SlideShare uma empresa Scribd logo
Universo Simbólico
em Memorial do
Convento
A história de Manuel Milho
Escola Secundária Henrique Medina
A história que Manuel Milho vai contando durante os vários dias que
dura o transporte da pedra Benedictione é uma reflexão sobre a
existência humana e mostra que, no fundo, o mais importante é o ser
humano e a sua essência.
Manuel Milho narra a história de uma rainha que gostaria de ser
mulher para conseguir decidir se na verdade queria ser ou não
rainha, e de um ermitão que queria ser homem. Ambos desejavam
não ser o que eram, mas ser apenas um homem e uma mulher. Esta
história mostra que cada um é aquilo que as condições socias e as
circunstâncias permitem que o seja.(capítulo XIX)
Número 3
Escola Secundária Henrique Medina
O número três representa a ordem espiritual e intelectual. É o
numero perfeito. Para o Cristianismo, os três elementos da
trindade são o Pai , o Filho e o Espírito Santo, um só Deus em três
pessoas, tal como Baltasar, Blimunda e Bartolomeu Lourenço que
constituem a Trindade Terreste. Três pessoas em perfeita
comunhão que alcançam um poder divino.
Número 4
Escola Secundária Henrique Medina
O quatro, número ligado ao quadrado e á cruz, significa o sólido, a
totalidade , mas uma totalidade percetível. Curiosamente, Domenico
Scarlatti será o quarto elemento de um conjunto de pessoas que
concretizam a audaciosa missão de voar.
Ele parece ser o elemento que completa esse todo, elemento esse
imprescindível a plena realização desse projeto. No entanto, esse
sonho irá desfazer-se, será findável. “Sou o irmão de todos ,
disse Scarlatti, se me aceitarem .”(…)
Número 7
Escola Secundária Henrique Medina
O número sete, muito referido na Bíblia, surge recorrentemente na
obra: sete são os homens que vem trabalhar para Mafra no
convento; oriundos de sete regiões do país; sete bispos batizaram a
infanta; sete vezes Blimunda vai a Lisboa à procura de Baltasar e o
número sete repete-se na data de bênção da primeira pedra do
convento-17 novembro de 1771.
O sete é o resultado do número perfeito, o três, e do número da
totalidade o quatro, e representa a totalidade do espaço e do tempo,
do universo em movimento.
Número 9
Escola Secundária Henrique Medina
O nove é o número da procura e da gestação, simboliza o coroar do
esforço, o fim de um ato criativo, o fim de um período de busca
frutuosa, como acontece com Blimunda que, durante nove anos,
procurou o seu amado.
Após a separação, Blimunda reencontra Baltasar e , recolhendo a
sua vontade, une-se aquele que ama. Esta união representa a vitória
do poder do amor.
A passarola
Escola Secundária Henrique Medina
A passarola funciona como o elo de ligação entre a terra e o céu e
surge na obra metaforicamente referida como uma ave, o que
remete de imediato para o voo das aves.
O sonho de voar conota a ousadia e a conquista, mas pode ter uma
lado negativo: a queda, a desilusão.
Convento de Mafra
Escola Secundária Henrique Medina
O convento é símbolo do definitivo, do imutável, do eterno e, nesse
sentido, opõe-se à passarola.
Ao longo da obra, é evidente o contraste entre o caráter libertador do
projeto de Bartolomeu Gusmão que evidencia a atitude criadora do
homem e a capacidade de vencer barreiras quando trabalha em
conjunto e a natureza opressora da promessa do rei que espelha
uma vontade egoísta e megalómana.
O Olhar
Escola Secundária Henrique Medina
Os olhos e o olhar ocupam em Memorial do Convento um espaço
privilegiado devido ao poder visionário de Blimunda. O seu olhar
mágico seduz Baltasar e será muitas vezes uma forma de
comunicação entre o casal.
“Olha só, olha como esses teus olhos que tudo são capazes de
ver “
“Nunca te olharei por dentro “
Colher, Sopa, Porta aberta, lareira
Escola Secundária Henrique Medina
Este conjunto de elementos funciona na obra como um todo que
transmite a ideia de partilha: Blimunda deixa a porta aberta,
permitindo que Baltasar entre não só na sua casa como na sua vida;
acende a lareira, serve uma sopa e usa a colher dele, construindo
conforto, um lar e um amor eterno.
Espigão
Escola Secundária Henrique Medina
O espigão de Baltasar de que Blimunda se serve para se defender
no Monte Junto da tentativa de violação, presentifica o próprio
Baltasar a “mão” do seu amor.
Palheiro de Morelena, a barraca da burra
Escola Secundária Henrique Medina
O palheiro e a barraca da burra simboliza o amor intenso de Baltasar
e Blimunda, carregado de sensualidade e de cumplicidade; a
transgressão das regras socias e morais por parte deste casal que
se ama partilhando as “almas, corpos e vontades”.
Mutilação de Baltasar
Escola Secundária Henrique Medina
A mutilação aparece frequentemente como uma marca de inaptidão
e de marginalidade, todavia, na obra, Baltasar conseguira superar a
sua incapacidade ao contribuir para construir a passarola e o
convento.
Sonho
Escola Secundária Henrique Medina
O sonho é o espaço onde as personagens deixam transparecer as
suas emoções, medos, frustrações, desejos, funcionando, por vezes,
como um fator de equilíbrio, como é o caso da rainha, que
compensa, no mundo onírico, as suas frustrações afetivas e sexuais.
Em relação ao rei, os sonhos espelham, acima de tudo, a
manifestação do seu poder. Os sonhos comuns de Baltasar,
Blimunda e Bartolomeu Lourenço são uma forma de sublinhar a sua
cumplicidade e partilha.
Música
Escola Secundária Henrique Medina
A música simboliza a harmonia e a plenitude do cosmos. A música
de Scarlatti representa a comunicação e tem o poder de curar. O
som do seu cravo irá fascinar o padre e acompanhar o processo de
construção da passarola e o momento em que ela se eleva no céu.
A pedra mãe
Escola Secundária Henrique Medina
No capítulo XIX, a pedra, símbolo da Terra-mãe, vai exigir um
esforço enorme por parte dos trabalhadores que, com coragem,
força, habilidade e inteligência vão transportar de Pêro Pinheiro até
Mafra. É uma laje descomunal que evidencia a pequenez do homem,
mas que comparativamente ao convento se torna pequena.
Conseguir transportar a pedra ate ao seu destino, vai transformar
estes homens em verdadeiros heróis. A pedra, pela sua firmeza,
também se pode associar a sabedoria.
Abegoaria
Escola Secundária Henrique Medina
É o espaço escondido onde se constrói a passarola, onde se
materializa o sonho. É o espaço da utopia, da invenção, da
descoberta, da partilha e da amizade.
Montanha-Monte Junto
Escola Secundária Henrique Medina
A montanha estabelece a relação da terra com o céu, centro do
mundo, traduz a estabilidade e a inalterabilidade, guardando o que
nela permanece, como a passarola que cai no Monte Junto. A
máquina voadora ficou protegida dos homens e do Santo Ofício e
assim, mais tarde, inusitadamente e, como por magia, levantou o
voo, dando sentido a vida da trindade terrestre.
Fogo
Escola Secundária Henrique Medina
É conforto, aconchego, purificação e regeneração, mas também
destruição.
O fogo da lareira, em casa de Blimunda, é proteção e bem-estar; o
fogo que Bartolomeu Lourenço Lança a sua maquina é uma forma
de destruir o seu sonho fracassado; o da fogueira dos autos-de-fé é
opressão, destruição e morte.
Sete-Sois e Sete-Luas
Escola Secundária Henrique Medina
Os nomes de Baltasar e de Blimunda tem o mesmo número de
letras, começam por B e as alcunhas são uma forma de
demonstrar a sua complementaridade. Baltasar está relacionado
com o sol, fonte de luz, de calor e de vida enquanto Blimunda
surge relacionada com a lua, símbolo de dependência e da
renovação.
Simbologia Actual
Escola Secundária Henrique Medina
Escola Secundária Henrique Medina
Trabalho realizado por :
Alberto Simões, nº 2
Ana Coutinho, nº 5
Maria João Afonso, nº21
Rui Couto, nº26
Escola Secundária Henrique Medina

