O documento discute o uso do gotejamento subterrâneo no cultivo de café, apresentando exemplos de sistemas instalados e seus resultados. Em três frases: Aborda os benefícios e desafios do gotejamento subterrâneo, com casos de sucesso em fazendas que tiveram alta produtividade e uniformidade da irrigação após anos de uso, contudo requer cuidados como qualidade da água e prevenção de entupimentos.
Palestra gotejamento subterrâneo em café Andre Fernandes Fenicafé 2015
1. Gotejo subterrâneo em café
Prof. Dr. André Luís T. Fernandes
Pró Reitor de Pesquisa Pós Graduação e Extensão
2. Gotejo subterrâneo em café
• Por que enterrar tubogotejadores?
• Aspectos teóricos
• No passado...
• O que está sendo feito agora?
• Opinião dos produtores...
• Recomendações.
12. 12
Risco potencial de obstruções conforme a
qualidade da água de irrigação
Tipo de problema Risco
Baixo Médio Alto
Físico
Sólidos em suspensão (ppm) < 50 50 a 100 >100
Químico
pH < 7,0 7,0 a 8,0 > 8,0
Sólidos dissolvidos (ppm) < 500 500 a 2.000 > 2.000
Mn (ppm) < 0,1 0,1 a 1,5 > 1,5
Fe (ppm) < 0,1 0,1 a 1,5 > 1,5
SH2 (ppm) < 0,5 0,5 a 2,0 > 2,0
Biológico
Bactérias (nº/cm3) < 10.000 10.000 a 50.000 > 50.000
14. Tipos de obstruções
• Biológicas: ocasionadas
por algas transportadas pela
água, raízes de plantas
(emissores enterrados) ou
bactérias
Ferro-bactérias
22. 22
Estudo de bulbo (no local)
Dimensões do Bulbo Formado (2,40 l/h)
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
1
-0,5 -0,4 -0,3 -0,2 -0,1 0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5
Raio (m)
Profundidade(m)
2h 6h 12h 24h
RECOMENDAÇÕES:
2,3 l/h a cada 0,75 m
3,5 l/h a cada 1,00 mFonte: Sá e Fernandes (2006)
23. Intrusão de raízes
• Plantas crescem em direção à regiões do solo
com teor de água maior
• Risco é maior com irrigações menos
freqüentes e com emissores enterrados
• Tratamento químico
– Trifuralina (Treflan)– herbicida que atua sobre as
raízes, permanecendo na zona próxima ao
gotejador sem ser lixiviado pela água.
24. Intrusão de raízes – como evitar:
Emissores com barreiras mecânicas
Adição de trifluralina na água de
irrigação
Incorporação de trifluralina no plástico
do emissor ou nos filtros de discos.
TRIFLURALINA:
• não apresenta deslocamento (tolerância das culturas até 0,05 ppm)
• Impede crescimento de raízes secundárias, não afetando as
principais;
• nitrogenado, sendo degradado com a temperatura e umidade
25. Cuidados tratamento químico
• Verificar vazamentos no sistema;
• Contabilizar número de laterais e quantidade exata de
gotejadores;
• Suspender a irrigação durante 2 dias (zona seca);
• Realizar a injeção de Treflan (Trifularina 445 g/L)
• Após a aplicação, interromper a irrigação imediatamente por 1
dia (absorção)
Intrusão de raízes
DINITROANILINAS, Classe II
26. Variação de vazão de gotejadores enterrados na
irrigação de café e citros (FARIA, 2002)
Tratamentos:
• 2 profundidades (15 e 30 cm)
• 2 níveis de água no solo (seco e
úmido)
• 2 culturas (café e citros)
• 14 modelos de gotejadores:
28. Aspectos teóricos
Perfil de distribuição de tensão de umidade (cmca), 48 h após a
segunda irrigação
A. Emissor superficial, B. Emissor subsuperficial
Nogueira et al. (2000)
desenvolveram trabalho de campo
objetivando estabelecer
comparações entre os bulbos
molhados por gotejadores
localizados na superfície do solo, e
enterrados no final do ciclo da
irrigação.
CONCLUSÃO:
Ao final de dois ciclos de irrigação
observou-se, no volume molhado
sob gotejamento enterrado, um
teor de água disponível variando
entre 29 a 44% maior que no caso
do emissor superficial.
