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JB NEWS
Filiado à ABIM sob nr. 007/JV
Editoria: Ir Jeronimo Borges
Loja Templários da Nova Era nr. 91(Florianópolis) - Obreiro
Loja Alferes Tiradentes nr. 20 (Florianópolis) - Membro Honorário
Loja Harmonia nr. 26 (B. Horizonte) - Membro Honorário
Loja Fraternidade Brazileira de Estudos e Pesquisas (J. de Fora) -Correspondente
Loja Francisco Xavier Ferreira de Pesquisas Maçônicas (P. Alegre) - Correspondente
Academia Catarinense Maçônica de Letras
Academia Maçônica de Letras do Brasil – Arcádia de B. Horizonte
JB News – Informativo nr. 2.278 – Gramado (RS) – domingo (Natal), 25 de dezembro de 2016 Pág. 2/36
Este informativo está sendo editado em Gramado (RS)
Nesta edição:
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Os artigos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião deste
informativo, sendo plena a responsabilidade de seus autores.
Saudações, Prezado Irmão!
Índice do JB News nr. 2.278 – Gramado (RS) – domingo – Natal - 25 de dezembro de 2016
Bloco 1-Almanaque
Bloco 2-IrNewton Agrella – Celebração – Natal 2016
Bloco 3-IrJoão Ivo Girardi – É Natal
Bloco 4-IrJosé Ronaldo Viega Alves – A Maçonaria Operativa em suas origens ... (parte II final)
Bloco 5-IrHercule Spoladore – Gagliostro ou José Bálsamo – Maçonaria Mágica
Bloco 6-IrJoão Anatalino Rodrigues – A Lenda de Hiram e o Mito Solar
Bloco 7-Destaques JB – Breviário Maçônico p/o dia 25 de dezembro e versos do Irmão e Poeta
Sinval Santos da Silveira
JB News – Informativo nr. 2.278 – Gramado (RS) – domingo (Natal), 25 de dezembro de 2016 Pág. 3/36
25 de dezembro
 320 — A Igreja Católica institui a data do nascimento de Jesus Cristo.
 333 — Imperador Constantino nomeia seu filho mais novo, Constante I, ao título de César César.
 350 — Vetranio encontra-se com Constâncio II em Niš na (Sérvia) e é forçado a abdicar seu título de César.
Constâncio o permite viver como um cidadão com uma pensão do estado.
 496 — Clóvis I, rei dos francos, é batizado na fé católica em Reims, por São Remígio.
 597 — Agostinho de Cantuária e seus companheiros baptizam mais de 10,000 Anglo-Saxões em Kent.
 800 — Carlos Magno é coroado Imperador pelo Papa Leão III. Tem início o Sacro Império Romano.
 1000 — É fundado o Reino da Hungria como um reino cristão por Estêvão I.
 1046 — É eleito o Papa Clemente II.
 1066 — Guilherme da Normandia é coroado rei de Inglaterra na Abadia de Westminster.
 1100 — Balduíno de Bolonha é coroado primeiro rei de Jerusalém na Basílica da Natividade.
 1104 — Constança de França divorcia-se de Hugo I de Champanhe.
 1130 — Rogério II da Sicília é coroado primeiro rei da Sicília.
 1261 — João IV Láscaris do restaurado Império Bizantino é deposto e cego por ordens de seu co-
governante Miguel VIII Paleólogo.
 1559 — Papa Pio IV é eleito.
 1599 — Fundação da cidade de Natal, capital do Rio Grande do Norte, Brasil.
 1837 — Fundação do Condado de Dade nos EUA.
 1881 — Primeiro voo no Brasil, em Belém, de um balão dirigível, Le Victoria, e segundo voo no mundo
por Júlio César Ribeiro de Sousa.
 1926 — Início do Período Shōwa no Japão.
 1938 — Primeiro espécime vivo do Celacanto, que era considerado extinto, foi encontrado na costa leste da
África do Sul.
 1941 — Segunda Guerra Mundial: Hong Kong rende-se aos japoneses.
 1948 — Fundação da escola de samba Beija-Flor.
 1989 — Execução do presidente comunista da Romênia Nicolae Ceaușescu, e de sua esposa, Elena
Ceaușescu.
 1991 — Mikhail Gorbachev renuncia à presidência da União Soviética.
1 – ALMANAQUE
Hoje é o 360 dia do Calendário Gregoriano do ano de 2016– (Lua Quarto Minguante)
Faltam 6 dias para terminar este ano bissexto
Hoje é Natal
Se o Irmão não deseja receber mais o informativo ou alterou o seu endereço eletrônico,
POR FAVOR, comunique-nos pelo mesmo e-mail que recebeu a presente mensagem, para evitar
atropelos em nossas remesssas diárias. Obrigado.
Colabore conosco para evitar problemas na emissão de nossa mala direta.
EVENTOS HISTÓRICOS
(Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki) Aprofunde seu conhecimento clicando nas palavras sublinhadas
JB News – Informativo nr. 2.278 – Gramado (RS) – domingo (Natal), 25 de dezembro de 2016 Pág. 4/36
1861 Inaugura-se, nesta data, na cidade de Desterro, a igreja de Nossa Senhora do Parto.
1893 Decreto nº 1617, desta data, prorrogou até 31 de janeiro do ano seguinte o “estado de sítio” no Distrito
Federal e estados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, conflagrados face à
Revolução Federalista.
1970 Morre, em Rio do Sul, Guilherme Gemballa, doutor em Farmácia e Bioquímica e um dos fundadores da
Fundação Educacional do Alto Vale do Itajaí.
1756 Fundado o Grande Oriente dos Países Baixos
1761 Fundada a Grande Loja da Suécia, trabalhando no Rito Escandinavo.
1823 Sai a primeira edição do jornal Typhis Pernambuco, com que Frei Caneca () defende os ideais liberais e
a Constituinte dissolvida por D. Pedro I.
1831 Fundada a Loja Philantrophia e Liberdade, em Porto Alegre, trabalhando no Rito Francês.
Feliz Natal !
Boas Festas!
São os votos de toda a equipe JB News
aos seus leitores e amigos
Ho, Ho, Ho, Ho...
Fatos maçônicos do dia
Fonte: O Livro dos Dias (Ir João Guilherme) e acervo pessoal
Fatos históricos de santa catarina
JB News – Informativo nr. 2.278 – Gramado (RS) – domingo (Natal), 25 de dezembro de 2016 Pág. 5/36
O Ir Newton Agrella -
M I Gr 33 escreve aos domingos.
É membro ativo da Loja Luiz Gama Nr. 0464
e Loja Estrela do Brasil nr. 3214
REAA - GOSP - GOB
newagrella@gmail.com
"CELEBRAÇÃO" - NATAL 2016
Lá vem ele novamente, com seu sorriso sem igual, seu jeito bonachão de
portador da Felicidade, rosto rechonchudo, pequeno par de óculos e com sua
indefectível roupa vermelha e botas pretas, muitas vezes sem saber direito onde
estacionar o seu trenó com sua bagagem.
De certa maneira ele sinaliza o tempo. E nos obriga a reavaliar alguns conceitos.
Na América do Norte, sua presença é sucesso garantido e mal precisa de
marketing, todo ano nas paradas de sucesso !
Na Europa, sua atuação é relativamente mais contida e ganha requintes menos
cintilantes entre luzes mais amenas, talvez em razão do frio intenso e das
longas noites brancas que tomam conta do setentrião no Velho Continente...
Ainda assim, sua atuação tem sido invariavelmente digna de um "Oscar".
Fato é que com a potencialização da mídia a universalização das culturas vai
se tornando um "melting pot mercadológico" , e até mesmo nas civilizações mais
distantes e menos familiares ao Cristianismo como na China, Japão, Coréia e na
Ásia em geral, aos poucos ele vai deixando seu rastro e sua marca registrada.
Enquanto isso... ao sul do equador, a linha imaginária que divide a Terra, suas
incursões tornam-se um pouco mais tímidas e menos aguerridas.... Um certo ar
de cuidado ronda suas expedições...
Afinal o calor tropical, as massas de ar quente, as chuvas torrenciais que
provocam tsunamis, furacões e vendavais trazem à tona as inquietantes ondas
de desigualdades sociais, que fazem com que ele pense e pondere um pouco
mais antes de surfar com seu trenó para satisfazer as necessidades que
poderiam amenizar as vicissitudes e sofrimentos de milhões de crianças que
vivem nessa outra porção do planeta.
2 – Celebração – Natal 2016
Newton Agrella
JB News – Informativo nr. 2.278 – Gramado (RS) – domingo (Natal), 25 de dezembro de 2016 Pág. 6/36
Você já se perguntou se realmente há tanto assim para se comemorar, nesse
hemisfério ?
Será que a Esperança deve ser a tônica dos discursos otimistas e o pano de
fundo para se seguir batendo sempre nesta mesma tecla, enquanto a América
Latina, a maior parte da África e uma porção significativa da Ásia continuam
sofrendo com governos corruptos, distribuição injusta de renda, doenças que se
proliferam e não encontram um antídoto, além de desenfreadas políticas
econômicas equivocadas e de futuro incerto ?
Quem sabe ele não esteja agindo como um agente fiscalizador
econômico preocupado em preservar as benesses e a boa vida do mundo
setentrional com uma economia cada vez mais robusta, enquanto os meridionais
seguem sua sina cansativa na busca de melhores dias....
Não...não se trata de dividir o mundo entre "nós" e "eles" ou entre os "bons" e
os "maus"... trata-se apenas de reconhecer e tomar consciência do papel social
do ser humano na evolução da história.
Atenção ! Os sinos estão tocando ! Papai Noel vem chegando...e é tempo de
se pensar em algo melhor....
Só não dá para disfarçar e dizer que não existe crise....
A realidade está diante do nosso nariz e o pior cego, não é o que não quer
ver....mas aquele que não quer assumir e nada faz para consertar.
É bem verdade que a religião acalma, nos liga com o divinal, e é uma válvula
de escape para o próprio reparo da alma.
Além disso, contribui fortemente para que o ser humano possa minimizar os
sofrimentos, sentir menos trauma diante dos infortúnios e amenizar as
dificuldades com um espírito mais aberto e tolerante...
Porém a celebração da data, é muito mais atinente ao entendimento de quem
quer aprimorar a própria condição de vida do que simplesmente fazer brindes,
encher a barriga e trocar presentes, como se isso fosse o simbolismo de seu
significado.
De todo modo, é vida que segue nos trópicos...
É vontade de acertar mesmo diante de tantas incertezas e dificuldades...
É tempo de reassumir nossos propósitos e retrabalhar o nosso interior para
melhorarmos como seres humanos.
JB News – Informativo nr. 2.278 – Gramado (RS) – domingo (Natal), 25 de dezembro de 2016 Pág. 7/36
A data serve mais como um divisor de águas anual...uma espécie de "blim
blom" que toca a nossa consciência e nos leva a refletir, parar e pensar : de
onde viemos, o que fazemos, qual a nossa missão e para onde vamos....
Quem sabe não valha a pena pegar uma carona nesse trenó...e propagar
Liberdade nas nossas escolhas, Igualdade nos nossos Direitos e Obrigações e
Fraternidade entre todos os homens e mulheres de boa vontade !
FELIZ NATAL !
NEWTON AGRELLA
Feliz Natal ! Feliz Natal !
Feliz Natal !
Feliz Natal !
Feliz Natal !
Feliz Natal !
Feliz Natal !
Feliz Natal !
São os votos da equipe JB News
Através de sua editoria, colunistas e correspondentes
aos seus milhares de leitores e amigos
Ho, Ho, Ho, Ho...
JB News – Informativo nr. 2.278 – Gramado (RS) – domingo (Natal), 25 de dezembro de 2016 Pág. 8/36
O Ir. João Ivo Girardi joaogira@terra.com.br da Loja
“Obreiros de Salomão” nr. 39 de Blumenau é autor do
“Vade-Mécum Maçônico – Do Meio-Dia à Meia-Noite”
Premiado com a Comenda do Mérito Cultural Maçônico
“Aquiles Garcia” 2016 da GLSC e com a Ordem do Mérito Templário
da Loja Templários da Nova Era.
escreve às quartas-feiras e domingos.
É NATAL
“Se no Natal não posso estar ao lado de todos que amo, então,
quando todos que amo estão ao meu lado, é Natal”.