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Memorial do Convento - Cap. III
Memorial do Convento - Cap. IIIMemorial do Convento - Cap. III
Memorial do Convento - Cap. III
12º A Golegã
 
Memorial do Convento
Memorial do ConventoMemorial do Convento
Memorial do Convento
guest304ad9
 
Miguel Torga - Poemas
Miguel Torga - PoemasMiguel Torga - Poemas
Miguel Torga - Poemas
Ana Tapadas
 
Memorial do convento
Memorial do conventoMemorial do convento
Memorial do convento
João Pedro Rodrigues
 
Ceifeira
CeifeiraCeifeira
A "Mensagem", de F. Pessoa
A "Mensagem", de F. PessoaA "Mensagem", de F. Pessoa
A "Mensagem", de F. Pessoa
Dina Baptista
 
Frei luís de sousa Contextualização
Frei luís de sousa Contextualização Frei luís de sousa Contextualização
Frei luís de sousa Contextualização
Sofia Yuna
 
"Mensagem" de Fernando Pessoa- "O Infante"
"Mensagem" de Fernando Pessoa- "O Infante""Mensagem" de Fernando Pessoa- "O Infante"
"Mensagem" de Fernando Pessoa- "O Infante"
VniaRodrigues30
 
características temáticas de Fernando Pessoa - ortónimo
características temáticas de Fernando Pessoa - ortónimocaracterísticas temáticas de Fernando Pessoa - ortónimo
características temáticas de Fernando Pessoa - ortónimo
Dina Baptista
 
Resumos de Português: Heterónimos De Fernando Pessoa
Resumos de Português: Heterónimos De Fernando PessoaResumos de Português: Heterónimos De Fernando Pessoa
Resumos de Português: Heterónimos De Fernando Pessoa
Raffaella Ergün
 
Valor modal das frases
Valor modal das frasesValor modal das frases
Valor modal das frases
nando_reis
 
Memorial do convento
Memorial do conventoMemorial do convento
Memorial do convento
João Pedro Rodrigues
 
Memorial- Análise por Capítulos
Memorial- Análise por CapítulosMemorial- Análise por Capítulos
Memorial- Análise por Capítulos
Rui Matos
 
Memorial do convento / Scarlatti
Memorial do convento / ScarlattiMemorial do convento / Scarlatti
Memorial do convento / Scarlatti
Gvcs Gaba
 
Memorial do Convento, de José Saramago
Memorial do Convento, de José SaramagoMemorial do Convento, de José Saramago
Memorial do Convento, de José Saramago
Dina Baptista
 
