SlideShare uma empresa Scribd logo
O MARCELISMO FREDERICO, GONÇALO, PEDRO, RICARDO
O Marcelismo foi o nome dado ao período em que o professor Marcelo Caetano governou o nosso pais [desde 1968 até 1974(data em que caio a ditadura em Portugal)]
Em Setembro de 1968, António de Oliveira Salazar é operado de urgência a um hematoma cerebral. Pouco depois, dado o agravamento do seu estado de saúde, o presidente da Republica vê-se obrigado a encetar os procedimentos institucionais para a sua substituição. A escolha recaiu sobre o professor Marcelo Caetano, um dos notáveis do Estado Novo que, no entanto, se permitira discordar, em mais do que uma ocasião, da politica salazarista. Apresentava-se, por isso, como um politico mais liberal, capaz de alargar a base de apoio do regime, além de ser visto como uma porta de saída para o já pesado isolamento internacional.
Logo no discurso da tomada de posse, Marcelo Caetano define as linhas orientadoras do seu governo: continuar a obra de Salazar, à qual presta homenagem, sem por isso prescindir da necessária renovação política. Pretendia-se, nas palavras do novo presidente, «evoluir na continuida­de», concedendo aos Portugueses a «liberdade possível».
Nos primeiros meses de mandato, o novo Governo dá sinais de abertura, que enchem de esperanças os opositores políticos: faz regressar do exílio algumas personalidades, como o bispo do Porto e Mário Soares, modera a actuação da polícia política (que passara a chamar-se Direcção-Geral de Segurança - DGS), ordena o abrandamento da censura (mais tarde designada Exame Prévio), abre a União Nacional (rebaptizada, em 1970, Acção Nacional Popular - ANP) a sensibilidades políticas mais liberais.  Foi neste c1ima de mudança, que ficou conhecido como «primavera marcelista», que se prepararam as eleições legislativas de 1969. Procurando legitimá-las aos olhos da opinião pública, o Governo alargou o sufrágio feminino (a todas as mulheres escolarizadas), permitiu maior liberdade de campanha à oposição, bem como a consulta dos cadernos eleitorais e a fiscalização das mesas de voto.
Marcelo Caetano viu-se sem o apoio dos liberais, que Ihe condenavam a falta de força para implementar as reformas necessárias, e alvo da hostilidade dos núcleos mais conservadores, que imputavam à política liberalizados a onda de instabilidade que, entretanto, tinha assolado o País.  No entanto, embora se possa considerar o menos manipulado de todos os que ocorreram durante o Estado Novo, o acto eleitoral saldou-se por uma série de atropelos aos princípios democráticos e o mesmo resultado de sempre: 100% dos lugares de deputados para a União Nacional ; 0% para a oposição.
Obrigado a reprimir um poderoso surto de agitação estudantil, greves operárias e até acções bombistas, Marcelo Caetano liga-se cada vez mais à direita e inflecte a sua política inicial de abertura ( a tal primavera marcelista ). As associações de estudantes mais activas são encerradas, a legislação sindical aperta-se, a polícia política desencadeia uma nova vaga de prisões, alguns opositores, como Mário Soares, São novamente remetidos ao exílio. Este processo de regressão culmina em 1972, quando Américo Tomas, já com 77 anos e conotado com a ala ultra-conservadora, é reconduzido ao alto cargo de presidente da Republica, por um colégio eleitoral restrito.
Alvo de todas as criticas, incapaz de evoluir para um sistema mais democrático, o regime continua, ainda, a debater-se com o grave problema da guerra colonial.  Quando da escolha de Marcelo Caetano, as altas patentes das Forças Armadas puseram, como única condição, que o novo chefe do executivo mantivesse a guerra em África. Caetano anunciou, reiterando ao país a sua intenção de continuar a defender os nossos territórios em nome dos interesses da população branca que, há muito, aí residia.   Paralelamente, e dando execução às suas convicções federalistas, o chefe do Governo redigiu um minucioso projecto de revisão do estatuto das colónias, no sentido de as encaminhar para a «autonomia progressiva».
O projecto contou, desde logo, com a oposição tenaz da maioria conservadora da Assembleia Nacional e acabou amputado das soluções mais inovadoras. Angola e Moçambique passaram à categoria de «Estados honoríficos», sendo dotados de novas instituições governativas que, como as anteriores, continuavam fortemente

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Estado novo
Estado novoEstado novo
Estado novo
cattonia
 
Salazar e o Estado Novo
Salazar e o Estado NovoSalazar e o Estado Novo
Salazar e o Estado Novo
Jorge Almeida
 
Estado Novo Resumo
Estado Novo ResumoEstado Novo Resumo
Estado Novo ResumoEscoladocs
 