1. José Castellani assim se expressa sobre o Natal: As duas principais
estrelas da constelação de Câncer tomam o nome de Aselos (latim Asselus =
diminutivo de Asinus, ou seja: jumento, burrico). Na tradição hebraica, as duas
estrelas são chamadas de Haiot e Nakodish, ou seja, animais de santidade,
designados pelas duas primeiras palavras do alfabeto hebraico, Aleph e Beth,
correspondentes ao asno e ao boi. Diante delas, há um pequeno conglomerado
de estrelas, denominado, em latim, Praesepe, que significa presépio, estrebaria,
curral, manjedoura, e que, em francês, é creche, também com o significado de
presépio, manjedoura, berço.
Essa palavra creche, já foi, inclusive, incorporada a idiomas latinos, com o
significado de local onde as crianças novas são acolhidas temporariamente. Esse
simbolismo dá sentido à observação material: Jesus nasceu a 25 de dezembro,
sob o signo de Capricórnio, durante o solstício de inverno, sendo colocado em
uma manjedoura, entre um asno e um boi.
Essa data de nascimento, todavia, é puramente simbólica. Para os
primeiros cristãos, Jesus nascera em julho, sob o signo de Câncer,
quando os dias são mais longos no HN. O sentido cristão, no plano
simbólico, abordaria então a Porta dos Homens e, assim, só haveria a
compreensão de Jesus, como ser, como homem. Mas Jesus é o ungido, o
messias, o Cristo - segundo a teologia cristã - e o outro polo, obrigatoriamente
complementar, é a Porta de Deus, sob o signo de Capricórnio, tornando a
dualidade compreensível. Dois elementos, entretanto, um material e um
religioso viriam a influir na determinação da data de 25 de dezembro.
O material refere-se aos hábitos dos antigos cristãos e o religioso, ao
mitraísmo da antiga Pérsia, adotado em Roma. Os primeiros cristãos do Império
Romano, para escapar às perseguições, criaram o hábito de festejar o
nascimento de Jesus durante as festas dedicadas ao deus Baco, quando os
romanos, ocupados com os folguedos e orgias, os deixavam em paz. Mas a
3 – É Natal
João Ivo Girardi
JB News – Informativo nr. 2.278 – Gramado (RS) – domingo (Natal), 25 de dezembro de 2016 Pág. 9/36
origem mitráica é que a mais plausível para explicar essa data totalmente
fictícia: os adeptos do mitraísmo costumavam se reunir na noite de 24 para 25
de dezembro, a mais longa e mais fria do ano, numa festividade chamada - no
mitraísmo romano - de Natalis Invicti (nascimento do Sol triunfante). Durante
toda a fria noite, ficava fazendo oferendas e preces propiciatórias, pela volta da
luz e do calor do Sol, assimilada ao deus Mitra. O Cristianismo, ao fixar essa
data para o nascimento de Jesus, identificou-o com a luz do mundo, a luz que
surge depois de prolongadas trevas.
2. Origens do Natal: Ao contrário do que muitos pensam o natal não é uma
festa cristã. A prática de festejar o natal foi introduzida na Igreja Católica, no
Concílio de Nicéia - mais de 400 anos após o nascimento de Jesus. A palavra
natal em inglês é christmas, a união de duas palavras, christ e mass que
significa missa de Cristo ou missa de natal. O dia 25 de dezembro foi escolhido
porque coincidia com os festivais pagãs que celebravam a saturnália (indica as
festas em honra ao deus saturno) e o solstício de inverno (época em que o sol
passa pela sua maior declinação boreal ou austral, e durante a qual cessa de
afastar-se do equador), em adoração ao deus-sol, o sol invictus. Este festival de
inverno era chamado a natividade do sol. A festa solar do natalis invicti
(natividade do sol inconquistado) era celebrado em 25 de dezembro.
Desde a Antiguidade a humanidade cultua os deuses, pois o
homem necessita antropomofirzar as coisas para ter um referencial
sobre si mesmo. As primeiras religiões surgiram do culto das fontes que
saciavam as necessidades físicas básicas do ser humano. Na forma de religião
havia a satisfação do espírito de um corpo já saciado. Assim cultuavam-se
plantas, árvores, montanhas, a chuva, o mar. Este culto antigo era quase
totalmente devoto da Mãe Natureza. Do culto à Mãe Natureza originou-se o culto
aos seus ciclos (estações do ano), necessários a agropecuária. Estes ciclos são
muito bem marcados ao longo do caminho solar, denominado ano terrestre, na
forma de equinócios e solstícios. No início do Cristianismo Jesus foi identificado
como o deus-sol. Tertuliano teve que assegurar que o sol não era o Deus dos
cristãos, e Agostinho denunciou a identificação herética de Cristo com o Sol. O
papa Leão I reprovou o ressurgimento desta prática, como já havia acontecido
com o povo de Israel: e com os rostos para o oriente, adoravam o sol virado
para o oriente (Ez 8:16).
3. Papai Noel: A figura do Papai Noel tem origem na história de São Nicolau
de Taumaturgo, arcebispo de Mira, na Lícia antiga, atual Turquia. São Nicolau
quando jovem viajava muito, tendo conhecido a Palestina e o Egito. Por onde
passava ficava na lembrança das pessoas devido a sua bondade e o costume de
dar presentes às crianças necessitadas. Durante o século IV, este homem de fé
marcante foi transformado legendariamente neste Papai universal. A associação
da imagem de São Nicolau ao Natal aconteceu na Alemanha e espalhou-se
pelo mundo em pouco tempo. Nos Estados Unidos ganhou o nome de Santa
Claus, no Brasil de Papai Noel e em Portugal de Pai Natal. O professor
Clemente Moore, de Nova York, popularizou o bom velhinho com seu célebre
JB News – Informativo nr. 2.278 – Gramado (RS) – domingo (Natal), 25 de dezembro de 2016 Pág. 10/36
poema; Uma visita de São Nicolau (1822). Até o final do século XIX, o Papai
Noel era representado com uma roupa de inverno na cor marrom ou verde
escura.
Em 1886, o cartunista alemão Thomas Nast criou uma nova imagem
para o bom velhinho. A roupa nas cores vermelha e branca, com cinto
preto, criada por Nast foi apresentada na revista Harper’s Weeklys neste
mesmo ano. Unindo este conto às antigas lendas nórdicas, renas, trenós de
neve gnomos míticos, temos hoje os ingredientes de um conto infantil do
hemisfério norte, capaz de comover até os adultos que ainda sonham com a sua
infância. O atual Papai Noel, de roupa vermelha e saco às costas, nasce nos
Estados Unidos na metade do século XX como São Nicolau transmudado em
gnomo ou duende e, logo em seguida foi transformado em um simpático
velhinho. Ele é introduzido na Europa depois da Primeira Guerra Mundial e se
impõem pouco a pouco pela pressão comercial e daqueles que querem festejar o
Natal sem referências religiosas. Em 1931, uma campanha publicitária da
Coca-Cola mostrou o Papai Noel com o mesmo figurino criado por Nast, que
também eram as cores do refrigerante. A campanha publicitária fez um
grande sucesso, ajudando a espalhar a nova imagem do Papai Noel pelo
mundo. Como dizem: Natal sem Papai Noel não é mesma coisa.
4. Origem da canção: Noite Feliz: Em 24 de dezembro, milhares de turistas
irão mais uma vez para Oberndorf, perto de Salzburgo (região central da
Áustria), onde, há 185 anos, foi comnposta Noite Feliz, uma das mais
conhecidas canções natalinas. Stille Nacht, Heilig Nachti em alemão, Noite Feliz
em português, Silent Night em ingles, Douce Nuit em francês, hoje traduzida
para 330 idiomas, a canção de Natal austríaca foi criada por acaso, quando
quebrou o órgão da Igreja do povoado de 6.000 habitantes.
Em 1818, dois dias antes do Natal, o antigo órgão da igreja de São Nicolau, a
paróquia do padre Joseph Mohr, parou de tocar. Para não decepcionar os fiéis, o
sacerdote pediu ao amigo Franz Xaver Gruber, maestro e organista do vizinho
povoado de Arnasdorf, para compor uma melodia para um texto de Natal que
ele havia escrito dois anos antes. Na Missa do Galo de 24 de dezembro, o padre
Joseph Mohr, com sua bela voz de tenor, e que tocava violão, e Gruber, com sua
bela voz de baixo, interpretaram pela primeira vez, em alemão, a canção Noite
Feliz.
O fato era totalmente incomun na época, quando os textos religiosos ainda
eram escritos em latim. Mas Mohr achava que uma letra simples e fácil de
entender era o mais adequado para seus fiéis, na grande maioria barqueiros e
camponeses. Em 1831, um coral que se dedicava a executar cantos populares
tiroleses incorporou a canção natalina do padre Mohr a seu repertório durante
uma viagem pela Rússia. Dali, a canção viajou para Nova York, onde foi
interpretada pelo coral tiroles em l839, mas onde seus autores e sua origem
permaneceram desconhecidos. Trinta e seis anos depois, a corte prussiana, que
procurava a partitura original da canção, consultou o pároco de São Pedro de
Salzburgo que, par surpresa geral, disse que Mohor e Gruber, mortos no
anonimato em 1848 e 1863, respectivamente, eram os autores daquela canção
JB News – Informativo nr. 2.278 – Gramado (RS) – domingo (Natal), 25 de dezembro de 2016 Pág. 11/36
que tinha sido atribuída ao compositor austríaco Michael Haydn. Hoje, Oberndorf
vela para que os dois homens não sejam esquecidos. Em 1937 foi construida
uma capela no mesmo local onde, no século anterior, ficava a paróquia de São
Nicolau, que foi destruída em 1913 por uma inundação. A ela foi dado o nome
de Noite Feliz e em seus vitrais aparecem os retratos de Mohr e Gruber. A
capela é hoje uma atração turística que recebe 150 mil visitantes por ano. Mas,
como a capela só tem capacidade para 20 pessoas, em 24 de dezembro o padre
Nikolaus Erber celebra a missa ao ar livre, visto que tradicionalmente 7.000
pessoas acompanham a Missa do Galo em Oberndorf.
TRADIÇÕES DE NATAL
Árvore de Natal: A origem da árvore de natal é mais antiga que o próprio
nascimento de Jesus. Naquela época, uma grande variedade de povos indo-
europeus que estavam se expandindo pela Europa e Ásia consideravam as
árvores uma expressão da energia de fertilidade da Mãe Natureza, por isso lhes
rendiam culto. O carvalho foi, em muitos casos, considerado a rainha das
árvores. No inverno, quando suas folhas caíam, os povos antigos costumavam
colocar diferentes enfeites nele para atrair o espírito da natureza, que se
pensava havia fugido. A árvore de Natal moderna surgiu na Alemanha e suas
primeiras referências datam do século XVI. (Em tempo: a árvore de natal foi
inventada pelo grande reformador protestante Martinho Lutero. Ele
escolheu o prinheiro por ser a única árvore capaz de resistir ao intenso frio do
inverno alemão, sem perder suas folhas. As bolas com que enfeitou a primeira
árvore natalina representava, segundo ele, os frutos do Espírito na vida cristã).
Foi a partir do século XIX que a tradição chegou à Inglaterra, França, Estados
Unidos e depois, já no século XX, virou tradição na Espanha e na maioria da
América Latina. Este pinheiro natalino mostra que mesmo no inverno mais
rigoroso, o verde de seus ramos resiste e as maçãs continuam saborosas e
comestíveis mesmo depois da chegada da nova e rude estação.
Enfeites da árvore de Natal: Antes que fossem substituídas por lâmpadas
elétricas coloridas, as velas eram enfeites comuns nas árvores e simbolizam a
purificação, com a chama sendo acesa como a representação de Cristo, a luz do
mundo. As habituais pinhas se utilizam como símbolo da imortalidade e os
sininhos como mostra do júbilo natalino. As bolas de cores (antigamente as
maçãs) presas aos galhos da árvore são sinal de vida diferenciada. Finalmente,
as estrelas anunciam os desígnios de Deus. A estrela colocada na ponta da
árvore de natal representa a estrela de Belém.
Cartões de Natal: A confecção do primeiro cartão de natal é atribuída ao
britânico Henry Cole que, em 1843, encomendou a uma gráfica um cartão com a
mensagem: Feliz Natal e Próspero Ano Novo porque não tinha tempo para
escrever pessoalmente a cada um dos seus amigos. Rapidamente, o costume de
desejar Boas Festas com o uso de um cartão se estendeu por toda a Europa e, a
partir de 1870, esses cartões começaram a ser impressos coloridos.
