Este documento discute o papel da linguagem na aprendizagem significativa, particularmente no ensino de ciências. Aprendizagem significativa envolve a interação entre novos e antigos conhecimentos, mediada pela linguagem. A linguagem é essencial para a formação de conceitos e para a comunicação e compartilhamento de significados. Teóricos como Vygotsky e Vergnaud destacam o papel central da linguagem no pensamento e na conceitualização.
Este documento discute diferentes visões da aprendizagem significativa, começando com a visão cognitiva clássica de Ausubel e depois abordando visões humanista, interacionista social, cognitiva contemporânea e da complexidade. O objetivo é destacar essas visões de forma resumida e histórica.
O documento discute a teoria do desenvolvimento cognitivo de Jean Piaget. Segundo Piaget, o desenvolvimento da inteligência ocorre em estágios sucessivos, com complexidades crescentes, desde o período sensório-motor até o período operatório abstrato. Cada estágio apresenta características próprias de pensamento, linguagem e socialização da criança. O documento também discute a relevância do pensamento piagetiano para a compreensão do desenvolvimento infantil.
O documento discute a importância da negociação de significados para a aprendizagem significativa. A aprendizagem significativa ocorre quando novos conhecimentos interagem com conhecimentos prévios do aprendiz. Esta interação envolve a modificação mútua dos significados dos conhecimentos novos e prévios. A negociação de significados ocorre principalmente por meio da interação social, na qual os significados são compartilhados entre as pessoas.
O documento discute a concepção de desenvolvimento de Vygotsky, enfatizando a importância da aprendizagem e da interação social na formação dos conceitos e no desenvolvimento das funções mentais superiores. Também aborda os conceitos espontâneos e científicos, destacando que a aprendizagem na escola permite ao aluno ascender do nível dos primeiros aos segundos.
Este documento discute como o processo comunicativo na prática pedagógica contribui para a formação de professores. Analisa como a relação entre professor e aluno reflete concepções de comunicação, educação e sujeito. Defende uma abordagem "educomunicativa" que considera os alunos sujeitos ativos e críticos que compartilham e constroem saberes por meio do diálogo.
Este documento discute várias teorias da educação de adultos, incluindo: 1) a teoria do ciclo vital, que explica o desenvolvimento humano em episódios ao longo da vida; 2) a teoria das inteligências múltiplas de Gardner, que defende que a inteligência não atua de forma isolada; 3) a teoria da competência educativa de Mezirow, que foca no alargamento da compreensão e sentido de ação dos adultos.
Este documento discute diferentes visões da aprendizagem significativa, começando com a visão cognitiva clássica de Ausubel e depois abordando visões humanista, interacionista social, cognitiva contemporânea e da complexidade. O objetivo é destacar essas visões de forma resumida e histórica.
O documento discute a teoria do desenvolvimento cognitivo de Jean Piaget. Segundo Piaget, o desenvolvimento da inteligência ocorre em estágios sucessivos, com complexidades crescentes, desde o período sensório-motor até o período operatório abstrato. Cada estágio apresenta características próprias de pensamento, linguagem e socialização da criança. O documento também discute a relevância do pensamento piagetiano para a compreensão do desenvolvimento infantil.
O documento discute a importância da negociação de significados para a aprendizagem significativa. A aprendizagem significativa ocorre quando novos conhecimentos interagem com conhecimentos prévios do aprendiz. Esta interação envolve a modificação mútua dos significados dos conhecimentos novos e prévios. A negociação de significados ocorre principalmente por meio da interação social, na qual os significados são compartilhados entre as pessoas.
O documento discute a concepção de desenvolvimento de Vygotsky, enfatizando a importância da aprendizagem e da interação social na formação dos conceitos e no desenvolvimento das funções mentais superiores. Também aborda os conceitos espontâneos e científicos, destacando que a aprendizagem na escola permite ao aluno ascender do nível dos primeiros aos segundos.
Este documento discute como o processo comunicativo na prática pedagógica contribui para a formação de professores. Analisa como a relação entre professor e aluno reflete concepções de comunicação, educação e sujeito. Defende uma abordagem "educomunicativa" que considera os alunos sujeitos ativos e críticos que compartilham e constroem saberes por meio do diálogo.
Este documento discute várias teorias da educação de adultos, incluindo: 1) a teoria do ciclo vital, que explica o desenvolvimento humano em episódios ao longo da vida; 2) a teoria das inteligências múltiplas de Gardner, que defende que a inteligência não atua de forma isolada; 3) a teoria da competência educativa de Mezirow, que foca no alargamento da compreensão e sentido de ação dos adultos.
1. O documento apresenta uma proposta de ensino da gravitação universal para alunos do ensino médio utilizando a história da física.
2. A história da física é apresentada desde Aristóteles, passando pela queda dos corpos até chegar à formulação da lei da gravitação universal por Newton.
3. O método proposto foi aplicado experimentalmente em uma escola no Rio de Janeiro, porém os resultados apresentados são preliminares.
1) O documento discute a importância da aprendizagem significativa crítica, que envolve questionar conceitos e desenvolver uma postura crítica, para sobreviver na sociedade contemporânea em constante mudança.
2) O autor argumenta que a educação ainda promove conceitos ultrapassados e não ajuda os alunos a lidar com a incerteza, e propõe que a aprendizagem significativa deve ser subversiva e crítica.
3) A aprendizagem significativa crítica envolve a interação entre novos e antigos conhec
Este artigo discute como a compreensão moderna da mente humana influencia a educação. Ao longo da história, houve debates sobre qual órgão do corpo era responsável pelo pensamento. Agora sabemos que é o cérebro. Recentes descobertas nas neurociências mostraram que emoções são essenciais para a aprendizagem. O artigo argumenta que é necessário ir além de uma abordagem puramente cognitiva na educação para promover o aprendizado complexo.
Jean Piaget desenvolveu uma teoria do desenvolvimento da inteligência humana com base em observações científicas. Ele descreveu estágios de desenvolvimento da infância à adolescência, mostrando como as crianças constroem gradualmente sua compreensão do mundo por meio da interação com o meio ambiente.
O documento discute as teorias de desenvolvimento humano de Vygotsky, enfatizando que: (1) o desenvolvimento é um processo sócio-histórico de internalização de atividades culturais; (2) a interação social e a linguagem são fundamentais para o desenvolvimento dentro da Zona de Desenvolvimento Proximal; (3) a cultura influencia o desenvolvimento cognitivo por meio da internalização de sistemas simbólicos.
Este documento discute as contribuições da teoria histórico-cultural e da teoria da atividade para a educação atual. A teoria histórico-cultural, especialmente o pensamento de Vygotsky, enfatiza que o desenvolvimento humano é mediado cultural e historicamente. A teoria da atividade argumenta que o ensino deve promover o pensamento teórico por meio da aquisição de conhecimento teórico, em vez de apenas memorização. Juntos, esses enfoques fornecem uma base para organizar o ensino de forma a
O documento discute a concepção de desenvolvimento de Vygotsky, enfatizando a integração entre os aspectos natural e cultural. Aborda os conceitos de mediação e a relação entre linguagem e pensamento, e como isso se reflete na formação de conceitos, importante para entender a relação entre aprendizagem e desenvolvimento.
1) O documento discute a teoria histórico-cultural do desenvolvimento de Vygotsky e como ela contribui para a construção de conceitos científicos em sala de aula.
2) Vygotsky defendia que o desenvolvimento é um processo de internalização onde significados sociais são incorporados individualmente.
3) A zona de desenvolvimento proximal descreve a diferença entre o que a criança consegue fazer sozinha e o que consegue fazer com ajuda, e é fundamental para o processo de ensino-aprendizagem.
Este documento fornece uma fundamentação teórica sobre comunicação matemática em três frases:
1) A comunicação matemática é um processo social onde os participantes interagem e influenciam-se mutuamente ao trocar informações e negociar significados.
2) Existem diferentes perspectivas sobre comunicação matemática, incluindo abordagens unidirecionais, contributivas, reflexivas e instrutivas.
3) As metáforas da aquisição e da participação oferecem lentes teóricas úteis para interpretar a complexidade das interações nos ambient
Teoria da ação comunicativa no contexto da ciberculturaEdigar Diniz
O documento discute a Teoria da Ação Comunicativa no contexto da Cibercultura. A teoria enfatiza o diálogo e participação visando emancipação dos alunos. O documento sugere que ferramentas digitais como fóruns e GeoGebra podem facilitar o diálogo e participação on-line, ajudando na aplicação da teoria.
Teorias sociocríticas - Teoria da Ação Comunicativa e a CiberculturaSefeAguiar
O documento discute a Teoria da Ação Comunicativa de Habermas e como ela se relaciona com a cibercultura na educação. A teoria defende que o diálogo e a participação levam à emancipação dos alunos. A cibercultura mediada pela internet é parte do novo ambiente comunicacional e cultural do século 21. Ao aliar a teoria com a cibercultura, os professores podem promover a inclusão social dos alunos ao incentivá-los a interagir online.
1) O texto discute a importância da alfabetização para a inserção dos indivíduos em esferas não-cotidianas da vida social, como ciência, arte e filosofia. 2) A alfabetização permite o desenvolvimento dos conceitos científicos, que por sua vez influenciam positivamente o desenvolvimento intelectual. 3) Segundo Vigotski, a aprendizagem da escrita na idade escolar desencadeia o amadurecimento de funções psicológicas superiores necessárias para a apropriação de conceitos.
1. O documento discute os conceitos e modelos de metacognição, incluindo as contribuições iniciais de Flavell e o modelo de dois níveis de Nelson e Narens.
2. A metacognição envolve o conhecimento sobre processos cognitivos, o monitoramento desses processos e a auto-regulação. Existem diversas abordagens teóricas e pesquisas em diferentes domínios como aprendizagem, saúde e cultura.