A regressão do demoliberalismo
A regressão do demoliberalismoA regressão do demoliberalismo
A regressão do demoliberalismo
home
 
O imobilismo político e crescimento económico português do pós II Guerra Mund...
O imobilismo político e crescimento económico português do pós II Guerra Mund...O imobilismo político e crescimento económico português do pós II Guerra Mund...
O imobilismo político e crescimento económico português do pós II Guerra Mund...
Susana Cardoso Simões
 
A questão colonial e o 25 de abril
A questão colonial e o 25 de abrilA questão colonial e o 25 de abril
A questão colonial e o 25 de abrilCarlos Vieira
 
A Guerra Fria
A Guerra FriaA Guerra Fria
A Guerra Fria
nanasimao
 
25 de Abril de 1974
25 de Abril de 197425 de Abril de 1974
25 de Abril de 1974
Jorge Almeida
 
8 02 portugal do autoritarismo à democracia alunos
8 02 portugal do autoritarismo à democracia alunos8 02 portugal do autoritarismo à democracia alunos
8 02 portugal do autoritarismo à democracia alunos
Vítor Santos
 
Mundo capitalista
Mundo capitalistaMundo capitalista
Mundo capitalista
home
 
5 04 a implantação do liberalismo em portugal
5 04 a implantação do liberalismo em portugal5 04 a implantação do liberalismo em portugal
5 04 a implantação do liberalismo em portugal
Vítor Santos
 
Historia a-12-ano-resumo
Historia a-12-ano-resumoHistoria a-12-ano-resumo
Historia a-12-ano-resumoEscoladocs
 
Salazar e o Estado Novo
Salazar e o Estado NovoSalazar e o Estado Novo
Salazar e o Estado Novo
Jorge Almeida
 
As opções totalitárias - IA
As opções totalitárias - IAAs opções totalitárias - IA
As opções totalitárias - IACarlos Vieira
 
Salazar e o Estado Novo
Salazar e o Estado NovoSalazar e o Estado Novo
Salazar e o Estado NovoRui Nobre
 

Mais procurados (20)

Estado novo
Estado novoEstado novo
Estado novo
 
Salazar e o Estado Novo
Salazar e o Estado NovoSalazar e o Estado Novo
Salazar e o Estado Novo
 
Pós 25 de abril
Pós 25 de abrilPós 25 de abril
Pós 25 de abril
 
Estado Novo Resumo
Estado Novo ResumoEstado Novo Resumo
Estado Novo Resumo
 
A regressão do demoliberalismo
A regressão do demoliberalismoA regressão do demoliberalismo
A regressão do demoliberalismo
 
O imobilismo político e crescimento económico português do pós II Guerra Mund...
O imobilismo político e crescimento económico português do pós II Guerra Mund...O imobilismo político e crescimento económico português do pós II Guerra Mund...
O imobilismo político e crescimento económico português do pós II Guerra Mund...
 
A questão colonial e o 25 de abril
A questão colonial e o 25 de abrilA questão colonial e o 25 de abril
A questão colonial e o 25 de abril
 
A Guerra Fria
A Guerra FriaA Guerra Fria
A Guerra Fria
 
Estado Novo 1
Estado Novo 1Estado Novo 1
Estado Novo 1
 
25 de Abril de 1974
25 de Abril de 197425 de Abril de 1974
25 de Abril de 1974
 
8 02 portugal do autoritarismo à democracia alunos
8 02 portugal do autoritarismo à democracia alunos8 02 portugal do autoritarismo à democracia alunos
8 02 portugal do autoritarismo à democracia alunos
 
Mundo capitalista
Mundo capitalistaMundo capitalista
Mundo capitalista
 
5 04 a implantação do liberalismo em portugal
5 04 a implantação do liberalismo em portugal5 04 a implantação do liberalismo em portugal
5 04 a implantação do liberalismo em portugal
 
Frentes populares
Frentes popularesFrentes populares
Frentes populares
 
Historia a-12-ano-resumo
Historia a-12-ano-resumoHistoria a-12-ano-resumo
Historia a-12-ano-resumo
 
Salazar e o Estado Novo
Salazar e o Estado NovoSalazar e o Estado Novo
Salazar e o Estado Novo
 
As opções totalitárias - IA
As opções totalitárias - IAAs opções totalitárias - IA
As opções totalitárias - IA
 
RevoluçãO Russa
RevoluçãO RussaRevoluçãO Russa
RevoluçãO Russa
 
A queda da monarquia e a 1ª república
A queda da monarquia e a 1ª repúblicaA queda da monarquia e a 1ª república
A queda da monarquia e a 1ª república
 
Salazar e o Estado Novo
Salazar e o Estado NovoSalazar e o Estado Novo
Salazar e o Estado Novo
 

