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               UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA
                 DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO
               CAMPUS VII - SENHOR DO BONFIM – BA
          PEDAGOGIA: DOCÊNCIA E GESTÃO NOS PROCESSOS
                           EDUCATIVOS




FATORES QUE INFLUENCIAM A LEITURA DOS ALUNOS DO TURNO
NOTURNO DO CURSO DE PEDAGOGIA DA UNEB-UNIVERSIDADE DO
              ESTADO DA BAHIA, CAMPUS VII




                 MAYARA JATOBÁ CRUZ




                  SENHOR DO BONFIM - BA
                          2011
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                 MAYARA JATOBÁ CRUZ




FATORES QUE INFLUENCIAM A LEITURA DOS ALUNOS DO TURNO
NOTURNO DO CURSO DE PEDAGOGIA DA UNEB-UNIVERSIDADE DO
              ESTADO DA BAHIA, CAMPUS VII




                        Trabalho     Monográfico    apresentado    à
                        Universidade     do    Estado   da    Bahia,
                        Departamento de Educação, Campus VII como
                        pré-requisito para a conclusão do Curso de
                        Pedagogia: Docência e Gestão dos Processos
                        Educativos.

                        Orientadora: Profª.   Esp.   Sandra   Fabiana
                        Almeida Franco
       .




                  SENHOR DO BONFIM - BA
                          2011
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                    MAYARA JATOBÁ CRUZ




FATORES QUE INFLUÊNCIAM A LEITURA DOS ALUNOS DO TURNO
NOTURNO DO CURSO DE PEDAGOGIA DA UNEB-UNIVERSIDADE DO
              ESTADO DA BAHIA, CAMPUS VII



                APROVADA 23 DE SETEMBRO 2011




                            Orientadora: Sandra Fabiana Almeida Franco




           Norma Leite                     Beatriz Barros
       BANCA EXAMINADORA                BANCA EXAMINADORA




             _______________________________________
             PROF.ª SANDRA FABIANA ALMEIDA FRANCO
                          ORIENTADORA
4




Dedico este trabalho aos meus pais Manoel
Cruz e Maria Orcy alicerces fundamentais na
minha vida as minhas irmãs Aline e Mabiane,e
ao meu amado marido Carlos, por todo esse
companheirismo e dedicação estando ao meu
lado todo esse tempo, nos momentos de
incertezas e indecisões. Te amo minha vida.
5



                             AGRADECIMENTOS


Agradeço primeiramente a Deus pela sabedoria que me deste para a construção
deste trabalho.


A Universidade do Estado da Bahia (UNEB) – Campus VII representada pela direção
da Professora Maria Celeste de Castro.


A minha amada professora Sandra Fabiana por toda a sua dedicação e paciência
me tolerando mesmo que a distância e também pela sua atenciosa contribuição na
construção dessa pesquisa.


Aos queridos alunos do turno noturno do curso de Pedagogia da Universidade do
Estado da Bahia, pela contribuição na nossa pesquisa.


Aos meus colegas de curso pela apoio durante todos esses anos. A Eurides
Carneiro, Robson Soares, Monica Nunes, Vilma Maria em especial minha querida
amiga Jane Ferreira inseparáveis até hoje, juntas conseguimos chegar até aqui.


As minhas queridas e inseparáveis Patricinhas , Maisa Borges, Célia Cedraz,
Virgínia Queiroz e Franciele pelo companherismo, amizade, dedicação durante toda
essa caminhada.
6




“A principal meta da educação é criar homens que sejam
capazes de fazer coisas novas, não simplesmente repetir
o que outras gerações já fizeram. Homens que sejam
criadores, inventores, descobridores. A segunda meta da
educação é formar mentes que estejam em condições de
criticar, verificar e não aceitar tudo que a elas se propõe.”

                                               Jean Piaget
7



                                          LISTA DE GRÁFICOS




Gráfico 1 – Sexo........................................................................................................31

Gráfico 2 – Faixa Etária.............................................................................................32

Gráfico 3 – Área de Ocupação..................................................................................32

Gráfico 4 – Instituição onde concluíram o ensino médio...........................................33

Gráfico 5 – Gostam de ler? ......................................................................................34

Gráfico 6 – Revistas lidas constantemente...............................................................35

Gráfico 7 – Maior dificuldade para ler .......................................................................35

Gráfico 8 – Quantidade de livros lidos durante o ano...............................................36

Gráfico 9 –Tipos de livros lidos ................................................................................37
8



                                                      SUMÁRIO

RESUMO....................................................................................................................10


INTRODUÇÃO ..........................................................................................................11


CAPÍTULO I - PROBLEMATIZAÇÃO.......................................................................13


CAPÍTULO II – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA........................................................18


2.1.LEITURA..............................................................................................................18
2.2. CURSO PEDAGOGIA.........................................................................................21
2.3. ALUNO LEITORES.............................................................................................23




CAPÍTULO III -METODOLOGIA................................................................................27


3.1. TIPO DA PESQUISA..........................................................................................27
3.2. LÓCUS DA PESQUISA .....................................................................................28
3.3. SUJEITOS DA PESQUISA..................................................................................28
3.4. INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS.......................................................29
      3.4.1. Entrevista Semi-Estruturada......................................................................29
      3.4.2. Observação participante............................................................................29
      3.2.3 Questionário Fechado...............................................................................30


CAPÍTULO IV Apresentação, Análise e Interpretação dos Resultados.....................31


4.1. Resultado do questionário fechado: o perfil dos sujeitos...................................31


4.1.1Sexo...................................................................................................................31
4.1.2 Faixa etária........................................................................................................32
4.1.3 Área de Ocupação............................................................................................32

4.1.4 Instituição onde concluíram o ensino médio.....................................................33
9



4.1.5 Gostam de ler? .................................................................................................33

4.1.6 Revistas lidas constantemente..........................................................................34

4.1.7 Maior dificuldade para ler .................................................................................35

4.1.8 Quantidade de livros lidos durante o ano.........................................................36

4.1.9 Tipos de livros lidos ..........................................................................................37


4.2 Resultados da entrevista Semi-Estruturada e da observação Participante.........37


4.2.1 Importância da leitura........................................................................................37
4.2.2 Leitura constante ou para fazer trabalhos da faculdade...................................38
4.2.3 Dificuldades encontradas com a leitura ao entrar no curso de Pedagogia.......40
4.2.4 Contribuição do curso de Pedagogia para a formação de alunos leitores........42
4.2.5 Eu me considero um leitor?...............................................................................43


CONFIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................................46


REFERÊNCIAS.........................................................................................................48


ANEXOS....................................................................................................................52
10




                                    RESUMO


O presente estudo monográfico objetivou identificar os fatores que influenciam a
leitura dos alunos do turno noturno do curso de Pedagogia da UNEB campus VII,
Senhor do Bonfim-BA. Este estudo teve como suporte teórico: Silva (2001), Freire
(1993), Kato (1983), Oliveira, (2002), Kleiman (2004), Libâneo (2001) dentre outros,
com o intuito de fundamentar a pesquisa, colaborando desta maneira para uma
melhor reflexão crítica nesse estudo. Utilizamos a pesquisa de cunho qualitativo e
como instrumentos de coleta de dados, a observação participante e a entrevista
semi-estruturada, pois nos forneceram elementos relevantes para alcançarmos um
melhor resultado no espaço e dos sujeitos pesquisados. No tocante aos resultados
obtidos pudemos compreender que os alunos do turno noturno do curso de
Pedagogia em sua maioria fazem leituras obrigatórias para atender as exigências
dos professores, para preparar projetos, artigos e trabalhos, entendem que a leitura
é de fundamental importância em suas vidas, pois amplia e integra os seus
conhecimentos, reconhecem também que precisam inserir o hábito de ler no deu dia
a dia, e que a falta de tempo, um dos fatores que lhes distância do mundo da
leitura.Como considerações finais, destacamos a importância de se criar um hábito
de leitura, e que os alunos vejam as leituras socializadas em sala de aula como uma
bagagem que irá levar para a vida toda e os professores desenvolvam a consciência
do seu papel de socilizadores de leitura


Palavras- chave: Leitura, Curso de Pedagogia, Alunos leitores.
11



                                 INTRODUÇÃO


Este trabalho não almeja considerar todos os temas e definições em "Leitura” . Trata-
se de uma pesquisa concisa sobre o assunto, porém analisada com muita dedicação
e sensatez na qual alunos, mestres e responsáveis possam ler, avaliar, criticar,
adquirir conteúdo, refletir e talvez ter um parâmetro sobre o assunto contido neste
trabalho.


A opção pelo tema Leitura na Universidade está diretamente ligada a real trajetória
como estudante do curso de Pedagogia e das dificuldades encontradas com as
diversas leituras ao adentrar na universidade. Entender a leitura como algo essencial
em nossas vidas foi o que nos levou a conhecer melhor a temática, contribuindo
para que os futuros Pedagogos possam perceber o quanto a leitura pode nos levar a
uma educação libertadora e crítica.


Dessa forma com o objetivo de identificar quais os fatores que influenciam a leituras
dos alunos do turno noturno do curso de Pedagogia da UNEB, Campus VII iniciamos
o presente trabalho:


No Capítulo I, abordamos sobre leitura, as indagações e questionamentos dessa
problemática, juntamente com os objetivos da pesquisa.


No Capítulo II, apresentaremos os conceitos chaves, discutidos com o apoio de
alguns teóricos.


No Capítulo III, apresenta-se a metodologia, amparados em autores para a
concretização da pesquisa, buscamos utilizar a metodologia adequada à
apropriação dos objetivos definidos.


No capítulo IV, apresentamos a análise e interpretação dos resultados, utilizamos os
questionários fechados no intuito de traçar o perfil dos alunos, a entrevista semi-
estruturada para identificar os fatores que influenciam a leitura dos alunos do turno
12



noturno do curso de Pedagogia e a observação participante para obtermos um
contato com o contexto observado.


Nas considerações finais centramos nossa atenção nos fatores que influenciam a
leitura dos alunos do turno noturno do curso de Pedagogia. Esperamos que esta
pesquisa seja utilizada como orientação e estímulo a todos que tiverem acesso e
que sirva de subsídios para futuras pesquisas, bem como esperamos que os alunos
possam estar refletindo sobre o papel do leitura em suas vidas.
13



                                    CAPÍTULO I


                               PROBLEMATIZANDO


O mundo moderno em ritmo de inovação, repleto de novas tecnologias e facilidades,
traz consigo um turbilhão de informações em ritmo intenso e acelerado, mas mesmo
com a proliferação de diversos recursos tecnológicos, ainda é através da leitura que
poderemos realizar o processo de transmissão e aquisição da cultura, onde
obteremos conhecimentos que nos proporcionarão uma total interação com a
sociedade.


Enquanto lemos, somos levados a vivermos experiências transformadoras, segundo
Silva (1997) o ato de ler é uma das conquistas do homem em seu processo
evolutivo, através do qual o sujeito participa de inovações que a sociedade
apresenta, analisa o passado, entende o presente e tem possibilidade de modificar o
futuro. A leitura é o principal meio de apoderar-se dos bens culturais registrados pela
escrita.


                    [...] toda sociedade, nas suas diferentes etapas evolutivas, produz
                    uma memória cultural, e que a leitura vem a ser um dos instrumentos
                    para o conhecimento e transformação dessa memória (cultural), isto é,
                    das idéias, instrumentos e técnicas produzidos e conservados pelo
                    homem. (SILVA, 1997 p.46)


O ato de ler enriquece a mente de informações, dados, conceitos e princípios, além
de estimular a descoberta, a elaboração e difusão do conhecimento, fortalecendo a
criatividade e a imaginação. Torna o sujeito desenvolvido, lúcido capacita-o para
reflexões e questionamentos a cerca do seu meio social, visto que através da leitura
adquire-se outra percepção e significado de mundo. A prática da leitura é algo
essencial a vida dos indivíduos, pois a vida cotidiana é cheia de oportunidades e
necessidades que requerem uma atenção especial a leitura.


No decorrer da história da humanidade, o ato de ler desempenhou um papel
político-social na formação da sociedade, as pessoas que detinham este ato
14



exerciam uma ação dominante sobre todo o resto da população, tornando-se um
privilégio das classes dominantes e sendo também utilizada como instrumento para
a apropriação do poder com relação às classes populares. Segundo Soares (2001),
para a classe dominante a leitura tem a ver com o lazer, ampliação do conhecimento
e de experiências; já para as classes dominadas trata-se de instrumento necessário
a sobrevivência, como via de acesso ao mundo do trabalho, a luta por melhores
condições de vida.


O domínio da leitura no Brasil ainda é um privilégio de poucos. É notório que esse
privilégio persiste não porque as camadas populares se negam a ler e sim porque as
oportunidades que lhes são oferecidas são reduzidas. [...] uma sociedade, através
dos seus organismos dirigentes, concebe a leitura como uma atividade destinada à
realização e ao bem estar do povo ou como uma atividade que impede o surgimento
de consciência e da racionalidade (SILVA, 1997 p.46)


Com isso não é de interesse da classe dominante que as classes dominadas
adentrem no mundo da leitura, eles agem no sentido de destruir sua consciência
reflexiva, impedindo-os de agirem criticamente. Com isso não questionam o poder
vigente nem as diferenças existentes entres as classes, tornado-se assim sujeitos
alienados incapazes de participarem efetivamente da construção de uma nova
sociedade, menos desigual.


Em virtude disso, a convivência real e permanente com os diversos tipos de leitura é
uma das melhores maneiras de despertar nos sujeitos posturas argumentativas,
participativas,   tomando   como   instrumento   de    luta,   de   conscientização   e
transformação, sendo assim, o total domínio da leitura como função social
proporcionará aos leitores a não adaptação e acomodação inconsciente à realidade
a qual se encontra.


Por conseguinte, o ato de ler é uma habilidade adquirida pelo homem no processo
de alfabetização, mediante o qual o sujeito através de decodificação de símbolos
tem o primeiro contato com a leitura e continua desenvolvendo ao longo da trajetória
escolar. Essa formação que faz parte do dia-a-dia tem como principal espaço para a
sua aquisição, a escola.
15



                      Instituição criada pela sociedade letrada para transmitir determinadas
                      conhecimentos e formas de ação no mundo; sua finalidade envolve
                      por   definição   processos   de   intervenção   que   conduzem     à
                      aprendizagem. (OLIVEIRA, 2002 p.58)


A escola é um espaço onde o sujeito tem acesso ao patrimônio histórico, cultural e
científico da humanidade, com isso ter acesso á escola é ter acesso á leitura, mas
muitas vezes ela condiciona o ator de ler apenas como forma avaliativa. As leituras
presentes no processo de ensino aprendizagem, em sua maioria, apresentam textos
sem sentido, descontextualizados de uma interpretação única, distante da realidade
que os sujeitos se encontram, fazendo com que a leitura seja desestimuladora,
cansativa, distanciando de sua principal essência que é satisfazer o leitor.


Daí a importância da escola compreender que as práticas de leitura não aparecem
do acaso, mas sim através de um planejamento envolvente e significativo, onde os
alunos poderão assimilar e participar durante todo o processo de socialização,
demonstrando suas necessidades e inquietações, envolvendo-os significativamente
e democraticamente nas diversas situações de leitura. Como salienta Sacristán,
“Educar para saber ler, utilizar a leitura e acessar a cultura escrita constitui um
modelo educativo coerente com essa concepção de cultura valiosa que busca um
modelo (o bom leitor) que as escolas supostamente, devem ajudar a criar. (p.92)”


Silva (1997) ressalta que a alfabetização, apesar de ser um componente essencial
para a formação de leitores, não é suficiente para garantir a evolução da leitura
numa sociedade, pois as escolas concebem a leitura como processo de
memorização e repetição de idéias dos textos, tornando-a alienante ao longo das
séries escolares. Estes aspectos deixam o processo de ler traumático, tornando o
aluno vítima do pernicioso hábito de repetição superficial de informações adquiridas
no Ensino Fundamental e Médio.


Em face disso, o aluno ao ingressar na universidade chega desprovido de senso
crítico-reflexivo frente às leituras necessárias a sua formação, fazendo com que ele
assuma uma atitude passiva perante os textos. Faltando-lhes no seu dia a dia um
16



maior tempo dedicado à leitura, assim como conhecimentos prévios que facilitarão o
seu posicionamento frente as questões socializadas.


Assim, o domínio da prática de processos de leitura são fatores essenciais para o
sucesso de qualquer acadêmico, de qualquer estudante, o seu êxito depende em
grande parte da qualidade da orientação que ele recebe na área de leitura (SILVA,
1997), mas fatores como o tratamento da leitura no contexto escolar e questões
políticas, econômicas e sociais fazem com que existam maus leitores. Silva (1991)
aponta a relação leitor, texto e realidade como uma das principais causas para esse
enfraquecimento na leitura no âmbito escolar e que, consequentemente, se reflete
na academia.


Ler é essencial para qualquer estudante acadêmico, porém essa essência se
consolida ainda mais nos cursos de áreas humanas e sociais pela complexidade das
questões e abordagens existentes. O curso de Pedagogia que é referência na
formação de professores, estes que encaminham os educandos aos primeiros
elementos constitutivos na vida escolar e concepções de sociedade, tem como
exigência o uso deste recurso, pois para entender essa complexidade de trabalhar
com seres em processo de formação inicial deve-se ter uma compreensão de vários
conhecimentos e o pedagogo só pode tomar posse desses através da leitura,
combinado às experiências vividas que vão construir uma postura de ser educador.


Para Silva (1991), os dirigentes do Sistema Educacional atribuem pouca importância
à leitura no processo de formação docente, o que resulta em profissionais alienados
ao sistema e que, consequentemente, reproduzam essa alienação em sala de aula.


A leitura é um importante mecanismo que os profissionais da educação possuem
para ampliar seus conhecimentos e entendimentos das questões que norteiam a sua
prática, por isso, ela é fundamental durante sua formação.


A partir das vivências da pesquisadora observou-se que muitos alunos do curso de
Pedagogia da UNEB Campus VII, ao adentrarem na Universidade vêem a leitura
como algo distante, e como não possuem o hábito de ler, constantemente, lhes são
apresentados muitos textos, livros, muitas vezes não são lidos e quando são de
17



maneira superficial, reproduzindo um consumo rápido e artificial de informações. E
nesse ambiente de discussões, a preocupação com as práticas de leitura nos instiga
e estimula a pesquisar sobre a mesma. A medida que estudamos e refletimos sobre
leitura poderemos de certa forma trazer para a vida de diferentes sujeitos um outro
sentido em relação a mesma, pois é através do ato de ler que poderemos
desenvolver as nossas potencialidades individuais progredindo intelectualmente e
socialmente.


