produção de gado de corte (1994-2012); produção de tabaco Burley e cereais (1992-1995) e produção avícola (1989-1990).
  • 14. PN Packhouse / unidade de secagem (CAFM) Abril 2013 14 Desde 1997 até a data ele desempenha a função de Coordenador de Projectos para a agência de cooperação Alemã (GTZ). Entre 1988 e 1995 desempenhou as funções de Chefe de Serviços e de Director Provincial em Manica dentro do Ministério de Agricultura. 2. Sérgio Pereira Yé é o gestor geral de CODFARM - Agro-pecuária e Prestação de Serviços, Lda responsável para a produção e recursos humanos. Sérgio tem um Bacharelato em Engenharia Rural e um Mestrado em Economia Agrícola da Universidade de Queensland em Austrália. De 1991 a 2000 Sérgio estava envolvido em actividades de Extensão Rural trabalhando para o Ministério da Agricultura, onde ele lidou com diferentes culturas alimentares e comerciais, horticultura, incluindo árvores fruteiras, irrigação, etc. Durante este período, como um hobby, Sérgio dedicou cinco anos a produção de produtos hortícolas. Desde 2002 ele está a produzir tabaco Virgínia. Esta operação foi desenvolvida numa quinta em Sussundenga com 100 ha de terra, dos quais 30 ha limpas. Em 2006 o CODFARM iniciou a produção de codornizes para o mercado local, que agora produz uma média de 600 codornizes embaladas. Entre 1998 e 2000 produziu em média 1,000 frangos por mês para venda na província de Tete e entre 1993 e 1997 cultivou vegetais diferentes em 1,0 hectare com irrigação de gravidade em Belas Manica para vender principalmente na Beira. De 1988 a 1991 foi técnico de irrigação na Secretaria de Estado de Hidráulica Agrícola. Em 2006 foi empregue pelo FIDA como Assessor em Extensão. 3. Joaquim Sidónio Raimundo Ofiço Langa é proprietário de uma empresa Unipessoal que se dedica a Produção de mangas e criação de gado. Licenciado em Medicina Veterinária pela Universidade Eduardo Mondlane (1988) e com Mestrado em Produção Animal e Nutrição pela Universidade de Aberdeen na Escócia, Reino Unido em 2004. Desenvolveu actividades de pecuária, criação de poedeiras como hobby (1990 a 1994), de gado bovino de corte e ovinos desde (1991 a 2013). Joaquim é produtor de mangas em Manica onde desenvolve desde 2009 a instalação de um viveiro e a plantação de mangueiras e criação de Gado bovino de corte e caprinos. De 1988 a 2005, Joaquim desenvolveu actividades técnicas ligadas ao MINAG, ao nível das Províncias de Sofala como Veterinário distrital e Gaza como Chefe dos Serviços Provinciais de Pecuária (1993 a 2004), tendo depois sido transferido para assumir funções de direcção na DPA da Província de Manica. Desenvolveu actividades inerentes a extensão, programas de repovoamento e reabilitação pecuária e no contexto geral de desenvolvimento rural. Desde 2006 Consultor e Gestor Nacional da iTC – Iniciativa para terras Comunitárias gerido pela empresa KPMG. 4. Pascoal Adriano Alves de Castro é Director e proprietário da empresa Lucite Empreendimentos Lda, com a sede em Chimoio que se dedica às actividades de agro- pecuária e silvicultura (produção e venda de mudas de fruteiras, essências florestais nativas e exóticas, produção e exportação de frutas tropicais (Manga híbrida) entre outras actividades ligadas ao maneio geral de plantas e meio ambiente. Sendo técnico sénior em agro-negócios ele tem grande experiência na área de gestão de negócios agrícolas, assistência técnica e formação (área agro-pecuária), micro-finanças e Serviços de Desenvolvimento de Negócios. Ele tem vasta experiência em desenvolvimento de associativismo e liderança e implementação de actividades geradoras de rendimento adquirida em projectos de ChildFund, FAO, ACDI/VOCA, AfriCare, entre outros. A Agência de Desenvolvimento Económico da Província de Manica (ADEM) é uma instituição sem fins lucrativos com o conjunto dos membros composto por instituições
  • 15. PN Packhouse / unidade de secagem (CAFM) Abril 2013 15 locais públicas e privadas. Ela foi criada para promover o desenvolvimento económico local, na província de Manica, através de actividades produtivas que incluem apicultura, avicultura, chá e empresas que adicionam valor, tais como processamento de frutas e vegetais. ADEM também está envolvida na promoção do empreendedorismo através da prestação de Serviços de Desenvolvimento de Negócios e micro-finanças e tem estabelecido um fórum de negócios visando promover o diálogo entre os sectores público e privado. Para além das capacidades específicas destes gestores / accionistas, serão usados consultores internacionalmente reconhecidos nas fases iniciais do projecto para que a implementação seja correta e fundamentada. 2.6. Organização Funcional e Organigrama A unidade de acondicionamento e processamento ficará sob direcção do Consórcio de Fruticultores com funções especializadas sendo introduzidas em níveis adequados. 2.7. Recursos humanos Guiados pelos membros do Consórcio, a equipa de gestão será recrutada e treinada localmente. Figura 1: Organigramo da empresa
  • 16. PN Packhouse / unidade de secagem (CAFM) Abril 2013 16 A fábrica dará emprego local a tempo inteiro, para 20 pessoas, incluindo 2 gerentes, operadores qualificados para acondicionamento de manga, secagem, conservação, embalagem e sistema de refrigeração, oficial de marketing, encarregados de armazém, recepção e expedição, operador de empilhadora e faxineira. Como uma instalação que opera durante vários meses, mas não durante todo o ano, o número de funcionários dedicados em tempo integral será limitado. Até 25 trabalhadores temporários, predominantemente do sexo feminino, serão contratados na época da colheita para limpeza e descasque de frutas. Tanto quanto possível, o trabalho manual será utilizado para o descasque dos frutos e a embalagem e rotulagem das caixas e outras embalagens. 2.8. Ambiente Social e Cultura de Empresa A empresa, dará emprego nas instalações em Inchope a pelo menos 25 trabalhadores sazonais e um staff permanente de 20 pessoas. Em Inchope não existem grandes empregadores formais; portanto uma unidade de processamento situada na periferia de Inchope será bem acolhida pelo governo e pela comunidade da localidade. Com visto a estabelecer relações jurídico-laborais internas, será elaborado e acordado com a representação de trabalhadores, um Regulamento Interno, que tem como objectivos a elevação do nível de prestação de serviços, boas relações de trabalho, consolidação da disciplina laboral, bem como a estabilidade económica da empresa. O referido Regulamento constituirá um dos esteios da política de desenvolvimento do capital humano que assenta na trilogia: afectação de acordo com as aptidões e Figura 2: Recursos Humanos empregos pela empresa
  • 17. PN Packhouse / unidade de secagem (CAFM) Abril 2013 17 necessidades; desenvolvimento permanente de competências através da formação em exercício e outras e valorização em termos de carreira profissional. Com efeito, a valorização da pessoa humana assenta não só na clarificação das carreiras profissionais e qualificadores de função bem como numa escala remuneratória que corresponda a justa contrapartida pelo trabalho prestado associada a critérios de estímulo e bonificação adequados. 2.9. Meios Operacionais e Logísticos Na fase de instalação, a empresa irá utilizar fornecedores locais, sempre que for possível, embora a maioria do material para as linhas de empacotamento, equipamento de classificação, instalação de secagem, etc. Tenham de ser adquirida no exterior, sobretudo da Africa do Sul. As mais importantes empresas regionais para a montagem já foram contactadas para os componentes de refrigeração, secagem, linhas de classificação / acondicionamento e de embalagem. Fabricantes locais e empresas de construção civil estarão engajados para fornecer componentes da unidade fabril a ser construída profissionalmente. O consórcio já identificou as empresas transportadoras de camiões frigoríficos (reefer trucks) para mover o produto fresco para os diferentes mercados e para os portos de saída. Será necessário adquirir transporte para escoar caixotes (bulk bins) de 500 kgs de fruta cada, das plantações para a unidade fabril, junto com uma empilhadora de garfo. Os grandes agricultores individuais serão, em parte, responsáveis pela entrega da manga fresca à unidade de acondicionamento. Para angariação de produto dos pequenos agricultores, que não possuem meios logísticos, a empresa vai usar parcialmente o seu próprio transporte.
