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Revista de Ciências                       LIDERANÇA E COACHING
Gerenciais
Vol. XIII, Nº. 18, Ano 2009               Desenvolvendo pessoas, recriando organizações



                                          RESUMO
Denis Juliano Gaspar
Centro Universitário Anhanguera           As constantes mudanças que ocorrem no mundo globalizado aumentam
unidade Pirassununga                      cada vez mais a competitividade nas organizações, exigindo delas inovações
denis.gaspar@uol.com.br
                                          incessantes e a necessidade de se criar novas habilidades e atitudes que
                                          visem alcançar seus objetivos. Entre outras medidas adotadas para enfrentar
                                          o desafio da sobrevivência no mercado, criar novas perspectivas de trabalho
                                          através de novos conhecimentos e habilidades passou a ser o diferencial nas
Renato Mehler Portásio
                                          organizações de sucesso. O foco atualmente é a pessoa, o ser humano. Surge
Centro Universitário Anhanguera           então um estudo que avalia a liderança exercida através do processo coaching
unidade Pirassununga                      (treinador), uma ferramenta gerencial para as organizações. Este artigo
rmehler@bol.com.br                        pontua reflexões sobre a liderança, a figura do líder, destacando a
                                          importância do método coaching, com objetivo de criar novas perspectivas
                                          dentro das empresas. Para o desenvolvimento deste trabalho, optou-se pela
                                          pesquisa bibliográfica.

                                          Palavras-Chave: liderança; líder; coaching; diferencial.


                                          ABSTRACT

                                          Increasingly, as constant changes that occur in the globalized world, increase
                                          competitiveness, requiring the organizations innovations and incessant need
                                          to create new skills and attitudes aimed achieving their goals. Among other
                                          measures adopted to face the challenge of survival in the market is creating
                                          new possibilities of working through new knowledge and skills are the
                                          differential. The focus now is on person, human being. As a result comes a
                                          study that evaluates leadership exercised through the coaching process
                                          (coach), a management tool for organizations. In this article, a brief report on
                                          leadership, it is a reflection on the leader’s figure and the importance of
                                          leadership through coaching method, aiming to create new opportunities
                                          within companies. Finally the development of this research, it was decided
                                          to bibliography.

                                          Keywords: leadership; leader; coaching; differential.




Anhanguera Educacional S.A.
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Coordenação
    Instituto de Pesquisas Aplicadas e
    Desenvolvimento Educacional - IPADE
Artigo Original
     Recebido em: 31/08/2009
     Avaliado em: 12/05/2010
Publicação: 22 de setembro de 2010                                                                                     17
18       Liderança e coaching desenvolvendo pessoas, recriando organizações


1.       INTRODUÇÃO

         As organizações cada vez mais possuem a necessidade de ter um alinhamento estratégico
         que envolva, não só posicionamento de produtos e mercado, como pessoas e
         desenvolvimento para alcançar as metas desejadas. Frente a isso, alinhar caminhos,
         preparar e acompanhar pessoas, numa visão integrada de resultados coletivos, tem sido
         um grande desafio para as lideranças.

                        Krausz (2007) aponta que entre as medidas adotadas para enfrentar este novo
         desafio do mercado é criar novas perspectivas de trabalho através de novos
         conhecimentos e habilidades. Surge então um estudo que avalia a liderança exercida
         através do processo coaching (treinador), uma ferramenta gerencial para as organizações.

                        O coaching é um relacionamento no qual uma pessoa se compromete a apoiar
         outra a atingir um determinado resultado, seja ele o de adquirir competências e/ou
         produzir uma mudança específica. Não significa apenas um compromisso com os
         resultados, mas sim com a pessoa como um todo, seu desenvolvimento e sua realização
         (PORCHÉ; NIEDERER, 2002).

                        Através do processo de coaching novas competências surgem, tanto para o coach
         (aquele que treina e desenvolve) quanto para seu cliente, o coachee (aquele que é treinado
         passando pelo processo de desenvolvimento), não só apenas em termos de competências
         ou capacidades específicas, das quais um bom programa de treinamento poderia dar
         conta perfeitamente. Coaching é mais do que treinamento, o coach permanece com a pessoa
         até o momento em que ela atingir o resultado. É dar poder para que a pessoa produza,
         para que suas intenções se transformem em ações que, por sua vez, se traduzam em
         resultados (CHIAVENATO, 2002).

                        Em suma, o termo coaching atualmente é bastante difundido nas organizações,
         tendo se tornado uma saída estratégica para as empresas, uma vez que possibilita a
         formação de equipes de alta performance, atuando em função dos resultados esperados e
         ajustando-se às exigências do mercado.

                        O presente estudo se justifica no sentido de abordar os pontos relevantes sobre o
         coaching, uma vez que, por excelência, trata-se de um profissional que demanda poder a
         outra pessoa no sentido de efetivar as mudanças necessárias em seu ambiente de trabalho
         ou em sua conduta.

                        Desta forma, visa promover uma compreensão geral e um amplo panorama
         sobre a relevância e a importância dos processos de coaching dentro das organizações e
         seus respectivos benefícios, bem como explorar as tendências do coaching que estão

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Denis Juliano Gaspar, Renato Mehler Portásio         19

     redefinindo o papel dos funcionários em suas empresas transformando-os, cada vez mais,
     em facilitadores e gestores responsáveis por suas ações e suas conseqüências.

             Para tanto, será realizado uma revisão bibliográfica sobre a figura do coaching,
     para melhor compreensão desta filosofia, disponibilizando-o para as pessoas interessadas
     na área ou como fonte de pesquisa para futuros estudos.



2.   CONSIDERAÇÕES SOBRE A LIDERANÇA

     A liderança é um dos temas mais importantes e abordados da administração, e, portanto,
     costuma ocasionar muita discussão.

             De acordo com Soto (2002) a palavra liderança está associada à função de líder
     que significa capacidade de liderar, na forma de dominação firmada no prestígio pessoal e
     acolhida pelos dirigidos. O conceito de líder se refere a um processo que motiva as
     pessoas a colaborarem na direção dos seus objetivos.

             Em suma, a definição do termo liderança consiste em uma característica pessoal,
     como carisma e segurança, consolidada na relação entre a figura do líder e na sua maneira
     de liderar. Portanto, o líder é um servidor da organização.

             O coaching na liderança é um processo muito focado, no qual o gestor orienta seu
     colaborador no desenvolvimento do seu desempenho, empregando metas claras para
     criar alvos mensuráveis (PORCHÉ; NIEDERER, 2002).



2.1. Visão Histórica

     Os primeiros estudos relativos à Liderança ocorreram antes mesmo da época da
     burguesia, já que nesse período já ocorria o controle de grupos direcionados à execução de
     certas tarefas. Suas práticas ocorriam em sistemas não capitalistas e surtiam em grandes
     resultados.

             No século XVIII, com o surgimento do capitalismo e com o advento da Revolução
     Industrial, estas práticas foram reforçadas, irrompendo-se numa dinâmica própria de
     constantes buscas de aumento de capital investido. Os grupos começaram a se reunir e
     foram sentindo uma necessidade muito grande de uma coordenação, que organizasse as
     operações, priorizasse ações e delegasse responsabilidades (JORDÃO, 2004).

             Com o passar do tempo, houve uma evolução da função gerencial para a
     supervisão do trabalho, estabelecendo, desta forma, um sutil controle do capitalismo. O
     Gerente Profissional (assalariado) passou a existir com o capitalismo industrial e firmou-


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         se a partir da inviabilidade de uma empresa ser gerida por membros da família. O
         resultado disso foi que a evolução das empresas acabou por dar origem às estruturas
         hierárquicas, especialização de funções, profissionalização e superioridade do gerente
         profissional na gestão da empresa. A partir deste momento, deram-se os primeiros
         estudos sobre essa prática tão discutida em alguns pontos e adaptada à realidade
         empresarial.

                        Marques (1994) salienta que o papel do gerente teve muitas interpretações, com o
         intuito de identificar um perfil que se conciliasse com as políticas e com o contexto da
         época. O papel gerencial independia da área da atividade do profissional. Segundo o
         autor, é neste momento que surgiram as questões referentes ao líder e à liderança. A
         Liderança passou a ser vista como uma ferramenta de comando e controle negociáveis na
         organização. O conceito de comando e controle nasceu das organizações militares, que
         dividiam as tarefas de forma mais organizada, sendo este termo em seguida, transportado
         para o ambiente empresarial.

                        Segundo Bennis (2004) no ambiente empresarial, nos dias de hoje, o que ocorre é
         um ritmo agitado, impaciente e de muitas mudanças. Novos valores são despontados
         como a auto-estima, responsabilidade individual e uma cultura empresarial que valoriza a
         capacidade para se arrumar emprego acima do emprego, ou seja, as maneiras “comando e
         controle” de gerenciar foram substituídas.

                        Na visão de Jordão (2004) a verdadeira liderança fundamenta-se em propósitos,
         visão e valores, portanto não é uma qualidade que possa ser racionada ou controlada.

                        Ainda de acordo com Jordão (2004, p. 89), “os líderes têm como missão guiar a
         organização e desenvolver outros líderes. Buscando isso, o líder se destaca, acima de tudo,
         influenciando as pessoas. Liderar é um fenômeno social”.

                        Bennis (2004) acompanha o entendimento:
                                       A liderança sempre existiu e ao defini-la verifica-se que está ligada a um fenômeno
                                       grupal, consiste em uma influência exercida intencionalmente por parte do indivíduo
                                       que lidera sobre as outras pessoas. O processo de liderança tem mão-dupla. Não abrange
                                       apenas o cargo do líder, necessita da cooperação das pessoas, e o objetivo final só se
                                       concretizará se as ações pretendidas pelo líder forem assimiladas e correspondidas pelos
                                       subordinados. (BENNIS, 2004, p. 29).

                        No geral, é importante reforçar que um verdadeiro líder preocupa-se com as
         relações humanas.




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Denis Juliano Gaspar, Renato Mehler Portásio         21

2.2. Conceito

    Para que se possa entender melhor o significado e a utilização do termo liderança, sua
    utilização usual, prática e seu conceito no meio empresarial, é oportuno conhecer a sua
    etimologia.

            A palavra liderar vem do inglês, to lead, que significa: “conduzir, dirigir, guiar,
    comandar, persuadir, encaminhar, encabeçar, capitanear, atravessar”. Seu registro está
    datado em 825 d.c. Há, no entanto, uma relação entre os diversos conceitos de liderança
    com a palavra procedente do latim, ducere, cujo significado é conduzir (no português -
    duzir, precedido de prefixos), que influenciou as derivações de to lead. Em 1300,
    documentou-se leader, “condutor, guiador, capitaneador”, sendo aquele que exerce a
    função de conduzir e guiar. Nesta mesma época, surge o leading, substantivo de to lead,
    traduzido por “ação de conduzir”. No ano de 1834, emerge a palavra Leadership
    significando “dignidade, função ou posição de guia, de condutor, de chefe”. Já na
    segunda metade do século XIX, o vocábulo lead e seus derivados passam a fazer parte da
    língua portuguesa. Somente por volta das décadas de 30 e 40, o radical foi integrado à
    morfologia, adaptando-se o termo à língua portuguesa: líder, liderança, liderar
    (ENCICLOPÉDIA MIRADOR INTERNACIONAL, 1987).

            O verbete liderança, segundo o Dicionário Aurélio (FERREIRA, 1999, p. 1211) é
    entendido como a “forma de dominação baseada no prestígio pessoal e aceita pelos
    dirigidos”.

            Os estudos sobre a Liderança têm se tornado uma preocupação constante por
    distintos autores que versam sobre a Administração, bem como vários aspectos, no
    entanto, aponta algumas semelhanças com relação às exigências necessárias para o
    desenvolvimento do papel do líder em sua função.

            No entender de Kotter (2000), a liderança consiste no desenvolvimento de uma
    visão e ações. Neste processo há, portanto, a congregação de pessoas relevantes por trás
    das ações e a concessão de autonomia para os indivíduos que façam a visão acontecer.

            Bowditch e Buono (2002) acrescentam que a liderança tem sido definida de várias
    maneiras desde o início da evolução do homem. Os dirigentes das organizações a vêem
    como um instrumento poderoso para influenciar pessoas e conservar o poder.
                     [...] a liderança pode ser considerada como um processo de influência, geralmente uma
                     pessoa, através do qual um indivíduo ou grupo é orientado para o estabelecimento e
                     atingimento de metas. Portanto, a liderança é uma relação entre pessoas através da
                     influência e do poder e são distribuídos de maneira desigual numa base legítima
                     (contratual ou consensual). A liderança não ocorre no isolamento, ou seja, não há líderes
                     sem seguidores. (BOWDITCH; BUONO, 2002, p. 118)




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22       Liderança e coaching desenvolvendo pessoas, recriando organizações

                        É possível observar que a atração pela liderança decorre de dois elementos,
         primeiramente o de liderar, onde está sempre associado à idéia de grandes
         personalidades da história e; segundo, saber utilizar com habilidade algumas qualidades
         inatas tornando a capacidade de transformar pessoas, chefes, dirigentes, em grandes e
         respeitáveis líderes. A idéia de liderar é vista com muito mais simpatia do que a de
         administrar, comandar, dirigir ou gerenciar.



3.       TEORIAS

         Crainer (2000) divide as escolas de pensamento sobre liderança nas categorias: Teoria dos
         Traços da Personalidade, 3.2. Teoria dos Estilos de Liderança Comportamental



3.1. Teoria dos Traços da Personalidade

         A primeira sistematização dos estudos sobre liderança, hoje conhecida como enfoque ou
         Teoria dos Traços, defende que a posse de certos traços de caráter e de personalidade
         permitiria a certos homens, acesso ao poder. Dessa maneira, julgava-se ser possível
         descobrir traços de personalidade universais nos líderes que se diferenciavam dos não-
         líderes.
                                       Um traço de personalidade é uma qualidade ou característica distintiva da
                                       personalidade. Segundo estas teorias, o líder é aquele que possui alguns traços
                                       específicos de personalidade que distinguem das demais pessoas. (CHIAVENATO, 1999,
                                       p.172)

                        Os tipos de traços que a literatura mais aborda são os fatores físicos, as
         habilidades características e os aspectos de personalidade. O que mais levantava interesse
         aos estudiosos da época era poder escolher em meio a certos atributos, quais os que
         melhor definiriam a personalidade do líder (BRYMAN, 1992).

                        O líder é aquele que possui um ou mais traços específicos que o distingue dos
         demais elementos de um grupo, levando-o a influenciar o comportamento das demais
         pessoas (ROBBINS, 2002).

                        O enfoque dos traços da personalidade teve predomínio até a década de
         quarenta, tendo como grandes colaboradores para o seu êxito as pesquisas desenvolvidas
         pelos testes psicológicos que tiveram grande destaque a partir de 1920 até 1950
         (BERGAMINI, 1994).

                        Nos anos de 1904 a 1948, Stogdill e Mann apud Bergamini (1994) serviram-se dos
         resultados das pesquisas disponíveis a respeito de liderança encontrando dessa forma
         aproximadamente 124 projetos voltados a esse tipo de enfoque no estudo da liderança.


