Este documento resume os principais acontecimentos políticos, econômicos e sociais do Brasil durante o Segundo Reinado, de 1840 a 1889. Destaca as disputas entre liberais e conservadores, o crescimento da economia baseada no café, a abolição gradual da escravidão, e fatores que levaram à queda da monarquia e proclamação da República em 1889, como a crise com a Igreja e o apoio dos militares às ideias republicanas.
1. 3ão: Brasil Império: Segundo Reinado (1840 – 1889)
Aula 6 – apostila 3C & Aula 7 – apostila 4C
2. POLÍTICA INTERNA:
• No início do Segundo Reinado, os principais
partidos trocaram seus nomes.
– Partido Regressista Partido Conservador.
– Proprietários rurais, burocratas do serviço
público e grandes comerciantes
– Partido Progressista Partido Liberal
– Profissionais liberais urbanos, proprietários
rurais de áreas de colonização mais recente.
Estas duas forças políticas brigaram entre si durante a maior parte
do reinado de D. Pedro II.
3. • Eleições do Cacete (1840) – Liberais foram acusados
por conservadores de vencer na base da fraude e da
violência.
• D. Pedro II convocou novas eleições.
• 1842 = Políticos Liberais de São Paulo e de Minas
revoltaram-se contra a anulação. Foram presos e
anistiados em 1844.
4. Parlamentarismo às
avessas.
• 1847 foi introduzido no Brasil o
sistema parlamentarista de
governo.
– Criado para diminuir o atrito entre as
facções da elite.
– Permitia um rodízio entre liberais e
conservadores.
No Brasil: o imperador nomeava o presidente
o primeiro Ministro e depois eram convocadas
eleições parlamentares.
6. Revolta Praiera
(1848-1850)
• Local: Pernambuco.
• Causas: Liberais contrários ao monopólio de portugueses
no comércio e de poucas famílias nas atividades
açucareiras.
• Organizaram o Partido da Praia (1842).
– Ideias revolucionárias influenciadas pelo socialismo utópico.
• 1848 ESTOPIM DA REVOLTA = governador liberal Chichorro
da Gama é substituído pelo conservador Herculano Pena.
A Revolução Praieira foi a maior
insurreição ocorrida no Segundo Reinado.
7. • Tomaram Olinda e atacaram Recife, mas em
1849 foram derrotados em 1850 o movimento
estava completamente sufocado.
1849 = lançaram o Manifesto ao Mundo que
defendia:
• Voto livre e universal;
• Liberdade de imprensa;
• Extinção do Poder Moderador
• Fim do monopólio português sobre o
comércio;
• Maior autonomia para as províncias.
8. ECONOMIA: o ciclo do Café.
• Produzido inicialmente no Vale do Paraíba, na
segunda metade do século XIX expande-se
para o Oeste Paulista.
– Inicialmente produzido em sistema plantation,
mas a partir de 1850 com a proibição do tráfico
negreiro, os imigrantes europeus passaram a ser
alternativa .
9. Imigrantes:
Até 1850 –> sistema de parceria = os
fazendeiros financiavam a vinda e a
instalação dos estrangeiros em troca de
parte da produção.
Após 1850 -> foi adotado o sistema do
colonato = O governo pagava a viagem, o
fazendeiro o primeiro ano da estada no
Brasil e o imigrante recebia um salário
fixo anual e mais um rendimento variável,
conforme a colheita.
10. • Clima e solo (“terra roxa”) muito favoráveis ao plantio do Café.
• Proprietários paulistas mais inseridos na dinâmica econômica
do capitalismo
• Eram proprietários rurais que voltavam-se para a vida urbana.
11. 1850
1850 = A Lei Eusébio de Queirós
decretou o fim do tráfico negreiro, direcionando os capitais que
antes eram empregados na compra de escravos para a indústria.
1844 = TARIFA ALVES BRANCO
fim do acordo de tarifas reduzidas com a
Inglaterra, o governo elevou
os impostos sobre os produtos ingleses de
30% a 60%.
1850 = Lei de Terras
Esta lei estabelecia a compra como a única forma de acesso à
terra e abolia, em definitivo, o regime de sesmarias.
12. O surto industrial.
• Na segunda metade do século XIX a indústria
também passa a se desenvolver.
Visconde de Mauá
13. Visconde de Mauá
• Irineu Evangelista de Sousa
o grande empresário deste período, investiu em:
– Companhias de bonde,
– navegação,
– iluminação urbana, fundição,
– estradas de ferro
– instalação de um telégrafo submarino entre o Brasil e a
Europa.
Sem o apoio do governo e com desentendimentos com
seus sócios ingleses, acabou falindo.