Tendo como base essa realidade e buscando aprimoramento de nossas
experiências profissionais aspiramos através dessa pesquisa refletir alguns aspectos
sobre os fatores que influenciam a prática de leitura dos alunos turno noturno do
curso de Pedagogia da UNEB campus VII, Senhor do Bonfim-Ba. Tendo como:


Objetivo geral.


Identificar os fatores que influenciam a leitura dos alunos do turno noturno do curso
de Pedagogia da UNEB campus VII, Senhor do Bonfim-Ba.


Objetivos Específicos


      Identificar o tipo de leitura mais freqüente entre os alunos do curso de
       Pedagogia.
      Analisar os níveis de leitura presentes nesse contexto.


Esta pesquisa poderá contribuir para o processo de formação desses alunos, pois a
leitura tida como meio de aprendizagem, e não como mera obrigação escolar
possibilitará a aquisição de novos conhecimentos e com isso poderão desenvolver
uma nova visão crítica da realidade, tornando-se assim sujeitos sociais participantes
e questionadores capazes de situar-se conscientemente no seu contexto social.
18



                                CAPÍTULO II


                         FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA


Mediante a problemática abordada objetivamos identificar quais os fatores que
influenciam a leitura dos alunos do turno noturno do curso de Pedagogia da UNEB.
Assim, trataremos aqui do referencial teórico da pesquisa, cujas articulações serão
norteados pelos seguintes conceitos-chave: Leitura, Curso de Pedagogia, Alunos
leitores.


2.1 Leitura


A leitura é um costume cultural pouco exercido pelos indivíduos da sociedade, no
entanto, é um importante aspecto na formação de professores, visto que através da
mesma adquirimos o conhecimento geral registrado pela escrita. Reis (2003) vem
ressaltar que através da reflexão da prática se constroem o saber, essa reflexão não
vem do vazio e sim da aquisição de informações registradas pela escrita, ou seja, o
ato de ler.


Ler é saber compreender e interpretar. Implica não somente em aprender o
significado, mas também trazer para o texto lido experiências de vida, posturas
críticas. É nesse sentido que a leitura é entendida como um ato social entre leitor e
autor que participam de um processo interativo, levando o leitor a questionar o texto
lido, dentro de um referencial próprio de seus conhecimentos, conceitos e valores
(KATO, 1983).


Para Micheletti e Brandão (1997), o ler vem a ser um processo complexo e contínuo,
é o meio pelo qual o ser humano entende o mundo ao seu redor, a partir de suas
particularidades, estando sempre submetidos a um contexto, com isso a recepção
de um determinado texto não pode ser entendido como algo inerte, pois quem
produz, o faz pensando no seu receptor, por isso essa interação entre leitor- texto
surge a partir do momento de sua construção.
19



Souza(1992) destaca:


                      “Leitura é basicamente, o ato de perceber e atribuir significados
                      através de uma conjunção de fatores pessoais com o momento e o
                      lugar, com as circunstâncias. Ler é interpretar uma percepção sobre
                      as influencias de um determinado contexto. Esse processo leva o
                      individuo a uma compreensão particular da realidade.” (p.56).


Nessa perspectiva, a leitura é vista como interação entre autor e leitor; compreende
como uma atividade social de alcance político. Diante dessa interação e
compreensão, a leitura não pode ser vista somente como mera decodificação de
sinais, torna-se muito mais abrangente, constituindo sujeitos formadores de opinião,
capazes de posicionar-se criticamente diante das situações vivenciadas. A respeito
Kleiman (2004) salienta.


                      A leitura é um ato individual de construção de significados num
                      contexto que se configura mediante a interação entre leitor e autor e
                      que, portanto, serão diferentes para cada leitor, dependendo de seus
                      conhecimentos, quando lê, além disso completa o texto com seus
                      conhecimentos, por isso um mesmo leitor pode atribuir diferentes
                      significados a um mesmo texto se este for lido em diferentes
                      momentos da vida. (p. 60)


Cada leitor na individualidade de sua vida irá entrelaçar o significado pessoal de
suas leituras com os vários significados, que ao longo dos tempos foi se
acumulando, possibilitando assim a aquisição de diferentes pontos de vista e
alargamento de experiências. Para Silva (2001), “ o ato de ler é uma necessidade
concreta para aquisição de significados e experiências nas sociedades onde a
escrita se faz presente (p.36)”


Em concordância, Foucambert diz que: “ Ler significa ser questionado pelo mundo e
por si mesmo, significa que certas respostas podem ser encontradas na escrita,
significa construir uma resposta que integra parte das novas informações ao que já
se é. (p.5)”
20



Ler não consiste somente em entender o significado do texto, mas em vivê-lo, pois é
uma atividade essencial a vida de qualquer ser humano, que junto a palavra escrita
é um dos meios onde poderemos colocar em prática os nossos ideais, interesses,
aspirações.


                       [...] fornece ao sujeito uma nova capacidade de se compreender,
                       oferecendo-lhe uma nova maneira de ser no mundo pelo qual ele se
                       engrandece, ou seja, encontra novas formas de existir e conviver
                       socialmente. (SILVA,1997 P.79).


Para Freire (1993) de alguma maneira podemos ir bem mais além e dizer que a
leitura da palavra não é apenas precedida pela leitura do mundo, mas por uma certa
forma de transformar através de nossa prática consciente, pois a palavra dita flui do
mundo através da leitura que dele fazemos. “ Ler é reescrever o que estamos lendo,
é descobrir a conexão entre texto e contexto, é também como vincular o texto/
contexto como meu contexto do leitor.” (FREIRE,1986, p.52).


Luckesi (2001) aponta uma concepção de leitura como um ato simples, inteligente,
reflexivo e característico do ser humano, porque essa nada mais é do que um ato de
compreensão do mundo, da realidade que nos cerca e em meio a qual vivemos.


Nietzsche vem falar que a leitura deve ser algo que se faz com lentidão, levando
tempo, despreocupadamente, para revelar o segredo presente nas entrelinhas do
texto lido, ou seja, para compreender a história, pois sem ela seríamos incapazes de
nos situarmos no contexto social, e o nosso crescimento enquanto seres humanos
seria ilimitado (LARROSA, 2005).


Aprender a ler e cultivar a leitura são tarefas importantíssimas para o
estabelecimento de construção crítica do conhecimento no processo educativo. A
descoberta pela leitura contribui para a formação do homem, e o ponto de partida
para a democracia é ter pessoas instruídas, pois em uma sociedade como a nossa
em que a divisão de rendas e de lucros é tão desigual, não poderia ser diferente
com a distribuição de bens culturais, já que a participação desses é em boa parte
medida pela leitura.
21



2.2 Curso de Pedagogia.


O curso de Pedagogia surge no Brasil com o intuito de preparar os educadores para
a escola média, passando a existir em conjunto com as licenciaturas, e desde então
vem sofrendo constantes reformulações, seja através de reivindicações, debates,
todos com a preocupação de melhor preparar o profissional da área educacional.


Uma das principais propostas do curso de Pedagogia é formar o ser pedagogo, um
profissional qualificado capaz de exercer atividades educativas em espaços formais
e não-formais. Direciona-se também a formação de professores para a educação
infantil e séries iniciais do ensino fundamental assim como a promoção de atividades
de gestão educacional e do conhecimento científico tecnológico do campo da
educação.


Libâneo (2001) esclarece que:


                       O curso de Pedagogia é aquele que forma um profissional
                       qualificado para atuar em vários campos educativos para atender
                       demandas sócioeducativas de tipo formal, não-formal e informal,
                       decorrentes de novas realidades – novas tecnologias, novos atores
                       sociais, ampliação de formas de lazer, mudanças nos ritmos de
                       vida, presença dos meios de comunicação e informação, mudanças
                       profissionais, desenvolvimento sustentado, preservação ambiental –
                       não apenas na gestão, supervisão e coordenação de escolas, como
                       também na pesquisa, na administração dos sistemas de ensino, no
                       planejamento educacional, na definição de políticas educacionais ,
                       nos movimentos sociais, nas empresa(...)etc.(p.31)


Como se pode notar o curso de Pedagogia, possibilita aos educandos uma série de
habilitações qualificando- o para o exercício inteligente do seu ofício.


Nesta mesma vertente, Feldmann (1993) analisa o curso de Pedagogia como aquele
que irá formar profissionais da educação aptos para exercerem suas funções
partindo do princípio que esse educador adquirirá não só um saber sistematizado,
mas vir a criar sua própria metodologia para a construção desse saber.
22



O curso de Licenciatura em Pedagogia foi introduzido na UNEB Campus VII de
acordo com o Projeto Político Pedagógico da UNEB, fundamenta-se na lei nº
9.394196, com o intuito de contribuir para a formação de profissionais qualificados
com isso proporcionando uma melhoria na educação. Como específica o mesmo:


                        O curso de Pedagogia instalado nos diversos CAMPI da
                        Universidade Estadual da Bahia tem como objetivo a formação de
                        um profissional capaz de contribuir efetivamente para a melhoria
                        das   condições    em    que   se   desenvolve    a   educação    e,
                        consequentemente,       comprometido     com     um    projeto   de
                        transformação social(p.32).


Nesse sentido, podemos perceber que o Projeto Político Pedagógico da UNEB, foi
estruturado a partir de princípios mais flexíveis, diversificados, livres e interdisciplinar
proporcionando uma maior interação de todo os sujeitos envolvidos naquele
contexto.


A Investigação, o trabalho Pedagógico, a prática docente são um dos eixos
principais que se fazem presentes nas dimensões do Curso de Pedagogia da UNEB,
campus VII, com um currículo que busca evidenciar e repensar as relações objetivas
e subjetivas, da linguagem gestual e das práticas corporais, proporcionando aos
seus alunos forte formação teórica-prática, favorecendo uma transformação
libertadora. Neste sentido o Projeto Político Pedagógico da UNEB (2004) ressalta:


                       Nesta perspectiva, faz-se necessário pensar currículo em seus
                       múltiplos aspectos, sua diversidade e heterogeneidade. A idéia
                       principal para a constituição de um Curso de Pedagogia que atenda
                       as especificidades dos (as) envolvidos (as) no processo, é de
                       garantir a flexibilidade curricular, abrindo possibilidades para a
                       formação desse/dessa profissional da educação(p.44)


Diante disso, o curso de Pedagogia vem propiciar aos seus alunos novas vivências e
relações, onde estarão engajadas na construção do conhecimento, descobrindo a
pesquisa, antenados nas transformações sociais, políticas, econômicas e culturais
23



percebendo então que estão os mesmos inseridos em um novo espaço de
intervenção pedagógica.


E dentro desse espaço pedagógico, percebemos que em toda a trajetória do aluno
no curso de Pedagogia, ele necessita praticar diversos tipos de leitura, por isso lhes
são propostos diversos conteúdos com o intuito de tornar o cidadão um leitor crítico,
freqüente, e criativo, que compreende e usa de forma adequada todas as
informações socializadas. Nesta visão Marobin(1993) ressalta:


                      O estudante recebe da universidade suporte teórico para sua
                      formação acadêmica, mas é ele mesmo o maior responsável por
                      essa formação, e é o hábito da leitura que proporcionará a este
                      individuo uma formação consciente. Desse modo, é através da
                      leitura que o estudante constrói, ele mesmo, o próprio curso
                      universitário.   Na   leitura    crítica   e   constante,   ele   assume
                      pessoalmente o processo da sua aprendizagem. Prende a discernir,
                      discriminar,     organizar,     coordenar,     compreender,       explicar,
                      caracterizar, formular, confrontar e interpretar, incorporar e assimilar
                      os conteúdos apresentados.(p.102)


Witter(1997) nesta mesma visão lembra que o docente universitário merece atenção
especial no desenvolvimento da sua própria habilidade de leitura , visto que é
essencial para o seu trabalho, quer seja para o desenvolvimento pessoal, quer seja
como ferramenta de trabalho. Sendo o leitor hábil e apresentando excelência nos
vários níveis e tipos de leitura, o decente leitor poderá influenciar positivamente o
comportamento de aluno-leitor.


Sendo assim, a leitura no ensino universitário é primordial, visto que ela
proporcionará ao estudante subsídios para o desenvolvimento crítico, cultural e
técnico necessários para a sua formação.


2.3 Alunos Leitores


Tecnicamente, têm-se o aluno como um ser que é instruído por outrem através da
sistematização de informações.
24



Ferreira (1986) destaca:


                     Aluno [do lat. Alumnu, primitivamente, criança que se dava criar].
                     Pessoa eu recebe instrução e/ou educação de algum mestre, ou
                     mestres em     estabelecimento de ensino ou particularmente,
                     estudante,   educando,   discípulo.   Aquele   que   tem   escassos
                     conhecimentos em certa matéria, ciências ou arte, aprendiz (p.25).


Neste contexto, percebe-se o aluno como um ser estático que só é capaz de receber
ou que só tenha necessidade de receber, a informação que lhe é transmitida, sem
reflexão, tendo somente que reproduzi-la. A escola como espaço democrático, terá
que enxergar os alunos com um outro olhar, como seres sociais proporcionando-
lhes um emaranhado de experiências que lhes garantam uma compreensão
reflexiva para poderem atuar na realidade que os cercam de uma forma crítica.


Diante disso, Muzukami (1986) entende que: “ o aluno deve ser compreendido como
o um ser que autodesenvolve e cujo processo de aprendizagem deve-se facilitar
(p.53)” A partir dessa reflexão para que o aluno se torne crítico e questionador é
preciso uma participação ativa do professor, introduzindo o aluno na leitura das
diversas fontes de informação, para que se consiga passo a passo uma autonomia
intelectual.


Silva (1997) vem salientar que em muitos casos a relação professor aluno é
mediada por um grave problema a “ interpretação única” . Os textos socializados
possuem a chave da interpretação, não deixando que o aluno-leitor faça as suas
próprias interpretações, com isso é retirada da leitura a sua parte reflexiva, sendo
deixados de lado, a renovação, a divergência durante a leitura, tornando-se meros
exercícios de reprodução.


A leitura tomada com esse fim em si mesma, sem uma reflexão daquilo que se está
lendo, gera uma conseqüência nefasta para a formação do aluno leitor. Se um texto
quando trabalhado não proporcionar um salto de qualidade do aluno para a sua
visão de mundo tanto no aspecto social, quanto no seu cotidiano, a leitura perde a
sua validade. Nesse sentido, Bock et al (1999) apud Picanto e Pereira (2008) afirma:
25



                      O aluno deve ser desafiado para poder interagir com a realidade.
                      Assim organizará as informações, criará outras e poderá modificá-
                      las. Além disso, a figura do professor diante do aluno será um
                      elemento que irá possibilitar o processo de descobertas, pois a
                      interação possibilitará adquirir informações transformando-as e
                      transferindo-as para novas situações. (p.04)


Por isso, é importante tomar alguns cuidados especiais para que as leituras não
caiam no vazio, ou induzam a prejuízos irreparáveis na formação dos alunos. Assim,
aprender a ler e conduzir a leitura, são tarefas importantíssimas para o
estabelecimento da construção crítica do conhecimento no processo educativo. A
descoberta da leitura contribui para a formação do homem e o ponto de partida para
a democracia é ter pessoas instruídas. DEMO (1998) enfatiza a importância da
leitura crítica, que dê capacidade de produção e participação.


                     É importante aprender a ler criticamente estabelecendo com autores
                     relacionamento dialético, portar-se na história como sujeito capaz de
                     pensá-la e planejá-la, alcançar redação própria e expressar-se com
                     desenvoltura. Dominar o conhecimento e informações estratégicas
                     do processo de transformação da realidade atual (p.104)


Juntamente é importante que os alunos consigam perceber o sentido, a utilidade da
leitura para que estes não a vejam como mera “ obrigação escolar” , pois quando
transformada em obrigação torna-se enfadante e chata, e passe a fazer parte do seu
processo de ensino-aprendizagem, devendo como salienta Silva(1991) “ colocar-se
na condição do sujeito do ato de ler, atribuindo significados aos textos no intuito de
compreender a si mesmo a aos textos nas diferentes caminhadas da leitura (p.87).


Seguindo a mesma linha, Suassuna (2002), salienta que sem dúvida alguma a
leitura torna-se produtiva se o aluno a praticar com prazer, exercitando o senso
crítico, a imaginação, realizando suas descobertas, preparando-se assim para
intervir sobre o que sempre foi posto historicamente e também dessa forma podendo
atuar na construção de uma sociedade mais justa para todos dentro de um mesmo
contexto, um individuo capaz de impor suas idéias, munido de conhecimento, agindo
assim como construtor de uma nova história de transformação social.
26



Deve-se evidenciar que o conhecimento prévio do aluno-leitor é fator essencial para
a total compreensão dos textos lidos, cada leitor na sua individualidade liga-se com
os vários significados que ao longo de sua trajetória foram se acumulando, tendo
eles histórias de suas leituras, histórias de vida, onde poderão a partir daí
problematizar, questionar, se posicionado criticamente diante de suas leituras.
Nessa mesma perspectiva Kleiman(1989) destaca:


                      A compreensão de um texto é um processo que se caracteriza pela
                      utilização de conhecimento prévio: o leitor utiliza na leitura o que ele
                      já sabe o conhecimento adquirido ao longo da vida. É mediante a
                      interação de diversos níveis de conhecimento linguístico, o textual, o
                      conhecimento de mundo, que o leitor consegue construir o sentido
                      do texto. E porque o leitor justamente utiliza diversos níveis de
                      conhecimento que interagem entre si, a leitura é considerada um
                      processo interativo. Pode se dizer com segurança que sem
                      engajamento de conhecimento prévio do leitor              não haverá
                      compreensão(p.13)


Por isso, conhecer o aluno e sua vivência no contexto escolar é o ponto chave para
a transformação educacional e, consequentemente, social, política, econômica,
cultural, pois alunos competentes, instruídos, possuem maior capacidade de análise,
síntese, interpretação dos dados, fatos, situações, melhor compreensão e atuação
no seu contexto social.
27



                                  CAPÍTULO II


                              3. METODOLOGIA


Entendemos que a metodologia é o estudo acerca de um único tema, o caminho
que levará ao aprofundamento da realidade, devendo obedecer a passos e técnicas
que nos levarão ao conhecimento do objeto de estudo. Como afirma Larrosa(2003):


                     O papel da metodologia consiste em um plano detalhado de como
                     alcançar os objetivos, respondendo a questões e testando hipóteses
                     formuladas. (...) a metodologia é o ato que guia na investigação da
                     verdade cientificamente.(p.31)

Faz-se necessário na pesquisa a utilização de instrumentos adequados ao objeto de
estudo, pois requer procedimento sistemático e intensivo com o objetivo de descobrir
e interpretar os fatos de uma determinada realidade. “ Pesquisa é o conjunto de
atividades intelectuais tendentes à descoberta de novos conhecimentos. (TRIVINOS,
1987).”