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    Com a revisão desses projetos foi plausível chegar a um resultado que permitiu listar em
    média 34 traços de personalidade considerados como características típicas da
    amostragem dos líderes eficazes. Alguns dos exemplos encontrados dos traços eram de
    autoconfiança, sociabilidade e habilidades interpessoais, ascendência e domínio,
    equilíbrio emocional e controle, busca de responsabilidade participação nas trocas sócias,
    fluência verbal, dentre outros.

             Na opinião de Chiavenato (1983) os traços diferentes de personalidade são
    essenciais para o desempenho de determinado tipo de liderança, entretanto, não
    garantem o sucesso absoluto, uma vez que os traços podem aparecer como sendo de
    líderes, entretanto não necessariamente garantem sucesso.

             A partir dessas considerações, vários estudiosos do assunto começaram a
    observar melhor o comportamento habitual de seus líderes.



3.2. Teoria dos Estilos de Liderança Comportamental

    Essas teorias estudam a liderança em termos de estilos de comportamento do líder em
    relação aos seus subordinados, ou seja, são estudadas as maneiras pelas quais o líder
    norteia sua conduta. Diz respeito ao que o líder faz, bem como o seu estilo de
    comportamento para liderar.

             De acordo com Robbins (202) esta teoria provém diretamente da Escola das
    Relações Humanas e inclui como integrantes todos os indivíduos que dela recebem
    incentivos e que trazem contribuições para a sobrevivência da organização.

             De acordo com Ramos (2004), Chiavenato (2003) e Asanome (2001) os três estilos
    de liderança que segundo eles definem o comportamento dos líderes em relação a seus
    subordinados.


    Estilo Autocrático

    Este estilo representa aquele líder próprio de ambientes de trabalho repressivos, onde a
    centralização da autoridade e as tomadas de decisões unilaterais acontecem ignorando
    totalmente a opinião ou o desejo do funcionário. Este tipo de liderança pode ser usado
    com empregados novos e que ainda não foram treinados, que desconheçam as tarefas que
    vão executar ou quais procedimentos vão seguir; ou quando da realização de uma
    supervisão efetiva, só possa ser proporcionada por ordens detalhadas; para empregados
    que não respondem a qualquer outro estilo de liderança; e quando o poder de um gerente
    é desafiado por um empregado (CHIAVENATO, 2003).


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24       Liderança e coaching desenvolvendo pessoas, recriando organizações

                                       A liderança autocrática baseia-se no uso do poder de coerção e posição, que depende
                                       alta quantidade de energia, procurando o maior controle possível sobre as ações e
                                       reações do liderado, o que tende a gerar passividade e alienação. Ameaças, punições e
                                       pressões por parte do líder se multiplicam, isso significa atenção contínua no sentido de
                                       evitar desvios dos padrões rigidamente estabelecidos e presença física constante de uma
                                       figura de autoridade para assegurar o cumprimento das atividades. (RAMOS 2004,
                                       p.07).

                        Qualquer organização que atua em um mercado competitivo, onde a qualidade e
         o custo dos bens ou serviços são essenciais para a sua sobrevivência, pode se dar ao luxo
         de desperdiçar energia humana, seja de líderes ou de liderados.

                        Os pontos positivos da liderança autocrática é que pode ser empregada com
         sucesso em relação a empregados novos, e até em caso de disciplina com subordinados; já
         como pontos negativos, o estilo de líder autocrático possui característica centralizadora,
         que impõe suas decisões ao grupo de forma autoritária, sem consultar os subordinados,
         gera um ambiente de trabalho tenso e sem iniciativa (ASANOME, 2001).


         Estilo Democrático

         Neste tipo de liderança democrática o grau de controle exercido sobre os liderados é
         menor.

                        Os relacionamentos face a face tendem a ser mais freqüentes. O liderado, por sua
         vez, goza de um espaço confortável para atuar, desde que não ameace a autoridade,
         experiência, prestígio e conhecimento dos que ocupam posições de liderança. As normas,
         regras e procedimentos normais são reduzidos, isso libera o líder da necessidade de
         exercer um controle maior sobre o liderado, uma vez que esse tem consciência dos limites
         tolerados pelo contexto social (RAMOS, 2004).

                        As características observadas neste estilo são interesses mútuos entre a empresa e
         os liderados, a vontade da equipe resulta na disciplina, utiliza-se o aconselhamento, dar
         confiança aos liderados, orientação, educação e motivação (ASANOME, 2001).


         Estilo Liberal (laissez-faire)

         É completamente inverso ao autocrático, uma vez que ocorre liberdade absoluta para as
         decisões grupais ou individuais, com uma pequena participação do líder. A definição das
         tarefas é realizada pelo próprio grupo, porém, é importante salientar que para que esse
         tipo de liderança tenha êxito é imprescindível possuir um grupo com profissionais com
         alto grau de maturidade e responsabilidade, uma vez que a liderança liberal proporciona
         liberdade, criatividade, iniciativa, fazendo com que os funcionários se sintam importantes
         dentro da empresa e normalmente as tarefas a serem desenvolvidas tem que ter prazo
         para serem entregues (CHIAVENATO, 2003).


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         As características da liderança liberal segundo Chiavenato (2003) são: cooperação
voluntária resulta em autoridade, fixação das metas impostas pela própria equipe, as
equipes desenvolvem suas funções quase que sem controle ou autoridade, não ocorre
pressão constante.

         O resultado da análise sobre os estilos autocrático, democrático e liberal, aponta
que não existe um estilo certo para se liderar, pois independente do estilo de cada um,
deve ser levado em conta a maturidade do grupo, as qualidades pessoais do líder, as
características dos liderados, como idade, sexo, nível de capacidade, personalidade,
experiência, e ainda os fatores situacionais, isto quer dizer, diferentes situações requerem
diferentes atuações de liderança. Quando se usa o bom senso, cada um dos estilos pode
trazer bons resultados, portanto, o importante é saber diferenciar o bom do mau líder,
saber usar o estilo certo no momento certo e com a pessoa certa. Portanto, flexibilidade de
estilo torna-se a palavra-chave.

         Asanome (2001) colabora acrescentando que o uso do estilo certo no momento
certo e com a pessoa certa, cria a regra número um da liderança, de que não existe um
estilo de liderança ideal, e que serão os fundamentos básicos para o exercício desta
flexibilidade, que diferenciará o bom do mau líder. Na prática, o líder utiliza os três estilos
de liderança de acordo com a tarefa a ser executada, as pessoas e a situação. O desafio
consiste em saber quando aplicar cada estilo, com quem e em que circunstâncias as tarefas
devem ser desenvolvidas.

         Hersey e Blanchard (1986) citam outras formas de liderança que combinam
diferentes critérios de classificação, baseados na origem dessa capacidade, em sua
extensão ou nas técnicas de executá-las:


Liderança Executiva

Esta forma de liderança encontra-se presente nas grandes organizações, caracterizada,
sobretudo, pela habilidade organizadora e capacidade de orientação das forças coletivas.


Liderança de tarefa e Sócio-emocional

A liderança de tarefa tem como característica principal a estruturação de idéias e a
iniciativa na solução de problemas, enquanto a liderança sócio-emocional funciona como
fator de escoamento de tensões e promoção do emocional.




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         Liderança Carismática

         Indica em religião e sociologia, a capacidade de certos homens para liderar e conduzir
         multidões, inspirando-lhes confiança. Segundo Max Weber apud Penteado (1986) em sua
         obra ”Técnica de Chefia e Liderança”: “O carisma é sempre um poder fantástico, de
         caráter quase mágico, reconhecido pelos seguidores na pessoa e na personalidade dos
         grandes líderes”. O conceito de carisma está, portanto, ligado ao de autoridade e
         liderança.


         Liderança Reformista

         Distingui-se pela imensa carga de hostilidade e agressão de que são possuidores. Um líder
         com tais características tem tal capacidade de persuasão capaz de gerar grandes efeitos de
         destruição dentro da organização e no meio social.


         Liderança Coercitiva

         Caracteriza-se pela concentração de poder de decisão, afastando a pessoa que a exerce da
         coletividade sobre a qual atua.


         Liderança Situacional

         Ao contrário das teorias já mencionadas, as Teorias Situacionais de Liderança partem do
         princípio de que não existe apenas um tipo de liderança válido para toda situação.
         (CHIAVENATO, 2000).

                        A liderança situacional se baseia na distinção prévia entre a orientação às tarefas
         e aos empregados e assinala que o estilo de liderança mais apropriado depende da
         situação geral; se esta é favorável ou não, ou se está em uma etapa intermediária para o
         líder. Assim como a situação varia, também variam os requisitos de liderança tendo
         condições de indicar ao líder o papel que o mesmo deverá desempenhar. (SOTO, 2002,
         P.221)

                        Hersey e Blanchard (1986) acrescentam que o comportamento é o enfoque da
         abordagem situacional tal como é observado, e não alguma duvidosa habilidade ou
         potencialidade inata ou adquirida de liderança. A ênfase incide sobre o comportamento
         dos líderes e dos membros dos seus grupos (subordinados) e as distintas situações. Em
         função dessa ênfase no comportamento e no ambiente, ocorre maior estímulo no sentido
         de treinar pessoas e adaptar os estilos de parte do comportamento dos líderes as mais
         diferentes situações. Acredita-se que a maioria das pessoas pode acrescentar mais eficácia
         em funções de liderança através da educação, do treinamento e do desenvolvimento. É


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    possível desenvolver modelos teóricos para ajudar os líderes a fazerem certas previsões
    quanto ao comportamento de líder mais apropriado na sua situação presente, a partir de
    observações feitas sobre a freqüência (ou não-freqüência) de certos comportamentos de
    um líder em numerosos tipos de situações.

             De acordo com Levek et al. (2002) são considerados três fatores determinantes de
    uma liderança eficaz:

                •   Apoio: apoio sócio afetivo do líder.
                •   Maturidade do liderado: preparo do liderado para atingimento de
                    objetivos.
                •   Supervisão: a quantidade de orientação e direção oferecidas pelo líder.

             Em geral, segundo Chiavenato (2000) a Teoria da Liderança Situacional tem se
    mostrado mais atrativa, uma vez que ajusta mais a situação a um modelo de liderança ou
    vice-versa. Essa teoria, segundo ele também tem participação nos estudos e no campo da
    teoria administrativa.

             Pode-se verificar que a liderança é um tema de extrema complexidade, de
    múltiplas definições e interpretações, faz-se conveniente, então, buscar explicações
    conceituais sobre a figura do líder.



3.3. Modelos

    De acordo com Fritz Reidl apud Penteado (1986), os tipos de líderes existentes dentro das
    organizações, são:

                •   O Herói: vive em função da glória.
                •   O Modelo: todos querem imitá-lo.
                •   O Objeto de Amor: todos lhe querem bem.
                •   A Influência Boa: domina através da bondade.
                •   A Influência Má: domina através da corrupção.
                •   O Organizador: impõem-se pela ordem.
                •   O Patriarca: tem o prestígio pela idade.
                •   O Sedutor: ninguém lhe resiste.
                •   O Tirano: dominador.

             Frente a esses motivos e singularidades, é possível concluir que a liderança é
    efetivamente algo que pertence ao indivíduo, que ele traz para o grupo, produzindo
    resultados sob as mais diferentes condições.




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                        Chiavenato (2000) ressalta que é necessário ao líder assumir os riscos do que irá
         fazer e observar os resultados de uma certa forma, cobrando-se e determinando o que é
         prioridade. Deve ser um facilitador, ou seja, ter a função de facilitar contatos com pessoas
         de outras áreas e ajudar a desenvolver planos de ação.

                        Embora todas as pessoas tenham capacidade de liderança, nem todos se tornam
         líderes um dia. Tornar-se um líder não é fácil, muito embora aprender a liderar seja muito
         mais fácil do que a maioria pensa. Muitas pessoas são apenas meros produtos de seu
         contexto, faltando-lhes a vontade de mudar e desenvolver seu potencial. Tornar-se uma
         pessoa com as características de um líder é um ato de livre arbítrio por excelência
         (CHIAVENATTO, 2000, p.45).

                        De acordo com Ramos (2004) algumas condições são imprescindíveis para a
         formação de um líder como a educação, tanto formal quanto informal; necessidade de
         desaprender para poder aprender; necessidade de se refletir sobre o aprender para que o
         significado das lições sejam assimiladas; necessidade de correr riscos; cometer erros;
         necessidade de competência e de ter domínio das tarefas que podem ser assumidas.

                        Duarte (2000) salienta também que existem várias denominações do líder, muitas
         vezes ele é chamado de chefe, coordenador, gerente, patrão, dono do capital, encarregado,
         mestre, empresário, superintendente, monitor, e tantos outros adjetivos, que lhe são
         atribuídos tanto para o bem como para o mal. Porém, segundo o autor, nem todo chefe é
         necessariamente um líder, nem todo líder é necessariamente um chefe. O autêntico líder
         levará sua equipe a atingir objetivos com maior eficiência e eficácia, mantendo sempre
         esforçada, motivada e convicta de estar trabalhando por uma causa justa e necessária.

                        A maneira de liderar no mundo empresarial hoje em dia requer muita
         competência,               visto        que       simplesmente       essas   pessoas   são   responsáveis   pelo
         desenvolvimento e sucesso da organização. Para tanto, é preciso que o líder, segundo
         Ramos (2004) conheça e pratique algumas das atribuições abaixo:

                             •      Aberto às inovações.
                             •      Ajudar os funcionários a gerenciar o seu trabalho.
                             •      Conhecer toda a organização.
                             •      Contratar pessoas.
                             •      Dar feedback.
                             •      Demitir pessoas.
                             •      Fortalecer a missão e os valores da organização.
                             •      Motivar pessoas.
                             •      Pensar positivamente.


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               •   Reconhecer os erros.
               •   Saber avaliar com razão e não com emoção.
               •   Saber ouvir as pessoas.
               •   Saber planejar.
               •   Ser criativo e talentoso.
               •   Ser ético.
               •   Ser humorado, comprometido, justo, respeitoso e parceiro.
               •   Ser profissional.
               •   Ter coragem.
               •   Tomar decisões.
               •   Visão preocupada com o futuro.

            Na visão de Ramos (2004) toda e qualquer liderança, tanto dentro quanto fora da
    organização, comunica-se com a parte racional e emocional das pessoas, portanto, antes
    de nomear alguém para algum tipo de liderança, é necessário certificar-se que a mesma
    possui conhecimentos e perfis para o cargo, caso contrário o prejuízo pode ser inevitável
    para a organização.



3.4. Qualidades e Habilidades

    O tipo de personalidade do líder depende de fatores relacionados de acordo com o
    contexto que ele está relacionado. Parece impossível, qualquer depoimento sério sobre as
    qualidades que os líderes devem ter, pois não somente os líderes diferem nas qualidades
    que trazem para suas tarefas, como diferentes tarefas exigem diferentes grupos ou
    padrões de qualidades.