Destaque

Marcelo caetano
Marcelo caetanoMarcelo caetano
Marcelo caetanoberenvaz
 
O fim do regime
O fim do regime O fim do regime
O fim do regime
Maria Gomes
 
Guerra Colonial
Guerra ColonialGuerra Colonial
Guerra Colonial
João Lima
 
Guerra colonial (1)
Guerra colonial (1)Guerra colonial (1)
Guerra colonial (1)
Jorge Almeida
 
A guerra colonial portuguesa
A guerra colonial portuguesaA guerra colonial portuguesa
A guerra colonial portuguesa
Davide Santos
 
Do Estado Novo à Democracia
Do Estado Novo à DemocraciaDo Estado Novo à Democracia
Do Estado Novo à Democracia
Ana Barreiros
 
Guerra Colonial Portuguesa
Guerra Colonial PortuguesaGuerra Colonial Portuguesa
Guerra Colonial Portuguesa
Jorge Almeida
 
Revolução 25 de abril
Revolução 25 de abrilRevolução 25 de abril
Revolução 25 de abrilCarla Teixeira
 
O Dia 25 de Abril de 1974
O Dia 25 de Abril de 1974O Dia 25 de Abril de 1974
O Dia 25 de Abril de 1974diuguitofelgas
 
Portugal:Do autoritarismo à democracia
Portugal:Do autoritarismo à democraciaPortugal:Do autoritarismo à democracia
Portugal:Do autoritarismo à democraciaJoão Costa
 
Modulo 8 e 9 historia A 12ºano
Modulo 8 e 9 historia A 12ºanoModulo 8 e 9 historia A 12ºano
Modulo 8 e 9 historia A 12ºano
CludiaBelluschiCosta
 
O Pós 25 de Abril de 1974
O Pós 25 de Abril de 1974O Pós 25 de Abril de 1974
O Pós 25 de Abril de 1974racatta
 
A guerra colonial
A guerra colonialA guerra colonial
A guerra colonialmaria40
 
Portugal após o 25 de abril
Portugal após o 25 de abrilPortugal após o 25 de abril
Portugal após o 25 de abrilmaria40
 
Do autoritarismo à democracia
Do autoritarismo à democraciaDo autoritarismo à democracia
Do autoritarismo à democraciacattonia
 
Salazarismo
SalazarismoSalazarismo
Salazarismo
Maria Gomes
 

Destaque (20)

Marcelo caetano
Marcelo caetanoMarcelo caetano
Marcelo caetano
 
O fim do regime
O fim do regime O fim do regime
O fim do regime
 
Guerra Colonial
Guerra ColonialGuerra Colonial
Guerra Colonial
 
Guerra colonial (1)
Guerra colonial (1)Guerra colonial (1)
Guerra colonial (1)
 
A guerra colonial portuguesa
A guerra colonial portuguesaA guerra colonial portuguesa
A guerra colonial portuguesa
 
Do Estado Novo à Democracia
Do Estado Novo à DemocraciaDo Estado Novo à Democracia
Do Estado Novo à Democracia
 
Ditadura Salazarista
Ditadura SalazaristaDitadura Salazarista
Ditadura Salazarista
 
Guerra Colonial Portuguesa
Guerra Colonial PortuguesaGuerra Colonial Portuguesa
Guerra Colonial Portuguesa
 
Revolução 25 de abril
Revolução 25 de abrilRevolução 25 de abril
Revolução 25 de abril
 
O Dia 25 de Abril de 1974
O Dia 25 de Abril de 1974O Dia 25 de Abril de 1974
O Dia 25 de Abril de 1974
 
Biografia Marcelo Caetano
Biografia  Marcelo CaetanoBiografia  Marcelo Caetano
Biografia Marcelo Caetano
 
MFA
MFAMFA
MFA
 
Portugal:Do autoritarismo à democracia
Portugal:Do autoritarismo à democraciaPortugal:Do autoritarismo à democracia
Portugal:Do autoritarismo à democracia
 
Modulo 8 e 9 historia A 12ºano
Modulo 8 e 9 historia A 12ºanoModulo 8 e 9 historia A 12ºano
Modulo 8 e 9 historia A 12ºano
 
História
HistóriaHistória
História
 
O Pós 25 de Abril de 1974
O Pós 25 de Abril de 1974O Pós 25 de Abril de 1974
O Pós 25 de Abril de 1974
 
A guerra colonial
A guerra colonialA guerra colonial
A guerra colonial
 
Portugal após o 25 de abril
Portugal após o 25 de abrilPortugal após o 25 de abril
Portugal após o 25 de abril
 
Do autoritarismo à democracia
Do autoritarismo à democraciaDo autoritarismo à democracia
Do autoritarismo à democracia
 
