O documento discute as recentes rebeliões sociais lideradas por jovens em todo o mundo. Aponta que, apesar de causas específicas diferentes, as manifestações compartilham insatisfação com desigualdades, precariedade e falta de oportunidades, defendendo um Estado social que promova educação e saúde públicas. Também observa que os protestos expressam uma "luta de classes sem vanguardas" e rejeitam a política institucional, usando redes sociais para mobilização.
Este artigo discute o papel das elites e lideranças políticas em Portugal. Argumenta que as elites instaladas resistem à mudança enquanto as elites renovadoras trabalham para prevenir perigos ao sistema democrático. Também sugere que os líderes do futuro podem estar entre ativistas que contestam o poder atual. Conclui que Portugal precisa de elites e lideranças capazes de reformar as instituições ou uma revolução pode ocorrer.
Visto do brasil greves, manifs e passeatas eeElisio Estanque
Este artigo compara as greves e protestos sociais em Portugal e no Brasil. A autora argumenta que as greves no Brasil são mais intensas e duradouras do que em Portugal, onde existem maiores riscos para os grevistas. Os protestos de rua no Brasil também são mais festivos e coloridos do que em Portugal, onde tendem a ser mais dramáticos. Finalmente, o sindicalismo é mais dinâmico e diversificado no Brasil do que em Portugal, onde os sindicatos estão enfraquecidos.
Classes e rebeliões sociais no brasil publico 09.06.2014Elisio Estanque
O documento descreve as divisões sociais no Brasil, com a classe média e trabalhadora se subdividindo entre segmentos estabelecidos e emergentes. Os segmentos emergentes, principalmente jovens, têm liderado protestos recentes pedindo por reformas. Enquanto isso, os segmentos estabelecidos defendem seus privilégios e se opõem às mudanças. O descontentamento generalizado pode aumentar durante a Copa do Mundo de 2014 e levar a novas rebeliões.
O partidismo ufano de francisco assis set_2014Elisio Estanque
O autor critica as opiniões de Francisco Assis sobre a política brasileira e espanhola. Ele discorda que Marina Silva seja impulsionada por motivos irracionais e que o movimento Podemos na Espanha seja messiânico. O autor argumenta que os partidos políticos atuais estão descolados da realidade e ignoram as necessidades do povo, necessitando de reformas ou serão substituídos.
Em 15 de setembro de 2012, milhares de portugueses se manifestaram em cerca de 40 cidades contra as medidas de austeridade do governo e a troika. As manifestações reuniram pessoas de várias ideologias políticas e origens sociais. Os protestos expressaram o descontentamento popular com as políticas que têm afetado negativamente a vida dos portugueses.
Este artigo discute como a ideia de "povo" tem evoluído através da história, de um grupo passivo para um sujeito ativo na história. Também descreve como as elites têm desprezado o povo ao longo dos séculos, mas que agora o povo (com P maiúsculo) pode erguer-se novamente contra a elite privilegiada devido à crise e descontentamento generalizado.
Este documento discute a dificuldade em definir a classe média na sociedade moderna. A classe média está se tornando mais fragmentada e heterogênea à medida que o trabalho assalariado se torna mais precário e instável. Um estudo proposto identifica sete categorias de classes sociais na Inglaterra, incluindo uma "classe média estabelecida" e um "precariado", mostrando a diversidade dentro da classe média. Os diferentes segmentos da classe média orientam-se por diferentes combinações de recursos como educação, renda e cultura
Ps, pc e a esquerda desavinda publico 01.10-2014Elisio Estanque
O documento discute as divisões históricas entre a esquerda em Portugal, como o PS, PC e Bloco de Esquerda têm raízes ideológicas similares mas divergiram sobre questões de poder e liderança. Apesar de diferenças programáticas, PS e PC se tornaram mais semelhantes em seu funcionamento interno. Recentemente, houve iniciativas para renovar a esquerda, mas é necessário mais do que ideias - lideranças transparentes e novas formas de participação política.
Este artigo discute o papel das elites e lideranças políticas em Portugal. Argumenta que as elites instaladas resistem à mudança enquanto as elites renovadoras trabalham para prevenir perigos ao sistema democrático. Também sugere que os líderes do futuro podem estar entre ativistas que contestam o poder atual. Conclui que Portugal precisa de elites e lideranças capazes de reformar as instituições ou uma revolução pode ocorrer.
Visto do brasil greves, manifs e passeatas eeElisio Estanque
Este artigo compara as greves e protestos sociais em Portugal e no Brasil. A autora argumenta que as greves no Brasil são mais intensas e duradouras do que em Portugal, onde existem maiores riscos para os grevistas. Os protestos de rua no Brasil também são mais festivos e coloridos do que em Portugal, onde tendem a ser mais dramáticos. Finalmente, o sindicalismo é mais dinâmico e diversificado no Brasil do que em Portugal, onde os sindicatos estão enfraquecidos.
Classes e rebeliões sociais no brasil publico 09.06.2014Elisio Estanque
O documento descreve as divisões sociais no Brasil, com a classe média e trabalhadora se subdividindo entre segmentos estabelecidos e emergentes. Os segmentos emergentes, principalmente jovens, têm liderado protestos recentes pedindo por reformas. Enquanto isso, os segmentos estabelecidos defendem seus privilégios e se opõem às mudanças. O descontentamento generalizado pode aumentar durante a Copa do Mundo de 2014 e levar a novas rebeliões.
O partidismo ufano de francisco assis set_2014Elisio Estanque
O autor critica as opiniões de Francisco Assis sobre a política brasileira e espanhola. Ele discorda que Marina Silva seja impulsionada por motivos irracionais e que o movimento Podemos na Espanha seja messiânico. O autor argumenta que os partidos políticos atuais estão descolados da realidade e ignoram as necessidades do povo, necessitando de reformas ou serão substituídos.
Em 15 de setembro de 2012, milhares de portugueses se manifestaram em cerca de 40 cidades contra as medidas de austeridade do governo e a troika. As manifestações reuniram pessoas de várias ideologias políticas e origens sociais. Os protestos expressaram o descontentamento popular com as políticas que têm afetado negativamente a vida dos portugueses.
Este artigo discute como a ideia de "povo" tem evoluído através da história, de um grupo passivo para um sujeito ativo na história. Também descreve como as elites têm desprezado o povo ao longo dos séculos, mas que agora o povo (com P maiúsculo) pode erguer-se novamente contra a elite privilegiada devido à crise e descontentamento generalizado.
Este documento discute a dificuldade em definir a classe média na sociedade moderna. A classe média está se tornando mais fragmentada e heterogênea à medida que o trabalho assalariado se torna mais precário e instável. Um estudo proposto identifica sete categorias de classes sociais na Inglaterra, incluindo uma "classe média estabelecida" e um "precariado", mostrando a diversidade dentro da classe média. Os diferentes segmentos da classe média orientam-se por diferentes combinações de recursos como educação, renda e cultura
Ps, pc e a esquerda desavinda publico 01.10-2014Elisio Estanque
O documento discute as divisões históricas entre a esquerda em Portugal, como o PS, PC e Bloco de Esquerda têm raízes ideológicas similares mas divergiram sobre questões de poder e liderança. Apesar de diferenças programáticas, PS e PC se tornaram mais semelhantes em seu funcionamento interno. Recentemente, houve iniciativas para renovar a esquerda, mas é necessário mais do que ideias - lideranças transparentes e novas formas de participação política.
1) A sociologia surgiu no século XIX para entender e mudar a sociedade, mas sua missão é questionar fenômenos tidos como naturais.
2) A sociologia portuguesa foi fundada por Adérito Sedas Nunes na década de 1960 e consolidou-se após a Revolução dos Cravos.
