O documento discute os diferentes tipos de migrações que ocorrem no Brasil, incluindo migrações internas motivadas por fatores econômicos ao longo da história e a migração em massa do campo para as cidades a partir da década de 1950 durante o processo de industrialização. Também menciona as migrações externas de brasileiros para outros países, principalmente durante períodos de crise econômica.
2. A população de um país não é apenas
modificada pelas mortes e nascimentos de seus
habitantes. É preciso levar em conta, também,
os movimentos de entrada e de saída, ou seja,
as migrações que ocorrem em seu território
3. -EMIGRAÇÃO
Saída de população de um determinado local
-IMIGRAÇÃO
Entrada populacional em um determinado local
-MIGRAÇÃO
Mobilidade espacial da população entre vários locais
4. -MIGRAÇÃO EXTERNA
Deslocamento de um PAÍS para outro
-MIGRAÇÃO INTERNA
Deslocamento populacional
no mesmo país, sem alterar
a população total
5. O Brasil, desde a sua colonização, foi receptor de
migrantes. Porém, principalmente durante a década
de 80, em função das crises econômica e social do
país, muitos brasileiros tornaram-se EMIGRANTES
6. FLUXO MIGRATÓRIO DO CAMPO PARA AS CIDADES
Esse tipo de deslocamento intensificou-se a partir da década de 50, quando o Brasil
começou a se modernizar (industrialização).
As indústrias necessitavam de trabalhadores e muitas pessoas migraram em busca de
trabalho. Principalmente da região NE.
7. Outra situação que provocou grandes migrações inter-regionais, foi a construção de
Brasília
Inaugurada em 21 de abril de 1960, pelo então presidente Juscelino Kubitschek.
8. A partir da década de 60, o governo brasileiro intensificou a modernização do campo e
a industrialização das cidades. Esses dois fatores associados provocaram a inversão da
distribuição da população entre a cidade e o campo.
9. Os principais movimentos migratórios internos no Brasil
atenderam principalmente os ciclos econômicos (cana-de
açúcar, borracha, café), à política de ocupação do interior do
país (frentes pioneiras, marcha para o oeste...) e ao processo
de industrialização (êxodo rural)
10. Até o século XVII, quase toda a população do país estava
concentrada no litoral. O primeiro ciclo econômico à transferir
milhares de pessoas para o interior do país foi o da
mineração.
12. -INTER-REGIONAIS: entre regiões
-INTRA-REGIONAIS: no interior de uma mesma região
Principais movimentos que ocorreram no Brasil:
-nordestinos e paulistas para Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso, durante o ciclo da
mineração (séculos XVIII)
13. -INTER-REGIONAIS: entre regiões
-INTRA-REGIONAIS: no interior de uma mesma região
Principais movimentos que ocorreram no Brasil:
-nordestinos e paulistas para Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso, durante o ciclo da
mineração (séculos XVIII)
-nordestinos para a Amazônia, durante o ciclo da borracha (1860-1910)
14. -INTER-REGIONAIS: entre regiões
-INTRA-REGIONAIS: no interior de uma mesma região
Principais movimentos que ocorreram no Brasil:
-nordestinos e paulistas para Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso, durante o ciclo da
mineração (séculos XVIII)
-nordestinos para a Amazônia, durante o ciclo da borracha (1860-1910)
-nordestinos e mineiros para o interior de São Paulo e o norte do Paraná, durante o
ciclo do café (1850-1930)
15. -INTER-REGIONAIS: entre regiões
-INTRA-REGIONAIS: no interior de uma mesma região
Principais movimentos que ocorreram no Brasil:
-nordestinos e paulistas para Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso, durante o ciclo da
mineração (séculos XVIII)
-nordestinos para a Amazônia, durante o ciclo da borracha (1860-1910)
-nordestinos e mineiros para o interior de São Paulo e o norte do Paraná, durante o
ciclo do café (1850-1930)
-nordestinos, mineiros e capixabas para SP e RJ, desde a década de 50, por causa da
industrialização
16. -INTER-REGIONAIS: entre regiões
-INTRA-REGIONAIS: no interior de uma mesma região
Principais movimentos que ocorreram no Brasil:
-nordestinos e paulistas para Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso, durante o ciclo da
mineração (séculos XVIII)
-nordestinos para a Amazônia, durante o ciclo da borracha (1860-1910)
-nordestinos e mineiros para o interior de São Paulo e o norte do Paraná, durante o
ciclo do café (1850-1930)
-nordestinos, mineiros e capixabas para SP e RJ, desde a década de 50, por causa da
industrialização
-nordestinos e sulistas para o Centro-Oeste, a partir da década de 1940 (projetos de
colonização) e para a Região Norte, desde a década de 50 (construção Rodovia BelémBrasília e implantação de projetos minerais e agropecuários.