3. As pesquisas sobre metacognição enfrentam desafios em isolar variáveis
1. A teoria de Vygotsky enfatiza o desenvolvimento humano como um processo sócio-histórico, com foco na linguagem e aprendizagem. Sua teoria é conhecida como histórico-cultural.
2. Vygotsky argumenta que a aprendizagem promove o desenvolvimento através da zona de desenvolvimento proximal, que é a distância entre o que a criança consegue fazer sozinha e o que pode alcançar com a ajuda de outras pessoas.
3. O papel do professor é fundamental como mediador deste processo, desafiando
Este documento discute aspectos da alfabetização na perspectiva da psicologia histórico-social de Vigotski. Aborda como a compreensão da linguagem escrita emerge a partir da oral e como a criança desenvolve controle sobre seus processos de aprendizagem através da mediação social. Também analisa a evolução do processo de escrita da criança, desde rabiscos até a escrita simbólica, e a importância da tutoria do professor nesse processo.
As três principais teorias sobre a aquisição da linguagem discutidas no documento são: (1) o construtivismo cognitivo de Piaget, que vê a linguagem como resultado da construção da inteligência através da interação com o ambiente; (2) o interacionismo social de Vygotsky, que enfatiza a interação entre a criança e outras pessoas; (3) a visão sociocognitiva, que une os aspectos social e cognitivo e vê a compreensão da intenção comunicativa como fundamental para a aquisição da linguagem.
Moreira, marco antônio. aprendizagem significativa; a teoria de david ausubel...Gideão Prado
A União Europeia está considerando novas regras para veículos autônomos. As regras propostas exigiriam que os fabricantes de veículos autônomos assumam mais responsabilidade por acidentes e forneçam mais dados sobre o desempenho do veículo para reguladores. Os fabricantes teriam que mostrar que sistemas autônomos são seguros antes de colocá-los à venda.
O documento discute a hipótese inatista de aquisição da linguagem proposta por Noam Chomsky nos anos 1950. A hipótese sugere que as crianças nascem geneticamente programadas para adquirir linguagem. No entanto, a abordagem é criticada por negligenciar fatores sociais, comunicativos, históricos e culturais que também influenciam o processo de aquisição da linguagem. O artigo analisa os aspectos destacados e negligenciados pela hipótese inatista.
O documento discute duas concepções sobre o desenvolvimento humano: inatismo e ambientalismo. O inatismo acredita que as características humanas são determinadas biologicamente ao nascer. Já o ambientalismo vê o homem como uma "tábula rasa" que se desenvolve a partir das experiências sensoriais com o meio ambiente.
Este documento discute as implicações epistemológicas e pedagógicas do construtivismo de Jean Piaget. Segundo o resumo, o conhecimento é resultado da percepção do sujeito e das estruturas inatas de cada um. Do ponto de vista pedagógico, defende-se uma abordagem não-diretiva na qual o professor atua como facilitador e os alunos constroem o conhecimento de forma autônoma e colaborativa.
O documento discute as funções da linguagem e o pensamento de crianças entre 0 e 11 anos de idade. Apresenta como a linguagem egocêntrica diminui com a idade e na presença de outras crianças ou adultos. Também descreve os estágios de conversa entre crianças de 4 a 7 anos, desde falar de assuntos diferentes até justificar posicionamentos logicamente.
1. O documento apresenta uma proposta de ensino da gravitação universal para alunos do ensino médio utilizando a história da física.
2. A história da física é apresentada desde Aristóteles, passando pela queda dos corpos até chegar à formulação da lei da gravitação universal por Newton.
3. O método proposto foi aplicado experimentalmente em uma escola no Rio de Janeiro, porém os resultados apresentados são preliminares.
1) O documento discute a importância da aprendizagem significativa crítica, que envolve questionar conceitos e desenvolver uma postura crítica, para sobreviver na sociedade contemporânea em constante mudança.
2) O autor argumenta que a educação ainda promove conceitos ultrapassados e não ajuda os alunos a lidar com a incerteza, e propõe que a aprendizagem significativa deve ser subversiva e crítica.
3) A aprendizagem significativa crítica envolve a interação entre novos e antigos conhec
Este artigo discute como a compreensão moderna da mente humana influencia a educação. Ao longo da história, houve debates sobre qual órgão do corpo era responsável pelo pensamento. Agora sabemos que é o cérebro. Recentes descobertas nas neurociências mostraram que emoções são essenciais para a aprendizagem. O artigo argumenta que é necessário ir além de uma abordagem puramente cognitiva na educação para promover o aprendizado complexo.
Jean Piaget desenvolveu uma teoria do desenvolvimento da inteligência humana com base em observações científicas. Ele descreveu estágios de desenvolvimento da infância à adolescência, mostrando como as crianças constroem gradualmente sua compreensão do mundo por meio da interação com o meio ambiente.
O documento discute as teorias de desenvolvimento humano de Vygotsky, enfatizando que: (1) o desenvolvimento é um processo sócio-histórico de internalização de atividades culturais; (2) a interação social e a linguagem são fundamentais para o desenvolvimento dentro da Zona de Desenvolvimento Proximal; (3) a cultura influencia o desenvolvimento cognitivo por meio da internalização de sistemas simbólicos.
Este documento discute as contribuições da teoria histórico-cultural e da teoria da atividade para a educação atual. A teoria histórico-cultural, especialmente o pensamento de Vygotsky, enfatiza que o desenvolvimento humano é mediado cultural e historicamente. A teoria da atividade argumenta que o ensino deve promover o pensamento teórico por meio da aquisição de conhecimento teórico, em vez de apenas memorização. Juntos, esses enfoques fornecem uma base para organizar o ensino de forma a
O documento discute a concepção de desenvolvimento de Vygotsky, enfatizando a integração entre os aspectos natural e cultural. Aborda os conceitos de mediação e a relação entre linguagem e pensamento, e como isso se reflete na formação de conceitos, importante para entender a relação entre aprendizagem e desenvolvimento.
1) O documento discute a teoria histórico-cultural do desenvolvimento de Vygotsky e como ela contribui para a construção de conceitos científicos em sala de aula.
2) Vygotsky defendia que o desenvolvimento é um processo de internalização onde significados sociais são incorporados individualmente.
3) A zona de desenvolvimento proximal descreve a diferença entre o que a criança consegue fazer sozinha e o que consegue fazer com ajuda, e é fundamental para o processo de ensino-aprendizagem.
Este documento fornece uma fundamentação teórica sobre comunicação matemática em três frases:
1) A comunicação matemática é um processo social onde os participantes interagem e influenciam-se mutuamente ao trocar informações e negociar significados.
2) Existem diferentes perspectivas sobre comunicação matemática, incluindo abordagens unidirecionais, contributivas, reflexivas e instrutivas.
3) As metáforas da aquisição e da participação oferecem lentes teóricas úteis para interpretar a complexidade das interações nos ambient
Teoria da ação comunicativa no contexto da ciberculturaEdigar Diniz
O documento discute a Teoria da Ação Comunicativa no contexto da Cibercultura. A teoria enfatiza o diálogo e participação visando emancipação dos alunos. O documento sugere que ferramentas digitais como fóruns e GeoGebra podem facilitar o diálogo e participação on-line, ajudando na aplicação da teoria.
Teorias sociocríticas - Teoria da Ação Comunicativa e a CiberculturaSefeAguiar
O documento discute a Teoria da Ação Comunicativa de Habermas e como ela se relaciona com a cibercultura na educação. A teoria defende que o diálogo e a participação levam à emancipação dos alunos. A cibercultura mediada pela internet é parte do novo ambiente comunicacional e cultural do século 21. Ao aliar a teoria com a cibercultura, os professores podem promover a inclusão social dos alunos ao incentivá-los a interagir online.
1) O texto discute a importância da alfabetização para a inserção dos indivíduos em esferas não-cotidianas da vida social, como ciência, arte e filosofia. 2) A alfabetização permite o desenvolvimento dos conceitos científicos, que por sua vez influenciam positivamente o desenvolvimento intelectual. 3) Segundo Vigotski, a aprendizagem da escrita na idade escolar desencadeia o amadurecimento de funções psicológicas superiores necessárias para a apropriação de conceitos.
1. O documento discute os conceitos e modelos de metacognição, incluindo as contribuições iniciais de Flavell e o modelo de dois níveis de Nelson e Narens.
2. A metacognição envolve o conhecimento sobre processos cognitivos, o monitoramento desses processos e a auto-regulação. Existem diversas abordagens teóricas e pesquisas em diferentes domínios como aprendizagem, saúde e cultura.
3. As pesquisas sobre metacognição enfrentam desafios em isolar variáveis
1. A teoria de Vygotsky enfatiza o desenvolvimento humano como um processo sócio-histórico, com foco na linguagem e aprendizagem. Sua teoria é conhecida como histórico-cultural.
2. Vygotsky argumenta que a aprendizagem promove o desenvolvimento através da zona de desenvolvimento proximal, que é a distância entre o que a criança consegue fazer sozinha e o que pode alcançar com a ajuda de outras pessoas.
3. O papel do professor é fundamental como mediador deste processo, desafiando
Este documento discute aspectos da alfabetização na perspectiva da psicologia histórico-social de Vigotski. Aborda como a compreensão da linguagem escrita emerge a partir da oral e como a criança desenvolve controle sobre seus processos de aprendizagem através da mediação social. Também analisa a evolução do processo de escrita da criança, desde rabiscos até a escrita simbólica, e a importância da tutoria do professor nesse processo.
As três principais teorias sobre a aquisição da linguagem discutidas no documento são: (1) o construtivismo cognitivo de Piaget, que vê a linguagem como resultado da construção da inteligência através da interação com o ambiente; (2) o interacionismo social de Vygotsky, que enfatiza a interação entre a criança e outras pessoas; (3) a visão sociocognitiva, que une os aspectos social e cognitivo e vê a compreensão da intenção comunicativa como fundamental para a aquisição da linguagem.