3) Hoje há cerca de 30 mil sociólogos em Portugal, mas o setor empresarial absorve poucos, demonstrando fraca sensibilidade para a profissão.
Mov sociais a nova rebelião da classe media eesne_sup2012Elisio Estanque
1) O documento discute os movimentos sociais recentes, particularmente os que ocorreram em 2011, e como eles refletem a insatisfação das classes médias.
2) Analisa como os movimentos sociais dos anos 1960 influenciaram as sociedades ocidentais e promoveram mudanças culturais, apesar de terem sido inicialmente derrotados.
3) Discutem como os movimentos atuais envolvem uma ampla gama de segmentos sociais precários, não apenas estudantes, e buscam novas formas de ativismo.
A entrevista discute:
1) A crise do Estado de bem-estar na Europa e os avanços nos programas sociais no Brasil desde 2000.
2) A necessidade da Europa se reinventar politicamente e em termos de desenvolvimento socioeconômico para continuar sendo referência.
3) A urgência do Brasil em melhorar rapidamente a educação pública, principalmente o ensino médio, para que a universidade pública se torne motor do desenvolvimento.
O autor argumenta que o Partido Socialista perdeu seu foco ideológico no socialismo e precisa redefinir seu projeto de sociedade. Ele aponta que a crise econômica e o crescimento de forças extremistas exigem que a esquerda ofereça alternativas ao capitalismo predatório. Defende que o PS realize um congresso para debater sua liderança, estratégia para o país e alianças.
O documento discute os vários sentidos do trabalho à luz da crise capitalista atual e da desconstrução dos direitos trabalhistas. Argumenta que o trabalho é essencial para a humanização e emancipação, mas que foi alienado e explorado pelo capitalismo. Defende que as futuras formas de trabalho devem equilibrar os aspectos opressivos e emancipatórios do trabalho.
Este artigo discute como a juventude mudou ao longo do tempo, de ser definida pelos mais velhos para ganhar autonomia e protagonizar mudanças sociais. Analisa como as gerações mais novas dos anos 1960 e 1970 inspiraram estudos sobre a sociedade contemporânea através de sua rebeldia. Também explora como a juventude atual lida com a precariedade laboral em contraste com sua capacidade de adaptação.
Este documento estabelece que:
1) Os direitos de propriedade intelectual de todos os conteúdos do jornal Público pertencem ao Público.
2) Os conteúdos disponibilizados aos assinantes não podem ser copiados, alterados ou distribuídos sem autorização do Público.
3) O documento discute as características e desafios da juventude contemporânea.
Este documento descreve os direitos de propriedade intelectual sobre os conteúdos do jornal Público e as restrições sobre como os assinantes podem usar esses conteúdos. Também discute posições ambíguas de partidos de esquerda portugueses em relação a regimes estrangeiros e a União Europeia.
1) As eleições autárquicas de 2013 em Portugal ocorrerão em um contexto de austeridade, o que pode oferecer uma oportunidade para a revitalização da democracia.
2) Candidaturas independentes podem ser um bom tónico, mas alguns partidos políticos ainda estão presos ao aparelhismo e táticas eleitorais.
3) Em Coimbra, o PS recandidatou alguém que já havia perdido antes, em vez de uma opção mais abrangente, o que pode levar à resignação dos eleitores ou ao surg
O documento discute as classes sociais e lutas sociais segundo diferentes perspectivas. Aborda a definição marxista de classe social baseada na posição nos meios de produção versus a estratificação sociológica. Também analisa o desenvolvimento do movimento operário no Brasil e a herança do Estado Vargas no sindicalismo.
O artigo argumenta que a nova legislação laboral em Portugal assenta na ideia de conflito de classes entre trabalhadores e capitalistas. A legislação promove a redução de custos com trabalhadores e facilita o despedimento, em busca de maior produtividade e lucro para os empresários. Isto pode levar a uma nova forma de servidão dos trabalhadores, quase como trabalho escravo.
Num momento adverso para os trabalhadores, os autores defendem que um sindicalismo renovado é essencial para a coesão social. Eles criticam as estruturas sindicais por serem rígidas e alinhadas demais com partidos políticos, e sugerem que uma maior abertura, democracia interna e envolvimento com outros movimentos seria benéfico. No entanto, reconhecem que a principal mudança necessária é uma visão estratégica autónoma por parte das lideranças sindicais.
O documento discute como a crise e as transformações no mercado de trabalho estão redesenhando os conflitos sociais e as relações de classe. O "precariado", composto por jovens qualificados mas em empregos precários, tem liderado novos movimentos sociais e pode se tornar uma nova classe. A realidade da luta de classes renasce em novos moldes, com uma sobreclasse global que enriquece às custas das subclasses locais.
O documento discute a importância da classe média para regimes democráticos e como ela está em declínio. O autor analisa um livro sobre o assunto e explica como a classe média portuguesa cresceu após a revolução de 1974, mas agora enfrenta insegurança e perda de mobilidade social devido à austeridade, ameaçando a democracia.
1) O texto discute as relações entre democracia e socialismo, argumentando que igualdade sem liberdade não corresponde aos ideais do socialismo.
2) Rosa Luxemburgo e Antonio Gramsci compreenderam que as condições de atraso da Rússia pré-revolucionária levariam a consequências que impediriam a conversão da ditadura do proletariado em uma forma mais avançada de democracia.
3) Tanto Rosa quanto Gramsci acreditavam que a estatização dos meios de produção levariam aos ideais dem
O documento descreve os direitos de propriedade intelectual dos conteúdos do jornal Público, que pertencem ao Público - Comunicação Social S.A. Os assinantes não podem copiar, alterar ou distribuir os conteúdos sem permissão.
O documento discute a classe média e a estabilidade social. Argumenta que a noção de classe média mudou no século XX com o crescimento da classe média assalariada e seu papel no Estado de bem-estar social. Em Portugal, a classe média sempre foi pequena, mas as subidas sociais geraram uma ilusão de crescimento da classe média. No entanto, esses ganhos foram de curto alcance e hoje em dia esses grupos enfrentam o risco de deslizamento social devido à crise, o que pode levar a maior instabilidade.
Rebelião de classe média? Precariedade de movimentos sociais em Portugal e no Brasil (2011-2013).
Texto académico publicado na Revista Critica de Ciências Sociais, nº 103 - 2014
Mov sociais a nova rebelião da classe media eesne_sup2012Elisio Estanque
Este artigo discute os movimentos sociais recentes, particularmente os protestos de 2011, e como eles refletem a insatisfação crescente de segmentos da classe média. Analisa como os movimentos dos anos 1960 influenciaram as sociedades ocidentais e como os novos movimentos sociais enfrentam desafios como identidades difusas e adversários abstratos. Também discute como a classe média portuguesa foi afetada nessa época e como os protestos atuais unem estudantes e trabalhadores precários.
O documento discute as diferenças entre o português falado em Portugal e no Brasil, destacando várias expressões e palavras distintas, e como isso pode levar a mal-entendidos. Também aborda como os fluxos migratórios estão ajudando a ampliar o uso do português globalmente, apesar das variações regionais na pronúncia.
A ucrania e o maniqueísmo neo sovietico ee-nnElisio Estanque
Este artigo discute a situação na Ucrânia e as respostas à crise no Ocidente e em Portugal. Critica as opiniões pró-Rússia e argumenta que os protestos em Maidan foram genuínos, não um golpe. Também destaca a história de opressão da Ucrânia e da Crimeia pela Rússia e a necessidade de defender a democracia contra a tirania em ambos os lados.
