2. O NOME TROPICÁLIA
• Inventado pelo artista plástico Hélio Oiticica e posto
como título em uma canção de Caetano Veloso...” além
de estar livre desse sufixo ismo, o qual, justamente por
ser redutor, facilita a divulgação com status de
movimento do ideário e do repertório criados. Caetano
Veloso em seu livro Tropicália.
3. A história deste movimento
começa quando Caetano Veloso
chega da Bahia e encontra uma
cena musical dominada por
bossa novistas que cantavam
um Brasil dos anos dourados,
cada vez mais destoante da
realidade dura em que se vivia
no país e das mudanças pelas
quais o mundo passava.
4. Objetivos do Movimento
• “Eu me sentia num país homogêneo cujos
aspectos de inautenticidade e as versões de rock
sem dúvida representavam um deles, resultavam
da injustiça social que distribuía a ignorância, e
de sua macro manifestação, o imperialismo que
impunha estilos e produtos.”
• Caetano Veloso
9. A Revolução musical
Por causa da ditadura, a música
brasileira estava muito nacionalista, ou
seja, muito voltada para cantar as
maravilhas da nação e lembrar o quanto
o povo brasileiro é sortudo por viver
aqui. ATropicália foi contra isso. O
grupo tentou deixar a linguagem da
Música Popular Brasileira (MPB) mais
leve, mais jovem. Para isso, passaram
a usar guitarras elétricas nos arranjos
musicais.
10. .. Encantados com a música pop
internacional, que naquela
época ficava cada vez mais
forte, e interessados em
misturar estas influências com a
musicalidade brasileira, Caetano
Veloso, Gilberto Gil, Tom Zé, Gal
Gosta acompanhados dos
Mutantes (Rita Lee, Arnaldo
Batista e Sérgio Batista),
mudaram a cara da música
popular brasileira. Eles queriam
mais do que um banquinho e um
violão. A intenção era gritar aos
brados uma nova possibilidade
de se pensar o Brasil–Caetano
11. É possível dizer, inclusive,
que o movimento teve início
com as inovadoras
apresentações da marcha
“Alegria, alegria”, de
Caetano, e da cantiga de
capoeira “Domingo no
parque”, de Gilberto Gil, no
III Festival de MPB da TV
Record, em 1967.
12. Caetano Veloso – alegria, alegria
coração tropicália x Ditadura
A música Alegria, Alegria, de
autoria de Caetano Veloso, sobre
liberdade, é um dos marcos
iniciais do movimento tropicalista
da década de 1960. Datada de
1967, Alegria, Alegria, a canção
modernista foi apresentada no
Festival da Record em disputa
pelo “Berimbau de Ouro”.
13. “sua letra nada tem de
alegria, apenas reflete a
repressão do período
militar no Brasil, ou
melhor, os “anos de
chumbo”” “Pelo fato de ser uma canção
entrelinhas uma crítica à
esquerda intelectualizada, a
negação a qualquer forma de
censura, uma denúncia da
sedução dos meios de
comunicação de massa e um
retrato direto da realidade
escrita no período tropicalista,
Mary Ellen Farias dos Santos* Alegria, Alegria tem nas
Em janeiro de 2015 *
Resenha
14. Alegria , Alegria
Caminhando contra o vento
Sem lenço e sem documento
No sol de quase dezembro,
Eu vou.
O sol se reparte em crimes
Espaço naves, guerrilhas
Em Cardinales bonitas,
Eu vou.
15. O sol se reparte em crimes
Espaço naves, guerrilhas
Em Cardinales bonitas,
Eu vou.
Em caras de presidente,
Em grandes beijos de amor,
Em dentes, pernas,
bandeiras,
Bomba e Brigitte Bardot.
O sol nas bancas de revista
Me enche de alegria e
preguiça.
Quem lê tanta notícia?
Eu vou
16. Por entre fotos e nomes
Os olhos cheios de cores
O peito cheio de amores
vãos.
