O documento discute o papel do bibliotecário na gestão do conhecimento em três frases:
1) Analisa como as mudanças na sociedade do conhecimento impactam o trabalho do bibliotecário na disseminação e administração da informação.
2) Debate se bibliotecários podem ser considerados gestores do conhecimento dado seu histórico de dar acesso ao conhecimento documentado.
3) Discutem competências necessárias para bibliotecários atuarem na gestão do conhecimento como liderança, comunicação e hab
Desafios da Ciência Digital e Sistemas de Informação para a Pós-Graduação
Papel do bibliotecário na gestão do conhecimento
1. O papel do bibliotecário na
gestão do conhecimento
Roberto C. S Pacheco - pacheco@egc.ufsc.br
Fórum Integrado de Ensino, Pesquisa e Extensão, ACAFE
Camboriu, SC – Campus da Univali – 16/09/2011
2. Agenda
Bibliotecário
Sociedade do conhecimento
Gestão do Conhecimento e áreas correlatas
O bibliotecário e a GC: reflexões em curso
Desafios e oportunidades profissionais nas IES
Alguns casos
Conclusões
3. O Bibliotecário
profissional liberal (bacharel, mestre
ou doutor) que trata a informação e a
torna acessível ao usuário
final, independente do suporte
informacional.
(...) pode gerir redes e sistemas de
informação além de gerir recursos
informacionais e trabalhar com
tecnologia de ponta. http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Arcimboldo_Librarian_Stokholm.jpg
O bibliotecário trabalha como um
administrador de informações, (...)
além disso também processa e
dissemina a informação.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Bibliotec%C3%A1rio
4. Sociedade do conhecimento
O que nos trouxe ao momento atual e que características deste
momento influenciam o papel do bibliotecário?
5. Mudanças de paradigma: o que mudou?
Na forma de tornar a informação acessível?
Na gestão de redes e de sistemas de informação?
Na administração de informações?
Na disseminação das informações?
6. Sociedade e economia do conhecimento
O que provocou a mudança de uma sociedade
industrial para a sociedade do conhecimento?
7. Previsões do final dos 1970s
1. Desenvolvimento
ambiental, econômico e social
sustentáveis;
2. Mudanças demográficas; John Naisbitt
3. Globalização da economia; 1982
4. Desenvolvimento tecnológico: TIC; Megatrends:
5. O novo papel do Estado; O que nos levaria da
6. O fenômeno Ásia sociedade industrial para
(China, Índia & Cia.); a sociedade da
informação.
7. Customização da produção;
Das mudanças nas
8. Gestão empresarial; tendências tecnológicas.
9. Conhecimento.
9. Trajetória do conceito de conhecimento:
De objeto percebido a fator de transformação em nossa sociedade
John Locke 1689 Fritz Machlup Michael Polany Marshal McLuhan Peter Drucker
1962 1964 1964 e 1988 1964 e 1988
Conhecimento Conhecimento Trabalhador do
Conhecimento A mídia é a
é a percepção como commodity conhecimento.
tácito (sabemos mensagem
da concordância mais do que Conhecimento é
ou discordância Conhecimento podemos Surgimento de central, recurso
de duas idéias: prático uma nova fundamental que
intelectual expressar).
Conhecimento sociedade não conhece
passado caracterizada por geografia.
intuitivo espiritual/religioso Conhecimento
demonstrativo tácito não pode sua conectividade Sociedade do
indesejável e pelas redes.
sensitivo ser reproduzido conhecimento.
ou armazenado
em uma base.
10. Trajetória do conceito de conhecimento:
De objeto percebido a fator de transformação em nossa sociedade
Theodor Nelson Daniel Bell Alvin Toffler
1963 e 1965 1973 1980
Hypertexto Sociedade pós- A terceira onda
como texto não industrial e a nova
seqüencial e cultura
interativo Sociedade da baseada em
Hypermídia informação informação
11. O que é conhecimento?
BITNET (NSF) Internet Pranav Mistry e
Leonard Ray Tomlinson Hypercard Ira Fuchs Tim Berners-Lee Pattie Maes
Kleinrock 1971 Bill Atckinson 1981 1991 2009
1963 (PhD) 1987 MIT Media Lab
ARPANET Criador do conceito Conexão entre CERN – 1º site
computadores das Sexto Sentido
Rede de de @ Usabilidade em criado na Computação
comunicação Invenção do universidades internet
sistemas Ubíqua baseada
digital Premiere, que CUNY e Yale
computacionais em metadados
permitiu envio de
1969: primeiro mensagem sobre a
computador na rede
Internet
Trajetória do conceito de conhecimento: da concepção à criação das
tecnologias de conectividade e à computação ubíqua
13. Reflexões para o bibliotecário
O caminho da sociedade do conhecimento é resultado de
evoluções:
na visão de mundo,
no papel da informação e do conhecimento na criação de valor
nas TICs - cada vez mais poderosas e acessíveis
no acesso à informação
Diante disso, o que muda para quem tem por ofício:
tornar a informação acessível?
gerir redes e de sistemas de informação?
administrar informações?
disseminar informações?