Moreira, marco antônio. aprendizagem significativa; a teoria de david ausubel...Gideão Prado
A União Europeia está considerando novas regras para veículos autônomos. As regras propostas exigiriam que os fabricantes de veículos autônomos assumam mais responsabilidade por acidentes e forneçam mais dados sobre o desempenho do veículo para reguladores. Os fabricantes teriam que mostrar que sistemas autônomos são seguros antes de colocá-los à venda.
O documento discute a hipótese inatista de aquisição da linguagem proposta por Noam Chomsky nos anos 1950. A hipótese sugere que as crianças nascem geneticamente programadas para adquirir linguagem. No entanto, a abordagem é criticada por negligenciar fatores sociais, comunicativos, históricos e culturais que também influenciam o processo de aquisição da linguagem. O artigo analisa os aspectos destacados e negligenciados pela hipótese inatista.
O documento discute duas concepções sobre o desenvolvimento humano: inatismo e ambientalismo. O inatismo acredita que as características humanas são determinadas biologicamente ao nascer. Já o ambientalismo vê o homem como uma "tábula rasa" que se desenvolve a partir das experiências sensoriais com o meio ambiente.
Este documento discute as implicações epistemológicas e pedagógicas do construtivismo de Jean Piaget. Segundo o resumo, o conhecimento é resultado da percepção do sujeito e das estruturas inatas de cada um. Do ponto de vista pedagógico, defende-se uma abordagem não-diretiva na qual o professor atua como facilitador e os alunos constroem o conhecimento de forma autônoma e colaborativa.
O documento discute as funções da linguagem e o pensamento de crianças entre 0 e 11 anos de idade. Apresenta como a linguagem egocêntrica diminui com a idade e na presença de outras crianças ou adultos. Também descreve os estágios de conversa entre crianças de 4 a 7 anos, desde falar de assuntos diferentes até justificar posicionamentos logicamente.
1) O documento discute o ensino mediado por computadores à luz das teorias do desenvolvimento de Piaget, Wallon e Vygotsky.
2) Segundo Vygotsky, o conhecimento é construído socialmente através da interação e da linguagem. Os computadores podem facilitar esta construção coletiva do conhecimento.
3) A integração de computadores na escola pode estimular a investigação, a descoberta e a formação de alunos autônomos, desde que o professor guie os alunos e estimule o pensamento crí
O documento discute as principais correntes e teóricos da psicologia do desenvolvimento humano. Aborda o inatismo de pensadores como Platão e Descartes, o ambientalismo de Skinner e sua máquina de ensinar, o construtivismo de Piaget e Vigotsky com suas teorias sobre as fases cognitivas, e ainda as contribuições de Wallon ao entender o desenvolvimento a partir de uma perspectiva genética e afetiva.
1) Piaget descreve os estágios do desenvolvimento cognitivo da criança, incluindo o estágio sensório-motor, pré-operatório e operatório-concreto.
2) Vygotsky argumenta que o desenvolvimento é um processo social e que a aprendizagem ocorre por meio da mediação de outros.
3) Wallon explica que o desenvolvimento é influenciado pela afetividade, inteligência, raciocínio simbólico e linguagem, e movimentos da criança.
Quadro comparativo das concepções de aprendizagem entre os teóricos piaget, v...LD35
As três teorias da aprendizagem comparadas no documento são:
1) Piaget viu o desenvolvimento como estágios cognitivos sequenciais e a aprendizagem como construída individualmente.
2) Vygotsky destacou a mediação social e cultural no desenvolvimento e a zona proximal de desenvolvimento.
3) Wallon considerou influências orgânicas, afetivas e socioculturais no desenvolvimento de forma descontínua em estágios.
O documento apresenta as principais teorias da aprendizagem e modelos pedagógicos, incluindo comportamentalismo, cognitivismo, construtivismo, Vygotsky, Piaget, Bruner, Wallon, cognição distribuída, cognição situada, comunidades de prática, Dewey e Paulo Freire. As teorias buscam entender como ocorre a aprendizagem, o papel do professor e contexto social, e enfatizam que os alunos constroem ativamente o conhecimento com base em suas experiências.
Teorias Da Aprendizagem Material Para Alunosneliane frança
O documento discute diversas teorias da aprendizagem, incluindo: (1) teorias comportamentais que enfatizam estímulo-resposta; (2) teorias cognitivas que veem a aprendizagem como resolução de problemas; e (3) teorias construtivistas que destacam a aprendizagem como construção ativa de conhecimento por meio da interação com o meio.
O documento discute a comunicação humana e alternativa, definindo-a como qualquer forma de comunicação que possa complementar ou substituir a fala. A comunicação alternativa envolve o uso de gestos, símbolos e outros meios para permitir a interação de pessoas com deficiências que afetam a fala. O documento também reflete sobre como os professores podem identificar alunos que podem se beneficiar de recursos de comunicação alternativa.
O documento discute as teorias behaviorista, inatista e interacionista sobre o desenvolvimento da linguagem oral e escrita na criança. Aprendemos com os adultos através de imitação, mas também criamos estruturas linguísticas. A linguagem escrita se desenvolve após a oral e requer muita leitura e prática para ser dominada.
Gêneros do discurso o que os pcns dizem e o que a prática escolar revelaFrancimeire Cesario
A educação deve ser concebida como um processo de formação/transformação que se realiza a
partir de experiências vividas pelos sujeitos nos diversos espaços educativos a que têm acesso (família,
trabalho, escola...), na interação com o mundo e com as pessoas que fazem parte do seu universo cultural.
O documento discute conceitos-chave da linguística textual como língua, texto, discurso e gênero. A língua é vista como uma atividade sociointerativa situada. Texto é definido como um evento comunicativo onde convergem ações lingüísticas, sociais e cognitivas. Discurso e gênero são elementos que regulam a atividade da enunciação e a produção textual.
Tomando como referência o capítulo “Pensamento e palavra”, onde Vigotsky (2001) elucida a relação interior entre pensamento e palavra, considerando tanto a história da espécie humana como a do ser humano, até chegar a uma concepção de consciência sócio-histórica, discorremos sobre o desenvolvimento humano se dar nas trocas entre parceiros sociais, através de interação e mediação, onde a linguagem tem papel fundamental. Nessa abordagem sociointeracionista, a linguagem é antes de tudo social, funcionando como um instrumento complexo para viabilizar a comunicação e a vida em sociedade. Pensamento e palavra não revelam relação e dependência entre suas raízes genéticas, mas surgem e se constituem unicamente no processo do desenvolvimento histórico da consciência humana. De posse desse conceito de consciência, podemos intuir sobre o que os educadores poderiam fazer nas suas práticas profissionais.
1) O documento discute como a linguagem é influenciada por estereótipos através da generalização de experiências que formam conceitos prévios.
2) O pensamento depende da linguagem para ser comunicado, e diferentes culturas desenvolvem sistemas lingüísticos únicos.
3) A linguagem é modelada pelo meio social e cultural, levando ao desenvolvimento de diferentes dialetos e níveis de fala.
Este documento apresenta um resumo de um caderno de resumos de um workshop sobre linguística sistêmico-funcional. O documento lista os minicursos que serão oferecidos no workshop, que abordarão tópicos como apraisal, tema e leitura e escrita para aprendizagem em diferentes disciplinas. A conferência de abertura discutirá a gramática metafórica interpessoal.
Este documento discute a interdisciplinaridade na educação à luz do paradigma da intersubjetividade linguística. Primeiramente, apresenta diferentes níveis de significado do termo interdisciplinaridade e a dificuldade em definí-lo. Em seguida, descreve os objetivos gerais e específicos da pesquisa, que são refletir concepções epistemológicas ancoradas na linguagem para pensar as relações entre interdisciplinaridade e educação. Por fim, apresenta o referencial teórico, discutindo a visão hermenê
O documento discute a linguagem e seu papel no desenvolvimento humano e na aquisição de conhecimento. Aborda teorias como a de Chomsky sobre a capacidade linguística inata e a hipótese de Sapir-Whorf sobre a influência da linguagem na formação da visão de mundo. Também discute como a linguagem molda a identidade social e a resolução de conflitos por meio da mediação.
O silêncio é de ouro e a palavra é de prata considerações ...Clóvis Gualberto
Somos constituídos eminentemente pela força
criadora da linguagem e é justamente ela que nos caracteriza como “seres humanos”; a criatividade linguística faz com que nos destaquemos em meio a todos os outros animais.
TCC AS CONCEPÇÕES DE LÍNGUAGEM: Diagnóstico para proposta de intervenção no c...Joyce Nascimento
O documento discute a importância da interação na relação professor-aluno e as dificuldades encontradas nessa relação em algumas escolas. Apresenta teorias sócio-interacionistas que defendem a importância da linguagem e da interação social no processo de aprendizagem. Argumenta que atividades que estimulem a participação dos alunos e sua interação com problemas sociais reais podem melhorar o ensino e a aprendizagem.
O documento discute teorias da linguagem e aprendizagem, incluindo concepções mecanicistas, inatistas e interacionistas. A concepção mecanicista vê a aprendizagem como resultado da associação estímulo-resposta, enquanto a inatista defende que habilidades linguísticas são inatas. A interacionista enfatiza a interação social na aquisição da linguagem. Estudos psicolinguísticos examinam como fatores neurológicos e socioafetivos influenciam a aprendizagem da linguagem.
Psicolinguística: algumas teorias sobre a aquisição da linguagem Wagner da Matta
Esta aula foi ministrada num curso de Psicolinguística e apresenta diversas teorias que explicam a aquisicao da linguagem do social ao biológico, sem contudo privilegiar um ou outro..