Salazarismo
SalazarismoSalazarismo
Salazarismo
 

Semelhante a Marcelismo

marcelismo-100524162500-phpapp02.pdf
marcelismo-100524162500-phpapp02.pdfmarcelismo-100524162500-phpapp02.pdf
marcelismo-100524162500-phpapp02.pdf
alexfrade
 
Apresentação do trabalho ponto 4.pptx4512
Apresentação do trabalho ponto 4.pptx4512Apresentação do trabalho ponto 4.pptx4512
Apresentação do trabalho ponto 4.pptx4512
sergiocastroae6349
 
Ditadura militar ( 1964 1985 )trabalho
Ditadura militar ( 1964   1985 )trabalhoDitadura militar ( 1964   1985 )trabalho
Ditadura militar ( 1964 1985 )trabalhoNilmaguimaraes
 
Reveses da Democracia Brasileira: a Historia do Golpe de 2016
Reveses da Democracia Brasileira: a Historia do Golpe de 2016Reveses da Democracia Brasileira: a Historia do Golpe de 2016
Reveses da Democracia Brasileira: a Historia do Golpe de 2016
SamueldeJesus24
 
Aula 24 da república militar à nova república
Aula 24   da república militar à nova repúblicaAula 24   da república militar à nova república
Aula 24 da república militar à nova república
Jonatas Carlos
 
4.4. o 25 de abril de 1974
4.4. o 25 de abril de 19744.4. o 25 de abril de 1974
4.4. o 25 de abril de 1974Sónia Azevedo
 
REVESES DA DEMOCRACIA BRASILEIRA: A HISTÓRIA DO GOLPE DE 2016/SEGURANÇA NACIO...
REVESES DA DEMOCRACIA BRASILEIRA: A HISTÓRIA DO GOLPE DE 2016/SEGURANÇA NACIO...REVESES DA DEMOCRACIA BRASILEIRA: A HISTÓRIA DO GOLPE DE 2016/SEGURANÇA NACIO...
REVESES DA DEMOCRACIA BRASILEIRA: A HISTÓRIA DO GOLPE DE 2016/SEGURANÇA NACIO...
samuel Jesus
 
Slide educação da ditadura militar
Slide educação da ditadura militarSlide educação da ditadura militar
Slide educação da ditadura militar
estudosacademicospedag
 
Principais medidas do governo costa e silva
Principais medidas do governo costa e silvaPrincipais medidas do governo costa e silva
Principais medidas do governo costa e silvaabrao souza da silva
 
Capitães avril
Capitães avrilCapitães avril
Capitães avril
Sara Pérez
 
25 de abril
25 de abril 25 de abril
25 de abril Jojo Cruz
 
Revolução democrática portuguesa
Revolução democrática portuguesaRevolução democrática portuguesa
Revolução democrática portuguesaAnaGomes40
 
Slide sobre ditadura
Slide sobre ditaduraSlide sobre ditadura
Slide sobre ditadura
Maria Eduarda
 
Ditadura militar 40 anos do golpe
Ditadura militar   40 anos do golpeDitadura militar   40 anos do golpe
Ditadura militar 40 anos do golpe
valtemberg-ideal07
 

Semelhante a Marcelismo (20)

marcelismo-100524162500-phpapp02.pdf
marcelismo-100524162500-phpapp02.pdfmarcelismo-100524162500-phpapp02.pdf
marcelismo-100524162500-phpapp02.pdf
 
André carvalho
André carvalhoAndré carvalho
André carvalho
 
Apresentação do trabalho ponto 4.pptx4512
Apresentação do trabalho ponto 4.pptx4512Apresentação do trabalho ponto 4.pptx4512
Apresentação do trabalho ponto 4.pptx4512
 
25 de abril
25 de abril25 de abril
25 de abril
 
Sara e jessica
Sara e jessicaSara e jessica
Sara e jessica
 
Mihaela e bernardo
Mihaela e bernardoMihaela e bernardo
Mihaela e bernardo
 
Ditadura militar ( 1964 1985 )trabalho
Ditadura militar ( 1964   1985 )trabalhoDitadura militar ( 1964   1985 )trabalho
Ditadura militar ( 1964 1985 )trabalho
 
Reveses da Democracia Brasileira: a Historia do Golpe de 2016
Reveses da Democracia Brasileira: a Historia do Golpe de 2016Reveses da Democracia Brasileira: a Historia do Golpe de 2016
Reveses da Democracia Brasileira: a Historia do Golpe de 2016
 
Aula 24 da república militar à nova república
Aula 24   da república militar à nova repúblicaAula 24   da república militar à nova república
Aula 24 da república militar à nova república
 
4.4. o 25 de abril de 1974
4.4. o 25 de abril de 19744.4. o 25 de abril de 1974
4.4. o 25 de abril de 1974
 
Ditadura militar
Ditadura militarDitadura militar
Ditadura militar
 
REVESES DA DEMOCRACIA BRASILEIRA: A HISTÓRIA DO GOLPE DE 2016/SEGURANÇA NACIO...
REVESES DA DEMOCRACIA BRASILEIRA: A HISTÓRIA DO GOLPE DE 2016/SEGURANÇA NACIO...REVESES DA DEMOCRACIA BRASILEIRA: A HISTÓRIA DO GOLPE DE 2016/SEGURANÇA NACIO...
REVESES DA DEMOCRACIA BRASILEIRA: A HISTÓRIA DO GOLPE DE 2016/SEGURANÇA NACIO...
 