Como isso ocorre no contexto da Gestão do Conhecimento?
Aliás, o que entendemos por conhecimento??
14. O que é conhecimento
Na literatura recente de gestão, vários autores
admitem que o conhecimento pode estar
incorporado em repositórios não humanos:
“Quando a aprendizagem individual e de grupo se tornam
institucionalizadas, a aprendizagem organizacional ocorre
e o conhecimento incorpora-se em repositórios não
humanos, como rotinas, sistemas, estruturas, cultura e
estratégia”
(DUSYA; CROSSAN, 2005).
Atenção bibliotecários:
VOCÊ CONCORDA QUE PODE EXISTIR CONHECIMENTO
FORA DA CABEÇA HUMANA?
15. Onde está o conhecimento?
Organização
Competências Grupo
Organizacionais
Conhecimentos
Indivíduo
Competências Processos de Conhecimentos
Habilidades
Essenciais Atitudes
Conhecimento
“O sistema de aprendizagem organizacional é composto pelo conhecimento em processo
contínuo de evolução armazenado nas pessoas, grupos e na organização e se constitui na
infraestrutura fundamental que apóia a formulação e a implementação de estratégias de uma
organização (Vera & Crossan, 2005, p. 123).” – Steil, 2009
16. Linha de Tempo da Gestão do Conhecimento
HBR
Criação do Emergência Capital
Conhecimento das Intelectual
na Empresa Organizações STEWART
NONAKA & TAKEUCHI Virtuais
Padrões de
Aprendizagem Medida Ativos Comunidades Certificação de
Organizacional Intangíveis de Prática Conhecimento &
ArpaNet
SLOAN/MIT SKANDIA WENGER Inovação
1969................ 1985 1988 1991 1994 1997 2000+
Primeiros
Proliferação Quinta Fundamentos Balanced Programas
de TIC Disciplina da GC Scorecard de GC nas
PETER SENGE WIIG NORTON & KAPLAN Universidades
Primeiro CKO Benchmarking
EDVINSSON LBS/APQC
DALKIR, Kimiz. Knowledge Management in Theory and Practice. Boston: Elsevier, 2005.
17. Onde Está o Conhecimento?
“Escada do conhecimento” de North-Rivas
(Barney, 1991).
Competitividade
Competência + única
(“melhor que as outras”)
Fazer + atuação adequada
Saber
Fazer + Vontade
Conhecimento + Utilização
+ contextualização
Informação + experiências
+ expectativas
Dados
+ Significado
Sinais + Sintaxe
GESTIÓN DEL CONOCIMIENTO.
UNA GUÍA PRÁCTICA HACIA LA EMPRESA INTELIGENTE
por North Klaus - Roque Rivas
LibrosEnRed, 2008
Obs: Adaptado
18. Como está o
conhecimento? GESTÃO DO
CONHECIMENTO
GC + MC
EC + GC Gerir
Memorizar
Armazenar Transferir
Utilizar
Reutilizar
Codificar
Conhecimento MÍDIA DO
ENGENHARIA DO CONHECIMENTO
CONHECIMENTO
Distribuir
Criar Compartilhar
Adquirir Aprender
EC + MC
O Espaço Semântico das Pesquisas do EGC/UFSC
19. Organização de conhecimento
Dimensões estruturantes. A
Pessoas
GC organizacional deve
contemplar três dimensões:
Processos: organizam tarefas e
atividades da organização;
Pessoas: congregam as
competências (incluindo o
conhecimento - principal fator de
geração de valor organizacional); e
Tecnologia: deve servir aos
processos e às pessoas
Conhecimento: insumo e produto
organizacional
20. Organização de conhecimento
Estratégia Organizacional
Sistemas, métodos e diretrizes
da GC devem apoiar, de forma
sistêmica, a estratégia da
organização.
Pessoas
22. Reflexões para o profissional bibliotecário
Como a GC e as demandas da sociedade do
conhecimento impactam no papel do
bibliotecário, tanto em sua relação com o usuário
como no posicionamento da biblioteca em
organizações em que ela é uma unidade?
23. Bibliotecários são gestores do conhecimento?
“Nós todos sabemos disso!