O documento discute a Teoria da Autopoiese de Humberto Maturana e como ela pode contribuir para os estudos sobre os processos de ensino e aprendizagem em Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVA). A teoria enfatiza que a cognição é um fenômeno biológico de interações recíprocas e que a linguagem coordena as ações consensuais em sociedade. Também argumenta que o aluno é um sistema autônomo no processo de construção do conhecimento.
Linguística da enunciação e ergologia: um diálogo possível.geepunisinos
TEIXEIRA, T. M. L. ; CABRAL, Éderson de Oliveira . Linguística da enunciação e ergologia: um diálogo possível. Educação Unisinos, v. 13, p. 236-245, 2009.
Esquema de estudo sobre leitura e produçaõ de textos e as novas ti cslEveline Sol
[1] O documento discute conceitos de língua, fala e discurso segundo diferentes teóricos como Saussure, Chomsky e Bakhtin. [2] Aborda também as funções da linguagem de acordo com Buhler e Jakobson e a visão sociointeracionista da linguagem a partir da década de 1980. [3] Defende que o ensino do Português deve se organizar em práticas como leitura, produção e análise de textos valorizando a experiência do aluno.
A Linguagem a Cultura e a Comunicação de Vigostki a Silverstone - LP IJulia Travaglini
Trabalho realizado na disciplina de Língua Portuguesa - Redação e Expressão Oral I, orientado pela Profa. Dra. Roseli Fígaro, pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo.
A teoria de Chomsky defende que as capacidades linguísticas humanas são inatas, enquanto Vygotsky argumenta que a linguagem e o pensamento se desenvolvem através da interação social. Vygotsky acredita que o aprendizado precede e acelera o desenvolvimento, ao contrário de Chomsky que vê o desenvolvimento como pré-requisito para a aprendizagem. As abordagens pedagógicas também diferem, com Chomsky enfatizando capacidades inatas e Vygotsky defendendo que a interação social na escola é fundamental para a construção do conhecimento.
1) O documento apresenta as aulas de Comunicação Aplicada ministradas pela professora Carolina Lara Kallas, incluindo conceitos como comunicação, semiótica, linguagem e ideologia.
2) São apresentados teóricos e conceitos da semiótica como Pierce e Saussure, dividindo o signo em significante e significado.
3) São fornecidas referências e links para pesquisa sobre os temas abordados.
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O documento fornece instruções sobre o uso do portal do professor, incluindo como observar o status do plano de ensino, preencher e atualizar o plano de ensino, importar planos de ensino e aulas, gerenciar frequências e notas dos alunos, e enviar recados.
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1. LINGUAGEM E APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA1
Marco Antonio Moreira
Instituto de Física da UFRGS
Caixa Postal 15051, Campus
91501-970 Porto Alegre, RS
moreira@if.ufrgs.br
www.if.ufrgs.br/~moreira
Resumo
Este texto busca destacar o papel da linguagem na aprendizagem significativa,
particularmente na educação em ciências. Para isso, recorre-se às posturas teóricas de David
Ausubel, Lev Vygotsky, Gérard Vergnaud, D. B. Gowin, Philip Johnson-Laird, Neil Postman
e Humberto Maturana. Faz-se uma breve descrição das idéias desses autores no que se refere
à linguagem e procura-se inferir implicações para uma aprendizagem significativa em
ciências.
Palavras-chave: linguagem, aprendizagem significativa, educação em ciências.
Abstract
This paper attempts to emphasize the role of language in meaningful learning,
particularly in science education. In order to do this, theoretical views of David Ausubel, Lev
Vygotsky, Gérard Vergnaud, D. B. Gowin, Philip Johnson-Laird, Neil Postman, and
Humberto Maturana are used as support. A brief description of the ideas of these authors
regarding language is made and implications for meaningful learning in science are inferred.
Key-words: language, meaningful learning, science education.
Introdução
O objetivo deste texto é o de destacar o papel da linguagem na aprendizagem
significativa, em particular na sala de aula de ciências. Para isso, parte-se do conceito de
aprendizagem significativa segundo Ausubel (1968) e de como ele, em sua teoria, situa a
linguagem como essencial para a conceitualização. Na mesma linha da grande relevância da
linguagem para a conceitualização, aborda-se, a seguir, posturas teóricas de Vygotsky (1987,
1988) e Vergnaud (1990, 1993). Passa-se, então, ao compartilhar significados de Gowin
(1981) e aos modelos mentais de Johnson-Laird (1983). Em ambos os enfoques, a linguagem
está fundamentalmente presente, mas é nas posturas de Postman (1969) e Maturana (2001),
apresentadas na seqüência, que a linguagem é colocada no ápice: para o primeiro, o
conhecimento é linguagem e para o segundo existimos na linguagem.Ao final, retoma-se o
tema aprendizagem significativa e linguagem, a modo de conclusão.
Aprendizagem significativa e linguagem
1
Conferência de encerramento do IV Encontro Internacional sobre Aprendizagem Significativa, Maragogi, AL,
Brasil, 8 a 12 de setembro de 2003. Versão revisada e ampliada de participação em mesa redonda sobre
Linguagem e Cognição na Sala de Aula de Ciências, realizada durante o II Encontro Internacional Linguagem,
Cultura e Cognição, Belo Horizonte, MG, Brasil, 16 a 18 de julho de 2003.
2. 2
Aprendizagem significativa é, obviamente, aprendizagem com significado. Mas isso
não ajuda muito, é redundante. É preciso entender que a aprendizagem é significativa quando
novos conhecimentos (conceitos, idéias, proposições, modelos, fórmulas) passam a significar
algo para o aprendiz, quando ele ou ela é capaz de explicar situações com suas próprias
palavras, quando é capaz de resolver problemas novos, enfim, quando compreende. Essa
aprendizagem se caracteriza pela interação entre os novos conhecimentos e aqueles
especificamente relevantes já existentes na estrutura cognitiva do sujeito que aprende, os
quais constituem, segundo Ausubel e Novak (1980), o mais importante fator para a
transformação dos significados lógicos, potencialmente significativos, dos materiais de
aprendizagem em significados psicológicos. O outro fator de extrema relevância para a
aprendizagem significativa é a predisposição para aprender, o esforço deliberado, cognitivo e
afetivo, para relacionar de maneira não arbitrária e não literal os novos conhecimentos à
estrutura cognitiva.
Nesta breve introdução ao significado de aprendizagem significativa, fica claro que
três conceitos estão nela envolvidos – significado, interação e conhecimento – e subjacente a
eles está a linguagem2. (Outro conceito-chave seria a predisposição para aprender, mas o
deixarei fora de argumentação porque suporei que é uma condição para aprendizagem
significativa e que, pelo menos em parte, depende dos três outros, no sentido de que a
ocorrência de aprendizagem significativa gera predisposição para aprendizagem significativa.)
O significado está nas pessoas, não nas coisas ou eventos. É para as pessoas que sinais,
gestos, ícones e, sobretudo, palavras (e outros símbolos) significam algo. Está aí a linguagem,
seja ela verbal ou não. Sem a linguagem o desenvolvimento e transmissão de significados
compartilhados seria praticamente impossível. A interação referida antes é entre os novos
conhecimentos e aqueles especificamente relevantes já existentes na estrutura cognitiva com
um certo grau de clareza e estabilidade, mas essa interação é usualmente mediada por outra,
na qual a linguagem tem papel fundamental, a interação pessoal. O conhecimento, bem, o
conhecimento é linguagem; a chave da compreensão de um conhecimento, de um conteúdo,
ou mesmo de uma disciplina, é conhecer sua linguagem. As inter-relações entre tais conceitos
estão diagramadas no mapa conceitual apresentado na Figura 1.
Figura 1. Um mapa conceitual para aprendizagem significativa e linguagem (M.A. Moreira,
2003)
2
Entendida como sistema articulado de signos, e estes como indicadores, icônicos ou simbólicos.
3. 3
Estes três conceitos – significado, interação e conhecimento – serão retomados com
mais detalhe logo adiante sempre enfocando a questão da linguagem que subjaz a eles e
buscando ter o ensino de ciências como pano de fundo, mas não necessariamente. Antes, não
há como deixar de mencionar o papel crucial da linguagem na conceitualização, na formação
de conceitos, na aprendizagem significativa de conceitos.
Conceitualização e linguagem
Conceitos estão na base do pensamento humano, do raciocínio, do desenvolvimento
cognitivo. Segundo Ausubel (1968, p. 82), a aquisição da linguagem é que, em grande parte,
permite aos seres humanos a aquisição, por aprendizagem significativa receptiva, de uma
vasta quantidade de conceitos e princípios que, por si sós, poderiam nunca descobrir ao longo
de suas vidas. Por outro lado, o escopo e complexidade das idéias e conceitos adquiridos por
aprendizagem significativa torna possível, e promove, um nível de desenvolvimento cognitivo
que seria inconcebível sem a linguagem. Em virtude das cruciais contribuições que tanto o
poder representacional dos símbolos como os aspectos refinadores da verbalização trazem
para a conceitualização, a linguagem, evidentemente, determina assim como reflete, as
operações mentais (nível de funcionamento cognitivo envolvido na aquisição de conceitos
abstratos e de ordem superior) (Ausubel, 1968, p. 523).
Referindo-se especificamente às palavras, Ausubel argumenta que é somente porque
significados complexos podem ser representados por palavras isoladas que são possíveis as
operações combinatórias e transformativas – de abstração, categorização, diferenciação e
generalização – de conceitos conhecidos em novas conceitualizações. Idéias genéricas
simplesmente não são suficientemente manipuláveis para levar a cabo tais operações. É a
exploração da manipulabilidade única das representações simbólicas que permite a construção
de novos conceitos e proposições que transcendem largamente – em termos de inclusividade,
generalidade, clareza e precisão – o nível de abstração que poderia ser atingido se os
conceitos não fossem representados por palavras, se não tivessem nome. (op. cit. p. 82)
Pensamento e linguagem
Segundo Vygotsky (1987, 1988), em palavras de Pino Sirgado (2000, p. 39),
diferentemente dos animais, sujeitos aos mecanismos instintivos de adaptação, os seres
humanos criam instrumentos e sistemas de signos cujo uso lhes permite transformar e
conhecer o mundo, comunicar suas experiências e desenvolver novas funções psicológicas.