            Crainer (2000) expõe sua visão sistemática em relação a algumas qualidades
    importantes para um líder:

               •   Autoridade: Autoridade consiste no direito de mandar e no poder de
                   fazer-se obedecer. O chefe que não inspira respeito não é digno do lugar
                   que ocupa, e para fazer-se respeitar, a primeira condição é ser respeitável;
               •   Competência: Consiste no conhecimento suficiente dos diferentes setores
                   de atividade da ação do líder, para estar a altura de organizar um
                   conjunto;
               •   Domínio de si mesmo: Perder o domínio de si próprio é sempre o meio
                   mais seguro de perder a autoridade sobre os demais.
               •   Energia realizadora: Considerar cada problema como uma oportunidade
                   nova para soluções construtivas;
               •   Espírito de decisão e iniciativa: O poder de decidir, aliado a iniciativa,
                   pode ser considerado a coragem de assumir responsabilidades;



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                             •      Espírito de disciplina: Disciplina é agir de acordo com as ordens
                                    recebidas, onde toda ação disciplinar será construtiva, desde que seja
                                    manejada devidamente. A disciplina desenvolve e estimula a
                                    personalidade.
                             •      Exemplo: Os olhos dos subordinados estão constantemente voltados para
                                    o líder. O exemplo é decisivo; os exemplos arrastam.
                             •      Fé na Missão: Não se faz bem senão o que se faz com paixão. A primeira
                                    condição para se realizar qualquer coisa, é acreditá-la possível.
                             •      Humildade: Sem humildade, a força não é maior que a violência. O líder
                                    deve ser humilde e nunca pensar em ser grande demais, afinal, um
                                    homem não é nada mais que um homem.
                             •      Sentido de realidade: Ter o sentido da realidade é conhecer-se, conhecer
                                    tanto as suas possibilidades como os seus limites, com perspectiva
                                    suficiente para numa mudança de situação, adaptar-se às novas
                                    circunstâncias.

                        Na liderança, quase tudo depende de fatores circunstanciais, ou seja, o indivíduo
         para determinado momento e para determinado grupo, precisa possuir determinadas
         qualidades. A única virtude constante na liderança é a autenticidade, necessidade do líder
         ser realmente a pessoa e ter as qualidades reais que o grupo e as circunstâncias exigem
         (CRAINER, 2000).

                        A motivação interior de realizar é característica do líder. O líder luta pela auto-
         realização e, por isso, está sempre disposto a assumir novas e maiores responsabilidades.
         O líder sabe que o sucesso lhe chega através de pessoas e esforça-se em conhecê-las, pois
         será conhecendo as pessoas, compreendendo-as, que o líder será capaz de comandá-las.

                        O estudo das características pessoais ligadas à liderança nas organizações
         formais tem grande ênfase no enfoque comportamental. Em grande parte essas
         características podem ser desenvolvidas. Se há na liderança algo inato, que o líder trás em
         seu patrimônio genético, é assunto que permanece polêmico e sem conclusão.

                        Em suma, para se obter resultado adequado é fundamental que o líder tenha um
         bom relacionamento, contagie sua equipe, conheça seus liderados, converse com sua
         equipe. Uma solução que está conquistando espaço no meio empresarial para melhorar o
         desempenho relacionado às questões técnicas ou mesmo comportamentais, e se
         propagando também na literatura, é o coaching (ULRICH, 2000).



4.       COACHING: UMA FERRAMENTA ESTRATÉGICA DA LIDERANÇA

         As organizações cada vez mais possuem a necessidade de ter um alinhamento estratégico
         que envolva, não só posicionamento de produtos e mercado, como pessoas e
         desenvolvimento para alcançar as metas desejadas. Com isso, alinhar caminhos, preparar

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    e acompanhar pessoas, numa visão integrada de resultados coletivos, tem sido um grande
    desafio para as lideranças (PRAHALAT, 2000).

             A tendência é que líderes foquem a sua atuação no desenvolvimento de pessoas,
    levando em conta seus interesses, motivação e talentos com as metas e direcionamento da
    organização. Direcionar essas ações a fim de atingir estes objetivos e dar sua contribuição
    é uma questão de descoberta, e o Coaching chega para auxiliar o profissional neste
    processo de descoberta.

             Segundo Chiavenato (2002) o Coaching é uma ferramenta, um instrumento
    gerencial que se utiliza de técnicas não diretivas para estimular o executivo a refletir sobre
    seu comportamento ou decisões, levando-o a escolher a melhor alternativa para uma
    determinada situação de trabalho. Visa orientar e otimizar o desenvolvimento da carreira
    executiva e o aperfeiçoamento pessoal.



4.1. Histórico

    O coaching surgiu nos Estados Unidos como uma atividade profissional na década de
    1980. De início era um misto de consultoria, aconselhamento, assessoria, prestada em
    geral por pessoas experientes, maduras e dotadas de conhecimentos especializados, que
    inspiravam confiança, seja por seus princípios éticos, seja por sua credibilidade
    profissional (CHIAVENATO, 2002).

             Essas pessoas eram procuradas informalmente por pessoas que necessitavam de
    alguma informação, de um conselho, de uma orientação num período em que as empresas
    estavam sendo impactadas por mudanças, consideradas radicais na época, num esforço
    de elevar a sua produtividade e a qualidade de seus produtos para fazer frente à
    concorrência invasiva dos produtos japoneses no mercado americano e europeu.
    (CHIAVENATO, 2002, p.36).

             Foi um período em que a filosofia e os princípios da qualidade e produtividade
    iniciaram seu processo de expansão, ameaçando as sólidas pirâmides organizacionais e as
    práticas administrativas apoiadas no princípio da autoridade/subordinação a elas
    associadas.

             Chiavenato (2000) salienta que o coaching, desde os seus primórdios, assumiu a
    função de facilitar o processo de mudança para formas de administrar menos severas,
    uma opção que até o momento era comentada pelos teóricos, no entanto jamais antes
    exercitada.




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                        Em suma, é possível observar que o coaching não é um processo recente, pois
         apenas transformou uma técnica conhecida e a aprimorou. Atualmente existem
         profissionais que trabalham apenas com este processo, e possuem formações e
         certificações internacionais, e/ou tem apenas experiência profissional e foram se tornando
         coaches de maneira gradativa.



4.2. Definição

         O coaching entrou definitivamente no vocabulário moderno das empresas, e dos seus
         recursos humanos.

                        O termo, proveniente do inglês, tem origem no mundo dos esportes e designa o
         papel de professor, treinador, preparador, “o técnico”. Coaching é um exercício refinado
         de liderança. Os coaches ganham um a escola prática de liderança e auto-conhecimento.
         Para as equipes, o benefício do processo de coaching é um clima de maior confiança e
         cooperação, aumentando o nível de satisfação no trabalho (PORCHÉ; NIEDERER, 2002).
                                       Coaching não significa comprometer-se apenas com os resultados, mas com a pessoa
                                       como um todo, com a sua realização e o seu desenvolvimento. Por meio do processo de
                                       coaching, novas competências e possibilidades de aprendizagem surgem, tanto para o
                                       coach quanto para o seu colaborador. Coaching é mais do que treinamento, o coach
                                       permanece com a pessoa até ela atingir o resultado. Sua função é de lhe dar poder para
                                       que ela produza, para que suas intenções se transformem em ações que, por sua vez, se
                                       traduzam em resultados. Coaching é, essencialmente, empowerment. Dar poder para que
                                       o outro adquira competências, produza mudanças específicas em qualquer área da vida
                                       ou até, e principalmente transforme a si mesmo. (ARAÚJO, 1999, p. 26)

                        De acordo com esse mesmo autor, o coaching é um conceito que veio para ficar
         não devendo ser encarado como simples modismo, daqueles que vem e logo
         desaparecem.
                                       Coaching é uma relação de assessoramento entre um executivo – com autoridade e
                                       responsabilidade gerencial – e um consultor que usa práticas e métodos
                                       comportamentais para assessorar seu cliente na conquista de um conjunto de metas que
                                       possibilitem incrementar seu desempenho profissional e sua satisfação pessoal,
                                       contribuindo para a efetividade da organização, por meio de um acordo formal entre os
                                       envolvidos. (ARAÚJO, 1999, p. 48)

                        Tendo em conta o referido, o coaching pode ser tomado como um processo que
         tem como objetivo fomentar no subordinado o conhecimento de si próprio e ajudar a criar
         neste o desejo de melhorar ao longo do tempo. Na verdade, trata-se de uma filosofia de
         liderança que acredita no pressuposto de que a aquisição e o desenvolvimento são
         processos ininterruptos e da responsabilidade de todos, e não somente de acontecimentos
         isolados e restritos no tempo e estimulados pelas chefias.

                        Na prática, o coach ajuda o seu colaborador a aprender, a descobrir as áreas de
         maior potencial de desenvolvimento, a desenvolver a sua inteligência emocional, a fazer



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opções, a definir os seus próprios objetivos, a analisar os seus próprios erros, bem como as
suas causas e as formas de os corrigir, faculta-lhe informações e pistas que lhe permitam
tomar opções e efetuar decisões: sucintamente, o coach coloca-se ao serviço do seu
subordinado - não o controla.

        Na visão de Birch (2002) o coaching é uma abordagem sistemática de melhoria do
coachee (nome que se dá ao cliente) por meio de questionamento e de orientação com foco
em mudanças incrementais nos resultados atuais, orientada a uma meta previamente
definida. Já coaching para Dingman (2004) é um relacionamento de apoio entre um
executivo com autoridade e responsabilidades gerenciais em uma organização. O coach
que faz uso de um processo definido que facilitaria a obtenção do executivo de um
conjunto de objetivos mutuamente acordados para incremento dos resultados pessoais e
organizacionais.

        Blanco (2006) comenta que o coaching caracteriza-se como um processo de
interação colaborativa voltado à promoção e ao estímulo da aprendizagem; onde o
objetivo não é ensinar, mas sim auxiliar o outro a aprender.

        Apesar da diversidade de conceitos sobre coaching, Dingman (2004), Blanco
(2006) e Birch (2002) parecem concordar em alguns aspectos, quais sejam:

           a) O coaching é orientado àqueles executivos em posições de liderança, que
              não apresentam comportamento disfuncional.
           b) O coach não necessita dominar a área de atuação do coachee.
           c) O coach não oferece soluções, mas questionamentos por meio de perguntas
              abertas e provocativas.
           d) Os coach e o coachee devem estabelecer objetivos mensuráveis, definidos e
              acordados prévia e mutuamente.
           e) O coaching tem como alguns de seus propósitos facilitar o
              desenvolvimento do coach, por meio de sua progressão profissional e
              pessoal, contribuindo para os resultados organizacionais.
        Dentre os inúmeros papéis do coach, Araújo (1999) destaca a necessidade de
instituir uma relação de confiança com o cliente, de forma que permita a identificação e
análise conjunta dos aspectos importantes de sua trajetória de vida pessoal e profissional,
bem como das características de perfil e do potencial que favoreça ou dificulte o alcance
de suas metas.

        Krausz (2007) corrobora citando dentre as principais funções do coach, as que ele
acredita serem mais significativas dizem respeito a conectar os projetos organizacionais
de curto e longo prazo; a trabalhar com a totalidade do indivíduo e da organização a
partir de valores essenciais; bem como promover os atributos visionários imprescindíveis
à empregabilidade.

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                        Chiavenato (2002) comenta algumas perspectivas que segundo ele são
         imprescindíveis ao coach:


         Ouvir e ensinar

         Prestar atenção e perceber as necessidades das pessoas são fatores fundamentais para o
         coach. Vários problemas podem ser reconhecidos por quem escuta com atenção. Muito
         mais do estar atento ao conjunto de palavras, é necessário perceber os pedidos de ajuda,
         muitas vezes, implícitos. Portanto, o coach deve ouvir com interesse o que diz colaborador,
         especialmente se esta opinião for diferente da sua. O coach deve estar aberto para
         transmitir seus conhecimentos sem ter medo da sombra, ou seja, sem temer que seus
         ensinamentos possam ser uma ameaça para si próprio. Assim, deve buscar
         constantemente o seu desenvolvimento, agregando cada vez mais conhecimentos, para
         estar atualizado e poder repassar essas informações aos demais.


         Orientar as pessoas

         A função do coach é analisar as situações que interferem na condução dos projetos e
         redirecionar os planos de ação sempre que preciso. Em se tratando do direcionamento das
         estratégias para a obtenção dos objetivos estabelecidos, o coach orienta para o melhor
         caminho a seguir, seja com relação ao desenvolvimento técnico necessário para o
         desempenho das tarefas, seja com relação ao comportamento eficaz que atenda às
         necessidades do projeto. Para isso, deverá desenvolver algumas habilidades próprias a
         fim de conseguir os objetivos necessários tais como determinação, paciência e persuasão.
         Quando passamos por um processo de mudança, naturalmente tendemos a resistir a um
         novo modelo, por variadas razões. Uma das principais é o desconhecido, que afeta a
         rotina já estabelecida, e o aprendizado de coisas novas, que poderá interferir em nossa
         zona de conforto e na acomodação a uma situação. O coach precisa ter argumentações
         fortes que direcionem para a aceitação de novos modelos, diminuindo resistências e
         conduzindo esforços para que um novo possa ser desenvolvido e implementado, de
         acordo com a meta traçada.


         Desenvolver o potencial de cada indivíduo

         A rapidez com que as coisas mudam exige o aprendizado de coisas novas, direcionando o
         desenvolvimento de novos métodos de trabalho e de novas posturas diante dos clientes,
         buscando cada vez mais um diferencial para vencer a competitividade do mercado.

                        Motivar as pessoas para o auto-desenvolvimento: as pessoas são as primeiras
         responsáveis pelo êxito de sua carreira e manutenção de seu emprego. A segurança

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    pessoal e profissional vem do conhecimento daquilo sobre o que cada um tem maior
    interesse e aptidão, e cabe ao coach direcionar o indivíduo à realização de atividades que
    lhe tragam satisfação e que possam atingir seus objetivos.


    Compartilhar responsabilidades

    O coach deve tomar para si a responsabilidade de analisar, juntamente com o colaborador,
    as situações inesperadas, e redirecionar os planos de ação sempre que for preciso. A
    responsabilidade pela obtenção dos resultados nos projetos efetuados pelas pessoas deve
    ser calcada no compromisso mútuo. O comprometimento com as realizações deve ser
    compartilhado entre o coach e o indivíduo, uma vez que é imprescindível uma condução
    adequada nos projetos, bem como uma definição clara daquilo que é possível fazer.


    Saber reter talentos

    O grande desafio das organizações é desenvolver seu capital humano, intelectual, criando
    condições para sua constante evolução. O coach pode ajudar as pessoas na aquisição de
    novos conhecimentos, no desenvolvimento de novas habilidades e no interesse em buscar
    sempre maiores conhecimentos. Dessa maneira surgem os talentos que precisam ser
    mantidos na empresa melhorando as novas formas de trabalho e conseguindo resultados
    positivos para a organização.



4.3. Tipos de Coaching

    De uma forma generalizada, coaching diz respeito ao processo que apóia uma pessoa a
    agregar melhor vida profissional ou pessoal. Existem, portanto vários tios, contextos e
    papéis de coaching, contudo Porché e Niederer (2002) salientam que ocorrem distinções
    importantes e ao mesmo tempo uma sobreposição nas diversas abordagens.


