O documento descreve as crises políticas que levaram ao fim do Segundo Reinado no Brasil, incluindo a Questão Militar entre o Exército e a monarquia, a Questão Religiosa entre a Igreja e o Estado, e a pressão crescente pela abolição da escravatura, deixando o Império sem apoio das elites militares, religiosas e rurais.
2. • Finda a Guerra do Paraguai, a monarquia
passou a apresentar visíveis sinais de
desgaste.
• Deste modo, ocorreram as chamadas
questões que levariam ao fim a Monarquia no
Brasil.
4. • A Guerra do Paraguai teve grande influência
sobre a contestação à monarquia, pois, além
de provocar enorme rombo financeiro,
fortaleceu o Exército em detrimento da
Guarda Nacional, composta pela oligarquia
rural.
5. • Os militares, imbuídos da filosofia positivista e de
seu valor e importância adquiridos nos campos
de batalha, passaram a exigir uma participação
mais ativa na vida política do país.
• Aos poucos, suas queixas foram se tornando
públicas, destacando-se um grupo de oficiais que
difundia o ideal republicano e o positivismo, sob
a liderança de Benjamim Constant.
6. Positivismo?
• O positivismo foi uma corrente filosófica iniciada por Auguste Comte, onde as
idéias de percepção humanas são baseadas na observação, exatidão, deixando de
lado teorias e especulações da Teologia e Metafísica. Segundo Comte, as ciências
que são positivistas são a Matemática, Física, Astronomia, Química, Biologia e a
recém criada Sociologia, que se baseia em dados estatísticos.
• Os positivistas acreditam que a ciência é cumulativa, transcultural (não interessa
em qual cultura surgiu, serve para toda a humanidade). Novas idéias podem surgir
sem ser continuação de conceitos velhos, como “entidades de um tipo podem ser
redutíveis a entidades de outro”, por exemplo, o que se passa na cabeça de uma
pessoa pode ser explicado pelas reações químicas no cérebro.
• A frase na bandeira brasileira é baseada no lema de Comte sobre o positivismo. Ele
dizia “amor como princípio e ordem como base; progresso como objetivo”, e o
criador de nossa bandeira simplificou para “Ordem e Progresso”. Isto aconteceu no
período onde a monarquia foi derrubada, e instalada uma república pelas pessoas
que seguiam os pensamentos de Auguste.
7. • A crise entre militares do Exército e a
monarquia tornou-se cada vez mais tensa.
• Prisões, demissões e transferências de oficiais
levaram o Exército a se afastar cada vez mais
do Império, criando um clima favorável à
difusão dos ideais republicanos, o que
influenciou as camadas médias urbanas pró-
República.
Caso Sena Madureira – 1883
Caso Cunha Matos
9. CONTEXTO:
• A Constituição de 1824 estabelecia a união Igreja-
Estado, seguindo um antigo costume português.
• De acordo com esse costume, cabiam ao
imperador o direito do padroado, que lhe
permitia a escolha dos clérigos para os cargos
mais importantes da Igreja, no Brasil, e o direito
do beneplácito, que estabelecia que as ordens
papais (bulas ou decretos) só seriam aplicadas
no Brasil com o consentimento (beneplácito) do
imperador.
10. • Em 1872, eclodiu, no Brasil, a “questão religiosa”,
cujas origens remontam a 1870, quando ocorreu
a unificação italiana, cujos líderes eram da
maçonaria. Durante o processo dessa unificação,
os italianos anexaram os Estados papais,
denominados de Patrimônio de São Pedro, e
estabeleceram Roma como a capital italiana.
• O Papa Pio IX, recusando-se a aceitar a perda de
seus territórios, declarou-se prisioneiro do rei
italiano e abriu guerra contra a maçonaria.
11. • O papa promulgou a bula Syllabus Errorum,
em que condenava a maçonaria e proibia
clérigos e fiéis de frequentarem e pertencerem
aos quadros maçons.
• Lançando mão do beneplácito, o imperador
proibiu o cumprimento da bula papal, uma vez
que a maior parte da elite e do governo
pertencia à maçonaria.
12. • Entretanto, os bispos de Olinda e de Belém,
desrespeitando a ordem imperial, resolveram acatar
a ordem papal, suspendendo irmandades religiosas
que se recusavam a afastar os membros maçons.
• Após muita polêmica, os bispos D. Vital Gonçalves de
Oliveira e D. Antônio Macedo Costa foram presos e
condenados a quatro anos de reclusão com trabalhos
forçados.
• Embora eles tenham sido anistiados em 1875, a
prisão dos dois bispos afastou a Igreja do Império,
assim como muitos fiéis ficaram chocados com o
procedimento imperial, o que desgastou as já frágeis
estruturas imperiais.
14. • Calcula-se que, desde o século XVI, quando
Tomé de Sousa iniciou o tráfico, tenham
ingressado no Brasil cerca de 5 milhões de
escravos.
15. Consequências da abolição do tráfico
• Entre as várias consequências, podemos
destacar as seguintes:
• ––Imigração, principalmente de italianos e
alemães, que, aos poucos, foram sendo
introduzidos na lavoura cafeeira.
16. • ––Surto industrial: aumento das atividades
comerciais e industriais, em que o grande
destaque foi o empreendedorismo de Irineu
Evangelista de Sousa, o barão de Mauá.
• ––Tráfico interno de escravos de áreas
decadentes, como o Nordeste e centros
mineradores, para áreas em
desenvolvimento – cafeicultura –, como o
Vale do Paraíba.
17. • Influenciados por essas mudanças, alguns
setores da sociedade deram os primeiros
passos para a extinção do trabalho escravo.
Em contrapartida, os proprietários rurais
achavam que o Brasil iria à falência e se
instalaria o caos caso houvesse a extinção da
escravatura.
18. • A campanha antiescravidão ganhou força
interna após a Guerra do Paraguai, enquanto,
externamente, a pressão aumentou,
especialmente após o final da Guerra de
Secessão, nos EUA, em que a escravidão foi
abolida (1865).
19. • A campanha abolicionista tornou-se mais
violenta: fugas de escravos eram incentivadas
e acobertadas, e o Exército, que até então era
obrigado a recapturar os “fujões”, recusou-se
a cumprir tal tarefa.
• No “Manifesto de 1888”, os militares
afirmaram que, no Exército, não havia
“capitães do mato”.
20. • A pressão sobre o governo crescia sob a
liderança de abolicionistas na Corte, como
José do Patrocínio, Luís Gama, Joaquim
Nabuco, André Rebouças, e a situação
tornava-se cada vez mais insustentável.
21. Sem o apoio do Exército, desgostoso com a
questão militar, e da Igreja, desgostosa com a
questão religiosa, o Império perdeu seu
último apoio com a Lei Áurea: os fazendeiros
escravocratas tiveram suas propriedades
(escravos) abolidas sem indenização. O
Império já não tinha mais serventia.