JB News – Informativo nr. 2.278 – Gramado (RS) – domingo (Natal), 25 de dezembro de 2016 Pág. 12/36
Ceia de Natal: Você sabe a origem da ceia de Natal? Conforme consta na
literatura, há centenas de anos, os europeus deixavam a porta de sua casa
aberta no dia de Natal para que os peregrinos e viajantes entrassem e, junto
com a família, confraternizassem nesse dia. Daí o porquê de o Natal ser uma
data de confraternização entre amigos e familiares. E o prato mais clássico
servido nessa ocasião é o peru. O consumo dessa ave se originou nos Estados
Unidos. Lá, o peru é um prato tradicionalmente servido no Dia de Ação de
Graças, uma data muito importante para os americanos, e essa tradição veio
para o Brasil. Os índios americanos já criavam perus antes de ocorrer a
colonização inglesa. Durante a colonização, os índios serviram peru para
comemorar a primeira grande colheita, e assim surgiu o hábito de
consumir peru para celebrar datas importantes. Outros alimentos
tradicionais do Natal são as frutas secas, as nozes, as castanhas e o panetone.
Este foi criado na Itália, mas não se sabe exatamente sua origem. Existem
várias versões. De acordo com uma delas, um padeiro de Milão chamado Tone,
em aproximadamente 900 d.C., fez um pão e misturou nele alguns ingredientes
como frutas secas e nozes. Esse pão fez muito sucesso e ficou conhecido como
pane di Tone. Uma segunda versão diz que, entre 1300 e 1400, um italiano,
também de Milão, chamado Ughetto, estava apaixonado por uma moça que se
chamava Adalgisa e, para poder ficar junto dela, empregou-se na padaria de seu
pai. Lá, criou um pão especial que conquistou tanto a filha quanto o pai. E assim
o pai de Adalgisa deu a mão dela a Ughetto. E uma outra versão conta que um
chef di ciusine chamado Gian Galeazzo Visconti, duque de Milão, em 1395 criou
um pão diferente para uma festa, e este fez muito sucesso por causa de seu
sabor. Mas, independentemente das lendas em torno da história do panetone,
ele está sempre presente nas mesas de Natal de todo brasileiro.
Presépio: A palavra presépio significa um lugar onde se recolhe o gado; curral,
estábulo. Porém, esta também é a designação dada à representação artística do
nascimento do Menino Jesus num estábulo. Os cristãos já celebravam a
memória do nascimento de Jesus desde finais do séculço III, mas a tradição do
presépio, na sua forma atual, tem as suas origens no século XVI. Antes dessa
época, o nascimento e a adoração ao Menino Jesus eram representadas de
outras maneiras. As primeiras imagens do que hoje conhecemos como presépio
de natal foram criadas em mosaicos no interior de igrejas e templos no século VI
e, no século seguinte, a primeira réplica da gruta no Ocidente foi construída em
Roma. No ano de 1223, no lugar da tradicional celebração do natal na igreja,
São Francisco, tentando reviver a ocasião do nascimento do Menino Jesus,
festejou a véspera do Natal com os seus irmãos e cidadãos de Assis na floresta
de Greccio. São Francisco começou então a divulgar a idéia de criar
figuras em barro que representassem o ambiente do nascimento de
Jesus. De lá pra cá, não há dúvidas que a tradição do presépio natalino se
difundiu pelo mundo criando uma ligação com a festa do Natal. Já no século
XVIII, a recriação da cena do nascimento de Jesus estava completamente
inserida nas tradições de Nápoles e da Península Ibérica.
JB News – Informativo nr. 2.278 – Gramado (RS) – domingo (Natal), 25 de dezembro de 2016 Pág. 13/36
Os Três Reis Magos: Os três Reis Magos surgem como sábios vindos do
Oriente com o propósito de venerarem o Menino Jesus, o novo Rei dos Judeus
que tinha nascido. O caminho até Belém onde se encontrava o Menino, é-lhes
indicado por uma estrela, a Estrela de Belém e devido à grande distância
percorrida pelos Reis Magos até lá, diz-se que a visita destes se fez no dia 6 de
Janeiro. É no Evangelho de São Mateus que encontramos a única referência à
existência dos Reis Magos. Foi no século V que Orígenes, erudito da igreja antiga
e Leão Magno, sacerdote e mais tarde Papa e Santo, lhes conferem o título de
Reis Magos. E só no século VII é que lhe foram atribuídos nomes: Gaspar
(aquele que vai inspeccionar), Baltazar (Deus manifesta o Rei) e
Belchior/Melchior/Melquior (meu Rei é luz). No século XV é associada uma raça
a cada um dos Reis Magos, de modo a representar toda a raça humana que se
conhecia na época. Por tradição diz-se que são três devido aos três presentes
oferecidos: Ouro, Incenso e Mirra. Crê-se que não seriam propriamente Reis,
mas talvez Sacerdotes, Conselheiros ou até Astrônomos. Na antiguidade, era
costume oferecer-se ouro a um Rei, incenso a um Sacerdote e mirra a um
Profeta.
Por isso Belchior, de raça branca, ofereceu ouro reconhecendo-Lhe
realeza; Gaspar, representando a raça amarela, ofereceu-Lhe incenso
atribuindo-lhe divindade e, finalmente Baltazar, de raça negra, ofereceu
mirra que representava a imortalidade. É na Idade Média que começa a
devoção aos Reis Magos e, no século VI as suas relíquias são levadas de
Istambul para Milão. Sendo já considerados Santos em 1164, foram levados
para a catedral de Colônia, na Alemanha. Atualmente, os Reis Magos fazem
parte das tradições de Natal, nomeadamente pelas suas figuras, que são
colocadas junto ao presépio. Celebram o nascimento de Jesus, através da sua
visita e da oferta de presentes, criando-se a tradição de trocar prendas nesta
época festiva. Daí que, em países como a Espanha, se proceda à troca de
prendas só no dia 6 de Janeiro.
FELIZ NATAL AOS IRMÃOS JB!
JB News – Informativo nr. 2.278 – Gramado (RS) – domingo (Natal), 25 de dezembro de 2016 Pág. 14/36
O Ir.·. José Ronaldo Viega Alves*
escreve às quartas-feiras e domingos.
Loja Saldanha Marinho, “A Fraterna”
Santana do Livramento – RS
ronaldoviega@hotmail.com
A MAÇONARIA OPERATIVA EM SUAS ORIGENS. SE A CARTA DE BOLONHA É TÃO
ANTIGA, PORQUE A MAÇONARIA NÃO TEM SEU NASCEDOURO NA ITÁLIA, PAÍS
COM UMA LONGA TRADIÇÃO? (PARTE DOIS – FINAL)
***Resumo e comentários sobre o capítulo anterior:
Para o estudo da Maçonaria Operativa em suas origens, existem
dezenas de documentos, que ficaram conhecidos como “Old Charges”. As “Old
Charges” também são conhecidas por outros nomes: Manuscritos, Antigos
Deveres Antigas Constituições, ou ainda Constituições Góticas. Evidentemente,
muitos documentos se perderam para sempre, por exemplo, quando o pastor
Desaguliers, em 24 de junho de 1719, promoveu o que poderia se chamar de auto-
de-fé, destruindo naquela ocasião todos os documentos que ele julgou estivessem
impregnados de “papismo”. Isso, sem considerar que, por motivos vários, outros
tantos documentos devem ter se perdido. Será que eles tivessem sobrevivido, a
história da Maçonaria seria diferente?
Dentro do universo das “Old Charges” que chegaram até os dias
atuais, muitas iriam permitir que se obtivesse o conhecimento de uma Maçonaria
que não tem muito a ver com a invenção e a fantasia de alguns, mas sobre usos e
costumes, e que logo após terem comprovadas as suas autenticidades foram
praticamente dissecadas pelos estudiosos e pesquisadores, propiciando assim um
ganho de informações referentes aos primórdios da Maçonaria.
O foco do trabalho anterior foi, com base nas datas que lhe foram
estipuladas, analisar os três documentos que são considerados os mais antigos
da Maçonaria, ou seja: A Carta de York (926), a Carta de Bolonha (1248) e o
Manuscrito Régio (1390), ainda que, nem sempre prevaleça um consenso geral. Um
exemplo: a Carta de Bolonha, que é de 1248, até um tempo atrás não era sequer
citada, portanto, nem faz parte das relações mais clássicas (Old Charges) dos
manuscritos antigos referentes à Maçonaria que vemos nos livros.
De qualquer forma, é aceitável que haja os prós e os contras com
relação a muitos desses documentos, mas, o que desperta a atenção no caso da
Carta de Bolonha, é porque dela ter sido ignorada e coisa que soa como
deliberada.
Com relação a este último documento ainda cabe acrescentar mais
informações, ou sobre discussões que ainda estão acontecendo em torno do
mesmo. Também, há que se considerar que é possível aventar a hipótese, com
base nos dados existentes, e sendo um documento com origem na Itália, de
remontar todo um passado nessa mesma Itália que guarda uma relação direta com
4 – A Maçonaria Operativa em suas origens.... (parte II Final)
José Ronaldo Viega Alves
JB News – Informativo nr. 2.278 – Gramado (RS) – domingo (Natal), 25 de dezembro de 2016 Pág. 15/36
as raízes da Maçonaria em solo europeu, ou dos seus primeiros movimentos,
digamos assim, como ficou registrado com a presença indelével dos “Collegia
Fabrorum”, “Mestres Comacinos” e os beneditinos.
Vejamos então as complementações sobre a Carta de Bolonha, as
vertentes italianas da Maçonaria, reforçando que este último assunto acabou se
insinuando bastante unicamente em função do que a Carta de Bolonha poderia
suscitar, no entanto, sempre deveremos ter em mente que a história verdadeira se
faz fundamentalmente com evidências, com provas cabais, e o resto é
especulação.
AINDA SOBRE A CARTA DE BOLONHA
Sobre a Carta de Bolonha, depois de ter visto, que ela é praticamente
uma ausência no contexto esse que engloba os documentos mais antigos, os
quais permitiram aos pesquisadores descobrir muito do funcionamento das
antigas corporações, além de que, a bibliografia também é muito escassa, e
neste particular temos de recorrer aos artigos, muito poucos também, que
circulam no âmbito da Internet, coisa que eu reluto um pouco, não que não se
possa encontrar bom material, mas, de uns tempos para cá, ficou fácil para uns,
quando querem detratar alguém, dizer que um trabalho por mais “suado” que
seja, pelas horas consumidas, pelas dezenas e dezenas de páginas nas consultas
em livros, revistas e artigos na Internet, acabem indo parar na vala comum e
classificados como “tudo é cópia da Internet”.
Voltando à Carta de Bolonha, conforme o exposto anteriormente,
ficamos sabendo que a carta foi redigida em latim, por um escrivão público de
Bolonha, no dia 8 de agosto de 1248.
O autor do artigo de onde foi extraída essa informação, Irmão Luc
Boneville, em tradução do Irmão José Antonio de Souza Filardo, comenta que
tão importante documento vem sendo ignorado pelos estudiosos e atende a um
empenho generalizado de tornar evidente e exclusiva as origens inglesas da
Maçonaria, e tão somente.
Dos anos 80 pra cá, o documento vem sendo reproduzido e estudado,
assim como tem sido objeto de ensaios, sendo que o autor do artigo faz questão
de reforçar que a Carta de Bolonha é, para todos os efeitos, o documento
original, maçônico, mais antigo do período da Maçonaria Operativa já foi
encontrado até o presente momento.
Uma das revelações mais interessantes, pode ser a do parágrafo que
transcrevo na sequência:
“A ‘Carta de Bolonha’ confirma texto das Constituições de Anderson, 1723,
quando diz tê-las redigido após consultar antigos estatutos e regulamentos da
Maçonaria Operativa da Itália, Escócia e muitas partes da Inglaterra. Revisando
o texto do ‘Statuta et ordinamenta societatis magistrorum tapia et lignamiis’,
não resta a menor dúvida de que este foi um dos estatutos e regulamentos
consultados por Anderson. Os estatutos de 1248 forma seguidos pelos de
1254/1256, publicados em 1262, 1335 e 1336. Este último vigente e inalterado
até que em 1797 a Societa dei maestri muratori’ foi dissolvida por Napoleão
Bonaparte.”
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Consta também no artigo citado:
“No mesmo arquivo do Estado da Bolonha, conserva-se uma ‘lista de matrícula’
datada em 1272 e ligada à ‘Carta de Bolonha’, que contém 371 nomes de
Mestres Maçons (Maestri Muratori); dos quais 2 são escrivães públicos, outros
dois são freis e 6 são nobres.”