  • 18. PN Packhouse / unidade de secagem (CAFM) Abril 2013 18 2.10. Tecnologias/Logística/Organização da produção (traçado; diagramas e fluxos de produção) / Qualidade / Ambiente / I&D Transport e Produção Insumo s Acondicionamento Armazenamento Transporte Desalfandegamento Comercialização Mercados Camiões: plantação para packhouse Mão-de-obra Fertilizantes Mudas Agua DieselInsecticidas Transporte fretada: reefer 30 MT Contentor frio Pequenos camiões Maputo ou fronteira Machipanda Porto Beira ou Maputo Pequenos camiões Plantações comerciais de manga Classificação, acondicionamento Armazenamento frio Processamento (secagem/conservação) Sector familiar Armazenamento (seco) Alliance Fruit (RAS) Media Oriente / Asia Africa do Sul: fruta fresca / fresh cut Mercado fresco Beira, Tete, Maputo Exportação fruta seca Grosista fruta seca (RAS?) Figura 3: Cadeias de Fornecimento de Manga e outra fruta processada
  • 19. PN Packhouse / unidade de secagem (CAFM) Abril 2013 19 2.10.1 Áreas de produção da fruta Em Moçambique plantações de mangueiras podem ser encontradas em todo território, tendo um grande potencial de produção em muitas partes do país assim como outras frutas tropicais e subtropicais. Por muitos anos, a produção de manga, foi para consumo e mercado local de variedades quase nativas. A produção comercial de manga em Moçambique é recente. Actualmente plantações de tipo comercial encontram-se na província de Manica, situada a aproximadamente 150 metros acima do nível do mar, possuindo condições agro- ecológicas ideais que permitem colher 3 - 4 semanas mais cedo que na África do Sul e outras regiões de clima subtropical, oferecendo um produto de alta qualidade, especialmente se tiver condições de rega. Devido às características agro-ecológicas, a zona centro do pais e em especial a província de Manica e Sofala já foram das principais exportadoras de fruta do país em particular de citrinos. Mais recentemente, as regiões do Dombe / Sussundenga, Machaze na província de Manica e Gorongosa e Muxungué na província de Sofala tem-se distinguido na produção e comercialização nacional e exportação de fruta como banana, manga, líchias, ananás, e ainda abacaxi, macadamia e papaia. É extremamente difícil estimar os volumes de fruta anual disponíveis para o mercado em todas classificações de qualidade. Como referência pode servir o seguinte. A área plantada com bananeiras somente na zona de Macate, ronda em 14,000 hectares. Calculando com um rendimento extremamente em baixa de 10 MT por hectare, isto significa uma produção anual de pelo menos 140.000 toneladas, principalmente das variedades tradicionais como Cavendish, mas gradualmente também com variedades comerciais como Williams. As plantações comerciais estão estimadas no mínimo em 150 hectares com uma produção anual teórica de 6.000 toneladas de variedades comerciais. As variedades da manga cultivadas pelo sector familiar são na sua grande maioria variedades não-comerciais. Assim somente o segundo grau da produção comercial vai ser processado (secagem, polpação e conservação). Em relação ao ananás e ao abacaxi a situação é mais diversa. Ananás é produzido em muitos dos distritos abrangidos pelo projecto, incluindo Manica, Sussundenga e Gorongosa. O abacaxi de Muxungué tem muita fama, mas sofre de difícil acesso aos mercados. Alguns anos atrás a área plantada com ananás e abacaxi em Muxungué rondou os 2.700 hectares com, uma produção teórica de 27.000 toneladas. Mais de 90 % das plantas são da variedade chamada “Smooth Cayenne”, que é particularmente apropriada para processamento em polpa. Menos de 10% é da variedade MD2, preferida pelos consumidores nos mercados internacionais. Salienta observar que os consumidores Moçambicanos geralmente tem uma preferência para o ananás de tamanho pequeno. A comparticipação do sector comercial desta zona, pequeno e médio, nestes volumes de produção nos últimos três anos é estimada em 90% para manga, de 30 % para ananás de e de menos de 25 % para banana.
  • 20. PN Packhouse / unidade de secagem (CAFM) Abril 2013 20 2.10.2 Planificação da produção da manga Para a planificação da produção da manga a ser canalizada através da Unidade de Processamento, calcula-se com os seguintes empreendimentos comerciais: Tabela 4: Previsões da produção da manga Nome do Produtor Área disponível (há) Área Plantada Volume de produção (MT) Actual Plantação prevista Total Actual 2013/4 Previsão 2017/18 Pedro Paulino 50 28 16 44 144 456 Sérgio Yé 50 20.5 16 36.5 42.5 183.5 Pascoal Alves 50 4 32 36 16 150 Joaquim Langa 50 6 10 16 30 180 Pinto Agro Pecuária* 100 30 0 30 340 560 Total 300 88.5 74 162.5 572.5 1.529.5 (*) O Pinto Matavel não faz parte do Consórcio CFAM, mas está interessado em canalizar a sua produção através deste packhouse. Neste momento somente o Pedro Paulino tem áreas com rega: 20 ha já com sistema de irrigação operacional e 8-12 hectares que serão instalados possivelmente este ano. Pinto Matavel possui uma das maiores áreas plantadas entre os produtores moçambicanos e com produção há mais tempo. O Pascoal Alves tem um projecto de irrigação de 12 hectares aprovados e outros projectos estão ainda em fase de estudo. Com o aumento da área irrigada ao longo dos anos, pode se esperar uma melhoria significativa na produtividade por hectare (até MT 16 / ha) e da qualidade da fruta, expresso num pack out rácio de fruta de primeira qualidade entre 75 e 85 %, em vez dum rácio actual previsto de 65%. A EAM já dispõe duma unidade de acondicionamento de manga nas suas instalações em Dombe e conforme informação prestada pelo seu gestor poderá estar interessado em canalizar somente a sua produção de segundo grau através do packhouse em Inchope, para processamento (secagem, Atchar e polpação) dependendo das condições oferecidas em termos de serviços de qualidade e preços. 2.10.3 Aquisição de outras frutas Pela sua localização centralizada em Inchope, no cruzamento das principais vias rodoviárias, a N1 (Maputo – Nampula) e N6 (Beira – Machipanda e ligação com a N7 para Tete), o packhouse prevê aproveitar do movimento existente de frutas e vegetais ao longo destes corredores para comprar dos intermediários e transportadores, matéria- prima diversa para processamento na fábrica. Deste modo deve ser possível capturar produção de zonas tão distantes como Nicoadala no norte, Bárue no oeste e Muxungué no sul. Para certos produtos como abacaxi, serão montados em postos estrategicamente localizados, pequenos centros de recolha, a serem geridos pelas associações de produtores. A empresa dará apoio à gestão do centro de recolha, incluindo um sistema de bónus, com base no volume de negócios realizado. O comprador da empresa visitará esses centros de recolha em momentos pré-determinados para comprar o produto. Isso
  • 21. PN Packhouse / unidade de secagem (CAFM) Abril 2013 21 vai eliminar o uso de intermediários, que geralmente recebem a maior margem dos proveitos das vendas, permitindo relações comerciais ‘win-win’ em que os pequenos agricultores beneficiam-se de preços mais atractivos e garantindo a empresa de fornecimento atempado de produtos de qualidade. É difícil estimar a proporção da produção total do sector família que será absorvida pela fábrica. No entanto, o valor correspondente de frutas compradas de pequenos produtores poderia ser tão alta quanto € 100,000 por ano, a um preço médio da compra de € 0,12 / kg e baseado numa entrada de fruta fresca de 800 toneladas por ano. 2.10.4 Sazonalidade de produção Manica beneficia pelo facto de poder produzir colheitas mais cedo que os produtores Sul- africanos. Entretanto a janela apresentada pelo mercado Sul-africano não pode ser actualmente aproveitada pelos produtores da manga devido ao surgimento da mosca da fruta. A época da colheita da manga corre de meados de Novembro até o fim de Fevereiro, dependendo da variedade, conforme a tabela a seguir. As épocas de boa colheita das outras frutas a ser processadas (principalmente banana e ananás) na unidade variam entre Dezembro e Marco. A banana produz-se praticamente durante o ano todo, mas ela perda muita qualidade na época seca. O ananás de Muxungué está muito doce durante o verão, mas torna-se um pouco azedo durante o inverno, que pode comprometer o processo de secagem, por causa do conteúdo de açúcar baixo. Tabela 5: Sazonalidade de fruta a ser processada pela unidade fabril Sazonalidade de fruta Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Manga fresca Tommy Atkins Novembro 21 fim de Dezembro Kent fim Dezembro a fim do Janeiro Keitt fim Janeiro a fim de Fevereiro Fruta p/processamento (secagem) Banana baixa qualidade no inverno Ananás azede no inverno Na tabela pode se ver que a época de colheita de ananás durante o verão coincide largamente com a época de colheita de manga. Deste modo seria um pouco difícil atingir as complementaridades previstas no processamento do ananás e da manga. O ananás pode ser armazenado por algum tempo, mas isto vai até um certo nível encarecer o custo do produto. O equipamento a ser instalado é multifuncional no sentido de poder processar uma vasta gama de frutas e vegetais em produto seco, compota, marmelada, sumo, Atchar, polpa, geleia, etc. etc.; mas os mercados para estes produtos são largamente ainda por desenvolver, com a excepção notável de papaia seca. 2.10.5 Cálculo de Capacidade das unidades A unidade de acondicionamento da manga baseado em Inchope terá um período máximo de 90 dias, correspondendo ao período de colheita, para processar as 1.600 toneladas da manga, proveniente dos cinco produtores (veja secção 2.10.2). Entretanto, no período
