O documento descreve o período do Segundo Reinado no Brasil sob o domínio de D. Pedro II, marcado por disputas políticas entre liberais e conservadores, o crescimento da economia com o café, e acontecimentos como a Revolução Praieira e a Guerra do Paraguai. Finalmente, detalha a crise do Império na década de 1880 que levou à proclamação da República em 15 de novembro de 1889.
3. O Segundo Reinado é a fase da
História do Brasil que corresponde
ao governo de D. Pedro II. Teve
início em 23 de julho de 1840, com a
mudança na Constituição que
declarou Pedro de Alcântara maior
de idade com 14 anos e, portanto,
apto para assumir o governo. O 2º
Reinado terminou em 15 de
novembro de 1889, com a
Proclamação da República.
4. O governo de D. Pedro II, que
durou 49 anos, foi marcado por
muitas mudanças sociais, política
e econômicas no Brasil.
Bandeira do Brasil
durante o Segundo
Reinado
5. Política no Segundo Reinado
A política no Segundo Reinado foi marcada
pela disputa entre o Partido Liberal e o
Conservador. Estes dois partidos defendiam
quase os mesmos interesses, pois eram
elitistas. Neste período o imperador
escolhia o presidente do Conselho de
Ministros entre os integrantes do partido
que possuía maioria na Assembleia Geral.
Nas eleições eram comuns as fraudes,
compras de votos e até atos violentos para
garantir a eleição
7. A Revolução Praieira foi uma
revolta liberal e federalista que
ocorreu na província de
Pernambuco, entre os anos de 1848
e 1850. Dentre as várias revoltas
ocorridas durante o Brasil Império,
esta foi a última. Ganhou o nome de
praieira, pois a sede do jornal
dirigido pelos liberais revoltosos
(chamados de praieiros) situava-se na
rua da Praia.
8. O fracasso da Revolução Praieira encerrou
o ciclo de revoltas armadas contra o
poder central. A partir de então, o
império entraria em um período de
relativa estabilidade política, que foi
amplamente favorável à manutenção da
unidade territorial.
10. A classe dominante estava coesa em
torno da manutenção da escravidão
e da alienação (ou ausência) da
participação popular nas decisões
políticas governamentais. Mas tinham
divergências no que diz respeito a
interesses econômicos e políticos
locais. Assim, organizaram-se
politicamente em duas agremiações
políticas: o Partido Liberal e Partido
Conservador.
11. Os dois partidos políticos disputavam o
poder através de eleições legislativas
(para a Câmara dos Deputados). Por
meio de um processo eleitoral bastante
fraudulento e violento, tentavam
conquistar maioria no Parlamento e
influenciar as decisões governamentais
na medida que seus membros fossem
nomeados para formar os gabinetes
ministeriais. No transcurso do segundo
reinado, liberais e conservadores se
alternaram no poder.
14. No Brasil, a organização do sistema
parlamentar acabou sendo
completamente “avesso” ao modelo
inglês. O imperador Dom Pedro II,
imbuído das atribuições concedidas pelos
Poder Moderador, tinha total liberdade
para escolher os integrantes do Conselho
de Estado. Este órgão, situado abaixo da
autoridade do monarca, poderia escolher
os ministros e realizar a dissolução da
Câmara de Deputados. Na maioria das
vezes, as ações do Conselho somente
refletiam os interesses do imperador.
17. A estabilidade política advinda com o
governo imperial de dom Pedro 2º foi
amplamente favorecida pela
comercialização do café. A expansão da
lavoura cafeeira a partir da segunda
metade do século 19 deu novo impulso
a economia agroexportadora, trazendo
prosperidade econômica ao país e
favorecendo a consolidação dos
interesses dos grandes proprietários
rurais.
18. A produção em larga escala do café
começou no Rio de Janeiro, nas
regiões de Angra dos Reis e
Mangaratiba, a partir de 1830. Em
seguida, as plantações se alastraram
para o vale do rio Paraíba, a partir daí
a produção voltou-se para
exportação. Por volta de 1850, a
lavoura cafeeira se expandiu para o
Oeste paulista, favorecida pelas
condições propícias do solo para o
cultivo do café.