Este artigo discute as rentrées políticas do governo e do Partido Socialista em Portugal. O governo prometeu continuar com a austeridade para cumprir as metas da troika, mas sem dar esperança de alívio para a economia ou emprego. O líder do PS criticou as políticas do governo e propôs "outro caminho", embora o partido ainda pareça hesitante entre oposição e status quo.
1) A sociologia surgiu no século XIX para entender e mudar a sociedade, mas sua missão é questionar fenômenos tidos como naturais.
2) A sociologia portuguesa foi fundada por Adérito Sedas Nunes na década de 1960 e consolidou-se após a Revolução dos Cravos.
3) Hoje há cerca de 30 mil sociólogos em Portugal, mas o setor empresarial absorve poucos, demonstrando fraca sensibilidade para a profissão.
Mov sociais a nova rebelião da classe media eesne_sup2012Elisio Estanque
1) O documento discute os movimentos sociais recentes, particularmente os que ocorreram em 2011, e como eles refletem a insatisfação das classes médias.
2) Analisa como os movimentos sociais dos anos 1960 influenciaram as sociedades ocidentais e promoveram mudanças culturais, apesar de terem sido inicialmente derrotados.
3) Discutem como os movimentos atuais envolvem uma ampla gama de segmentos sociais precários, não apenas estudantes, e buscam novas formas de ativismo.
A entrevista discute:
1) A crise do Estado de bem-estar na Europa e os avanços nos programas sociais no Brasil desde 2000.
2) A necessidade da Europa se reinventar politicamente e em termos de desenvolvimento socioeconômico para continuar sendo referência.
3) A urgência do Brasil em melhorar rapidamente a educação pública, principalmente o ensino médio, para que a universidade pública se torne motor do desenvolvimento.
O autor argumenta que o Partido Socialista perdeu seu foco ideológico no socialismo e precisa redefinir seu projeto de sociedade. Ele aponta que a crise econômica e o crescimento de forças extremistas exigem que a esquerda ofereça alternativas ao capitalismo predatório. Defende que o PS realize um congresso para debater sua liderança, estratégia para o país e alianças.
O documento discute os vários sentidos do trabalho à luz da crise capitalista atual e da desconstrução dos direitos trabalhistas. Argumenta que o trabalho é essencial para a humanização e emancipação, mas que foi alienado e explorado pelo capitalismo. Defende que as futuras formas de trabalho devem equilibrar os aspectos opressivos e emancipatórios do trabalho.
Este artigo discute como a juventude mudou ao longo do tempo, de ser definida pelos mais velhos para ganhar autonomia e protagonizar mudanças sociais. Analisa como as gerações mais novas dos anos 1960 e 1970 inspiraram estudos sobre a sociedade contemporânea através de sua rebeldia. Também explora como a juventude atual lida com a precariedade laboral em contraste com sua capacidade de adaptação.
Este documento estabelece que:
1) Os direitos de propriedade intelectual de todos os conteúdos do jornal Público pertencem ao Público.
2) Os conteúdos disponibilizados aos assinantes não podem ser copiados, alterados ou distribuídos sem autorização do Público.
3) O documento discute as características e desafios da juventude contemporânea.
Este documento descreve os direitos de propriedade intelectual sobre os conteúdos do jornal Público e as restrições sobre como os assinantes podem usar esses conteúdos. Também discute posições ambíguas de partidos de esquerda portugueses em relação a regimes estrangeiros e a União Europeia.
1) As eleições autárquicas de 2013 em Portugal ocorrerão em um contexto de austeridade, o que pode oferecer uma oportunidade para a revitalização da democracia.
2) Candidaturas independentes podem ser um bom tónico, mas alguns partidos políticos ainda estão presos ao aparelhismo e táticas eleitorais.
3) Em Coimbra, o PS recandidatou alguém que já havia perdido antes, em vez de uma opção mais abrangente, o que pode levar à resignação dos eleitores ou ao surg
O documento discute as classes sociais e lutas sociais segundo diferentes perspectivas. Aborda a definição marxista de classe social baseada na posição nos meios de produção versus a estratificação sociológica. Também analisa o desenvolvimento do movimento operário no Brasil e a herança do Estado Vargas no sindicalismo.
O artigo argumenta que a nova legislação laboral em Portugal assenta na ideia de conflito de classes entre trabalhadores e capitalistas. A legislação promove a redução de custos com trabalhadores e facilita o despedimento, em busca de maior produtividade e lucro para os empresários. Isto pode levar a uma nova forma de servidão dos trabalhadores, quase como trabalho escravo.
Num momento adverso para os trabalhadores, os autores defendem que um sindicalismo renovado é essencial para a coesão social. Eles criticam as estruturas sindicais por serem rígidas e alinhadas demais com partidos políticos, e sugerem que uma maior abertura, democracia interna e envolvimento com outros movimentos seria benéfico. No entanto, reconhecem que a principal mudança necessária é uma visão estratégica autónoma por parte das lideranças sindicais.
O documento discute como a crise e as transformações no mercado de trabalho estão redesenhando os conflitos sociais e as relações de classe. O "precariado", composto por jovens qualificados mas em empregos precários, tem liderado novos movimentos sociais e pode se tornar uma nova classe. A realidade da luta de classes renasce em novos moldes, com uma sobreclasse global que enriquece às custas das subclasses locais.
O documento discute a importância da classe média para regimes democráticos e como ela está em declínio. O autor analisa um livro sobre o assunto e explica como a classe média portuguesa cresceu após a revolução de 1974, mas agora enfrenta insegurança e perda de mobilidade social devido à austeridade, ameaçando a democracia.
1) O texto discute as relações entre democracia e socialismo, argumentando que igualdade sem liberdade não corresponde aos ideais do socialismo.
2) Rosa Luxemburgo e Antonio Gramsci compreenderam que as condições de atraso da Rússia pré-revolucionária levariam a consequências que impediriam a conversão da ditadura do proletariado em uma forma mais avançada de democracia.
3) Tanto Rosa quanto Gramsci acreditavam que a estatização dos meios de produção levariam aos ideais dem
O documento descreve os direitos de propriedade intelectual dos conteúdos do jornal Público, que pertencem ao Público - Comunicação Social S.A. Os assinantes não podem copiar, alterar ou distribuir os conteúdos sem permissão.
O documento discute a classe média e a estabilidade social. Argumenta que a noção de classe média mudou no século XX com o crescimento da classe média assalariada e seu papel no Estado de bem-estar social. Em Portugal, a classe média sempre foi pequena, mas as subidas sociais geraram uma ilusão de crescimento da classe média. No entanto, esses ganhos foram de curto alcance e hoje em dia esses grupos enfrentam o risco de deslizamento social devido à crise, o que pode levar a maior instabilidade.
Rebelião de classe média? Precariedade de movimentos sociais em Portugal e no Brasil (2011-2013).
Texto académico publicado na Revista Critica de Ciências Sociais, nº 103 - 2014
Mov sociais a nova rebelião da classe media eesne_sup2012Elisio Estanque
Este artigo discute os movimentos sociais recentes, particularmente os protestos de 2011, e como eles refletem a insatisfação crescente de segmentos da classe média. Analisa como os movimentos dos anos 1960 influenciaram as sociedades ocidentais e como os novos movimentos sociais enfrentam desafios como identidades difusas e adversários abstratos. Também discute como a classe média portuguesa foi afetada nessa época e como os protestos atuais unem estudantes e trabalhadores precários.
O documento discute as diferenças entre o português falado em Portugal e no Brasil, destacando várias expressões e palavras distintas, e como isso pode levar a mal-entendidos. Também aborda como os fluxos migratórios estão ajudando a ampliar o uso do português globalmente, apesar das variações regionais na pronúncia.
