1. AS ORIGENS
Quando os europeus chegaram à América, se depararam com um grande número de
povos já vivendo no novo continente, mas daí surgiu a dúvida: Como eles descobriram
a América antes dos europeus?
Na verdade, existem três teorias sobre a chegada dos primeiros povos em solo
americano.
A primeira delas é a asiática, onde diz que o índio americano, de origem asiática, teria
atravessado da Ásia para a América através do Estreito de Bering, resultado do
congelamento da água, ele havia primeiramente chegado ao Alasca e posteriormente
em toda a América.
A segunda teoria é a malaio-polinésia, onde prega que o homem teria saído da
Malásia e Polinésia e chegado a América do Sul através das ilhas do oceano Pacífico.
A terceira é a australiana, que não difere muito da malaio-polinésia, porém diz que o
homem americano teria saído da Austrália.
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2. Até recentemente, a interpretação mais largamente aceita baseada nos achados
arqueológicos era de que os primeiros humanos nas Américas teriam vindo numa
série de migrações da Sibéria para o Alasca através de uma língua de terra chamada
Beríngia, que se formou com a queda do nível dos mares durante a última idade do
gelo, entre 24 e 9 mil anos atrás.
No entanto, achados na América do Sul mudaram o pensamento dos arqueólogos. O
fóssil de uma mulher com 11 mil anos foi encontrado pela arqueóloga francesa
Annette Laming-Emperaire na década de 1970. O fóssil recebeu o nome de Luzia,
apelido dado carinhosamente pelo biólogo Walter Alves Neves, do Instituto de
Biociências da USP.
Ao estudar a morfologia craniana de Luzia, Neves encontrou traços que lembram os
atuais aborígenes da Austrália e os negros da África.
O mais provável, é que as Américas tenham sido colonizadas por vagas de povos de
diferentes origens, ao longo dos tempos, dando origem ao complexo mosaico de
povos e línguas que hoje existem. E é possível, igualmente, que esses povos – tal
como aconteceu em tempos históricos, bem documentados – tenham substituído ou
tenham se juntado com populações originais que lá já existiam.
Os primeiros “colonizadores das Américas”, os ameríndios não eram muito evoluídos,
pois há indícios que seus instrumentos de caça eram exclusivamente pedras e
cachorros domesticados para este fim. Os caçadores e coletores tiveram um rápido
avanço em direção ao sul, e tinham instrumentos de caça mais evoluídos, como por
exemplo, projéteis pontiagudos.
OS MAIAS
Hoje eles são pouco mais de 3 ou 4 milhões de pessoas espalhadas pelo México,
Honduras, Guatemala e El Salvador. Apenas um traço rápido, descendentes de uma
civilização fascinante e ainda misteriosa que, ao longo de mil anos, floresceu e
desapareceu na América Central e do Norte, muito antes da chegada de Colombo à
nova terra.
Bem mais que índios - selvagens ou dóceis-, bem mais que homens exóticos e pagãos
aos olhos do europeu expansionista e cristão, os Maias foram um povo que deixou um
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3. legado inestimável de organização social e política, de conhecimentos científicos -
especialmente de engenharia, matemática, astronomia e calculo -, só comparado aos
antigos egípcios e suas pirâmides e templos perfeitos.
Na América Central, especialmente na Guatemala, Belize, além do sul do México e
norte da península de Yucatán (já na América do Norte), floresceu esta que é uma das
mais notáveis civilizações indígenas: a civilização maia, cujo adiantamento no campo
das ciências e das artes; bem como no âmbito da organização política, social e
religiosa, é universalmente reconhecido. A história dos quíchuas, que falavam um
dialeto maia, foi preservada no Popol Vuh, obra escrita por um nativo pouco depois da
conquista espanhola, e a dos maias e chorotegas, que habitavam a região localizada
junto à fronteira entre Honduras e Guatemala, pode ser reconstituída a partir de
documentos arqueológicos gravados em pedras. Além desses, outros povos que
tiveram civilizações avançadas foram os toltecas e os cackiquelos.