Eu vou
Por que não? E por que
não?
Ela pensa em casamento
E eu nunca mais fui à
escola
Sem lenço e sem
documento
Eu vou.
17. Por entre fotos e nomes
Sem livros e sem fuzil
Sem fome, sem telefone,
No coração do Brasil.
Ela nem sabe até pensei
Em cantar na televisão
O sol é tão bonito
18. Eu vou
Sem lenço, sem
documento
Nada no bolso ou nas
mãos
Eu quero seguir vivendo
amor.
Eu vou
Por que não? E por que
não?
19. Eu vou
Sem lenço, sem documento
Nada no bolso ou nas mãos
Eu quero seguir vivendo amor.
Eu vou
Por que não? E por que não?
Por entre fotos e nomes
Sem livros e sem fuzil
Sem fome, sem telefone,
No coração do Brasil.
Ela nem sabe até pensei
Em cantar na televisão
O sol é tão bonito
21. Sua carreira musical teve início
em 1964, época em que cursava
Administração na Universidade
Federal da Bahia, quando
participou do show “Nós, Por
Exemplo”, ao lado de Caetano
Veloso, Tom Zé, Gal Costa e Maria
Bethânia, na inauguração do
teatro Vila Velha, em Salvador.
Em 1965, Gilberto Gil mudou-se
para São Paulo. Em 1967, a
música “Domingo no Parque”, que
cantou junto com os Mutantes,
ficou em 2º lugar no III FMPB.
Nesse mesmo ano lançou seu
primeiro disco “Louvação”
22. O III FMPB foi o ponto de partida
para o movimento artístico
chamado “Tropicalismo”, que
Gilberto Gil participou junto com
Caetano Veloso, Torquato Neto,
Tom Zé, Rogério Duprat, entre
outros. A ideia do movimento era a
fusão de elementos da música
inglesa e americana junto com as
músicas de João Gilberto e Luiz
Gonzaga. O movimento causou
polêmica, porém, abriu portas
para uma nova etapa na música
popular brasileira.
24. OS FESTIVAIS DA CANÇÃO (1965-1972)
Pode-se dizer que o nascimento da
MPB passou pelos festivais de
música, promovidos por emissoras
de TV, como a Record e a Globo, de
1965 a 1972. Em vez de chegar ao
público pelo rádio, a música entrava
na casa das pessoas pela televisão
e só depois pelo disco. Os festivais
acabaram se transformando em
palco político.
26. Uma noite em 1968
Foi um festival com Tom Jobim vaiado e uma
música que irritou os quartéis de Geraldo Vandré
ficando para sempre no imaginário nacional e
proibida de ser cantada.
27. Pra não dizer que não falei de flores
• Geraldo Vandré compôs e interpretou a música
que se tornaria um hino de resistência do
movimento civil e estudantil. Os versos "Vem,
vamos embora / Que esperar não é saber /
Quem sabe faz a hora, / Não espera acontecer"
foram interpretados como uma apologia à luta
armada contra a ditadura. "Vandré já era um
compositor visado", "Sem metáforas, a
música apregoava a luta de alguma forma."
31. Gal Costa
Divino maravilhoso, cujos versos
dizem “é preciso estar atento e
forte, não temos tempo de temer
a morte”, na televisão quando um
homem começou a gritar “Fora!”.
Gal disse que começou a cantar
cada vez mais forte a canção.
Aos poucos ele começou a se
aquietar e acabou sentando. Isto
é a Tropicália,
33. O grupo chocou o público ao mostrar Rita Lee
grávida e de vestido de noiva branco.
34. Tom Zé
Tom Zé, poeta baiano, sonoro,
concreto, da práxis, da língua
atomizada e anatomizada, das
lições de História, entre os dois
sertões
35. Torquato Neto como um
“ferrenho militante da
implantação da contracultura”
diante de um contexto ditatorial.