A ucrania e o maniqueísmo neo sovietico ee-nnElisio Estanque
Este artigo discute a situação na Ucrânia e as respostas à crise no Ocidente e em Portugal. Critica as opiniões pró-Rússia e argumenta que os protestos em Maidan foram genuínos, não um golpe. Também destaca a história de opressão da Ucrânia e da Crimeia pela Rússia e a necessidade de defender a democracia contra a tirania em ambos os lados.
Este artigo discute as rentrées políticas do governo e do Partido Socialista em Portugal. O governo prometeu continuar com a austeridade para cumprir as metas da troika, mas sem dar esperança de alívio para a economia ou emprego. O líder do PS criticou as políticas do governo e propôs "outro caminho", embora o partido ainda pareça hesitante entre oposição e status quo.
O autor descreve como foi expulso do Partido Socialista (PS) sem direito a defesa por ter apoiado uma lista alternativa nas eleições locais. Acredita que a verdadeira razão foi sua discordância pública com a orientação dos dirigentes locais do PS. Ele critica a falta de democracia interna e transparência no partido.
Este artigo discute as práticas de "praxes" nas universidades portuguesas e os abusos associados a elas. O autor argumenta que as praxes se tornaram mais violentas e humilhantes à medida que novas instituições privadas surgiram, e que as estruturas estudantis falharam em lidar com o problema. Ele também aponta fatores estruturais mais amplos, como a "tecnoburocracia" e o foco no mercado, como contribuintes para a degradação dos valores universitários e o aumento das prax
Em 15 de setembro de 2012, milhares de portugueses se manifestaram em cerca de 40 cidades contra as medidas de austeridade do governo e a troika. As manifestações reuniram pessoas de várias ideologias políticas e origens sociais. Os protestos expressaram o descontentamento popular com as políticas que têm afetado negativamente a vida dos portugueses.
Este documento discute os rituais de poder social em grupos fechados como os Comandos e as praxes estudantis. Apesar de aparentemente diferentes, ambos compartilham características como hierarquias rígidas, testes de submissão e humilhação que podem levar a acidentes lamentáveis. Questiona até que ponto os indivíduos se submetem aos líderes desses grupos e quais fatores levam a uma identificação sem limites.
O documento descreve "lambe-cus", ou pessoas que constantemente bajulam outras mais poderosas para seu próprio benefício. Estes indivíduos proliferaram na sociedade portuguesa moderna, onde encontram condições ideais para prosperar em grandes corporações e grupos de poder político e empresarial. Eles carecem de espinha dorsal e caracter e seu principal objetivo é satisfazer os que detém poder através de constante adulação.
1) O autor presenciou uma atividade da "praxe" na Universidade de Coimbra onde caloiros estavam tomando banho de água fria enquanto eram molhados pelos "doutores".
2) Como sociólogo, o autor afirma que o contexto da observação revela mais do que as palavras dos estudantes, que afirmam estar lá voluntariamente.
3) O autor compara a "praxe" a comportamentos tribais que ocorrem em situações de ritual e multidão, onde a racionalidade individual é reduzida em favor da ir
Este documento resume uma entrevista com o sociólogo Elísio Estanque sobre seu livro "Praxe e Tradições Académicas". Ele discute como a praxe estudantil evoluiu ao longo do tempo, passando de brincadeiras inócuas para uma aceitação do poder dos mais velhos. Também aborda a relação entre a praxe e o aumento de casos de abuso, ligado à maior massificação do ensino superior, e como a praxe pode estar ligada ao carreirismo político dos estudantes.
Público 14 rebeliao e resistência organizada 30.09.2012Elisio Estanque
O documento descreve a manifestação da CGTP-Intersindical contra as medidas de austeridade em Portugal. Resume que a manifestação mostrou o potencial de consciência crítica das estruturas sindicais, mas foi mais uma luta política do que laboral. Também discute as diferenças entre esta manifestação e protestos anteriores, notando que a da CGTP focou mais nos setores organizados e de esquerda.
Este documento apresenta o perfil de Elísio Estanque, um sociólogo e investigador da Universidade de Coimbra. Ele nasceu no Alentejo e chegou a Coimbra em 1985 para lecionar na universidade. Realizou pesquisas importantes, incluindo vestir a roupa de um operário para estudar as condições de trabalho. Continua comentando a sociedade e defendendo maior justiça social.
Este artigo discute a necessidade de realismo utópico na política atual, combinando análise das tendências atuais com visões do futuro. Defende que ideologias e projetos utópicos ajudaram a mudança histórica, embora de forma contraditória. Argumenta que precisamos reinventar o futuro com novas utopias e senso pragmático para romper com estereótipos sobre o inevitável e imaginar alternativas à austeridade atual.
Recomendado por el proceso ESE para las sesiones de Gabriel Restrepo Forero - Curso de extensión sobre Educación sin Escuela, Universidad Nacional de Colombia.
Apontamentos sobre a espanha rebelde toni negriGRAZIA TANTA
O documento descreve o movimento dos "indignados" na Espanha a partir de observações de Antonio Negri. Resume três pontos principais: 1) O movimento é composto por uma classe média empobrecida e trabalhadores precários, sem representação política; 2) Eles usam táticas não-violentas e organização descentralizada por meio de assembleias e redes digitais; 3) O movimento representa um desejo por democracia direta e uma nova constituição que dê poder ao povo.
1. O documento apresenta quatro opiniões de intelectuais sobre os recentes protestos no Brasil.
2. Zander Navarro analisa as razões por trás dos protestos, incluindo insatisfação da classe média com escândalos políticos e falta de liderança dos movimentos.
3. Francisco José dos Santos Braga resume uma fábula sobre uma crise causada por burros, banqueiros e autoridades que se unem em detrimento do povo.
4. O documento fornece perspectivas sobre os motivos e possíveis impactos dos protest
As manifestações populares de 2013 no Brasil reivindicaram melhorias nos serviços públicos e maior transparência política. O sociólogo Luiz Werneck Vianna analisa o movimento como uma busca por autonomia e participação da sociedade, que não quer mais ser tratada de forma infantil pelo Estado. Ele vê o momento como virtuoso e acredita que as instituições democráticas podem ser fortalecidas se os governantes souberem ouvir as demandas da população.
O documento discute o conceito de movimentos sociais e cidadania. Explica que movimentos sociais são grupos organizados que lutam por mudanças sociais através de embates políticos de acordo com seus valores. Discutem também os tipos de movimentos sociais (conservadores, reformistas e revolucionários) e os três tipos de direitos (civil, político e social) que formam a cidadania.
O documento analisa as manifestações populares no Brasil atual. Discute como as ocupações de ruas por estudantes contra aumento de passagens se espalharam para outras reivindicações, gerando insatisfação popular com questões sociais. Também explica como governos e mídia tentam desviar o movimento para interesses políticos em vez de luta de classes.
A democracia surgiu na Grécia Antiga com a criação do espaço público da política, separando o poder político dos poderes militar e religioso. Os gregos inventaram a democracia direta e os romanos a república. Essas formas foram destruídas pelos impérios posteriores. Somente na Renascença e nos séculos XVII e XVIII, com revoluções contra a monarquia absoluta, ressurgiram ideias democráticas. A democracia moderna se desenvolveu associada ao capitalismo liberal e industrial,
O documento discute a democracia e a participação política ao longo da história. Resume os principais pontos da democracia grega e moderna, destacando a importância da participação dos cidadãos. Também aborda movimentos sociais como o feminismo e a resistência à ditadura militar no Brasil, enfatizando a luta por direitos e pela democracia.