ESTE HOMEM AMERICANO
Perdidas há séculos nas florestas tropicais e matas da América Central, algumas
dezenas de cidades mortas ilustram um dos mais misteriosos episódios da História.
"Nos seus templos imponentes, erguidos no cume de pirâmides que atingiam por
vezes uma altura de cinquenta metros, eram realizadas cerimónias rituais, inclusive as
iniciáticas, cujos indícios nos transmitiram alguns enigmáticos baixos-relevos. As
estruturas arquitectónicas dessas cidades esquecidas, as estejas e os altares de
pedra magnificamente esculpidos, as cerâmicas policromadas, os misteriosos sinais
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4. hieroglíficos gravados nos monumentos são as testemunhas do mais alto grau de
civilização de seus autores" (P. Ivanoff).
A civilização Maia tem raízes de miscigenação há 10 mil anos. Tinham deuses severos
e implacáveis diante das fraquezas humanas a quem eles deveriam ofertar-lhe o
sangue para que a cidade tivesse um bom desenvolvimento.
ORGANIZAÇÃO POLITICA E SOCIAL
Os maias nunca chegaram a formar um império unificado, fato que favoreceu a
invasão e domínio de outros povos. As cidades mais importantes formavam o núcleo
político e religioso da civilização e eram governadas por um estado teocrático. O
imperador maia era considerado um representante dos deuses na Terra.
A zona urbana era habitada apenas pela nobreza a qual pertenciam à família real, o
sacerdote, governantes, chefes guerreiros e administradores do império (cobradores
de impostos). O chembal, constituído de artesãos e trabalhadores urbanos e
campesinos, faziam parte das camadas menos privilegiadas e tinham que pagar altos
impostos, além dos escravos, os pentacoob parte reduzido da população destinada
principalmente o sacrifício, pois a sociedade Maia não se baseava na escravidão.
O grupo sacerdotal era, em realidade, de maior poder, pois além da autoridade
religiosa tinha em suas mãos todo o conhecimento científico, que eram o fundamento
da vida da comunidade.
O sumo sacerdote se chamava Ahau Tan (senhor serpente) e controlava os rituais e a
ciências, escrevia os códices, tanto religiosos como históricos, administrava os
templos e era conselho de halach uinic.
Os sacerdotes menores eram El ahkin, com várias funções, como pronunciar
discursos baseados nos códices o chilan, taumoturgo e profita: o nacom sacrificar, o
ahmén hechiciro e curandeiro.
NOBRES
SACERDOTES
“POVO”
ESCRAVOS
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5. RELIGIÃO
Os Maias tinham religião politeísta a dizer, rendiam culto a muitos deuses, que podiam
ser masculinos e femininos, jovens e velhos benéficos e maléficos não eram seres
perfeitos como em outras religiões.
Suas dádivas eram representados como seres que parecia características humanas,
animais e vegetais.Devido a dificuldade para identificar certas figuras nos códices que
aparecem na escrita, eles eram denominados como letras.
A julgar o mundo como uma superfície plana e quadrangular que se divide em quatro
setores dos que se associam cores significativas: roxo ao leste, amarelo ao sul, branco
ao norte, negro ao oeste verde ao centro, lugar onde se encontra uma grande seiva
cuja as raízes penetram no mundo subterrâneo, formado por nove estados e cuja copa
toca os níveis do céu.
ECONOMIA E POLÍTICA
A base da economia Maia foi o cultivo do milho e da mandioca - Pesquisadores acham
mais antiga prova de domesticação da raiz em sítio de El Salvador. Tubérculo de
1.400 anos teria permitido alimentar massas do império.
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6. Uma das perguntas mais difíceis de responder sobre o auge da civilização maia, no
primeiro milênio da Era Cristã, é como os maias conseguiram alimentar tanta gente –
A técnica de rotation, praticada até os dias atuais pelos agricultores esgota as terras
em 2 ou 3 anos, obrigando a mudar de lugar de plantio, o que resulta num cultivo
extensivo e não intensivo. Na plantação se planta também outras coisas e se cultivam
legumes, frutos, condimentos, algodão, tabaco. Ao lado da agricultura se praticava a
caça, a pesca e domesticação de animais.