    Coaching Executivo

    Trata-se do aumento de competências identificadas como chaves para o aperfeiçoamento
    profissional. É possível afirmar também, segundo Krausz (2007) que é um aprimoramento
    pessoal, uma vez que o executivo aprende a fazer uma liderança de si mesmo. A empresa
    de uma forma geral é favorecida com o coaching, por esse representar um caminho de
    transformação organizacional através do alinhamento individual e coletivo com foco no
    futuro desejado.

            Dentro do Coaching Executivo, ainda de acordo com Krausz (2007) ocorre
    contextos distintos de aplicação:


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                             •      “Performance” - foco no cargo e demandas atuais, visando uma plena
                                    expressão de força profissional.
                             •      Competências e Habilidades - foco no projeto atual ou apoio para uma
                                    situação específica.
                             •      Desenvolvimento - foco em responsabilidades de cargo futuro ou no
                                    futuro da carreira, fortalecendo competências agora para estar pronto na
                                    hora de assumir novas responsabilidades responder à altura de desafios e
                                    novas oportunidades.

         Coaching de Vida

         Este tipo de coach desempenha uma consultoria individual com seu cliente com a
         finalidade de criar satisfação e um senso de realização na vida. Porché e Niederer (2002)
         ressaltam que uma grande parte das pessoas procuram Coaching de Vida numa fase em
         que já estão bem encaminhadas, porém, ainda desejam investir em si mesmas para
         usufruir plenamente do seu potencial, criando dessa forma, excelência.

                        Hoje em dia representa uma tendência mundial em desenvolvimento humano
         para se alcançar sucesso pessoal e profissional.


         Coaching de Negócios

         Krausz (2007) afirma que o Coaching de Negócios agrega competências pessoais e
         profissionais bem como “know-how” específico no mercado do cliente. O Coach tem
         experiência específica em área de negócios, da mesma forma que tem treinamento como
         Coach.



4.4. As Etapas do Coaching

         De acordo com Porché e Niederer (2002) o processo de coaching consiste de seis etapas e
         tem variação de pessoa a pessoa, de tarefa a tarefa, na forma e no conteúdo:


         Definição ou negociação dos padrões, o que se espera da pessoa

         Não se pode esperar que as pessoas tenham claramente o que a empresa espera delas, em
         termos de comportamento, valores e resultados. As pessoas são diferentes e percebem o
         mundo de maneira diferente. Seus comportamentos são reflexos das realidades internas
         que se formam de acordo com o significado que elas dão aos fatos que observam. Cabe ao
         Coach traduzir a visão, missão e objetivos da organização em padrões inteligíveis e aceitos
         pelos colaboradores.




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    Explicação da razão e do impacto

    Sabendo seu papel dentro da estrutura, porque deve executar determinadas tarefas, e qual
    o impacto que atitudes e comportamentos têm nos resultados globais, o colaborador
    sente-se mais estimulado, confiante, seguro e fazendo parte da equipe.


    Demonstração do processo

    Quando for o caso, o Coach deve demonstrar como fazer a tarefa, uma vez que imagens
    valem mais que palavras, e dar o exemplo são a base da confiança do colaborador no
    Coach.

               •   Observar, exercendo o controle positivo - O Coach controla não para
                   fiscalizar, mas porque tem um compromisso de assegurar que o padrão
                   está sendo cumprido. O controle é necessário; sem controle não se pode
                   mensurar o avanço; portanto não se pode saber se o caminho está correto.
                   O colaborador pode participar do controle decidindo como quer ser
                   controlado, desta forma não se sentirá fiscalizado ou “cobrado”.
               •   Orientar com feedback - É impossível dar feedback consistente sem passar
                   pela etapa anterior. Sem observação e controle, como saber se o
                   colaborador está desenvolvendo-se e desempenhando bem o seu papel?
                   Não existe feedback em cima de “achismos”. O feedback deve ser específico,
                   dado de forma positiva, sem julgamento. Deve ser autêntico e manter o
                   foco no futuro e nos resultados. Reconhecimento constante é
                   imprescindível para manter a motivação do colaborador.
               •   Estar aberto para sugestões de mudança - Como as condições alteram-se
                   constantemente, o colaborador pode criar uma maneira melhor (para ele
                   próprio) de executar a tarefa. O Coach deve saber escutar e estar aberto
                   para que o colaborador garanta sua motivação ao executar uma tarefa da
                   maneira que ache melhor. A maioria das vezes, isto também leva a
                   resultados melhores.



4.5. Diferenças entre o Coach e o Líder

    Frequentemente se estabelece uma confusão entre os conceitos de coach e líder por
    apresentarem características muito semelhantes.

             De acordo com Porché e Niederer (2002) o líder está empenhado no futuro a ser
    criado, seja na visão de um país, seja na de uma organização, tem foco maior nos
    resultados, analisa o desempenho do negócio, antecipa problemas/necessidades do
    negócio, articula estratégias e recursos do negócio, não tem compromisso de assessorar
    pessoas de forma direta e, quando o faz, concentra-se em sua equipe. Já o Coach, seu foco
    maior está nas pessoas, no futuro de uma pessoa ou um grupo, ajuda a pessoa a analisar
    seu desempenho, estimula a pessoa a antecipar seus problemas e suas necessidades, ajuda




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         a pessoa a criar, analisar e usar os próprios recursos, tem compromisso de assessorar
         pessoas mesmo quando elas não pertencem a sua equipe.

                        De acordo com Diniz (2007) quando o líder assume o papel de coach, a confiança
         e o respeito passam a ter grande importância. Há uma diferença entre o líder-coach e o
         chefe padrão, que segundo o autor são:

                             •      O chefe acredita que sua função é empurrar as pessoas adiante; o coach
                                    acredita que deve enaltecer e apoiar as pessoas.
                             •      O chefe acredita que seu papel é dar ordens; o coach acredita em facilitar a
                                    tomada de decisão por parte de seus colaboradores.
                             •      O chefe acredita que sabe as respostas; o coach acredita que deve buscar as
                                    respostas.
                             •      O chefe acredita em resolver problemas e tomar decisões; o coach acredita
                                    em facilitar a resolução de problemas e a tomada de decisões por parte
                                    dos outros.
                             •      O chefe acredita que sua função é apontar erros; o coach acredita que sua
                                    função é celebrar o aprendizado.

                        Fazer essa transição não é uma tarefa fácil. Requer disciplina e capacidade de
         observação, para saber quando colocar em pratica esses hábitos no seu dia-a-dia. No
         entanto, o primeiro passo é saber que as competências individuais podem ser trabalhadas.
         Para isso serve o coaching.

                        Chiavenato (2002) comenta que nem todo líder é um coach, mas todo coach pode
         ser um líder. O coach está mais interessado no desenvolvimento de colaboradores de uma
         empresa, papel que alguns líderes assumem, às vezes, ao estabelecerem metas para suas
         equipes, também visando resultados.

                        O líder incentiva, comunica e motiva as pessoas para uma performance mais
         eficaz, estando sempre voltado para a atividade da equipe e os objetivos previamente
         definidos. Já o coach ultrapassa todos estes aspectos e inclui um processo democrático,
         constante de descobrir competências, desenvolver habilidades, preparar intelectualmente,
         orientar, incentivar, comunicar e motivar. O coach fica junto da pessoa até o momento em
         que ela consegue atingir o resultado esperado ou chegar até o ponto que se propôs a
         chegar. Uma missão que somente termina quando o objetivo é alcançado. O coach procura
         dar apoio e condições para que as intenções da pessoa se transformem em ações efetivas e
         que se traduzam em resultados.




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5.   CONCLUSÃO

     Constatou-se neste estudo que a competência do líder é fundamental para o desempenho
     e a produtividade das organizações.

              A liderança segundo pode ser observado é um processo que influencia as
     atividades de um indivíduo ou de um grupo para a consecução de um objetivo. Partindo
     desta premissa, entende-se que é a competência que mais influência nos resultados
     gerenciais dentro das organizações, pois está diretamente vinculada à habilidade
     gerencial na condução de questões que envolvem o relacionamento humano e influências
     diversas na equipe de colaboradores. Portanto, tudo o que acontece de positivo ou
     negativo nas organizações está geralmente relacionado com o maior ou menor nível de
     competência gerencial. Uma organização e seus planos não serão eficazes se a função não
     for bem desempenhada.

              Em função da evolução dos processos de gestão empresarial, no final dos anos
     90, é que se começou a valorizar a figura do Líder. Hoje, essa característica não é mais tida
     como um diferencial, mas, sim, como algo necessário para o sucesso de um bom
     profissional nessa posição e a nova tendência em gestão, é a prática do Coaching.

              O coaching é um relacionamento que produz novas competências. E isso vale
     tanto para os clientes, o aprendiz e o próprio coach. É caracterizado pelo valor que ele
     agrega às partes que interagem entre si, pois se baseia em um vínculo que impulsiona
     talentos, cria competências e estimula potencialidades.

              Nesse relacionamento, o coach lidera, orienta, guia, aconselha, treina, desenvolve,
     estimula, impulsiona o aprendiz, enquanto este aprendiz aproveita o impulso e a direção
     para aumentar seus conhecimentos, melhorar o que já sabe, aprender coisas novas e
     deslanchar seu desempenho.

              Os benefícios agregados que as empresas obtêm quando utilizam o coaching para
     desenvolver a performance dos seus profissionais, podem ser observados no estímulo à
     criatividade, uma vez que ao desenvolver seu potencial o aconselhado se sente mais
     seguro e não precisará utilizar de ações centralizadoras, de controle excessivo ou de
     autoritarismo que tanto enfraquecem a criatividade dos indivíduos e equipes; e nos
     aspectos culturais, que podem ser sensivelmente diminuídos.

              Portanto, o grande diferencial de um profissional que tem o perfil de ser um
     coach, é o de estimular as pessoas a obterem melhores resultados durante os processos que
     levam ao desenvolvimento de suas competências pessoais e profissionais. Por meio de
     dinâmicas de grupos, análises individuais e atividades especialmente planejadas é


                                                      Revista de Ciências Gerenciais • Vol. XIII, Nº. 18, Ano 2009 • p. 17-41
40       Liderança e coaching desenvolvendo pessoas, recriando organizações

         possível criar ambientes que permitam o autodesenvolvimento, a auto-motivação, a
         autoliderança, a criação de planos de ação e, dessa maneira, as possibilidades de
         crescimento



         REFERÊNCIAS
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         BLANCO, V.B. Um estudo sobre a prática de coaching no ambiente organizacional e a
         possibilidade de sua aplicação como prática de gestão de conhecimento. 2006. 216f. Dissertação
         (Mestrado em Gestão do Conhecimento e tecnologia da Informação) – Universidade católica de
         Brasilia, Brasília, 2006.
         BOWDITCH, J.L.; BUONO, A.F. Elementos do comportamento organizacional. São Paulo:
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         ______. Recursos Humanos. São Paulo: Editora Atlas, 1983.
         ______. Iniciação à Administração Geral. São Paulo: Makron, 2000. 44 p.
         ______. Introdução a Teoria Geral da Administração, 7. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003.
         CRAINER, Stuart. Grandes Pensadores da Administração. São Paulo: Futura, 2000, 299p.
         DINGMAN, M.E. Os efeitos de coaching executivo, em postos de trabalho. 168.f. Tese
         (Doutorado em Liderança Organizacional) - Escola de Liderança Estudos, Regent University, 2004.
         DUARTE, Roberta Capistrano. Habilidades e competências do SAP R/3 (Systemanalyse und
         Programmentwicklung): o caso da Vonpar Refrescos S/A. 2000. 114 f. Dissertação (Mestrado em
         Administração) - Curso de Pós-graduação em Administração, Universidade Federal de Santa
         Catarina, Florianópolis.
         DINIZ, Arthur. Coaching – A Arma Secreta dos Grandes Líderes. 2007. Disponível em:
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         KOTTER, John P. Afinal, o que fazem os líderes: a nova face do poder e da estratégia. São Paulo:
         Campus, 2000.
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         LEVEK, Andréa Regina H. Cunha; MALSCHITZKY Nancy. Liderança. In: Gestão do capital
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         Povo, 2002, p. 33-46.


Revista de Ciências Gerenciais • Vol. XIII, Nº. 18, Ano 2009 • p. 17-41
Denis Juliano Gaspar, Renato Mehler Portásio         41

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      In: Encontro Anual da Associação Nacional de Programas de Pós-graduação em Administração.
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      MAXIMIANO, A.C.A. Teoria Geral da Administração: da escola científica à competitividade na
      economia globalizada. São Paulo: Atlas, 2000.
      NAVARRO, Leila. Talento para ser feliz. Encare os desafios e obstáculos do mundo globalizado e
      conquiste o sucesso. São Paulo, Gente, 2000.
      PENTEADO, José Roberto Whitaker. Técnicas de chefia e liderança. São Paulo: Pioneira, 1986.
      PORCHÉ, Germaine; NIEDERER, Jed. Coaching. O apoio que faz as pessoas brilharem. Rio de
      Janeiro: Editora Campus, 2002.
      PRAHALAT, C.K. Preparando para a liderança. In: The Peter Drucker Fundation (Org.). Liderança
      para o século XXI. São Paulo: Futura, 2000.
      RAMOS, Graça. A Liderança no Contexto Organizacional. Apostila de Administração de RH do
      7º semestre; Curso de Administração-UFPEL. Pelotas, 2004.
      ROBBINS, Stephen Paul. Comportamento Organizacional. São Paulo: Prentice Hall, 2002.
      SENGE, Peter. A dança das mudanças: os desafios de manter o crescimento e o sucesso em
      organizações que aprendem. Rio de Janeiro: Ed. Campus, 2000.
      SOTO, Eduardo. Comportamento organizacional. São Paulo: Pioneira, 2002.
      STONER, James A.F.; FREEMAN, R. Edward. Administração. 5. ed. São Paulo: Editora PHB, 1995.
      ULRICH, D.; ZENGER, J.; SMALLWOOD, N. Liderança orientada para resultados. São Paulo:
      Campus, 2000.
      VERGARA, S.C. Gestão de pessoas. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2000.


Denis Juliano Gaspar
Especialista em Gestão Estratégica de Pessoas e
Coordenador do Curso de Tecnologia em Gestão
de Recursos Humanos, Centro Universitário
Anhanguera, Unidade de Pirassununga.


Renato Mehler Portásio
Graduado em Tecnologia em Gestão de Recursos
Humanos, Centro Universitário Anhanguera,
Unidade de Pirassununga. Graduado em Letras
(Português/Inglês). Especialista em Administração
Escolar. Atualmente, Diretor Escolar na rede
Estadual de Educação. Atua há mais de 10 anos
com Treinamento e Desenvolvimento de
professores.