A OPINIÃO DE FERRER BENIMELI SOBRE A CARTA DE BOLONHA
Ainda no artigo citado há pouco, consta um comentário do conhecido
historiador espanhol e estudioso da Maçonaria, Padre Ferrer Benimeli, que diz
assim:
“Tanto pelo aspecto jurídico, quanto pelo simbólico e representativo, o Estatuto
de Bolonha de 1248 com seus documentos anexos nos coloca em contato com
uma experiência construtiva que não foi conhecida e que interessa à moderna
historiografia internacional, sobretudo da Maçonaria, porque situa-se, pela sua
cronologia e importância, até agora não conhecida, à altura do manuscrito
britânico ‘Poema Regius’, do qual é muito anterior e que até hoje tem sido
considerado a obra mais antiga e importante.“
O Irmão Kennyo Ismail, em seu livro “Debatendo Tabus Maçônicos”
diz o seguinte:
“A Carta de Bolonha é anterior em 142 anos ao ‘Poema Regius’ (1390), 182
anos ao ‘Manuscrito de Cooke (1430), 219 anos ao ‘Manuscrito de Estrasburgo’
reconhecido no Congresso de Ratisbona em 1459 e autorizado pelo Imperador
Maximiliano em 1488, e 59 anos ao ‘Preambolo Veneziano dei Taiapiera’ (1307).
Todos esse s documentos maçônicos antigos não somente comprovam a
existência da Maçonaria Operativa e sua evolução histórica, mas principalmente
sua evolução social, incluindo a atenção especial de reis e o interesse crescente
de intelectuais e nobres.”
O Irmão Kennyo Ismail diz também que no conteúdo da Carta de
Bolonha fica claro que a Maçonaria Operativa Italiana já era tradicional e antiga,
com uma sólida estrutura e hierarquia em data que era anterior ao registro da
Carta. (Ismail, pág. 160, 2016)
Vejamos o que é que podemos remontar dessa história referente à
Maçonaria na Itália...
A ITÁLIA É O NASCEDOURO DA MAÇONARIA? SE NÃO É, AS SEMENTES
DA MAÇONARIA EM SOLO ITALIANO SÃO MUITAS: “COLLEGIA
FABRORUM”, “MAGISTRI COMACINI”, BENEDITINOS...
ANTES, ALGUNS COMENTÁRIOS:
Há bem poucas semanas atrás, numa série de artigos que intitulei
“Operativos & Especulativos, foram tratadas as origens da Maçonaria Operativa
e Maçonaria Especulativa, com o propósito maior de entender a passagem de
uma para outra e os porquês de uma mudança tão radical.
Na primeira parte, tratando sobre as origens da Maçonaria
propriamente, assunto que comporta opiniões, vertentes e teorias diversas, fiz
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questão de deixar claro com base na opinião do Irmão Frederico Guilherme da
Costa, e que foi citado no livro “MAÇONARIA Filosofia e Doutrina” do Irmão
Raimundo Rodrigues, que dentre as tantas supostas origens que são atribuídas
à Maçonaria, uma das mais recorrentes se refere aos “Collegia Fabrorum”. Nessa
ocasião, o intuito foi mostrar que o autor, Irmão Frederico Guilherme da Costa,
não compartilhava da opinião sobre a ideia dos Collegia Fabrorum estarem
identificados com a Ordem Maçônica, mas, ainda no mesmo texto, é possível
constatar também que vários autores entendem que os “Collegia Fabrorum” são
essa base sobre a qual repousa a Maçonaria. E qual o motivo de voltarmos a
este assunto?
Ao falarmos a respeito da “Carta de Bolonha”, documento
fundamental para a história da Maçonaria, e que permite especularmos sobre as
origens da Maçonaria, ao menos, nas suas vertentes em solo italiano, porque
não falarmos de outras associações que já tinham feito história no mesmo
território, deixando bem delineada a ideia de uma tradição e que se não
responde pelas origens diretas da Maçonaria, responde por um dos momentos
mais importantes da história da Maçonaria.
O QUE ERAM OS “COLLEGIA FABRORUM”?
Plutarco descreve os Colégios romanos como tendo sido fundados por
Numa Pompílio, que foi o segundo rei de Roma, lá no século VII a.C. Cita o fato
de que cada um dos Colégios estava incorporado a uma Legião, com a missão
de construir fortificações quando os tempos eram de guerra e para construir
templos e casas em tempos de paz. Foram abolidos pelo Senado em 80 a.C,
restaurados após vinte anos passados e definitivamente abolidos no ando 378
d.C. (Girardi, pág. 102, 2008)
O Irmão Theobaldo Varoli Filho em seu “Curso de Maçonaria Simbólica
(Aprendiz)” traz informações e questionamentos bastante interessantes.
Vejamos o que ele diz:
“O período lendário dos sete reis de Roma, duvidosamente assinalado entre 754
a 510 a.C., viria a ser o nascedouro da Maçonaria? Parece-nos que não, ainda
que esse período, por força da mentalidade etrusca dominante, mas não geral,
se caracterizasse por uma grande intensificação da arte de construir, apesar de
sua história entremeada de traições, crimes, e tragédias vergonhosas. Rômulo,
primeiro rei da lenda, teria, com seu irmão Remo, a quem matou, fundado e
edificado Roma. A ele sucedeu Numa Pompílio (714 a 671 a.C. ?) rei que os
maçons consideram figura relevante, não só por haver criado os ‘collegia
fabrorum’, entre os quais viriam a tornar-se importantes os ‘collegia
constructorum’. É certo que nestes colégios poderia estar a semente das
futuras lojas maçônicas operativas, mas não a origem da Sublime
Instituição. Contudo, a tese do maçom Emmanuel Rebold, autor da
História Geral da Francomaçonaria (Paris, 1851), era a de que os
francomaçons derivavam dos ‘collegia constructorum’. (Grifo meu!)
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QUEM ERAM OS “MAGISTRI COMACINI”?
Prosseguindo com o texto do Irmão Theobaldo Varoli Filho, podemos
obter mais informações sobre uma Maçonaria Operativa italiana, agora com
respeito a outros personagens, onde ele diz:
“Os colégios de construtores se espalharam pelos grandes centros
romanos e até em regiões conquistadas. Muitos deles acabaram
desaparecendo, e outros ficaram, dando início a transição histórico-
evolutiva para um grande passo em direção à Maçonaria medieval.
(Grifo meu!) Pois, mais tarde, despontaria em Como, na Lombardia, o
fulgurante núcleo constituído pelos MESTRES COMACINOS “(magistri comacini”).
Esses arquitetos, escultores (“sculptores”), entalhadores, pintores e decoradores
se incorporariam, já na Idade Média, sob a forma romana de mestrados edis
situados a o redor da diocese de Como. Viriam a ser disciplinados e
reconhecidos pelos reis longobardos.Os éditos de Rotari (634 da era cristã) e de
Liutprando (ano de 713) lhes estabeleceram regulamentação profissional, bem
como direitos e privilégios.
Os Mestres de Como ou Comacino progrediram e se espalharam, por
seus discípulos, pelo mundo adiantado da época e contribuíram para enaltecer a
arte da edificação, sobre todos os demais ofícios. Eram afamados e requisitados,
e às suas escolas ocorriam interessados vindos de vários países. (...) Foram
mestres dos renomados ‘campionesi’. Disseminaram pelo mundo a arte
românica (que, anteriormente à gótica, foi a preponderante na
arquitetura medieval), a própria arte lombarda e até a arte beneditina,
pois ensinaram a muitos arquitetos e pedreiros monásticos da Ordem de
S. Bento.” (Grifo meu!)
QUEM FORAM OS BENEDITINOS?
São Bento de Núrsia foi quem fundou essa ordem religiosa católica e
monástica no ano 529, compondo a “Regula Benedicti” para a abadia de Monte
Cassino, Itália.
Mais tarde os monges passaram a ser conhecidos como beneditinos.
O princípio fundamental da regra criada por Bento, era “Ora et labora”, o que
quer dizer “Reza e trabalha”.
Ao estudarmos o período medieval, sobre as construções de catedrais,
a arte gótica e as ordens monásticas, poderemos estabelecer ligações ou
imaginar um embrião para a Maçonaria, encaixando-a de vez no contexto, pois,
foi nessa época que ela passou a ter evidência, assim como os seus
regulamentos e as práticas fraternais.
Ainda recorrendo ao Irmão Theobaldo Varoli Filho, já que, sobre a
Ordem dos Beneditinos na sua relação direta com a Maçonaria, ele dispôs o
seguinte:
“Queiram ou não queiram certos maçons, os beneditinos seguidos dos
cistercenses (*), tem de ser considerados ancestrais da Maçonaria atual. Eram
realmente ‘maçons’, ‘veneráveis mestres’ (os dirigentes, tais como estes seriam
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conhecidos na Maçonaria), hábeis projetistas e geômetras e bons oficiais da arte
de construir.
Não é desconhecido o fato de os monásticos, na Idade Média,
haverem monopolizado as principais profissões organizadas, principalmente a
arquitetura destinada à construção de conventos e igrejas. É certo também que
contratavam profissionais leigos ou os admitiam como irmãos (‘fratri, fratres’),
como é certo que os pedreiros-livres e canteiros viriam apartar-se deles,
decididos que estavam de explorar sozinhos a arte gótica. De qualquer maneira,
o domínio monástico na construção perdurou por longo tempo. Por conseguinte,
não é possível separar a Maçonaria dos beneditinos e de seus pósteros, os
monges de Cister ou cistercenses. Ainda é preciso reconhecer que os monásticos
introduziram os ensinamentos científicos e religiosos nas respectivas escolas e
oficinas de arquitetura.”
Como acabamos de ver, existiu uma longa tradição, pode-se dizer
assim, de construtores na Itália. Isso tudo, seja diretamente ou indiretamente,
imprime mais veracidade ao documento em questão em vista de que ele é fruto
realmente de algo que já estava em andamento há muito tempo.
CONCLUSÃO
O trabalho procurou mostrar as informações pertinentes aos três
documentos que são tidos como os mais antigos da Maçonaria, ainda que, um
ou outro não desfrutem do consenso de todos os historiadores ou estudiosos.
A partir do momento que foi inserida, e passou a ser considerada
relevante, conforme os estudos mais recentes, a Carta de Bolonha, no contexto
da Maçonaria Operativa, sendo que não figurava nas relações das Old Charges
comumente, mesmo que ela tenha servido também ao Rev. James Anderson
para a feitura das Constituições, que sabemos, tem sua base calcada nas OLD
CHARGES, o presente estudo que estava restrito à antiguidade ou suposta
antiguidade dos três documentos alvos no título do presente trabalho, teve de
dar uma guinada, pois, ficaria impossível não levar em conta a importância que
a Carta de Bolonha assume principalmente na história oficial da Maçonaria.
Como consequência, não haveria como não especular, até pelo simples fato de
que, como já sabemos, a Itália possuía um histórico bastante comprometido
com as origens da Maçonaria.
O assunto requer mais estudos, claro, e há que sempre se levar em
conta de que nem tudo o que lemos pode estar em consonância com a verdade,
mesmo autores de renome cometem erros, e é bem possível que em Maçonaria
existam mais lendas do que história propriamente dita. Não se conseguem
respostas para todas as dúvidas que surgem em nossas mentes sobre os
primórdios da Maçonaria, mas, é importante que conheçamos quem está
pensando sobre o assunto, o que tem surgido no campo das teorias, e o que
está mais próximo da verdade, o que é um direito ou um dever do Maçom?
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Buscamos encontrar uma resposta, com base no que foi apresentado
até aqui, sobre qual o documento verdadeiramente mais antigo e, todos são
passíveis de serem julgados com seus prós e seus contras. É mesmo o
Manuscrito Régio? Ou devemos aceitar a ideia que nos levou forçosamente de
volta ao passado da Itália, fazendo com que buscássemos também nas
corporações que lá tinham existido um elo que fosse realmente forte. No
entanto, sempre iremos esbarrar em licenciosidades, em vertentes várias, em
bibliografia que são traduções, em fontes que nunca vimos, e que, não teríamos
como saber definitivamente se todos os envolvidos agiram com a prudência que
se requer.
Não, a Maçonaria não nasceu na Itália pelo fato de que não existem
as tais provas concludentes, e ficamos então com algumas pistas, as que foram
expostas durante o desenvolvimento do trabalho.
E se o documento mais antigo é a Carta de Bolonha, mas, se como
dissemos acima, a Maçonaria não nasceu na Itália, o documento prova que a
Maçonaria é mais antiga do que se pensava, mas, não vai mudar o que outros já
sacramentaram, salvo o surgimento de outro documento, e mais outro, afinal,
quem não quer ser o dono dessa história?
(*) Cistercenses: Também uma ordem monástica católica, que passou a
existir a partir da fundação da abadia de Cister, em 1098, na Borgonha,
França.