No processo de desenvolvimento cognitivo, o ser humano vai reconstituindo internamente,
vai se aproximando, (d)o que já foi desenvolvido pela espécie e, eventualmente, passa a
contribuir na criação de novos instrumentos e signos. Esse processo de
interiorização/apropriação é mediado por interações e intercomunicações sociais, nas quais a
linguagem é fundamental.
As funções psíquicas humanas têm origem nos processos sociais (op.cit., p.41); para
Vygotsky, essas funções são relações sociais interiorizadas. Signos são sinais que remetem ao
objeto sinalizado em virtude, unicamente, da relação artificial e variável que o homem
estabelece entre eles (op.cit., p. 40). Conseqüentemente, o processo de interiorização implica
uma mediação essencialmente humana. É uma mediação semiótica, na qual a linguagem e, em
particular, a palavra, é essencial.
4. 4
A linguagem, como um sistema articulado de signos, construído socialmente ao longo
da história, veicula significados instituídos relativamente estáveis, embora mutáveis, o que
faz a polissemia das palavras. Entretanto, esses significados adquirem sua significação
concreta no contexto da interlocução (op.cit, p. 45).
Para Vygotsky, significado não é o mesmo que sentido. Para ele, o sentido é a soma
dos eventos psicológicos que a palavra evoca na consciência. É um todo fluido e dinâmico,
com zonas de estabilidade variável, uma das quais, a mais estável e precisa, é o significado
que é uma construção social, de origem convencional (ou sócio-histórica) e de natureza
relativamente estável (ibid.).
Ainda segundo Pino Sigardo (op. cit.), as alterações de sentido não afetam a
estabilidade do significado; as palavras adquirem sentido no contexto do discurso; logo, a
variação de contexto implica variação de sentido. Ao admitir a existência do sentido (na
palavra, na frase ou no enunciado), Vygotsky coloca a questão da significação do próprio
significado, afirmando o deslocamento deste em razão dos contextos (ibid.).
Na mediação semiótica essencial para a interiorização de signos, a palavra é o material
privilegiado, é o elemento comum entre locutor e interlocutor, é uma amálgama de
pensamento e linguagem, está sempre carregada de conteúdo ou de sentido ideológico, é uma
espécie de molécula do pensamento verbal, i.e., da intersecção entre pensamento e fala
(Tunes, 2000, p. 38). A palavra está presente em todos os atos de compreensão e em todos os
atos de interpretação. Todos os signos não verbais, embora não possam ser substituídos por
palavras, "banham-se no discurso", apoiam-se nas palavras e são acompanhadas por elas ...
a palavra não é uma coisa que o indivíduo possui, mas é mediação, elemento móvel e mutável
na dinâmica das interações verbais (Smolka, 2000, p. 65).
Naturalmente, se estamos falando de uma mediação semiótica essencialmente humana,
o diálogo é importante, mas diálogo não deve ser entendido apenas como alternância de
vozes, comunicação em voz alta de pessoas colocadas face a face, mas sim como toda a
comunicação verbal seja qual for o tipo, como o encontro e a incorporação de vozes em um
espaço e um tempo sócio-histórico, segundo Bakhtin (ibid.). Com base no conceito de
internalização de Vygotsky e no conceito de diálogo de Bakhtin, podemos dizer que estamos
em um terreno onde não só as relações sociais são, antes de tudo, linguagem, mas onde
linguagem/relações sociais constituem atividade mental (ibid.).
Como diz Novak (2000), a aprendizagem significativa subjaz à integração construtiva
de pensamentos, sentimentos e ações. Poderíamos inverter o argumento e dizer que a
integração construtiva de pensamentos, sentimentos e ações leva à aprendizagem
significativa. Aliás, isso reitera o que foi dito antes: a aprendizagem significativa implica
interação entre conhecimentos prévios e novos conhecimentos, um processo no qual estes
passam ter significados psicológicos e os primeiros podem adquirir novos significados, quer
dizer, implica pensamento. Mas se implica pensamento implica, fundamentalmente,
linguagem. As posições vygotskyanas abordadas nesta seção, nas palavras de autores que
escrevem sobre Vygotsky, deixam claro o papel indispensável da linguagem e da palavra na
mediação semiótica que, por sua vez, é indispensável à aprendizagem significativa de
quaisquer conteúdos, escolares ou não, constituídos de signos, e praticamente todos o são.
Provavelmente, a linguagem está também implicada nos sentimentos e ações requeridos pela
aprendizagem significativa, mas tais aspectos não serão aqui abordados.
5. 5
Invariantes operatórios e linguagem
Gérard Vergnaud (1990,1993; Moreira, 2002) é outro autor que atribui grande
importância à conceitualização e, nela, à linguagem. Ele toma como premissa que o
conhecimento está organizado em campos conceituais cujo domínio, por parte do sujeito,
ocorre ao longo de um largo período de tempo. Um campo conceitual é, sobretudo, um
conjunto de situações problemáticas cujo domínio requer o domínio de vários conceitos de
natureza distinta (Vergnaud, 1988, p. 141; 1990, p. 146). Em Física, por exemplo, há vários
campos conceituais – como o da Mecânica, o da Eletricidade e o da Termologia – que não
podem ser ensinados, de imediato, nem como sistemas de conceitos nem como conceitos
isolados. É necessário uma perspectiva desenvolvimentista à aprendizagem desses campos.
A teoria dos campos conceituais, desenvolvida por Vergnaud, supõe que o âmago do
desenvolvimento cognitivo é a conceitualização (Vergnaud, 1996, p. 118). É ela a pedra
angular da cognição. Logo, deve-se dar toda atenção aos aspectos conceituais dos esquemas
de assimilação e à análise conceitual das situações para as quais os alunos desenvolvem os
seus esquemas. Naturalmente, isso implica explicitar o significado de conceito no âmbito
dessa teoria.
Vergnaud define conceito como um tripleto de três conjuntos:
1. um conjunto de situações que dão sentido ao conceito;
2. um conjunto de invariantes (propriedades, relações, objetos) sobre os quais repousa a
operacionalidade do conceito, ou seja, um conjunto de invariantes que podem ser
reconhecidos e usados pelos sujeitos para analisar e dominar as situações do primeiro
conjunto;
3. um conjunto de representações simbólicas (linguagem natural, gráficos e diagramas,
sentenças formais, etc.) que podem ser usadas para indicar e representar esses
invariantes e, conseqüentemente, representar as situações e os procedimentos para
lidar com elas.
O primeiro conjunto – o de situações – é o referente do conceito, o segundo – o de
invariantes – é o significado do conceito e o terceiro – o de representações simbólicas – é o
seu significante.
Para estudar o desenvolvimento e uso de um conceito, ao longo da aprendizagem ou
de sua utilização, é necessário considerar esses três conjuntos simultaneamente. Não se pode
reduzir o significado nem ao significante nem às situações (referente). São as situações que
dão sentido ao conceito, mas um dado conceito não se refere a um só tipo de situação e uma
dada situação não pode ser analisada com um só conceito.
A linguagem está crucialmente envolvida nesses três conjuntos que definem conceito
segundo Vergnaud. No terceiro, porque o significante é ela própria. No segundo, porque para
construir o significado, ou para captá-lo, negociá-lo, ou compartilhá-lo, a linguagem é
essencial. E no primeiro porque, principalmente em sala de aula, as situações precisam ser
descritas e essa descrição envolve linguagem.
6. 6
Como foi dito, as situações dão sentido ao conceito. Mas quem dá sentido às
situações? São os esquemas. Vergnaud retoma o conceito piagetiano de esquema
interpretando-o como a organização invariante do comportamento para uma determinada
classe de situações (1990, p. 136; 1993, p.2). Um esquema é um invariante que é eficiente
para toda uma gama de situações e pode gerar diferentes seqüências de ação, de coleta de
informações e de controle, dependendo das características de cada situação particular. Não é o
comportamento que é invariante, mas a organização do comportamento. (1998, p. 172).
Certamente os esquemas envolvem conceitos, mas Vergnaud é específico ao definir o que
chama de ingredientes dos esquemas (1990, p. 136, 142; 1994, p. 46):
1.
2.
3.
4.
metas e antecipações;
regras de ação do tipo "se...então";
possibilidades de inferência (ou raciocínios);
invariantes operatórios (teoremas-em-ação e conceitos-em-ação).
Destes ingredientes, os invariantes operatórios constituem a base conceitual dos
esquemas. Eles fazem a articulação essencial entre teoria e prática, pois a percepção, a busca e
a seleção de informações, para dar sentido às situações, baseiam-se inteiramente no sistema de
conceitos-em-ação disponíveis para o sujeito (objetos, atributos, relações, condições,
circunstâncias,...) e nos teoremas-em-ação subjacentes à sua conduta.
As expressões conceito-em-ação e teorema-em-ação designam os conhecimentos
contidos nos esquemas. Teorema-em-ação é uma proposição considerada como verdadeira
sobre o real; conceito-em-ação é um predicado ou uma categoria de pensamento considerada
como pertinente. Eles constituem a base conceitual, implícita ou explícita, dos esquemas, que
permite obter a informação pertinente e, a partir dela e da meta a atingir, inferir as regras de
ação mais adequadas para abordar uma situação. São componentes essenciais dos esquemas.
Repetindo, esquema é a forma estrutural da atividade, é a organização invariante da
conduta do sujeito frente a uma classe de situações, e contém conhecimentos-em-ação.
Esquemas são fundamentais porque geram ações, incluindo operações intelectuais, mas
podem gerá-las porque contêm invariantes operatórios que formam o núcleo da representação.