                                                         Revista de Ciências Gerenciais • Vol. XIII, Nº. 18, Ano 2009 • p. 17-41

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Liderança e coaching - desenvolvendo pessoas, recriando organizações

  • 1. Revista de Ciências LIDERANÇA E COACHING Gerenciais Vol. XIII, Nº. 18, Ano 2009 Desenvolvendo pessoas, recriando organizações RESUMO Denis Juliano Gaspar Centro Universitário Anhanguera As constantes mudanças que ocorrem no mundo globalizado aumentam unidade Pirassununga cada vez mais a competitividade nas organizações, exigindo delas inovações denis.gaspar@uol.com.br incessantes e a necessidade de se criar novas habilidades e atitudes que visem alcançar seus objetivos. Entre outras medidas adotadas para enfrentar o desafio da sobrevivência no mercado, criar novas perspectivas de trabalho através de novos conhecimentos e habilidades passou a ser o diferencial nas Renato Mehler Portásio organizações de sucesso. O foco atualmente é a pessoa, o ser humano. Surge Centro Universitário Anhanguera então um estudo que avalia a liderança exercida através do processo coaching unidade Pirassununga (treinador), uma ferramenta gerencial para as organizações. Este artigo rmehler@bol.com.br pontua reflexões sobre a liderança, a figura do líder, destacando a importância do método coaching, com objetivo de criar novas perspectivas dentro das empresas. Para o desenvolvimento deste trabalho, optou-se pela pesquisa bibliográfica. Palavras-Chave: liderança; líder; coaching; diferencial. ABSTRACT Increasingly, as constant changes that occur in the globalized world, increase competitiveness, requiring the organizations innovations and incessant need to create new skills and attitudes aimed achieving their goals. Among other measures adopted to face the challenge of survival in the market is creating new possibilities of working through new knowledge and skills are the differential. The focus now is on person, human being. As a result comes a study that evaluates leadership exercised through the coaching process (coach), a management tool for organizations. In this article, a brief report on leadership, it is a reflection on the leader’s figure and the importance of leadership through coaching method, aiming to create new opportunities within companies. Finally the development of this research, it was decided to bibliography. Keywords: leadership; leader; coaching; differential. Anhanguera Educacional S.A. Correspondência/Contato Alameda Maria Tereza, 2000 Valinhos, São Paulo CEP 13.278-181 rc.ipade@unianhanguera.edu.br Coordenação Instituto de Pesquisas Aplicadas e Desenvolvimento Educacional - IPADE Artigo Original Recebido em: 31/08/2009 Avaliado em: 12/05/2010 Publicação: 22 de setembro de 2010 17
  • 2. 18 Liderança e coaching desenvolvendo pessoas, recriando organizações 1. INTRODUÇÃO As organizações cada vez mais possuem a necessidade de ter um alinhamento estratégico que envolva, não só posicionamento de produtos e mercado, como pessoas e desenvolvimento para alcançar as metas desejadas. Frente a isso, alinhar caminhos, preparar e acompanhar pessoas, numa visão integrada de resultados coletivos, tem sido um grande desafio para as lideranças. Krausz (2007) aponta que entre as medidas adotadas para enfrentar este novo desafio do mercado é criar novas perspectivas de trabalho através de novos conhecimentos e habilidades. Surge então um estudo que avalia a liderança exercida através do processo coaching (treinador), uma ferramenta gerencial para as organizações. O coaching é um relacionamento no qual uma pessoa se compromete a apoiar outra a atingir um determinado resultado, seja ele o de adquirir competências e/ou produzir uma mudança específica. Não significa apenas um compromisso com os resultados, mas sim com a pessoa como um todo, seu desenvolvimento e sua realização (PORCHÉ; NIEDERER, 2002). Através do processo de coaching novas competências surgem, tanto para o coach (aquele que treina e desenvolve) quanto para seu cliente, o coachee (aquele que é treinado passando pelo processo de desenvolvimento), não só apenas em termos de competências ou capacidades específicas, das quais um bom programa de treinamento poderia dar conta perfeitamente. Coaching é mais do que treinamento, o coach permanece com a pessoa até o momento em que ela atingir o resultado. É dar poder para que a pessoa produza, para que suas intenções se transformem em ações que, por sua vez, se traduzam em resultados (CHIAVENATO, 2002). Em suma, o termo coaching atualmente é bastante difundido nas organizações, tendo se tornado uma saída estratégica para as empresas, uma vez que possibilita a formação de equipes de alta performance, atuando em função dos resultados esperados e ajustando-se às exigências do mercado. O presente estudo se justifica no sentido de abordar os pontos relevantes sobre o coaching, uma vez que, por excelência, trata-se de um profissional que demanda poder a outra pessoa no sentido de efetivar as mudanças necessárias em seu ambiente de trabalho ou em sua conduta. Desta forma, visa promover uma compreensão geral e um amplo panorama sobre a relevância e a importância dos processos de coaching dentro das organizações e seus respectivos benefícios, bem como explorar as tendências do coaching que estão Revista de Ciências Gerenciais • Vol. XIII, Nº. 18, Ano 2009 • p. 17-41
  • 3. Denis Juliano Gaspar, Renato Mehler Portásio 19 redefinindo o papel dos funcionários em suas empresas transformando-os, cada vez mais, em facilitadores e gestores responsáveis por suas ações e suas conseqüências. Para tanto, será realizado uma revisão bibliográfica sobre a figura do coaching, para melhor compreensão desta filosofia, disponibilizando-o para as pessoas interessadas na área ou como fonte de pesquisa para futuros estudos. 2. CONSIDERAÇÕES SOBRE A LIDERANÇA A liderança é um dos temas mais importantes e abordados da administração, e, portanto, costuma ocasionar muita discussão. De acordo com Soto (2002) a palavra liderança está associada à função de líder que significa capacidade de liderar, na forma de dominação firmada no prestígio pessoal e acolhida pelos dirigidos. O conceito de líder se refere a um processo que motiva as pessoas a colaborarem na direção dos seus objetivos. Em suma, a definição do termo liderança consiste em uma característica pessoal, como carisma e segurança, consolidada na relação entre a figura do líder e na sua maneira de liderar. Portanto, o líder é um servidor da organização. O coaching na liderança é um processo muito focado, no qual o gestor orienta seu colaborador no desenvolvimento do seu desempenho, empregando metas claras para criar alvos mensuráveis (PORCHÉ; NIEDERER, 2002). 2.1. Visão Histórica Os primeiros estudos relativos à Liderança ocorreram antes mesmo da época da burguesia, já que nesse período já ocorria o controle de grupos direcionados à execução de certas tarefas. Suas práticas ocorriam em sistemas não capitalistas e surtiam em grandes resultados. No século XVIII, com o surgimento do capitalismo e com o advento da Revolução Industrial, estas práticas foram reforçadas, irrompendo-se numa dinâmica própria de constantes buscas de aumento de capital investido. Os grupos começaram a se reunir e foram sentindo uma necessidade muito grande de uma coordenação, que organizasse as operações, priorizasse ações e delegasse responsabilidades (JORDÃO, 2004). Com o passar do tempo, houve uma evolução da função gerencial para a supervisão do trabalho, estabelecendo, desta forma, um sutil controle do capitalismo. O Gerente Profissional (assalariado) passou a existir com o capitalismo industrial e firmou- Revista de Ciências Gerenciais • Vol. XIII, Nº. 18, Ano 2009 • p. 17-41
  • 4. 20 Liderança e coaching desenvolvendo pessoas, recriando organizações se a partir da inviabilidade de uma empresa ser gerida por membros da família. O resultado disso foi que a evolução das empresas acabou por dar origem às estruturas hierárquicas, especialização de funções, profissionalização e superioridade do gerente profissional na gestão da empresa. A partir deste momento, deram-se os primeiros estudos sobre essa prática tão discutida em alguns pontos e adaptada à realidade empresarial. Marques (1994) salienta que o papel do gerente teve muitas interpretações, com o intuito de identificar um perfil que se conciliasse com as políticas e com o contexto da época. O papel gerencial independia da área da atividade do profissional. Segundo o autor, é neste momento que surgiram as questões referentes ao líder e à liderança. A Liderança passou a ser vista como uma ferramenta de comando e controle negociáveis na organização. O conceito de comando e controle nasceu das organizações militares, que dividiam as tarefas de forma mais organizada, sendo este termo em seguida, transportado para o ambiente empresarial. Segundo Bennis (2004) no ambiente empresarial, nos dias de hoje, o que ocorre é um ritmo agitado, impaciente e de muitas mudanças. Novos valores são despontados como a auto-estima, responsabilidade individual e uma cultura empresarial que valoriza a capacidade para se arrumar emprego acima do emprego, ou seja, as maneiras “comando e controle” de gerenciar foram substituídas. Na visão de Jordão (2004) a verdadeira liderança fundamenta-se em propósitos, visão e valores, portanto não é uma qualidade que possa ser racionada ou controlada. Ainda de acordo com Jordão (2004, p. 89), “os líderes têm como missão guiar a organização e desenvolver outros líderes. Buscando isso, o líder se destaca, acima de tudo, influenciando as pessoas. Liderar é um fenômeno social”. Bennis (2004) acompanha o entendimento: A liderança sempre existiu e ao defini-la verifica-se que está ligada a um fenômeno grupal, consiste em uma influência exercida intencionalmente por parte do indivíduo que lidera sobre as outras pessoas. O processo de liderança tem mão-dupla. Não abrange apenas o cargo do líder, necessita da cooperação das pessoas, e o objetivo final só se concretizará se as ações pretendidas pelo líder forem assimiladas e correspondidas pelos subordinados. (BENNIS, 2004, p. 29). No geral, é importante reforçar que um verdadeiro líder preocupa-se com as relações humanas. Revista de Ciências Gerenciais • Vol. XIII, Nº. 18, Ano 2009 • p. 17-41
  • 5. Denis Juliano Gaspar, Renato Mehler Portásio 21 2.2. Conceito Para que se possa entender melhor o significado e a utilização do termo liderança, sua utilização usual, prática e seu conceito no meio empresarial, é oportuno conhecer a sua etimologia. A palavra liderar vem do inglês, to lead, que significa: “conduzir, dirigir, guiar, comandar, persuadir, encaminhar, encabeçar, capitanear, atravessar”. Seu registro está datado em 825 d.c. Há, no entanto, uma relação entre os diversos conceitos de liderança com a palavra procedente do latim, ducere, cujo significado é conduzir (no português - duzir, precedido de prefixos), que influenciou as derivações de to lead. Em 1300, documentou-se leader, “condutor, guiador, capitaneador”, sendo aquele que exerce a função de conduzir e guiar. Nesta mesma época, surge o leading, substantivo de to lead, traduzido por “ação de conduzir”. No ano de 1834, emerge a palavra Leadership significando “dignidade, função ou posição de guia, de condutor, de chefe”. Já na segunda metade do século XIX, o vocábulo lead e seus derivados passam a fazer parte da língua portuguesa. Somente por volta das décadas de 30 e 40, o radical foi integrado à morfologia, adaptando-se o termo à língua portuguesa: líder, liderança, liderar (ENCICLOPÉDIA MIRADOR INTERNACIONAL, 1987). O verbete liderança, segundo o Dicionário Aurélio (FERREIRA, 1999, p. 1211) é entendido como a “forma de dominação baseada no prestígio pessoal e aceita pelos dirigidos”. Os estudos sobre a Liderança têm se tornado uma preocupação constante por distintos autores que versam sobre a Administração, bem como vários aspectos, no entanto, aponta algumas semelhanças com relação às exigências necessárias para o desenvolvimento do papel do líder em sua função. No entender de Kotter (2000), a liderança consiste no desenvolvimento de uma visão e ações. Neste processo há, portanto, a congregação de pessoas relevantes por trás das ações e a concessão de autonomia para os indivíduos que façam a visão acontecer. Bowditch e Buono (2002) acrescentam que a liderança tem sido definida de várias maneiras desde o início da evolução do homem. Os dirigentes das organizações a vêem como um instrumento poderoso para influenciar pessoas e conservar o poder. [...] a liderança pode ser considerada como um processo de influência, geralmente uma pessoa, através do qual um indivíduo ou grupo é orientado para o estabelecimento e atingimento de metas. Portanto, a liderança é uma relação entre pessoas através da influência e do poder e são distribuídos de maneira desigual numa base legítima (contratual ou consensual). A liderança não ocorre no isolamento, ou seja, não há líderes sem seguidores. (BOWDITCH; BUONO, 2002, p. 118) Revista de Ciências Gerenciais • Vol. XIII, Nº. 18, Ano 2009 • p. 17-41
  • 6. 22 Liderança e coaching desenvolvendo pessoas, recriando organizações É possível observar que a atração pela liderança decorre de dois elementos, primeiramente o de liderar, onde está sempre associado à idéia de grandes personalidades da história e; segundo, saber utilizar com habilidade algumas qualidades inatas tornando a capacidade de transformar pessoas, chefes, dirigentes, em grandes e respeitáveis líderes. A idéia de liderar é vista com muito mais simpatia do que a de administrar, comandar, dirigir ou gerenciar. 3. TEORIAS Crainer (2000) divide as escolas de pensamento sobre liderança nas categorias: Teoria dos Traços da Personalidade, 3.2. Teoria dos Estilos de Liderança Comportamental 3.1. Teoria dos Traços da Personalidade A primeira sistematização dos estudos sobre liderança, hoje conhecida como enfoque ou Teoria dos Traços, defende que a posse de certos traços de caráter e de personalidade permitiria a certos homens, acesso ao poder. Dessa maneira, julgava-se ser possível descobrir traços de personalidade universais nos líderes que se diferenciavam dos não- líderes. Um traço de personalidade é uma qualidade ou característica distintiva da personalidade. Segundo estas teorias, o líder é aquele que possui alguns traços específicos de personalidade que distinguem das demais pessoas. (CHIAVENATO, 1999, p.172) Os tipos de traços que a literatura mais aborda são os fatores físicos, as habilidades características e os aspectos de personalidade. O que mais levantava interesse aos estudiosos da época era poder escolher em meio a certos atributos, quais os que melhor definiriam a personalidade do líder (BRYMAN, 1992). O líder é aquele que possui um ou mais traços específicos que o distingue dos demais elementos de um grupo, levando-o a influenciar o comportamento das demais pessoas (ROBBINS, 2002). O enfoque dos traços da personalidade teve predomínio até a década de quarenta, tendo como grandes colaboradores para o seu êxito as pesquisas desenvolvidas pelos testes psicológicos que tiveram grande destaque a partir de 1920 até 1950 (BERGAMINI, 1994). Nos anos de 1904 a 1948, Stogdill e Mann apud Bergamini (1994) serviram-se dos resultados das pesquisas disponíveis a respeito de liderança encontrando dessa forma aproximadamente 124 projetos voltados a esse tipo de enfoque no estudo da liderança. Revista de Ciências Gerenciais • Vol. XIII, Nº. 18, Ano 2009 • p. 17-41