3.1. Tipo de pesquisa


Utilizaremos a abordagem qualitativa de pesquisa por considerar que há uma
relação dinâmica entro o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito. Com a
utilização desta abordagem teremos a possibilidade de realizar as investigações no
seu próprio ambiente natural e colher informações diretamente da fonte, tendo assim
maior probabilidade de aproximação com os sujeitos pesquisados.


                     A abordagem qualitativa envolve a obtenção de dados descritivos,
                     obtidos no contato direto do pesquisador com a situação estudada,
                     enfatizando mais o processo do que o produto e se preocupa em
                     retratar a perspectiva dos participantes (LUCKE e ANDRÉ, 1986,
                     P.11).


Assim este tipo de pesquisa permite a análise dos dados de uma forma diferenciada
e profunda, proporcionando assim uma apreensão global do objeto de estudo.
28



3.2 Lócus de pesquisa


A pesquisa foi realizada na Universidade do Estado da Bahia - Campus VII –
localizada na BR 407 no Km 127; na cidade de Senhor do Bonfim-BA. Fundada em
27 de março de 1985, através do Decreto Governamental nº. 31.574, onde
funcionam os cursos de Matemática, Pedagogia, Biologia, Ciências Contábeis e
Enfermagem.


O local tem um espaço distribuído do seguinte modo: dez salas de aula com TV e
DVD( as mais recentes possuem ar condicionado), um laboratório de Geociências,
cinco de Biologia, dois de matemática e três de informática; uma secretaria de CPD(
Centro de Processamento de dados), cinco secretarias acadêmicas, cinco
colegiados (Pedagogia, Matemática, Biologia, Contábeis e o mais recente
Enfermagem), uma secretaria de direção, dez banheiros, um almoxarifado, uma sala
de xérox, uma guarita de segurança com sistema de seguranças de câmaras, um
auditório, uma biblioteca, uma sala de equipamentos e um espaço ampl para
estacionamento. O Campus tem como atual diretora a professora Maria Celeste de
Castro.


3.3 Sujeitos da pesquisa


A pesquisa foi realizada com 15 alunos do turno noturno do curso de Pedagogia da
UNEB, Campus VII, em Senhor do Bonfim-BA, buscando conhecer os fatores que
influenciam a leitura desses alunos.


3.4 Instrumento de coleta de dados


Gressler (1989) Uma das principais fases da pesquisa é a da determinação e de
como serão coletados os dados e informações, sendo que os mesmos terão que
estar diretamente ligados ao tipo de pesquisa que será utilizada.


Por se tratar de uma pesquisa qualitativa os instrumentos de coleta de dados serão
feitos pela técnica de entrevista semi-estruturada, observação participante e
29



questionário, considerando estes os que melhor irão contribuir para alcançarmos os
objetivos propostos pela pesquisa.


3.4.1 Entrevista semi-estruturada


A entrevista é uma das principais técnicas de trabalho utilizado em quase todos os
tipos de pesquisa nas ciências sociais, a qual desempenha importante papel em
todas as áreas de pesquisa. Haguette (1987) define a entrevista como:” um
processo de intenção social entre duas pessoas na qual uma delas, o entrevistador,
tem por objetivo a obtenção de informações por parte do outro, o entrevistado(p.75)”


Utilizaremos a entrevista semi-estruturada como em dos instrumentos básicos para a
coleta de dados possibilitando ao receptor interagir ativamente com o emissor além
de possibilita informações claras e objetivas.


Segundo Trivinôs (1995)


                        Entende-se por entrevista semi-estruturada, de maneira geral,
                        aquela que parte de certos questionamentos básicos, apoiados,
                        em teorias e hipóteses que, interessem à pesquisa e que, em
                        seguida oferece amplo campo de interrogativas, fruto de novas
                        hipóteses que vão surgindo à medida que se recebem as
                        respostas do informante (p.146).


Segundo Taveira (2002) a entrevista semi-estruturada é relevante porque não ocorre
a partir de questionários preestabelecidos, com respostas fechadas para não limitar
aquilo que desejam dizer os entrevistados aos entrevistadores. O entrevistador deve
estabelecer relação de confiança e respeito com os entrevistados.


Optamos por esse tipo de pesquisa, pois acredito permitir maior aquisição de
informações, dando liberdade ao sujeito para abordar o tema proposto.


3.4.2 Observação Participante
30



A observação participante será utilizada por ser o principal instrumento de
investigação, por possibilitar um maior contato com os sujeitos pesquisados, dando
dimensão a uma experiência direta com o envolvimento entre pesquisador e
pesquisado.


Cruz Neto Afirma:
                      A técnica de observação participante se realiza através do contato
                      direto do pesquisador com o fenômeno observado para obter
                      informações sobre a realidade dos atores sociais em seus próprios
                      contextos. O observador enquanto parte do contexto de observação,
                      estabelece uma relação face a face com os observados. Nesse
                      processo, ele ao mesmo tempo pode modificar e ser modificado pelo
                      contexto.


Na observação participante cabe ao observador saber ouvir, escutar, ver, fazer uso
de todos os sentidos, saber quando perguntar enxergar muito além do que está
vendo, quanto maior a participação será a interação entre os sujeitos ajudando
assim um resultado eficaz a partir do estudo.


Nesta mesma linha de raciocínio Ludke e André (1986) destacam que a observação
participante propicia ao observador adentrar nas perspectivas dos sujeitos,
acompanhando as suas experiências diárias podendo apreender a sua visão de
mundo, o significado que os mesmos dão a realidade que os cerca.


3.4.3 Questionário fechado.


Segundo Marconi e Lakatos (2002), o questionário fechado é um instrumento de
coleta de dados constituído por uma série ordenada de perguntas, que devem ser
respondidas por escrito e sem a presença dos entrevistados, obtendo-se através do
mesmo respostas rápidas e precisas sem risco de distorção em razão do anonimato.


Então optamos por utilizar o questionário para o levantamento de dados, com
objetivo de traçar o perfil sócio-cultural dos sujeitos pesquisados, almejando definir
os seus traços gerais e atividades ocupacionais como aspectos sociais, econômicos
e educacionais, sendo um instrumento auxiliar na busca de informações.
31



                                      CAPÍTULO IV



      APRESENTAÇÃO ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS


Com o intuito de entendermos melhor as compreensões dos nossos sujeitos( alunos
do turno noturno do curso de Pedagogia), apresentaremos os resultados na nossa
pesquisa conseguidos através da análise dos instrumento de coleta de dados
utilizados, sendo estes; questionário fechado, entrevista semi-estruturada e
observação participante, nos permitindo conhecer o perfil dos sujeitos, analisar e
interpretar os fatores que influenciam a prática de leitura no Curso de Pedagogia.


4.1 RESULTADO DO QUESTIÓNARIO FECHADO: PERFIL DOS SUJEITOS


Apresentação do perfil dos sujeitos através das informações coletadas com o
questionário fechado.


4.1.1 Sexo




                                                                          Feminino
                                                                          Masculino




 Fonte: Questionário Fechado aplicado com os sujeitos da pesquisa


Dos 15 participantes entrevistados 3 eram do sexo masculino e 12 do sexo feminino,
notamos aí uma grande disparidade em relação ao sexo, isso vêm reafirmar a idéia
simplista que o Curso de Pedagogia é um curso feminino de segundo nível, pouco
interessante para os homens.
32



4.1.2 Faixa Etária



                                 3%
                            6%
                                                                             20 -24 anos
           26%
                                                                             24 - 30 anos
                                                     65%
                                                                             39 - 37 anos
                                                                             Acima de 37 anos




Fonte: Questionário Fechado aplicado com os sujeitos da pesquisa



No que se refere a faixa etária, os dados recolhidos nos mostram que a maioria dos
sujeitos pesquisados se encontram nas idades entre 20 e 30 anos, o que nos leva a
entender que o curso é formado basicamente por jovens a procura de uma
qualificação profissional, com um relativo grau de comprometimento com o
conhecimento, sendo este fator primordial para o seu desenvolvimento e
compreensão da realidade.


4.1.3 Área de Ocupação



                      Atuam na educação      Outras áreas    Não trabalham



                                          8%
                         25%

                                                            67%




Fonte: Questionário Fechado aplicado com os sujeitos da pesquisa



Quanto à área de ocupação, constatamos que 67% dos nossos entrevistados já
atuam na educação, levando-nos a compreender que estão em constante busca de
qualificação profissional, para a melhoria de sua prática em sala de aula. Como
ressalta Linhares & Leal(2002) :
33



                           A busca de alternativas para a educação e, mais particularmente,
                           para instituições de ensino e de formação de professores nos
                           levou a compreender o quanto dependemos de nossa capacidade
                           de interlocução com os mais variados campos de conhecimento
                           para projetar os processos de aprendizagem e ensino escolares e
                           particularmente, de formação de professores à altura dos desafios
                           atuais (p.118).


Diante disso a busca por aperfeiçoamento da área a qual estão inseridos demonstra
o interesse e envolvimento com a educação e com as mudanças ocorridas
diariamente. Uma prática de ensino que esteja centrada na formação docente,
deverá ligar diversos saberes para poder superar a diversidade de uma sociedade
com diversos campos pedagógicos.


4.1.4 Instituição onde concluíram o Ensino Médio.




                             17%


                                                                                  Pública

                                                     83%                          Privada




Fonte: Questionário Fechado aplicado com os sujeitos da pesquisa



Ao serem questionados sobre a instituição onde concluíram o ensino médio 83%
dos alunos e das alunas afirmaram ter estudado em escolas públicas, e apenas 17%
em escolas particulares.


4.1.5. Gostam de ler?
34




                                       0%



                                                                                Sim
                                                                                Não




                                      100%

Fonte: Questionário Fechado aplicado com os sujeitos da pesquisa


A observação do gráfico nos leva a perceber que todos os entrevistados gostam de
ler, consequentemente vêm a leitura como algo importante para sua vida, capaz de
leva-los a um caminho de inserção no mundo, onde serão capazes de situar-se
conscientemente e criticamente em qualquer contexto social, não se adaptando ou
se ajustando a realidade que está aí, ao contrário, participando ativamente da
transformação da sociedade.Conforme saliente Silva(1991):


                           Dessa forma, podemos, desde já, caracterizar a leitura como
                           processo ou prática social que permite à pessoa compreender a
                           sua razão de ser no mundo, buscando, incessantemente, mais
                           conhecimentos sobre a realidade, seja observando diretamente a
                           concretude do real, seja dando vida aos registros da cultura,
                           expressos por meios de diferentes linguagens ou códigos(p.75).


Nessa mesma perspectiva Demo(1998) salienta que é importante aprender a ler
criticamente, situando-se na história como sujeito capaz de pensá-la e planejá-la,
dominando conhecimento e informações estratégicas para o processo de
transformação social. Então através da leitura poderemos adentrar em um mundo
repleto de possibilidades, nos situando e ocupando espaço na história e na
sociedade, ampliando o nosso olhar cultural.


4.1.6 Revistas lidas constantemente
35




                           17%
                                                       34%                    Veja
                                                                              Mundo Jovem

                 33%                                                          Caras
                                                     8%
                                          8%
                                                                              Escola
                                                                              Outras




Fonte: Questionário Fechado aplicado com os sujeitos da pesquisa


Percebemos que 34% dos sujeitos lêem revista Veja, 33% revista Escola 17%
Mundo Jovem, isso mostra que os alunos estão sempre a procura de novos
conhecimentos,       embasando-se         em   revistas   com      respaldo   intelectual   para
complementar o aperfeiçoamento na sua prática escolar.


4.1.7 Maior dificuldade para ler




                                     8%
                     17%                                                               Tempo

                8%                                                                     Dinheiro
                                                             67%
                                                                                       Hábito
                                                                                       Acesso




Fonte: Questionário Fechado aplicado com os sujeitos da pesquisa



Em relação as maiores dificuldades para ler 67% dos entrevistados não encontram
tempo para desenvolver o hábito de leitura, deixando as leituras de sua preferência
em segundo plano, gostam de ler como podemos comprovar no gráfico 4.1.5, por
diversos motivos não dispõe de tempo suficiente para a leitura, como salienta
Larrosa (2009) “ Nietzsche desconfia de nós, leitores modernos, suspeita que não
temos tempo para ler”. E realmente temos o terrível defeito de sempre estarmos
colocando desculpas para exercer esse hábito, se dedicarmos alguns minutos do
36



nosso dia na leitura de um bom livro iremos desmistificar essa idéia de tempo para
leitura.


4.1.8 Quantidade de livros lidos durante o ano.




                        17%
                                                                   2 livros durante o ano
           25%                                       58%           3 a 5 livros durante o ano
                                                                   6 a 8 livros durante o ano




Fonte: Questionário Fechado aplicado com os sujeitos da pesquisa



Os dados obtidos nos levam a perceber que 58% dos sujeitos lêem apenas dois
livros por ano, 25% lêem 3 a 5 livros por ano e 17% lêem de 6 a 8 livros por ano.
Isso deixa em evidência que os sujeitos pesquisados lêem muito pouco durante todo
o ano, consequentemente não são leitores ativos, que precisam ver no livro um
instrumento de transformação social. Conforme afirma Silva (1991)” a mercadoria
“livro” não pode ser comparada a quaisquer outros artigos das sociedades de
consumo, pois, se usada criticamente, ela é capaz de revelar as mazelas e as
contradições dessas mesmas sociedades.” (p.16).


Dessa forma a leitura de diversos livros poderá nos abrir caminhos para tornarmos
bons leitores, transformando o livro em um objeto cultural indispensável em nossas
vidas.


4.1.9 Tipos de livros mais lidos
37




                              17%


                                                                   50%      Auto Ajuda

                     33%                                                    Técnicos

                                                                            Outros




Fonte: Questionário Fechado aplicado com os sujeitos da pesquisa



A observação do gráfico nos leva perceber que 50% dos entrevistados gostam de
livros de ajuda, 33% livros técnicos e 17% outros livros, isto nos faz perceber que a
maioria prefere livros de auto-ajuda, acreditamos por serem livros de fácil
compreensão que possibilita aos sujeitos, mesmo que momentaneamente solução
para seus problemas, com isso a leitura lhes proporcionará possibilidades
suficientes para poder desfrutar de momentos de descontração e relaxamento.


4.2 RESULTADOS DA ENTREVISTA SEMI-ESTRUTURADA E DA OBSERVAÇÃO
PARTICIPANTE.


A partir da análise da entrevista semi-estruturada efetivada com os alunos e da
observação participante realizada nas aulas; conseguimos saber quais os fatores
que influenciam a leitura dos alunos do curso de Pedagogia da UNEB – Campus VII.


Então, podemos identificar os fatores que influenciam a leitura dos alunos da UNEB
– Campus VII como:


4.2.1 Importância da leitura


Com relação à importância da leitura para suas vidas 100% dos entrevistados vêem
a leitura como principal meio para tornarem-se leitores críticos e proficientes, que
facilita a sua convivência com o meio em que vivem, fundamental para o
desenvolvimento de qualquer indivíduo.


Sobre isso, os alunos enfatizam:
38




                        “ A leitura amplia a minha visão de mundo e me torna mais
                        crítica” (A7)


                        “Pode-se dizer que a pessoa que hoje sou foi constituída por
                        grandes pessoas e excelentes leituras” (A9).


                        “ A leitura é o caminho que leva o cidadão a conquistas e
                        descobrir       novos   horizontes   e   fortalecer-se   em   volta   do
                        conhecimento(A2).


Todas essas falas evidenciam o que Silva (1997) salienta “ a importância do ato de
ler como sendo um instrumento de conscientização e libertação, necessário à
emancipação do homem na busca incessante por sua plenitude” (p.98).
Pois é através da leitura que poderemos adquirir conhecimento, expressar e
defender os nossos pontos de vista colocando-se de maneira realista em relação
aos fatos. (A10) enumerou quatro vantagens com relação a importância da leitura,


                        Falar bem, 2- Escrever bem, 3- Facilitador do dia a dia e 4- Liberta
                        da ignorância” . (A10)


Bastante chamativo o “ liberta da ignorância” , pois a leitura realmente liberta das
amarras de uma sociedade em constante processo de transformação.


4.2.2 Leitura constante ou para fazer trabalhos de faculdade.


Quando falamos em leitura constante percebemos que a maioria dos alunos do tuno
noturno do curso de Pedagogia só lêem para fazer trabalhos de faculdade,
questionam a falta de tempo e a quantidade de textos solicitados pelos professores
para leitura em cada aula, e principalmente para a construção de artigos, projetos,
relatórios, exigindo todo o seu tempo disponível.


Como afirmam:
                        “ Ultimamente só leio para fazer trabalhos de faculdade por falta
                        de tempo, os projetos ocupam muito o nosso tempo.” (A7)
39




                       “As minhas leituras são direcionadas somente para os trabalhos
                       de faculdade, porque o tempo reservado para a leitura é pouca,
                       por causa do meu trabalho e da minha família” (A1)


                       “Só para os trabalhos de faculdade, eles ocupam todo o meu
                       tempo, pois vivo numa vida agitada, trabalho, faculdade, casa,
                       família” .(A5)


Ao fazerem essas afirmações A7, A1 e A5 reforçam a idéia de Larossa(2005):


                       Sabe que a arte da leitura é rara na época de trabalho e de
                       precipitação,na qual temos que acabar tudo rapidamente. Os
                       “leitores modernos” já não têm tempo para esbanjar em atividades
                       que demorem, cujos fins não se vêm com clareza, e das quais não
                       podem colher imediatamente os resultados. Para ele, os
                       profissionais da leitura, o trato com os livros é quando muito, um
                       meio “ para escrever uma resenha ou outro livro, isto é, uma
                       atividade na qual o que se lê é meramente apropriado em função
                       de sua utilização apressada para a elaboração de outro
                       produto.(p.14)


O autor fala em apropriação rápida de conteúdo, e na leitura meramente para a
construção de trabalho, isso é o que percebemos constantemente no nosso curso,
alunos que consumem rapidamente os conteúdos, ficando na maioria das vezes
sem entender o assunto socializado em sala de aula, mas não podemos
simplesmente culpar esses alunos pelas dificuldades com relação a leitura, sabemos
que é inquestionável a responsabilidade da leitura no desenvolvimento da
sociedade.