Frei luís de sousa
Frei luís de sousaFrei luís de sousa
Frei luís de sousa
Margarida Tomaz
 
O amor em Memorial do Convento
O amor em Memorial do ConventoO amor em Memorial do Convento
O amor em Memorial do Convento
António Teixeira
 
Memorial do Convento - Cap. IV
Memorial do Convento - Cap. IVMemorial do Convento - Cap. IV
Memorial do Convento - Cap. IV
12º A Golegã
 
Fernando Pessoa-Ortónimo
Fernando Pessoa-OrtónimoFernando Pessoa-Ortónimo
Fernando Pessoa-Ortónimo
Margarida Rodrigues
 
Frei luís de sousa
Frei luís de sousaFrei luís de sousa
Frei luís de sousa
Margarida Rodrigues
 

Mais procurados (20)

Memorial do Convento - Cap. III
Memorial do Convento - Cap. IIIMemorial do Convento - Cap. III
Memorial do Convento - Cap. III
 
Memorial do Convento
Memorial do ConventoMemorial do Convento
Memorial do Convento
 
Miguel Torga - Poemas
Miguel Torga - PoemasMiguel Torga - Poemas
Miguel Torga - Poemas
 
Memorial do convento
Memorial do conventoMemorial do convento
Memorial do convento
 
Ceifeira
CeifeiraCeifeira
Ceifeira
 
A "Mensagem", de F. Pessoa
A "Mensagem", de F. PessoaA "Mensagem", de F. Pessoa
A "Mensagem", de F. Pessoa
 
Frei luís de sousa Contextualização
Frei luís de sousa Contextualização Frei luís de sousa Contextualização
Frei luís de sousa Contextualização
 
"Mensagem" de Fernando Pessoa- "O Infante"
"Mensagem" de Fernando Pessoa- "O Infante""Mensagem" de Fernando Pessoa- "O Infante"
"Mensagem" de Fernando Pessoa- "O Infante"
 
características temáticas de Fernando Pessoa - ortónimo
características temáticas de Fernando Pessoa - ortónimocaracterísticas temáticas de Fernando Pessoa - ortónimo
características temáticas de Fernando Pessoa - ortónimo
 
Resumos de Português: Heterónimos De Fernando Pessoa
Resumos de Português: Heterónimos De Fernando PessoaResumos de Português: Heterónimos De Fernando Pessoa
Resumos de Português: Heterónimos De Fernando Pessoa
 
Valor modal das frases
Valor modal das frasesValor modal das frases
Valor modal das frases
 
Memorial do convento
Memorial do conventoMemorial do convento
Memorial do convento
 
Memorial- Análise por Capítulos
Memorial- Análise por CapítulosMemorial- Análise por Capítulos
Memorial- Análise por Capítulos
 
Memorial do convento / Scarlatti
Memorial do convento / ScarlattiMemorial do convento / Scarlatti
Memorial do convento / Scarlatti
 
Memorial do Convento, de José Saramago
Memorial do Convento, de José SaramagoMemorial do Convento, de José Saramago
Memorial do Convento, de José Saramago
 
Frei luís de sousa
Frei luís de sousaFrei luís de sousa
Frei luís de sousa
 
O amor em Memorial do Convento
O amor em Memorial do ConventoO amor em Memorial do Convento
O amor em Memorial do Convento
 
Memorial do Convento - Cap. IV
Memorial do Convento - Cap. IVMemorial do Convento - Cap. IV
Memorial do Convento - Cap. IV
 
Fernando Pessoa-Ortónimo
Fernando Pessoa-OrtónimoFernando Pessoa-Ortónimo
Fernando Pessoa-Ortónimo
 
Frei luís de sousa
Frei luís de sousaFrei luís de sousa
Frei luís de sousa
 

Destaque

A Passarola (sonho/utopia) em Memorial do Convento.
A Passarola (sonho/utopia) em Memorial do Convento.A Passarola (sonho/utopia) em Memorial do Convento.
A Passarola (sonho/utopia) em Memorial do Convento.
Elisabete
 
MC construção da passarola
MC construção da passarolaMC construção da passarola
MC construção da passarola
AnaFPinto
 
4. inquisição
4. inquisição4. inquisição
4. inquisição
Helena Coutinho
 
A passarola (sonho e utopia) em Memorial do Convento
A passarola (sonho e utopia) em Memorial do ConventoA passarola (sonho e utopia) em Memorial do Convento
A passarola (sonho e utopia) em Memorial do Convento
Elisabete
 
Real vs. Ficcional (MEMORIAL DO CONVENTO)
Real vs. Ficcional (MEMORIAL DO CONVENTO)Real vs. Ficcional (MEMORIAL DO CONVENTO)
Real vs. Ficcional (MEMORIAL DO CONVENTO)
Teresa Ferreira
 
Memorial convento- José Saramago
Memorial convento- José SaramagoMemorial convento- José Saramago
Memorial convento- José Saramago
becresforte
 

Destaque (6)

A Passarola (sonho/utopia) em Memorial do Convento.
A Passarola (sonho/utopia) em Memorial do Convento.A Passarola (sonho/utopia) em Memorial do Convento.
A Passarola (sonho/utopia) em Memorial do Convento.
 