  • 22. PN Packhouse / unidade de secagem (CAFM) Abril 2013 22 de três semanas entre o dia 10 de Dezembro e o início de Janeiro regista-se um período de produção máximo (pico), em que até 800 toneladas serão processados em três semanas. Contando com o processamento em 2 turnos de 8 horas durante este período de produção máxima, a capacidade instalada do equipamento de classificação, lavagem, enceramento, polimento e classificação da manga deve ser um mínimo de 20 toneladas por turno normal de oito horas por dia. Em conformidade com o conselho do Especialista em Agro-processamento, calculamos com um pack-out ratio de manga de primeira classe de 65%. O que significa que se prevê que 65 % das frutas de manga que entrarem no packhouse, reúnem os requisitos mínimos em termos de tamanho, peso, cor, maturação, configuração, etc. exigidos pelos mercados de exportação e o mercado de alto valor em Maputo. Com a acessibilidade do mercado doméstico principal de Maputo, uma parte considerável da manga de segundo grau poderá ainda ser vendida nos mercados locais menos exigentes, estimado em 20% da produção inicial. A restante fruta vai ser processada, para secagem ou conservação. Isto implica um máximo de 15% de 20 toneladas da fruta fresca, sendo 3 toneladas por dia (ou 6 toneladas no período da produção máxima). Ao mesmo tempo vai ser comprado uma quantidade similar de bananas e ananás para processamento. Isto significa que a capacidade do equipamento de processamento deve ser entre 3 e 6 toneladas de fruta fresca por turno de secagem. 2.10.6 Cadeia de frio e logística A parte importante da cadeia de valor é a gestão e constante manutenção da cadeia de frio, começando da pós-colheita até ao final de venda, e para o consumidor. Como tal, a logística (transporte) e cadeia de frio estão inextricavelmente ligados. É importante que a partir da colheita, o produto seja transferido o mais cedo possível para o ambiente de refrigeração, de preferência dentro de 6 horas. Durante o transporte as caixas (bulk bins) devem ser cobertas por rede impenetrável aos raios solares, para minimizar a queima pelo sol. Uma vez que o produto chegue ao packhouse, passa pela limpeza, polimento e classificação, depois disso, é novamente guardado na câmara de frio ou imediatamente carregado nos camiões de frio para a distribuição ao Mercado ou ao porto marítimo. Quando o produto for destinado para mercados ultramarinos, é carregado nos contentores de frio no packhouse. As temperaturas são mantidas a 8 – 10 graus Celsius. Cadeia de Frio / Logística Colheita Mangas carregadas nos bulk bins e transportadas pelo tractor para packhouse Operações de packhouse e Mangas armazenadas nas salas de frio antes do despacho Transportado para o Mercado nos contentores ou camiões com refrigeração
  • 23. PN Packhouse / unidade de secagem (CAFM) Abril 2013 23 Do momento em que as mangas classificadas e empacotadas deixam a linha de empacotamento, e entram nas salas de frio, devem permanecer ao frio a 8 – 10 graus Celcius até a venda final. O colapso na cadeia de frio pode ter consequências desastrosas, por isso, é de grande importância que os operadores confiados e experientes carreguem o produto, passando por todas as fases de cadeia de frio ‘do pomar para o prato’ 2.10.7 Acondicionamento da manga As operações de acondicionamento cobrem o tempo em que o produto entra no packhouse até no tempo em que sai do packhouse. Uma vez que o produto chega no packhouse, o fluxo de processo seguinte sumariza a cadeia de eventos que ocorrem dentro do mesmo. 1) Recepção – O produto é pesado, classificado e registado com o número de plantação, a classificação de qualidade e o peso; 2) Pré-selecção manual – para eliminar produtos com defeitos óbvios; 3) Processamento – O produto entra para a lavagem, polimento, fase de classificação. A classificação é normalmente feita electronicamente com sensores de peso e classificação, separando o produto em diferente classificação; 4) Banho quente – As autoridades Sul-africanos em 2012 exigiam o tratamento da manga contra a mosca de fruta com água quente durante 5 minutes; 5) Empacotamento – Uma vez classificado, o produto é dado especificação de empacotamento e empacotado de acordo. Ex. Caixas de 2 ou 4 kg; 6) Registo – para pagamentos pelos produtores e designação do Mercado; 7) Paletizacao – as caixas são empilhadas em paletes de uso único; 8) Armazenamento de frio – aguardando expedição 9) Despacho para o Mercado
  • 24. PN Packhouse / unidade de secagem (CAFM) Abril 2013 24 2.10.8 Limpeza e descasque da fruta Descascar e cortar em fatias: Após a selecção da fruta destinada para processamento, a próxima etapa é descascar e cortar / fatiar a fruta. Trata-se dum trabalho bastante intensivo, utilizando ferramentas / máquinas operadas manualmente. A forma e tamanho das fatias dependem do restante processo de transformação ou das preferências do mercado. O equipamento melhor desenhado e simples de usar vem da empresa Kronen na Alemanha (www.kronen.eu). Lavagem e Preservação (para matéria prima a ser secada) 1. Depois de enxaguar em água, a fruta é drenada e colocada em tabuleiros ao ar seco. 2. Bandejas individuais com fruta são empurradas através de uma câmara onde uma solução de sódio meta-bi-sulfato é pulverizada sobre o produto. 3. As bandejas são colocadas em carrinhos e empurradas para dentro do túnel de secagem. Comercializaçã o Transporte Carregamento Polimento Classificação Armazém frio Embalagem Lavagem Recepção Registo Aceitação / rejeição Registar peso / número / grau de qualidade Mangas descarregado no banho de lavagem e classificação das frutas Parte final do processo de preparação; incl. polimento, classificação e embalagem caixas no armazém frio carregadas no camião para expedição despacho para o mercado REGISTODOFLUXODEPRODUTO CADEIADEFRIOCRITICA Figura 4: Fluxo do processo de acondicionamento de manga
  • 25. PN Packhouse / unidade de secagem (CAFM) Abril 2013 25 Preservação com SO2 é o processo mais fiável e amplamente utilizado. Ele prolonga a vida de prateleira do produto com até 6 meses. Processamento livre de conservantes envolve embalagem especializada caro, (gás nitrogénio, vácuo, etc.) e deve ser explorado apenas sob demanda. 2.10.9 Processamento da fruta e vegetais (secagem ou conservação) Secagem: Quatro carrinhos, cada um com 120 bandejas de malha de aço inoxidável (500 x 500 milímetros) são capazes de manter 3,5 kg de fatias de frutas cada, totalizando 1.600 kg de frutas para ser secado num lote. Todos os quatro carrinhos são carregados e o lote levaria 8 - 10 horas antes da remoção. A secagem é feita durante a noite. Quando o produto está pronto os aquecedores desligam-se automaticamente. Próxima manhã as bandejas de frutas são esvaziadas para uma correia transportadora para a classificação e inspecção e embalado imediatamente. Com a participação prevista da ADEM em forma de equipamento de conservação, o packhouse, localizado dentro de uma das maiores áreas de cultivo hortofrutícola, irá processar frutas e hortaliças frescas, cultivadas organicamente por pequenos agricultores. A gama de produtos que podem ser fabricados inclui: geleia, geleia-´spread’, compota rígida, ‘ripple’ (ondulação) para o iogurte e sorvete, geleia sem açúcar, marmelada, jam, sumo, concentrado, etc. Compota (jam) é um produto geleia através da conversão de frutos frescos com açúcar em um alimento pasta que pode ser preservada por um longo tempo. Dessa forma, é possível manter as propriedades de sabor, e nutrientes da fruta. Nenhum conservante ou aromatizante artificial será usado. Os produtos estarão tanto enlatados como engarrafados e comercializados nos principais supermercados e através de grossistas para estabelecimentos menores em todo o território nacional. Como a manga será a fruta principal a processar no packhouse, a produção de Atchar vai ser de primordial importância. O Atchar mais comum em estilo asiático é feito de manga e limão com concentrações elevadas de sal, azeite e temperos que actuam como conservantes. Este produto de baixo custo será vendido em baldes plásticos de tamanho familiar de 2 ou 5 kg.