Diante disso devemos analisar a formação de leitura desde a alfabetização, ensino
fundamental e médio, como a leitura foi inserida no seu cotidiano, muitos alunos não
apresentam nível de leitura esperados nessa etapa de escolaridade, em
concordância Silva(1991) salienta que: “ Ainda que não queira            e nem possa
generalizar a afirmação para todas as instituições brasileiras o que se observa é a
40



colocação das práticas de leituras como verdadeiras camisas de força para os
estudantes.” (p.40), reforçando a idéia de que todo o processo escolar contribui para
a formação de leitores.


Em contrapartida mesmo que minoria encontramos em nossa pesquisa alunos nos
quais a leitura é uma constante em suas vidas, como evidencia A2 e A3:


                          “Leio constantemente revistas com temas variados, mas na
                          faculdade também leio bastante até porque é preciso para fazer
                          trabalhos, seminários e projetos de pesquisa, então leio bastante
                          pois a leitura irá contribuir para o meu desenvolvimento na
                          faculdade” (A3)


                          “ Amo ler. Portanto sempre estou lendo algo” (A2)


A3 coloca em prática toda a sua base de leitura, percebemos a sua facilidade e o
seu gosto pela leitura, consegue dividir seu tempo em trabalhos da faculdade e
leituras variadas, o que nos leva a entender o seu diferencial, como diz Kleiman
(2004) “ O bom leitor é aquele que lê muito e que gosta de ler” assim como A2 que
tem a leitura como algo que ama fazer, ler por prazer e isso contribui positivamente
para o seu desenvolvimento como leitor crítico.


4.2.3 Dificuldades encontradas com leitura ao entrar no curso de Pedagogia.


Quanto as dificuldades encontradas com relação a leitura ao adentrarem no curso
de Pedagogia    90% dos alunos sentiram dificuldades, acreditam que por serem
leituras até então desconhecidos pelos mesmos com linguagem complexa de difícil
compreensão. Conforme afirma A15, A9,A7 e A3.


                          “Todos os textos que tive no início foram dificílimo, pois tinha
                          acabado de sair do ensino médio, formação geral e nunca tinha
                          ouvido falar por exemplo em: espitemologia, paradoxos..., então
                          essas e muitas outras palavras que desconhecia era de difícil
                          compreensão” (A15).
41



                        “Dificuldade, nas matérias que não entendia por se tratar de
                        assuntos diferentes ao que estava habituado” (A9)


                        “Dificuldade com a linguagem dos livros que encontrei aqui é bem
                        mais complexa o que exige necessidade de uma leitura mais
                        reflexiva.” (A7)


                        “Dificuldade com os textos devido a linguagem muito robusca e eu
                        não estava acostumada com esse tipo de texto, pois saí do ensino
                        fundamental sem muito preparo ” (A3).


Se tratando de dificuldades encontradas nas leituras iniciais a mais intensa é a
incompreensão das linguagens dos textos, que é chamada de “ complexa” , “ robusca”
“dificílima” , pois esses textos incluem vocabulários, neologismos até então
desconhecidos pelos alunos, acreditamos que dentre outras a principal dificuldade
como sita A3 venha de um ensino fundamental em que a leitura não era uma
constante e não conduziu os alunos a tornarem-se leitores proficientes. Silva(1997)
fala da relação escola leitura quando diz:


                        È, pois, principalmente no âmbito da escola que as expressões
                        “aprender a ler” e “ ler para aprender” ganham o seu significado
                        primeiro, apontando, inclusive, os efeitos que devem ser
                        conseguidos pelo trabalho pedagógico na área de formação e
                        preparo de leitores. Eu até diria mais é o de formar o leitor crítico
                        da cultura – cultura esta encarnada em qualquer tipo de
                        linguagem, verbal e/ou não-verbal.(p.91)


Podemos observar que a escola é a maior responsável pela formação de leitores
críticos e em muitos casos não tem comprido o seu papel, surgindo com reprodução
de velhas idéias e não do conhecimento fundamentado pelas teorias de leitura. Não
despertam em seus alunos o prazer e o gosto pela leitura, subsídios esses que irão
proporcionar aos nossos alunos conhecimentos prévios para entender os textos
propostos, pois durante a leitura ele utiliza seus conhecimentos lingüísticos, textual e
o conhecimento de mundo para construir o seu significado do texto.
42



Kleiman (1989) abordando aspectos da leitura e da compreensão de textos afirma
que: “ esta é uma atividade complexa, pois envolve uma multiplicidade de processos
cognitivos, nos quais o leitor se engaja para construir o sentido de um texto escrito” .
A compreensão de um texto está entrelaçada a todos esses processos cognitivos
fazendo com que o leitor interaja com o texto dando sentido ao mesmo.


Sabemos que todas essas dificuldades encontradas poderão e deverão ser
contornadas, pois a formação de um bom Pedagogo irá depender de toda a atenção
disponibilizada a leitura. Silva (1997) em uma pesquisa com os alunos de um curso
de Pedagogia enfatiza os hábitos dos seus alunos.


                        (...) o aluno – leitor pensa que os significados dos textos vão
                        automaticamente “ saltar” para dentro de sua consciência, sem lhe
                        exigir esforço e trabalho. Tais hábitos, porque fortemente
                        enraizados, transformam a orientação inicial da leitura na
                        Universidade num trabalho lento e até conflitante. Mas essa
                        lentidão é superada à medida que os alunos passam a perceber a
                        leitura não como uma outra atividade de consumo, mas como um
                        trabalho de atribuição de significados, de interpretação e recriação
                        de idéias.(p.133).


Podemos notar que apesar da difícil compreensão dos textos pelos nossos sujeitos,
mesmo que por diversos motivos como foi citado anteriormente, a dedicação e a
percepção que a leitura é a única solução para a formação plena de leitores
conscientes é de fundamental importância no seu processo de escolarização.


4.2.4 Contribuição do curso de Pedagogia para a formação de alunos leitores.


Com relação à contribuição do curso de Pedagogia em formar alunos leitores 1OO%
dos entrevistados acreditam que o mesmo contribui muito, sendo um dos
responsáveis pela inserção de muitos alunos no mundo da a leitura, pois diversos
são os textos propostos para a leitura e sem esse suporte não poderão seguir
adiante no curso.
Sobre isso os alunos enfatizam:
43



                       “O curso contribui sim, pois forma profissionais que conseguem
                       instigar o desejo pela leitura.” (A7)


                       “Para os que realmente quiserem compreender a leitura o curso é
                       de grande contribuição. Afinal só consegue compreensão quando
                       deseja fomenta o conhecimento” (A5).


                       “Contribui sim, acho que qualquer curso (não só o de Pedagogia)
                       contribui para a formação de alunos-leitores. No começo pode até
                       ser uma leitura por obrigação mais adiante se torna por prazer,
                       lembrando que essa regra não corresponde a todos. (A10)


                       “Com certeza, pois requer muitas leituras de diversos autores, e
                       diversas disciplinas que nos fazem refletir e questionar.” (A8)


Os nossos sujeitos entendem a leitura como um pilar para o seu desenvolvimento
dentro do curso, e que sem exercer esse hábito não poderão tornar-se bons
pedagogos capazes de saírem da Universidade com uma bagagem suficiente para
desenvolver um bom trabalho na área escolhida. Conforme concorda Santos(1991)


                             (...) pois os seu sucesso no ensino superior está associado
                             à sua maturidade em leitura, que pode se melhorada, se
                             diagnosticada     apropriadamente.     Assim,   o   papel   da
                             universidade     é   planejar,    desenvolver   e   administrar
                             programas de superação das limitações relacionadas a
                             leitura.(P.71)


A universidade espaço de busca, apropriação, desenvolvimento do conhecimento,
com representação dos docentes, que são aqueles que tem o contato direto com os
alunos deverão lhes proporcionar um contato prazeroso com o mundo da leitura, e
que desenvolvam a consciência do papel de produtores de leitura.




4.2.5. Eu me considero um leitor?
44



Ao serem questionados de sua posição como leitores tivemos diversas respostas
como:


                       “Que ainda há muito o que aprender que precisa manter a
                       organização em questão de horários para leitura”(A9)


                       “Que precisa se dedicar um pouco mais” (A4)


                       “Que ainda precisa ampliar o seu hábito de ler” (A12)


Percebemos que nossos sujeitos se consideram leitores que dedicam pouco tempo
para a leitura, reconhecendo a necessidade de mudança, pois entendem que em um
curso de formação de Pedagogos eles necessitam de conhecimento para
posicionar-se criticamente diante de todas as situações propostas, e só se tornarão
leitores críticos quando: “ assumirem, como sujeitos, o desafio da prática, do
cotidiano das salas de aula, dos livros, das situações de leitura. Mais
especificamente, quando encararem o desafio de ensinar a ler e a gostar de
ler.” (SILVA;ZILBERMAN,1998:111)


Obtivemos também respostas positivas de leitores que se consideram assíduos,
interessados, atentos, bons leitores. Conforme diz A10, A11, A5:


                       “Me considero uma leitora assídua, interessada, pois a leitura irá
                       me trazer benefícios” (A10).


                       “Me considero um leitor assíduo e atento, procuro dedicar-me
                       intensamente a leitura, pois sei o quanto ela é necessária para o
                       desenvolvimento da minha vida acadêmica” (A11)


                       “Me considero uma boa leitora, dedicada, estou sempre em busca
                       de novas leituras.” (A5)


Identificamos   nas   argumentações     acima     que   nossos    sujeitos     dedicam-se
intensamente a leitura, sendo uma prática constante em suas vidas, preocupam-se
com a ampliação dos seus conhecimentos tão necessárias para uma boa formação
45



acadêmica como cita A11. Podem considerar-se leitores proficientes, pois estão
sempre em busca de novas leituras, como salientou A5, participando ativamente do
processo de conhecimento adquirindo assim um maior senso crítico, uma maior
desenvoltura


Sujeitos que se dedicam intensamente ao ato de ler, participam ativamente do
processo de conhecimento adquirindo assim um maior senso crítico, uma maior
desenvoltura e autonomia para discernir e fazer opções sensatas, ou seja, um pleno
cidadão.
46



                            CONSIDERAÇÕES FINAIS




Em uma sociedade em constante mudança, faz-se necessário a ampliação do
conhecimento, e, consequentemente, uma formação intelectual de sujeitos leitores,
o que os possibilitará autonomia frente aos desafios encontrados. Isso posto, a
leitura posiciona-se como condição necessária para esse desenvolvimento, e a
Universidade como facilitadora desse processo, ficando evidente a importância de
discutir o tema Leitura na Faculdade, espaço de formação e transformação.


Diante disso, surgiu a necessidade de investigar e identificar os fatores que
influenciam a leitura dos alunos do turno noturno do curso de Pedagogia da UNEB,
ficando evidente que a leitura ainda não é uma prática constante em suas vidas. As
experiências obtidas com esse trabalho serão imprescindíveis para o aprimoramento
de futuras práticas pedagógicas, pois se pode reconhecer os entraves e
possibilidades de avanços diante dessa demanda.


Foi indispensável para o desenvolvimento deste trabalho as contribuições de
diversos teóricos, que forneceram todo o aporte utilizado para reforçar o nosso
discurso dentro desta pesquisa.


Através dos questionamentos aplicados foi compreendido que os alunos do turno
noturno de Pedagogia em sua maioria fazem leituras obrigatórias para atender as
exigências   dos   professores,   para   preparar   projetos,   artigos   e   trabalhos,
compreendem a leitura como algo essencial em suas vidas, pois amplia e integra os
seus conhecimentos, reconhecem também que precisam inserir o hábito de ler no
seu dia a dia, e que a falta de tempo é um dos fatores que lhes distanciam do mundo
da leitura, por se tratarem de alunos que estudam durante a noite e trabalham o dia
inteiro.


Os dados apontaram também as dificuldades encontradas ao ingressarem no curso,
ocasionadas por vocabulário desconhecido, textos de difícil compreensão,
evidenciando o despreparo desses sujeitos que não tiveram uma boa formação de
47



leitura, seja na Educação Infantil, Ensino Fundamental, Ensino Médio estendendo-se
para o Ensino Superior.


No decorrer desse trabalho, ficou perceptível a urgência de uma transformação na
base do ato de ler na Universidade, pois sabemos que a leitura é um dos principais
instrumentos de formação acadêmica, tornando os sujeitos leitores, cidadãos,
críticos e opinantes, por isso vemos a importância de se criar um hábito de leitura
em que os alunos vejam as leituras socializadas em sala de aula como uma
bagagem possibilitadora de ascensão e inserção social e, os professores revejam
sua prática e postura perante essa realidade, enquanto promotores possíveis de
leituras com maior sentido, portanto mais significativas.
48



                                   REFERÊNCIAS


BRANDÂO, Helena; MICHELETTI, Guaraciaba. Teoria e prática da leitura.
In:Ensinar e aprendercom textos didáticos e paradidáticos. São Paulo: Cortez,
1997.


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Psicologia. 13ª ed. São Paulo: Saraiva, 1999.


DEMO, Pedro. Desafios Modernos na Educação. 2ªed. Petrópolis, Vozes, 1998.
desenvolvimento da leitura no Brasil. 2.ed. São Paulo: Ática, 1999. 128p.


FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Dicionário da Língua Portuguesa. 3ªed-
Rio de Janeiro: Nova Fronteira 1999. Chizzolt 2005.


FELDMAN, Daniel. Ajudar a ensinar: relação entre didática e ensino. Porto
Alegre: Artes Médicas, 2001.


FOUCAMBERG. J. A. A criança, o professor e a leitura. Porto Alegre: Artes
Médicas. 1997.


FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam.
28ª Ed. São Paulo: Cortez, 1993.


HAGUETE, Tereza Maria Frota. Metodologia Qualitativa do Brasil. Petrópolis: Ed.
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literatura. Anais de I encontro Nacional de Redação – leitura no terceiro grau,
PUC/SP, 1983 PP 33-42.


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49



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________, Ângela. Texto e leitor: aspectos cognitivos da leitura. Campinas, SP:
Pontes, 1989.


LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos e Metodologia Científica. 3ªed. Revista e
duplicada. São Paulo:Atlas, 1991.


LARROSA, Jorge. Nietzche e a Educação. Tradução de Semíramis Gorini de Veiga
3ª ed- Belo Horizonte: Autêntica, 2005.


LIBÂNEO, Jose Carlos. Formação de profissionais de educação: Visão crítica e
perspectivas de mudança. SG PIMENTA, JC LIBÂNEO- Pedagogia e pedagogos:
caminhos e perspectivas. São Paulo: Cortez 2002.


LINHARES, Célia; LEAL, Maria Cristina (Orgs.). Formação de professores: uma
crítica à razão e à política hegemônica. Rio de Janeiro: DP&A, 2002.


LUDKE, Menga, ANDRE Marli. Pesquisa em educação: Abordagens qualitativas.
São Paulo:EUP, 1986.


MAROBIN, L. Biblioteca Central da Usiminas: História, acervo e uso. São Leopoldo:
UVS, 1993. p. 101 – 113.



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OLIVEIRA, Marta Kohl. Pensar a educação. Contribuições de Vigostsky novas
contribuições para o debate. 6ª Edição, São Paulo: Ática 2002.


PROJETO POLÍTICO PEDAGOGICO DOS CURSOS DE PEDAGOGIA. Informação
e documentação- elaboração: Senhor do Bonfim 2008.


REIS, Minervina Joseli E. O olhar do professor aluno na formação acadêmica:
avanços e desafios. Salvador: EGBA, 2003.
50




SACRISTÁN, José Gimeno. A Educação que ainda é possível.São Paulo:Artmed
2007.


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compreensão e hábitos de leitura entre universitários. Estudos de Psicologia-
PUC-Campinas,1991


SILVA, Ezequiel Theodoro da Silva. De olhos abertos: reflexões sobre o
desenvolvimento da leitura no Brasil. 2ªed. São Paulo:Àtica, 1999.


______, Ezequiel Theodoro da. Leitura e realidade brasileira. 5° edição. Porto
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ZILBERMAN, Regina; SILVA, Ezequiel Theodoro da (Org.). Leitura: perspectivas
interdisciplinares. São Paulo: Ática, 1998. p.111-115. (Série fundamentos, 42)


SOARES, Magda Becker. Leitura Perspectivas interdisciplinares: Uma reflexão
nem contraponto. (org) ZILBERMAM, Regina; SILVA Ezequiel T. São Paulo: Ática,
2001.


SOUZA, Renata Junqueira de. Narrativas Infantis: a literatura e a televisão de
que as crianças gostam. Bauru: USC, 1992.
SUASSUNA, Lívia. Ensino de Língua Portuguesa Uma abordagem Pragmática.
5ª Ed. Campinas SP.2002.


TAVEIRA, Eleonora Barreto. A pesquisa do/no cotidiano e suas múltiplas
possibilidades de apresentação. IN. Inês Barbosa de Oliveira de Oliveira e Nilda
Alves (orgs.). 2ªed Rio de Janeiro: DP&A, 2002.
51



TRIVINOS, Augusto Nibaldo Silva. Introdução à pesquisa em ciências sociais: A
pesquisa qualitativa em educação. São Paulo. Atlas 1987.


Witter , G. P. (1997) Leitura e universidade. Campinas, SP: Aline.
52




ANEXOS
53




        QUESTIONÁRIO FECHADO E ENTREVISTA SEMI-ESTRUTURADA


Queridos alunos estamos realizando esta pesquisa para dar maior suporte na
construção do nosso trabalho de TCC do curso de Pedagogia da UNEB- Universidade
do estado da Bahia. Pedimos por gentileza a sua importantíssima colaboração para a
nossa pesquisa, garantindo que sua identidade será guardada em sigilo no momento
em que os resultados forem apresentados.
Agradecemos por sua participação.