Slide educação da ditadura militar
Slide educação da ditadura militarSlide educação da ditadura militar
Slide educação da ditadura militar
 
Principais medidas do governo costa e silva
Principais medidas do governo costa e silvaPrincipais medidas do governo costa e silva
Principais medidas do governo costa e silva
 
Capitães avril
Capitães avrilCapitães avril
Capitães avril
 
25 de abril
25 de abril 25 de abril
25 de abril
 
Revolução democrática portuguesa
Revolução democrática portuguesaRevolução democrática portuguesa
Revolução democrática portuguesa
 
Slide sobre ditadura
Slide sobre ditaduraSlide sobre ditadura
Slide sobre ditadura
 
Ditadura militar 40 anos do golpe
Ditadura militar   40 anos do golpeDitadura militar   40 anos do golpe
Ditadura militar 40 anos do golpe
 
Resumo presidentes ditadura e 3 jotas
Resumo presidentes ditadura e 3 jotasResumo presidentes ditadura e 3 jotas
Resumo presidentes ditadura e 3 jotas
 

Último

EJA -livro para professor -dos anos iniciais letramento e alfabetização.pdf
EJA -livro para professor -dos anos iniciais letramento e alfabetização.pdfEJA -livro para professor -dos anos iniciais letramento e alfabetização.pdf
EJA -livro para professor -dos anos iniciais letramento e alfabetização.pdf
Escola Municipal Jesus Cristo
 
Unificação da Itália e a formação da Alemanha
Unificação da Itália e a formação da AlemanhaUnificação da Itália e a formação da Alemanha
Unificação da Itália e a formação da Alemanha
Acrópole - História & Educação
 
Atividade - Letra da música "Tem Que Sorrir" - Jorge e Mateus
Atividade - Letra da música "Tem Que Sorrir"  - Jorge e MateusAtividade - Letra da música "Tem Que Sorrir"  - Jorge e Mateus
Atividade - Letra da música "Tem Que Sorrir" - Jorge e Mateus
Mary Alvarenga
 
Aula01 - ensino médio - (Filosofia).pptx
Aula01 - ensino médio - (Filosofia).pptxAula01 - ensino médio - (Filosofia).pptx
Aula01 - ensino médio - (Filosofia).pptx
kdn15710
 
Manejo de feridas - Classificação e cuidados.
Manejo de feridas - Classificação e cuidados.Manejo de feridas - Classificação e cuidados.
Manejo de feridas - Classificação e cuidados.
RafaelNeves651350
 
Sequência Didática - Cordel para Ensino Fundamental I
Sequência Didática - Cordel para Ensino Fundamental ISequência Didática - Cordel para Ensino Fundamental I
Sequência Didática - Cordel para Ensino Fundamental I
Letras Mágicas
 
Caça-palavras ortografia M antes de P e B.
Caça-palavras    ortografia M antes de P e B.Caça-palavras    ortografia M antes de P e B.
Caça-palavras ortografia M antes de P e B.
Mary Alvarenga
 
UFCD_8298_Cozinha criativa_índice do manual
UFCD_8298_Cozinha criativa_índice do manualUFCD_8298_Cozinha criativa_índice do manual
UFCD_8298_Cozinha criativa_índice do manual
Manuais Formação
 
Eurodeputados Portugueses 2019-2024 (nova atualização)
Eurodeputados Portugueses 2019-2024 (nova atualização)Eurodeputados Portugueses 2019-2024 (nova atualização)
Eurodeputados Portugueses 2019-2024 (nova atualização)
Centro Jacques Delors
 
2021-7o-ano-PPt-Oracoes-coordenadas..pptx
2021-7o-ano-PPt-Oracoes-coordenadas..pptx2021-7o-ano-PPt-Oracoes-coordenadas..pptx
2021-7o-ano-PPt-Oracoes-coordenadas..pptx
BarbaraBeatriz15
 
DeClara n.º 76 MAIO 2024, o jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara de...
DeClara n.º 76 MAIO 2024, o jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara de...DeClara n.º 76 MAIO 2024, o jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara de...
DeClara n.º 76 MAIO 2024, o jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara de...
IsabelPereira2010
 