MC construção da passarola
MC construção da passarolaMC construção da passarola
MC construção da passarola
 
4. inquisição
4. inquisição4. inquisição
4. inquisição
 
A passarola (sonho e utopia) em Memorial do Convento
A passarola (sonho e utopia) em Memorial do ConventoA passarola (sonho e utopia) em Memorial do Convento
A passarola (sonho e utopia) em Memorial do Convento
 
Real vs. Ficcional (MEMORIAL DO CONVENTO)
Real vs. Ficcional (MEMORIAL DO CONVENTO)Real vs. Ficcional (MEMORIAL DO CONVENTO)
Real vs. Ficcional (MEMORIAL DO CONVENTO)
 
Memorial convento- José Saramago
Memorial convento- José SaramagoMemorial convento- José Saramago
Memorial convento- José Saramago
 

Semelhante a Simbologia de Memorial do Convento

Personagens memorial do convento
Personagens memorial do conventoPersonagens memorial do convento
Personagens memorial do convento
paulouhf
 
Memorial do Convento, de José Saramago II
Memorial do Convento, de José Saramago IIMemorial do Convento, de José Saramago II
Memorial do Convento, de José Saramago II
Dina Baptista
 
Memorial do Convento
Memorial do ConventoMemorial do Convento
Memorial do Convento
librarian
 
Memorial
MemorialMemorial
Memorial do convento
Memorial do conventoMemorial do convento
Memorial do convento
ancrispereira
 
Memorial do convento a dimensão simbólica (1)
Memorial do convento a dimensão simbólica (1)Memorial do convento a dimensão simbólica (1)
Memorial do convento a dimensão simbólica (1)
José Galvão
 
Apresentação para décimo segundo ano de 2016 7, aula 82-83
Apresentação para décimo segundo ano de 2016 7, aula 82-83Apresentação para décimo segundo ano de 2016 7, aula 82-83
Apresentação para décimo segundo ano de 2016 7, aula 82-83
luisprista
 
Resumo lit. infantil
Resumo lit. infantilResumo lit. infantil
Resumo lit. infantil
Andrea Rocha
 
ROMANCE memorial.pdf
ROMANCE memorial.pdfROMANCE memorial.pdf
ROMANCE memorial.pdf
MarciaAlexandra4
 
J herculano pires o menino e o anjo (juvenil)
J herculano pires   o menino e o anjo (juvenil)J herculano pires   o menino e o anjo (juvenil)
J herculano pires o menino e o anjo (juvenil)
Claudia Ruzicki Kremer
 
1. génese do romance
1. génese do romance1. génese do romance
1. génese do romance
Helena Coutinho
 
Memorial do convento
Memorial do conventoMemorial do convento
Memorial do convento
Beatriz Xavier
 
Auto da Compadecida
Auto da CompadecidaAuto da Compadecida
Auto da Compadecida
André Aleixo
 
MITOLOGIA CRIATIVA
MITOLOGIA CRIATIVAMITOLOGIA CRIATIVA
MITOLOGIA CRIATIVA
Odair Tuono
 
Resumos de Português: Memorial do convento
Resumos de Português: Memorial do conventoResumos de Português: Memorial do convento
Resumos de Português: Memorial do convento
Raffaella Ergün
 
Memorial do convento slides- português 2023
Memorial do convento slides- português 2023Memorial do convento slides- português 2023
Memorial do convento slides- português 2023
MatildeBrites
 
Almas Gêmeas segundo o Espiritismo
Almas Gêmeas segundo o EspiritismoAlmas Gêmeas segundo o Espiritismo
Almas Gêmeas segundo o Espiritismo
Alexandra Strama
 
Lançamentos Martin Claret fevereiro
Lançamentos Martin Claret fevereiroLançamentos Martin Claret fevereiro
Lançamentos Martin Claret fevereiro
Carol Brum
 
Lançamentos Martin Claret 01
Lançamentos Martin Claret 01Lançamentos Martin Claret 01
Lançamentos Martin Claret 01
funshunter
 
Lançamentos fevereiro-2012
Lançamentos   fevereiro-2012Lançamentos   fevereiro-2012
Lançamentos fevereiro-2012
saleitura
 

Semelhante a Simbologia de Memorial do Convento (20)

Personagens memorial do convento
Personagens memorial do conventoPersonagens memorial do convento
Personagens memorial do convento
 
Memorial do Convento, de José Saramago II
Memorial do Convento, de José Saramago IIMemorial do Convento, de José Saramago II
Memorial do Convento, de José Saramago II
 
Memorial do Convento
Memorial do ConventoMemorial do Convento
Memorial do Convento
 
Memorial
MemorialMemorial
Memorial
 
Memorial do convento
Memorial do conventoMemorial do convento
Memorial do convento
 
Memorial do convento a dimensão simbólica (1)
Memorial do convento a dimensão simbólica (1)Memorial do convento a dimensão simbólica (1)
Memorial do convento a dimensão simbólica (1)
 
Apresentação para décimo segundo ano de 2016 7, aula 82-83
Apresentação para décimo segundo ano de 2016 7, aula 82-83Apresentação para décimo segundo ano de 2016 7, aula 82-83
Apresentação para décimo segundo ano de 2016 7, aula 82-83
 
Resumo lit. infantil
Resumo lit. infantilResumo lit. infantil
Resumo lit. infantil
 
ROMANCE memorial.pdf
ROMANCE memorial.pdfROMANCE memorial.pdf
ROMANCE memorial.pdf
 
J herculano pires o menino e o anjo (juvenil)
J herculano pires   o menino e o anjo (juvenil)J herculano pires   o menino e o anjo (juvenil)
J herculano pires o menino e o anjo (juvenil)
 