17. A marcha para o Oeste foi o último dos grandes movimentos
migratórios de âmbito nacional e inter-regional.
24. SAZONAL
quando é durante um determinado período do ano
(estações - frutos, inverno rigoroso definem o ritmo
das plantações)
25.
26. SAZONAL
Também se enquadra na sazonalidade os
trabalhadores que se deslocam para as praias nos
períodos de veraneio.
27. TRANSUMÂNCIA (TIPO DE SAZONAL)
significa a migração periódica entre dois locais
definidos - rebanho migra da planície à montanha ou
da montanha à planície, e isso em função das
condições climáticas, e, portanto, da sazonalidade.
28. DIÁRIA ou PENDULAR
tipo de migração característico de grandes cidades, no qual milhões de trabalhadores saem
todas as manhãs de sua casa em direção do seu trabalho, e retornam no final do dia. Os
momentos de maior aglomeração de pessoas são chamados de rush Isso se dá em virtude da
periferização dos trabalhadores que muitas vezes moram a vários quilômetros de distância de
seu trabalho, em alguns casos até mesmo em outras cidades que passam a ser chamadas de
cidades dormitório. Nesse tipo de migração está incluído o commuting, movimentação diária de
pessoas que moram em um país e trabalham ou vão buscar serviços em outro, os chamados
transfronteiriços ou commuters.
Terminal de Integração de Ônibus André Maggi - VG
31. Qual a importância dos movimentos de população no
mundo atual?
Diante de um período histórico em que o dinheiro
praticamente não encontra limites, qual a situação do
trabalho diante da globalização
33. Porém no caso da circulação de pessoas,
o cenário é bem diferente
34.
35. MEXICANO TENTA ENTRAR NOS
ESTADOS UNIDOS DENTRO DE MALA
Um homem escondido em uma mala e
um motorista foram detidos pelos
funcionários da alfândega americana
após uma tentativa frustrada de entrar
no país. Autoridades acreditam que
ambos se dirigiam a Denver, nos Estados
Unidos.
O caso foi descoberto numa parada no
posto de Paso del Norte. A grande mala
estava no banco traseiro do carro,
dirigido por Martin Enriquez Hernandez,
42 anos, acusado de contrabando ilegal
de
imigrantes.
O homem dentro da mala foi
identificado como sendo o mexicano
Jesus Ivan Payan Estrada, 26 anos. Ele foi
deportado.
Funcionários da aduana afirmaram que a
mala media 1,5 m por 2,1 m e pesava
aproximadamente 72,5 kg
FONTE: http://www.guiadoimigrante.com/materia3780.Mexicano-tenta-entrar-nos-Estados-Unidos-dentro-demala.html
36. As restrições à livre circulação de pessoas está
aumentando nos países industrializados, apesar da
formação dos blocos econômicos.
38. Os 72 corpos encontrados na terça-feira em um rancho no estado mexicano de Tamaulipas quatro deles de brasileiros - somam-se a um número surpreendente de vítimas de chacinas no
país: cerca de 28.000 mortos, desde 2006
39. Quatro brasileiros estão entre os 72 mortos no México
Segundo as investigações preliminares, há também vítimas do Equador, Honduras e El
Salvador
Pelo menos quatro brasileiros estão entre os 72 corpos encontrados numa vala em um rancho
no estado de Tamaulipas, México, confirmou um porta-voz do ministério brasileiro das Relações
Exteriores. De acordo com o governo do México, os mortos são imigrantes sem documentos do
Equador, Honduras, El Salvador e Brasil.
Pela manhã, a procuradoria-geral do México havia dito que, segundo um sobrevivente, as
vítimas eram da América Central. O contra-almirante José Luis Vergara também informou que
um integrante das Forças Armadas do México e três supostos bandidos morreram em uma série
de enfrentamentos relacionados ao caso. “Uma aeronave que sobrevoou o local dos crimes foi
expulsa com disparos de armas de alto calibre e, então, mais dois helicópteros foram enviados”,
disse Vergara.
As autoridades apreenderam armas, carros e detiveram uma pessoa, suspeita de envolvimento
com os assassinos.