1) O documento descreve um movimento de protesto chamado Occupy London que ocorreu em 2011 na praça Finsbury, em Londres.
2) Ele discute como ideias podem se espalhar mundialmente através de movimentos de protesto como o Occupy, ignorando fronteiras geográficas.
3) Defende que esses movimentos questionam a noção de que a democracia já foi alcançada e exigem uma "democracia real", apontando imperfeições nos sistemas democráticos atuais.
A uma democracia de controlo poderá suceder uma democracia de liberdadeGRAZIA TANTA
Porque é que o impacto das políticas anti-populares tem tão escasso relevo na transformação do quadro político em Portugal? Qual a natureza do regime democrático em Portugal? Qual a relação entre a corrupção e a revolução? Porque a esquerda social não se transforma em esquerda política?
As grandes transformações do século XVIII e XIX foram marcadas pela Revolução Industrial, que alterou profundamente a organização social e criou novas formas de organização e modificações culturais duradouras. Os movimentos sociais dos anos 1960 questionaram valores tradicionais e inspiraram futuras mobilizações por direitos. Nos anos 1990, movimentos sociais e ONGs contribuíram para a construção democrática no Brasil através do diálogo e conflito.
As grandes transformações do século XVIII e XIX foram marcadas pela Revolução Industrial, que alterou profundamente a organização social e criou novas formas de organização e modificações culturais duradouras. Os movimentos sociais dos anos 1960 questionaram valores tradicionais e inspiraram futuras mobilizações por direitos civis e minorias. Os movimentos sociais na década de 1990, incluindo camponeses e ONGs, contribuíram para a construção democrática através do diálogo e conflito.
Manifestações nas ruas, as eleições em 2014 e a política do Bem X Mal UFPB
O documento discute como a política no Brasil tem sido reduzida a uma visão dicotômica de "esquerda x direita", ignorando a diversidade de movimentos sociais e questões. Também critica como as mídias e redes sociais têm estimulado uma cultura política superficial que não leva a mudanças reais. Defende uma reflexão sobre o tipo de democracia e estado desejado no país.
O documento discute as condições necessárias para o estabelecimento de democracias estáveis na América Latina. Afirma que a região tem um legado histórico que dificulta o progresso democrático, como o patrimonialismo colonial e a desigual distribuição de terra. Argumenta que uma situação socioeconômica mais igualitária é um pressuposto para uma democracia estável, e que a democracia e a igualdade devem se desenvolver mutuamente.
O documento descreve os protestos de junho de 2013 no Brasil. Começando com reivindicações por transporte público acessível, as manifestações levaram centenas de milhares às ruas para expressar descontentamento com saúde, educação, corrupção e gastos com megaeventos esportivos, reivindicando mais direitos e democracia. A mídia teve papel decisivo, com emissoras iniciais tentando estigmatizar manifestantes e depois pressionadas a mudar cobertura com violência policial. Mídia alternativa acompanhou online
1) O documento discute o acesso de negros às universidades públicas no Brasil e o movimento por ações afirmativas.
2) Historicamente, as demandas do movimento negro evoluíram de combater o preconceito para combater a discriminação racial e desigualdades.
3) Recentemente, o foco passou a ser pedir ações afirmativas do governo para promover a inclusão de negros no ensino superior, especialmente nas universidades públicas.
Rebeliao de classe media_precariedade de movimentos sociaisElisio Estanque
Este documento discute as manifestações e movimentos de protesto em Portugal e no Brasil entre 2011-2013, argumentando que refletem tensões sociais onde transparece uma "pulsão de classe média" definida pela precariedade e juventude. Analisa a composição social dos manifestantes e os fatores socioeconômicos por trás dos movimentos, incluindo desigualdades e degradação das condições laborais.
Este documento discute a situação política e social no Brasil e no mundo, apontando que há algo fora da ordem atual. A juventude tem desempenhado um papel fundamental nas manifestações, questionando partidos e sindicatos, mas também sendo alvo de grupos de direita. Defende-se a revisão de práticas dos movimentos socialistas para reconquistar a juventude e reconstruir uma utopia igualitária. No Rio de Janeiro especificamente, critica-se a política educacional que tem fechado escolas e expulsado jovens, enquanto a
O documento discute a relação entre globalização, cidadania e direitos humanos. Aborda como a globalização econômica levou a uma maior desigualdade e como as organizações internacionais desempenham um papel importante na promoção e proteção dos direitos humanos no cenário globalizado. Também explora como o conceito de cidadania tem evoluído ao longo das gerações de direitos.
Semelhante a Juventude e rebelioes s 2013 31dez (20)
Este documento discute o conceito de revolução ao longo do tempo. Inicialmente, revolução significava uma mudança rápida no poder político, mas não necessariamente algo totalmente novo. Apenas na era moderna que a questão social emergiu e a desigualdade entre ricos e pobres levou a revoltas. Uma revolução só triunfa quando os de baixo não querem e os de cima não podem continuar como antes.
O documento discute a Revolução de Outubro de 1917 na Rússia e seu impacto no mundo. O autor argumenta que a revolução levou a mudanças profundas na sociedade, mas o regime soviético que se desenvolveu acabou se tornando totalitário e brutal. Embora a revolução tenha inspirado movimentos sociais, é importante reconhecer tanto os aspectos positivos quanto os negativos do que aconteceu na Rússia.
O documento discute os impactos da automação e inteligência artificial no trabalho. Apesar de criar novas oportunidades para alguns, corre o risco de aumentar as desigualdades sociais e salariais. É necessário um pensamento estratégico para lidar com os custos sociais da mudança e garantir equilíbrios em uma sociedade mais inclusiva.
Este artigo discute a história do trabalho e como as formas de trabalho têm mudado ao longo do tempo, desde a antiguidade até a era digital atual. Também analisa como as relações entre trabalhadores e empregadores têm sido muitas vezes conflituais e como as novas tecnologias podem ameaçar ainda mais os direitos dos trabalhadores e aumentar a precariedade no trabalho.
Queima das fitas alcoolizada publico 14.05.2016Elisio Estanque
O documento descreve a Queima das Fitas em Coimbra, uma festa estudantil tradicional que tem se tornado cada vez mais alcoolizada. O desfile é marcado por comportamentos alterados sob efeito do álcool, com estudantes bebendo em excesso nos carros alegóricos e depois vomitando ou chorando. A festa termina com um sentimento de cansaço e desencanto à medida que os efeitos do álcool diminuem.
Este artigo descreve como a globalização está reestruturando o trabalho humano em uma escala global através da deslocalização de empresas e trabalho barato. Ele usa o exemplo da produção agrícola de frutos vermelhos no sudoeste de Portugal, onde grandes empresas estrangeiras empregam imigrantes em condições precárias para obter mão de obra barata e sazonal. Embora isso tenha trazido sucesso econômico para alguns, também resultou na degradação das condições de trabalho e na exploração de trabalhadores imigrantes sem proteções leg
Este documento descreve a vida difícil no Alentejo rural durante o regime de Salazar na década de 1960, com pobreza, repressão policial e falta de liberdades. Apesar das dificuldades, a cultura e identidade alentejanas permaneceram fortes, transmitidas entre gerações mesmo após a emigração. Hoje, o Alentejo mantém sua herança cultural, apesar dos desafios do envelhecimento populacional.
This document summarizes and analyzes recent protest movements in Portugal and Brazil from 2011-2013. It argues that these movements reflect tensions among a growing middle class faced with precarious employment and declining rights and opportunities. Data is presented showing rising inequality in Portugal, and the situation in Brazil is examined in light of recomposing working class conditions. The social composition of protesters is analyzed based on surveys conducted during this period. Key factors seen as fueling the protests include the fragmentation of paid work, rising precarious employment, and ineffective public policies exacerbating social conflict.