                        PERFIL DOS SUJEITOS DA PESQUISA

1. Sexo:
( ) Feminino
( ) Masculino

2. Faixa etária:
( ) 20 a 24 anos
( ) 24 a 30 anos
( ) 30 a 37 anos
 ( ) acima de 37 anos

4.Concluiu o ensino médio em instituição:
( ) Pública
( ) Privada

5.Você trabalha?
( ) Sim
( ) Não

6. Quais as revistas que lê constantemente?
( ) Veja
( ) Mundo Jovem
( ) Caras
( ) Escola
( ) Outras

7. Quais a maior dificuldade que o impede de ler constantemente?
( ) Tempo
( ) Dinheiro
( ) Hábito
( ) Acesso
54



8. Quantos livros você ler durante o ano?
( ) 2 livros
( ) 3 a 5 livros
( ) 6 a 8 livros

9. Quais os tipos de livros mais lidos?
( ) Auto Ajuda
( )Técnicos
( ) Outros


                        ENTREVISTA SEMI – ESTRUTURADA

1. Qual a importância da leitura para sua vida?


2. Você ler constantemente ou só para fazer trabalhos da faculdade?Justifique.

3 .Ao ingressar na universidade você sentiu alguma dificuldade com relação à leitura?
Quais?

4.Na sua opinião o curso de Pedagogia contribui para a formação de alunos-leitores
críticos? Justifique sua resposta.


5.Eu me considera um leitor(a)?

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Monofrafia Mayara Pedagogia 2011