Consultas Bibliográficas:
Internet:
“A Carta de Bolonha, de 1248 E.·.V.·., o Mais Antigo Documento Maçônico Conhecido do Mundo” –
Artigo de autoria do Irmão Luc Boneville, em tradução do Irmão José Antonio de Souza Filardo.
Disponível em: https://bibliot3ca.wordpress.com
“Ordem de São Bento” e “Ordem Cistercense”– disponíveis em:HTTPS://ptwikipedia.org
Livros:
GIRARDI, João Ivo. “Do Meio-Dia à Meia-Noite Vade-Mécum Maçônico” – Nova Letra Gráfica e
Editora Ltda. 2ª Edição – 2008
ISMAIL, Kennyo. “Debatendo Tabus Maçônicos” – Editora Maçônica “A Trolha” Ltda. 2016
RODRIGUES, Raimundo. “MAÇONARIA Filosofia e Doutrina” – Edições GLESP – 2000
VAROLI FILHO, Theobaldo. “Curso de Maçonaria Simbólica” 1º Tomo (Aprendiz) Editora A Gazeta
Maçônica – 2ª Edição - 1977
JB News – Informativo nr. 2.278 – Gramado (RS) – domingo (Natal), 25 de dezembro de 2016 Pág. 21/36
O Ir Hercule Spoladore –
Loja de Pesquisas Maçônicas “Brasil”-
Londrina – PR – escreve aos domingos
hercule_spolad@sercomtel.com.br
CAGLIOSTRO, OU JOSÉ BÁLSAMO
MAÇONARIA MÁGICA
José Bálsamo (Giuseppe Giovani Battista Vicenzo Pietro Antônio Balsamo) teria
nascido em Palermo em 02/071743 e falecido em 26/08/1795. Foi casado com
Lorenza Feliciani, conhecida por Serafina. O Dr. Lalande sob o nome fictício do
escritor Marc Haven, seu mais eminente biógrafo provou que nunca alguém
apresentou uma demonstração concreta da identidade de Cagliostro com José
Bálsamo. Ainda persiste a dúvida sobre quem foi realmente este personagem.
Mago? Alquimista? Embusteiro, charlatão ou Benfeitor da humanidade, um
aventureiro? Hipnotizador? Evidentemente teria sido um paranormal, pois
praticava curas. Alegava ter poderes sobrenaturais e falar diretamente com Deus.
Foi maçom a seu modo, mas foi. Foi mais uma das figuras controversas do século
XVIII, ao lado de outras.
Tantas situações lhe são atribuídas que se torna difícil saber o que é verdade e o
que não é.
Cagliostro foi iniciado na Ordem em Londres em 1777. Frequentou lojas de todos
os ritos dos Países Baixos, além da Alemanha, Polônia e Rússia, onde sempre
empregava a magia, sendo por isso alvo de muito interesse de todos. Ele dizia que
esteve na Grécia, Pérsia, Egito, Rhodes Índia e na Etiópia.
Em Mitau em 1779 ele teria pela primeira vez oficialmente se utilizado de ritos
mágicos. Em Bordéus-França em 1783 onde residiu por cerca de um ano, onde
ficou conhecido como curandeiro. Possivelmente tinha a capacidade mental de
curar. Em 20/10/1784 foi para Lyon já conhecido como grande mestre da
maçonaria. Os problemas da teurgia (magia negra) eram do conhecimento de um
grupo de maçons que enveredaram para este caminho, pois a Maçonaria
Tradicional seguia outra tendência ainda sem se solidificar neste confuso século
5 – Gagliostro, ou José Bálsamo – Maçonaria Mágica
Hercule Spoladore
JB News – Informativo nr. 2.278 – Gramado (RS) – domingo (Natal), 25 de dezembro de 2016 Pág. 22/36
XVIII. Entre os aficionados da Magia estavam Martinez de Pasqualy, Mesmer, Saint
Germain, Swendeborg e outros.
O século XVIII conhecido como o século das luzes, foi um século maravilhoso, pois
o Homem começou a pensar e se libertar dos grilhões que até então a Igreja
Católica impunha. Para a história do mundo foi um século importante por causa
das experiências realizadas em todos os setores da sociedade e especialmente na
França esta liberdade foi levada à extremos. Verdadeiro cadinho de ensaios e
experiências em todos os setores. As coisas más, desconhecidas, mas agora
conhecidas, pois foram esclarecidas com os recursos da época, foram eliminadas e
prevaleceu o bom senso da liberdade de pensamento.
Cagliostro fundou uma loja em Lyon com nome de “Sabedoria Triunfante” onde se
praticava a magia e assim as curas, revelações, aparições, materializações e
precognições começaram a aparecer. Não se pode chamar isso de Maçonaria, mas
naquele século tudo foi possível. A própria Maçonaria ainda não tinha uma linha
própria filosófica e rituaçistica a seguir. Foi um período confuso, especialmente na
França, onde foram criados um grande números de ritos e graus superiores.
Ele teria também participado da criação do Rito de Misraim.
José Balsamo, o Cagliostro se interessou na Ordem por uma vertente da Maçonaria
que ele chamou de Maçonaria Egípcia, pois ele acreditava que a Maçonaria teria
tido seu inicio no Egito. Fundou um templo a “Loja Mãe do Rito Egípcio” do qual se
intitulou o Grande Copta. Foi escrito por ele um ritual especial para este rito. Ele
mencionava a exposição única e pura da doutrina maçônica como ele assim a
entendia.
Seu rito era dividido em três que graus que consistiam em operações mágicas em
cujas sessões utilizava como sensíveis ou sensitivos, rapazes (pupilos) e moças
(pombas) considerados de perfeita e pura inocência. Este rito tinha como finalidade
fazer com que o homem pudesse ter a sua entrada no Templo de Deus. A
iniciação neste rito pretendia ou tinha como meta levar o homem considerado
como um decaído e degenerado a reconquistar sua dignidade perdida. E a
regeneração tinha que ser moral e física. O homem era considerado regenerado
quando ele possuísse a alma sã num corpo sadio e assim Deus consagraria este
ser a ser Eleito.
Em 27/01/1785 ele fixou sua residência em Paris, que na época estava
acontecendo uma Assembleia maçônica do rito dos “Filaletos” (1). Ele foi
convidado pela Loja “Amigos Reunidos” onde ele teria apelado para todas as
nações, e a todos os ritos que sugerindo um esclarecimento sobre os pontos mais
importantes da doutrina, maçônica tais como sua origem, e a situação histórica da
Ordem e também o estado atual da Maçonaria nesta época.
JB News – Informativo nr. 2.278 – Gramado (RS) – domingo (Natal), 25 de dezembro de 2016 Pág. 23/36
Cagliostro se apresentou após ter sido convidado pela Assembleia onde procurou
expor seus pontos de vista, bem como suas teorias sobre a Maçonaria Egípcia.
Suas ideias foram mal recebidas, e por isso ele rompeu com os Filaletos.
No dia 30/04/1785 escreveu aos filaletos:
“Dizeis que buscais a verdade e eu vo-la apresentei e vós a desprezastes...Visto
que não tendes fé nas promessas do Grande Deus e de seu ministro sobre a Terra
eu vos abandono a vós mesmos, e em verdade eu vos digo: minha missão já não é
a de instruir-vos. Desgraçados Filaletos semeais em vão e não colhereis senão
joio”
“A partir de então Cagliostro só se ocupou do seu rito, reservando seus
ensinamentos para as lojas egípcias, desinteressando da maçonaria e não
escondendo a pouca estima que lhe votava”.
Quando morou em Napoli, teria sido expulso da cidade porque teria montado um
casino que enganava os incautos.
Cagliostro estaria implicado no famoso caso do colar da Rainha Maria Antonieta em
quando dois famosos joalheiros franceses enviaram um riquíssimo colar de
diamantes ao Príncipe Cardeal de Rohan, também envolvido no escândalo, o que
motivou sua reclusão de Cagliostro na Bastilha e posteriormente foi expulso da
França.
Cagliostro por suas atividades ficou sob a mira da Inquisição acusado de heresia e
bruxaria. Foi preso e condenado á morte, mas ficou preso no Castelo de São Leo
(Leão de Vitebino) aonde veio a falecer em 26/08/1795.
(1) Rito dos Filaletos ou Filaletes. Este rito fundado em 1773 de 12 graus contribuiu muito para com a Ordem porque deixou marcas em
muitos outros ritos. Filaletes significa Amigos da Verdade ou Investigadores da Verdade. Era, portanto um embrião das futuras lojas
de pesquisas. Hoje nos Estados Unidos existe uma Loja de Pesquisas com nome de “Filaletes” Ela foi fundado por Salvalette de
Langes e o rito teve origem a partir da Loja “Amigos Reunidos”. O rito Filaletes tinha com fonte a Maçonaria Ocultista. Esta Loja
convocou em 1785 uma Convenção em Paris com a finalidade de desfazer dúvidas e divergências, e esclarecer e os verdadeiros
objetivos da Maçonaria, pois a Maçonaria estava totalmente anárquica nesta época. Cagliostro esteve presente nesta Assembleia e
aí discordou de tudo, rompendo com este grupo.
Hercule Spoladore - Loja de Pesquisas “Maçônicas Brasil”- LONDRINA-PR
REFERÊNCIAS
CARVALHO, Francisco de Assis “Ritos e Rituais” Volume 3.
Editora “A Trolha”
Londrina,1993
NAUDON, Paul “A Maçonaria’.
Edipe – Artes Gráficas –
Difusão Europeia do Livro
São Paulo, 1968
Consultas: Google
JB News – Informativo nr. 2.278 – Gramado (RS) – domingo (Natal), 25 de dezembro de 2016 Pág. 24/36
O Irmão João Anatalino Rodrigues
escreve às quintas-feiras e domingos.
É premiado com a Ordem do Mérito Templário
da Loja Templários da Nova Era.
jjnatal@gmail.com -
www.joaoanatalino.recantodasletras.com.br
A LENDA DE HIRAM E O MITO SOLAR
A Cabala e a Lenda de Hiram Abbif
Entre as seitas gnósticas, as que mais influenciaram nas tradições maçônicas
foram os grupos denominados cainitas, tidos por muitos autores maçons como os
verdadeiros criadores da Lenda de Hiram. Os cainitas constituíram diversas seitas
místicas, preenchidas principalmente por judeus cabalistas e heterodoxos, que
procuravam compatibilizar antigas tradições judaicas com ensinamentos cristãos,
especialmente aqueles veiculados pelos chamados cristãos gnósticos. A
denominação “cainita” vem do fato de eles considerarem-se descendentes diretos
de Adão, através de Cain, de cuja geração saiu Tubalcain, mestre artesão, hábil
trabalhador de martelo e fundidor de obras de bronze, segundo a Bíblia.1
Os cainitas desenvolveram uma tradição, segundo a qual Cain era filho adulterino
de Eva com um anjo rebelde de nome Samael. Essa tradição, que faz parte do
Sepher-ha-Zhoar, o livro base da Cabala judaica, atribui á estirpe de Cain uma
família de demônios, entre os quais figuram as irmãs de Tubalcain, Noema e Lilith,
famosas demônios fêmeas da tradição cabalística.
O personagem que os maçons conhecem por Hiram é de difícil caracterização.
Nas crônicas bíblicas ele é citado duas vezes: Em Reis- 13, ele é referido como
sendo um israelita da tribo de Naftali, perito fundidor de obras de bronze; mas já
nas Crônicas (Paralipômenos), ele é referido como sendo filho de uma mulher da
tribo de Dan, perito, não só em fundição de metais, como também na confecção de
obras de madeira, tecelagem , escultura etc.
Dessa forma, Hiram aparece na Bíblia como mestre ligado á tradição dos
fundidores, dos metalúrgicos, dos “sopradores”, (como eram conhecidos, na Idade
Média, os trabalhadores de forja), o que o remete a Tubalcain, e por via direta á
Cain, o filho amaldiçoado de Adão.
Robert Ambelain se refere ainda á tradição que faz de Séfora, a esposa de
Moisés, uma cainita, pois que ela era filha de Jetro de Madian, líder de um
importante centro de fundição de metais, localizado no oásis que leva aquele nome.
Dessa fonte cainita Moisés teria recebido os ensinamentos secretos (iniciáticos) que
1
Gênesis, 4:22..
6 – A Lenda de Hiram e o Mito Solar
João Anatalino Rodrigues
JB News – Informativo nr. 2.278 – Gramado (RS) – domingo (Natal), 25 de dezembro de 2016 Pág. 25/36
não se encontram expostos na Torá, mas que foram repassados por tradição oral
aos sacerdotes levitas e conservados pelos essênios, que por sua vez os legaram
aos cainitas cristãos. E estes, em consequência, os desenvolveram no corpo
doutrinário que se convencionou chamar de Cabala, cujo conteúdo está exposto no
Zhoar.