PROVA FINAL Filosofia e Educação Cristã.ppt
PROVA FINAL Filosofia e Educação Cristã.pptPROVA FINAL Filosofia e Educação Cristã.ppt
PROVA FINAL Filosofia e Educação Cristã.ppt
betokg
 
Aula 3- 6º HIS - As origens da humanidade, seus deslocamentos e os processos ...
Aula 3- 6º HIS - As origens da humanidade, seus deslocamentos e os processos ...Aula 3- 6º HIS - As origens da humanidade, seus deslocamentos e os processos ...
Aula 3- 6º HIS - As origens da humanidade, seus deslocamentos e os processos ...
Luana Neres
 
Projeto aLeR+ o Ambiente - Os animais são nossos amigos.pdf
Projeto aLeR+ o Ambiente - Os animais são nossos amigos.pdfProjeto aLeR+ o Ambiente - Os animais são nossos amigos.pdf
Projeto aLeR+ o Ambiente - Os animais são nossos amigos.pdf
Bibliotecas Infante D. Henrique
 
PROPOSTA CURRICULAR EDUCACAO FISICA.docx
PROPOSTA CURRICULAR  EDUCACAO FISICA.docxPROPOSTA CURRICULAR  EDUCACAO FISICA.docx
PROPOSTA CURRICULAR EDUCACAO FISICA.docx
Escola Municipal Jesus Cristo
 
Caderno de Resumos XVIII ENPFil UFU, IX EPGFil UFU E VII EPFEM.pdf
Caderno de Resumos XVIII ENPFil UFU, IX EPGFil UFU E VII EPFEM.pdfCaderno de Resumos XVIII ENPFil UFU, IX EPGFil UFU E VII EPFEM.pdf
Caderno de Resumos XVIII ENPFil UFU, IX EPGFil UFU E VII EPFEM.pdf
enpfilosofiaufu
 
BULLYING NÃO É AMOR.pdf LIVRO PARA TRABALHAR COM ALUNOS ATRAVÉS DE PROJETOS...
BULLYING NÃO É AMOR.pdf LIVRO PARA TRABALHAR COM ALUNOS ATRAVÉS DE PROJETOS...BULLYING NÃO É AMOR.pdf LIVRO PARA TRABALHAR COM ALUNOS ATRAVÉS DE PROJETOS...
BULLYING NÃO É AMOR.pdf LIVRO PARA TRABALHAR COM ALUNOS ATRAVÉS DE PROJETOS...
Escola Municipal Jesus Cristo
 
Memorial do convento slides- português 2023
Memorial do convento slides- português 2023Memorial do convento slides- português 2023
Memorial do convento slides- português 2023
MatildeBrites
 
AULA-8-PARTE-2-MODELO-DE-SITE-EDITÁVEL-ENTREGA2-CURRICULARIZAÇÃO-DA-EXTENSÃO-...
AULA-8-PARTE-2-MODELO-DE-SITE-EDITÁVEL-ENTREGA2-CURRICULARIZAÇÃO-DA-EXTENSÃO-...AULA-8-PARTE-2-MODELO-DE-SITE-EDITÁVEL-ENTREGA2-CURRICULARIZAÇÃO-DA-EXTENSÃO-...
AULA-8-PARTE-2-MODELO-DE-SITE-EDITÁVEL-ENTREGA2-CURRICULARIZAÇÃO-DA-EXTENSÃO-...
CrislaineSouzaSantos
 
História Do Assaré - Prof. Francisco Leite
História Do Assaré - Prof. Francisco LeiteHistória Do Assaré - Prof. Francisco Leite
História Do Assaré - Prof. Francisco Leite
profesfrancleite
 

Último (20)

EJA -livro para professor -dos anos iniciais letramento e alfabetização.pdf
EJA -livro para professor -dos anos iniciais letramento e alfabetização.pdfEJA -livro para professor -dos anos iniciais letramento e alfabetização.pdf
EJA -livro para professor -dos anos iniciais letramento e alfabetização.pdf
 
Unificação da Itália e a formação da Alemanha
Unificação da Itália e a formação da AlemanhaUnificação da Itália e a formação da Alemanha
Unificação da Itália e a formação da Alemanha
 
Atividade - Letra da música "Tem Que Sorrir" - Jorge e Mateus
Atividade - Letra da música "Tem Que Sorrir"  - Jorge e MateusAtividade - Letra da música "Tem Que Sorrir"  - Jorge e Mateus
Atividade - Letra da música "Tem Que Sorrir" - Jorge e Mateus
 
Aula01 - ensino médio - (Filosofia).pptx
Aula01 - ensino médio - (Filosofia).pptxAula01 - ensino médio - (Filosofia).pptx
Aula01 - ensino médio - (Filosofia).pptx
 
Manejo de feridas - Classificação e cuidados.
Manejo de feridas - Classificação e cuidados.Manejo de feridas - Classificação e cuidados.
Manejo de feridas - Classificação e cuidados.
 