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21. Para ser lucrativa, a
comercialização do café no
concorrido mercado mundial
exigiu dos grandes fazendeiros o
emprego em larga escala de mão
de obra escrava. Não obstante,
nesta época o tráfico mundial de
escravos entrou em declínio.
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24. Borracha, algodão e tabaco
Além do café, havia outras atividades no
Brasil que complementavam a economia
nacional. A extração do látex das
seringueiras para produção de borracha,
plantação de algodão para a indústria
têxtil e o tabaco que era muito
consumido na época, principalmente na
Europa.
25. O fim do tráfico negreiro
O governo imperial brasileiro relutava em
cumprir os acordos, leis e tratados
firmados com a Inglaterra, país cujos
interesses econômicos a levaram a defesa
da extinção do tráfico de escravos. Em
1850 o Brasil cedeu as pressões dos
ingleses promulgando a Lei Eusébio de
Queirós, que levou a extinção definitiva
do tráfico.
26. A proibição do tráfico negreiro levaria
inevitavelmente ao fim o trabalho
escravo. Mas a classe dominante
adiou o quando pôde a abolição da
escravidão no país. Para solucionar o
problema da crescente escassez de
mão de obra, os fazendeiros
recorreram inicialmente ao tráfico
interno de escravos, comprando-os
de regiões economicamente
decadentes.
27. Quando o problema da falta de
mão de obra escrava agravou-se,
os prósperos fazendeiros
paulistas colocaram em prática
uma política de incentivo
à imigração de colonos, que
passaram a trabalhar sob regime
assalariado. O Brasil seria um dos
últimos países do mundo a abolir
a escravidão, em 1888.
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33. Guerra do Paraguai
Conflito armado em que o
Paraguai enfrentou a Tríplice
Aliança (Brasil, Argentina e
Uruguai) com apoio da Inglaterra.
Durou entre os anos de 1864 e
1879 e levou o Paraguai a
derrota e a ruína.
37. Crise do Império
A crise do 2º Reinado teve
início já no começo da década
de 1880. Esta crise pode ser
entendida através de algumas
questões:
38. Interferência de D.Pedro II em questões
religiosas, gerando um descontentamento
nas lideranças da Igreja Católica no país;
Críticas e oposição feitas por integrantes
do Exército Brasileiro, que mostravam-se
descontentes com a corrupção existente
na corte. Além disso, os militares estavam
insatisfeitos com a proibição, imposta
pela Monarquia, pela qual os oficiais do
Exército não podiam dar declarações na
imprensa sem uma prévia autorização do
Ministro da Guerra;
39. A classe média brasileira (funcionário públicos,
profissionais liberais, jornalistas, estudantes,
artistas, comerciantes) desejava mais liberdade e
maior participação nos assuntos políticos do país.
Identificada com os ideais republicanos, esta
classe social passou a apoiar a implantação da
República no país;
Falta de apoio dos proprietários rurais,
principalmente dos cafeicultores do Oeste
Paulista, que desejavam obter maior poder
político, já que tinham grande poder econômico.
Fazendeiros de regiões mais pobres do país
também estavam insatisfeitos, pois a abolição da
escravatura, encontraram dificuldades em
contratar mão de obra remunerada.
42. Em 15 de novembro de 1889, o
Marechal Deodoro da Fonseca,
com o apoio dos republicanos,
destituiu o Conselho de
Ministros e seu presidente. No
final do dia, Deodoro da Fonseca
assinou o manifesto proclamando
a República no Brasil e instalando
um governo provisório.
43. No dia 18 de novembro, D.Pedro
II e a família imperial brasileira
viajaram para a Europa. Era o
começo da República Brasileira
com o Marechal Deodoro da
Fonseca assumindo, de forma
provisória, o cargo de presidente
do Brasil.