A esse respeito, diz o texto de Ambelain: “Hiram, por seu pai Ur, descende de
Tubalcain, e por ele, em linha direta, de Cain e Samael. Este, na tradição judaica, é
o Anjo Rebelde, o Tentador, o Anjo da Morte e por morte ritual a Maçonaria
sacraliza o profano) (...) Dessa estranha tradição nasceu um costume, o de
denominar “vale” o lugar onde se reunissem certos altos graus da Maçonaria (....)
No século XVIII um grupo (de maçons) tomou o nome de “ Filhos do Vale”. Num
dos altos graus maçônicos, onde os membros se reúnem num “vale”, o presidente
da Loja leva o nome de “ sapientíssimo Athersatha”, (....) Esse nome, traduzido do
hebraico, significa “Prodigioso fundidor do deus forte” 2
Portanto, a lenda de Hiram, que teria, segundo Ambelain, sido introduzida na
Maçonaria através dos“ maçons aceitos”, entre os quais haviam inúmeros judeus, é
de clara inspiração gnóstica-cabalística. Da mesma forma que ela é uma adaptação
do drama osírico, as analogias que mais tarde se fizeram entre ela e Paixão de
Cristo são frutos da licenciosidade interpretativa que
as alegorias desse tipo permitem aos espíritos de
imaginação fértil. E esse talvez tenha sido o objetivo
de seus formuladores, já que, no fundo dessa lenda, o
que remanesce mesmo é o culto ao sol, conexo ao
mito do sacrificado. 3
É importante, entretanto, ter em mente que tais
concepções só são aceitáveis do ponto de vista
filosófico, do praticante do livre-pensamento, que se acredita ser o maçom. Na
verdade, o gnosticismo é uma forma alternativa de se explicar o mundo. Se suas
concepções são avessas as doutrinas oficiais, não há que se ver aí qualquer motivo
de escândalo. As concepções extraídas pelos cainitas sobre os textos bíblicos são
apenas o ponto de vista que um grupo de pensadores heterodoxos desenvolveu
sobre alguns temas polêmicos que aparecem nos textos sagrados, e que,a te hoje,
não encontraram consenso entre os estudiosos. Do ponto de vista meramente
acadêmico merecem ser analisadas com o mesmo respeito, (e cuidado), que
aquelas veiculadas pelos exegetas ortodoxos.4
2
Robert. Amberlain op citado pg. 84-85
3
O mito do sacrificado é uma tradição cultivada por todos os povos antigos que desenvolveram religiões solares. O
“sacrificado”, no caso, é o próprio sol, que “morre” todos os dias e renasce no dia seguinte. E graças ao seu calor e sua luz,
a vida na terra também têm os seus ciclos regenerativos. Em função dessa crença, acreditava-se que todo período de tempo
deveria ser agradecido aos deuses através de um sacrifício de sangue, para que a terra prodigalizasse ao povo o benefício
de grandes colheitas. Essa era a crença que estava na raiz dos chamados Mistérios Antigos. De outra forma, todos os
grandes empreendimentos também tinham que ter um “sacrificado” para que essa obra fosse levada á bom termo. Na
imagem, reconstituição do Templo de Salomão. Fonte: Alex Horne: O Templo de Salomão e a Tradição Maçônica.
4
É também originária dos cabalistas cainitas a exclamação Huzz, Huzz, Huzz , que no Rito Escocês costuma ser utilizada na
abertura e no encerramento dos trabalhos em Loja. Essa exclamação (aportuguesada para Huzé, Huzé, Huzé) também era
utilizada pelos Cavaleiros Templários, na recepção de seus grãos-mestres. A palavra é derivada do hebraico hoschea, que
significa libertador.
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Em nosso livro “Conhecendo a Arte Real” discorreremos com mais profundidade
sobre o conteúdo da Lenda de Hiram e a sua influência gnóstica, bem como sua
origem cabalística.5
. Por ora é suficiente lembrar que a maioria das tradições dos
antigos povos associa o despertar da consciência humana, a aquisição do
conhecimento e os primeiros rudimentos de ciência a uma “rebelião” que afastou o
homem dos deuses. Na Bíblia essa “rebelião” está, de certa forma, conectada com
a família de Cain. Dela, por descendência direta, sairiam os personagens Jubal,
Jabel e Tubalcain, que na tradição maçônica estão conectados com o Drama de
Hiram. As associações que se podem fazer entre esses personagens e o simbolismo
da Loja de Companheiros correm por conta do conhecimento e da intuição dos
irmãos, mas a partir dessas informações já é possível pressentir uma explicação
para a estranha trama que envolve o arquiteto do Templo do Rei Salomão. No
momento oportuno voltaremos a esse assunto.
A lenda cainita que liga a família de Hiram, fundidor, á Tubalcain, nome bastante
conhecido dos maçons nas Lojas Simbólicas, em síntese, diz o seguinte:
“ Salomão, ao receber de Deus a incumbência para construir o Templo, entrou em
acordo com o rei de Tiro, que se comprometeu a lhe enviar todo o material
necessário, bem como os técnicos requeridos para a construção,
pois em Israel não havia profissionais capazes de realizar tal
trabalho. Entre os profissionais enviados por Hiram, rei de Tiro,
estava Hiram, o construtor, também perito em fundição. Na
ocasião em que fundia as colunas do Templo, três israelitas
invejosos, descontentes pelo fato do Templo do Senhor estar
sendo construído por um estrangeiro, (embora Hiram fosse de
origem israelita), sabotaram o molde que iria servir para a
fundição. Hiram, descobrindo a sabotagem, denunciou-a ao rei
Salomão, que, no entanto, não tomou nenhuma providência. No
dia da fundição, o mar de bronze escorreu pela multidão que a
assistia, matando uma grande parte dela. Hiram foi acusado de negligência e
abandonou o canteiro de obras. Refugiando-se no deserto, foi tomado por uma
visão. Um gigantesco homem barbado surgiu á sua frente: disse ser o espírito de
todos os que trabalham e sofrem nas mãos dos poderosos. Convidou-o a segui-lo.
Hiram acompanhou o misterioso personagem, que o conduziu ás entranhas da
terra, até o lugar onde habitava Enoque, pai de todos os homens de ciência, que no
Egito se chamava Hermes.
Foi então que Hiram descobriu os segredos com os quais foi construída a cultura
da humanidade. Enoque, ou Hermes, ensinou-lhe todos os segredos da arte de
construir; apresentou-lhe também Maviel, o carpinteiro, que ensinou a humanidade
a trabalhar a madeira, Matusael que criou a arte da escrita, Jabel que criou a arte
da tecelagem, Jubal que inventou a música e os instrumentos musicais e Tubalcain,
aquele que ensinou aos homens a arte de curtir peles, a tecer a lã, a arte de fundir
e transformar os metais, e foi pai daqueles que trabalham a forja e controlam o
fogo. E depois Enoque, ou Hermes, disse a Hiram como o mundo foi feito:
5
Publicado pela Editora Madras, 2006. Atualmente está esgotado. Estamos preparando uma segunda edição para 2017.
JB News – Informativo nr. 2.278 – Gramado (RS) – domingo (Natal), 25 de dezembro de 2016 Pág. 27/36
“Dois deuses criaram o universo”, disse Enoque: “ Adonai, senhor da matéria e
Iblis, senhor do espírito”. Adonai criou o homem a partir do barro da terra e Iblis
insuflou-lhe no peito o espírito. O homem, que era belo e inteligente como um
deus, despertou em Lilith, deusa irmã de Iblis, uma intensa paixão. Esta, em
conseqüência, tornou-se amante do homem Adão. Os deuses haviam feito uma
companheira para Adão, tirada da sua costela, chamada Eva. Por vingança, pelo
fato de Adão ter se amasiado com sua irmã Lilith, Ibles seduziu Eva e gerou-lhe um
filho, que foi Cain6
. Ao saber que Cain era filho ilegítimo de Eva com Iblis, Adão o
expulsou. Cain separou-se de sua família celeste e deu inicio á família terrestre.
Abel, o outro filho de Adão com Eva manteve-se fiel ás origens, razão pela qual o
conflito instalou-se na terra.
Foi assim que ocorreu a separação entre as estruturas do céu e da terra,
evocadas pela tradição egípcia, e a expulsão do homem do paraíso terrestre,
referida na Bíblia. Hiram foi então apresentado a Cain, que fez amargas queixas
contra os deuses, especialmente Adonai. Reivindicou para si a origem da ciência e
do conhecimento e disse ser essa a razão pela qual Adonai recusou seus sacrifícios,
aceitando, no entanto, os de Abel. “Adonai”, diz Cain, “detesta a ciência e o
conhecimento, porque eles tornam o homem insubmisso ao seu poder”. Como os
homens cresceram e multiplicaram-se sobre a terra, Adonai, ciumento e temeroso
que os homens escapassem do seu controle, resolveu destruí-los mandando que as
águas cobrissem a terra e afogasse todos seus habitantes. Mas Noé, instruído por
Maviel, o carpinteiro, frustrou os planos de Adonai construindo uma arca na qual
ele salvou-se a si a sua família, dando continuidade á família terrestre. 7
O Mestre Hiram nas “Velhas Regras”
Por conta dessa origem luciferina da arte metalúrgica, a Bíblia diz que Deus
“proibira a utilização de ferramentas de ferro no interior do canteiro de obras do
templo”. O “tabu do ferro” sempre acompanhou a cultura hebraica na forma de
uma grande aversão pela metalurgia. Uma explicação histórica para essa aversão
talvez esteja no fato de que, durante os anos de ocupação da Palestina pelos
filisteus, os israelitas foram proibidos de praticar qualquer oficio ligado á fundição
de metais. Era uma proibição que objetivava impedir que os filhos de Israel se
armassem e promovessem uma revolução. Só no tempo de Davi essa proibição foi
levantada e os israelitas puderam fundir e fabricar espadas.
A tradição cabalista vai mais longe nessa lenda. De acordo com algumas
interpretações rabínicas, constantes do Zohar, a arte da metalurgia está conectada
com o lado mau e rebelde da família humana, ligada ao nome de Tubalcain. É,
portanto, uma arte luciferina, de inspiração malévola. Um povo consagrado ao
Senhor não poderia praticá-la.8
6
A Bíblia também se refere á essa tradição quando fala nas belas filhas dos homens, por quem os deuses se apaixonaram e
geraram filhos, os audazes “nefilins”. Na imagem, o “Mar de Bronze” fundido pelo Mestre Hiram.
7
A Franco-Maçonaria, op citado pg. 81 a 86.
8
Veja-se que na mitologia grega, o deus que cumpre esse papel, é Vulcano, tido pelos gregos como o deus da forja,
controlador do fogo. O arquétipo do deus Vulcano, que habita o interior da terra, está conectado com tradições luciferinas.
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Só assim é possível entender o temor das técnicas de metalurgia que
acompanha a antiga cultura hebraica. Veja-se, inclusive, que todas as experiências
daquele povo com essa arte estão conectadas com alguma tragédia: Aarão com seu
bezerro de ouro, Moisés com a serpente de bronze, Hiram com o mar de bronze
etc. Dessa forma também é possível explicar a utilização do nome de Tubalcain
como senha na transposição do companheiro para o mestre.9
O Mestre Hiram nas “Velhas Regras”
A Lenda de Hiram acabou sendo um denominador comum entre todas as
práticas maçônicas. Hiram arquiteto é o detentor dos grandes segredos iniciáticos.
Ele é o construtor do Templo de Salomão, cuja estrutura reflete o próprio universo.
Sua morte representa a transição do profano para o sagrado, do técnico para o
científico, do reino grosseiro da matéria para o reino sutil do espírito. Pelo
fenômeno da simbiose, o companheiro rebelde, que vivia no domínio inferior da
consciência, se reconcilia com o substrato superior do espírito, e adquire, agora da
forma correta (e não pela violência), a sua passagem de grau.
Esse foi o conteúdo da lenda desenvolvida para o catecismo maçônico das
“Velhas Regras” (Old Charges). Nas Old Charges o nome de Hiram é citado como
sendo filho do rei de Tiro, cujo nome também é Hiram.Tanto no Manuscrito Cooke
quanto no Downland, essa informação é referida. Horne acredita que isso é
resultado de uma interpretação equivocada da palavra Hiram Abi, que significa
“Hiram, meu pai”. As referências a Hiram, entretanto, aparecem em várias outras
Old Charges, e em algumas delas, ele é citado como sendo “príncipe maçom”.10
As referências a Hiram nas “Velhas Regras”, entretanto, são muito contraditórias.