  • 26. PN Packhouse / unidade de secagem (CAFM) Abril 2013 26 2.10.10 Tecnologias (equipamentos e maquinaria) O packhouse vai albergar quatro componentes principais para o acondicionamento, processamento, embalagem, armazenagem de fruta e alguns equipamentos auxiliares.  A linha de acondicionamento da manga;  A instalação para secagem de frutas e vegetais;  Um conjunto de equipamentos e máquinas para conservação;  Câmaras frigoríficas para a recepção e expedição de produto fresco. Instalação para acondicionamento da manga e outras frutas/vegetais composta por:  Tanque de imersão em fibra com sistema de bombeamento  Entrada com roletes em PVC com laterais em aço inox  Ventilador duplo  Aplicador de fungicida inferior  Aplicador de fungicida superior  Secador com roletes em PVC  Ventilador recto duplo com duas cortinas sanitárias  Aplicador de cera com escovas e conjunto de bombeamento e tanque  Secador com roletes galvanizados  Produtor de ar quente  Classificador com roletes transversais para 4 (quatro) tamanhos  Banquinho para apoio de caixas Para além de manga, a linha de acondicionamento seria capaz de classificar outras frutas e vegetais como tomate, limão, toranja, laranja, tangerinas, batatas, etc. que são todas produzidas na área. O sistema consiste dum classificador computorizado que é capaz de classificar o produto pelas seguintes características: peso, dimensão, cor, qualidade exterior (IQS), qualidade interior (IQS) e elimina automaticamente a fruta com peso inferior. Dependendo dos requisitos de mercado o produto pode ser tratado com fungicida e / ou cerra para protegê-lo e alongar a sua vida de prateleira. As autoridades sul-africanas exigem neste momento a imersão em água quente durante 5 minutos para a manga (pasteurização). Figura 5: desenho da linha de acondicionamento de manga (vista lateral)
  • 27. PN Packhouse / unidade de secagem (CAFM) Abril 2013 27 Enquanto os produtores continuam exportar para o mercado fresh cut na Africa do Sul, a linha de acondicionamento será usado parcialmente para lavar e classificar a manga. Não haverá embalagem, uma vez que o produto é transportado em bulk bins. Uma instalação para secagem de frutas e vegetais. Propõe-se um sistema de lote (batch system) que consiste dum contentor de 20 pês de segunda mão modificado com aquecedor de ar adequado para produzir o vapor quente, um ventilador, condutos, chaminés e sistema de controlo. O contentor pode conter 4 carrinhos, cada um com 120 bandejas em malha de aço inoxidável de 500 x 500 milímetros, capaz de manter 3,5 kg de fatias de frutas cada, totalizando 1.600 kg de frutas para ser secado. A capacidade em termos de fruta seca varia de acordo com o tipo de fruta. A manga, por exemplo, consiste de 40% de fruta e 60% da pele e semente. Portanto 1,600 kg de fruta limpa corresponde a 4,000 kg de fruta fresca a ser processada por dia. O processo de secagem vai em ciclos de 24 horas: 2 horas para esvaziar o contentor, 2 horas para limpar os carrinhos e contentor; 3 - 4 horas para preparar e carregar e 16 horas para secar. Isto é um sistema bastante simples, adaptável as futuras necessidades, fácil de operar e controlar. Além do mais tem custos de manutenção baixos. Por um custo adicional de ± 40% seria possível adaptar a instalação a uma produção continua 24/7 que aumentará a capacidade com 75% de 4.000 kg a 7,000 por 24 horas. Vista lateral Vista superior Figura 6: Desenho da instalação para secagem de frutas e vegetais
  • 28. PN Packhouse / unidade de secagem (CAFM) Abril 2013 28 O revestimento das paredes do contentor em aço inox é compatível com as normas da CE para a certificação do produto. O componente do custo do aço inox é de aprox. 60% do custo total e é uma alternativa a considerar. Entretanto bandejas de plástico não são aconselhadas. O sistema de aquecimento, embora muito simples precisa de ser modificado às fontes de energia disponíveis / mais económicos no local de instalação. Durante a secagem o aquecedor precisaria de produzir ± 500 kg de vapor por hora. A Agência de Desenvolvimento Economico de Manica (ADEM) está disposta em participar neste negócio, através da disponibilização de nova maquinaria para processamento (polpação e conservação); que tem uma capacidade instalada de processar 5 toneladas por dia. A linha de conservação é versátil e pode processar uma variedade de frutas e vegetais como: líchia, maracujá, abacaxi, banana, caju, marula, manga, laranja, tangerina, limão, batata-doce, tomate, cenoura, etc. A oferta abundante de produtos garantirá uma produção contínua ao longo do ano. Câmaras frigoríficas para a recepção e expedição de produto. Estas Câmaras devem ter espaço suficiente para armazenar 3 dias de produção de manga ou 60 toneladas, dividida em uma Câmaras frigoríficas para recepção (MT 20) e duas para expedição (MT 40). (Este projecto prevê a compra de duas camaras.) A temperatura deve ser mantida entre 8 a 10 graus Celcius. Outro equipamento essencial para o funcionamento da unidade fabril:  Um gerador de emergência para minimizar interrupções no processo de acondicionamento da manga fresca e no processo de secagem.  Um sistema autónomo de água para abastecer a unidade fabril, incluindo um furo de mínimo de 50 metros de profundidade, uma torre de 6 metros de altura com tanque de água de 5 M3 , bomba submersível, painel de controlo e um sistema de filtragem. A área de Inchope é conhecido como uma zona com problemas sérios neste aspecto e a unidade vai ter que ter a sua própria fonte de água.  Meios de transporte como: o Empilhadora de garfo (para manusear os bulk bins e empilhá-las) o Viatura 4 x 4 pick-up o Atrelado com tanque para gasóleo de 2,000 litros o Opcionalmente: Camião com atrelado para 10 toneladas (para escoar produto do campa para o packhouse);  Opcionalmente a instalação dum Biodigestor: A unidade de processamento irá produzir toneladas de massa biodegradável (cascas, caules, poços e outros detritos do fruto), que poderão ser utilizados num biodigestor para produzir biogás para queimar nos termoacumuladores para produzir água quente para o banho de mangas e / ou vapor para a instalação de secagem.
  • 29. PN Packhouse / unidade de secagem (CAFM) Abril 2013 29 O ideal seria um arranjo com um criador de porcos para usar as cascas e restos para alimentar os porcos e em retorno receber o estrume dos animais para uso no biodigestor. Este sistema pode produzir até 50 % da energia necessária para o aquecedor. Vantagem adicional é que, após a digestão, o bagaço pode ser canalizado para os pequenos produtores como adubo orgânico. 2.10.11 Rácios da produção – secagem e processamento Conforme informações obtidas do especialista em processamento, para a secagem de 1 kg manga seca precisa-se 16 kg de fruto fresco: rácio 1 : 16. Estima-se que o rácio para a banana é 1 kg de fruta seca para cada 8 kg de fruta fresca (ou um retorno de 12 %) e para o ananás 1 kg seco para cada 14 kg (ou um retorno de 7%), mas isto depende também do tipo de secagem aplicado e o nível de humidade no produto final. Para banana e manga a humidade recomendada do produto seco e de 15 %. Para mais pormenores sobre a secagem consulta: www.fao.org/docrep/V5030E/V5030E0j.htm Manga: Num período de 90 dias (3 meses) entre Novembro e Fevereiro, um máximo de 15% de 1.600 toneladas ou 240 MT da fruta fresca do segundo grau vai produzir 15 MT de manga seca. Banana / ananás: A fábrica tem a capacidade de secar outras frutas fora do tempo de manga e durante 8 meses a unidade pode secar 280 toneladas de fruta fresca, correspondo a 25 MT de fruta seca; a um rácio médio de 11 kg fruta fresca par 1 kg de fruta seca. Outros frutos e vegetais: Adicionalmente a fábrica pode processar uma quantidade de frutas e hortícolas diversas em compotas, polpa ou sumo. A capacidade instalada é de 5 toneladas de frutas / legumes / hortaliças frescas; que dependendo do tipo de produto final resulta em 40 – 60 % de produto processado. (40% no caso de manga). Assumindo uma taxa de aproveitamento de 50% ao longo do ano, esta linha de processamento seria capaz de transformar 440 toneladas de fruta/hortaliça em 175 toneladas de fruta processada.