(Des)globalização do trabalho publico 2016.07.14Elisio Estanque
Este artigo descreve como a globalização levou a uma "desglobalização" do trabalho através da terceirização e subcontratação. Isso criou uma classe precária de trabalhadores migrantes sem direitos ou proteções. O exemplo dado é da indústria de frutos vermelhos em Odemira, Portugal, que emprega muitos trabalhadores nepaleses, indianos e tailandeses em condições precárias e ilegais. Embora economicamente lucrativo, isso levou a problemas sociais e degradou as condições de trabalho.
Queima das fitas alcoolizada publico 14.05.2016Elisio Estanque
O documento descreve a tradicional festa estudantil Queima das Fitas em Coimbra, Portugal. A festa tornou-se muito alcoolizada com estudantes embriagados nos carros alegóricos e depois nas ruas. No final do dia, os estudantes ficam exaustos e alguns choram ou vomitam em público. A festa reflete as profundas transformações na sociedade com os comportamentos dos jovens tornando-se mais instáveis e fluidos sob a influência do álcool.
Este documento descreve a vida difícil no Alentejo rural durante o regime de Salazar na década de 1960, com pobreza, repressão policial e falta de liberdades. Apesar das dificuldades, o povo alentejano manteve sua cultura e identidade forte. Hoje em dia, embora muitos tenham emigrado, os alentejanos espalhados mantêm laços com suas raízes e orgulho de sua herança cultural.
This text analyzes recent protest movements in Portugal and Brazil from 2011-2013. It argues that these movements reflect tensions among the middle class where youth and precarious employment play a key role. It presents data on inequality in Portugal to show how the movements protested the suppression of rights and worsening working conditions. The situation in Brazil is examined in light of changing working class conditions and the constraints of Brazil's development model. The text aims to understand the social composition of the protesters based on surveys conducted during this period.
1) O documento discute a analogia entre as antigas cadernetas de cromos de futebolistas e as modernas campanhas políticas, onde a aparência e a imagem são mais importantes do que as ideias.
2) Analisa uma recente eleição estudantil em Coimbra cuja campanha se assemelhava a uma caderneta de cromos, com fotos dos candidatos.
3) Argumenta que hoje em dia a política se concentra mais na imagem do que no conteúdo, e os eleitores são influenciados mais pelas a
1) O documento descreve a história da industrialização de Portugal no século XX, liderada pela Companhia União Fabril, que se desenvolveu na região de Lisboa-Setúbal sob a ditadura de Salazar.
2) A CUF atraiu muitos trabalhadores rurais do Alentejo com promessas de emprego e benefícios sociais, porém impôs longas jornadas e baixos salários.
3) Os sindicatos industriais, influenciados pelos comunistas, organizaram grandes greves contra a CUF e o
O artigo discute as trajetórias complexas da juventude contemporânea, marcadas pela mobilidade e precariedade no trabalho. A mobilidade internacional é comum entre os jovens qualificados, mas frequentemente levam a empregos precários no exterior. Eventualmente, esses jovens podem se rebelar contra um sistema que os instrumentaliza para fins econômicos perversos.
Transformação social, democracia e cultura de empresaElisio Estanque
1) O texto discute as transformações recentes do capitalismo global e seu impacto no trabalho, incluindo a fragmentação e precarização do trabalho.
2) Analisa como diferentes regimes de regulação econômica (mercado, estado, comunidade) dominaram ao longo dos séculos 19 e 20, e como atualmente o mercado tem se sobreposto ao estado e políticas sociais.
3) Discute como as dinâmicas do capitalismo financeiro globalizado levam a um retrocesso das conquistas dos direitos sociais e trabalhistas do século 20.
Este artigo discute como a classe média se dividiu em duas categorias distintas em países da Europa do Sul e América Latina. A classe média mais baixa tem se juntado à classe trabalhadora devido à austeridade, enquanto a classe média mais alta busca manter seu status. No Brasil, os movimentos populares perderam força, deixando as duas classes médias sem um projeto de esquerda capaz de uní-las.
O documento discute três tópicos principais:
1) A social-democracia na Europa parece condenada devido ao abandono de suas referências programáticas originais em favor do pragmatismo econômico neoliberal.
2) Os programas políticos só são credíveis quando quem os enuncia também o é, mas os exemplos de corrupção e aparelhismo contaminaram os sistemas partidários.
3) É necessária maior abertura e transparência nos partidos, como demonstrado pelas "eleições primárias", para separar competência de comp
1. 54 | PÚBLICO, SEG 30 DEZ 2013
Maroscas
e matrioscas
Debate Crise e alternativas
Domingos Lopes
sempre bom ter presente que
ninguém é dono da vontade da(o)
s cidadã(ao)s. Não há padrão que
assegure a posse da alma de quem
quer que seja. Cada um(a) vai por
onde achar que deve ir.
Há um caminho a fazer.
Há muita gente disponível
para tentar dar a volta ao
rotativismo cíclico que governa
o país tornando-o uma coutada desses
governantes, incluindo o PR.
Também já se percebeu que este sistema
político-partidário está a bloquear a tão
necessária viragem para a esquerda, pondo
termo à submissão à troika e aos troikanos.
Há dias o colunista do PÚBLICO José
Miguel Tavares falava das esquerdas
matrioscas a propósito do lançamento do
Manifesto3D.
Porém basta atentar nas bonecas e
verificar que sai sempre a mesma figura
de dentro de outra maior. A diferença é o
tamanho. O sistema absorve-as. Todas estão
dentro do sistema. É o que se tem passado
com os últimos governos. Saem do mesmo
figurino. Mais toque, menos retoque
sai sempre parecido e a seguir a mesma
filosofia.
A direita está historicamente habituada a
ter o poder. Precisa dele como de pão para
a boca. Tem uma consciência mais elevada
dos seus interesses e une-se. Veja-se a título
de mero exemplo a decisão irrevogável de
Portas.
As esquerdas são mais conflituosas;
andam à procura do que não tiveram.
Para justificar as existências precisam de
se guerrear e face a posições eleitorais
relativamente frouxas põem muitas vezes o
seu crescimento à frente de tudo. Querem
eventualmente negociar quando forem
mais fortes, o que se perceberia se nestes
últimos trinta anos esta filosofia tivesse
trazido algo de mudança política. Mas não
trouxe. A população não percebe porque
há-de dar mais força a quem a quer só para
si.
O PS aguarda que o poder lhe caia no
regaço. Já pediu maioria absoluta. Até o
Seguro pede, no PS é a cassete. E para quê?
Quando se apanham com maioria absoluta
ou com o deputado Limianos é vê-los.
Quem não se lembra?
Agora na “oposição” já se dão ares
de “responsáveis” e negoceiam com o
Governo, parece que a pedido do PR; pelo
menos da primeira vez. Tudo leva a crer
que está em gestação uma espécie de bloco
central onde caiba ou não o CDS.
À espera de Godot ou do Governo,
entretanto, e sempre renunciando negociar
à esquerda.
O BE parece atravessar um momento
É
Juventude e rebeliões
sociais: um breve balanço
difícil. Maus resultados eleitorais. Tensões
internas.
O Livre de “Rui Tavares” proclama a
defesa das convergências à esquerda.
Saúda-se.
Neste quadro um grupo restrito de
cidadãos com percursos políticos diferentes
consideraram lançar um Manifesto que
defende a criação de uma candidatura de
cidadãos que se situe nestes espaços: socialdemocratas de esquerda, socialistas não
seguidores da orientação do PS, comunistas
com ou sem partido, católicos defensores
do Estado social em consonância com a
teoria social da Igreja e que possa englobar
ou não o BE e o Livre.