O problema, particularmente no ensino, é que esses invariantes, os conhecimentos-emação (teoremas e conceitos-em-ação), são largamente implícitos. Na ciência, conceitos e
teoremas são explícitos e pode-se discutir sua pertinência e sua veracidade, mas não é esse o
caso dos invariantes operatórios. Segundo Vergnaud, conceitos e teoremas explícitos não
constituem mais do que a parte visível do iceberg da conceitualização: sem a parte escondida
formada pelos invariantes operatórios essa parte visível não seria nada. Reciprocamente, não
se pode falar de invariantes operatórios, sem a ajuda de categorias do conhecimento explícito:
proposições, objetos, argumentos (Vergnaud, 1990, p. 144).
Conceitos-em-ação e teoremas-em-ação podem, progressivamente, tornarem-se
verdadeiros conceitos e teoremas científicos. O status do conhecimento é muito diferente
quando ele é explicitado ao invés de ficar totalmente imerso na ação. O conhecimento
explícito pode ser comunicado a outros e discutido, o conhecimento implícito não.
Em geral, os alunos não são capazes de explicar ou mesmo expressar verbalmente seus
teoremas e conceitos-em-ação. Na abordagem de uma situação problemática, os dados a
serem trabalhados e a seqüência de cálculos a serem feitos dependem de teoremas em ação e
7. 7
da identificação de diferentes tipos de elementos pertinentes (conceitos-em-ação). A maior
parte desse conhecimento em ação permanece totalmente implícito, mas pode também ser
explícito ou explicitado e aí entra o ensino: ajudar o aluno a construir conceitos e teoremas
explícitos, e cientificamente aceitos, a partir do conhecimento implícito. É nesse sentido que
os conceitos-em-ação e teoremas-em-ação podem, progressivamente, tornarem-se verdadeiros
conceitos e teoremas científicos, mas isso pode levar muito tempo. Nesse processo de
explicitação do conhecimento implícito o professor tem um papel mediador fundamental.
Naturalmente, nessa mediação a linguagem é igualmente fundamental. Uma proposição
explícita pode ser debatida, uma proposição tida como verdadeira de maneira totalmente
implícita não. Assim, o caráter do conhecimento muda se for comunicável, debatido e
compartilhado.
Há um hiato entre a ação e a formalização da ação. Agimos com o auxílio de
invariantes operatórios sem expressá-los ou sem sermos capazes de expressá-los. A análise
cognitiva dessas ações muitas vezes revela a existência de potentes teoremas e conceitos-emação implícitos. Esse conhecimento, no entanto, não pode ser chamado, apropriadamente, de
conceitual, pois o conhecimento conceitual é necessariamente explícito (Vergnaud et al.,
1990, p. 20). Portanto, palavras e outros símbolos, sentenças e outras expressões simbólicas,
são instrumentos cognitivos indispensáveis para a transformação de invariantes operatórios,
implícitos, em conceitos e teoremas científicos explícitos. Quer dizer, a linguagem é
indispensável nesse processo. O ensino de ciências deve facilitar a transformação do
conhecimento implícito em explícito e para isso a linguagem é imprescindível.
Significados compartilhados e linguagem
Nesta seção tentarei mostrar que a linguagem é também essencial no processo de
captação de significados. Para isso usarei o que poderia ser chamado de "modelo de ensino de
D.B. Gowin" (Gowin, 1981; Moreira, 1999, p. 110-111).
D. B. Gowin é um autor muito conhecido por um instrumento heurístico que
desenvolveu para analisar a estrutura do processo de produção do conhecimento ou para
“desempacotar” conhecimentos documentados (por exemplo, em artigos de pesquisa), o
chamado “Vê de Gowin” ou “Vê epistemológico” (Novak e Gowin, 1984, 1988, 1996). Mas
sua teoria de educação, apresentada na obra Educating (Gowin, 1981), é muito mais do que o
Vê. Desta teoria, há uma parte que poderia ser chamada de “modelo de ensino de Gowin” e
que se assemelha muito a uma abordagem vygostkyana.
Gowin vê uma relação triádica entre professor, materiais educativos e aprendiz. Para
ele, um episódio de ensino-aprendizagem se caracteriza pelo compartilhar significados entre
aluno e professor, a respeito de conhecimentos veiculados por materiais educativos do
currículo. Usando materiais educativos do currículo, aluno e professor buscam congruência de
significados.
Em uma situação de ensino, o professor atua de maneira intencional para mudar
significados da experiência do aluno, utilizando materiais educativos do currículo. Se o aluno
manifesta uma disposição para aprender, ele/ela também atua intencionalmente para captar o
significado dos materiais educativos. O objetivo é compartilhar significados.
8. 8
O professor apresenta ao aluno os significados já compartilhados pela comunidade a
respeito dos materiais educativos do currículo. O aluno, por sua vez, deve devolver ao
professor os significados que captou. Se o compartilhar significados não é alcançado, o
professor deve, outra vez, apresentar, de outro modo, os significados aceitos no contexto da
matéria de ensino. O aluno, de alguma maneira, deve externalizar novamente os significados
que captou.
O processo continua até que os significados dos materiais educativos do currículo que
o aluno capta são aqueles que o professor pretende que eles tenham para o aluno. Aí, segundo
Gowin, se consuma um episódio de ensino.
Neste processo, professor e aluno têm responsabilidades distintas. O professor é
responsável por verificar se os significados que o aluno captou são aqueles compartilhados
pela comunidade de usuários da matéria de ensino. O aluno é responsável por verificar se os
significados que captou são aqueles que o professor pretendia que ele captasse, i.e., os
significados compartilhados no contexto da matéria de ensino.
Se é alcançado o compartilhar significados, o aluno está pronto para decidir se quer
aprender significativamente ou não. O ensino requer reciprocidade de responsabilidades,
porém aprender de maneira significativa é uma responsabilidade do aluno que não poder ser
compartilhada pelo professor.
Para aprender significativamente, o aluno tem que manifestar uma disposição para
relacionar, de maneira não-arbitrária e não-literal (substantiva), à sua estrutura cognitiva, os
significados que capta a respeito dos materiais educativos, potencialmente significativos, do
currículo.
Observe-se que o modelo de Gowin introduz a idéia de captar o significado como um
passo anterior à aprendizagem significativa. Note-se também que na última etapa do modelo
estão as condições originais de Ausubel para a aprendizagem significativa.
Evidentemente, para o intercâmbio e "negociação" de significados característicos
desse modelo de ensino, a linguagem é o instrumento básico. Sem ela, praticamente não
haveria captação de significados e, conseqüentemente, não haveria aprendizagem
significativa. Sem ela, o compartilhar significados seria praticamente impossível e, em
conseqüência, não haveria ensino. Um episódio de ensino ocorre quando professor e aluno
compartilham significados em relação aos materiais educativos do currículo. A interação
social é indispensável para a concretização desse episódio e nela a linguagem é
imprescindível.
Modelos mentais e linguagem
Modelo mental é um construto que teve bastante popularidade na literatura de pesquisa
em ensino de ciências nos anos noventa. A tal ponto que inclusive representações mentais
estáveis e bastante conhecidas – como esquemas, scripts e até mesmo as concepções
alternativas – passaram a ser chamadas de modelos mentais. Nessa perspectiva, não me parece
um construto útil; um modismo talvez. Porém, na ótica de Johnson-Laird (1983; Moreira,
1996), ao contrário, creio que é extremamente útil para explicar o que o sujeito constrói na
9. 9
memória de trabalho quando se depara com uma situação problemática nova para a qual seus
esquemas de assimilação não funcionam.
Para Johnson-Laird (1983), modelos mentais são representações internas que
constituem uma terceira via entre representações proposicionais e imagens. São análogos
estruturais de estados de coisas do mundo que podem ter aspectos tanto proposicionais como
imagísticos. São representações instáveis, não necessariamente precisas ou "corretas",
descartáveis, que o sujeito constrói na memória de trabalho quando compreende (ainda que à
sua maneira) a situação. O compromisso básico dos modelos mentais é a funcionalidade para
seu construtor. No entanto, eles são recursivos de modo que o indivíduo pode modificá-los
indefinidamente para alcançar a funcionalidade desejada ou para incorporar novas
informações. São instrumentos de compreensão que podem inclusive conter invariantes
operatórios (implícitos) que integram esquemas de assimilação do repertório de esquemas que
o sujeito já construiu e que podem, eventualmente, evoluir para novos esquemas de
assimilação (Greca e Moreira, 2002),
Resumindo, ao que me parece, a primeira representação interna que construímos
quando enfrentamos uma situação nova é um modelo mental dessa situação. No ensino de
ciências, por exemplo, quando propomos um problema (i.e., uma situação problemática) ao
aluno, ele ou ela tem que primeiramente construir um modelo mental dessa situação a fim de
pelo menos compreendê-la (ainda que a seu modo). Normalmente, esse problema é proposto
através de um enunciado verbal e aí entra o discurso lingüístico, quase sempre escrito.
Contudo, é bastante difícil construir modelos mentais a partir do discurso por que ele contém
muitas indeterminações e ambigüidades. Por exemplo, quando um enunciado diz "considere
uma partícula carregada atravessando um campo magnético" a frase está correta gramática e
semanticamente, mas se refere a uma situação altamente indeterminada. Não se sabe qual a
direção da partícula nem a direção do campo, nem se ele é uniforme ou não, e muito mais.
Quando o título de um seminário, ou de um livro é "O fim da ciência" não se sabe se o autor
falará do término, do ocaso, da ciência, ou de seu objetivo, sua meta maior. Trata-se de um
título ambíguo. Muitas vezes, o enunciado dos problemas contêm proposições ambíguas.