1. génese do romance
1. génese do romance1. génese do romance
1. génese do romance
 
Memorial do convento
Memorial do conventoMemorial do convento
Memorial do convento
 
Auto da Compadecida
Auto da CompadecidaAuto da Compadecida
Auto da Compadecida
 
MITOLOGIA CRIATIVA
MITOLOGIA CRIATIVAMITOLOGIA CRIATIVA
MITOLOGIA CRIATIVA
 
Resumos de Português: Memorial do convento
Resumos de Português: Memorial do conventoResumos de Português: Memorial do convento
Resumos de Português: Memorial do convento
 
Memorial do convento slides- português 2023
Memorial do convento slides- português 2023Memorial do convento slides- português 2023
Memorial do convento slides- português 2023
 
Almas Gêmeas segundo o Espiritismo
Almas Gêmeas segundo o EspiritismoAlmas Gêmeas segundo o Espiritismo
Almas Gêmeas segundo o Espiritismo
 
Lançamentos Martin Claret fevereiro
Lançamentos Martin Claret fevereiroLançamentos Martin Claret fevereiro
Lançamentos Martin Claret fevereiro
 
Lançamentos Martin Claret 01
Lançamentos Martin Claret 01Lançamentos Martin Claret 01
Lançamentos Martin Claret 01
 
Lançamentos fevereiro-2012
Lançamentos   fevereiro-2012Lançamentos   fevereiro-2012
Lançamentos fevereiro-2012
 

Último

759-fortaleza-resultado-definitivo-prova-objetiva-2024-05-28.pdf
759-fortaleza-resultado-definitivo-prova-objetiva-2024-05-28.pdf759-fortaleza-resultado-definitivo-prova-objetiva-2024-05-28.pdf
759-fortaleza-resultado-definitivo-prova-objetiva-2024-05-28.pdf
MessiasMarianoG
 
Aula 1 do livro de Ciências do aluno - sons
Aula 1 do livro de Ciências do aluno - sonsAula 1 do livro de Ciências do aluno - sons
Aula 1 do livro de Ciências do aluno - sons
Érika Rufo
 
A dinâmica da população mundial de acordo com as teorias populacionais.pptx
A dinâmica da população mundial de acordo com as teorias populacionais.pptxA dinâmica da população mundial de acordo com as teorias populacionais.pptx
A dinâmica da população mundial de acordo com as teorias populacionais.pptx
ReinaldoSouza57
 
Redação e Leitura_7º ano_58_Produção de cordel .pptx
Redação e Leitura_7º ano_58_Produção de cordel .pptxRedação e Leitura_7º ano_58_Produção de cordel .pptx
Redação e Leitura_7º ano_58_Produção de cordel .pptx
DECIOMAURINARAMOS
 
Sistema de Bibliotecas UCS - Chronica do emperador Clarimundo, donde os reis ...
Sistema de Bibliotecas UCS - Chronica do emperador Clarimundo, donde os reis ...Sistema de Bibliotecas UCS - Chronica do emperador Clarimundo, donde os reis ...
Sistema de Bibliotecas UCS - Chronica do emperador Clarimundo, donde os reis ...
Biblioteca UCS
 
0002_matematica_6ano livro de matemática
0002_matematica_6ano livro de matemática0002_matematica_6ano livro de matemática
0002_matematica_6ano livro de matemática
Giovana Gomes da Silva
 
Forças e leis de Newton 2024 - parte 1.pptx
Forças e leis de Newton 2024 - parte 1.pptxForças e leis de Newton 2024 - parte 1.pptx
Forças e leis de Newton 2024 - parte 1.pptx
Danielle Fernandes Amaro dos Santos
 
1_10_06_2024_Criança e Cultura Escrita, Ana Maria de Oliveira Galvão.pdf
1_10_06_2024_Criança e Cultura Escrita, Ana Maria de Oliveira Galvão.pdf1_10_06_2024_Criança e Cultura Escrita, Ana Maria de Oliveira Galvão.pdf
1_10_06_2024_Criança e Cultura Escrita, Ana Maria de Oliveira Galvão.pdf
SILVIAREGINANAZARECA
 
347018542-PAULINA-CHIZIANE-Balada-de-Amor-ao-Vento-pdf.pdf
347018542-PAULINA-CHIZIANE-Balada-de-Amor-ao-Vento-pdf.pdf347018542-PAULINA-CHIZIANE-Balada-de-Amor-ao-Vento-pdf.pdf
347018542-PAULINA-CHIZIANE-Balada-de-Amor-ao-Vento-pdf.pdf
AntnioManuelAgdoma
 
Atividade letra da música - Espalhe Amor, Anavitória.
Atividade letra da música - Espalhe  Amor, Anavitória.Atividade letra da música - Espalhe  Amor, Anavitória.
Atividade letra da música - Espalhe Amor, Anavitória.
Mary Alvarenga
 
Educação trabalho HQ em sala de aula uma excelente ideia
Educação  trabalho HQ em sala de aula uma excelente  ideiaEducação  trabalho HQ em sala de aula uma excelente  ideia
Educação trabalho HQ em sala de aula uma excelente ideia
joseanesouza36
 