O caso - O ministério da Marinha informou, na noite de terça-feira, ter encontrado 72 corpos em
um rancho no estado de Taumalipas, no nordeste do país. Entre as vítimas, havia 14 mulheres.
A região é cenário de fortes disputas entre o cartel de traficantes de drogas do Golfo e seus
antigos aliados, Los Zetas, liderados por soldados de elite desertores, acusados pelas
autoridades de cometer diversos massacres e de realizar sequestros em massa.
http://veja.abril.com.br/noticia/internacional/
40. O único sobrevivente, Luis Fredy Lala, um equatoriano de 19 anos ferido à bala na garganta e
que permanece internado (foto ao lado), contou que os imigrantes se dirigiam à fronteira, de
onde pretendiam atravessar para lado americano próximo a Brownswille, no Texas. Os
atiradores, também pertencentes ao Los Zetas, teriam “eliminado” quem não aceitasse a oferta
de trabalhar como matador de aluguel para a organização criminosa. Fredy só se salvou porque
se fingiu de morto.
41. Narcotráfico -
A fronteira entre o México e os Estados
Unidos é um dos mais movimentados pontos de
passagem de drogas do mundo, apesar de mais de 30.000 agentes de
segurança participarem da operação contra o crime organizado no país. Tamaulipas, localizado a
noroeste do país, na fronteira, é cenário de fortes disputas entre o Cartel do Golfo e seus antigos
aliados, os Los Zetas, liderados por soldados de elite desertores, acusados pelas autoridades de
cometer diversos massacres e realizar sequestros em massa.
42. Estima-se que o narcotráfico mexicano, quase todo
direcionado aos EUA, movimente cerca de 20 bilhões
de dólares e que dois terços das cerca de 350
toneladas de cocaína que entram no país anualmente
cheguem via México. A solução encontrada pelo presidente mexicano Felipe
Calderón foi colocar militares nas ruas. Em meados de 2008, eles eram mais de 30.000. Analistas
dizem que a medida incentivou ainda mais a violência dos cartéis, que se sentiram ameaçados
ou simplesmente quiseram reforçar seu poder.
43. 2)JEAN CHARLES
Alguns dias depois, o brasileiro Jean Charles de
Menezes é assassinado com sete tiros no cabeça pela
polícia britânica, numa estação de metrô em Londres.
A alegação é que os agentes o confundiram com um homem bomba.
44. Depois de uma longa batalha tentando
processar ao polícia britânica pela morte do
brasileiro (e tendo perdido todas) em fevereiro
de 2009 a promotoria anuncia que nenhum
policial será processado pela morte de Jean
Charles, o que leva a família a desistir de
indiciar os agentes britânicos.
Em novembro a família de Jean
chega a um acordo com a
Scotland Yard para receber uma
indenização pelo acidente.
45.
46. A xenofobia é a recusa ao que é de fora. É a recusa e o ódio a tudo o que
é estrangeiro. É um comportamento alérgico dentro de uma sociedade
que surge do receio dos outros povos, das diferenças dos outros povos,
muitas vezes por não os conhecerem.
47. Após 13 anos no Japão, o paulista Fábio Yano e a mulher irão voltar para o Brasil. Com três filhos brasileiros, de cinco, sete e dez anos, o casal de ascendência nipônica considera a repatriação
uma "sorte", após meses de sufoco.
Yano, desempregado há sete meses, conta que a família está sem pagar o aluguel desde agosto. Com a demissão da mulher por uma fabricante de eletrônicos em dezembro, a situação se
agravou, a ponto de hoje o governo japonês ajudá-lo a pagar contas de luz e água.
"Um grupo de brasileiros traz cesta básica. Semana passada, veio uma pessoa que eu nunca tinha conhecido e trouxe carne para a gente", diz Yano. Em março, a família deixa a prefeitura de
Shizuoka. "Vamos para Campo Grande [MS]. Um tio deixou uma casa abandonada lá. Vamos começar vida nova, se Deus quiser."
A família Yano é o primeiro caso de repatriação neste ano (já foram pelo menos 16 desde o fim de 2008) e reflete as dificuldades que brasileiros decasséguis (trabalhadores estrangeiros no
Japão) enfrentam desde o agravamento da crise global, com o PIB nipônico tendo nos últimos três meses de 2008 a maior queda em 34 anos. Segundo estimativa do consulado do Brasil em
Nagóia, de 50 mil a 60 mil brasileiros perderam emprego nos últimos meses.