  • 30. PN Packhouse / unidade de processamento (CFAM) Abril 2013 30 2.10.12 Fluxo de Produção: processamento da manga e secagem de frutas Plantação comercial Sector familiar MANGA Colheita Selecção Embalamento (500 kg bin) Transporte local Banana, ananas Colheita Selecção Intermediário Comprador da empresa Recepção Classifi- cação Lavagem enceramento classificação Empacotamen to Armazé m frio Transporte local Conservaçã o da fruta 35 % Manga de 2a grau Limpeza descasca Selecção Venda no Mercado local Transporte frio Exportação Biodigestor Transporte via marítima Exportação Grossistas mercado local Transporte via terrestre 65 % da Manga
  • 31. PN Packhouse / unidade de processamento (CFAM) Abril 2013 31 2.10.13 ‘Layout’ - Traçado do packhouse Durante os próximos meses vai ser finalizada a aquisição do talhão na zona de Inchope com uma área de cerca de 1.500 m2 para o estabelecimento do packhouse. Especial atenção vai para a disponibilidade de água potável para a lavagem da fruta. O packhouse será uma estrutura em pilares de aço com telhado de chapas de zinco, dividido com paredes de separação e com tecto falso nas áreas de processamento, tudo conforme os requisitos de HACCP. A unidade fabril será composta por:  Uma linha para acondicionamento, classificação e embalagem de manga;  Uma instalação de secagem de frutas;  Áreas alocadas para preparação de frutas, lavagem, espremer frutas, polpação e outro processamento de frutas, controlo de qualidade e embalagem;  Zonas alocadas para a recepção de fruta fresca com uma rampa e espaço de manobra para camiões;  Duas câmaras frigoríficas para a recepção e expedição de fruta fresca;  Armazéns para materiais de embalagem e outros produtos usados nos processos;  Um Armazém para produto seco;  Uma plataforma para expedição com balança, rampa e espaço de manobra para camiões;  (Opcionalmente) um biodigestor, para produção de gás metano, para alimentar o termoacumulador; Figura 7: Traçado geral do packhouse
  • 32. PN Packhouse / unidade de secagem (CAFM) Abril 2013 32 Não incluso no desenho: o Primeiro andar mezanino acima de embalagem / expedição área para acomodar escritórios; o Bloco sanitário, vestiário, cantina; o Um gerador de emergência; o Um furo de água com torre e casinha de bombagem; o Uma pequena loja (banca) para venda de produtos frescos e processados ao público. o Uma vedação em volta do terreno com luzes de segurança; o Um portão de entrada com casa de guardas. 1. Classificação 3. Bacia imersão para controlar fungos 2. Bacia de lavagem 4. Banho de enceramento 5. Área de embalagem 1. Bacia de lavar 6. Carregamento de carrinhos 2. Descascadores 7. Túnel de secagem 3. Corta em fatias 8. Mesa de classificação 4. Câmara de pulverização 9. Máquina de embalagem 5. Carregamento de bandejas 10. Limpeza e lavagem de bandejas
  • 33. PN Packhouse / unidade de secagem (CAFM) Abril 2013 33
  • 34. PN Packhouse / unidade de processamento (CFAM) Abril 2013 34 2.10.14 Qualidade É importante entender a diferença entre o Protocolo de Qualidade e a Qualidade física da produção. A qualidade física (visual) do produto está sempre a aumentar nos mercados de alto valor, portanto, quando não haja fruta da primeira, os melhores mercados não se tornam acessíveis. Nesta secção, vamos tratar sobre o protocolo de qualidade. Todo o processamento será controlado para garantir alta qualidade e padrões sanitários. A fábrica vai implementar todos os Procedimentos Operacionais de Padrão (SOPs) exigidos pelo HACCP para as várias fases de produção que são: inspecção, limpeza, lavagem em banho quente, tratamento com fungicida, enceramento, polimento, processamento, embalagem, armazenagem, etc. Existe nas indústrias de produção de frescos, diversos protocolos de qualidade que regem tudo, começando com a produção até para o local de venda e incorporam as questões de saúde e segurança alimentar, aspectos ambientais e sociais e rastreamento (‘traceability’), bem como as questões que directamente afectam a qualidade física. Cada tipo de produto fresco ou hortaliça atrai várias necessidades. Para acrescentar, vários mercados frequentemente atraem aos padrões de qualidade diferente (protocolos). Vamos olhar para os padrões mais importantes que afectam em primeiro lugar o acondicionamento de manga, mas não só. GlobalGap – Embora em primeiro lugar tratar-se das questões sobre a produção no campo, a GlobalGap através de questões tais como rastreamento, saúde e segurança e padrões sociais, é também importante no packhouse. Como tal, as auditorias da GlobalGap também incorporarão o packhouse. HACCP – O requisito básico mínimo para a maioria das unidades de acondicionamento. Significa em Inglês: Hazard Analysis & Critical Control Points ou Analise dos Riscos e Aspectos Críticos de Controlo. HACCP vai assegurar primeiramente a conformidade com aspectos de saúde e segurança. Muitos packhouses Sul-Africanos usam somente HACCP, embora quando desejam aceder mercados de mais alto valor, precisam de aumentar a qualidade, possivelmente até BRC. BRC – British Retail Consortium Standard, rege questões que abrangem: a Saúde e Segurança, Rastreamento (‘traceability’), Social e Ambiental. Facilidades de cuidado prioritário como a empresa Geest, requerem os padrões superiores como a BRC. Contudo, de momento, os mercados de frescos na África do Sul não precisam de padrões superiores como a BRC. Quando a unidade estiver já construída, o seu uso planejado e os mercados esperados para o produto condicionado/processado na facilidade, gerir-se –à em parte, indicando o nível de padrões a ser implementado no packhouse. O cenário evidente é de que, de princípio, a HACCP será suficiente. Orgânico – várias certificações. Dependendo dos mercados a identificar a produção poderá ser orgânica e certificação de produtores de certos produtos perseguida (para o ananás isto já foi feito pela IPEX). Existem múltiplas organizações certificadoras todas elas com os seus requisitos específicos e certificação só fará sentido quando o mercado já estiver assegurado.
  • 35. PN Packhouse / unidade de secagem (CAFM) Abril 2013 35 Tabela 6: Normas de Qualidade para a comercialização da fruta fresca na CE. Normas de Qualidade (Regulamento CE 2200/96) Requisitos mínimos •  Saudável (excluídos produtos em decomposição ou deterioração) •  Limpa (livre de matéria estranha visível) •  Livre de pragas, danos causados por pragas •  Livre de humidade exterior anormal •  Livre de quaisquer odores e / ou gosto anormal Uniformidade  Aplicável para toda a produção intacta  Produtos embalados em conjunto, devem ser da mesma origem, variedade ou classe comercial e qualidade Classificação Comercial Classe I 'Extra'  Produto de qualidade Superior  Livre de quaisquer defeitos, com excepção de ligeiros defeitos superficiais desde que estes não prejudiquem o aspecto geral e sua qualidade Máximo de 5% em número do peso do produto total não satisfaz os requisitos da categoria, mas atende as da categoria I ou, excepcionalmente, é dentro das tolerâncias desta última Classe I  Boa qualidade (bem em forma e de cor, livre de marcas)  Defeitos leves podem ser permitidos 10% Máximo em número de peso do produto total não satisfaz os requisitos da categoria, mas atende as da categoria II ou, excepcionalmente, está dentro das tolerâncias desta última Classe II Produtos de qualidade Comercializável Aceitável (satisfazem os requisitos mínimos)  Pode apresentar defeitos (rachaduras cicatrizadas) Máximo de 10% em número de peso do produto total não satisfaz os requisitos da categoria, nem às características mínimas com a excepção de produtos atingidos por podridão ou de outra deterioração tornando os impróprios para o consumo humano. 2.10.15 Requisitos para a logística e a embalagem Os requisitos jurídicos da UE de embalagem e rotulagem: via www.cbi.eu/marketinfo  Regulamento (CE) 2200/96  Regulamento (CE) 907/2004  Regulamento (CE) 1148/2001 Frutos devem ser classificados e colocados em tabuleiros de acordo com os seguintes critérios:  Variedade.  Ser firme e não amadurecido.  Tamanho e forma uniformes.  Ausência de manchas.  Cor uniforme. A fruta deve ser embalada com o pé da fruta para baixo para evitar quaisquer possíveis fugas de seiva e danificar a pele. Tabuleiros devem ser empilhados de modo que a fruta se fixe firmemente no lugar, sem movimento e a caixa deve pesar pelo menos 4 kg.