Caderno de Resumos XVIII ENPFil UFU, IX EPGFil UFU E VII EPFEM.pdf
Caderno de Resumos XVIII ENPFil UFU, IX EPGFil UFU E VII EPFEM.pdfCaderno de Resumos XVIII ENPFil UFU, IX EPGFil UFU E VII EPFEM.pdf
Caderno de Resumos XVIII ENPFil UFU, IX EPGFil UFU E VII EPFEM.pdf
enpfilosofiaufu
 
UFCD_10949_Lojas e-commerce no-code_índice.pdf
UFCD_10949_Lojas e-commerce no-code_índice.pdfUFCD_10949_Lojas e-commerce no-code_índice.pdf
UFCD_10949_Lojas e-commerce no-code_índice.pdf
Manuais Formação
 
PowerPoint Newton gostava de Ler - Saber em Gel.pdf
PowerPoint Newton gostava de Ler - Saber em Gel.pdfPowerPoint Newton gostava de Ler - Saber em Gel.pdf
PowerPoint Newton gostava de Ler - Saber em Gel.pdf
1000a
 
Pintura Romana .pptx
Pintura Romana                     .pptxPintura Romana                     .pptx
Pintura Romana .pptx
TomasSousa7
 
livro ciclo da agua educação infantil.pdf
livro ciclo da agua educação infantil.pdflivro ciclo da agua educação infantil.pdf
livro ciclo da agua educação infantil.pdf
cmeioctaciliabetesch
 
Leonardo da Vinci .pptx
Leonardo da Vinci                  .pptxLeonardo da Vinci                  .pptx
Leonardo da Vinci .pptx
TomasSousa7
 
O que é um Ménage a Trois Contemporâneo .pdf
O que é um Ménage a Trois Contemporâneo .pdfO que é um Ménage a Trois Contemporâneo .pdf
O que é um Ménage a Trois Contemporâneo .pdf
Pastor Robson Colaço
 
Rimas, Luís Vaz de Camões. pptx
Rimas, Luís Vaz de Camões.          pptxRimas, Luís Vaz de Camões.          pptx
Rimas, Luís Vaz de Camões. pptx
TomasSousa7
 
Slides Lição 11, Central Gospel, Os Mortos Em CRISTO, 2Tr24.pptx
Slides Lição 11, Central Gospel, Os Mortos Em CRISTO, 2Tr24.pptxSlides Lição 11, Central Gospel, Os Mortos Em CRISTO, 2Tr24.pptx
Slides Lição 11, Central Gospel, Os Mortos Em CRISTO, 2Tr24.pptx
LuizHenriquedeAlmeid6
 

Último (20)

759-fortaleza-resultado-definitivo-prova-objetiva-2024-05-28.pdf
759-fortaleza-resultado-definitivo-prova-objetiva-2024-05-28.pdf759-fortaleza-resultado-definitivo-prova-objetiva-2024-05-28.pdf
759-fortaleza-resultado-definitivo-prova-objetiva-2024-05-28.pdf
 
Aula 1 do livro de Ciências do aluno - sons
Aula 1 do livro de Ciências do aluno - sonsAula 1 do livro de Ciências do aluno - sons
Aula 1 do livro de Ciências do aluno - sons
 
A dinâmica da população mundial de acordo com as teorias populacionais.pptx
A dinâmica da população mundial de acordo com as teorias populacionais.pptxA dinâmica da população mundial de acordo com as teorias populacionais.pptx
A dinâmica da população mundial de acordo com as teorias populacionais.pptx
 
Redação e Leitura_7º ano_58_Produção de cordel .pptx
Redação e Leitura_7º ano_58_Produção de cordel .pptxRedação e Leitura_7º ano_58_Produção de cordel .pptx
Redação e Leitura_7º ano_58_Produção de cordel .pptx
 
Sistema de Bibliotecas UCS - Chronica do emperador Clarimundo, donde os reis ...
Sistema de Bibliotecas UCS - Chronica do emperador Clarimundo, donde os reis ...Sistema de Bibliotecas UCS - Chronica do emperador Clarimundo, donde os reis ...
Sistema de Bibliotecas UCS - Chronica do emperador Clarimundo, donde os reis ...
 
0002_matematica_6ano livro de matemática
0002_matematica_6ano livro de matemática0002_matematica_6ano livro de matemática
0002_matematica_6ano livro de matemática
 
Forças e leis de Newton 2024 - parte 1.pptx
Forças e leis de Newton 2024 - parte 1.pptxForças e leis de Newton 2024 - parte 1.pptx
Forças e leis de Newton 2024 - parte 1.pptx
 
1_10_06_2024_Criança e Cultura Escrita, Ana Maria de Oliveira Galvão.pdf
1_10_06_2024_Criança e Cultura Escrita, Ana Maria de Oliveira Galvão.pdf1_10_06_2024_Criança e Cultura Escrita, Ana Maria de Oliveira Galvão.pdf
1_10_06_2024_Criança e Cultura Escrita, Ana Maria de Oliveira Galvão.pdf
 
347018542-PAULINA-CHIZIANE-Balada-de-Amor-ao-Vento-pdf.pdf
347018542-PAULINA-CHIZIANE-Balada-de-Amor-ao-Vento-pdf.pdf347018542-PAULINA-CHIZIANE-Balada-de-Amor-ao-Vento-pdf.pdf
347018542-PAULINA-CHIZIANE-Balada-de-Amor-ao-Vento-pdf.pdf
 
Atividade letra da música - Espalhe Amor, Anavitória.
Atividade letra da música - Espalhe  Amor, Anavitória.Atividade letra da música - Espalhe  Amor, Anavitória.
Atividade letra da música - Espalhe Amor, Anavitória.
 