Os arqueólogos da Universidade do Colorado acharam resquícios do
tubérculo em Cerén, um sítio arqueológico a cerca de 40 km da capital de
El Salvador, na América Central. Cerén às vezes é chamada de Pompéia
do Novo Mundo, porque a erupção de um vulcão próximo por volta do ano
600 enterrou os prédios e artefatos da cidade maia numa camada profunda
de cinzas
No aspecto tecnológico, a indústria mais importante lítica; produziram armas, objetos
de trabalho e tornos em vários tipos de pedras, como a obsidiana, o pedernal e o jade.
Outras indústrias foram: a de sal, a têxtil, a hulera. A metalurgia aparece pelos séculos
XI ou XII procedente da América Central, e foi visada quase exclusivamente para
produzir adornos.
O comércio foi um dos aspectos importantes da economia Maia: havia rotas terrestres,
fluviais e marítimas. Existiam mercados "internacionais" como o de Xicalanço, havia
edifícios especiais assim como cortes judicias.
Os mercadores, chamados de polom, pertenciam a nobreza e possivelmente estavam
organizados em grêmios. O comércio se realizava por meio de troca, ainda que alguns
produtos tivessem valor de moeda como o cacao o jade e os objetos de cobre.
CIDADE DE TIKAL
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7. O sítio arqueológico de Tikal fica na Guatemala, a história dessa cidade começa no
século I, essa cidade possui o mais impressionante conjunto arquitetônico, na verdade
um local de cerimônias, no seu centro havia uma pirâmide maior, que é o templo do
Jaguar um primor de arquitetura, que certamente foi o centro da cidade, a maior dos
Maias.
Os vestígios arqueológicos demonstram que naquela região existiam vilas agrícolas.
As evidências são de que havia palácios, mercados, templos religiosos e habitações
muito grandes, porque haviam conjuntos de edifícios em torno da pirâmide .
HISTÓRICO DA CIDADE
No século 17 a cidade foi descoberta pelos espanhóis, missionários que queriam
converter tribos que viviam às margens do lago Petén-Itzá, passaram aterrorizados por
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8. suas ruínas. A partir deste relato feito pelos religiosos o coronel Modesto Mendez em
1848 foi procurar a cidade, e quando a encontrou ficou maravilhado com a cultura.
Intrigando-nos até hoje, com o tamanho da pirâmide e dos templos feitos daquele
tamanho com objetos construtores equivalentes a idade da pedra europeia. Além
disso, a cidade possuía grandes reservatórios de água, e ainda alguns objetos que até
hoje não foi possível reproduzi-lo. Mais recentemente os americanos encontraram
pirâmides Maias na Guatemala com até 45 metros de altura na região de Nakbe com
objetos com + ou- 400 a.C.
ESCRITA
Dos quatro sistemas de escrita que se desenvolveram na Mezoamérica (zapotéca,
mixteca, Maia e asteca), o mais complexo, não é possível agente ler completamente
os textos, devido entre outras coisas a que os 750 ou 800 signos que se conhecem,
alguns sons ideográficos, outros pictográficos e outros mais em partes fonéticas, que
funcionaram em forma de figuras.
MATEMÁTICA
Os Maias foram os inventores do conceito de abstração matemática. Criaram um
número equivalente ao zero e nossos calendários são baseados no calendário dos
Maias.
Com sua aritmética, os Maias faziam cálculos astronômicos de
notável exatidão. Conheciam os movimentos do Sol, da Lua, de
Vênus e provavelmente de outros astros.
Criaram também um sistema de numeração de base 20
simbolizado por pontos e barras.