Afinal, por séculos, nós não somos quem dá custódia ao conhecimento
documentado? Quem poderia fazer isso melhor do que nós?
Bem, então por que as pessoas não estão batendo à nossa porta e
nos pedindo para ser os gestores de conhecimento da
organização?
Eles ignoram o quanto fantásticos nós somos, ou talvez seja possível
que os bibliotecários não são as melhores pessoas para fazer o
trabalho?”
Cathie Koina, The Australian Library Journal, 2007
(manuscrito 2002)
http://www.alia.org.au/publishing/alj/52.3/full.text/koina.html
24. Fazendo o tema de casa....
“Como organizações de aprendizagem, as bibliotecas
deveriam prover uma forte liderança em gestão do
conhecimento. (…) Bibliotecários deveriam
melhorar sua gestão do conhecimento em todas as
áreas e serviços chave da biblioteca”
“O mundo da biblioteca deveria aprender uma lição do
mundo dos negócios: para que uma biblioteca
implemente de forma bem-sucedida sua GC, deverá
ter forte liderança e visão desde o topo de sua
organização. (…)” http://www.yalibrarian.com/wp-
content/uploads/2010/03/Librarians.jpg
“Bibliotecas que têm orçamentos e recursos humanos
limitados deveriam utilizar a gestão de estrutura e
tecnologia atual para implementar GC, ou bottom-
up ou top-down. Com um esforço, GC ajudará a
melhorar a eficiência operacional e mais tarde as
necessidades dos clientes.“
N.Subramanian (2000)
http://library.igcar.gov.in/readit2007/conpro/s1/S1_5.pdf
25. Entregar conhecimento x informação
O QUE UM BIBLIOTECÁRIO DE CONHECIMENTO DEVE FAZER?
1a mudança de perfil:
ser o “czar de conteúdo” da organização.
2a mudança de perfil:
entender as necessidades de informação
estratégica da organização
3a mudança de perfil:
ser um agente de liderança de mudança.
“o bibliotecário do futuro está posicionado para
ser o centro de criação e alinhamento dos
ativos intelectuais da organização. Isso leva a
uma melhora na performance de inovação e
dos negócios em uma base sustentável. Talvez
em breve os bibliotecários serão vistos como os
CKOs”
Murray, Art and Wheaton, Ken, 2009
The Future of the Future: Rise of the Knowledge Librarian
http://www.kmworld.com/Articles/Column/Future-of-the-Future/The-future-of-the-future-Rise-of-the-knowledge-librarian--52362.aspx
http://ecx.images-amazon.com/images/I/41Oi4nhyrLL._SL500_AA300_.jpg
http://www.isbnlib.com/cover/0313302715/L
http://covers.openlibrary.org/w/id/1533622-L.jpg
http://images.swap.com/images/books/17/1586831917.jpg
26. O que os bibliotecários devem saber
Biblioteconomia: classificação, catalogação, serviços de
referência, síntese, educação do usuário, desenvolvimento de coleções e
compartilhamento de recursos.
TICs e em ferramentas de GC. Automação de processos
bibliotecários, bases onlines, softwares para bibliotecas digitais, máquinas
de busca, gestão de conteúdos, portais, softwares especiais (data
mining, KM).
Gestão. Organização de conhecimento, relacionamento
interpessoal, gestão científica, processos, avaliação de
performance, avaliação de equipes.
Liderança. Liderar diversidade em equipes de trabalho exige
inteligência, diplomacia, autoconfiança, integridade, julgamento.
Comunicação. Bibliotecários são facilitadores do acesso de conhecimento.
Comunicação e apresentação são fundamentais para este fim. Bons
ouvintes de demandas e comunicação com confiança com seus colegas.
Satish Kanamadi*, Jaydev Kadli** and Muttayya Koganuramath∗, 2007
Capacity Building in the Knowledge Environment: A Human Resource Development Approach.
http://library.igcar.gov.in/readit2007/conpro/s1/S1_1.pdf
28. A Biblioteca nas IES
Historicamente uma biblioteca de IES serve aos
seus alunos, professores, funcionários e demais
pessoas ligadas à universidade no acesso à
informação e conhecimento.
Este acesso está muito próximo às atividades de
pesquisa e formação da universidade.
A Biblioteca quer/pode ser/apoiar a unidade de
GC da IES?
29. Bibliotecas como unidades de GC nas IES
Na gestão organizacional da IES
Quais são nossas competências?
Como elas se comparam com as demais IES?
Onde estão e o que fazem nossos egressos?
Nossas disciplinas têm bibliografias atualizadas?
Qual é o mapa de conhecimentos em cada unidade da
IES? Como eles se comparam com os demais do País?