Para dar conta desta análise tanto
pediram encontros ao BE, ao Livre e
à Renovação Comunista, para além
de terem trocado opiniões com várias
personalidades.
Estes encontros tiveram lugar para
conhecer das suas disponibilidades, antes
do lançamento do
Manifesto e por
amor à verdade
deve ser dito que em
nenhum encontro
foi discutido o
Manifesto. Foi sim
dada notícia de
que iria existir um
Manifesto capaz ou
não de aglutinar
gente desses
espaços, o que
felizmente está a
suceder com grande
impacte.
O Manifesto
defende a
renegociação
da dívida, o
Estado social, a
Constituição e
uma nova política
de esquerda para
Portugal.
Para tal é necessário um movimento
que tenha força eleitoral e seja capaz de
negociar uma governação que vá no sentido
acima exposto.
Assim. Sem maroscas. Se for para diante
soluções jurídicas hão-de encontrar-se para
lhe dar corpo.
As dificuldades são mais que muitas. Há
noção dos riscos, mas “faint heart never won
fair lady”.
Para pôr termo à política das matrioscas,
isto é, à política que nos governa há trinta
e tal anos ora com umas ora com outras
figuras, esta é uma hipótese e um caminho
a percorrer e que já tem o apoio de muitos
milhares de portugueses.
A ver vamos se as marés ajudam até à Boa
Esperança.
Já se percebeu
que este
sistema
políticopartidário está
a bloquear a
tão necessária
viragem para a
esquerda
Promotor do Manifesto 3D
Debate Crise e protestos
Elísio Estanque
A
o longo dos últimos cinquenta
anos o mundo assistiu a
múltiplas revoltas dinamizadas
pela juventude, cujo momento
paradigmático terá sido o Maio
de 1968 em França. Cinquenta
anos após a agitação política
e sociocultural da geração
dos sixties, fará sentido olhar
as mais recentes rebeliões
sociais traçando um paralelismo com esse
período? O local e o global, o pragmatismo
e a utopia, o realismo e o sonho, o
individual e o coletivo caminharam juntos
no meio de multidões de jovens, ocupando
universidades, fugindo da repressão policial
e emprestando à ruas e praças um tom
simultaneamente dramático e festivo.
Da defesa do ambiente à libertação da
mulher, da luta pelo desarmamento à critica
da burocracia e dos valores tradicionais,
nas universidades de Paris foi a chamada
crítica estética e pós-materialista (da luta
estudantil e sociocultural) a demarcar-se e
a sobrepor-se à crítica social e economicista
(do velho operariado, como mostrou o
estudo de Boltanski e Chiapello, O Novo
Espírito do Capitalismo, 2001), pelo menos
no que essas experiências trouxeram de
novidade. O 25 de Abril de 1974 em Portugal
foi, talvez, a expressão tardia e condensada
desses dois tipos de movimentos, onde as
dinâmicas de base abraçaram o mesmo
desígnio dos atores políticos tradicionais
— a “sociedade socialista”. Pode dizer-se
que os protestos das décadas de 1960-1970
geraram um efeito de halo, que penetrou os
interstícios da democracia representativa e
dos valores convencionais, mas que se foi
esbatendo ao longo do tempo.
Porém, a nova onda de protestos de
finais do século XX recuperou parte das
bandeiras daquela época na contestação
ao paradigma económico neoliberal e ao
novo poder unipolar, após a implosão
do modelo soviético. Do massacre de
Tiananmen às mobilizações do Leste
europeu com a queda do muro de Berlim,
dos protestos de Seatle ao movimento
zapatista (Chiapas), os encontros do
Fórum Social Mundial, o movimento
MayDay na Europa, etc., representaram
uma viragem no modo como as sociedades
e a juventude rebelde pretendiam intervir
na esfera pública. Se nos anos sessenta
os novos meios de comunicação de
massas foram, pela primeira vez, usados
estrategicamente pelos ativistas estudantis
de então, nos finais dos anos noventa
chegava a hora das novas redes sociais e
da Internet. Esses meios tornaram-se o
principal meio de difusão e de mobilização
do chamado ciberativismo global. Apesar
dos traços em comum com a anterior
geração, as manifestações da viragem
do milénio veicularam ainda valores e
causas simultaneamente “materiais”
(direitos humanos, luta contra as propinas,
desigualdades económicas, fome e a
doença) e “pós-materiais” (minorias
étnicas, religiosas, direitos LGBT,
feminismo e descriminalização do aborto,
defesa do ambiente e dos povos indígenas,
etc.).
Mais recentemente, com o último ciclo de
lutas sociais desde o iníco da crise (Grécia
2008, Primavera Árabe, Europa do Sul/
Indignados, Geração à Rasca, Occupy Wall
Street, Que se Lixe a Troika, Chile, Brasil), a
juventude escolarizada continuou a animar
os “núcleos duros”
das mobilizações e
a encher as praças
da indignação,
mas o grosso dos
protestos voltou a
colocar no centro
a questão social e
sociolaboral. Em
especial na Europa
do Sul, o aumento
exponencial
do volume de
estudantes do
ensino superior
esbarrou no
bloqueio das
oportunidades.
Em vez do
cidadão europeu
e cosmopolita
prometido pelo
projeto da UE, a
ambicionada “carreira” profissional não
foi além de trabalho precário e salário
miserável (e desemprego). Mesmo os
que foram educados na ideologia do
empreendedorismo tecnocrático perderam
a esperança numa solução individual e
deixaram-se guiar pelo clima de indignação,
em alguns casos descontrolado. Nas
jornadas de junho, no Brasil, os jovens
abandonaram por um momento o habitual
individualismo e enfrentaram com coragem
a violência policial. Viveram-se fragmentos
As recentes
rebeliões
parecem
exprimir
uma luta de
classes sem
vanguardas
2. PÚBLICO, SEG 30 DEZ 2013 | 55
Que lógica tem
tudo isto?
de intensa comunhão e filiação coletiva,
que tiveram um impacto inesperado e
resultados visíveis no espaço público.
A última onda de convulsões sociais
mostra que as “causas próximas” são
em geral muito díspares e difusas, mas
os efeitos transcendem as intenções. Na
Europa do Sul ou no Brasil os manifestantes
não tinham propriamente um programa
político, e talvez muitos nem soubessem
ao que iam, mas não deixaram de gritar
contra a austeridade e reclamar o direito ao
futuro. Se na Europa foi a luta pelo emprego
e a precariedade, no Brasil, lutou-se por
mais democracia, transportes urbanos de
qualidade e o fim da corrupção. Em ambos
os casos esteve em causa a defesa de um
Estado social que funcione, que combata
as desigualdades e promova a educação e a
saúde pública.
As recentes rebeliões parecem exprimir
uma luta de classes sem vanguardas.
Na Europa é a revolta da “classe média”
proletarizada e à beira da miséria. No
Brasil os protestos de junho mostraram
uma sociedade que não se satisfaz com um
emprego de serviços mínimos (ainda que
com estatuto “formal”) e um consumismo
fictício, antes se revolta contra a opulência
de investimentos faraónicos (os estádios
da Copa 2014), exigindo uma saúde e
educação “padrão FIFA” e transportes
de qualidade. Em comum permanece a
rejeição da política institucional, o uso
das redes sociais e a desconfiança das
instituições. Esta vertigem de mobilizações
juvenis não corresponde a uma “tomada
de consciência” no sentido clássico,
antes reflete uma busca de protagonismo
que mistura o individual e o coletivo,
onde a esfera pública (virtual) das redes
sociais se confunde com o “aqui estou
eu” (da foto no Facebook), mas mostra ao
mesmo tempo que o “eu somos nós”. E
independentemente das intenções, esse nós
pode ter muita força.