  • 36. PN Packhouse / unidade de secagem (CAFM) Abril 2013 36 2.11 Plano de Comercialização Existem razões internas fortes para apostar na comercialização da manga:  Existência de potencial de produção a nível nacional, com grande destaque para a região de Dombe;  Produção de variedades de manga, com aceitação no mercado externo;  Possibilidade de adição de valor (acondicionamento e embalagem);  Experiência na exportação da manga fresca para mercados da região (Africa do Sul);  Existência de parceiros no processo. Com a adição das instalações de secagem e conservação e a cadeia de frio a empresa será capaz de produzir uma série vasta de produtos diferentes durante quase todo o ano, incluindo fruta fresca embalada para mercados internos e externos, fruta seca (especialmente ananás, banana, papaia e manga), polpa e sumo de várias frutas (sobretudo ananás e manga) e conservas como compota, geleia e Atchar. 2.11.1 Estratégia de marketing A Combinação do Produto e Mercado aponta para a fruta fresca como oportunidade principal para os exportadores nacionais. A preferência é para o mercado internacional de manga fresca, mas enquanto as restrições por causa da mosca da fruta persistem, este mercado fica fechado e sobrará somente a exportação para o mercado fresh. Para os pequenos produtores de fruta diversa do sector familiar, devido à incidência da mosca da fruta, a falta de sistema de rega e maneio pós-colheita inadequado, o processamento (secagem, conservação ou polpação) constitui uma saída que poderá tanto ser de curto quanto de médio e longo prazos. As vantagens tanto comparativas como competitivas da produção de fruta em Moçambique incluem:  O clima agro-climático favorável que permite a colheita da manga (e outras frutas) 3 a 4 semanas antes do vizinho Africa do Sul;  Existência de mercados crescentes “ Médio Oriente, Turquia, Asia, etc.;  Volumes de produção elevados para mercados;  Logística: existência e investimento em infra-estruturas portuárias, rodoviárias e aeroportuárias; Durante o período em que continuam a existir restrições para exportação de manga fresca para a Africa do Sul, toda a produção da variedade Tommy Atkins e metade da variedade Kent que será produzida entre Novembro e 15 de Dezembro vai ser vendida em bulk no mercado fresh-cut (para processamento em saladas de fruta). Neste momento a única unidade de processamento desta fruta é da empresa Bakover (antigamente Geest) e actualmente exige a classificação em tamanho e qualidade e tratamento com água quente contra a mosca de fruta. Em relação a manga fresca, uma vez levantadas as restrições de exportação, a empresa vai garantir a penetração dos mercados fresh e a qualidade do produto em seguir os padrões de consumidor. Para este fim vai ser:
  • 37. PN Packhouse / unidade de secagem (CAFM) Abril 2013 37  Manipulada a maturação da fruta por aplicar atempadamente a fertilização e poda;  Adquirido equipamento de processamento (polimento, classificação) e embalagem e criadas infra-estruturas de armazenamento em conformidade com os padrões HACCP;  Melhorada a qualidade de embalagem;  Fortificada a integração dos diferentes actores na cadeia de valor. Ao mesmo tempo a empresa procura explorar no máximo os mercados locais como Beira e Tete. Com a introdução de tratamento de manga, o importante mercado de Maputo tornar-se –a acessível para a manga produzida na zona centro do país. Estima-se que durante a época estas cidades podem absorver as seguintes quantidades diárias de manga fresca: Maputo 5 toneladas, Beira 1 MT, Tete 1 MT, Chimoio 3 MT, totalizando um volume de vendas potenciais de 10 MT por dia no mercado local. Ananás e bananas Geralmente, ananases são produzidos de forma orgânica, sem o uso de suplementos, produtos químicos ou fertilizantes. Após uma intervenção do IPEX (Instituto para a Promoção de Exportações), quatro associações na localidade de Panja, Posto Administrativo de Muxungué, nomeadamente a Associação Tchungamoio, Associação Amur, Associação Acuzuana e Associação Tamuaeja, cujos campos reuniram os requisitos e normas exigidos pela entidade certificadora, neste caso o BCS- ÖKO- Garantie, GmbH, receberem a certificação orgânica. A grande maioria da produção (>95 %) consiste de três variedades, nomeadamente:  Smooth Cayenne (pesando 2,5 -3,5 kg / unidade);  Queen (pesando 1,5 kg -2,5 / unidade); e  Abacaxi (< 1,5 kg / unidade). As variedades de ananás actualmente produzidas no distrito de Chibabava, não têm preferência nos mercados de ananás fresco na Europa, pelo que o processamento é imperativo, tanto a curto como a longo prazo para possível exportação. Especialmente a variedade Smooth Cayenne serve muito bem para processamento em polpa e cerca de 80% da produção nesta área é desta variedade. A variedade preferida na Europa, e não só, é o MD2. Estão sendo feitos esforços para introduzir esta variedade. Banana é cultivada em um pouco por toda a zona centro do País, sendo cultivadas pelo sector familiar maioritariamente variedades tradicionais como o Cavendish, enquanto o sector comercial prefere a variedade Williams, tendo um tamanho e peso melhor. Esta última destina-se principalmente para a exportação, enquanto as variedades tradicionais são para consumo local. Nos últimos anos, os mercados locais foram também abastecidos com bananas de variedade Williams, por causa da infestação da Mosca de Fruta, que impediu largamente a sua exportação. Ambas variedades podem servir para secagem, mas o Cavendish tem um preço mais favorável. Fruta seca Por causa da disponibilidade de fruta fresca, não existe uma cultura generalizada de consumo de frutas secas em Moçambique; então há a necessidade de criar a demanda por frutas secas como uma alternativa ou um complemento para as fontes disponíveis de nutrientes. Não obstante este facto, experiências em pequena escala de comercialização de fruta seca em Chimoio deram resultados promissores. A logística da distribuição física
  • 38. PN Packhouse / unidade de secagem (CAFM) Abril 2013 38 de maiores quantidades de fruta seca para os mercados distantes do país pode se tornar num custo considerável. No estrangeiro, a indústria alimentar importa frutas secas em volume para posterior processamento pela Indústria da Fruta seca e Nozes (vendida em embalagens de retalho mistos compostos por frutas tropicais secas, mais outras frutas secas e nozes, também vendendo embalagens de retalho constituídos apenas por uma fruta seca tropical); pela Indústria de Cereais de pequeno-almoço (principalmente em muesli), e pela Indústria de Confeitaria (em barras de frutas de saúde, ingredientes para barras de chocolate, iogurtes, etc.). Na maioria dos países, os importadores ou agentes agem como intermediários, embora alguns dos processadores de alimentos também importem directamente. 2.11.2 Marketing Mix No primeiro ano do seu funcionamento (cobrindo a época 2014/15), a empresa prevê a seguinte eficiência no processamento de manga  Manga fresca de 1º grau (Exportação e mercado local) 65%  Manga fresca de 2º grau (Mercado Local) 20%.  Manga seca ou Atchar ou polpa 15% Em termos de variedades de manga e resultando das suas épocas de amadurecimento diferentes a Mistura de Mercado seria como se segue. Tabela 7: Marketing mix da exportação de manga Marketing mix enquanto não há licença de exportação Variedade % fresh Fresh cut % Local Tommy Atkins 0% 90% 10% Kent 0% 50% 50% Keitt 0% 0% 100% Marketing mix com licença de exportação da manga fresca Variedade % fresh Fresh cut % Local Tommy Atkins 40% 50% 10% Kent 40% 50% 10% Keitt 0% 85% 15% É de salientar que o mercado Sul-africano é capaz de absorver toda a produção da manga Moçambicana até ao dia 15 de Dezembro, data em que a produção local começa. Com o andar de tempo e a esperada melhoria de infra-estruturas e serviços portuários e rodoviários e cadeia de frio a exportação para a Ásia e o Médio Oriente vêm ao alcance.