Na gestão da inovação e relação U-E
O que temos para mostrar para o setor empresarial?
Dentro do que produzimos (tese/artigos/etc) o que tem
potencial de inovação?
30. Exemplo 1: gestão das competências
da IES para oportunizar pesquisas
38. Exemplo 2: mapa de conhecimentos
das competências de um País
Demanda por mapas de conhecimento sobre Engenharia e
Ciências Mecânicas
39. Mapas de Conhecimento
Exemplo: A Engenharia e as Ciências Mecânicas no Brasil
Perspectivas 2007 – Exemplo
Grau de inter-
relação das
pesquisas
realizadas nos
16 Comitês da
ABCM
(sem poda)
40. Mapas de Conhecimento
Exemplo: A Engenharia e as Ciências Mecânicas no Brasil
Perspectivas 2007 – Exemplo
Grau de inter-
relação das
pesquisas
realizadas nos
16 Comitês da
ABCM
(com poda)
41. Mapas de Conhecimento
Exemplo: A Engenharia e as Ciências Mecânicas no Brasil
BIOMECÂNICA Perspectivas 2007 – Exemplo
Novas Possibilidades:
Mapa das pesquisas
- Planejamento. Definição das
realizadasestratégicas para as
áreas no Comitê de
Biomecânica
quais se deseja obter
indicadores
- Instrumentos. Definição dos
Indicadores com base nas
novas possibilidades de
informação
- Mapas Exs: Como está a
formação dos cursos de
graduação e pós-graduação?
Como se distribuem as
Livre (sem poda) pesquisas da Universidade?
Qual é o grau de influência da
Universidade no mapa geral
de conhecimento da área sob
análise?
http://www.egc.ufsc.br/observatorio/docs_postados/abcm_engenhari
42. Exemplo 3: gestão estratégica de
informação curricular
Como usar fontes do SNCTI de forma estratégica
43.
44. Como a IES se apropria do CVLattes?
• Currículos
• Projetos
CNPq • Grupos de
Pesquisa
• ENADE
INEP • Censo
• Coleta
A ICT situa cada currículo: CAPES • Discentes
• Ano de contratação • Projetos
• Tipo do vínculo empregatício
• Enquadramento funcional
MCT • Portal
Inovação
• Faixa salarial
• Lotação na ICTI
• Perfil administrativo (i.e. cargo(s))
• Titulação reconhecida pela ICTI
• Atuação na graduação (curso, perfil de atuação, período) Fontes Externas à ICTI
• Atuação na PG (de relações individuais e institucionais)
(programa, atuação, nível do curso, período, especialização)
• Classificação na Plataforma
(Docente, Pesquisador, Extensionista, Competência em Inovação, Gestor) CNPq
IBGE INEP
(Áreas) CAPES (Censo) INEP
(Cursos)
(ENEM)
Informações da ICTI (ERPs) Fontes Externas à ICTI
(fontes e padrões públicos)
45. Como é a produção de CT&I em nossa instituição?
Gestão de Produção de C&T: analisando o perfil da produção
institucional.
Exemplos:
• Como evoluiu a produção C&T de nossos graduados em Direito?
Docentes em tempo integral são mais “produtivos” que horistas?
Qual é o índice de produção bibliográfica dos docentes doutores e mestres
dos cursos de pós-graduação do Departamento de Engenharia?
Que áreas de conhecimento têm o maior número de itens de produção
C&T?
Professores orientadores publicam mais dos que os demais?
Como é a distribuição qualitativa de nossa produção de CT&I?
48. Com é o conhecimento das pessoas em nossa
organização?
Gestão de Expertises: conhecendo e explorando as expertises de nossos
colaboradores
Exemplos:
Quais são os principais
conhecimentos de nossos
pesquisadores?
Quais são os principais
conhecimentos pesquisadores de
nosso Departamento de P&D?
Quais têm sido os temas prioritários
de pesquisa de nossos
pesquisadores, ao longo do tempo?
49. Conclusões
GC pode afetar decisivamente:
A relação do bibliotecário com o usuário
Os processos estratégicos da biblioteca, enquanto
organização de aprendizagem
O posicionamento da própria biblioteca em sua IES
As oportunidades para o bibliotecário consciente (e
competente) em GC se ampliam para além de sua
missão específica de tratar e tornar acessível
informação.
GC é um campo do conhecimento
multidisciplinar, em que a Ciência da Informação
pode se posicionar entre os protagonistas.
50. MUITO OBRIGADO!
O papel do bibliotecário na
gestão do conhecimento
Roberto C. S Pacheco
Fórum Integrado de Ensino, Pesquisa e Extensão ACAFE, 16/09/2011 - Camboriu