O documento resume as principais causas do fim do Império Brasileiro, incluindo a Guerra do Paraguai, a abolição da escravidão, e os conflitos com os militares e Igreja Católica, enfraquecendo o apoio à monarquia e levando à proclamação da República em 1889.
1. Governo do Estado do Rio de Janeiro
Secretaria Estadual de Educação
Colégio Estadual Leopoldina da Silveira
Colégio Estadual Nicarágua
HISTÓRIA
Professor Luiz Valentim
2. Aula I – 3ª Série – Ensino Médio
OCASO DO IMPÉRIO BRASILEIRO
4. Guerra do Paraguai
(1864-1870)
Conflito entre o Paraguai e a Tríplice Aliança,
formada por Brasil, Argentina e Uruguai, pelo
controle da região platina, resultado do
processo de consolidação dos Estados
Nacionais e de um movimento de equilíbrio
de forças no Rio da Prata.
6. Consequências no Brasil
Apesar de o país ter saído vitorioso da guerra,
tendo inclusive anexado parte do território
paraguaio, o confronto deu início a uma crise
entre o Império e os militares. Os prêmios
prometidos àqueles que fossem para o campo
de batalha jamais foram pagos e os oficiais
militares do Exército sentiram como se a
Monarquia não lhes desse apoio. Além do que,
ficou exposto o atraso provocado pela
existência do regime escravista quando muitos
negros voltaram libertos do campo de batalha.
7.
8. Abolição da Escravidão
Lei Eusébio de Queiroz
1850
A proibição do tráfico de escravos a partir de
1850, e o consequente aumento do preço da
mão de obra cativa, desvinculou a maioria da
população livre do sistema escravagista, que
perdeu sua legitimidade e passou a ser
combatido cada vez mais.
9. Abolição da Escravidão
Lei do Ventre Livre
1871
A falta de apoio do governo imperial aos
fazendeiros do Oeste Paulista quanto ao
financiamento de projetos imigrantistas quando
tornou-se necessário, fez com que os custos para
aquisição de mão-de-obra para os cafezais
fossem assumidos pelo governo da província de
São Paulo. Em 1873 foi fundado o Partido
Republicano Paulista (PRP).
10. Abolição da Escravidão
Lei dos Sexagenários
1885
O movimento abolicionista ganhou cada vez mais
força, aumentando as fugas em massa, assim
como também era cada vez maior o número de
senhores que alforriavam seus escravos
coletivamente, com a condição de continuarem
trabalhando em suas terras. Em 1887 o número
de escravos no Brasil equivalia a menos de 5% da
população do país.
11. Abolição da Escravidão
Lei Áurea
1888
Quatro anos após a abolição da escravidão no
Ceará e no Amazonas, a Câmara e o Senado
aprovaram a abolição em todo o território
nacional. Regente de seu pai, que se encontrava
fora do Brasil, a princesa Isabel foi a responsável
pela assinatura da lei em 13 de maio, tornando o
Brasil o último país do ocidente a libertar seus
escravos.
12. KIZOMBA
G.R.E.S. Unidos de Vila Isabel - 1988
Durante mais de 300 anos os negros foram vistos no Brasil
como meros objetos, propriedade, mão de obra barata.
Hoje, a maior festa brasileira, vitrine e marca do Brasil no
exterior é fruto da miscigenação dos povos que povoaram o
território nacional, com destaque evidente para as heranças
africanas.
Como explicar a assimilação da cultura negra pela população
branca, tanto no campo musical quanto no religioso?
Podemos então entender esta valorização da cultura negra
como uma valorização do negro, como indivíduo, na sociedade
brasileira? Justifique.
13. Abolição e Proclamação
Se por um lado os grupos abolicionistas
criticavam o tardio fim da escravidão e o fato
de a lei que extinguiu o trabalho escravo não
apresentar soluções sociais para os libertos,
por outro os fazendeiros prejudicados pela
abolição retiraram seu apoio ao Império, uma
vez que a lei não previa nenhuma
compensação àqueles que eram obrigados a
libertar seus escravos.