  • 39. PN Packhouse / unidade de secagem (CAFM) Abril 2013 39 2.11.3 Canais de Marketing Para um futuro próximo, ou até que os produtores em Manica/Sofala estabeleçam uma empresa de marketing baseada em Moçambique, toda a fruta fresca de exportação, será vendida por Alliance Fruit baseada em Hoedspruit na África do Sul. O maior impedimento para estabelecer uma unidade de marketing em Moçambique é a falta de volume e diversidade de produto. Para se poder criar e operar com sucesso uma organização de marketing de manga e outras frutas, volumes significativos e alguma diversificação para outras frutas tais como avocados, líchias, citrinos e potencialmente bananas, será imprescindível. Em primeiro lugar, para empregar o pessoal a tempo inteiro, é necessário um rendimento significativo. Em segundo lugar, um cesto que oferece mais de uma fruta aos mercados, adicionará o volume e providenciará melhor força de negociação. O mercado local será composto de mercados-alvo locais, incluindo as capitais provinciais com uma concentração na Beira, Tete e Chimoio. Mercados menores incluem Nampula e Inhambane. Com a introdução de tratamento de manga (em banho quente), o importante mercado de Maputo / Matola tornara-se acessível para a manga produzida na zona centro do país. Num futuro mais distante e com investimentos crescentes na exploração de gás e potencialmente petróleo no norte do país, Pemba pode tornar-se um dos mercados-alvo. Estes mercados são servidos usando transporte fretado para compradores / mercados seleccionados e uma parte da fruta fresca é vendida a partir do packhouse, directamente para transportadores / intermediários que abastecem os mercados de Maputo, Matola, Xai Xai, etc. A empresa vai participar em eventos promocionais como feiras da época em Maputo (FACIM), Beira e Tete, mas também instalar um “alpendre” simples com sistema de frio (contentor refrigerado) no mercado principal de Kuatchena em Tete, para abastecimento de empresas de catering, restaurantes, hotéis, supermercados, etc.. Experiências-piloto com a venda de fruta seca no mercado doméstico indicam que existe uma certa demanda para tal. Porém, para os volumes elevados de fruta seca a ser produzidos seria necessário procurar mercados internacionais, por exemplo na indústria alimentar na Africa do Sul. Existem compradores nacionais como os produtores de sumos, que podem estar interessados em comprar polpa, mas normalmente os volumes requeridos são bastante altos e vão além da capacidade da unidade fabril proposta. Servir mercados com outros produtos como compotas e sumos necessita um nível avançado de embalagem e distribuição que pode encarecer o produto e torná-lo menos competitivo. Uma importante excepção seria o Atchar que pode ser produzido com matéria-prima barata (manga verde de 2ª qualidade e limão local) e vendido em embalagem barata.
  • 40. PN Packhouse / unidade de secagem (CAFM) Abril 2013 40 2.11.4 Despacho de Exportação Mesmo arranjado com antecedência, o despacho de exportação deverá ser feito perfeitamente e pontualmente para garantir que não haja demoras na fronteira ou posto de saída no sentido de reduzir o tempo de transporte quanto mais possível. De acordo com aquilo que foi provado pela EAM há anos atrás; o despacho de exportação não ameaça em termos de regulamento aduaneiro. De qualquer forma, o problema da Mosca da Fruta induziu a alguns desafios fitossanitários. A documentação de exportação inclui a aduaneira e fitossanitária. Para poder iniciar operações de exportação, cada área de produção deve ser certificada “Livre da Mosca de Fruta”. Pedro Paulino, SergioYé e Joaquim Langa possuíam armadilhas para a monitoria da mosca há mais de um ano (2013). Até agora o nível de infestação registado é considerado muito baixo ou mesmo inexistente, uma vez que a suas áreas estão isoladas das vias públicas e longe dos aglomerados populacionais. No ano de 2012/13 a Direcção Nacional de Sanidade Vegetal - Maputo, declarou a área isenta desta praga. Mesmo assim seria necessário reforçar as medidas de combate e controle, fazendo pulverizações com GF 120 e lançamento de armadilhas impregnadas, também nas outras áreas de produção. Qualquer exportação para fora do continente será inicialmente transportada através de portos sul-africanos, uma vez que tem um protocolo de autorização especial para frutas em trânsito proveniente de países que têm prevalência de Mosca da Fruta (B. Invadens). Uma vez que a indústria cresce, e a logística de rotas de frete marítimo no porto da Beira melhorar, o porto da Beira pode tornar-se numa opção realista de frete de roteamento. Actualmente, contentores refrigerados levariam mais de 35 dias para chegar a mercados de destino através de Porto da Beira, 10 dias a mais do que viável para a qualidade do produto. 2.12. Outros Factos Relevantes 2.12.1 Parcerias tecnológicas e comerciais Já existem parcerias criadas com as ONGs AgriFuturo /TechnoServe. Esperam-se criar parcerias com mais ONGs que estejam ligadas ao fortalecimento de associações e formação em matéria de rastreamento (‘traceability’), técnicas de produção e uso de pesticidas. Existem ONGs como a SNV que dão formação aos agricultores para ligar-se com empresas com modelos inclusivos de negócio e para obtenção de certificações como GlobalGap (e eventualmente Fairtrade – Comercio Justo), e espera-se poder criar vínculos com outras instituições que possam formar e financiar a certificação de pequenos agricultores, como por exemplo o IPEX (Instituto para a Promoção de Exportações) e o projecto PACDE/MESE do Ministério da Indústria e Comercio. Com o fim de poder exportar para a região (Arica do Sul) e outros mercados internacionais a acreditação HACCP da unidade de acondicionamento é uma necessidade.
  • 41. PN Packhouse / unidade de secagem (CAFM) Abril 2013 41 3. ANÁLISE DE MERCADO 3.0.1 Situação actual Actualmente a EAM é a única empresa que está a exportar manga a partir de Moçambique. Esta empresa tem relações de fornecimento existente com pelo menos duas companhias baseadas na África do Sul. A empresa tem estado a fornecer mangas (não acondicionadas) para a empresa Bakover (antigamente Geest) em Joanesburgo e Alliance Fruit baseada em Hoedspruit. Bakover é uma empresa de processamento de salada de fruta que exporta directamente para os mercados internacionais, principalmente na UE. Alliance Fruit é uma empresa de marketing de fruta em nome dos produtores para os mercados internacionais e da África do Sul, particularmente a Comunidade Europeia (CE). O portefólio comercial da empresa está limitado por falta de uma cadeia de frio funcional em Moçambique para poder processar a fruta. Devido às restrições impostos pela infestação da mosca de fruta e a ausência destas facilidades, a EAM está limitada em exportar o produto somente para África do Sul e apenas a um cliente (Bakover). Uma vez que os produtores tenham acesso a um packhouse e sejam capazes de classificar, polir, tratar e empacotar a fruta, estarão em posição de começar olhar para exportação directa da Beira ou Maputo com destino ao Médio Oriente em particular. 3.0.2 Demanda A banana é o único verdadeiro subsector de volume muito grande da indústria de fruta tropical e subtropical da África Austral. Citrinos são a única outra fruta que está acima de manga em volumes vendidos dentro de África Austral e nos mercados de alto valor. Como tal, os mercados de manga deviam ser considerados como grandes, embora um mercado nicho, mas não tão grande como um produto vendido em volumes grandes como a Banana. Existe um importante e crescente mercado em Moçambique que absorve algum produto; o principal sendo Maputo. Actualmente, o mercado de alto-valor em Tete, constituído de empresas de catering, restaurantes, hotéis, supermercados, está sendo abastecido a partir da África do Sul. O crescimento acelerado da população desta urbe e o resultante aumento da camada média- alta resulta num aumento da procura de frutas. Experiências-piloto com a venda de fruta seca no mercado doméstico indicam que existe uma certa demanda local para tal, sem ter ainda clareza sobre os volumes. Os produtores de sumos podem estar interessados em comprar polpa, mas normalmente os volumes requeridos são bastante altos e exigem continuidade no fornecimento. Os mercados para os outros produtos como compotas e sumos são largamente ainda por desenvolver e são muito competitivos, com a importante excepção de Atchar, que é muito procurado.