  • 1. 1 UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO CAMPUS VII - SENHOR DO BONFIM – BA PEDAGOGIA: DOCÊNCIA E GESTÃO NOS PROCESSOS EDUCATIVOS FATORES QUE INFLUENCIAM A LEITURA DOS ALUNOS DO TURNO NOTURNO DO CURSO DE PEDAGOGIA DA UNEB-UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA, CAMPUS VII MAYARA JATOBÁ CRUZ SENHOR DO BONFIM - BA 2011
  • 2. 2 MAYARA JATOBÁ CRUZ FATORES QUE INFLUENCIAM A LEITURA DOS ALUNOS DO TURNO NOTURNO DO CURSO DE PEDAGOGIA DA UNEB-UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA, CAMPUS VII Trabalho Monográfico apresentado à Universidade do Estado da Bahia, Departamento de Educação, Campus VII como pré-requisito para a conclusão do Curso de Pedagogia: Docência e Gestão dos Processos Educativos. Orientadora: Profª. Esp. Sandra Fabiana Almeida Franco . SENHOR DO BONFIM - BA 2011
  • 3. 3 MAYARA JATOBÁ CRUZ FATORES QUE INFLUÊNCIAM A LEITURA DOS ALUNOS DO TURNO NOTURNO DO CURSO DE PEDAGOGIA DA UNEB-UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA, CAMPUS VII APROVADA 23 DE SETEMBRO 2011 Orientadora: Sandra Fabiana Almeida Franco Norma Leite Beatriz Barros BANCA EXAMINADORA BANCA EXAMINADORA _______________________________________ PROF.ª SANDRA FABIANA ALMEIDA FRANCO ORIENTADORA
  • 4. 4 Dedico este trabalho aos meus pais Manoel Cruz e Maria Orcy alicerces fundamentais na minha vida as minhas irmãs Aline e Mabiane,e ao meu amado marido Carlos, por todo esse companheirismo e dedicação estando ao meu lado todo esse tempo, nos momentos de incertezas e indecisões. Te amo minha vida.
  • 5. 5 AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a Deus pela sabedoria que me deste para a construção deste trabalho. A Universidade do Estado da Bahia (UNEB) – Campus VII representada pela direção da Professora Maria Celeste de Castro. A minha amada professora Sandra Fabiana por toda a sua dedicação e paciência me tolerando mesmo que a distância e também pela sua atenciosa contribuição na construção dessa pesquisa. Aos queridos alunos do turno noturno do curso de Pedagogia da Universidade do Estado da Bahia, pela contribuição na nossa pesquisa. Aos meus colegas de curso pela apoio durante todos esses anos. A Eurides Carneiro, Robson Soares, Monica Nunes, Vilma Maria em especial minha querida amiga Jane Ferreira inseparáveis até hoje, juntas conseguimos chegar até aqui. As minhas queridas e inseparáveis Patricinhas , Maisa Borges, Célia Cedraz, Virgínia Queiroz e Franciele pelo companherismo, amizade, dedicação durante toda essa caminhada.
  • 6. 6 “A principal meta da educação é criar homens que sejam capazes de fazer coisas novas, não simplesmente repetir o que outras gerações já fizeram. Homens que sejam criadores, inventores, descobridores. A segunda meta da educação é formar mentes que estejam em condições de criticar, verificar e não aceitar tudo que a elas se propõe.” Jean Piaget
  • 7. 7 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1 – Sexo........................................................................................................31 Gráfico 2 – Faixa Etária.............................................................................................32 Gráfico 3 – Área de Ocupação..................................................................................32 Gráfico 4 – Instituição onde concluíram o ensino médio...........................................33 Gráfico 5 – Gostam de ler? ......................................................................................34 Gráfico 6 – Revistas lidas constantemente...............................................................35 Gráfico 7 – Maior dificuldade para ler .......................................................................35 Gráfico 8 – Quantidade de livros lidos durante o ano...............................................36 Gráfico 9 –Tipos de livros lidos ................................................................................37
  • 8. 8 SUMÁRIO RESUMO....................................................................................................................10 INTRODUÇÃO ..........................................................................................................11 CAPÍTULO I - PROBLEMATIZAÇÃO.......................................................................13 CAPÍTULO II – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA........................................................18 2.1.LEITURA..............................................................................................................18 2.2. CURSO PEDAGOGIA.........................................................................................21 2.3. ALUNO LEITORES.............................................................................................23 CAPÍTULO III -METODOLOGIA................................................................................27 3.1. TIPO DA PESQUISA..........................................................................................27 3.2. LÓCUS DA PESQUISA .....................................................................................28 3.3. SUJEITOS DA PESQUISA..................................................................................28 3.4. INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS.......................................................29 3.4.1. Entrevista Semi-Estruturada......................................................................29 3.4.2. Observação participante............................................................................29 3.2.3 Questionário Fechado...............................................................................30 CAPÍTULO IV Apresentação, Análise e Interpretação dos Resultados.....................31 4.1. Resultado do questionário fechado: o perfil dos sujeitos...................................31 4.1.1Sexo...................................................................................................................31 4.1.2 Faixa etária........................................................................................................32 4.1.3 Área de Ocupação............................................................................................32 4.1.4 Instituição onde concluíram o ensino médio.....................................................33
  • 9. 9 4.1.5 Gostam de ler? .................................................................................................33 4.1.6 Revistas lidas constantemente..........................................................................34 4.1.7 Maior dificuldade para ler .................................................................................35 4.1.8 Quantidade de livros lidos durante o ano.........................................................36 4.1.9 Tipos de livros lidos ..........................................................................................37 4.2 Resultados da entrevista Semi-Estruturada e da observação Participante.........37 4.2.1 Importância da leitura........................................................................................37 4.2.2 Leitura constante ou para fazer trabalhos da faculdade...................................38 4.2.3 Dificuldades encontradas com a leitura ao entrar no curso de Pedagogia.......40 4.2.4 Contribuição do curso de Pedagogia para a formação de alunos leitores........42 4.2.5 Eu me considero um leitor?...............................................................................43 CONFIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................................46 REFERÊNCIAS.........................................................................................................48 ANEXOS....................................................................................................................52
  • 10. 10 RESUMO O presente estudo monográfico objetivou identificar os fatores que influenciam a leitura dos alunos do turno noturno do curso de Pedagogia da UNEB campus VII, Senhor do Bonfim-BA. Este estudo teve como suporte teórico: Silva (2001), Freire (1993), Kato (1983), Oliveira, (2002), Kleiman (2004), Libâneo (2001) dentre outros, com o intuito de fundamentar a pesquisa, colaborando desta maneira para uma melhor reflexão crítica nesse estudo. Utilizamos a pesquisa de cunho qualitativo e como instrumentos de coleta de dados, a observação participante e a entrevista semi-estruturada, pois nos forneceram elementos relevantes para alcançarmos um melhor resultado no espaço e dos sujeitos pesquisados. No tocante aos resultados obtidos pudemos compreender que os alunos do turno noturno do curso de Pedagogia em sua maioria fazem leituras obrigatórias para atender as exigências dos professores, para preparar projetos, artigos e trabalhos, entendem que a leitura é de fundamental importância em suas vidas, pois amplia e integra os seus conhecimentos, reconhecem também que precisam inserir o hábito de ler no deu dia a dia, e que a falta de tempo, um dos fatores que lhes distância do mundo da leitura.Como considerações finais, destacamos a importância de se criar um hábito de leitura, e que os alunos vejam as leituras socializadas em sala de aula como uma bagagem que irá levar para a vida toda e os professores desenvolvam a consciência do seu papel de socilizadores de leitura Palavras- chave: Leitura, Curso de Pedagogia, Alunos leitores.
  • 11. 11 INTRODUÇÃO Este trabalho não almeja considerar todos os temas e definições em "Leitura” . Trata- se de uma pesquisa concisa sobre o assunto, porém analisada com muita dedicação e sensatez na qual alunos, mestres e responsáveis possam ler, avaliar, criticar, adquirir conteúdo, refletir e talvez ter um parâmetro sobre o assunto contido neste trabalho. A opção pelo tema Leitura na Universidade está diretamente ligada a real trajetória como estudante do curso de Pedagogia e das dificuldades encontradas com as diversas leituras ao adentrar na universidade. Entender a leitura como algo essencial em nossas vidas foi o que nos levou a conhecer melhor a temática, contribuindo para que os futuros Pedagogos possam perceber o quanto a leitura pode nos levar a uma educação libertadora e crítica. Dessa forma com o objetivo de identificar quais os fatores que influenciam a leituras dos alunos do turno noturno do curso de Pedagogia da UNEB, Campus VII iniciamos o presente trabalho: No Capítulo I, abordamos sobre leitura, as indagações e questionamentos dessa problemática, juntamente com os objetivos da pesquisa. No Capítulo II, apresentaremos os conceitos chaves, discutidos com o apoio de alguns teóricos. No Capítulo III, apresenta-se a metodologia, amparados em autores para a concretização da pesquisa, buscamos utilizar a metodologia adequada à apropriação dos objetivos definidos. No capítulo IV, apresentamos a análise e interpretação dos resultados, utilizamos os questionários fechados no intuito de traçar o perfil dos alunos, a entrevista semi- estruturada para identificar os fatores que influenciam a leitura dos alunos do turno
  • 12. 12 noturno do curso de Pedagogia e a observação participante para obtermos um contato com o contexto observado. Nas considerações finais centramos nossa atenção nos fatores que influenciam a leitura dos alunos do turno noturno do curso de Pedagogia. Esperamos que esta pesquisa seja utilizada como orientação e estímulo a todos que tiverem acesso e que sirva de subsídios para futuras pesquisas, bem como esperamos que os alunos possam estar refletindo sobre o papel do leitura em suas vidas.
  • 13. 13 CAPÍTULO I PROBLEMATIZANDO O mundo moderno em ritmo de inovação, repleto de novas tecnologias e facilidades, traz consigo um turbilhão de informações em ritmo intenso e acelerado, mas mesmo com a proliferação de diversos recursos tecnológicos, ainda é através da leitura que poderemos realizar o processo de transmissão e aquisição da cultura, onde obteremos conhecimentos que nos proporcionarão uma total interação com a sociedade. Enquanto lemos, somos levados a vivermos experiências transformadoras, segundo Silva (1997) o ato de ler é uma das conquistas do homem em seu processo evolutivo, através do qual o sujeito participa de inovações que a sociedade apresenta, analisa o passado, entende o presente e tem possibilidade de modificar o futuro. A leitura é o principal meio de apoderar-se dos bens culturais registrados pela escrita. [...] toda sociedade, nas suas diferentes etapas evolutivas, produz uma memória cultural, e que a leitura vem a ser um dos instrumentos para o conhecimento e transformação dessa memória (cultural), isto é, das idéias, instrumentos e técnicas produzidos e conservados pelo homem. (SILVA, 1997 p.46) O ato de ler enriquece a mente de informações, dados, conceitos e princípios, além de estimular a descoberta, a elaboração e difusão do conhecimento, fortalecendo a criatividade e a imaginação. Torna o sujeito desenvolvido, lúcido capacita-o para reflexões e questionamentos a cerca do seu meio social, visto que através da leitura adquire-se outra percepção e significado de mundo. A prática da leitura é algo essencial a vida dos indivíduos, pois a vida cotidiana é cheia de oportunidades e necessidades que requerem uma atenção especial a leitura. No decorrer da história da humanidade, o ato de ler desempenhou um papel político-social na formação da sociedade, as pessoas que detinham este ato
  • 14. 14 exerciam uma ação dominante sobre todo o resto da população, tornando-se um privilégio das classes dominantes e sendo também utilizada como instrumento para a apropriação do poder com relação às classes populares. Segundo Soares (2001), para a classe dominante a leitura tem a ver com o lazer, ampliação do conhecimento e de experiências; já para as classes dominadas trata-se de instrumento necessário a sobrevivência, como via de acesso ao mundo do trabalho, a luta por melhores condições de vida. O domínio da leitura no Brasil ainda é um privilégio de poucos. É notório que esse privilégio persiste não porque as camadas populares se negam a ler e sim porque as oportunidades que lhes são oferecidas são reduzidas. [...] uma sociedade, através dos seus organismos dirigentes, concebe a leitura como uma atividade destinada à realização e ao bem estar do povo ou como uma atividade que impede o surgimento de consciência e da racionalidade (SILVA, 1997 p.46) Com isso não é de interesse da classe dominante que as classes dominadas adentrem no mundo da leitura, eles agem no sentido de destruir sua consciência reflexiva, impedindo-os de agirem criticamente. Com isso não questionam o poder vigente nem as diferenças existentes entres as classes, tornado-se assim sujeitos alienados incapazes de participarem efetivamente da construção de uma nova sociedade, menos desigual. Em virtude disso, a convivência real e permanente com os diversos tipos de leitura é uma das melhores maneiras de despertar nos sujeitos posturas argumentativas, participativas, tomando como instrumento de luta, de conscientização e transformação, sendo assim, o total domínio da leitura como função social proporcionará aos leitores a não adaptação e acomodação inconsciente à realidade a qual se encontra. Por conseguinte, o ato de ler é uma habilidade adquirida pelo homem no processo de alfabetização, mediante o qual o sujeito através de decodificação de símbolos tem o primeiro contato com a leitura e continua desenvolvendo ao longo da trajetória escolar. Essa formação que faz parte do dia-a-dia tem como principal espaço para a sua aquisição, a escola.
  • 15. 15 Instituição criada pela sociedade letrada para transmitir determinadas conhecimentos e formas de ação no mundo; sua finalidade envolve por definição processos de intervenção que conduzem à aprendizagem. (OLIVEIRA, 2002 p.58) A escola é um espaço onde o sujeito tem acesso ao patrimônio histórico, cultural e científico da humanidade, com isso ter acesso á escola é ter acesso á leitura, mas muitas vezes ela condiciona o ator de ler apenas como forma avaliativa. As leituras presentes no processo de ensino aprendizagem, em sua maioria, apresentam textos sem sentido, descontextualizados de uma interpretação única, distante da realidade que os sujeitos se encontram, fazendo com que a leitura seja desestimuladora, cansativa, distanciando de sua principal essência que é satisfazer o leitor. Daí a importância da escola compreender que as práticas de leitura não aparecem do acaso, mas sim através de um planejamento envolvente e significativo, onde os alunos poderão assimilar e participar durante todo o processo de socialização, demonstrando suas necessidades e inquietações, envolvendo-os significativamente e democraticamente nas diversas situações de leitura. Como salienta Sacristán, “Educar para saber ler, utilizar a leitura e acessar a cultura escrita constitui um modelo educativo coerente com essa concepção de cultura valiosa que busca um modelo (o bom leitor) que as escolas supostamente, devem ajudar a criar. (p.92)” Silva (1997) ressalta que a alfabetização, apesar de ser um componente essencial para a formação de leitores, não é suficiente para garantir a evolução da leitura numa sociedade, pois as escolas concebem a leitura como processo de memorização e repetição de idéias dos textos, tornando-a alienante ao longo das séries escolares. Estes aspectos deixam o processo de ler traumático, tornando o aluno vítima do pernicioso hábito de repetição superficial de informações adquiridas no Ensino Fundamental e Médio. Em face disso, o aluno ao ingressar na universidade chega desprovido de senso crítico-reflexivo frente às leituras necessárias a sua formação, fazendo com que ele assuma uma atitude passiva perante os textos. Faltando-lhes no seu dia a dia um
  • 16. 16 maior tempo dedicado à leitura, assim como conhecimentos prévios que facilitarão o seu posicionamento frente as questões socializadas. Assim, o domínio da prática de processos de leitura são fatores essenciais para o sucesso de qualquer acadêmico, de qualquer estudante, o seu êxito depende em grande parte da qualidade da orientação que ele recebe na área de leitura (SILVA, 1997), mas fatores como o tratamento da leitura no contexto escolar e questões políticas, econômicas e sociais fazem com que existam maus leitores. Silva (1991) aponta a relação leitor, texto e realidade como uma das principais causas para esse enfraquecimento na leitura no âmbito escolar e que, consequentemente, se reflete na academia. Ler é essencial para qualquer estudante acadêmico, porém essa essência se consolida ainda mais nos cursos de áreas humanas e sociais pela complexidade das questões e abordagens existentes. O curso de Pedagogia que é referência na formação de professores, estes que encaminham os educandos aos primeiros elementos constitutivos na vida escolar e concepções de sociedade, tem como exigência o uso deste recurso, pois para entender essa complexidade de trabalhar com seres em processo de formação inicial deve-se ter uma compreensão de vários conhecimentos e o pedagogo só pode tomar posse desses através da leitura, combinado às experiências vividas que vão construir uma postura de ser educador. Para Silva (1991), os dirigentes do Sistema Educacional atribuem pouca importância à leitura no processo de formação docente, o que resulta em profissionais alienados ao sistema e que, consequentemente, reproduzam essa alienação em sala de aula. A leitura é um importante mecanismo que os profissionais da educação possuem para ampliar seus conhecimentos e entendimentos das questões que norteiam a sua prática, por isso, ela é fundamental durante sua formação. A partir das vivências da pesquisadora observou-se que muitos alunos do curso de Pedagogia da UNEB Campus VII, ao adentrarem na Universidade vêem a leitura como algo distante, e como não possuem o hábito de ler, constantemente, lhes são apresentados muitos textos, livros, muitas vezes não são lidos e quando são de
  • 17. 17 maneira superficial, reproduzindo um consumo rápido e artificial de informações. E nesse ambiente de discussões, a preocupação com as práticas de leitura nos instiga e estimula a pesquisar sobre a mesma. A medida que estudamos e refletimos sobre leitura poderemos de certa forma trazer para a vida de diferentes sujeitos um outro sentido em relação a mesma, pois é através do ato de ler que poderemos desenvolver as nossas potencialidades individuais progredindo intelectualmente e socialmente. Tendo como base essa realidade e buscando aprimoramento de nossas experiências profissionais aspiramos através dessa pesquisa refletir alguns aspectos sobre os fatores que influenciam a prática de leitura dos alunos turno noturno do curso de Pedagogia da UNEB campus VII, Senhor do Bonfim-Ba. Tendo como: Objetivo geral. Identificar os fatores que influenciam a leitura dos alunos do turno noturno do curso de Pedagogia da UNEB campus VII, Senhor do Bonfim-Ba. Objetivos Específicos  Identificar o tipo de leitura mais freqüente entre os alunos do curso de Pedagogia.  Analisar os níveis de leitura presentes nesse contexto. Esta pesquisa poderá contribuir para o processo de formação desses alunos, pois a leitura tida como meio de aprendizagem, e não como mera obrigação escolar possibilitará a aquisição de novos conhecimentos e com isso poderão desenvolver uma nova visão crítica da realidade, tornando-se assim sujeitos sociais participantes e questionadores capazes de situar-se conscientemente no seu contexto social.
  • 18. 18 CAPÍTULO II FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Mediante a problemática abordada objetivamos identificar quais os fatores que influenciam a leitura dos alunos do turno noturno do curso de Pedagogia da UNEB. Assim, trataremos aqui do referencial teórico da pesquisa, cujas articulações serão norteados pelos seguintes conceitos-chave: Leitura, Curso de Pedagogia, Alunos leitores. 2.1 Leitura A leitura é um costume cultural pouco exercido pelos indivíduos da sociedade, no entanto, é um importante aspecto na formação de professores, visto que através da mesma adquirimos o conhecimento geral registrado pela escrita. Reis (2003) vem ressaltar que através da reflexão da prática se constroem o saber, essa reflexão não vem do vazio e sim da aquisição de informações registradas pela escrita, ou seja, o ato de ler. Ler é saber compreender e interpretar. Implica não somente em aprender o significado, mas também trazer para o texto lido experiências de vida, posturas críticas. É nesse sentido que a leitura é entendida como um ato social entre leitor e autor que participam de um processo interativo, levando o leitor a questionar o texto lido, dentro de um referencial próprio de seus conhecimentos, conceitos e valores (KATO, 1983). Para Micheletti e Brandão (1997), o ler vem a ser um processo complexo e contínuo, é o meio pelo qual o ser humano entende o mundo ao seu redor, a partir de suas particularidades, estando sempre submetidos a um contexto, com isso a recepção de um determinado texto não pode ser entendido como algo inerte, pois quem produz, o faz pensando no seu receptor, por isso essa interação entre leitor- texto surge a partir do momento de sua construção.
  • 19. 19 Souza(1992) destaca: “Leitura é basicamente, o ato de perceber e atribuir significados através de uma conjunção de fatores pessoais com o momento e o lugar, com as circunstâncias. Ler é interpretar uma percepção sobre as influencias de um determinado contexto. Esse processo leva o individuo a uma compreensão particular da realidade.” (p.56). Nessa perspectiva, a leitura é vista como interação entre autor e leitor; compreende como uma atividade social de alcance político. Diante dessa interação e compreensão, a leitura não pode ser vista somente como mera decodificação de sinais, torna-se muito mais abrangente, constituindo sujeitos formadores de opinião, capazes de posicionar-se criticamente diante das situações vivenciadas. A respeito Kleiman (2004) salienta. A leitura é um ato individual de construção de significados num contexto que se configura mediante a interação entre leitor e autor e que, portanto, serão diferentes para cada leitor, dependendo de seus conhecimentos, quando lê, além disso completa o texto com seus conhecimentos, por isso um mesmo leitor pode atribuir diferentes significados a um mesmo texto se este for lido em diferentes momentos da vida. (p. 60) Cada leitor na individualidade de sua vida irá entrelaçar o significado pessoal de suas leituras com os vários significados, que ao longo dos tempos foi se acumulando, possibilitando assim a aquisição de diferentes pontos de vista e alargamento de experiências. Para Silva (2001), “ o ato de ler é uma necessidade concreta para aquisição de significados e experiências nas sociedades onde a escrita se faz presente (p.36)” Em concordância, Foucambert diz que: “ Ler significa ser questionado pelo mundo e por si mesmo, significa que certas respostas podem ser encontradas na escrita, significa construir uma resposta que integra parte das novas informações ao que já se é. (p.5)”