Até 2008, estimava-se que cerca de 320 mil viviam no Japão. Os brasileiros constituem a terceira maior comunidade estrangeira no Japão, atrás de China e Coreia do Sul.
A migração começou há 30 anos, quando o Brasil vivia contração, e o Japão, boom econômico. A situação se inverteu.
A maioria dos brasileiros trabalha na indústria automobilística e na de eletrônicos -as mais afetadas pela crise- e em regime de trabalho temporário -o primeiro a ser afetado em períodos de
instabilidade.
Desde outubro de 2008, 25 mil clientes do Banco do Brasil no Japão (20% do total) transferiram a residência de sua conta bancária para o Brasil. A partir desse dado, o gerente regional do BB
para a Ásia, Admilson Monteiro Garcia, estima que entre 40 mil e 50 mil brasileiros -incluindo correntista, cônjuge e filhos- já retornaram ao Brasil. Segundo o BID (Banco Interamericano de
Desenvolvimento), os decasséguis enviam para cá US$ 2,2 bilhões por ano.
O vice-cônsul em Tóquio, Marcos Torres, diz que, antes da crise, havia uma "reserva de mercado" para estrangeiros, o que incluía ofícios mais "pesados". "Com a crise, os japoneses estão
pegando tudo, porque o desemprego é grande. Uma das primeiras coisas que estão exigindo é que falem japonês."
Garcia diz que um setor que ainda tem espaço para a mão-de-obra brasileira é a lavoura, mas os decasséguis brasileiros não querem essas vagas. "Eram pessoas de classe média no Brasil e,
quando vieram para cá, já se sentiam fazendo trabalho não muito nobre. Preferem voltar ao Brasil a enfrentar trabalho como esse", afirma.
A maioria dos desempregados que desejam retornar ao Brasil, porém, não o consegue por falta de dinheiro, diz o ex-decasségui Wilson Yamaguti, demitido de uma fábrica de cerâmica em
dezembro e de volta ao Paraná desde janeiro. Como em muitos casos a moradia está vinculada ao emprego, muitos brasileiros chegaram a virar moradores de rua, relatam decasséguis ainda no
Japão.
Um dos que continuam por lá é o sansei (neto de japonês) Márcio Silva, 34, que trabalhava havia três anos em uma fabricante de pneus em Shiga quando foi demitido, no Natal.
A jornada de 12 horas diárias e seis dias por semana tinha um objetivo: comprar uma casa e voltar para o Brasil. Agora, Silva vive do seguro-desemprego e do salário da noiva, que já cumpre
aviso prévio. "Se a gente não conseguir nada no prazo do seguro, vai ter de ir embora."
Escola e moradia
Na semana retrasada, o embaixador do Japão em Brasília, Ken Shimanouchi, apresentou um plano de emergência para facilitar o retorno de decasséguis e apoiar os que fiquem no Japão, com
medidas para amenizar dificuldades relacionadas ao desemprego e à educação das crianças brasileiras.
Os filhos de decasséguis costumam estudar em escolas brasileiras privadas. Mas muitas estão fechando, já que os pais estão cada vez mais sem condições de pagar as mensalidades.
Segundo a Associação das Escolas Brasileiras no Japão, cerca de metade dos alunos já abandonou as aulas -40% voltaram para o Brasil, 10% foram para escolas japonesas e 50% estão em casa.
Para impedir que mais brasileiros corram o risco de virar moradores de rua, o governo vai conceder moradia gratuita por seis meses, nas regiões que concentram mais brasileiros, como
Shizuoka, Aichi e Mie.
48.
49.
50. Atualmente, nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, é significativa a saída de
população das metrópoles em direção às cidades médias do interior.
51. Atualmente, nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, é significativa a saída de
população das metrópoles em direção às cidades médias do interior.
A causa desse movimento é que as metrópoles estão completamente inchadas, com
precariedade no atendimento de praticamente todos os serviços públicos, altos
índices de desemprego e criminalidade.
52. Atualmente, nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, é significativa a saída de
população das metrópoles em direção às cidades médias do interior.
A causa desse movimento é que as metrópoles estão completamente inchadas, com
precariedade no atendimento de praticamente todos os serviços públicos, altos
índices de desemprego e criminalidade.
Já as cidades do interior desses estados, além de estar passando por um período de
crescimento econômico, oferecem melhor qualidade de vida à população.