  • 42. PN Packhouse / unidade de secagem (CAFM) Abril 2013 42 3.1. Contexto Internacional, Regional, Nacional, Provincial e Local As tabelas a seguir mostram claramente que Moçambique ainda não joga nenhum papel a nível mundial de produção ou exportação da manga; nem consta a nível dos países Africanos exportadores da fruta. Tabela 8: Produção da Manga 2011 Tabela 9: Exportação de manga em 2010 Pais Valor USD India 15.188.000 China 4.519.380 Tailândia 3.277.250 Indonésia 2.131.140 Paquistão 1.888.450 México 1.827.310 Brasil 1.249.520 Bangladesh 889.176 Filipinas 800.551 Nigéria 795.000 Quénia 636.585 Egipto 598.084 Vietnam 595.800 Iémen 471.544 Peru 355.431 Tanzânia 330.000 Madagáscar 300.574 Congo DRC 263.185 Colômbia 244.581 Equador 200.534 Moçambique (46º lugar) 19.843 Tabela 10: Exportação de Manga da Africa em 2010 (MT) País Volume MT Egipto 13.357 Costa de Marfim 12.975 Quénia 8.386 Senegal 3.937 Mali 3.722 Etiópia 1.968 Sudan (antigo) 1.567 Guine 937 Tanzânia 457 Camarões 212 Djibouti 147 Nigéria 115 Swazilândia 104 Gambia 31 Togo 27 Guiné-Bissau 23 Zimbabwe 15 Marrocos 10 Gana 8 Uganda 5 País Volume MT México 275.366 India 260.484 Tailândia 144.566 Brasil 124.380 Paísos Baixos 107.017 Peru 96.942 Paquistão 85.923 Equador 39.978 Filipinas 23.740 Iémen 20.373 Guatemala 15.116 Bélgica 13.843 Egipto 13.357 Costa de Marfim 12.975 UAE 11.463 Espanha 11.369 Alemanha 9.655 Quénia 8.386 Israel 8.048 Haiti 6.453
  • 43. PN Packhouse / unidade de secagem (CAFM) Abril 2013 43 3.1.1 Sazonalidade do abastecimento internacional da Manga O mercado internacional da manga é abastecido durante todo o ano, mas concentra a sua oferta durante o período de Abril a Setembro; nessa época do ano, os preços de mercado se mantêm baixos. É exactamente nesse período que o México exporta sua produção, para os Estados Unidos (80%) e a Comunidade Europeia (20%). Também é nesse período que ocorre a comercialização no mercado externo de outros grandes exportadores como a Índia, o Paquistão e as Filipinas. Durante os meses de Outubro a Dezembro e entre o mês de Janeiro até Março, a oferta diminui, reflectindo em preços mais satisfatórios. Os países que cobrem estes períodos de demanda são relativamente poucos, sendo o Brasil o exportador mais representativo, seguido do Equador e Peru. Tabela 11: Sazonalidade do abastecimento internacional da Manga Países Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez México Brasil Equador Peru Guatemala Costa Rica África Sul Moçambique Costa Marfim Israel Índia Paquistão Filipinas Fornecimento para Mercados da África do Sul é dominado pelos produtores da África do Sul com uma pequena percentagem de fruta proveniente do Zimbabwe e Moçambique. Os mercados do Médio Leste são largamente fornecidos pelos produtores Asiáticos e alguns produtores Africanos tais como a África do Sul; mercados Europeus são fornecidos pela combinação Brasileira e outros produtores da América do Sul, Africano (especialmente África do Sul) e alguns produtos Asiáticos particularmente da Índia. Note-se que para a manga, o mercado primariamente visado, é o da fruta fresca, o que melhor ganho pode trazer. Entretanto, a detecção da mosca da fruta (Batrocera E.) na zona de Dombe e no resto da província de Manica, requer medidas fitossanitárias adicionais para poder exportar para África do Sul. O prejuízo causado pela Mosca da Fruta é significativo e constitui um risco sério para o sector em seu todo. Restrições de importação significam que em caso de descoberta de uma única fruta infectada pode levar a condenação de todo o lote de exportação.
  • 44. PN Packhouse / unidade de secagem (CAFM) Abril 2013 44 3.1.2 Conhecimento do Mercado e colocação de produtos Foram colhidas informações no mercado internacional no que diz respeito a demanda e oferta de mangas, ananás e bananas com mais enfoque na primeira. Foi colhida informação como necessidades correntes, periodicidade e épocas, preços, embalagens, métodos e custos de distribuição e especificações / requisitos para penetrar estes mercados. Estes mercados são: Sul-Africano, Médio-Oriente, China, Europa e em outros Países da região. O mercado internacional de manga ainda é pouco expressivo, se comparado ao da banana e laranja, mas é um dos que regista maior índice de crescimento nos últimos tempos. Vários países participam nesse mercado na condição de vendedores ou compradores. Em 2006 os níveis de consumo na Comunidade Europeia (CE) chegaram atingir cerca de 199.000 toneladas, 50% mais do que em 2002. Tabela 12: Consumo de manga fresca na Comunidade Europeia (2002 – 2006) 2002 2004 2006 Países Valor (€ milhões) Volume (MT 000) Valor (€ milhões) Volume (MT 000) Valor (€ milhões) Volume (MT 000) CE – 27 (total) 147 133 154 160 228 199 Reino Unido 27 24 32 35 63 53 França 19 17 39 25 36 20 Holanda 32 31 6 23 36 42 Alemanha 28 25 32 30 35 30 Portugal 15 15 18 17 19 15 Espanha 7 5 5 7 8 11 Bélgica 4 3 1 3 6 5 Como foi descrita na secção anterior, a sazonalidade da produção oferece aos produtores Moçambicanos oportunidades para aproveitar dos preços favoráveis quando o produto está fora de época em outros países, nomeadamente na Africa de Sul. É de salientar que uma grande parte da colheita de CFAM ocorre neste período. Tabela 13: Principais exportadores da manga por épocas do ano Março - Junho Julho - Outubro Outubro -Fevereiro Oeste de Africa: (Costa de Marfim, Mali e Burkina Faso); Venezuela, India e México Israel, Porto Rico, Paquistão e México Brasil, Africa do Sul, Equador e Peru Os maiores países / blocos económicos, todos têm requisitos específicos para aceder aos seus mercados. A tabela a seguir contém um resumo dos mais importantes requisitos para alguns dos mercados mais importantes do mundo. É de salientar que estes requisitos estão sujeitos a mudanças e antes de realizar quaisquer exportações deve se inteirar dos regulamentos e requisitos específicos aplicáveis nesta altura.
  • 45. PN Packhouse / unidade de secagem (CAFM) Abril 2013 45 Tabela 14: Requisitos (tarifários e não tarifários) de acesso a mercados Pais Tratamento Tarifário Medidas Não Tarifárias SADC  Isento de qualquer direito de importação  Certificado fitossanitário  Declaração “livre da Mosca de Fruta” da zona de produção  Tratamento com água quente durante 5 minutos (2012)  Certificado de origem CE  Isento  Licença prévia de importações;  Certificado sanitário de exportação EUA  Alíquota de ad valorem de 0%,  Taxa de processamento de mercadorias de 0,21%;  Taxa de movimentação portuária e  Uma taxa ad valorem de 0,125%  Licenciamento prévio;  Tratamento com água quente;  Inspecção nas áreas de origem e nos pontos de desembarque Japão  Alíquota de 4% CIF  5% sobre valor CIF  Impostos aduaneiros  Proibição de importação de regiões onde há incidência de insectos e pragas;  Certificado sanitário pelo país exportador;  Inspecção sanitária no porto de desembarque. Canada  Impostos de mercadorias e serviços com Alíquotas de 7%, calculado no valor FOB,  Alíquota aduaneira  Proibida a importação de frutas não embaladas para venda sob consignação;  Certificado que são livres de doenças e resíduos Para o futuro imediato o mercado da Africa do Sul é o mais importante destino para manga fresca. Durante a época 2012/13 somente manga para fresh cut foi exportado. De Novembro até 5 de Dezembro o preço era ZAR 9 / kg ou € 750 /MT. Depois de 5 de Dezembro e até o fim deste mês o preço baixou até ZAR 6 / kg ou € 500 /MT. O mercado local de manga, embora pequeno, está crescendo ano após ano, com o crescimento da classe económica media, e os preços estão segurando firmes. O Mercado de fruta seca é relativamente desconhecido e até agora pouco explorado. Foi vendida fruta seca (manga) a título experimental no mercado de Chimoio em embalagens de 100 gramas a preços que variam entre MZN 60 e 70 (€ 1.50 – 1.80). Toda a fruta foi vendida em pouco tempo tanto a de 2012 como também a de 2013. É provável que o mercado possa crescer rapidamente se contarmos com as grandes cidades (Maputo, Beira, Tete, Nampula e outras). A outra vantagem é que a fruta seca pode ser guardada e vendida no momento oportuno e é muito procurada depois da época. Quanto ao mercado externo ainda não há informações precisas. O mercado mundial da fruta seca pode ser descrito como de volume relativamente baixo, mas com alto valor unitário.