  • 20. 20 Ler não consiste somente em entender o significado do texto, mas em vivê-lo, pois é uma atividade essencial a vida de qualquer ser humano, que junto a palavra escrita é um dos meios onde poderemos colocar em prática os nossos ideais, interesses, aspirações. [...] fornece ao sujeito uma nova capacidade de se compreender, oferecendo-lhe uma nova maneira de ser no mundo pelo qual ele se engrandece, ou seja, encontra novas formas de existir e conviver socialmente. (SILVA,1997 P.79). Para Freire (1993) de alguma maneira podemos ir bem mais além e dizer que a leitura da palavra não é apenas precedida pela leitura do mundo, mas por uma certa forma de transformar através de nossa prática consciente, pois a palavra dita flui do mundo através da leitura que dele fazemos. “ Ler é reescrever o que estamos lendo, é descobrir a conexão entre texto e contexto, é também como vincular o texto/ contexto como meu contexto do leitor.” (FREIRE,1986, p.52). Luckesi (2001) aponta uma concepção de leitura como um ato simples, inteligente, reflexivo e característico do ser humano, porque essa nada mais é do que um ato de compreensão do mundo, da realidade que nos cerca e em meio a qual vivemos. Nietzsche vem falar que a leitura deve ser algo que se faz com lentidão, levando tempo, despreocupadamente, para revelar o segredo presente nas entrelinhas do texto lido, ou seja, para compreender a história, pois sem ela seríamos incapazes de nos situarmos no contexto social, e o nosso crescimento enquanto seres humanos seria ilimitado (LARROSA, 2005). Aprender a ler e cultivar a leitura são tarefas importantíssimas para o estabelecimento de construção crítica do conhecimento no processo educativo. A descoberta pela leitura contribui para a formação do homem, e o ponto de partida para a democracia é ter pessoas instruídas, pois em uma sociedade como a nossa em que a divisão de rendas e de lucros é tão desigual, não poderia ser diferente com a distribuição de bens culturais, já que a participação desses é em boa parte medida pela leitura.
  • 21. 21 2.2 Curso de Pedagogia. O curso de Pedagogia surge no Brasil com o intuito de preparar os educadores para a escola média, passando a existir em conjunto com as licenciaturas, e desde então vem sofrendo constantes reformulações, seja através de reivindicações, debates, todos com a preocupação de melhor preparar o profissional da área educacional. Uma das principais propostas do curso de Pedagogia é formar o ser pedagogo, um profissional qualificado capaz de exercer atividades educativas em espaços formais e não-formais. Direciona-se também a formação de professores para a educação infantil e séries iniciais do ensino fundamental assim como a promoção de atividades de gestão educacional e do conhecimento científico tecnológico do campo da educação. Libâneo (2001) esclarece que: O curso de Pedagogia é aquele que forma um profissional qualificado para atuar em vários campos educativos para atender demandas sócioeducativas de tipo formal, não-formal e informal, decorrentes de novas realidades – novas tecnologias, novos atores sociais, ampliação de formas de lazer, mudanças nos ritmos de vida, presença dos meios de comunicação e informação, mudanças profissionais, desenvolvimento sustentado, preservação ambiental – não apenas na gestão, supervisão e coordenação de escolas, como também na pesquisa, na administração dos sistemas de ensino, no planejamento educacional, na definição de políticas educacionais , nos movimentos sociais, nas empresa(...)etc.(p.31) Como se pode notar o curso de Pedagogia, possibilita aos educandos uma série de habilitações qualificando- o para o exercício inteligente do seu ofício. Nesta mesma vertente, Feldmann (1993) analisa o curso de Pedagogia como aquele que irá formar profissionais da educação aptos para exercerem suas funções partindo do princípio que esse educador adquirirá não só um saber sistematizado, mas vir a criar sua própria metodologia para a construção desse saber.
  • 22. 22 O curso de Licenciatura em Pedagogia foi introduzido na UNEB Campus VII de acordo com o Projeto Político Pedagógico da UNEB, fundamenta-se na lei nº 9.394196, com o intuito de contribuir para a formação de profissionais qualificados com isso proporcionando uma melhoria na educação. Como específica o mesmo: O curso de Pedagogia instalado nos diversos CAMPI da Universidade Estadual da Bahia tem como objetivo a formação de um profissional capaz de contribuir efetivamente para a melhoria das condições em que se desenvolve a educação e, consequentemente, comprometido com um projeto de transformação social(p.32). Nesse sentido, podemos perceber que o Projeto Político Pedagógico da UNEB, foi estruturado a partir de princípios mais flexíveis, diversificados, livres e interdisciplinar proporcionando uma maior interação de todo os sujeitos envolvidos naquele contexto. A Investigação, o trabalho Pedagógico, a prática docente são um dos eixos principais que se fazem presentes nas dimensões do Curso de Pedagogia da UNEB, campus VII, com um currículo que busca evidenciar e repensar as relações objetivas e subjetivas, da linguagem gestual e das práticas corporais, proporcionando aos seus alunos forte formação teórica-prática, favorecendo uma transformação libertadora. Neste sentido o Projeto Político Pedagógico da UNEB (2004) ressalta: Nesta perspectiva, faz-se necessário pensar currículo em seus múltiplos aspectos, sua diversidade e heterogeneidade. A idéia principal para a constituição de um Curso de Pedagogia que atenda as especificidades dos (as) envolvidos (as) no processo, é de garantir a flexibilidade curricular, abrindo possibilidades para a formação desse/dessa profissional da educação(p.44) Diante disso, o curso de Pedagogia vem propiciar aos seus alunos novas vivências e relações, onde estarão engajadas na construção do conhecimento, descobrindo a pesquisa, antenados nas transformações sociais, políticas, econômicas e culturais
  • 23. 23 percebendo então que estão os mesmos inseridos em um novo espaço de intervenção pedagógica. E dentro desse espaço pedagógico, percebemos que em toda a trajetória do aluno no curso de Pedagogia, ele necessita praticar diversos tipos de leitura, por isso lhes são propostos diversos conteúdos com o intuito de tornar o cidadão um leitor crítico, freqüente, e criativo, que compreende e usa de forma adequada todas as informações socializadas. Nesta visão Marobin(1993) ressalta: O estudante recebe da universidade suporte teórico para sua formação acadêmica, mas é ele mesmo o maior responsável por essa formação, e é o hábito da leitura que proporcionará a este individuo uma formação consciente. Desse modo, é através da leitura que o estudante constrói, ele mesmo, o próprio curso universitário. Na leitura crítica e constante, ele assume pessoalmente o processo da sua aprendizagem. Prende a discernir, discriminar, organizar, coordenar, compreender, explicar, caracterizar, formular, confrontar e interpretar, incorporar e assimilar os conteúdos apresentados.(p.102) Witter(1997) nesta mesma visão lembra que o docente universitário merece atenção especial no desenvolvimento da sua própria habilidade de leitura , visto que é essencial para o seu trabalho, quer seja para o desenvolvimento pessoal, quer seja como ferramenta de trabalho. Sendo o leitor hábil e apresentando excelência nos vários níveis e tipos de leitura, o decente leitor poderá influenciar positivamente o comportamento de aluno-leitor. Sendo assim, a leitura no ensino universitário é primordial, visto que ela proporcionará ao estudante subsídios para o desenvolvimento crítico, cultural e técnico necessários para a sua formação. 2.3 Alunos Leitores Tecnicamente, têm-se o aluno como um ser que é instruído por outrem através da sistematização de informações.
  • 24. 24 Ferreira (1986) destaca: Aluno [do lat. Alumnu, primitivamente, criança que se dava criar]. Pessoa eu recebe instrução e/ou educação de algum mestre, ou mestres em estabelecimento de ensino ou particularmente, estudante, educando, discípulo. Aquele que tem escassos conhecimentos em certa matéria, ciências ou arte, aprendiz (p.25). Neste contexto, percebe-se o aluno como um ser estático que só é capaz de receber ou que só tenha necessidade de receber, a informação que lhe é transmitida, sem reflexão, tendo somente que reproduzi-la. A escola como espaço democrático, terá que enxergar os alunos com um outro olhar, como seres sociais proporcionando- lhes um emaranhado de experiências que lhes garantam uma compreensão reflexiva para poderem atuar na realidade que os cercam de uma forma crítica. Diante disso, Muzukami (1986) entende que: “ o aluno deve ser compreendido como o um ser que autodesenvolve e cujo processo de aprendizagem deve-se facilitar (p.53)” A partir dessa reflexão para que o aluno se torne crítico e questionador é preciso uma participação ativa do professor, introduzindo o aluno na leitura das diversas fontes de informação, para que se consiga passo a passo uma autonomia intelectual. Silva (1997) vem salientar que em muitos casos a relação professor aluno é mediada por um grave problema a “ interpretação única” . Os textos socializados possuem a chave da interpretação, não deixando que o aluno-leitor faça as suas próprias interpretações, com isso é retirada da leitura a sua parte reflexiva, sendo deixados de lado, a renovação, a divergência durante a leitura, tornando-se meros exercícios de reprodução. A leitura tomada com esse fim em si mesma, sem uma reflexão daquilo que se está lendo, gera uma conseqüência nefasta para a formação do aluno leitor. Se um texto quando trabalhado não proporcionar um salto de qualidade do aluno para a sua visão de mundo tanto no aspecto social, quanto no seu cotidiano, a leitura perde a sua validade. Nesse sentido, Bock et al (1999) apud Picanto e Pereira (2008) afirma:
  • 25. 25 O aluno deve ser desafiado para poder interagir com a realidade. Assim organizará as informações, criará outras e poderá modificá- las. Além disso, a figura do professor diante do aluno será um elemento que irá possibilitar o processo de descobertas, pois a interação possibilitará adquirir informações transformando-as e transferindo-as para novas situações. (p.04) Por isso, é importante tomar alguns cuidados especiais para que as leituras não caiam no vazio, ou induzam a prejuízos irreparáveis na formação dos alunos. Assim, aprender a ler e conduzir a leitura, são tarefas importantíssimas para o estabelecimento da construção crítica do conhecimento no processo educativo. A descoberta da leitura contribui para a formação do homem e o ponto de partida para a democracia é ter pessoas instruídas. DEMO (1998) enfatiza a importância da leitura crítica, que dê capacidade de produção e participação. É importante aprender a ler criticamente estabelecendo com autores relacionamento dialético, portar-se na história como sujeito capaz de pensá-la e planejá-la, alcançar redação própria e expressar-se com desenvoltura. Dominar o conhecimento e informações estratégicas do processo de transformação da realidade atual (p.104) Juntamente é importante que os alunos consigam perceber o sentido, a utilidade da leitura para que estes não a vejam como mera “ obrigação escolar” , pois quando transformada em obrigação torna-se enfadante e chata, e passe a fazer parte do seu processo de ensino-aprendizagem, devendo como salienta Silva(1991) “ colocar-se na condição do sujeito do ato de ler, atribuindo significados aos textos no intuito de compreender a si mesmo a aos textos nas diferentes caminhadas da leitura (p.87). Seguindo a mesma linha, Suassuna (2002), salienta que sem dúvida alguma a leitura torna-se produtiva se o aluno a praticar com prazer, exercitando o senso crítico, a imaginação, realizando suas descobertas, preparando-se assim para intervir sobre o que sempre foi posto historicamente e também dessa forma podendo atuar na construção de uma sociedade mais justa para todos dentro de um mesmo contexto, um individuo capaz de impor suas idéias, munido de conhecimento, agindo assim como construtor de uma nova história de transformação social.
  • 26. 26 Deve-se evidenciar que o conhecimento prévio do aluno-leitor é fator essencial para a total compreensão dos textos lidos, cada leitor na sua individualidade liga-se com os vários significados que ao longo de sua trajetória foram se acumulando, tendo eles histórias de suas leituras, histórias de vida, onde poderão a partir daí problematizar, questionar, se posicionado criticamente diante de suas leituras. Nessa mesma perspectiva Kleiman(1989) destaca: A compreensão de um texto é um processo que se caracteriza pela utilização de conhecimento prévio: o leitor utiliza na leitura o que ele já sabe o conhecimento adquirido ao longo da vida. É mediante a interação de diversos níveis de conhecimento linguístico, o textual, o conhecimento de mundo, que o leitor consegue construir o sentido do texto. E porque o leitor justamente utiliza diversos níveis de conhecimento que interagem entre si, a leitura é considerada um processo interativo. Pode se dizer com segurança que sem engajamento de conhecimento prévio do leitor não haverá compreensão(p.13) Por isso, conhecer o aluno e sua vivência no contexto escolar é o ponto chave para a transformação educacional e, consequentemente, social, política, econômica, cultural, pois alunos competentes, instruídos, possuem maior capacidade de análise, síntese, interpretação dos dados, fatos, situações, melhor compreensão e atuação no seu contexto social.
  • 27. 27 CAPÍTULO II 3. METODOLOGIA Entendemos que a metodologia é o estudo acerca de um único tema, o caminho que levará ao aprofundamento da realidade, devendo obedecer a passos e técnicas que nos levarão ao conhecimento do objeto de estudo. Como afirma Larrosa(2003): O papel da metodologia consiste em um plano detalhado de como alcançar os objetivos, respondendo a questões e testando hipóteses formuladas. (...) a metodologia é o ato que guia na investigação da verdade cientificamente.(p.31) Faz-se necessário na pesquisa a utilização de instrumentos adequados ao objeto de estudo, pois requer procedimento sistemático e intensivo com o objetivo de descobrir e interpretar os fatos de uma determinada realidade. “ Pesquisa é o conjunto de atividades intelectuais tendentes à descoberta de novos conhecimentos. (TRIVINOS, 1987).” 3.1. Tipo de pesquisa Utilizaremos a abordagem qualitativa de pesquisa por considerar que há uma relação dinâmica entro o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito. Com a utilização desta abordagem teremos a possibilidade de realizar as investigações no seu próprio ambiente natural e colher informações diretamente da fonte, tendo assim maior probabilidade de aproximação com os sujeitos pesquisados. A abordagem qualitativa envolve a obtenção de dados descritivos, obtidos no contato direto do pesquisador com a situação estudada, enfatizando mais o processo do que o produto e se preocupa em retratar a perspectiva dos participantes (LUCKE e ANDRÉ, 1986, P.11). Assim este tipo de pesquisa permite a análise dos dados de uma forma diferenciada e profunda, proporcionando assim uma apreensão global do objeto de estudo.
  • 28. 28 3.2 Lócus de pesquisa A pesquisa foi realizada na Universidade do Estado da Bahia - Campus VII – localizada na BR 407 no Km 127; na cidade de Senhor do Bonfim-BA. Fundada em 27 de março de 1985, através do Decreto Governamental nº. 31.574, onde funcionam os cursos de Matemática, Pedagogia, Biologia, Ciências Contábeis e Enfermagem. O local tem um espaço distribuído do seguinte modo: dez salas de aula com TV e DVD( as mais recentes possuem ar condicionado), um laboratório de Geociências, cinco de Biologia, dois de matemática e três de informática; uma secretaria de CPD( Centro de Processamento de dados), cinco secretarias acadêmicas, cinco colegiados (Pedagogia, Matemática, Biologia, Contábeis e o mais recente Enfermagem), uma secretaria de direção, dez banheiros, um almoxarifado, uma sala de xérox, uma guarita de segurança com sistema de seguranças de câmaras, um auditório, uma biblioteca, uma sala de equipamentos e um espaço ampl para estacionamento. O Campus tem como atual diretora a professora Maria Celeste de Castro. 3.3 Sujeitos da pesquisa A pesquisa foi realizada com 15 alunos do turno noturno do curso de Pedagogia da UNEB, Campus VII, em Senhor do Bonfim-BA, buscando conhecer os fatores que influenciam a leitura desses alunos. 3.4 Instrumento de coleta de dados Gressler (1989) Uma das principais fases da pesquisa é a da determinação e de como serão coletados os dados e informações, sendo que os mesmos terão que estar diretamente ligados ao tipo de pesquisa que será utilizada. Por se tratar de uma pesquisa qualitativa os instrumentos de coleta de dados serão feitos pela técnica de entrevista semi-estruturada, observação participante e
  • 29. 29 questionário, considerando estes os que melhor irão contribuir para alcançarmos os objetivos propostos pela pesquisa. 3.4.1 Entrevista semi-estruturada A entrevista é uma das principais técnicas de trabalho utilizado em quase todos os tipos de pesquisa nas ciências sociais, a qual desempenha importante papel em todas as áreas de pesquisa. Haguette (1987) define a entrevista como:” um processo de intenção social entre duas pessoas na qual uma delas, o entrevistador, tem por objetivo a obtenção de informações por parte do outro, o entrevistado(p.75)” Utilizaremos a entrevista semi-estruturada como em dos instrumentos básicos para a coleta de dados possibilitando ao receptor interagir ativamente com o emissor além de possibilita informações claras e objetivas. Segundo Trivinôs (1995) Entende-se por entrevista semi-estruturada, de maneira geral, aquela que parte de certos questionamentos básicos, apoiados, em teorias e hipóteses que, interessem à pesquisa e que, em seguida oferece amplo campo de interrogativas, fruto de novas hipóteses que vão surgindo à medida que se recebem as respostas do informante (p.146). Segundo Taveira (2002) a entrevista semi-estruturada é relevante porque não ocorre a partir de questionários preestabelecidos, com respostas fechadas para não limitar aquilo que desejam dizer os entrevistados aos entrevistadores. O entrevistador deve estabelecer relação de confiança e respeito com os entrevistados. Optamos por esse tipo de pesquisa, pois acredito permitir maior aquisição de informações, dando liberdade ao sujeito para abordar o tema proposto. 3.4.2 Observação Participante
  • 30. 30 A observação participante será utilizada por ser o principal instrumento de investigação, por possibilitar um maior contato com os sujeitos pesquisados, dando dimensão a uma experiência direta com o envolvimento entre pesquisador e pesquisado. Cruz Neto Afirma: A técnica de observação participante se realiza através do contato direto do pesquisador com o fenômeno observado para obter informações sobre a realidade dos atores sociais em seus próprios contextos. O observador enquanto parte do contexto de observação, estabelece uma relação face a face com os observados. Nesse processo, ele ao mesmo tempo pode modificar e ser modificado pelo contexto. Na observação participante cabe ao observador saber ouvir, escutar, ver, fazer uso de todos os sentidos, saber quando perguntar enxergar muito além do que está vendo, quanto maior a participação será a interação entre os sujeitos ajudando assim um resultado eficaz a partir do estudo. Nesta mesma linha de raciocínio Ludke e André (1986) destacam que a observação participante propicia ao observador adentrar nas perspectivas dos sujeitos, acompanhando as suas experiências diárias podendo apreender a sua visão de mundo, o significado que os mesmos dão a realidade que os cerca. 3.4.3 Questionário fechado. Segundo Marconi e Lakatos (2002), o questionário fechado é um instrumento de coleta de dados constituído por uma série ordenada de perguntas, que devem ser respondidas por escrito e sem a presença dos entrevistados, obtendo-se através do mesmo respostas rápidas e precisas sem risco de distorção em razão do anonimato. Então optamos por utilizar o questionário para o levantamento de dados, com objetivo de traçar o perfil sócio-cultural dos sujeitos pesquisados, almejando definir os seus traços gerais e atividades ocupacionais como aspectos sociais, econômicos e educacionais, sendo um instrumento auxiliar na busca de informações.
  • 31. 31 CAPÍTULO IV APRESENTAÇÃO ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS Com o intuito de entendermos melhor as compreensões dos nossos sujeitos( alunos do turno noturno do curso de Pedagogia), apresentaremos os resultados na nossa pesquisa conseguidos através da análise dos instrumento de coleta de dados utilizados, sendo estes; questionário fechado, entrevista semi-estruturada e observação participante, nos permitindo conhecer o perfil dos sujeitos, analisar e interpretar os fatores que influenciam a prática de leitura no Curso de Pedagogia. 4.1 RESULTADO DO QUESTIÓNARIO FECHADO: PERFIL DOS SUJEITOS Apresentação do perfil dos sujeitos através das informações coletadas com o questionário fechado. 4.1.1 Sexo Feminino Masculino Fonte: Questionário Fechado aplicado com os sujeitos da pesquisa Dos 15 participantes entrevistados 3 eram do sexo masculino e 12 do sexo feminino, notamos aí uma grande disparidade em relação ao sexo, isso vêm reafirmar a idéia simplista que o Curso de Pedagogia é um curso feminino de segundo nível, pouco interessante para os homens.
  • 32. 32 4.1.2 Faixa Etária 3% 6% 20 -24 anos 26% 24 - 30 anos 65% 39 - 37 anos Acima de 37 anos Fonte: Questionário Fechado aplicado com os sujeitos da pesquisa No que se refere a faixa etária, os dados recolhidos nos mostram que a maioria dos sujeitos pesquisados se encontram nas idades entre 20 e 30 anos, o que nos leva a entender que o curso é formado basicamente por jovens a procura de uma qualificação profissional, com um relativo grau de comprometimento com o conhecimento, sendo este fator primordial para o seu desenvolvimento e compreensão da realidade. 4.1.3 Área de Ocupação Atuam na educação Outras áreas Não trabalham 8% 25% 67% Fonte: Questionário Fechado aplicado com os sujeitos da pesquisa Quanto à área de ocupação, constatamos que 67% dos nossos entrevistados já atuam na educação, levando-nos a compreender que estão em constante busca de qualificação profissional, para a melhoria de sua prática em sala de aula. Como ressalta Linhares & Leal(2002) :
  • 33. 33 A busca de alternativas para a educação e, mais particularmente, para instituições de ensino e de formação de professores nos levou a compreender o quanto dependemos de nossa capacidade de interlocução com os mais variados campos de conhecimento para projetar os processos de aprendizagem e ensino escolares e particularmente, de formação de professores à altura dos desafios atuais (p.118). Diante disso a busca por aperfeiçoamento da área a qual estão inseridos demonstra o interesse e envolvimento com a educação e com as mudanças ocorridas diariamente. Uma prática de ensino que esteja centrada na formação docente, deverá ligar diversos saberes para poder superar a diversidade de uma sociedade com diversos campos pedagógicos. 4.1.4 Instituição onde concluíram o Ensino Médio. 17% Pública 83% Privada Fonte: Questionário Fechado aplicado com os sujeitos da pesquisa Ao serem questionados sobre a instituição onde concluíram o ensino médio 83% dos alunos e das alunas afirmaram ter estudado em escolas públicas, e apenas 17% em escolas particulares. 4.1.5. Gostam de ler?
  • 34. 34 0% Sim Não 100% Fonte: Questionário Fechado aplicado com os sujeitos da pesquisa A observação do gráfico nos leva a perceber que todos os entrevistados gostam de ler, consequentemente vêm a leitura como algo importante para sua vida, capaz de leva-los a um caminho de inserção no mundo, onde serão capazes de situar-se conscientemente e criticamente em qualquer contexto social, não se adaptando ou se ajustando a realidade que está aí, ao contrário, participando ativamente da transformação da sociedade.Conforme saliente Silva(1991): Dessa forma, podemos, desde já, caracterizar a leitura como processo ou prática social que permite à pessoa compreender a sua razão de ser no mundo, buscando, incessantemente, mais conhecimentos sobre a realidade, seja observando diretamente a concretude do real, seja dando vida aos registros da cultura, expressos por meios de diferentes linguagens ou códigos(p.75). Nessa mesma perspectiva Demo(1998) salienta que é importante aprender a ler criticamente, situando-se na história como sujeito capaz de pensá-la e planejá-la, dominando conhecimento e informações estratégicas para o processo de transformação social. Então através da leitura poderemos adentrar em um mundo repleto de possibilidades, nos situando e ocupando espaço na história e na sociedade, ampliando o nosso olhar cultural. 4.1.6 Revistas lidas constantemente