53. O território brasileiro apresenta novas e significativas
transformações como: infraestrutura e integração
nacional; diversificação econômica e desconcentração
industrial; nova fase de urbanização, onde a
urbanização e povoamento que estavam
exclusivamente no litoral passam agora para todo o
território brasileiro, surgindo
novas
cidades médias em todo o país
59. Como vimos, cidades pequenas e médias crescem em um
ritmo impressionante, contando cada vez mais, com lojas
sofisticadas e shopping centers.
60. A CIVILIZAÇÃO DO CAMPO
Veja - 29 de setembro de 2004
Quem são e como vivem os protagonistas da revolução do agronegócio brasileiro
Rondonópolis
Antonio Carlos Campo viu em
, em Mato Grosso, a oportunidade de ganhar dinheiro com o que
mais gostava. Há 23 anos, ele saiu de São José do Rio Preto, no interior de São Paulo, para montar a primeira concessionária
a revendedora administrada por Campo é a que
mais comercializa motos no Centro-Oeste. As vendas crescem 15% a cada ano puxadas pela
expansão da soja, a principal cultura da região. O sucesso de vendas em Rondonópolis fez
da cidade uma espécie de laboratório de desenvolvimento de novos
produtos Honda. A razão é simples. Motos não só substituem bicicletas no trabalho dentro de fazendas como
Honda na região mato-grossense. Hoje
também simbolizam status nas áreas urbanas. Na cidade, há uma moto para cada doze habitantes. Todos os anos, uma
equipe de profissionais sai da matriz da Honda, no Japão, para testar lançamentos e ouvir a opinião dos consumidores de
Rondonópolis e de outras cidades em Mato Grosso
61. A CIVILIZAÇÃO DO CAMPO
Veja - 29 de setembro de 2004
Quem são e como vivem os protagonistas da revolução do agronegócio brasileiro
A empresária Valdirene Marchioro (à esq. na foto) montou há dez anos uma loja de 350 metros quadrados no centro de
atender uma clientela exigente
Sorriso, no Mato Grosso, para
. Blusas básicas podem custar em média
1 800 reais. Suas coleções reúnem marcas que estão na moda em São Paulo, no Rio de Janeiro e em Belo Horizonte. Num
ambiente que mistura amizade e negócios, Valdirene reúne as clientes para tomar chá, café ou chimarrão – uma tradição
A cada dois ou três dias, novas peças dividem
espaço nas araras da loja. Confortáveis, os provadores, com até 3
metros quadrados, têm sofás. Algumas clientes cativas chegam a gastar
20 000 reais em uma única compra. Certos cuidados são essenciais numa cidade de 35 000
entre os sulistas que povoaram a cidade.
habitantes onde quase todos se conhecem. "Tenho apenas uma peça de cada modelo e cada cor. Ninguém quer encontrar
uma amiga com roupa igual", diz Valdirene
62. A CIVILIZAÇÃO DO CAMPO
Veja - 29 de setembro de 2004
Quem são e como vivem os protagonistas da revolução do agronegócio brasileiro
No começo dos anos 90, Vera Lucia Biancon trocou o Rio Grande do Sul
por Mato Grosso junto com o marido, o advogado Carlos Biancon, e os
filhos. Nos primeiros anos, trabalhou como professora primária em Lucas
do Rio Verde, enquanto o marido se dedicava à produção de soja.
Estimulada pelo florescimento de uma classe com recursos na cidade, Vera
Lucia decidiu abandonar a profissão para dedicar-se à decoração. Em sua
nova atividade, trabalhou para ilustres de Lucas do Rio Verde, como o
prefeito e o vice-prefeito. Hoje, Vera Lucia
ganha dez vezes
mais que no magistério. "Com o dinheiro que recebo,
pago minhas despesas com roupas e embelezo minha própria casa", diz,
referindo-se à residência da família, de 800 metros quadrados. "Antes de
me mudar, eu nunca tinha vindo a Mato Grosso. Foi um choque no início,
mas hoje não troco esta cidade por nada", conta. O filho mais velho tem
21 anos e estuda direito e administração de empresas em Cuiabá.
63. E ao mesmo tempo que essas modernas construções se
expandem, surge também maior demanda por trabalhadores
qualificados. São engenheiros agrônomos, técnicos
especializados na manutenção e conserto de máquinas e
equipamentos agrícolas, veterinários, que, ao lado de
médicos e advogados, contribuem para a diversificação e
aprimoramento dos serviços no campo.
64. A agroindústria gera riquezas que são investidas também na compra de imóveis de alto luxo, como este em
Goiânia.