  • 7. Denis Juliano Gaspar, Renato Mehler Portásio 23 Com a revisão desses projetos foi plausível chegar a um resultado que permitiu listar em média 34 traços de personalidade considerados como características típicas da amostragem dos líderes eficazes. Alguns dos exemplos encontrados dos traços eram de autoconfiança, sociabilidade e habilidades interpessoais, ascendência e domínio, equilíbrio emocional e controle, busca de responsabilidade participação nas trocas sócias, fluência verbal, dentre outros. Na opinião de Chiavenato (1983) os traços diferentes de personalidade são essenciais para o desempenho de determinado tipo de liderança, entretanto, não garantem o sucesso absoluto, uma vez que os traços podem aparecer como sendo de líderes, entretanto não necessariamente garantem sucesso. A partir dessas considerações, vários estudiosos do assunto começaram a observar melhor o comportamento habitual de seus líderes. 3.2. Teoria dos Estilos de Liderança Comportamental Essas teorias estudam a liderança em termos de estilos de comportamento do líder em relação aos seus subordinados, ou seja, são estudadas as maneiras pelas quais o líder norteia sua conduta. Diz respeito ao que o líder faz, bem como o seu estilo de comportamento para liderar. De acordo com Robbins (202) esta teoria provém diretamente da Escola das Relações Humanas e inclui como integrantes todos os indivíduos que dela recebem incentivos e que trazem contribuições para a sobrevivência da organização. De acordo com Ramos (2004), Chiavenato (2003) e Asanome (2001) os três estilos de liderança que segundo eles definem o comportamento dos líderes em relação a seus subordinados. Estilo Autocrático Este estilo representa aquele líder próprio de ambientes de trabalho repressivos, onde a centralização da autoridade e as tomadas de decisões unilaterais acontecem ignorando totalmente a opinião ou o desejo do funcionário. Este tipo de liderança pode ser usado com empregados novos e que ainda não foram treinados, que desconheçam as tarefas que vão executar ou quais procedimentos vão seguir; ou quando da realização de uma supervisão efetiva, só possa ser proporcionada por ordens detalhadas; para empregados que não respondem a qualquer outro estilo de liderança; e quando o poder de um gerente é desafiado por um empregado (CHIAVENATO, 2003). Revista de Ciências Gerenciais • Vol. XIII, Nº. 18, Ano 2009 • p. 17-41
  • 8. 24 Liderança e coaching desenvolvendo pessoas, recriando organizações A liderança autocrática baseia-se no uso do poder de coerção e posição, que depende alta quantidade de energia, procurando o maior controle possível sobre as ações e reações do liderado, o que tende a gerar passividade e alienação. Ameaças, punições e pressões por parte do líder se multiplicam, isso significa atenção contínua no sentido de evitar desvios dos padrões rigidamente estabelecidos e presença física constante de uma figura de autoridade para assegurar o cumprimento das atividades. (RAMOS 2004, p.07). Qualquer organização que atua em um mercado competitivo, onde a qualidade e o custo dos bens ou serviços são essenciais para a sua sobrevivência, pode se dar ao luxo de desperdiçar energia humana, seja de líderes ou de liderados. Os pontos positivos da liderança autocrática é que pode ser empregada com sucesso em relação a empregados novos, e até em caso de disciplina com subordinados; já como pontos negativos, o estilo de líder autocrático possui característica centralizadora, que impõe suas decisões ao grupo de forma autoritária, sem consultar os subordinados, gera um ambiente de trabalho tenso e sem iniciativa (ASANOME, 2001). Estilo Democrático Neste tipo de liderança democrática o grau de controle exercido sobre os liderados é menor. Os relacionamentos face a face tendem a ser mais freqüentes. O liderado, por sua vez, goza de um espaço confortável para atuar, desde que não ameace a autoridade, experiência, prestígio e conhecimento dos que ocupam posições de liderança. As normas, regras e procedimentos normais são reduzidos, isso libera o líder da necessidade de exercer um controle maior sobre o liderado, uma vez que esse tem consciência dos limites tolerados pelo contexto social (RAMOS, 2004). As características observadas neste estilo são interesses mútuos entre a empresa e os liderados, a vontade da equipe resulta na disciplina, utiliza-se o aconselhamento, dar confiança aos liderados, orientação, educação e motivação (ASANOME, 2001). Estilo Liberal (laissez-faire) É completamente inverso ao autocrático, uma vez que ocorre liberdade absoluta para as decisões grupais ou individuais, com uma pequena participação do líder. A definição das tarefas é realizada pelo próprio grupo, porém, é importante salientar que para que esse tipo de liderança tenha êxito é imprescindível possuir um grupo com profissionais com alto grau de maturidade e responsabilidade, uma vez que a liderança liberal proporciona liberdade, criatividade, iniciativa, fazendo com que os funcionários se sintam importantes dentro da empresa e normalmente as tarefas a serem desenvolvidas tem que ter prazo para serem entregues (CHIAVENATO, 2003). Revista de Ciências Gerenciais • Vol. XIII, Nº. 18, Ano 2009 • p. 17-41
  • 9. Denis Juliano Gaspar, Renato Mehler Portásio 25 As características da liderança liberal segundo Chiavenato (2003) são: cooperação voluntária resulta em autoridade, fixação das metas impostas pela própria equipe, as equipes desenvolvem suas funções quase que sem controle ou autoridade, não ocorre pressão constante. O resultado da análise sobre os estilos autocrático, democrático e liberal, aponta que não existe um estilo certo para se liderar, pois independente do estilo de cada um, deve ser levado em conta a maturidade do grupo, as qualidades pessoais do líder, as características dos liderados, como idade, sexo, nível de capacidade, personalidade, experiência, e ainda os fatores situacionais, isto quer dizer, diferentes situações requerem diferentes atuações de liderança. Quando se usa o bom senso, cada um dos estilos pode trazer bons resultados, portanto, o importante é saber diferenciar o bom do mau líder, saber usar o estilo certo no momento certo e com a pessoa certa. Portanto, flexibilidade de estilo torna-se a palavra-chave. Asanome (2001) colabora acrescentando que o uso do estilo certo no momento certo e com a pessoa certa, cria a regra número um da liderança, de que não existe um estilo de liderança ideal, e que serão os fundamentos básicos para o exercício desta flexibilidade, que diferenciará o bom do mau líder. Na prática, o líder utiliza os três estilos de liderança de acordo com a tarefa a ser executada, as pessoas e a situação. O desafio consiste em saber quando aplicar cada estilo, com quem e em que circunstâncias as tarefas devem ser desenvolvidas. Hersey e Blanchard (1986) citam outras formas de liderança que combinam diferentes critérios de classificação, baseados na origem dessa capacidade, em sua extensão ou nas técnicas de executá-las: Liderança Executiva Esta forma de liderança encontra-se presente nas grandes organizações, caracterizada, sobretudo, pela habilidade organizadora e capacidade de orientação das forças coletivas. Liderança de tarefa e Sócio-emocional A liderança de tarefa tem como característica principal a estruturação de idéias e a iniciativa na solução de problemas, enquanto a liderança sócio-emocional funciona como fator de escoamento de tensões e promoção do emocional. Revista de Ciências Gerenciais • Vol. XIII, Nº. 18, Ano 2009 • p. 17-41
  • 10. 26 Liderança e coaching desenvolvendo pessoas, recriando organizações Liderança Carismática Indica em religião e sociologia, a capacidade de certos homens para liderar e conduzir multidões, inspirando-lhes confiança. Segundo Max Weber apud Penteado (1986) em sua obra ”Técnica de Chefia e Liderança”: “O carisma é sempre um poder fantástico, de caráter quase mágico, reconhecido pelos seguidores na pessoa e na personalidade dos grandes líderes”. O conceito de carisma está, portanto, ligado ao de autoridade e liderança. Liderança Reformista Distingui-se pela imensa carga de hostilidade e agressão de que são possuidores. Um líder com tais características tem tal capacidade de persuasão capaz de gerar grandes efeitos de destruição dentro da organização e no meio social. Liderança Coercitiva Caracteriza-se pela concentração de poder de decisão, afastando a pessoa que a exerce da coletividade sobre a qual atua. Liderança Situacional Ao contrário das teorias já mencionadas, as Teorias Situacionais de Liderança partem do princípio de que não existe apenas um tipo de liderança válido para toda situação. (CHIAVENATO, 2000). A liderança situacional se baseia na distinção prévia entre a orientação às tarefas e aos empregados e assinala que o estilo de liderança mais apropriado depende da situação geral; se esta é favorável ou não, ou se está em uma etapa intermediária para o líder. Assim como a situação varia, também variam os requisitos de liderança tendo condições de indicar ao líder o papel que o mesmo deverá desempenhar. (SOTO, 2002, P.221) Hersey e Blanchard (1986) acrescentam que o comportamento é o enfoque da abordagem situacional tal como é observado, e não alguma duvidosa habilidade ou potencialidade inata ou adquirida de liderança. A ênfase incide sobre o comportamento dos líderes e dos membros dos seus grupos (subordinados) e as distintas situações. Em função dessa ênfase no comportamento e no ambiente, ocorre maior estímulo no sentido de treinar pessoas e adaptar os estilos de parte do comportamento dos líderes as mais diferentes situações. Acredita-se que a maioria das pessoas pode acrescentar mais eficácia em funções de liderança através da educação, do treinamento e do desenvolvimento. É Revista de Ciências Gerenciais • Vol. XIII, Nº. 18, Ano 2009 • p. 17-41
  • 11. Denis Juliano Gaspar, Renato Mehler Portásio 27 possível desenvolver modelos teóricos para ajudar os líderes a fazerem certas previsões quanto ao comportamento de líder mais apropriado na sua situação presente, a partir de observações feitas sobre a freqüência (ou não-freqüência) de certos comportamentos de um líder em numerosos tipos de situações. De acordo com Levek et al. (2002) são considerados três fatores determinantes de uma liderança eficaz: • Apoio: apoio sócio afetivo do líder. • Maturidade do liderado: preparo do liderado para atingimento de objetivos. • Supervisão: a quantidade de orientação e direção oferecidas pelo líder. Em geral, segundo Chiavenato (2000) a Teoria da Liderança Situacional tem se mostrado mais atrativa, uma vez que ajusta mais a situação a um modelo de liderança ou vice-versa. Essa teoria, segundo ele também tem participação nos estudos e no campo da teoria administrativa. Pode-se verificar que a liderança é um tema de extrema complexidade, de múltiplas definições e interpretações, faz-se conveniente, então, buscar explicações conceituais sobre a figura do líder. 3.3. Modelos De acordo com Fritz Reidl apud Penteado (1986), os tipos de líderes existentes dentro das organizações, são: • O Herói: vive em função da glória. • O Modelo: todos querem imitá-lo. • O Objeto de Amor: todos lhe querem bem. • A Influência Boa: domina através da bondade. • A Influência Má: domina através da corrupção. • O Organizador: impõem-se pela ordem. • O Patriarca: tem o prestígio pela idade. • O Sedutor: ninguém lhe resiste. • O Tirano: dominador. Frente a esses motivos e singularidades, é possível concluir que a liderança é efetivamente algo que pertence ao indivíduo, que ele traz para o grupo, produzindo resultados sob as mais diferentes condições. Revista de Ciências Gerenciais • Vol. XIII, Nº. 18, Ano 2009 • p. 17-41
  • 12. 28 Liderança e coaching desenvolvendo pessoas, recriando organizações Chiavenato (2000) ressalta que é necessário ao líder assumir os riscos do que irá fazer e observar os resultados de uma certa forma, cobrando-se e determinando o que é prioridade. Deve ser um facilitador, ou seja, ter a função de facilitar contatos com pessoas de outras áreas e ajudar a desenvolver planos de ação. Embora todas as pessoas tenham capacidade de liderança, nem todos se tornam líderes um dia. Tornar-se um líder não é fácil, muito embora aprender a liderar seja muito mais fácil do que a maioria pensa. Muitas pessoas são apenas meros produtos de seu contexto, faltando-lhes a vontade de mudar e desenvolver seu potencial. Tornar-se uma pessoa com as características de um líder é um ato de livre arbítrio por excelência (CHIAVENATTO, 2000, p.45). De acordo com Ramos (2004) algumas condições são imprescindíveis para a formação de um líder como a educação, tanto formal quanto informal; necessidade de desaprender para poder aprender; necessidade de se refletir sobre o aprender para que o significado das lições sejam assimiladas; necessidade de correr riscos; cometer erros; necessidade de competência e de ter domínio das tarefas que podem ser assumidas. Duarte (2000) salienta também que existem várias denominações do líder, muitas vezes ele é chamado de chefe, coordenador, gerente, patrão, dono do capital, encarregado, mestre, empresário, superintendente, monitor, e tantos outros adjetivos, que lhe são atribuídos tanto para o bem como para o mal. Porém, segundo o autor, nem todo chefe é necessariamente um líder, nem todo líder é necessariamente um chefe. O autêntico líder levará sua equipe a atingir objetivos com maior eficiência e eficácia, mantendo sempre esforçada, motivada e convicta de estar trabalhando por uma causa justa e necessária. A maneira de liderar no mundo empresarial hoje em dia requer muita competência, visto que simplesmente essas pessoas são responsáveis pelo desenvolvimento e sucesso da organização. Para tanto, é preciso que o líder, segundo Ramos (2004) conheça e pratique algumas das atribuições abaixo: • Aberto às inovações. • Ajudar os funcionários a gerenciar o seu trabalho. • Conhecer toda a organização. • Contratar pessoas. • Dar feedback. • Demitir pessoas. • Fortalecer a missão e os valores da organização. • Motivar pessoas. • Pensar positivamente. Revista de Ciências Gerenciais • Vol. XIII, Nº. 18, Ano 2009 • p. 17-41
  • 13. Denis Juliano Gaspar, Renato Mehler Portásio 29 • Reconhecer os erros. • Saber avaliar com razão e não com emoção. • Saber ouvir as pessoas. • Saber planejar. • Ser criativo e talentoso. • Ser ético. • Ser humorado, comprometido, justo, respeitoso e parceiro. • Ser profissional. • Ter coragem. • Tomar decisões. • Visão preocupada com o futuro. Na visão de Ramos (2004) toda e qualquer liderança, tanto dentro quanto fora da organização, comunica-se com a parte racional e emocional das pessoas, portanto, antes de nomear alguém para algum tipo de liderança, é necessário certificar-se que a mesma possui conhecimentos e perfis para o cargo, caso contrário o prejuízo pode ser inevitável para a organização. 3.4. Qualidades e Habilidades O tipo de personalidade do líder depende de fatores relacionados de acordo com o contexto que ele está relacionado. Parece impossível, qualquer depoimento sério sobre as qualidades que os líderes devem ter, pois não somente os líderes diferem nas qualidades que trazem para suas tarefas, como diferentes tarefas exigem diferentes grupos ou padrões de qualidades. Crainer (2000) expõe sua visão sistemática em relação a algumas qualidades importantes para um líder: • Autoridade: Autoridade consiste no direito de mandar e no poder de fazer-se obedecer. O chefe que não inspira respeito não é digno do lugar que ocupa, e para fazer-se respeitar, a primeira condição é ser respeitável; • Competência: Consiste no conhecimento suficiente dos diferentes setores de atividade da ação do líder, para estar a altura de organizar um conjunto; • Domínio de si mesmo: Perder o domínio de si próprio é sempre o meio mais seguro de perder a autoridade sobre os demais. • Energia realizadora: Considerar cada problema como uma oportunidade nova para soluções construtivas; • Espírito de decisão e iniciativa: O poder de decidir, aliado a iniciativa, pode ser considerado a coragem de assumir responsabilidades; Revista de Ciências Gerenciais • Vol. XIII, Nº. 18, Ano 2009 • p. 17-41