  • 35. 35 17% 34% Veja Mundo Jovem 33% Caras 8% 8% Escola Outras Fonte: Questionário Fechado aplicado com os sujeitos da pesquisa Percebemos que 34% dos sujeitos lêem revista Veja, 33% revista Escola 17% Mundo Jovem, isso mostra que os alunos estão sempre a procura de novos conhecimentos, embasando-se em revistas com respaldo intelectual para complementar o aperfeiçoamento na sua prática escolar. 4.1.7 Maior dificuldade para ler 8% 17% Tempo 8% Dinheiro 67% Hábito Acesso Fonte: Questionário Fechado aplicado com os sujeitos da pesquisa Em relação as maiores dificuldades para ler 67% dos entrevistados não encontram tempo para desenvolver o hábito de leitura, deixando as leituras de sua preferência em segundo plano, gostam de ler como podemos comprovar no gráfico 4.1.5, por diversos motivos não dispõe de tempo suficiente para a leitura, como salienta Larrosa (2009) “ Nietzsche desconfia de nós, leitores modernos, suspeita que não temos tempo para ler”. E realmente temos o terrível defeito de sempre estarmos colocando desculpas para exercer esse hábito, se dedicarmos alguns minutos do
  • 36. 36 nosso dia na leitura de um bom livro iremos desmistificar essa idéia de tempo para leitura. 4.1.8 Quantidade de livros lidos durante o ano. 17% 2 livros durante o ano 25% 58% 3 a 5 livros durante o ano 6 a 8 livros durante o ano Fonte: Questionário Fechado aplicado com os sujeitos da pesquisa Os dados obtidos nos levam a perceber que 58% dos sujeitos lêem apenas dois livros por ano, 25% lêem 3 a 5 livros por ano e 17% lêem de 6 a 8 livros por ano. Isso deixa em evidência que os sujeitos pesquisados lêem muito pouco durante todo o ano, consequentemente não são leitores ativos, que precisam ver no livro um instrumento de transformação social. Conforme afirma Silva (1991)” a mercadoria “livro” não pode ser comparada a quaisquer outros artigos das sociedades de consumo, pois, se usada criticamente, ela é capaz de revelar as mazelas e as contradições dessas mesmas sociedades.” (p.16). Dessa forma a leitura de diversos livros poderá nos abrir caminhos para tornarmos bons leitores, transformando o livro em um objeto cultural indispensável em nossas vidas. 4.1.9 Tipos de livros mais lidos
  • 37. 37 17% 50% Auto Ajuda 33% Técnicos Outros Fonte: Questionário Fechado aplicado com os sujeitos da pesquisa A observação do gráfico nos leva perceber que 50% dos entrevistados gostam de livros de ajuda, 33% livros técnicos e 17% outros livros, isto nos faz perceber que a maioria prefere livros de auto-ajuda, acreditamos por serem livros de fácil compreensão que possibilita aos sujeitos, mesmo que momentaneamente solução para seus problemas, com isso a leitura lhes proporcionará possibilidades suficientes para poder desfrutar de momentos de descontração e relaxamento. 4.2 RESULTADOS DA ENTREVISTA SEMI-ESTRUTURADA E DA OBSERVAÇÃO PARTICIPANTE. A partir da análise da entrevista semi-estruturada efetivada com os alunos e da observação participante realizada nas aulas; conseguimos saber quais os fatores que influenciam a leitura dos alunos do curso de Pedagogia da UNEB – Campus VII. Então, podemos identificar os fatores que influenciam a leitura dos alunos da UNEB – Campus VII como: 4.2.1 Importância da leitura Com relação à importância da leitura para suas vidas 100% dos entrevistados vêem a leitura como principal meio para tornarem-se leitores críticos e proficientes, que facilita a sua convivência com o meio em que vivem, fundamental para o desenvolvimento de qualquer indivíduo. Sobre isso, os alunos enfatizam:
  • 38. 38 “ A leitura amplia a minha visão de mundo e me torna mais crítica” (A7) “Pode-se dizer que a pessoa que hoje sou foi constituída por grandes pessoas e excelentes leituras” (A9). “ A leitura é o caminho que leva o cidadão a conquistas e descobrir novos horizontes e fortalecer-se em volta do conhecimento(A2). Todas essas falas evidenciam o que Silva (1997) salienta “ a importância do ato de ler como sendo um instrumento de conscientização e libertação, necessário à emancipação do homem na busca incessante por sua plenitude” (p.98). Pois é através da leitura que poderemos adquirir conhecimento, expressar e defender os nossos pontos de vista colocando-se de maneira realista em relação aos fatos. (A10) enumerou quatro vantagens com relação a importância da leitura, Falar bem, 2- Escrever bem, 3- Facilitador do dia a dia e 4- Liberta da ignorância” . (A10) Bastante chamativo o “ liberta da ignorância” , pois a leitura realmente liberta das amarras de uma sociedade em constante processo de transformação. 4.2.2 Leitura constante ou para fazer trabalhos de faculdade. Quando falamos em leitura constante percebemos que a maioria dos alunos do tuno noturno do curso de Pedagogia só lêem para fazer trabalhos de faculdade, questionam a falta de tempo e a quantidade de textos solicitados pelos professores para leitura em cada aula, e principalmente para a construção de artigos, projetos, relatórios, exigindo todo o seu tempo disponível. Como afirmam: “ Ultimamente só leio para fazer trabalhos de faculdade por falta de tempo, os projetos ocupam muito o nosso tempo.” (A7)
  • 39. 39 “As minhas leituras são direcionadas somente para os trabalhos de faculdade, porque o tempo reservado para a leitura é pouca, por causa do meu trabalho e da minha família” (A1) “Só para os trabalhos de faculdade, eles ocupam todo o meu tempo, pois vivo numa vida agitada, trabalho, faculdade, casa, família” .(A5) Ao fazerem essas afirmações A7, A1 e A5 reforçam a idéia de Larossa(2005): Sabe que a arte da leitura é rara na época de trabalho e de precipitação,na qual temos que acabar tudo rapidamente. Os “leitores modernos” já não têm tempo para esbanjar em atividades que demorem, cujos fins não se vêm com clareza, e das quais não podem colher imediatamente os resultados. Para ele, os profissionais da leitura, o trato com os livros é quando muito, um meio “ para escrever uma resenha ou outro livro, isto é, uma atividade na qual o que se lê é meramente apropriado em função de sua utilização apressada para a elaboração de outro produto.(p.14) O autor fala em apropriação rápida de conteúdo, e na leitura meramente para a construção de trabalho, isso é o que percebemos constantemente no nosso curso, alunos que consumem rapidamente os conteúdos, ficando na maioria das vezes sem entender o assunto socializado em sala de aula, mas não podemos simplesmente culpar esses alunos pelas dificuldades com relação a leitura, sabemos que é inquestionável a responsabilidade da leitura no desenvolvimento da sociedade. Diante disso devemos analisar a formação de leitura desde a alfabetização, ensino fundamental e médio, como a leitura foi inserida no seu cotidiano, muitos alunos não apresentam nível de leitura esperados nessa etapa de escolaridade, em concordância Silva(1991) salienta que: “ Ainda que não queira e nem possa generalizar a afirmação para todas as instituições brasileiras o que se observa é a
  • 40. 40 colocação das práticas de leituras como verdadeiras camisas de força para os estudantes.” (p.40), reforçando a idéia de que todo o processo escolar contribui para a formação de leitores. Em contrapartida mesmo que minoria encontramos em nossa pesquisa alunos nos quais a leitura é uma constante em suas vidas, como evidencia A2 e A3: “Leio constantemente revistas com temas variados, mas na faculdade também leio bastante até porque é preciso para fazer trabalhos, seminários e projetos de pesquisa, então leio bastante pois a leitura irá contribuir para o meu desenvolvimento na faculdade” (A3) “ Amo ler. Portanto sempre estou lendo algo” (A2) A3 coloca em prática toda a sua base de leitura, percebemos a sua facilidade e o seu gosto pela leitura, consegue dividir seu tempo em trabalhos da faculdade e leituras variadas, o que nos leva a entender o seu diferencial, como diz Kleiman (2004) “ O bom leitor é aquele que lê muito e que gosta de ler” assim como A2 que tem a leitura como algo que ama fazer, ler por prazer e isso contribui positivamente para o seu desenvolvimento como leitor crítico. 4.2.3 Dificuldades encontradas com leitura ao entrar no curso de Pedagogia. Quanto as dificuldades encontradas com relação a leitura ao adentrarem no curso de Pedagogia 90% dos alunos sentiram dificuldades, acreditam que por serem leituras até então desconhecidos pelos mesmos com linguagem complexa de difícil compreensão. Conforme afirma A15, A9,A7 e A3. “Todos os textos que tive no início foram dificílimo, pois tinha acabado de sair do ensino médio, formação geral e nunca tinha ouvido falar por exemplo em: espitemologia, paradoxos..., então essas e muitas outras palavras que desconhecia era de difícil compreensão” (A15).
  • 41. 41 “Dificuldade, nas matérias que não entendia por se tratar de assuntos diferentes ao que estava habituado” (A9) “Dificuldade com a linguagem dos livros que encontrei aqui é bem mais complexa o que exige necessidade de uma leitura mais reflexiva.” (A7) “Dificuldade com os textos devido a linguagem muito robusca e eu não estava acostumada com esse tipo de texto, pois saí do ensino fundamental sem muito preparo ” (A3). Se tratando de dificuldades encontradas nas leituras iniciais a mais intensa é a incompreensão das linguagens dos textos, que é chamada de “ complexa” , “ robusca” “dificílima” , pois esses textos incluem vocabulários, neologismos até então desconhecidos pelos alunos, acreditamos que dentre outras a principal dificuldade como sita A3 venha de um ensino fundamental em que a leitura não era uma constante e não conduziu os alunos a tornarem-se leitores proficientes. Silva(1997) fala da relação escola leitura quando diz: È, pois, principalmente no âmbito da escola que as expressões “aprender a ler” e “ ler para aprender” ganham o seu significado primeiro, apontando, inclusive, os efeitos que devem ser conseguidos pelo trabalho pedagógico na área de formação e preparo de leitores. Eu até diria mais é o de formar o leitor crítico da cultura – cultura esta encarnada em qualquer tipo de linguagem, verbal e/ou não-verbal.(p.91) Podemos observar que a escola é a maior responsável pela formação de leitores críticos e em muitos casos não tem comprido o seu papel, surgindo com reprodução de velhas idéias e não do conhecimento fundamentado pelas teorias de leitura. Não despertam em seus alunos o prazer e o gosto pela leitura, subsídios esses que irão proporcionar aos nossos alunos conhecimentos prévios para entender os textos propostos, pois durante a leitura ele utiliza seus conhecimentos lingüísticos, textual e o conhecimento de mundo para construir o seu significado do texto.
  • 42. 42 Kleiman (1989) abordando aspectos da leitura e da compreensão de textos afirma que: “ esta é uma atividade complexa, pois envolve uma multiplicidade de processos cognitivos, nos quais o leitor se engaja para construir o sentido de um texto escrito” . A compreensão de um texto está entrelaçada a todos esses processos cognitivos fazendo com que o leitor interaja com o texto dando sentido ao mesmo. Sabemos que todas essas dificuldades encontradas poderão e deverão ser contornadas, pois a formação de um bom Pedagogo irá depender de toda a atenção disponibilizada a leitura. Silva (1997) em uma pesquisa com os alunos de um curso de Pedagogia enfatiza os hábitos dos seus alunos. (...) o aluno – leitor pensa que os significados dos textos vão automaticamente “ saltar” para dentro de sua consciência, sem lhe exigir esforço e trabalho. Tais hábitos, porque fortemente enraizados, transformam a orientação inicial da leitura na Universidade num trabalho lento e até conflitante. Mas essa lentidão é superada à medida que os alunos passam a perceber a leitura não como uma outra atividade de consumo, mas como um trabalho de atribuição de significados, de interpretação e recriação de idéias.(p.133). Podemos notar que apesar da difícil compreensão dos textos pelos nossos sujeitos, mesmo que por diversos motivos como foi citado anteriormente, a dedicação e a percepção que a leitura é a única solução para a formação plena de leitores conscientes é de fundamental importância no seu processo de escolarização. 4.2.4 Contribuição do curso de Pedagogia para a formação de alunos leitores. Com relação à contribuição do curso de Pedagogia em formar alunos leitores 1OO% dos entrevistados acreditam que o mesmo contribui muito, sendo um dos responsáveis pela inserção de muitos alunos no mundo da a leitura, pois diversos são os textos propostos para a leitura e sem esse suporte não poderão seguir adiante no curso. Sobre isso os alunos enfatizam:
  • 43. 43 “O curso contribui sim, pois forma profissionais que conseguem instigar o desejo pela leitura.” (A7) “Para os que realmente quiserem compreender a leitura o curso é de grande contribuição. Afinal só consegue compreensão quando deseja fomenta o conhecimento” (A5). “Contribui sim, acho que qualquer curso (não só o de Pedagogia) contribui para a formação de alunos-leitores. No começo pode até ser uma leitura por obrigação mais adiante se torna por prazer, lembrando que essa regra não corresponde a todos. (A10) “Com certeza, pois requer muitas leituras de diversos autores, e diversas disciplinas que nos fazem refletir e questionar.” (A8) Os nossos sujeitos entendem a leitura como um pilar para o seu desenvolvimento dentro do curso, e que sem exercer esse hábito não poderão tornar-se bons pedagogos capazes de saírem da Universidade com uma bagagem suficiente para desenvolver um bom trabalho na área escolhida. Conforme concorda Santos(1991) (...) pois os seu sucesso no ensino superior está associado à sua maturidade em leitura, que pode se melhorada, se diagnosticada apropriadamente. Assim, o papel da universidade é planejar, desenvolver e administrar programas de superação das limitações relacionadas a leitura.(P.71) A universidade espaço de busca, apropriação, desenvolvimento do conhecimento, com representação dos docentes, que são aqueles que tem o contato direto com os alunos deverão lhes proporcionar um contato prazeroso com o mundo da leitura, e que desenvolvam a consciência do papel de produtores de leitura. 4.2.5. Eu me considero um leitor?
  • 44. 44 Ao serem questionados de sua posição como leitores tivemos diversas respostas como: “Que ainda há muito o que aprender que precisa manter a organização em questão de horários para leitura”(A9) “Que precisa se dedicar um pouco mais” (A4) “Que ainda precisa ampliar o seu hábito de ler” (A12) Percebemos que nossos sujeitos se consideram leitores que dedicam pouco tempo para a leitura, reconhecendo a necessidade de mudança, pois entendem que em um curso de formação de Pedagogos eles necessitam de conhecimento para posicionar-se criticamente diante de todas as situações propostas, e só se tornarão leitores críticos quando: “ assumirem, como sujeitos, o desafio da prática, do cotidiano das salas de aula, dos livros, das situações de leitura. Mais especificamente, quando encararem o desafio de ensinar a ler e a gostar de ler.” (SILVA;ZILBERMAN,1998:111) Obtivemos também respostas positivas de leitores que se consideram assíduos, interessados, atentos, bons leitores. Conforme diz A10, A11, A5: “Me considero uma leitora assídua, interessada, pois a leitura irá me trazer benefícios” (A10). “Me considero um leitor assíduo e atento, procuro dedicar-me intensamente a leitura, pois sei o quanto ela é necessária para o desenvolvimento da minha vida acadêmica” (A11) “Me considero uma boa leitora, dedicada, estou sempre em busca de novas leituras.” (A5) Identificamos nas argumentações acima que nossos sujeitos dedicam-se intensamente a leitura, sendo uma prática constante em suas vidas, preocupam-se com a ampliação dos seus conhecimentos tão necessárias para uma boa formação
  • 45. 45 acadêmica como cita A11. Podem considerar-se leitores proficientes, pois estão sempre em busca de novas leituras, como salientou A5, participando ativamente do processo de conhecimento adquirindo assim um maior senso crítico, uma maior desenvoltura Sujeitos que se dedicam intensamente ao ato de ler, participam ativamente do processo de conhecimento adquirindo assim um maior senso crítico, uma maior desenvoltura e autonomia para discernir e fazer opções sensatas, ou seja, um pleno cidadão.
  • 46. 46 CONSIDERAÇÕES FINAIS Em uma sociedade em constante mudança, faz-se necessário a ampliação do conhecimento, e, consequentemente, uma formação intelectual de sujeitos leitores, o que os possibilitará autonomia frente aos desafios encontrados. Isso posto, a leitura posiciona-se como condição necessária para esse desenvolvimento, e a Universidade como facilitadora desse processo, ficando evidente a importância de discutir o tema Leitura na Faculdade, espaço de formação e transformação. Diante disso, surgiu a necessidade de investigar e identificar os fatores que influenciam a leitura dos alunos do turno noturno do curso de Pedagogia da UNEB, ficando evidente que a leitura ainda não é uma prática constante em suas vidas. As experiências obtidas com esse trabalho serão imprescindíveis para o aprimoramento de futuras práticas pedagógicas, pois se pode reconhecer os entraves e possibilidades de avanços diante dessa demanda. Foi indispensável para o desenvolvimento deste trabalho as contribuições de diversos teóricos, que forneceram todo o aporte utilizado para reforçar o nosso discurso dentro desta pesquisa. Através dos questionamentos aplicados foi compreendido que os alunos do turno noturno de Pedagogia em sua maioria fazem leituras obrigatórias para atender as exigências dos professores, para preparar projetos, artigos e trabalhos, compreendem a leitura como algo essencial em suas vidas, pois amplia e integra os seus conhecimentos, reconhecem também que precisam inserir o hábito de ler no seu dia a dia, e que a falta de tempo é um dos fatores que lhes distanciam do mundo da leitura, por se tratarem de alunos que estudam durante a noite e trabalham o dia inteiro. Os dados apontaram também as dificuldades encontradas ao ingressarem no curso, ocasionadas por vocabulário desconhecido, textos de difícil compreensão, evidenciando o despreparo desses sujeitos que não tiveram uma boa formação de
  • 47. 47 leitura, seja na Educação Infantil, Ensino Fundamental, Ensino Médio estendendo-se para o Ensino Superior. No decorrer desse trabalho, ficou perceptível a urgência de uma transformação na base do ato de ler na Universidade, pois sabemos que a leitura é um dos principais instrumentos de formação acadêmica, tornando os sujeitos leitores, cidadãos, críticos e opinantes, por isso vemos a importância de se criar um hábito de leitura em que os alunos vejam as leituras socializadas em sala de aula como uma bagagem possibilitadora de ascensão e inserção social e, os professores revejam sua prática e postura perante essa realidade, enquanto promotores possíveis de leituras com maior sentido, portanto mais significativas.
  • 48. 48 REFERÊNCIAS BRANDÂO, Helena; MICHELETTI, Guaraciaba. Teoria e prática da leitura. In:Ensinar e aprendercom textos didáticos e paradidáticos. São Paulo: Cortez, 1997. BOCK, Ana M. Bahia (org). Psicologias: uma introdução ao estudo de Psicologia. 13ª ed. São Paulo: Saraiva, 1999. DEMO, Pedro. Desafios Modernos na Educação. 2ªed. Petrópolis, Vozes, 1998. desenvolvimento da leitura no Brasil. 2.ed. São Paulo: Ática, 1999. 128p. FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Dicionário da Língua Portuguesa. 3ªed- Rio de Janeiro: Nova Fronteira 1999. Chizzolt 2005. FELDMAN, Daniel. Ajudar a ensinar: relação entre didática e ensino. Porto Alegre: Artes Médicas, 2001. FOUCAMBERG. J. A. A criança, o professor e a leitura. Porto Alegre: Artes Médicas. 1997. FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. 28ª Ed. São Paulo: Cortez, 1993. HAGUETE, Tereza Maria Frota. Metodologia Qualitativa do Brasil. Petrópolis: Ed. Vozes, 1987. KATO, M. Processos de decodificação, a integração do velho com o novo em literatura. Anais de I encontro Nacional de Redação – leitura no terceiro grau, PUC/SP, 1983 PP 33-42. KLEIMAN, Ângela Leitura: Ensino e Pesquisa 7ª Ed. Campinas, Pontes 2000.
  • 49. 49 ________, Angela. Leitura: ensino e pesquisa. Campinas: Pontes, 1989a. ________, Ângela. Texto e leitor: aspectos cognitivos da leitura. Campinas, SP: Pontes, 1989. LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos e Metodologia Científica. 3ªed. Revista e duplicada. São Paulo:Atlas, 1991. LARROSA, Jorge. Nietzche e a Educação. Tradução de Semíramis Gorini de Veiga 3ª ed- Belo Horizonte: Autêntica, 2005. LIBÂNEO, Jose Carlos. Formação de profissionais de educação: Visão crítica e perspectivas de mudança. SG PIMENTA, JC LIBÂNEO- Pedagogia e pedagogos: caminhos e perspectivas. São Paulo: Cortez 2002. LINHARES, Célia; LEAL, Maria Cristina (Orgs.). Formação de professores: uma crítica à razão e à política hegemônica. Rio de Janeiro: DP&A, 2002. LUDKE, Menga, ANDRE Marli. Pesquisa em educação: Abordagens qualitativas. São Paulo:EUP, 1986. MAROBIN, L. Biblioteca Central da Usiminas: História, acervo e uso. São Leopoldo: UVS, 1993. p. 101 – 113. MUZUKAN. Mª Da. G. N. Ensino: Abordagens do processo. SP:EPU, 1986. OLIVEIRA, Marta Kohl. Pensar a educação. Contribuições de Vigostsky novas contribuições para o debate. 6ª Edição, São Paulo: Ática 2002. PROJETO POLÍTICO PEDAGOGICO DOS CURSOS DE PEDAGOGIA. Informação e documentação- elaboração: Senhor do Bonfim 2008. REIS, Minervina Joseli E. O olhar do professor aluno na formação acadêmica: avanços e desafios. Salvador: EGBA, 2003.
  • 50. 50 SACRISTÁN, José Gimeno. A Educação que ainda é possível.São Paulo:Artmed 2007. SANTOS, Acacia A. Angeli. Desempenho em leitura: Um estudo diagnóstico da compreensão e hábitos de leitura entre universitários. Estudos de Psicologia- PUC-Campinas,1991 SILVA, Ezequiel Theodoro da Silva. De olhos abertos: reflexões sobre o desenvolvimento da leitura no Brasil. 2ªed. São Paulo:Àtica, 1999. ______, Ezequiel Theodoro da. Leitura e realidade brasileira. 5° edição. Porto Alegre: Mercado aberto, 1997. _______, Ezequiel Theodoro da. Reflexão sobre o desenvolvimento da leitura no Brasil. São Paulo: Ática, 1991. ______; ZILBERMAN, Regina. Pedagogia da leitura: movimento e história. In: ZILBERMAN, Regina; SILVA, Ezequiel Theodoro da (Org.). Leitura: perspectivas interdisciplinares. São Paulo: Ática, 1998. p.111-115. (Série fundamentos, 42) SOARES, Magda Becker. Leitura Perspectivas interdisciplinares: Uma reflexão nem contraponto. (org) ZILBERMAM, Regina; SILVA Ezequiel T. São Paulo: Ática, 2001. SOUZA, Renata Junqueira de. Narrativas Infantis: a literatura e a televisão de que as crianças gostam. Bauru: USC, 1992. SUASSUNA, Lívia. Ensino de Língua Portuguesa Uma abordagem Pragmática. 5ª Ed. Campinas SP.2002. TAVEIRA, Eleonora Barreto. A pesquisa do/no cotidiano e suas múltiplas possibilidades de apresentação. IN. Inês Barbosa de Oliveira de Oliveira e Nilda Alves (orgs.). 2ªed Rio de Janeiro: DP&A, 2002.
  • 51. 51 TRIVINOS, Augusto Nibaldo Silva. Introdução à pesquisa em ciências sociais: A pesquisa qualitativa em educação. São Paulo. Atlas 1987. Witter , G. P. (1997) Leitura e universidade. Campinas, SP: Aline.
  • 53. 53 QUESTIONÁRIO FECHADO E ENTREVISTA SEMI-ESTRUTURADA Queridos alunos estamos realizando esta pesquisa para dar maior suporte na construção do nosso trabalho de TCC do curso de Pedagogia da UNEB- Universidade do estado da Bahia. Pedimos por gentileza a sua importantíssima colaboração para a nossa pesquisa, garantindo que sua identidade será guardada em sigilo no momento em que os resultados forem apresentados. Agradecemos por sua participação. PERFIL DOS SUJEITOS DA PESQUISA 1. Sexo: ( ) Feminino ( ) Masculino 2. Faixa etária: ( ) 20 a 24 anos ( ) 24 a 30 anos ( ) 30 a 37 anos ( ) acima de 37 anos 4.Concluiu o ensino médio em instituição: ( ) Pública ( ) Privada 5.Você trabalha? ( ) Sim ( ) Não 6. Quais as revistas que lê constantemente? ( ) Veja ( ) Mundo Jovem ( ) Caras ( ) Escola ( ) Outras 7. Quais a maior dificuldade que o impede de ler constantemente? ( ) Tempo ( ) Dinheiro ( ) Hábito ( ) Acesso
  • 54. 54 8. Quantos livros você ler durante o ano? ( ) 2 livros ( ) 3 a 5 livros ( ) 6 a 8 livros 9. Quais os tipos de livros mais lidos? ( ) Auto Ajuda ( )Técnicos ( ) Outros ENTREVISTA SEMI – ESTRUTURADA 1. Qual a importância da leitura para sua vida? 2. Você ler constantemente ou só para fazer trabalhos da faculdade?Justifique. 3 .Ao ingressar na universidade você sentiu alguma dificuldade com relação à leitura? Quais? 4.Na sua opinião o curso de Pedagogia contribui para a formação de alunos-leitores críticos? Justifique sua resposta. 5.Eu me considera um leitor(a)?