Educação trabalho HQ em sala de aula uma excelente ideia
Educação  trabalho HQ em sala de aula uma excelente  ideiaEducação  trabalho HQ em sala de aula uma excelente  ideia
Educação trabalho HQ em sala de aula uma excelente ideia
 
Caderno de Resumos XVIII ENPFil UFU, IX EPGFil UFU E VII EPFEM.pdf
Caderno de Resumos XVIII ENPFil UFU, IX EPGFil UFU E VII EPFEM.pdfCaderno de Resumos XVIII ENPFil UFU, IX EPGFil UFU E VII EPFEM.pdf
Caderno de Resumos XVIII ENPFil UFU, IX EPGFil UFU E VII EPFEM.pdf
 
UFCD_10949_Lojas e-commerce no-code_índice.pdf
UFCD_10949_Lojas e-commerce no-code_índice.pdfUFCD_10949_Lojas e-commerce no-code_índice.pdf
UFCD_10949_Lojas e-commerce no-code_índice.pdf
 
PowerPoint Newton gostava de Ler - Saber em Gel.pdf
PowerPoint Newton gostava de Ler - Saber em Gel.pdfPowerPoint Newton gostava de Ler - Saber em Gel.pdf
PowerPoint Newton gostava de Ler - Saber em Gel.pdf
 
Pintura Romana .pptx
Pintura Romana                     .pptxPintura Romana                     .pptx
Pintura Romana .pptx
 
livro ciclo da agua educação infantil.pdf
livro ciclo da agua educação infantil.pdflivro ciclo da agua educação infantil.pdf
livro ciclo da agua educação infantil.pdf
 
Leonardo da Vinci .pptx
Leonardo da Vinci                  .pptxLeonardo da Vinci                  .pptx
Leonardo da Vinci .pptx
 
O que é um Ménage a Trois Contemporâneo .pdf
O que é um Ménage a Trois Contemporâneo .pdfO que é um Ménage a Trois Contemporâneo .pdf
O que é um Ménage a Trois Contemporâneo .pdf
 
Rimas, Luís Vaz de Camões. pptx
Rimas, Luís Vaz de Camões.          pptxRimas, Luís Vaz de Camões.          pptx
Rimas, Luís Vaz de Camões. pptx
 
Slides Lição 11, Central Gospel, Os Mortos Em CRISTO, 2Tr24.pptx
Slides Lição 11, Central Gospel, Os Mortos Em CRISTO, 2Tr24.pptxSlides Lição 11, Central Gospel, Os Mortos Em CRISTO, 2Tr24.pptx
Slides Lição 11, Central Gospel, Os Mortos Em CRISTO, 2Tr24.pptx
 