14. POLÍTICA EXTERNA:
• Foi marcada por desentendimentos com a
Inglaterra e por conflitos com os vizinhos sul-
americanos.
• Questão Christie:
– O embaixador britânico Willian Christie exigiu do
governo brasileiro indenização e pedido de desculpas
pelo naufrágio de uma embarcação inglesa no litoral
brasileiro (1861).
– A corte internacional na Bélgica deu ganho de causa
para o Brasil, levando a Inglaterra a romper relações.
– 1865 os ingleses desculpam-se do ocorrido e reatam
relações.
15. GUERRA DO PARAGUAI
(1864-1870):
Desde a sua independência (1811),
o Paraguai era um pequeno e
isolado país no interior do
continente.
Não despertava interesse das
potências estrangeiras.
Conseguiu desenvolvimento
econômico e eficiência nos serviços
públicos além de significativa
distribuição da terra.
Os paraguaios, com Solano López,
tinham pretensões de expansão
econômica.
Brasil, Argentina e Uruguai
firmaram o Tratado da Tríplice
Aliança com o apoio inglês.
Lideraram as tropas brasileiras:
Manuel Luís Osório e Luis Alves
de Lima e Silva (Duque de
Caxias).
Em 1869 os Aliados avançaram
sobre o Paraguai e entraram e
Assunção, no ano seguinte
Solano López é assassinado.
Batalha naval do Riachuelo
16. • Paraguai teve sua economia destruída, cerca de dois
terços de sua população foram dizimados e perdeu
porções de seu território para os aliados.
• O Brasil saiu vencedor e com uma grande dívida com a
Inglaterra.
17. A CRISE DO IMPÉRIO
• Apesar da prosperidade do Império, a estrutura
socioeconômica brasileira não sofreu mudanças
significativas.
O fim da monarquia foi o resultado
da ruptura das relações do governo
com três setores da sociedade que
lhe davam sustentação:
Igreja Católica;
Exército;
Aristocracia escravista.
18. QUESTÃO MILITAR:
Após a Guerra do Paraguai, o Exército
brasileiro ganhou grande relevância.
O contato com os aliados (uruguaios e
argentinos) permitiu a difusão, entre os
militares, de ideias republicanas e
abolicionistas.
Tornou-se popular nos quartéis a
corrente filosófica do positivismo, que
defendia a República como um sistema
político superior.
1887 = foi criado o Clube Militar, que
passou a pressionar o governo.
O primeiro presidente do clube foi
Marechal Deodoro da Fonseca.
Vigorava no Brasil o regime do
Padroado.
1864 = Vaticano proibiu as relações
entre a Igreja e a maçonaria. D. Pedro
II foi contrário e rejeitou.
1872 = o governo prendeu os bispos
da cidade de Olinda que estavam
expulsando os maçons de diversas
irmandades religiosas.
Com isso a Igreja deixou de apoiar a
monarquia.
QUESTÃO RELIGIOSA:
Papa Pio IX
19. Charge de 1870 a respeito da Questão Religiosa.
A legenda diz: "Sua Majestade aproveitou a ocasião para, não
desfazendo do macaroni do Papa, fazer valer as vantagens e excelência
de uma boa feijoada". No prato de macarrão aparece a
palavra Syllabus (título de um documento de Pio IX condenando os erros
da civilização moderna) e, no de feijoada, Constituição.
20. QUESTÃO
ABOLICIONISTA
.Após a Lei Eusébio de Queirós
(1850), que proibia o tráfico
negreiro, a pressão passou a ser
para o fim da escravidão.
Pressão externa: Inglaterra.
Pressão interna: Classe Média
urbana, Intelectuais, jornalistas,
militares,latifundiários do Oeste
paulista e negros.
Para ganhar tempo o governo foi
aprovando Leis Protelatórias.
Leis protelatórias:
1871 = Lei do Ventre Livre
(Lei Visconde do Rio Branco).
Tornou livres todos os
filhos de negros escravos.
1885 = Lei dos Sexagenários
(Lei Saraiva Cotagipe).
Determinava a libertação
dos negros com mais de
60 anos.
21. PRINCIPAIS ABOLICIONISTAS DURANTE O IMPÉRIO
O cearense Francisco José do Nascimento, conhecido como
"Dragão do Mar", foi um dos grandes abolicionistas do nordeste
brasileiro. Recusava-se a transportar escravos em sua jangada e,
em 1881, liderou a greve dos jangadeiros contra a escravidão. No
Ceará a escravidão acabou sendo extinta quatro anos antes da
Lei Áurea.