Dependendo do grau de indeterminação e/ou ambigüidade do discurso lingüístico presente no
enunciado, a construção de modelos mentais a respeito da situação descrita é simplesmente
impossível, inviabilizando qualquer procedimento de solução significativo.
A idéia de modelos mentais se insere em uma das suposições básicas – uma espécie de
postulado – da psicologia cognitiva contemporânea que é a de que seres humanos não captam
o mundo diretamente, eles o representam internamente (i.e., mentalmente). Já foi destacado
que muitas vezes o sujeito tem que construir modelos mentais a partir do discurso lingüístico
e isso é difícil ou, até mesmo, impossível. Mas a fonte primária para construção de modelos
mentais é a percepção. Então, para muitas situações, muitos estados de coisas do mundo,
seria, aparentemente, fácil construir modelos mentais funcionais. No ensino de ciências, por
exemplo, seria mais fácil para o aluno lidar com situações problemáticas experimentais, pois
poderia percebê-las diretamente e construir modelos mentais não só funcionais para si mesmo
mas também coerentes com os modelos conceituais científicos que se lhe quer ensinar.
Contudo, a percepção é em grande parte, e muito mais do que se pensava, função das
categorias lingüísticas disponíveis ao perceptor (Postman e Weingartner, 1969, p. 91).
10. 10
Percepção, conhecimento e linguagem
A linguagem está longe de ser neutra no processo de perceber, bem como no processo
de avaliar nossas percepções. Estamos acostumados a pensar que a linguagem “expressa”
nosso pensamento e que ela “reflete” o que vemos.Contudo, esta crença é ingênua e
simplista, a linguagem está totalmente implicada em qualquer e em todas nossas tentativas de
perceber a realidade (op.cit., p.99).
Cada linguagem, tanto em termos de seu léxico como de sua estrutura, representa uma
maneira singular de perceber a realidade. Praticamente tudo o que chamamos de
"conhecimento" é linguagem. Isso significa que a chave da compreensão de um
"conhecimento", ou de um "conteúdo" é conhecer sua linguagem. Uma "disciplina" é uma
maneira de ver o mundo, um modo de conhecer, e tudo o que é conhecido nessa "disciplina" é
inseparável dos símbolos (tipicamente palavras) em que é codificado o conhecimento nela
produzido. Ensinar Biologia, Matemática, História, Física, Literatura ou qualquer outra
"matéria" é, em última análise, ensinar uma linguagem, um jeito de falar e,
conseqüentemente, um modo de ver o mundo. (op. cit. p. 102).
Claro está que aprender uma nova linguagem implica novas possibilidades de
percepção. A ciência, por exemplo, é uma extensão, um refinamento, da habilidade humana
de perceber o mundo. Aprendê-la implica aprender sua linguagem e, em conseqüência, falar e
pensar diferentemente sobre o mundo.
Entra aqui a idéia de uma aprendizagem significativa crítica. Aprender um conteúdo
de maneira significativa é aprender sua linguagem, não só palavras -- outros signos,
instrumentos e procedimentos também -- mas principalmente palavras, de maneira substantiva
e não-arbitrária. Aprendê-la de maneira crítica é perceber essa nova linguagem como uma
outra maneira de perceber o mundo. O ensino deve buscar a facilitação dessa aprendizagem e,
aí, entra a cena o princípio da interação social e do questionamento: a aprendizagem da nova
linguagem é mediada pelo intercâmbio de significados, pela clarificação de significados,
enfim, pela negociação de significados que é feita através da linguagem humana. Não existe
nada entre seres humanos que não seja instigado, negociado, esclarecido, ou mistificado pela
linguagem, incluindo nossas tentativas de adquirir conhecimento (Postman, 1996, p. 123). A
linguagem é a mediadora de toda a percepção humana. O que percebemos é inseparável de
como falamos sobre o que abstraímos.
Um dos princípios da aprendizagem significativa crítica (Moreira, 2000) é o da
consciência semântica, o qual implica várias conscientizações.A primeira delas, e talvez a
mais importante de todas, é tomar consciência de que o significado está nas pessoas, não nas
palavras. Sejam quais forem os significados que tenham as palavras, eles foram atribuídos a
elas pelas pessoas. Contudo, as pessoas não podem dar às palavras significados que estejam
além de sua experiência. Observa-se aí, outra vez, a importância do conhecimento prévio, i.e.,
dos significados prévios na aquisição de novos significados. Quando o aprendiz não têm
condições, ou não quer, atribuir significados às palavras, a aprendizagem é mecânica, não
significativa.
A segunda conscientização necessária, e muito relacionada à primeira, é a de que as
palavras não são aquilo ao qual elas ostensivamente se referem. Quer dizer, a palavra não é
coisa (Postman e Weingartner, 1969, p. 106). Sempre que dissermos que uma coisa é, ela não
é. A palavra significa a coisa, representa a coisa.
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É preciso, também, ter consciência de que é variável a correspondência entre palavras
e referentes verificáveis, ou seja, há níveis de abstração variáveis. Algumas palavras são mais
abstratas ou gerais, outras são mais concretas ou específicas. Relacionado com isto está o que
se pode chamar de direção do significado: com palavras cada vez mais abstratas ou gerais
(i.e., cada vez mais distantes de referentes variáveis), a direção do significado é de fora para
dentro, i.e., mais intensional (interna), subjetiva, pessoal; com palavras cada vez mais
concretas e específicas (i.e., com referentes cada vez mais facilmente verificáveis), a direção
do significado vai de dentro para fora, i.e., mais extensional, objetiva, social. Significados
intensionais, subjetivos, pessoais, são ditos conotativos; significados extensionais, objetivos,
sociais são considerados denotativos. (op. cit, p. 107).
Outro tipo de consciência semântica necessária à aprendizagem significativa é o de
que, ao usarmos palavras para nomear as coisas, é preciso não deixar de perceber que os
significados das palavras mudam. O mundo está permanentemente mudando, mas a utilização
de nomes para as coisas, tende a "fixar" o que é nomeado. Quer dizer, a linguagem tem um
certo efeito fotográfico. Com as palavras tiramos "fotos" das coisas. Estas "fotos" tendem a
dificultar a percepção da mudança. Tendemos a continuar "vendo" a mesma coisa na medida
em que damos um nome a ela. Algo similar ocorre quando usamos nomes para classes de
coisas: é dificultada a percepção de diferenças individuais entre membros da classe nomeada.
Por exemplo, quando usamos o nome "adolescente" para uma determinada classe de
indivíduos, tendemos a percebê-los como se fossem todos iguais. O preconceito é uma
manifestação comum da falta desse tipo de consciência semântica. A supersimplificação, ou
seja, a atribuição de uma única causa a problemas complexos também o é. (op. cit., p.109).
O princípio da consciência semântica, embora abstrato, é muito importante para o
ensino e aprendizagem. Talvez seja mais fácil falar em significados. Como foi dito, segundo
Gowin (1981), um episódio de ensino se consuma quando aluno e professor compartilham
significados sobre os materiais educativos do currículo. Para aprender de maneira
significativa, o aluno deve relacionar, de maneira não-arbitrária e não-literal, à sua estrutura
prévia de significados aqueles que captou dos materiais potencialmente significativos do
currículo. Mas nesse processo, professor e aluno devem ter consciência semântica (i.e., o
significado está nas pessoas, as palavras significam as coisas em distintos níveis de abstração,
o significado tem direção, há significados conotativos e denotativos, os significados mudam).
No ensino, o que se busca, ou o que se consegue, é compartilhar significados denotativos a
respeito da matéria de ensino, mas a aprendizagem significativa tem como condição a
atribuição de significados conotativos, idiossincráticos (é isso que significa incorporação
não-literal do novo conhecimento à estrutura cognitiva). Porém, na medida em que o aprendiz
desenvolver aquilo que chamamos de consciência semântica, a aprendizagem poderá ser
significativa e crítica, pois, por exemplo, não cairá na armadilha da causalidade simples, não
acreditará que as respostas tem que ser necessariamente certas ou erradas, ou que as decisões
são sempre do tipo sim ou não. Ao contrário, o indivíduo que aprendeu significativamente
dessa maneira, pensará em escolhas ao invés de decisões dicotômicas, em complexidade de
causas ao invés de supersimplificações, em graus de certeza ao invés de certo ou errado.
Outro princípio da aprendizagem significativa crítica (Moreira, 200) é o da incerteza
do conhecimento. Este princípio também tem muito a ver com a linguagem. Segundo Postman
(1996, p. 175):
12. 12
Definições, perguntas e metáforas são três dos mais potentes elementos com os quais
a linguagem humana constrói uma visão de mundo. A aprendizagem significativa destes três
elementos só será da maneira que estou chamando de crítica quando o aprendiz perceber que
as definições são invenções, ou criações, humanas, que tudo o que sabemos tem origem em
perguntas e que todo nosso conhecimento é metafórico.
Perguntas são instrumentos de percepção. A natureza de uma pergunta (sua forma e
suas suposições) determinam a natureza da resposta. Poder-se-ia dizer que as perguntas
constituem o principal instrumento intelectual disponível para os seres humanos (op. cit. p.
173). Nosso conhecimento é, portanto, incerto pois depende das perguntas que fazemos sobre
o mundo. Mais ainda, para responder, muitas vezes observamos o mundo, mas a observação é
função do sistema de símbolos disponível ao observador. Quanto mais limitado esse sistema
de símbolos (i.e., essa linguagem) menos ele é capaz de “ver”. (Postman e Weingartner, 1969,
p. 121).
Definições são instrumentos para pensar e não têm nenhuma autoridade fora do
contexto para o qual foram inventadas. No entanto, os alunos não são ensinados de modo a
perceber isso. Desde o início da escolarização até a pós-graduação, os alunos, simplesmente,
“recebem” definições como se fossem parte do mundo natural, como as nuvens, as árvores e
as estrelas. Aprender alguma definição de maneira significativa crítica não é apenas dar-lhe
significado através da interação com algum subsunçor adequado, é também percebê-la como
uma definição que foi inventada para alguma finalidade e que talvez definições alternativas
também servissem para tal finalidade. (Postman, 1996, p. 172). O conhecimento expresso
através de definições é, então, incerto. Quer dizer, poderia ser diferente se as definições
fossem outras.