Em alguns desses antigos manuscritos, o mestre arquiteto do templo de Salomão
chega a ser confundido com o rei Nenrode, construtor da Torre de Babel. Por isso é
que as informações mais confiáveis sobre a identidade do Mestre Hiram ainda são
aquelas veiculadas pela Bíblia e por historiadores como Flávio Josefo, por exemplo.
Com exceção do fato de que nos textos sagrados ele não aparece como arquiteto,
mas como fundidor de bronze, todo o conteúdo da lenda pode ser encontrado nas
crônicas bíblicas: Em Reis, 13:7 lemos que Salomão “Escolheu obreiros em todo
Israel, e ordenou que fossem trinta mil homens. E ele os mandava ao Líbano, dez
mil a cada mês, de sorte que ficavam dois meses em suas casas e Adoniram era o
encarregado do cumprimento dessa ordem. E teve Salomão setenta mil que
acarretavam as cargas, e oitenta mil cabouqueiros nos montes; fora os
aparelhadores de cada obra, em número de três mil e trezentos, que davam as
ordens aos que trabalhavam. E o rei mandou que tirassem pedras grandes, pedras
de preço para os alicerces do Templo, e que as facejassem. E lavraram-nas os
9
Pois o companheiro, na tradição da Maçonaria, é aquele que assassina o Mestre Hiram para obter o segredo do grau de
mestre.
10
No Manuscrito Melrose nº 2 de 1674 e no Manuscrito Harris de 1789.
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canteiros de Salomão e os canteiros de Hirão; e os de Gíblios ,porém, aparelhavam
as madeiras e as pedras para edificar a casa”.11
Os giblitas, no entanto, eram considerados estrangeiros. Como estrangeiros não
poderiam compartilhar dos segredos dos mestres até que recebessem a devida
elevação. Era uma elevação que não se alcançava meramente cumprindo um
interstício de tempo como companheiro, ou simplesmente aprendendo o segredo
dos planos de construção, que eram arte especulativa. Nisso estava envolvida
principalmente uma questão religiosa, e essa questão era a proibição de que um
segredo de natureza sagrada fosse revelado a pessoas que ainda não tinham obtido
o devido merecimento. Era preciso encontrar uma fórmula que superasse esse
impasse, permitindo que o companheiro pedreiro, estrangeiro para as tradições
hebraicas, pudesse romper essa barreira para ser admitido no seleto circulo dos
mestres.
Não sendo assim a chamada Escola de Arquitetura de Salomão, que a imaginação
de Anderson colocou nos canteiros de obras do Templo do Rei Salomão acabaria se
transformando numa alegoria sem sentido. A solução foi o sacrifício ritualístico do
Mestre Hiram, que como já dissemos, é a porta de entrada nos Mistérios Maçônicos.
Com essa alegoria Anderson introduziu na tradição maçônica dois arquétipos de
grande significado histórico, psicológico e religioso, que são o mito solar, que está
na origem do mito do herói sacrificado e o sacrifício da completação. A finalidade
desse sacrifício é francamente escatológica, como veremos.
O mito do herói sacrificado
Todo maçom que tenha sido elevado ao mestrado na Arte
Real já fez a sua marcha ritual em
volta do esquife do Mestre Hiram Abiff, o arquiteto do Templo do Rei Salomão,
assassinado pelos três companheiros ambiciosos que queriam abreviar o prazo de
seu aprendizado e obter os graus mais elevados sem o devido mérito. A alegoria da
morte de Hiram é uma clara alusão ao mito do sacrificado. Ele está conectado, de
um lado ao simbolismo da ressurreição e de outro lado ao mito solar. Pois nas
antigas religiões solares, como vimos, o sol, princípio da vida, morria todos os dias
para ressuscitar no dia seguinte, após passar uma noite em meio ás trevas.
Assim como toda a teatralização dos Antigos Mistérios, fosse na Grécia ou no
Egito, ou em qualquer outra civilização que praticasse esses festivais, mais do que
uma simples homenagem aos deuses protetores da natureza, esses rituais
simbolizavam a jornada do espírito humano em busca da Luz que lhe daria a
ressurreição. É nesse sentido que a marcha dos Irmãos em volta do esquife de
Hiram, sempre no sentido do Ocidente para o Oriente, nada mais é que uma
imitação desse antigo ritual, que espelha a ansiedade do nosso inconsciente em
encontrar o seu “herói” sacrificado (ou seja, o sol), para nele realizar a sua
11
Reis, 13-17. Os giblios, ou giblitas, eram os trabalhadores das pedreiras de Biblos, cidade fenícia que ficava cerca de 120
quilômetros ao norte de Tiro. Essa cidade é conhecida hoje como Gebal. Nos Primeiros Catecismos Maçônicos, os giblitas
eram considerados como sendo os verdadeiros pedreiros, razão pela qual o Manuscrito Wilkinson, uma Old Charge utilizada
por algumas Lojas inglesas do inicio do século XVIII, continha o seguinte trolhamento para o iniciando: “P. Qual é o nome
do pedreiro?” “R. Giblita”. Segundo Horne, essa palavra ainda hoje é utilizada em cerimônias de iniciação em Lojas inglesas
e americanas
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ressurreição. Pois o sol, em todas essas religiões, era o doador da vida. Ele
fertilizava a terra e fazia renascer a semente morta. Destarte, toda a mística desses
antigos rituais tinha essa finalidade: o encontro com a luz que lhe proporcionaria a
capacidade de ressurreição.12
O sacrifício da completação
Conectado com esse simbolismo, os antigos povos, em suas tradições iniciáticas
relacionadas com grandes obras arquitetônicas, desenvolveram o chamado
“sacrifício da completação”. Esse sacrifício consistia em oferecer ao deus a quem
era dedicado o edifício um sacrifício de sangue, que podia ser o holocausto dos
inimigos aprisionados em guerra ou pessoas escolhidas entre próprio povo. Muitas
vezes essa escolha recaia sobre mulheres virgens (as vestais) ou jovens guerreiros,
realizadores de grandes feitos na guerra. Acreditava-se que assim os deuses
patronos dos poderes da terra se agradariam daquele povo, prodigalizando-lhes
fartura de colheitas e proteção contra os inimigos.13
Esse tema remonta á antigas lendas, cultivadas pelos povos do Levante, segundo
o qual nenhuma grande empreitada poderia obter bom resultado se não fosse
abençoada pelos deuses. E essa benção era sempre obtida através de um sacrifício
de sangue. Esse costume era praticado até pelos israelitas, como prova o texto
bíblico ao informar que Salomão, ao terminar a construção do Templo “sacrificou
rebanho e gado, que de tão numeroso, nem se podia contar
nem numerar.”14
Dessa forma, na Maçonaria, o Drama de Hiram tem uma
dupla finalidade iniciática: de uma lado presta sua referência
ao culto solar, sendo Hiram, nessa mística, o próprio sol que é
homenageado; de outro lado, cultua o herói sacrificado, pois é
nele que se consuma a obra maçônica.
E dessa forma, a principal alegoria do ensinamento maçônico assume o seu
verdadeiro e real significado.
12
Na imagem, o herói sacrificado. Gravura extraída do livro de James Frazer, o Ramo de Ouro.
13
Veja-se o relato bíblico em Juízes: 11;30,31, na qual o juiz Jefté sacrifica a própria filha em razão de um voto feito á
Jeová.
14
Reis I- 8:5- Na imagem 2, gravura mostrando os maçons em volta do esquife do Mestre Hiram. Fonte:
“Morals and Dogma”, de Albert Pike - Kessinger Publishing Co. 1992.
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(as letras em vermelho significam que a Loja completou
ou está completando aniversário)
GLSC -
http://www.mrglsc.org.br
GOSC
https://www.gosc.org.br
Data Nome Oriente
01/12/2004 Lysis Brandão da Rocha Florianópolis
01/12/2009 Poço Grande do Rio Tubarão Tubarão
11/12/1993 Phoenix Jaraguá do Sul
13/12/1983 Nova Aurora Criciúma
18/12/1991 Obreiros da Paz Fraiburgo
20/12/2003 Luz Templária Curitibanos
21/12/1999 Silvio Ávila Içara
22/12/1992 Ademar Nunes Florianópolis
Data Nome da Loja Oriente
02/12 Fraternidade e Justiça Blumenau
02/12 Lauro Muller São José
06/12 Fraternidade Criciumense Criciúma
07/12 Voluntas Florianópolis
09/12 Igualdade Criciumense Criciumense
11/12 Xaver Arp Joinville
13/12 Padre Roma II São José
14/12 Montes de Sião Chapecó
7 – Destaques (Resenha Final)
Lojas Aniversariantes de Santa Catarina
Mês de Dezembro
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GOB/SC –
http://www.gob-sc.org.br/gobsc
Data Nome Oriente
01.12.04 Luz de São Miguel - 3639 São Miguel do Oeste
02.12.06 Colunas de Antônio Carlos - 3824 Florianópolis
04.12.08 Seara de Luz - 3961 Chapecó
05.12.85 25 de Agosto - 2383 Chapecó
08.12.10 Estrela do Oriente - 4099 Tubarão
11.12.96 Justiça e Paz - 3009 Joinville
11.12.97 União Adonhiramita -3129 São Pedro de Alcântara
11.12.01 Paz do Hermon - 3416 Joinville
12.12.96 Fênix do Sul - 3041 Florianópolis
13.12.52 Campos Lobo - 1310 Florianópolis
13.13.11 Luz do Oriente - 4173 Morro da Fumaça
16.12.96 A Luz Vem do Oriente - 3014 Castelo Branco
16.12.03 Philantropia e Liberdade - 3557 Brusque
17.12.96 Luz do Ocidente - 3015 Chapecó
17.12.96 Perseverança - 3005 Florianópolis
20.12.77 Xv de Novembro - 1998 Caçador
28.12.96 Livre Pensar - 3153 Piçarras
28.12.96 Luz de Navegantes - 3033 (30/06/2010) Navegantes
Feliz Natal !
Boas Festas!
São os votos da equipe JB News
Através de sua editoria, colunistas e correspondentes
aos seus leitores e amigos
Ho, Ho, Ho, Ho...
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Ir Marcelo Angelo de Macedo, 33∴
MI da Loja Razão e Lealdade nº 21
Or de Cuiabá/MT, GOEMT-COMAB-CMI
Tel: (65) 3052-6721 divulga diariamente no
JB News o Breviário Maçônico, Obra de autoria do saudoso IrRIZZARDO DA CAMINO,
cuja referência bibliográfica é: Camino, Rizzardo da, 1918-2007 - Breviário Maçônico /
Rizzardo da Camino, - 6. Ed. – São Paulo. Madras, 2014 - ISBN 978-85.370.0292-6)
Dia 25 de dezembro:
O Silêncio
O Aprendiz maçom cultiva a virtude do Silêncio, porque não tem ainda a capacidade
do comentário; deve apenas ouvir, meditar e tirar as próprias conclusões, até poder
"digerir" o alimento que lhe é dado.
Esse Silêncio significa que o conhecimento que o Mestre lhe transmite é absorvido
sem qualquer dúvida ou reação, até o momento em que se torna capaz de emitir, por
sua vez, conceitos superiores e que podem até conduzir ao sadio debate.
No Grau 4, Mestre Secreto, da Maçonaria Filosófica, o Silêncio é a "palavra de
ordem"; o gesto para expressar o Silêncio é a colocação de dois dedos sobre os lábios.
Esse Silêncio significa que o conhecimento que o Mestre Secreto adquiriu é esotérico
e deve permanecer "oculto".
O Silêncio está estreitamente ligado ao mistério, à prudência e à segurança.
São Paulo dizia que a língua é uma espada de dois gumes, que pode ferir ao ser usada.
O maçom pensa duas vezes antes de emitir opinião, porque tem obrigação de emiti-la
de forma correta e que jamais possa ofender a quem a ouve.
Breviário Maçônico / Rizzardo da Camino, - 6. Ed. – São Paulo. Madras, 2014, p. 378.
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O Irmão e poeta Sinval Santos
da Silveira *
escreve aos domingos no
“Fechando a Cortina”
Hoje o autor presta uma justa
homenagem ao Irmão Abner, da
Loja Alferes Tiradentes, que foi chamado ao Oriente Eterno.
Quem sabe lá não estará com sua costumeira vestimenta natalina???
Lembro-me bem daquele dia.
Torrencialmente, chovia.
Teu vestido de chita, cobria um
lindo corpo de menina, querendo ser
mulher.