  • 14. 30 Liderança e coaching desenvolvendo pessoas, recriando organizações • Espírito de disciplina: Disciplina é agir de acordo com as ordens recebidas, onde toda ação disciplinar será construtiva, desde que seja manejada devidamente. A disciplina desenvolve e estimula a personalidade. • Exemplo: Os olhos dos subordinados estão constantemente voltados para o líder. O exemplo é decisivo; os exemplos arrastam. • Fé na Missão: Não se faz bem senão o que se faz com paixão. A primeira condição para se realizar qualquer coisa, é acreditá-la possível. • Humildade: Sem humildade, a força não é maior que a violência. O líder deve ser humilde e nunca pensar em ser grande demais, afinal, um homem não é nada mais que um homem. • Sentido de realidade: Ter o sentido da realidade é conhecer-se, conhecer tanto as suas possibilidades como os seus limites, com perspectiva suficiente para numa mudança de situação, adaptar-se às novas circunstâncias. Na liderança, quase tudo depende de fatores circunstanciais, ou seja, o indivíduo para determinado momento e para determinado grupo, precisa possuir determinadas qualidades. A única virtude constante na liderança é a autenticidade, necessidade do líder ser realmente a pessoa e ter as qualidades reais que o grupo e as circunstâncias exigem (CRAINER, 2000). A motivação interior de realizar é característica do líder. O líder luta pela auto- realização e, por isso, está sempre disposto a assumir novas e maiores responsabilidades. O líder sabe que o sucesso lhe chega através de pessoas e esforça-se em conhecê-las, pois será conhecendo as pessoas, compreendendo-as, que o líder será capaz de comandá-las. O estudo das características pessoais ligadas à liderança nas organizações formais tem grande ênfase no enfoque comportamental. Em grande parte essas características podem ser desenvolvidas. Se há na liderança algo inato, que o líder trás em seu patrimônio genético, é assunto que permanece polêmico e sem conclusão. Em suma, para se obter resultado adequado é fundamental que o líder tenha um bom relacionamento, contagie sua equipe, conheça seus liderados, converse com sua equipe. Uma solução que está conquistando espaço no meio empresarial para melhorar o desempenho relacionado às questões técnicas ou mesmo comportamentais, e se propagando também na literatura, é o coaching (ULRICH, 2000). 4. COACHING: UMA FERRAMENTA ESTRATÉGICA DA LIDERANÇA As organizações cada vez mais possuem a necessidade de ter um alinhamento estratégico que envolva, não só posicionamento de produtos e mercado, como pessoas e desenvolvimento para alcançar as metas desejadas. Com isso, alinhar caminhos, preparar Revista de Ciências Gerenciais • Vol. XIII, Nº. 18, Ano 2009 • p. 17-41
  • 15. Denis Juliano Gaspar, Renato Mehler Portásio 31 e acompanhar pessoas, numa visão integrada de resultados coletivos, tem sido um grande desafio para as lideranças (PRAHALAT, 2000). A tendência é que líderes foquem a sua atuação no desenvolvimento de pessoas, levando em conta seus interesses, motivação e talentos com as metas e direcionamento da organização. Direcionar essas ações a fim de atingir estes objetivos e dar sua contribuição é uma questão de descoberta, e o Coaching chega para auxiliar o profissional neste processo de descoberta. Segundo Chiavenato (2002) o Coaching é uma ferramenta, um instrumento gerencial que se utiliza de técnicas não diretivas para estimular o executivo a refletir sobre seu comportamento ou decisões, levando-o a escolher a melhor alternativa para uma determinada situação de trabalho. Visa orientar e otimizar o desenvolvimento da carreira executiva e o aperfeiçoamento pessoal. 4.1. Histórico O coaching surgiu nos Estados Unidos como uma atividade profissional na década de 1980. De início era um misto de consultoria, aconselhamento, assessoria, prestada em geral por pessoas experientes, maduras e dotadas de conhecimentos especializados, que inspiravam confiança, seja por seus princípios éticos, seja por sua credibilidade profissional (CHIAVENATO, 2002). Essas pessoas eram procuradas informalmente por pessoas que necessitavam de alguma informação, de um conselho, de uma orientação num período em que as empresas estavam sendo impactadas por mudanças, consideradas radicais na época, num esforço de elevar a sua produtividade e a qualidade de seus produtos para fazer frente à concorrência invasiva dos produtos japoneses no mercado americano e europeu. (CHIAVENATO, 2002, p.36). Foi um período em que a filosofia e os princípios da qualidade e produtividade iniciaram seu processo de expansão, ameaçando as sólidas pirâmides organizacionais e as práticas administrativas apoiadas no princípio da autoridade/subordinação a elas associadas. Chiavenato (2000) salienta que o coaching, desde os seus primórdios, assumiu a função de facilitar o processo de mudança para formas de administrar menos severas, uma opção que até o momento era comentada pelos teóricos, no entanto jamais antes exercitada. Revista de Ciências Gerenciais • Vol. XIII, Nº. 18, Ano 2009 • p. 17-41
  • 16. 32 Liderança e coaching desenvolvendo pessoas, recriando organizações Em suma, é possível observar que o coaching não é um processo recente, pois apenas transformou uma técnica conhecida e a aprimorou. Atualmente existem profissionais que trabalham apenas com este processo, e possuem formações e certificações internacionais, e/ou tem apenas experiência profissional e foram se tornando coaches de maneira gradativa. 4.2. Definição O coaching entrou definitivamente no vocabulário moderno das empresas, e dos seus recursos humanos. O termo, proveniente do inglês, tem origem no mundo dos esportes e designa o papel de professor, treinador, preparador, “o técnico”. Coaching é um exercício refinado de liderança. Os coaches ganham um a escola prática de liderança e auto-conhecimento. Para as equipes, o benefício do processo de coaching é um clima de maior confiança e cooperação, aumentando o nível de satisfação no trabalho (PORCHÉ; NIEDERER, 2002). Coaching não significa comprometer-se apenas com os resultados, mas com a pessoa como um todo, com a sua realização e o seu desenvolvimento. Por meio do processo de coaching, novas competências e possibilidades de aprendizagem surgem, tanto para o coach quanto para o seu colaborador. Coaching é mais do que treinamento, o coach permanece com a pessoa até ela atingir o resultado. Sua função é de lhe dar poder para que ela produza, para que suas intenções se transformem em ações que, por sua vez, se traduzam em resultados. Coaching é, essencialmente, empowerment. Dar poder para que o outro adquira competências, produza mudanças específicas em qualquer área da vida ou até, e principalmente transforme a si mesmo. (ARAÚJO, 1999, p. 26) De acordo com esse mesmo autor, o coaching é um conceito que veio para ficar não devendo ser encarado como simples modismo, daqueles que vem e logo desaparecem. Coaching é uma relação de assessoramento entre um executivo – com autoridade e responsabilidade gerencial – e um consultor que usa práticas e métodos comportamentais para assessorar seu cliente na conquista de um conjunto de metas que possibilitem incrementar seu desempenho profissional e sua satisfação pessoal, contribuindo para a efetividade da organização, por meio de um acordo formal entre os envolvidos. (ARAÚJO, 1999, p. 48) Tendo em conta o referido, o coaching pode ser tomado como um processo que tem como objetivo fomentar no subordinado o conhecimento de si próprio e ajudar a criar neste o desejo de melhorar ao longo do tempo. Na verdade, trata-se de uma filosofia de liderança que acredita no pressuposto de que a aquisição e o desenvolvimento são processos ininterruptos e da responsabilidade de todos, e não somente de acontecimentos isolados e restritos no tempo e estimulados pelas chefias. Na prática, o coach ajuda o seu colaborador a aprender, a descobrir as áreas de maior potencial de desenvolvimento, a desenvolver a sua inteligência emocional, a fazer Revista de Ciências Gerenciais • Vol. XIII, Nº. 18, Ano 2009 • p. 17-41
  • 17. Denis Juliano Gaspar, Renato Mehler Portásio 33 opções, a definir os seus próprios objetivos, a analisar os seus próprios erros, bem como as suas causas e as formas de os corrigir, faculta-lhe informações e pistas que lhe permitam tomar opções e efetuar decisões: sucintamente, o coach coloca-se ao serviço do seu subordinado - não o controla. Na visão de Birch (2002) o coaching é uma abordagem sistemática de melhoria do coachee (nome que se dá ao cliente) por meio de questionamento e de orientação com foco em mudanças incrementais nos resultados atuais, orientada a uma meta previamente definida. Já coaching para Dingman (2004) é um relacionamento de apoio entre um executivo com autoridade e responsabilidades gerenciais em uma organização. O coach que faz uso de um processo definido que facilitaria a obtenção do executivo de um conjunto de objetivos mutuamente acordados para incremento dos resultados pessoais e organizacionais. Blanco (2006) comenta que o coaching caracteriza-se como um processo de interação colaborativa voltado à promoção e ao estímulo da aprendizagem; onde o objetivo não é ensinar, mas sim auxiliar o outro a aprender. Apesar da diversidade de conceitos sobre coaching, Dingman (2004), Blanco (2006) e Birch (2002) parecem concordar em alguns aspectos, quais sejam: a) O coaching é orientado àqueles executivos em posições de liderança, que não apresentam comportamento disfuncional. b) O coach não necessita dominar a área de atuação do coachee. c) O coach não oferece soluções, mas questionamentos por meio de perguntas abertas e provocativas. d) Os coach e o coachee devem estabelecer objetivos mensuráveis, definidos e acordados prévia e mutuamente. e) O coaching tem como alguns de seus propósitos facilitar o desenvolvimento do coach, por meio de sua progressão profissional e pessoal, contribuindo para os resultados organizacionais. Dentre os inúmeros papéis do coach, Araújo (1999) destaca a necessidade de instituir uma relação de confiança com o cliente, de forma que permita a identificação e análise conjunta dos aspectos importantes de sua trajetória de vida pessoal e profissional, bem como das características de perfil e do potencial que favoreça ou dificulte o alcance de suas metas. Krausz (2007) corrobora citando dentre as principais funções do coach, as que ele acredita serem mais significativas dizem respeito a conectar os projetos organizacionais de curto e longo prazo; a trabalhar com a totalidade do indivíduo e da organização a partir de valores essenciais; bem como promover os atributos visionários imprescindíveis à empregabilidade. Revista de Ciências Gerenciais • Vol. XIII, Nº. 18, Ano 2009 • p. 17-41
  • 18. 34 Liderança e coaching desenvolvendo pessoas, recriando organizações Chiavenato (2002) comenta algumas perspectivas que segundo ele são imprescindíveis ao coach: Ouvir e ensinar Prestar atenção e perceber as necessidades das pessoas são fatores fundamentais para o coach. Vários problemas podem ser reconhecidos por quem escuta com atenção. Muito mais do estar atento ao conjunto de palavras, é necessário perceber os pedidos de ajuda, muitas vezes, implícitos. Portanto, o coach deve ouvir com interesse o que diz colaborador, especialmente se esta opinião for diferente da sua. O coach deve estar aberto para transmitir seus conhecimentos sem ter medo da sombra, ou seja, sem temer que seus ensinamentos possam ser uma ameaça para si próprio. Assim, deve buscar constantemente o seu desenvolvimento, agregando cada vez mais conhecimentos, para estar atualizado e poder repassar essas informações aos demais. Orientar as pessoas A função do coach é analisar as situações que interferem na condução dos projetos e redirecionar os planos de ação sempre que preciso. Em se tratando do direcionamento das estratégias para a obtenção dos objetivos estabelecidos, o coach orienta para o melhor caminho a seguir, seja com relação ao desenvolvimento técnico necessário para o desempenho das tarefas, seja com relação ao comportamento eficaz que atenda às necessidades do projeto. Para isso, deverá desenvolver algumas habilidades próprias a fim de conseguir os objetivos necessários tais como determinação, paciência e persuasão. Quando passamos por um processo de mudança, naturalmente tendemos a resistir a um novo modelo, por variadas razões. Uma das principais é o desconhecido, que afeta a rotina já estabelecida, e o aprendizado de coisas novas, que poderá interferir em nossa zona de conforto e na acomodação a uma situação. O coach precisa ter argumentações fortes que direcionem para a aceitação de novos modelos, diminuindo resistências e conduzindo esforços para que um novo possa ser desenvolvido e implementado, de acordo com a meta traçada. Desenvolver o potencial de cada indivíduo A rapidez com que as coisas mudam exige o aprendizado de coisas novas, direcionando o desenvolvimento de novos métodos de trabalho e de novas posturas diante dos clientes, buscando cada vez mais um diferencial para vencer a competitividade do mercado. Motivar as pessoas para o auto-desenvolvimento: as pessoas são as primeiras responsáveis pelo êxito de sua carreira e manutenção de seu emprego. A segurança Revista de Ciências Gerenciais • Vol. XIII, Nº. 18, Ano 2009 • p. 17-41
  • 19. Denis Juliano Gaspar, Renato Mehler Portásio 35 pessoal e profissional vem do conhecimento daquilo sobre o que cada um tem maior interesse e aptidão, e cabe ao coach direcionar o indivíduo à realização de atividades que lhe tragam satisfação e que possam atingir seus objetivos. Compartilhar responsabilidades O coach deve tomar para si a responsabilidade de analisar, juntamente com o colaborador, as situações inesperadas, e redirecionar os planos de ação sempre que for preciso. A responsabilidade pela obtenção dos resultados nos projetos efetuados pelas pessoas deve ser calcada no compromisso mútuo. O comprometimento com as realizações deve ser compartilhado entre o coach e o indivíduo, uma vez que é imprescindível uma condução adequada nos projetos, bem como uma definição clara daquilo que é possível fazer. Saber reter talentos O grande desafio das organizações é desenvolver seu capital humano, intelectual, criando condições para sua constante evolução. O coach pode ajudar as pessoas na aquisição de novos conhecimentos, no desenvolvimento de novas habilidades e no interesse em buscar sempre maiores conhecimentos. Dessa maneira surgem os talentos que precisam ser mantidos na empresa melhorando as novas formas de trabalho e conseguindo resultados positivos para a organização. 4.3. Tipos de Coaching De uma forma generalizada, coaching diz respeito ao processo que apóia uma pessoa a agregar melhor vida profissional ou pessoal. Existem, portanto vários tios, contextos e papéis de coaching, contudo Porché e Niederer (2002) salientam que ocorrem distinções importantes e ao mesmo tempo uma sobreposição nas diversas abordagens. Coaching Executivo Trata-se do aumento de competências identificadas como chaves para o aperfeiçoamento profissional. É possível afirmar também, segundo Krausz (2007) que é um aprimoramento pessoal, uma vez que o executivo aprende a fazer uma liderança de si mesmo. A empresa de uma forma geral é favorecida com o coaching, por esse representar um caminho de transformação organizacional através do alinhamento individual e coletivo com foco no futuro desejado. Dentro do Coaching Executivo, ainda de acordo com Krausz (2007) ocorre contextos distintos de aplicação: Revista de Ciências Gerenciais • Vol. XIII, Nº. 18, Ano 2009 • p. 17-41