Sequência Didática - Cordel para Ensino Fundamental I
Sequência Didática - Cordel para Ensino Fundamental ISequência Didática - Cordel para Ensino Fundamental I
Sequência Didática - Cordel para Ensino Fundamental I
 
Caça-palavras ortografia M antes de P e B.
Caça-palavras    ortografia M antes de P e B.Caça-palavras    ortografia M antes de P e B.
Caça-palavras ortografia M antes de P e B.
 
UFCD_8298_Cozinha criativa_índice do manual
UFCD_8298_Cozinha criativa_índice do manualUFCD_8298_Cozinha criativa_índice do manual
UFCD_8298_Cozinha criativa_índice do manual
 
Eurodeputados Portugueses 2019-2024 (nova atualização)
Eurodeputados Portugueses 2019-2024 (nova atualização)Eurodeputados Portugueses 2019-2024 (nova atualização)
Eurodeputados Portugueses 2019-2024 (nova atualização)
 
2021-7o-ano-PPt-Oracoes-coordenadas..pptx
2021-7o-ano-PPt-Oracoes-coordenadas..pptx2021-7o-ano-PPt-Oracoes-coordenadas..pptx
2021-7o-ano-PPt-Oracoes-coordenadas..pptx
 
DeClara n.º 76 MAIO 2024, o jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara de...
DeClara n.º 76 MAIO 2024, o jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara de...DeClara n.º 76 MAIO 2024, o jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara de...
DeClara n.º 76 MAIO 2024, o jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara de...
 
PROVA FINAL Filosofia e Educação Cristã.ppt
PROVA FINAL Filosofia e Educação Cristã.pptPROVA FINAL Filosofia e Educação Cristã.ppt
PROVA FINAL Filosofia e Educação Cristã.ppt
 
Aula 3- 6º HIS - As origens da humanidade, seus deslocamentos e os processos ...
Aula 3- 6º HIS - As origens da humanidade, seus deslocamentos e os processos ...Aula 3- 6º HIS - As origens da humanidade, seus deslocamentos e os processos ...
Aula 3- 6º HIS - As origens da humanidade, seus deslocamentos e os processos ...
 
Projeto aLeR+ o Ambiente - Os animais são nossos amigos.pdf
Projeto aLeR+ o Ambiente - Os animais são nossos amigos.pdfProjeto aLeR+ o Ambiente - Os animais são nossos amigos.pdf
Projeto aLeR+ o Ambiente - Os animais são nossos amigos.pdf
 
PROPOSTA CURRICULAR EDUCACAO FISICA.docx
PROPOSTA CURRICULAR  EDUCACAO FISICA.docxPROPOSTA CURRICULAR  EDUCACAO FISICA.docx
PROPOSTA CURRICULAR EDUCACAO FISICA.docx
 
Caderno de Resumos XVIII ENPFil UFU, IX EPGFil UFU E VII EPFEM.pdf
Caderno de Resumos XVIII ENPFil UFU, IX EPGFil UFU E VII EPFEM.pdfCaderno de Resumos XVIII ENPFil UFU, IX EPGFil UFU E VII EPFEM.pdf
Caderno de Resumos XVIII ENPFil UFU, IX EPGFil UFU E VII EPFEM.pdf
 
BULLYING NÃO É AMOR.pdf LIVRO PARA TRABALHAR COM ALUNOS ATRAVÉS DE PROJETOS...
BULLYING NÃO É AMOR.pdf LIVRO PARA TRABALHAR COM ALUNOS ATRAVÉS DE PROJETOS...BULLYING NÃO É AMOR.pdf LIVRO PARA TRABALHAR COM ALUNOS ATRAVÉS DE PROJETOS...
BULLYING NÃO É AMOR.pdf LIVRO PARA TRABALHAR COM ALUNOS ATRAVÉS DE PROJETOS...
 
Memorial do convento slides- português 2023
Memorial do convento slides- português 2023Memorial do convento slides- português 2023
Memorial do convento slides- português 2023
 
AULA-8-PARTE-2-MODELO-DE-SITE-EDITÁVEL-ENTREGA2-CURRICULARIZAÇÃO-DA-EXTENSÃO-...
AULA-8-PARTE-2-MODELO-DE-SITE-EDITÁVEL-ENTREGA2-CURRICULARIZAÇÃO-DA-EXTENSÃO-...AULA-8-PARTE-2-MODELO-DE-SITE-EDITÁVEL-ENTREGA2-CURRICULARIZAÇÃO-DA-EXTENSÃO-...
AULA-8-PARTE-2-MODELO-DE-SITE-EDITÁVEL-ENTREGA2-CURRICULARIZAÇÃO-DA-EXTENSÃO-...
 