CALENDÁRIO
Os avançados conhecimentos que os maias possuíam sobre astronomia (eclipses
solares e movimentos dos planetas) e matemática lhes permitiram criar um calendário
cíclico de notável precisão. Na realidade, são dois calendários sobrepostos: o tzolkin,
de 260 dias, e o haab de 365. O haab era dividido em dezoito meses de vinte dias,
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9. mais cinco dias livres. Para datar os acontecimentos utilizavam a "conta curta", de 256
anos, ou então a "conta longa" que principiava no início da era maia. Além disso,
determinaram com notável exatidão o ano lunar, a trajetória de Vênus e o ano solar
(365, 242 dias).
Os astrônomos Maias determinaram o ano solar de 365 com o ano bissexto a cada
quatro anos. Através de dois calendários sobrepostos (o sagrado com 260 dias e o
laico com 365 dias) criaram um calendário circular que situava os acontecimentos em
ordem cronológica.
Dentre suas construções de pedra destaca-se o templo de Kukulkan (no México) que
foi usado como observatório astronômico. As quatro faces do templo estão voltadas
para os pontos cardeais e representam as estações do ano. Nos dias 21 de março e
23 de setembro, quando o dia tem exatamente a mesma duração da noite, o sol (que
incide às 17h e 30min sobre o templo em forma de pirâmide) projeta uma sombra nos
degraus que forma a imagem de Kukulkan, o deus da serpente emplumada.
MEDICINA
Os Maias tiveram uma medicina que foi combinação da Ciência e magia, pois
consideravam que as enfermidades teriam tantos casos naturais e como
sobrenaturais. O médico era o ahmén, quem diagnosticava a partir de sintomas,
fundados na ideia de que as enfermidades se devia ao frio, ao calor ou a alguma coisa
mágica.
Havia médicos especializados, como herbolárias, hueseros e parteras. Entre as curas
havia infusões e pomadas feito com ervas, substâncias animais sangrias hantro de
vapor e formulas mágicas. Há vários textos médicos, parte dos chilam, balam e copias
de antigas escrituras realizadas mais tardiamente, como o livro do judio e no livro,
RITUAL DOS BACABES
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10. CURIOSIDADE
A academia brasileira nunca foi das mais atentas em relação ao tema. A USP não é
exceção - a realidade na Universidade começou a mudar em 2002, com a criação do
Centro de Estudos Mesoamericanos e Andinos (Cema).
O centro está alocado no Departamento de História da Faculdade de Filosofia, Letras
e Ciências Humanas (FFLCH) da USP. Mas seus membros fazem questão de
enfatizar que não se trata de um centro de estudos históricos apenas, mas,
principalmente, de característica multidisciplinar. “A nossa preocupação é a questão
da América indígena, de forma a não traçar fronteiras, nem cronológicas e nem
regionais. A gente trabalha com esse mundo indígena, no sentido mais amplo”, explica
Marcia Maria Arcuri, pesquisadora do Museu de Arqueologia e Etnologia (MAE) da
USP e uma das fundadoras do centro.
Na América Central e nos Andes surgiram as mais grandiosas civilizações da América
Pré-Colombiana. Incas, Maias e Astecas são apenas alguns dos povos que habitaram
esses locais, que até hoje possuem uma forte herança cultural indígena.
A academia brasileira nunca foi das mais atentas em relação ao tema. A USP não era
exceção - a realidade na Universidade começou a mudar em 2002, com a criação do
Centro de Estudos Mesoamericanos e Andinos (Cema).
O centro está alocado no Departamento de História da Faculdade de Filosofia, Letras
e Ciências Humanas (FFLCH) da USP. Mas seus membros fazem questão de
enfatizar que não se trata de um centro de estudos históricos apenas, mas,
principalmente, de característica multidisciplinar. “A nossa preocupação é a questão
da América indígena, de forma a não traçar fronteiras, nem cronológicas e nem
regionais. A gente trabalha com esse mundo indígena, no sentido mais amplo”, explica
Marcia Maria Arcuri, pesquisadora do Museu de Arqueologia e Etnologia (MAE) da
USP e uma das fundadoras do centro.
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