  • 20. 36 Liderança e coaching desenvolvendo pessoas, recriando organizações • “Performance” - foco no cargo e demandas atuais, visando uma plena expressão de força profissional. • Competências e Habilidades - foco no projeto atual ou apoio para uma situação específica. • Desenvolvimento - foco em responsabilidades de cargo futuro ou no futuro da carreira, fortalecendo competências agora para estar pronto na hora de assumir novas responsabilidades responder à altura de desafios e novas oportunidades. Coaching de Vida Este tipo de coach desempenha uma consultoria individual com seu cliente com a finalidade de criar satisfação e um senso de realização na vida. Porché e Niederer (2002) ressaltam que uma grande parte das pessoas procuram Coaching de Vida numa fase em que já estão bem encaminhadas, porém, ainda desejam investir em si mesmas para usufruir plenamente do seu potencial, criando dessa forma, excelência. Hoje em dia representa uma tendência mundial em desenvolvimento humano para se alcançar sucesso pessoal e profissional. Coaching de Negócios Krausz (2007) afirma que o Coaching de Negócios agrega competências pessoais e profissionais bem como “know-how” específico no mercado do cliente. O Coach tem experiência específica em área de negócios, da mesma forma que tem treinamento como Coach. 4.4. As Etapas do Coaching De acordo com Porché e Niederer (2002) o processo de coaching consiste de seis etapas e tem variação de pessoa a pessoa, de tarefa a tarefa, na forma e no conteúdo: Definição ou negociação dos padrões, o que se espera da pessoa Não se pode esperar que as pessoas tenham claramente o que a empresa espera delas, em termos de comportamento, valores e resultados. As pessoas são diferentes e percebem o mundo de maneira diferente. Seus comportamentos são reflexos das realidades internas que se formam de acordo com o significado que elas dão aos fatos que observam. Cabe ao Coach traduzir a visão, missão e objetivos da organização em padrões inteligíveis e aceitos pelos colaboradores. Revista de Ciências Gerenciais • Vol. XIII, Nº. 18, Ano 2009 • p. 17-41
  • 21. Denis Juliano Gaspar, Renato Mehler Portásio 37 Explicação da razão e do impacto Sabendo seu papel dentro da estrutura, porque deve executar determinadas tarefas, e qual o impacto que atitudes e comportamentos têm nos resultados globais, o colaborador sente-se mais estimulado, confiante, seguro e fazendo parte da equipe. Demonstração do processo Quando for o caso, o Coach deve demonstrar como fazer a tarefa, uma vez que imagens valem mais que palavras, e dar o exemplo são a base da confiança do colaborador no Coach. • Observar, exercendo o controle positivo - O Coach controla não para fiscalizar, mas porque tem um compromisso de assegurar que o padrão está sendo cumprido. O controle é necessário; sem controle não se pode mensurar o avanço; portanto não se pode saber se o caminho está correto. O colaborador pode participar do controle decidindo como quer ser controlado, desta forma não se sentirá fiscalizado ou “cobrado”. • Orientar com feedback - É impossível dar feedback consistente sem passar pela etapa anterior. Sem observação e controle, como saber se o colaborador está desenvolvendo-se e desempenhando bem o seu papel? Não existe feedback em cima de “achismos”. O feedback deve ser específico, dado de forma positiva, sem julgamento. Deve ser autêntico e manter o foco no futuro e nos resultados. Reconhecimento constante é imprescindível para manter a motivação do colaborador. • Estar aberto para sugestões de mudança - Como as condições alteram-se constantemente, o colaborador pode criar uma maneira melhor (para ele próprio) de executar a tarefa. O Coach deve saber escutar e estar aberto para que o colaborador garanta sua motivação ao executar uma tarefa da maneira que ache melhor. A maioria das vezes, isto também leva a resultados melhores. 4.5. Diferenças entre o Coach e o Líder Frequentemente se estabelece uma confusão entre os conceitos de coach e líder por apresentarem características muito semelhantes. De acordo com Porché e Niederer (2002) o líder está empenhado no futuro a ser criado, seja na visão de um país, seja na de uma organização, tem foco maior nos resultados, analisa o desempenho do negócio, antecipa problemas/necessidades do negócio, articula estratégias e recursos do negócio, não tem compromisso de assessorar pessoas de forma direta e, quando o faz, concentra-se em sua equipe. Já o Coach, seu foco maior está nas pessoas, no futuro de uma pessoa ou um grupo, ajuda a pessoa a analisar seu desempenho, estimula a pessoa a antecipar seus problemas e suas necessidades, ajuda Revista de Ciências Gerenciais • Vol. XIII, Nº. 18, Ano 2009 • p. 17-41
  • 22. 38 Liderança e coaching desenvolvendo pessoas, recriando organizações a pessoa a criar, analisar e usar os próprios recursos, tem compromisso de assessorar pessoas mesmo quando elas não pertencem a sua equipe. De acordo com Diniz (2007) quando o líder assume o papel de coach, a confiança e o respeito passam a ter grande importância. Há uma diferença entre o líder-coach e o chefe padrão, que segundo o autor são: • O chefe acredita que sua função é empurrar as pessoas adiante; o coach acredita que deve enaltecer e apoiar as pessoas. • O chefe acredita que seu papel é dar ordens; o coach acredita em facilitar a tomada de decisão por parte de seus colaboradores. • O chefe acredita que sabe as respostas; o coach acredita que deve buscar as respostas. • O chefe acredita em resolver problemas e tomar decisões; o coach acredita em facilitar a resolução de problemas e a tomada de decisões por parte dos outros. • O chefe acredita que sua função é apontar erros; o coach acredita que sua função é celebrar o aprendizado. Fazer essa transição não é uma tarefa fácil. Requer disciplina e capacidade de observação, para saber quando colocar em pratica esses hábitos no seu dia-a-dia. No entanto, o primeiro passo é saber que as competências individuais podem ser trabalhadas. Para isso serve o coaching. Chiavenato (2002) comenta que nem todo líder é um coach, mas todo coach pode ser um líder. O coach está mais interessado no desenvolvimento de colaboradores de uma empresa, papel que alguns líderes assumem, às vezes, ao estabelecerem metas para suas equipes, também visando resultados. O líder incentiva, comunica e motiva as pessoas para uma performance mais eficaz, estando sempre voltado para a atividade da equipe e os objetivos previamente definidos. Já o coach ultrapassa todos estes aspectos e inclui um processo democrático, constante de descobrir competências, desenvolver habilidades, preparar intelectualmente, orientar, incentivar, comunicar e motivar. O coach fica junto da pessoa até o momento em que ela consegue atingir o resultado esperado ou chegar até o ponto que se propôs a chegar. Uma missão que somente termina quando o objetivo é alcançado. O coach procura dar apoio e condições para que as intenções da pessoa se transformem em ações efetivas e que se traduzam em resultados. Revista de Ciências Gerenciais • Vol. XIII, Nº. 18, Ano 2009 • p. 17-41
  • 23. Denis Juliano Gaspar, Renato Mehler Portásio 39 5. CONCLUSÃO Constatou-se neste estudo que a competência do líder é fundamental para o desempenho e a produtividade das organizações. A liderança segundo pode ser observado é um processo que influencia as atividades de um indivíduo ou de um grupo para a consecução de um objetivo. Partindo desta premissa, entende-se que é a competência que mais influência nos resultados gerenciais dentro das organizações, pois está diretamente vinculada à habilidade gerencial na condução de questões que envolvem o relacionamento humano e influências diversas na equipe de colaboradores. Portanto, tudo o que acontece de positivo ou negativo nas organizações está geralmente relacionado com o maior ou menor nível de competência gerencial. Uma organização e seus planos não serão eficazes se a função não for bem desempenhada. Em função da evolução dos processos de gestão empresarial, no final dos anos 90, é que se começou a valorizar a figura do Líder. Hoje, essa característica não é mais tida como um diferencial, mas, sim, como algo necessário para o sucesso de um bom profissional nessa posição e a nova tendência em gestão, é a prática do Coaching. O coaching é um relacionamento que produz novas competências. E isso vale tanto para os clientes, o aprendiz e o próprio coach. É caracterizado pelo valor que ele agrega às partes que interagem entre si, pois se baseia em um vínculo que impulsiona talentos, cria competências e estimula potencialidades. Nesse relacionamento, o coach lidera, orienta, guia, aconselha, treina, desenvolve, estimula, impulsiona o aprendiz, enquanto este aprendiz aproveita o impulso e a direção para aumentar seus conhecimentos, melhorar o que já sabe, aprender coisas novas e deslanchar seu desempenho. Os benefícios agregados que as empresas obtêm quando utilizam o coaching para desenvolver a performance dos seus profissionais, podem ser observados no estímulo à criatividade, uma vez que ao desenvolver seu potencial o aconselhado se sente mais seguro e não precisará utilizar de ações centralizadoras, de controle excessivo ou de autoritarismo que tanto enfraquecem a criatividade dos indivíduos e equipes; e nos aspectos culturais, que podem ser sensivelmente diminuídos. Portanto, o grande diferencial de um profissional que tem o perfil de ser um coach, é o de estimular as pessoas a obterem melhores resultados durante os processos que levam ao desenvolvimento de suas competências pessoais e profissionais. Por meio de dinâmicas de grupos, análises individuais e atividades especialmente planejadas é Revista de Ciências Gerenciais • Vol. XIII, Nº. 18, Ano 2009 • p. 17-41
  • 24. 40 Liderança e coaching desenvolvendo pessoas, recriando organizações possível criar ambientes que permitam o autodesenvolvimento, a auto-motivação, a autoliderança, a criação de planos de ação e, dessa maneira, as possibilidades de crescimento REFERÊNCIAS ARAÚJO, Ane. Coach: um parceiro para o seu sucesso. São Paulo: Gente, 1999. ASANOME, Cleusa Rocha. Liderança sem seguidores: um novo paradigma. Tese (Doutorado em Engenharia da Produção). Santa Catarina: Universidade Federal de Santa Catarina, 2001. BENNIS, Warren. A essência da liderança. 11. ed. Rio de Janeiro: Sextante, 2004. BERGAMINI, Cecília W. Liderança: administração do sentido. São Paulo: Atlas, 1994. BLANCO, V.B. Um estudo sobre a prática de coaching no ambiente organizacional e a possibilidade de sua aplicação como prática de gestão de conhecimento. 2006. 216f. Dissertação (Mestrado em Gestão do Conhecimento e tecnologia da Informação) – Universidade católica de Brasilia, Brasília, 2006. BOWDITCH, J.L.; BUONO, A.F. Elementos do comportamento organizacional. São Paulo: Pioneira Thomson, 2002. BRYMAN, A. Carisma e Liderança nas organizações. Londres-UK: SAGE Publications, 1992. CHIAVENATO, I . Construção de Talentos. Rio de Janeiro: Campus, 2002. ______. Recursos Humanos. São Paulo: Editora Atlas, 1983. ______. Iniciação à Administração Geral. São Paulo: Makron, 2000. 44 p. ______. Introdução a Teoria Geral da Administração, 7. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003. CRAINER, Stuart. Grandes Pensadores da Administração. São Paulo: Futura, 2000, 299p. DINGMAN, M.E. Os efeitos de coaching executivo, em postos de trabalho. 168.f. Tese (Doutorado em Liderança Organizacional) - Escola de Liderança Estudos, Regent University, 2004. DUARTE, Roberta Capistrano. Habilidades e competências do SAP R/3 (Systemanalyse und Programmentwicklung): o caso da Vonpar Refrescos S/A. 2000. 114 f. Dissertação (Mestrado em Administração) - Curso de Pós-graduação em Administração, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis. DINIZ, Arthur. Coaching – A Arma Secreta dos Grandes Líderes. 2007. Disponível em: http://vocesa.abril.com.br/informado/aberto/ar_64840.shtml . Acesso em: 24 abr. 2009. ENCICLOPÉDIA Mirador internacional. São Paulo: Enciclopédia Britânica do Brasil, 1987. 20 v. ISBN 85-7026-095-4. HERSEY, Paul; BLANCHARD, Kenneth H. Psicologia para administradores: A teoria e as técnicas da liderança situacional, E.P.U . 1986. JORDÃO, Sonia Dias. A arte de liderar: vivenciando mudanças num mundo globalizado. Belo Horizonte: Tecer Liderança, 2004. KOESTENBAUM, P. Liderança. Disponível em <http://www.uol.com.br/grupoliderança>. Acesso em: 23 abr. 2009. KOTTER, John P. Afinal, o que fazem os líderes: a nova face do poder e da estratégia. São Paulo: Campus, 2000. KRAUSZ, Rosa R. A conquista da liderança. São Paulo: Editora Nobel, 2007. LEVEK, Andréa Regina H. Cunha; MALSCHITZKY Nancy. Liderança. In: Gestão do capital humano. Coleção Gestão Empresarial. Curitiba - PR: AFESBJ, FAE, Business School, Gazeta do Povo, 2002, p. 33-46. Revista de Ciências Gerenciais • Vol. XIII, Nº. 18, Ano 2009 • p. 17-41
  • 25. Denis Juliano Gaspar, Renato Mehler Portásio 41 MARQUES, A.L. Gerenciando profissionais e gerentes: carreira, salário e estabilidade no emprego. In: Encontro Anual da Associação Nacional de Programas de Pós-graduação em Administração. Anais do XVIII ENANPAD, Curitiba, set. 1994, p.336-346. MAXIMIANO, A.C.A. Teoria Geral da Administração: da escola científica à competitividade na economia globalizada. São Paulo: Atlas, 2000. NAVARRO, Leila. Talento para ser feliz. Encare os desafios e obstáculos do mundo globalizado e conquiste o sucesso. São Paulo, Gente, 2000. PENTEADO, José Roberto Whitaker. Técnicas de chefia e liderança. São Paulo: Pioneira, 1986. PORCHÉ, Germaine; NIEDERER, Jed. Coaching. O apoio que faz as pessoas brilharem. Rio de Janeiro: Editora Campus, 2002. PRAHALAT, C.K. Preparando para a liderança. In: The Peter Drucker Fundation (Org.). Liderança para o século XXI. São Paulo: Futura, 2000. RAMOS, Graça. A Liderança no Contexto Organizacional. Apostila de Administração de RH do 7º semestre; Curso de Administração-UFPEL. Pelotas, 2004. ROBBINS, Stephen Paul. Comportamento Organizacional. São Paulo: Prentice Hall, 2002. SENGE, Peter. A dança das mudanças: os desafios de manter o crescimento e o sucesso em organizações que aprendem. Rio de Janeiro: Ed. Campus, 2000. SOTO, Eduardo. Comportamento organizacional. São Paulo: Pioneira, 2002. STONER, James A.F.; FREEMAN, R. Edward. Administração. 5. ed. São Paulo: Editora PHB, 1995. ULRICH, D.; ZENGER, J.; SMALLWOOD, N. Liderança orientada para resultados. São Paulo: Campus, 2000. VERGARA, S.C. Gestão de pessoas. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2000. Denis Juliano Gaspar Especialista em Gestão Estratégica de Pessoas e Coordenador do Curso de Tecnologia em Gestão de Recursos Humanos, Centro Universitário Anhanguera, Unidade de Pirassununga. Renato Mehler Portásio Graduado em Tecnologia em Gestão de Recursos Humanos, Centro Universitário Anhanguera, Unidade de Pirassununga. Graduado em Letras (Português/Inglês). Especialista em Administração Escolar. Atualmente, Diretor Escolar na rede Estadual de Educação. Atua há mais de 10 anos com Treinamento e Desenvolvimento de professores. Revista de Ciências Gerenciais • Vol. XIII, Nº. 18, Ano 2009 • p. 17-41