44. FAZENDA CAMBUHY
Matão - SPMunicípio
Café ArábicaCultura
Mundo NovoVariedade
3,70 x 0,70 mEspaçamento
Setembro de 2007Plantio
Uniram RC 16009Gotejador
0,75 m
Distância entre
gotejadores
1,6 L/hVazão
Gotejamento
Subterrâneo
Tipo de irrigação
5 anos
Sistema em
funcionamento
Dados da área
Fonte: Netafim
45. Estudo comparativo do desempenho do gotejamento
subterrâneo vs gotejamento superficial
FAZENDA CAMBUHY
Gotejamento subterrâneo Gotejamento superficial
Fonte: Netafim
47. FAZENDA CAMBUHY
Avaliação do gotejamento
subterrâneo
− Avaliação 01 – 19 de junho de 2009
− Avaliação 02 – 01 de junho de 2010
− Avaliação 03 – 12 de maio de 2011
− Avaliação 04 – 14 de setembro de 2012
Fonte: Netafim
48. Avaliação realizada em junho de 2009
− Sistema radicular
Gotejamento superficial Gotejamento subterrâneo
FAZENDA CAMBUHY
Fonte: Netafim
49. Avaliação realizada em setembro de 2012
− Sistema radicular
Gotejamento superficial Gotejamento subterrâneo
FAZENDA CAMBUHY
Fonte: Netafim
50. Avaliação realizada em setembro de 2012
− Uniformidade de aplicação de água
Gotejamento superficial Gotejamento subterrâneo
FAZENDA CAMBUHY
94%94%
Fonte: Netafim
51. FAZENDA CAMBUHY
Avaliação do gotejamento subterrâneo
− Conclui-se que após 5 anos de funcionamento do gotejamento
subterrâneo no café, não foi encontrada a interferência de radicelas e/ou
raízes lenhosas no gotejamento e o mesmo encontra-se em excelente
desempenho técnico e agronômico, semelhante ao gotejamento
superficial (convencional) e atendendo todas as características
necessárias para um sistema de irrigação localizada de alta performance
Fonte: Netafim
71. Dados da área experimental para montagem do Sistema Subsuperficial:
- Unidade de produção: Conquista
- Gleba: A48
- Variedade: Acaiá IAC 474/19
- Área: 6 ha
- Ano de plantio: 2012
- Ano de implantação do experimento: Fev./2014
- Parte do Projeto 3
- Profundidade: 20 cm
- Distancia do tronco: 20 cm
Visualização da mangueira de
gotejamento enterrada na área
experimental
VANTAGENS:
• A flexibilidade no uso do maquinário
agrícola e atividades manuais que
poderiam danificar tubulações.
• Maior dificuldade de germinação de
plantas daninhas na linha de plantio
devido à ausência de umidade
superficial.
• Maior aproveitamento das
fertirrigações devido à proximidade
das raízes com o ponto de aplicação
de água e adubo.
• Maior eficiência de irrigação, devido
à eliminação das perdas por
evaporação superficial.
72. Dados da área experimental para montagem do Sistema Subsuperficial:
- Unidade de produção: Conquista
DESVANTAGENS:
• Dificuldade de realizar em lavouras mais velhas – corte de raízes;
• Não aplicável para sistemas com gotejadores já danificados –
maior ocorrência de vazamentos;
• Maior risco de entupimento dos gotejadores por intrusão
radicular;
• Necessidade de maior cuidado com a qualidade da água;
• Maior necessidade de manutenções preventivas e monitoramento
dos padrões técnicos devido à ausência de visualização de
vazamentos;
• Necessidade do monitoramento constante da condutividade
hidráulica do solo, principalmente nas fases iniciais de
implantação.
• Dúvidas quanto ao momento correto do enterro das mangueiras.
73. Dados da área experimental para montagem do Sistema Subsuperficial:
- Unidade de produção: Conquista
74. Dados da área experimental para montagem do Sistema Subsuperficial:
- Unidade de produção: Conquista
- ANÁLISE MULTICRITÉRIO
Até o momento podemos concluir, nas condições da Ipanema, que
apesar de não apresentar grandes diferenças, seria interessante para o
operacional e custo realizarmos o enterrio dos gotejadores, apesar de ainda
termos poucos dados para tal conclusão.
75. LIMITAÇÕES:
• Checagem de vazamentos mais difícil
• Avaliação da uniformidade mais trabalhosa
• Concentração de raízes
76. LIMITAÇÕES:
• Manejo da fertirrigação
– Lixiviação, salinização, acidificação.
ACIDEZ EXCESSIVA:
3,5
4,5
5,5
6,5
7,5
jan/04 ago/04 fev/05 set/05 mar/06 out/06 abr/07
Period
SoilsolutionpH
AN CN
78. Gotejamento subterrâneo – por que?
Melhoria nos manejos de água e nutrientes
e práticas culturais do café
− cortes causados pelas capinas
− ataque de roedores / furtos
− colheita
Fonte: Netafim
79. Gotejamento subterrâneo - recomendações
Profundidade de enterrio dos tubos gotejadores – 10 a 20 cm
Muito critério na hora de proceder ao enterrio
Distância dos tubos gotejadores em relação ao colo da planta – 30 a
40 cm
Tubo gotejador com o orifício voltado para cima
Boa cobertura do solo após a instalação
Momento de enterrar
Atenção às operações de manutenção / manejo
80. Fonte: Netafim
Gotejamento subterrâneo - recomendações
Aferição constante dos tubos gotejadores após o
enterrio para verificar: profundidade, distância da
planta, cobertura do solo, gotejador (com o orifício
voltado para cima), assim como garantir que os tubos
gotejadores estejam em perfeito estado após a
instalação
Boa cobertura e “compactação” do solo após
o enterrio dos tubos gotejadores
81. Espaçamento entre os gotejadores de 0,50 a 0,75 m
(conforme textura do solo)
Formação de faixa úmida
Lâmina de irrigação de 2,0 a 5,6 mm/dia (conforme
demanda da cultura, na região)
Fonte: Netafim
Gotejamento subterrâneo - recomendações
83. Os gotejadores devem estar
espaçados de modo a formar
uma faixa úmida
Avaliar periodicamente o
sistema
Observar no campo possíveis
problemas (visual das plantas)
Fonte: Netafim, NaanDanJain, Plastro
Gotejamento subterrâneo - recomendações
84. 84
Fonte: Netafim
Imediatamente após a instalação dos tubos gotejadores subterrâneos, recomenda-se a
aplicação de fósforo e cálcio solúveis (MAP purificado e nitrato de cálcio) via fertirrigação
para estimular o desenvolvimento de novas radicelas, divisão celular, transferência de
energia e armazenamento