Ele era, simplesmente,.
poeta
36. Na foto, Torquato Neto
vestindo Parangolé em
Apocaliopótese, no Rio de
Janeiro, em 1968.
37. Artistas de Teatro , cinema, poetas e pintores
como Hélio Oiticica fizeram parte da Tropicália.
No cinema:
Glauber Rocha No teatro Oficina ZÉ CELSO
Na poesia Concreta Ferreira Gullar
Hélio Oiticica nas Artes Plásticas
38. Glauber Rocha
• A trama de Terra em Transe é uma alegoria
política, um texto que faz uso de elementos
históricos muito próprios do Brasil e da América
Latina como um todo, especialmente porque
não se nega a mostrar as diferenças sociais, a
larga oferta de posturas político-ideológicas, o
embate quase infantil entre povo e poder, o uso
da força militar ou do assassinato político.
Através de todos esses fatos observados no
Terceiro Mundo. Glauber Rocha nos mostra a
crônica de uma ascensão ao poder e sua
subsequente derrocada.
42. José Celso Martinez Corrêa
Quando o “Tropicalismo”, começa a influenciar
diferentes grupos e artistas, O teatro de Oficina,
fundado pelo dramaturgo Zé Celso à sua frente,
persegue uma cultura de resistência, combatendo
a indústria da massificação, do comportamento
pelo show-business e da padronização do gosto. A
representação do Tropicalismo se deu com a peça
“O Rei da Vela”, em 1967, atuada por outro
fundador, Renato Borghi. O Manifesto
Antropofágico (1928) de Oswald de Andrade, autor
de “O Rei da Vela”, foi que serviu de suporte para
43. Quando ouvi pela primeira vez
as músicas “Alegria, alegria” de
Caetano Veloso e “Domingo no
Parque” de Gilberto Gil eu senti
a consagração da palavra que
eu tenho por fundamental na
vida: “alegria”. Senti nas
canções a alegria de estar no
parque, de estar na rua, de
estar na Ágora, de estar na
praça pública. Senti alegria é a
prova dos nove De Oswald de
Andrade.
ZÉ CELSO
44.
45. O rei da Vela
Montamos no Teatro Oficina “O
Rei da Vela”. O espaço cênico
até 1967 era o de uma caixa de
sapato fechada. Mas essa peça
de Oswald de Andrade pedia
que nós abríssemos uma
entrada de luz no teatro. Assim,
transformamos o Oficina num
espaço de “domingo no
parque”, ensolarado, num
espaço de alegria
46. Esse espaço hoje é o
terreiro do Modernismo,
do Tropicalismo. Temos
aqui um teto móvel que
abre para céu, é um
teatro que tem seu
próprio céu. O Teatro
Oficina é um espaço
bárbaro e tecnizado
Tropicalista.
47. Manifesto Antropofágico de Oswald de
Andrade
Oswald de Andrade não se opõe à
civilização moderna e industrializada,
mas propõe um certo tipo de cautela
ao absorver aspectos culturais de
outrem, para que a modernidade não
se sobreponha totalmente às culturas
primitivas. E também, para que haja
maior cuidado ao absorver a cultura de
outros lugares, para que não haja
absorção do desnecessário e a cultura
brasileira vire um amontoado de
fragmentos de culturas exteriores.
48.
49. Ferreira gullar
Em 1954, Ferreira Gullar lançou
no Rio de Janeiro, o livro A Luta
Corporal, com experiências que
leva em conta o espaço em
branco do papel e as
possibilidades de diagramação
da palavra em poesia, unindo
significante e significado,
comunhão nova que se afinava
com as propostas de
concretistas de São Paulo.
50. Em 1954, Ferreira Gullar
lançou no Rio de Janeiro, o
livro A Luta Corporal, com
experiências que leva em
conta o espaço em branco
do papel e as possibilidades
de diagramação da palavra
em poesia, unindo
significante e significado,
comunhão nova que se
afinava com as propostas de
concretistas de São Paulo.