Simbologia de Memorial do Convento

  • 2. A história de Manuel Milho Escola Secundária Henrique Medina A história que Manuel Milho vai contando durante os vários dias que dura o transporte da pedra Benedictione é uma reflexão sobre a existência humana e mostra que, no fundo, o mais importante é o ser humano e a sua essência. Manuel Milho narra a história de uma rainha que gostaria de ser mulher para conseguir decidir se na verdade queria ser ou não rainha, e de um ermitão que queria ser homem. Ambos desejavam não ser o que eram, mas ser apenas um homem e uma mulher. Esta história mostra que cada um é aquilo que as condições socias e as circunstâncias permitem que o seja.(capítulo XIX)
  • 3. Número 3 Escola Secundária Henrique Medina O número três representa a ordem espiritual e intelectual. É o numero perfeito. Para o Cristianismo, os três elementos da trindade são o Pai , o Filho e o Espírito Santo, um só Deus em três pessoas, tal como Baltasar, Blimunda e Bartolomeu Lourenço que constituem a Trindade Terreste. Três pessoas em perfeita comunhão que alcançam um poder divino.
  • 4. Número 4 Escola Secundária Henrique Medina O quatro, número ligado ao quadrado e á cruz, significa o sólido, a totalidade , mas uma totalidade percetível. Curiosamente, Domenico Scarlatti será o quarto elemento de um conjunto de pessoas que concretizam a audaciosa missão de voar. Ele parece ser o elemento que completa esse todo, elemento esse imprescindível a plena realização desse projeto. No entanto, esse sonho irá desfazer-se, será findável. “Sou o irmão de todos , disse Scarlatti, se me aceitarem .”(…)
  • 5. Número 7 Escola Secundária Henrique Medina O número sete, muito referido na Bíblia, surge recorrentemente na obra: sete são os homens que vem trabalhar para Mafra no convento; oriundos de sete regiões do país; sete bispos batizaram a infanta; sete vezes Blimunda vai a Lisboa à procura de Baltasar e o número sete repete-se na data de bênção da primeira pedra do convento-17 novembro de 1771. O sete é o resultado do número perfeito, o três, e do número da totalidade o quatro, e representa a totalidade do espaço e do tempo, do universo em movimento.
  • 6. Número 9 Escola Secundária Henrique Medina O nove é o número da procura e da gestação, simboliza o coroar do esforço, o fim de um ato criativo, o fim de um período de busca frutuosa, como acontece com Blimunda que, durante nove anos, procurou o seu amado. Após a separação, Blimunda reencontra Baltasar e , recolhendo a sua vontade, une-se aquele que ama. Esta união representa a vitória do poder do amor.
  • 7. A passarola Escola Secundária Henrique Medina A passarola funciona como o elo de ligação entre a terra e o céu e surge na obra metaforicamente referida como uma ave, o que remete de imediato para o voo das aves. O sonho de voar conota a ousadia e a conquista, mas pode ter uma lado negativo: a queda, a desilusão.
  • 8. Convento de Mafra Escola Secundária Henrique Medina O convento é símbolo do definitivo, do imutável, do eterno e, nesse sentido, opõe-se à passarola. Ao longo da obra, é evidente o contraste entre o caráter libertador do projeto de Bartolomeu Gusmão que evidencia a atitude criadora do homem e a capacidade de vencer barreiras quando trabalha em conjunto e a natureza opressora da promessa do rei que espelha uma vontade egoísta e megalómana.
  • 9. O Olhar Escola Secundária Henrique Medina Os olhos e o olhar ocupam em Memorial do Convento um espaço privilegiado devido ao poder visionário de Blimunda. O seu olhar mágico seduz Baltasar e será muitas vezes uma forma de comunicação entre o casal. “Olha só, olha como esses teus olhos que tudo são capazes de ver “ “Nunca te olharei por dentro “
  • 10. Colher, Sopa, Porta aberta, lareira Escola Secundária Henrique Medina Este conjunto de elementos funciona na obra como um todo que transmite a ideia de partilha: Blimunda deixa a porta aberta, permitindo que Baltasar entre não só na sua casa como na sua vida; acende a lareira, serve uma sopa e usa a colher dele, construindo conforto, um lar e um amor eterno.
  • 11. Espigão Escola Secundária Henrique Medina O espigão de Baltasar de que Blimunda se serve para se defender no Monte Junto da tentativa de violação, presentifica o próprio Baltasar a “mão” do seu amor.
  • 12. Palheiro de Morelena, a barraca da burra Escola Secundária Henrique Medina O palheiro e a barraca da burra simboliza o amor intenso de Baltasar e Blimunda, carregado de sensualidade e de cumplicidade; a transgressão das regras socias e morais por parte deste casal que se ama partilhando as “almas, corpos e vontades”.
  • 13. Mutilação de Baltasar Escola Secundária Henrique Medina A mutilação aparece frequentemente como uma marca de inaptidão e de marginalidade, todavia, na obra, Baltasar conseguira superar a sua incapacidade ao contribuir para construir a passarola e o convento.
  • 14. Sonho Escola Secundária Henrique Medina O sonho é o espaço onde as personagens deixam transparecer as suas emoções, medos, frustrações, desejos, funcionando, por vezes, como um fator de equilíbrio, como é o caso da rainha, que compensa, no mundo onírico, as suas frustrações afetivas e sexuais. Em relação ao rei, os sonhos espelham, acima de tudo, a manifestação do seu poder. Os sonhos comuns de Baltasar, Blimunda e Bartolomeu Lourenço são uma forma de sublinhar a sua cumplicidade e partilha.
  • 15. Música Escola Secundária Henrique Medina A música simboliza a harmonia e a plenitude do cosmos. A música de Scarlatti representa a comunicação e tem o poder de curar. O som do seu cravo irá fascinar o padre e acompanhar o processo de construção da passarola e o momento em que ela se eleva no céu.
  • 16. A pedra mãe Escola Secundária Henrique Medina No capítulo XIX, a pedra, símbolo da Terra-mãe, vai exigir um esforço enorme por parte dos trabalhadores que, com coragem, força, habilidade e inteligência vão transportar de Pêro Pinheiro até Mafra. É uma laje descomunal que evidencia a pequenez do homem, mas que comparativamente ao convento se torna pequena. Conseguir transportar a pedra ate ao seu destino, vai transformar estes homens em verdadeiros heróis. A pedra, pela sua firmeza, também se pode associar a sabedoria.
  • 17. Abegoaria Escola Secundária Henrique Medina É o espaço escondido onde se constrói a passarola, onde se materializa o sonho. É o espaço da utopia, da invenção, da descoberta, da partilha e da amizade.
  • 18. Montanha-Monte Junto Escola Secundária Henrique Medina A montanha estabelece a relação da terra com o céu, centro do mundo, traduz a estabilidade e a inalterabilidade, guardando o que nela permanece, como a passarola que cai no Monte Junto. A máquina voadora ficou protegida dos homens e do Santo Ofício e assim, mais tarde, inusitadamente e, como por magia, levantou o voo, dando sentido a vida da trindade terrestre.
  • 19. Fogo Escola Secundária Henrique Medina É conforto, aconchego, purificação e regeneração, mas também destruição. O fogo da lareira, em casa de Blimunda, é proteção e bem-estar; o fogo que Bartolomeu Lourenço Lança a sua maquina é uma forma de destruir o seu sonho fracassado; o da fogueira dos autos-de-fé é opressão, destruição e morte.
  • 20. Sete-Sois e Sete-Luas Escola Secundária Henrique Medina Os nomes de Baltasar e de Blimunda tem o mesmo número de letras, começam por B e as alcunhas são uma forma de demonstrar a sua complementaridade. Baltasar está relacionado com o sol, fonte de luz, de calor e de vida enquanto Blimunda surge relacionada com a lua, símbolo de dependência e da renovação.
  • 22. Escola Secundária Henrique Medina Trabalho realizado por : Alberto Simões, nº 2 Ana Coutinho, nº 5 Maria João Afonso, nº21 Rui Couto, nº26