Castro Alves é célebre por seus poemas engajados, entre os
quais, Vozes d’ África e Navio Negreiro. Fundou em 1869 a
Sociedade Libertadora 7 de Setembro na Bahia. Atuante,
conseguiu alforria para 500 escravos e difundiu a luta em prol
dos ideais de liberdade em um jornal chamado “Abolicionista”.
Morreu aos 24 anos, em 1871 sem ver a Lei Áurea ser assinada.
O engenheiro André Rebouças é uma das grandes vozes da luta
abolicionista brasileira. Participou da criação de algumas
agremiações antiescravistas, como a Sociedade Brasileira
Contra a Escravidão, a Sociedade Abolicionista e a Sociedade
Central de Imigração. Defendia a emancipação do escravo e sua
total integração social por meio da aquisição de terras
22. Francisco de Paula Brito, tipógrafo, jornalista, editor, tradutor,
dramaturgo, letrista, contista e um dos grandes nomes da
imprensa brasileira. Publicou “O Homem de Cor”, primeiro
jornal antirracista que mais tarde passou a ser chamado de “O
Mulato”. Morreu aos 52 anos, 1861, sem ter visto a abolição da
escravatura no seu país.
Luís Gama, poeta abolicionista nascido em 1830, era filho de mãe
escrava e pai branco. Foi vendido como escravo aos 10 anos de idade
e só aprendeu a ler aos 17. Conquistou sua liberdade provando ser um
homem livre diante da lei. Alistou-se no Exército, foi escrivão de
Polícia, jornalista e advogado atuante em prol da causa abolicionista.
Libertou mais de 500 escravos. É considerado um dos expoentes do
Romancismo no Brasil.
Joaquim Nabuco foi um diplomata, jornalista, político abolicionista e
um dos criadores da Academia Brasileira de Letras. Em 1880 fundou a
Sociedade Brasileira Contra a Escravidão, que contava com a
participação de André Rebouças. Entre suas obras voltadas ao tema
estão O Abolicionismo (1883) e Escravos (1886). Nabuco também era
um fervoroso defensor da total separação entre Estado e Igreja – o tão
debatido estado laico.
23. Filho de uma quitandeira com um padre, José do Patrocínio foi
um desses abolicionistas que tinham a alma inspirada. Era um
jornalista polêmico e orador eloquente. Com o jornal Gazeta da
Tarde fez ampliar a voz dos ideais abolicionistas. Terminou
exilado por criticar demais o governo e problematizar a questão
da população negra que, após a Lei Áurea, ainda continuava
miserável.
A Abolição:
1887 = o Exército anunciou que não
perseguiria mais negros fugidos. Estado
ficava sem a máquina repressiva que
garantia a escravidão.
1888 = a Câmara aprovou a Lei Áurea (Lei João Alfredo), que foi
assinada pela Princesa Isabel.
Os fazendeiros escravocratas (do Vale do Paraíba) reclamaram mais da falta de
indenização do que da abolição propriamente dita. Por isso os fazendeiros do Vale do
Paraíba abandonaram o Imperador.
Assim acabava a escravidão, mas não o preconceito e a exclusão social dos negros.
24. O senador João Maurício Wanderley, o Barão de Cotegipe, porta-voz da bancada escravista
no Senado declarou que a abolição mergulharia o país em uma crise econômica, com
consequências políticas. E após a sanção da lei pela princesa Isabel, afirmou que isso
causaria o fim do Império.
“Precisamos dos escravos. A senhora acabou de redimir uma raça e perder o trono!”
25.
26. MOVIMENTO REPUBLICANO:
1870 = Fundado no Rio de Janeiro
o Partido Republicano.
1873 = Surgiu o Partido
Republicano Paulista.
Neste mesmo ano, reunidos na
Convenção de Itu, os cafeicultores
de São Paulo aderiram à causa
republicana. Comandante de prestígio, Deodoro
da Fonseca foi convidado a chefiar o
levante.
27. A PROCLAMAÇÃO DA
REPÚBLICA:
Em 15 de novembro de 1889, no
Rio de Janeiro, à frente de suas
tropas, ele proclamou a República.
o Baile da Ilha Fiscal, um
verdadeiro banquete suntuoso
oferecido pela Família Real para
milhares de convidados, na baía
de Guanabara, no Rio de
Janeiro. Para muitos
historiadores, o Baile,
representou o suspiro final da
agonizante Monarquia
brasileira, a última nas
Américas
29. • A Família Real foi Desterrada
para a Europa, e Deodoro
assumiu o governo provisório.
Teresa Cristina, sentada, e, de pé, Isabel, dom Pedro, o neto Pedro Augusto, e
o conde d’Eu
“SÓ VEMOS AGORA MAR E CÉU; SÓ
TEMOS NO PENSAMENTO SAUDADES E TRISTEZAS”