51. Hélio Oiticica
• Pintor que aderiu a ideia Tropicalista em que houve troca
de ideias entre artistas de todas as áreas.
53. Parangolé são capas, estandartes,
bandeiras para serem vestidas ou
carregadas pelo participante de
um happening. As capas são feitas com
panos coloridos (que podem levar
reproduções de palavras e fotos)
interligados, revelados apenas quando a
pessoa se movimenta. A cor ganha um
dinamismo no espaço através da
associação com a dança e a música. A
obra só existe plenamente, portanto,
quando da participação corporal: a
estrutura depende da ação. A cor assume,
desse modo, um caráter literal de vivência,
reunindo sensação visual, táctil e rítmica. O
participante vira obra ao vesti-lo,
ultrapassando a distância entre eles,
superando o próprio conceito de arte.
54. Mas que fique claro, ao vestir o
Parangolé o corpo não é o
suporte da obra. Oiticica diz que
se trata de "incorporação do
corpo na obra e da obra no
corpo". Nessa espécie de anti-
arte, diz Oiticia, "o objetivo é dar
ao público a chance de deixar
de ser público espectador, de
fora, para participante na
atividade criadora".
65. Sobre o Movimento e a sociedade
• O tempo era o final da década de 1960, nas cucas
encaracoladas dos jovens do mundo todo estava
passando uma profusão de ideias e questionamentos, e a
Tropicália aparece justamente para deixar os jovens
brasileiros em compasso com as contradições do mundo
da Guerra Fria, sem deixar de trazer para a roda nossas
próprias discussões. A estética tropicalista trazia a
interlocução de várias manifestações artísticas
66. ao movimento
. Tudo o que apareceu na MPB
depois do tropicalismo está
ligado ao movimento.
68. O exílio de Caetano e Gil em LONDRES
• Em 1968 Caetano Veloso e Gilberto Gil
foram presos em São Paulo pela polícia
militar e permaneceram detidos por quase
dois meses antes de serem exilados. Os
músicos viveram dois anos e meio exilados
em Londres e foi nesse período que Caetano
gravou “London London”.
69. Nos dias de hoje como é visto o movimento lá
fora pelo mundo
2005
Revista Bien'Art
Revis
70.
71.
72.
73.
74. Mistura tudo
O Tropicalismo misturou
rock, bossa nova, samba,
rumba, bolero e baião
O disco que deixa isso bem
claro é a obra coletiva Tropicália
ou Panis et Circensis, que
reuniu todos os principais
cantores, compositores e
maestros do movimento no
mesmo disco.
75. CONCLUSÃO
O Tropicalismo, como todo movimento de
vanguarda, causou incomodo e teve seus
detratores, de todos os lados, da esquerda
para a direita. O governo militar passou a
perseguir o grupo por considerá-los
contestadores demais, subversivos em
potencial. Para um governo que tinha a
censura como método de coerção,
Caetano Veloso cantando que “é proibido
proibir”, não era bem visto pelos homens
de farda.
76. A esquerda nacionalista e
antiamericana os acusava de
imperializados e entreguistas pela
influência do rock. No contexto
político da época, houve até artistas
que fizeram passeatas contra a
guitarra elétrica. O músico, escritor e
desenhista Rogério Duarte, um dos
criadores do movimento, traduziu em
depoimento aquilo que de fato o
tropicalismo foi: “A estética da
Tropicália comportava as minhas
contradições. O tropicalismo era
síntese das contradições”, resumiu o
intelectual.
77. Bibliografia
www.resenhando.com. É jornalista,
professora e roteirista.
Twitter: @maryellenfsm
aetanoendetalle.blogspot.com.br/2016/04/2005-2006-
2007-tropicalia-revolution-in.html
http://tvbrasil.ebc.com.br/exilio-e-
cancoes/post/london-london-reflete-experiencia-de-
caetano-veloso-no-exilio
78. Trabalho para a Disciplina
Arte latino Americana
Helena e Dennis
FEEVALE 2007