Docente da Faculdade de Economia e
investigador do Centro de Estudos Sociais
da Universidade de Coimbra; professor
visitante da UNICAMP – Brasil
DAVI PINHEIRO/REUTERS
Debate Portugal em 2013
Vítor Ramalho
O
s factos políticos mais
marcantes a que o país assistiu
em 2013 vão ser determinantes
para o nosso futuro colectivo.
Porquê?
Em primeiro lugar porque
foi no início deste ano que
o Presidente da República
tornou clara a forma como
interpreta os pedidos de
fiscalização da constitucionalidade dos
Orçamentos do Estado. Disse o Presidente
que o fazia em função da reacção dos
mercados e não pelo respeito aos princípios
da Constituição que jurou cumprir e fazer
cumprir. Daí ter suscitado a fiscalização
sucessiva e não preventiva de algumas
das normas do Orçamento do Estado para
2013. O Presidente da República teorizou
aliás, sobre as vantagens de requerer a
fiscalização sucessiva do Orçamento do
Estado para 2014, numa conferência de
imprensa, realizada no estrangeiro, local
pouco apropriado para o efeito, ao lado do
primeiro-ministro, na cidade do Panamá,
em Outubro de 2013. Nessa altura nem
sequer o Orçamento do Estado tinha sido
debatido e menos aprovado na Assembleia
da República.
Em segundo lugar, porque é útil termos
presente, recordo, que a demissão do
ministro Vítor Gaspar no início de Julho
de 2013 ocorreu na sequência dum pedido
de fiscalização sucessiva e não preventiva
da constitucionalidade. O facto marcante
é que essa fiscalização sucessiva – repito
– teve impactos de 1326 milhões de euros
nas receitas do Orçamento do Estado, com
consequências sérias porque avaliadas
tardiamente. A essa demissão seguiu-se de
imediato a “irrevogável” do ministro de
Estado e dos Negócios Estrangeiros Paulo
Portas. São conhecidas as consequências
económico-financeiras deste pedido último
e “irrevogável”, bem como a reação que
tiveram os mercados fazendo disparar
os juros dos empréstimos, com a perda
de dezenas de milhões de euros ao País.
Todos nós pagámos e iremos pagar este
comportamento.
O Presidente da República não retirou
então quaisquer consequências das reacções
dos mercados e no final o demissionário
ministro de Estado e dos Negócios
Estrangeiros, Paulo Portas, viu-se mesmo
promovido a vice-primeiro-ministro, ficando
até com a coordenação económica com a
troika. Não se lhe conhecia esta vocação de
economista.
Compreende-se assim, agora, melhor, a
realização do primeiro encontro patriótico
realizado no dia 30 de Maio de 2013, na Aula
Magna da Universidade de Lisboa sob o
tema: Libertar Portugal da Austeridade. Este
evento teve lugar em função da análise que
foi feita da realidade, que é o que é, e não o
que se deseja que seja. Os acontecimentos
que se seguiram arrastando, as demissões
do ministro Vítor Gaspar e a “irrevogável” de
Paulo Portas, confirmam o acerto da análise.
E é tanto mais útil recordá-lo quanto é
certo ter o ministro Vítor Gaspar, na carta
de demissão que tornou pública, colocado
em causa a liderança do primeiro-ministro
e a política seguida. Esta é a verdade, que
muitos querem esconder, mas é isso que se
retira do que lá está escrito.
Em quarto lugar, a proposta do Orçamento
para 2014, foi aprovada praticamente
em simultâneo com a chamada Lei da
Convergência das Pensões, que não é senão
uma lei de corte das mesmas pensões. A
lógica justificaria que o Governo a tivesse
incluído no Orçamento.
Ao não o fazer o Presidente da República
e o Governo sabiam que a fiscalização
preventiva desta Lei da Convergência
das Pensões, julgada pelo Tribunal
Constitucional por unanimidade, como era
previsível, não arrastaria a do Orçamento
e assim ficavam acertados interesses
convergentes destes dois Órgãos de
Soberania. A perda de receitas daquela
Lei é da ordem de 350 milhões de euros,
enquanto as normas inconstitucionais
do corte dos salários da função pública
constantes do Orçamento representam
cerca de 700 milhões. No plano do Governo
para cobrir a verba dos 350 milhões, virão
aí novos impostos, qualquer que seja a
fórmula adoptada. Foi assim que no passado
o Governo sempre
agiu. Por isso, pus
reservas quanto
à participação do
Partido Socialista na
diminuição da taxa
do IRC, a pretexto
da importância
do acordo para as
Pequenas e Médias
Empresas (PME).
Sempre me pareceu
que o que o Governo
propôs com uma
mão ao PS, iria
retirar com a outra.
Estou seguro que
não me enganarei.
O que dificilmente
ocorrerá, mas já
não digo nada por
não ser adivinho, é
o Governo insistir
noutra forma de
convergência de
pensões a pretexto
de que o Acórdão
do Tribunal
Constitucional abriu
uma porta para o
efeito. Como bem
Não se
compreende
que o
Presidente da
República não
tenha requerido
a fiscalização
preventiva
das normas
inconstitucionais do
Orçamento do
Estado de 2014
DANIEL ROCHA
demonstrou Pedro Silva Pereira, no dia 27
de Dezembro de 2013, no Diário Económico,
o Tribunal Constitucional não deixou
nenhuma porta aberta.
Em função do exposto compreende-se
também, hoje bem, o acerto da iniciativa
tomada a tempo no dia 21 de Novembro
de 2013, na Aula Magna da Universidade
de Lisboa, sob o tema “Em Defesa da
Constituição, da Democracia e do Estado
Social”, antes da votação, na Assembleia da
República, do Orçamento do Estado para
2014.
Esta iniciativa é tanto mais de realçar
quanto é hoje possível avaliar os efeitos
negativos que resultarão de uma inevitável
fiscalização sucessiva e não preventiva de
alguns preceitos do Orçamento do Estado
de 2014, face à proximidade das eleições
para o Parlamento Europeu, que terão lugar
no dia 25 de Maio e ao período em que o
Tribunal Constitucional se pronunciará
sobre a fiscalização sucessiva. Estas
eleições ocorrerão também com o termo do
Memorando de Entendimento da troika...
Ninguém no seu perfeito juízo, poderá
admitir que as medidas de austeridade
terminarão com o Memorando de
Entendimento com a troika, face ao
valor dos juros que Portugal suporta e ao
montante da dívida. Acresce que após as
eleições para o Parlamento Europeu, a União
Europeia vai ser confrontada com eleições
internas para os Presidentes do Parlamento,
da Comissão, da própria União Europeia e
do responsável pelas Relações Externas.
É neste quadro e não noutro, que as
negociações do pós-troika e as medidas de
austeridade dela decorrentes, terão lugar e
início.
Daí, que não se compreenda de todo,
que o Presidente da República não tenha
requerido a fiscalização preventiva das
normas inconstitucionais do Orçamento do
Estado de 2014.
Que plano tem o Governo se essa
inconstitucionalidade for declarada,
tardiamente, representando, em termos de
perda de receita, um valor da ordem dos 700
milhões de euros?
Assim se vê a importância da análise
dos eventos acima referidos e ocorridos
em 2013, bem como as posições negativas
tomadas pelo Governo e pelo Presidente da
República.
Tem isto, alguma lógica?
Advogado, ex-deputado do PS