15. Questão Militar
Com suas funções diminuídas desde a criação
da Guarda Nacional, em 1831, os militares
inflaram-se de orgulho após a vitória brasileira
na guerra do Paraguai e passaram a
reivindicar, cada vez mais, direitos de reunião
e livre manifestação política. Ainda assim, em
1884, o governo proibiu os militares de se
manifestarem pela imprensa, a menos que
tivessem autorização do ministro da Guerra.
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17. Questão Militar
Enquanto isto, jovens estudantes da Escola Militar e
oficiais de baixa patente tornavam-se cada vez mais
radicais, defendendo os ideais republicanos,
atribuindo os males do país à Monarquia, e
recusando-se a capturar escravos fugidos. Em 1887
funda-se o Clube Militar, onde pela primeira vez os
militares se organizavam politicamente. Conseguiram
do imperador a permissão para se manifestar
publicamente e a queda do ministro da Guerra. Atos
que não foram suficientes para reaproximar o
Exército e a Monarquia.
18. Questão Religiosa
Constituição Política do Império do Brazil
25 de março de 1824
• Do Imperio do Brazil, seu Territorio, Governo,
Dynastia, e Religião.
– Art. 5. A Religião Catholica Apostolica Romana continuará a ser a Religião
do Império. Todas as outras Religiões serão permitidas com seu culto
domestico, ou particular em casas para isso destinadas, sem forma alguma
exterior de Templo.
• Art. 102. O Imperador é o Chefe do Poder
Executivo, e o exercita pelos seus Ministros de
Estado. São suas principaes attribuições:
– II. Nomear Bispos, e prover os Beneficios Ecclesiasticos.
19. Questão Religiosa
O governo imperial herdou dos tempos coloniais
o regime do padroado, pelo qual cabia ao
monarca a indicação de arcebispos e bispos do
império, além de prover o sustento do clero
regular, o que permitia ao Brasil uma relativa
independência em relação à Sé romana. Todavia,
uma nova geração de eclesiásticos passa a
questionar tal prática, considerando que
deveriam prestar obediência somente ao papa, o
que levou o clero católico a entrar em conflito
com a Monarquia.
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21. Questão Religiosa
A proibição, pelo Concílio Vaticano I, da
participação de católicos em lojas maçônicas deu
início aos atritos entre o Império e o Vaticano,
uma vez que muitos padres e governantes
pertenciam à maçonaria no Brasil, e provocou
forte reação maçônica. Todavia, conforme o
regime do padroado, qualquer bula papal só teria
validade em solo brasileiro após aprovação do
imperador e toda ordem vinda de Roma que
fosse cumprida sem autorização imperial seria
tratada como de aplicação ilegal.
22. Questão Religiosa
Os bispos de Olinda e do Pará, empenhados em
combater a maçonaria e alegando obediência apenas
ao papa, empenharam-se em perseguir maçons e
expulsá-los das paróquias.
Em resposta, o governo imperial condenou-os a quatro
anos de trabalhos forçados, aos quais foram anistiados
um ano depois, graças a pressões de Roma.
As relações entre o Império e a Igreja estavam
definitivamente comprometidas, conforme afirmou
Dom Antonio de Macedo Costa, bispo do Pará, ao sair
da prisão, quando disse que a Questão Religiosa
abalara o trono, mas deixara o altar de pé.
23. O Baile da Ilha Fiscal
9 de novembro de 1889
Sem o apoio da Igreja, dos militares e dos
cafeicultores, tanto do Oeste paulista quanto
do Vale do Paraíba, restava à monarquia
manter as aparências enquanto aguardava seu
fim.
24. É Muita História
República de Pijamas
Hoje sabemos que a História oficial nem sempre é a
mais verdadeira, uma vez que ela se baseia na
valorização do governo que a escreve e na construção
de mitos.
Como exemplos temos a figura de Tiradentes, tão
exaltada nos primeiros momentos da república, e a
própria nomenclatura dada à primeira república,
chamada comumente de República Velha.
Com base no que foi discutido em aula e no vídeo
assistido, redija um texto sobre a importância, para
um determinado regime, de se construir mitos e
controlar a História?
25.
26. Bibliografia
• VAINFAS, Ronaldo; FARIA, Sheila
de Castro; FERREIRA, Jorge;
SANTOS, Georgina. História: o
longo século XIX. Vol. 2. São
Paulo: Saraiva, 2010.