As metáforas são igualmente instrumentos que usamos para pensar. Metáfora é muito
mais do que uma figura poética. Não só os poetas usam metáforas. Biólogos, físicos,
historiadores, lingüistas, enfim, todos que tentam dizer algo sobre o mundo usam metáforas.
A metáfora não é um ornamento. É um órgão de percepção. A luz, por exemplo, é onda ou
partícula? As moléculas são como bolas de bilhar ou campos de força? (op. cit., pp. 173174). A Psicologia Cognitiva contemporânea tem como um de seus pressupostos
fundamentais a metáfora do computador, i.e., a mente como um sistema de cômputo. A Física
deve ter também algumas metáforas em seus fundamentos; a energia talvez seja a principal
delas. Os modelos físicos são metafóricos. Há modelos que supõem que as entidades físicas se
comportam como se fossem partículas perfeitamente elásticas ou que tenham partículas de
massa nula. Campos elétricos que se comportam como se fossem constituídos por linhas de
força imaginárias. Na verdade, todas as áreas de conhecimento têm metáforas em suas bases.
Entender um campo de conhecimento implica compreender as metáforas que o fundamentam.
Mas novamente aí não se trata apenas de aprender significativamente a metáfora no sentido de
ancorá-la em algum subsunçor. Ninguém vai entender Psicologia Cognitiva se não entender a
metáfora do computador de maneira crítica, quer dizer, ao mesmo tempo que dá significado à
idéia de mente como sistema de cômputo através da metáfora do computador entende que,
justamente por se tratar de uma metáfora, a mente não é um computador. Consideremos
também o caso da metáfora do sistema planetário usada para o átomo: o átomo é
metaforicamente um sistema planetário, mas entender que, justamente por isso, os elétrons
não são planetóides e o núcleo não é um pequeno sol é ter consciência que o conhecimento
humano é metafórico e, portanto, incerto, depende da metáfora utilizada.
O princípio da incerteza do conhecimento nos chama atenção que nossa visão de
mundo é construída primordialmente com as definições que criamos, com as perguntas que
13. 13
formulamos e com as metáforas que utilizamos. Naturalmente, estes três elementos estão
inter-relacionados na linguagem humana.
Existência e linguagem
A Biologia do Conhecer, nome dado ao conjunto das idéias de Humberto Maturana
(2001), é ao mesmo tempo uma epistemologia e uma reflexão sobre as relações humanas na
linguagem. Epistemologicamente, seu objetivo é explicar o fenômeno do conhecer, mas para
isso ele diz que o que tem que fazer é explicar o conhecedor, o ser humano que é qualquer um
de nós. Para explicar o conhecedor, ele toma como ponto de partida o observador observando
e o observar (op.cit.,p.27). Mas esse explicar está na linguagem, o que ele propõe é uma
explicação na linguagem. A explicação se dá na linguagem. O discurso que explica algo dá-se
na linguagem. Uma petição de obediência do outro, quando se faz uma afirmação cognitiva,
dá-se na linguagem (ibid). Para Maturana, somos observadores no observar, no suceder do
viver cotidiano na linguagem, na experiência na linguagem. Experiências que não estão na
linguagem, não são. Não há modo de fazer referência a elas, nem sequer fazer referência ao
ato de tê-las tido (op.cit., p.28). Nesse sentido, o ser humano existe na linguagem e ela surge
como um fenômeno particular na convivência. Seu espaço é o espaço social e uma vez que ela
está presente como fenômeno particular na convivência, pode-se falar de símbolos, de
simbolização. Então, a simbolização não é primária para a linguagem, mas secundária (op.cit.,
p.55).
O central na linguagem, para Maturana, são coordenações de ação como resultado de
interações recorrentes. Para ele, o que se conota por linguagem é que, através das interações
dos participantes no que ele chama de operar na linguagem, há coordenações de ação
(op.cit.,p.70). A linguagem acontece quando duas ou mais pessoas em interações recorrentes
operam através dessas interações numa rede de coordenações cruzadas, recursivas,
consensuais de coordenações consensuais de ações. Como tal, os seres humanos existem
como observadores na linguagem. Tudo o que fazemos como seres humanos fazemos como
diferentes maneiras de funcionar na linguagem. Quaisquer distinções que fazemos são
operações na linguagem, em conformidade com circunstâncias que surgiram em nós na
linguagem.(op.cit., p.131)
Como seres humanos, existimos no fluir de nossas conversações, e todas as nossas
atividades ocorrem como diferentes espécies de conversações. Conseqüentemente, nossos
diferentes domínios de ações (culturas, instituições, sociedades, clubes,...) são constituídos
como diferentes redes de conversações, cada uma definida por critérios particulares de
validação, explícitos ou não, que determinam o que a constitui e o que a ela pertence. (op.cit.,
p.132). A ciência como um domínio cognitivo, é um domínio de ações e, como tal, é uma rede
de conversações que envolve afirmações e explicações validadas pelo critério de validação
das explicações científicas sob a paixão do explicar (ibid).
Para Maturana, vivemos na experiência, na práxis de viver de seres humanos que
somos, no fluir de sermos sistemas vivos na linguagem, como algo que acontece a nós e em
nós à medida que linguajamos. Este é o motivo pelo qual, ao validarmos a explicação da
experiência através do critério de validação das explicações científicas, geramos a ciência
como um domínio cognitivo que nos mantém na linguagem. (op.cit., p.154). O fato de
existirmos na linguagem, e de constitutivamente não podermos existir fora dela, e de estando
na linguagem apenas gerarmos experiências na linguagem, não é uma limitação em nós, mas,
14. 14
ao contrário, é a condição que torna possível a ciência como um domínio explicativo tal que
tudo o que nela produzimos torna-se parte do nosso existir como seres humanos (ibid)
Conclusão
A aprendizagem significativa se caracteriza basicamente pela interação entre novos
conhecimentos e aqueles especificamente relevantes já existentes na estrutura cognitiva do
aprendiz. Para isso, em sala de aula, o aprendiz deve apresentar uma predisposição para
aprender e os materiais educativos devem ser potencialmente significativos. Contudo, tais
condições são necessárias, mas não suficientes. É preciso levar em conta que a aprendizagem
não pode ser pensada isoladamente de outros lugares comuns do fenômeno educativo como o
currículo, o ensino e o meio social. Mas não só esses.
Neste texto, procurei evidenciar que a linguagem é também um fator essencial na
ocorrência da aprendizagem significativa. Para Gowin, por exemplo, um episódio de ensino
somente ocorre quando professor e aluno compartilham significados e para isso a linguagem é
indispensável. A proposta de Gowin é vygotskyana, pois para Vygotsky a mediação semiótica
é essencial para a interiorização de instrumentos e signos histórica e socialmente
desenvolvidos. Nessa mediação a linguagem é igualmente essencial. Além dela, há a
mediação do outro que no caso é o professor. Para Postman, o próprio conhecimento é
linguagem. Por exemplo, aprender ciências de maneira significativa é aprender a linguagem
científica. Para Vergnaud, o âmago do desenvolvimento cognitivo é a conceitualização e nela
o significado e o significante integram a própria definição de conceito, mas nenhum dos dois
é dominado sem a linguagem. Johnson-Laird propõe que a compreensão e, portanto, a
aprendizagem significativa, de situações novas implica a modelagem mental, mas em muitos
casos essa modelagem tem que ser feita a partir do discurso lingüístico. Maturana diz que o
ser humano existe na linguagem, logo a aprendizagem significativa também ocorre na
linguagem. O próprio Ausubel, que cunhou o termo aprendizagem significativa, já, de início,
chama atenção que a linguagem tanto determina como reflete as operações mentais
envolvidas na aquisição de conceitos abstratos e de ordem superior.
Tudo isso está esquematizado no mapa conceitual da Figura 2, onde resgato o "verbal"
da aprendizagem significativa e coloco a linguagem humana como espécie de terceira
condição para a aprendizagem significativa. Na verdade, pode-se argumentar que ela está
implícita nas outra duas, mas, ainda assim, creio que é importante explicitá-la como condição.
Parece ser lugar comum que o ensino de ciências envolve a matemática, os gráficos, os
modelos, como linguagens e que a aprendizagem e uso de tais linguagens é responsável pela
"dificuldade" das disciplinas científicas. Neste trabalho, procurei mostrar que esta visão é
simplista, pois aprender uma ciência é aprender uma nova linguagem, como um todo, e nela
as palavras, por exemplo, são tão ou mais importantes que outras representações simbólicas
como, por exemplo, as matemáticas ou gráficas. Aliás, procurei mostrar que a linguagem
humana, enquanto sistema articulado de signos lingüísticos construídos socialmente ao longo
da história, é imprescindível na aprendizagem significativa de qualquer conteúdo. Para isso,
busquei o apoio em Ausubel, Vygotsky, Vergnaud, Gowin, Johnson-Laird e Maturana.
Poderia Ter recorrido a outros como, por exemplo, Lakoff (1990) e Jackendoff (1993), mas
creio que a argumentação seria apenas reforçada e o texto poderia tornar-se cansativo.
15. 15
Figura 2. Um mapa conceitual sobre aprendizagem (verbal) significativa. (M.A. Moreira,
2003).
16. 16
Finalizo, chamando atenção que qualquer tentativa de facilitar a aprendizagem
significativa, em situações formais ou informais, presenciais ou à distância, virtuais ou não,
estará, provavelmente, fadada ao fracasso na medida em que não levar em consideração o
papel primordial da linguagem, e da mediação humana, em tal processo.
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