História Do Assaré - Prof. Francisco Leite
História Do Assaré - Prof. Francisco LeiteHistória Do Assaré - Prof. Francisco Leite
História Do Assaré - Prof. Francisco Leite
 

Marcelismo

  • 1. O MARCELISMO FREDERICO, GONÇALO, PEDRO, RICARDO
  • 2. O Marcelismo foi o nome dado ao período em que o professor Marcelo Caetano governou o nosso pais [desde 1968 até 1974(data em que caio a ditadura em Portugal)]
  • 3. Em Setembro de 1968, António de Oliveira Salazar é operado de urgência a um hematoma cerebral. Pouco depois, dado o agravamento do seu estado de saúde, o presidente da Republica vê-se obrigado a encetar os procedimentos institucionais para a sua substituição. A escolha recaiu sobre o professor Marcelo Caetano, um dos notáveis do Estado Novo que, no entanto, se permitira discordar, em mais do que uma ocasião, da politica salazarista. Apresentava-se, por isso, como um politico mais liberal, capaz de alargar a base de apoio do regime, além de ser visto como uma porta de saída para o já pesado isolamento internacional.
  • 4. Logo no discurso da tomada de posse, Marcelo Caetano define as linhas orientadoras do seu governo: continuar a obra de Salazar, à qual presta homenagem, sem por isso prescindir da necessária renovação política. Pretendia-se, nas palavras do novo presidente, «evoluir na continuida­de», concedendo aos Portugueses a «liberdade possível».
  • 5. Nos primeiros meses de mandato, o novo Governo dá sinais de abertura, que enchem de esperanças os opositores políticos: faz regressar do exílio algumas personalidades, como o bispo do Porto e Mário Soares, modera a actuação da polícia política (que passara a chamar-se Direcção-Geral de Segurança - DGS), ordena o abrandamento da censura (mais tarde designada Exame Prévio), abre a União Nacional (rebaptizada, em 1970, Acção Nacional Popular - ANP) a sensibilidades políticas mais liberais. Foi neste c1ima de mudança, que ficou conhecido como «primavera marcelista», que se prepararam as eleições legislativas de 1969. Procurando legitimá-las aos olhos da opinião pública, o Governo alargou o sufrágio feminino (a todas as mulheres escolarizadas), permitiu maior liberdade de campanha à oposição, bem como a consulta dos cadernos eleitorais e a fiscalização das mesas de voto.
  • 6. Marcelo Caetano viu-se sem o apoio dos liberais, que Ihe condenavam a falta de força para implementar as reformas necessárias, e alvo da hostilidade dos núcleos mais conservadores, que imputavam à política liberalizados a onda de instabilidade que, entretanto, tinha assolado o País. No entanto, embora se possa considerar o menos manipulado de todos os que ocorreram durante o Estado Novo, o acto eleitoral saldou-se por uma série de atropelos aos princípios democráticos e o mesmo resultado de sempre: 100% dos lugares de deputados para a União Nacional ; 0% para a oposição.
  • 7. Obrigado a reprimir um poderoso surto de agitação estudantil, greves operárias e até acções bombistas, Marcelo Caetano liga-se cada vez mais à direita e inflecte a sua política inicial de abertura ( a tal primavera marcelista ). As associações de estudantes mais activas são encerradas, a legislação sindical aperta-se, a polícia política desencadeia uma nova vaga de prisões, alguns opositores, como Mário Soares, São novamente remetidos ao exílio. Este processo de regressão culmina em 1972, quando Américo Tomas, já com 77 anos e conotado com a ala ultra-conservadora, é reconduzido ao alto cargo de presidente da Republica, por um colégio eleitoral restrito.
  • 8. Alvo de todas as criticas, incapaz de evoluir para um sistema mais democrático, o regime continua, ainda, a debater-se com o grave problema da guerra colonial. Quando da escolha de Marcelo Caetano, as altas patentes das Forças Armadas puseram, como única condição, que o novo chefe do executivo mantivesse a guerra em África. Caetano anunciou, reiterando ao país a sua intenção de continuar a defender os nossos territórios em nome dos interesses da população branca que, há muito, aí residia. Paralelamente, e dando execução às suas convicções federalistas, o chefe do Governo redigiu um minucioso projecto de revisão do estatuto das colónias, no sentido de as encaminhar para a «autonomia progressiva».
  • 9. O projecto contou, desde logo, com a oposição tenaz da maioria conservadora da Assembleia Nacional e acabou amputado das soluções mais inovadoras. Angola e Moçambique passaram à categoria de «Estados honoríficos», sendo dotados de novas instituições governativas que, como as anteriores, continuavam fortemente