Cabelos molhados e escorridos, pés
descalços, brincando nas corredeiras das sarjetas, sem
notar
meus olhos voltados
para ti.
A chuva, impiedosa, não dava trégua.
JB News – Informativo nr. 2.278 – Gramado (RS) – domingo (Natal), 25 de dezembro de 2016 Pág. 35/36
Eu, quase um homem, ensaiando o
pecado, te olhava com um olhar diferente.
Teus olhos, nem perceberam os meus
olhos...
O tempo passou, e a adolescência foi
embora.
A vida me levou para outros lugares, longe
de ti.
Mas não te esqueci !
Voltei, te procurei, mas o mesmo tempo
apagou as tuas pegadas.
Não mais te encontrei.
Restou, em minha mente, aquele olhar
tão inocente !
Um vestido de chita, brincadeiras nas
corredeiras, me trazem de volta a este
lugar.
Aquele jeito lindo da adolescente, que
pena, deu lugar, tão somente, à
imaginação e à uma brutal saudade !
Feliz Natal Meus Irmãos !
Veja mais poemas do autor, Clicando no seu BLOG:
http://poesiasinval.blogspot.com
* Sinval Santos da Silveira -
MI da Loja Alferes Tiradentes nr. 20 - Florianópolis
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  • 2. JB News – Informativo nr. 2.278 – Gramado (RS) – domingo (Natal), 25 de dezembro de 2016 Pág. 2/36 Este informativo está sendo editado em Gramado (RS) Nesta edição: Pesquisas – Arquivos e artigos próprios e de colaboradores e da Internet – Blogs - http:pt.wikipedia.org - Imagens: próprias, de colaboradores e www.google.com.br Os artigos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião deste informativo, sendo plena a responsabilidade de seus autores. Saudações, Prezado Irmão! Índice do JB News nr. 2.278 – Gramado (RS) – domingo – Natal - 25 de dezembro de 2016 Bloco 1-Almanaque Bloco 2-IrNewton Agrella – Celebração – Natal 2016 Bloco 3-IrJoão Ivo Girardi – É Natal Bloco 4-IrJosé Ronaldo Viega Alves – A Maçonaria Operativa em suas origens ... (parte II final) Bloco 5-IrHercule Spoladore – Gagliostro ou José Bálsamo – Maçonaria Mágica Bloco 6-IrJoão Anatalino Rodrigues – A Lenda de Hiram e o Mito Solar Bloco 7-Destaques JB – Breviário Maçônico p/o dia 25 de dezembro e versos do Irmão e Poeta Sinval Santos da Silveira
  • 3. JB News – Informativo nr. 2.278 – Gramado (RS) – domingo (Natal), 25 de dezembro de 2016 Pág. 3/36 25 de dezembro  320 — A Igreja Católica institui a data do nascimento de Jesus Cristo.  333 — Imperador Constantino nomeia seu filho mais novo, Constante I, ao título de César César.  350 — Vetranio encontra-se com Constâncio II em Niš na (Sérvia) e é forçado a abdicar seu título de César. Constâncio o permite viver como um cidadão com uma pensão do estado.  496 — Clóvis I, rei dos francos, é batizado na fé católica em Reims, por São Remígio.  597 — Agostinho de Cantuária e seus companheiros baptizam mais de 10,000 Anglo-Saxões em Kent.  800 — Carlos Magno é coroado Imperador pelo Papa Leão III. Tem início o Sacro Império Romano.  1000 — É fundado o Reino da Hungria como um reino cristão por Estêvão I.  1046 — É eleito o Papa Clemente II.  1066 — Guilherme da Normandia é coroado rei de Inglaterra na Abadia de Westminster.  1100 — Balduíno de Bolonha é coroado primeiro rei de Jerusalém na Basílica da Natividade.  1104 — Constança de França divorcia-se de Hugo I de Champanhe.  1130 — Rogério II da Sicília é coroado primeiro rei da Sicília.  1261 — João IV Láscaris do restaurado Império Bizantino é deposto e cego por ordens de seu co- governante Miguel VIII Paleólogo.  1559 — Papa Pio IV é eleito.  1599 — Fundação da cidade de Natal, capital do Rio Grande do Norte, Brasil.  1837 — Fundação do Condado de Dade nos EUA.  1881 — Primeiro voo no Brasil, em Belém, de um balão dirigível, Le Victoria, e segundo voo no mundo por Júlio César Ribeiro de Sousa.  1926 — Início do Período Shōwa no Japão.  1938 — Primeiro espécime vivo do Celacanto, que era considerado extinto, foi encontrado na costa leste da África do Sul.  1941 — Segunda Guerra Mundial: Hong Kong rende-se aos japoneses.  1948 — Fundação da escola de samba Beija-Flor.  1989 — Execução do presidente comunista da Romênia Nicolae Ceaușescu, e de sua esposa, Elena Ceaușescu.  1991 — Mikhail Gorbachev renuncia à presidência da União Soviética. 1 – ALMANAQUE Hoje é o 360 dia do Calendário Gregoriano do ano de 2016– (Lua Quarto Minguante) Faltam 6 dias para terminar este ano bissexto Hoje é Natal Se o Irmão não deseja receber mais o informativo ou alterou o seu endereço eletrônico, POR FAVOR, comunique-nos pelo mesmo e-mail que recebeu a presente mensagem, para evitar atropelos em nossas remesssas diárias. Obrigado. Colabore conosco para evitar problemas na emissão de nossa mala direta. EVENTOS HISTÓRICOS (Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki) Aprofunde seu conhecimento clicando nas palavras sublinhadas
  • 4. JB News – Informativo nr. 2.278 – Gramado (RS) – domingo (Natal), 25 de dezembro de 2016 Pág. 4/36 1861 Inaugura-se, nesta data, na cidade de Desterro, a igreja de Nossa Senhora do Parto. 1893 Decreto nº 1617, desta data, prorrogou até 31 de janeiro do ano seguinte o “estado de sítio” no Distrito Federal e estados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, conflagrados face à Revolução Federalista. 1970 Morre, em Rio do Sul, Guilherme Gemballa, doutor em Farmácia e Bioquímica e um dos fundadores da Fundação Educacional do Alto Vale do Itajaí. 1756 Fundado o Grande Oriente dos Países Baixos 1761 Fundada a Grande Loja da Suécia, trabalhando no Rito Escandinavo. 1823 Sai a primeira edição do jornal Typhis Pernambuco, com que Frei Caneca () defende os ideais liberais e a Constituinte dissolvida por D. Pedro I. 1831 Fundada a Loja Philantrophia e Liberdade, em Porto Alegre, trabalhando no Rito Francês. Feliz Natal ! Boas Festas! São os votos de toda a equipe JB News aos seus leitores e amigos Ho, Ho, Ho, Ho... Fatos maçônicos do dia Fonte: O Livro dos Dias (Ir João Guilherme) e acervo pessoal Fatos históricos de santa catarina
  • 5. JB News – Informativo nr. 2.278 – Gramado (RS) – domingo (Natal), 25 de dezembro de 2016 Pág. 5/36 O Ir Newton Agrella - M I Gr 33 escreve aos domingos. É membro ativo da Loja Luiz Gama Nr. 0464 e Loja Estrela do Brasil nr. 3214 REAA - GOSP - GOB newagrella@gmail.com "CELEBRAÇÃO" - NATAL 2016 Lá vem ele novamente, com seu sorriso sem igual, seu jeito bonachão de portador da Felicidade, rosto rechonchudo, pequeno par de óculos e com sua indefectível roupa vermelha e botas pretas, muitas vezes sem saber direito onde estacionar o seu trenó com sua bagagem. De certa maneira ele sinaliza o tempo. E nos obriga a reavaliar alguns conceitos. Na América do Norte, sua presença é sucesso garantido e mal precisa de marketing, todo ano nas paradas de sucesso ! Na Europa, sua atuação é relativamente mais contida e ganha requintes menos cintilantes entre luzes mais amenas, talvez em razão do frio intenso e das longas noites brancas que tomam conta do setentrião no Velho Continente... Ainda assim, sua atuação tem sido invariavelmente digna de um "Oscar". Fato é que com a potencialização da mídia a universalização das culturas vai se tornando um "melting pot mercadológico" , e até mesmo nas civilizações mais distantes e menos familiares ao Cristianismo como na China, Japão, Coréia e na Ásia em geral, aos poucos ele vai deixando seu rastro e sua marca registrada. Enquanto isso... ao sul do equador, a linha imaginária que divide a Terra, suas incursões tornam-se um pouco mais tímidas e menos aguerridas.... Um certo ar de cuidado ronda suas expedições... Afinal o calor tropical, as massas de ar quente, as chuvas torrenciais que provocam tsunamis, furacões e vendavais trazem à tona as inquietantes ondas de desigualdades sociais, que fazem com que ele pense e pondere um pouco mais antes de surfar com seu trenó para satisfazer as necessidades que poderiam amenizar as vicissitudes e sofrimentos de milhões de crianças que vivem nessa outra porção do planeta. 2 – Celebração – Natal 2016 Newton Agrella
  • 6. JB News – Informativo nr. 2.278 – Gramado (RS) – domingo (Natal), 25 de dezembro de 2016 Pág. 6/36 Você já se perguntou se realmente há tanto assim para se comemorar, nesse hemisfério ? Será que a Esperança deve ser a tônica dos discursos otimistas e o pano de fundo para se seguir batendo sempre nesta mesma tecla, enquanto a América Latina, a maior parte da África e uma porção significativa da Ásia continuam sofrendo com governos corruptos, distribuição injusta de renda, doenças que se proliferam e não encontram um antídoto, além de desenfreadas políticas econômicas equivocadas e de futuro incerto ? Quem sabe ele não esteja agindo como um agente fiscalizador econômico preocupado em preservar as benesses e a boa vida do mundo setentrional com uma economia cada vez mais robusta, enquanto os meridionais seguem sua sina cansativa na busca de melhores dias.... Não...não se trata de dividir o mundo entre "nós" e "eles" ou entre os "bons" e os "maus"... trata-se apenas de reconhecer e tomar consciência do papel social do ser humano na evolução da história. Atenção ! Os sinos estão tocando ! Papai Noel vem chegando...e é tempo de se pensar em algo melhor.... Só não dá para disfarçar e dizer que não existe crise.... A realidade está diante do nosso nariz e o pior cego, não é o que não quer ver....mas aquele que não quer assumir e nada faz para consertar. É bem verdade que a religião acalma, nos liga com o divinal, e é uma válvula de escape para o próprio reparo da alma. Além disso, contribui fortemente para que o ser humano possa minimizar os sofrimentos, sentir menos trauma diante dos infortúnios e amenizar as dificuldades com um espírito mais aberto e tolerante... Porém a celebração da data, é muito mais atinente ao entendimento de quem quer aprimorar a própria condição de vida do que simplesmente fazer brindes, encher a barriga e trocar presentes, como se isso fosse o simbolismo de seu significado. De todo modo, é vida que segue nos trópicos... É vontade de acertar mesmo diante de tantas incertezas e dificuldades... É tempo de reassumir nossos propósitos e retrabalhar o nosso interior para melhorarmos como seres humanos.
  • 7. JB News – Informativo nr. 2.278 – Gramado (RS) – domingo (Natal), 25 de dezembro de 2016 Pág. 7/36 A data serve mais como um divisor de águas anual...uma espécie de "blim blom" que toca a nossa consciência e nos leva a refletir, parar e pensar : de onde viemos, o que fazemos, qual a nossa missão e para onde vamos.... Quem sabe não valha a pena pegar uma carona nesse trenó...e propagar Liberdade nas nossas escolhas, Igualdade nos nossos Direitos e Obrigações e Fraternidade entre todos os homens e mulheres de boa vontade ! FELIZ NATAL ! NEWTON AGRELLA Feliz Natal ! Feliz Natal ! Feliz Natal ! Feliz Natal ! Feliz Natal ! Feliz Natal ! Feliz Natal ! Feliz Natal ! São os votos da equipe JB News Através de sua editoria, colunistas e correspondentes aos seus milhares de leitores e amigos Ho, Ho, Ho, Ho...
  • 8. JB News – Informativo nr. 2.278 – Gramado (RS) – domingo (Natal), 25 de dezembro de 2016 Pág. 8/36 O Ir. João Ivo Girardi joaogira@terra.com.br da Loja “Obreiros de Salomão” nr. 39 de Blumenau é autor do “Vade-Mécum Maçônico – Do Meio-Dia à Meia-Noite” Premiado com a Comenda do Mérito Cultural Maçônico “Aquiles Garcia” 2016 da GLSC e com a Ordem do Mérito Templário da Loja Templários da Nova Era. escreve às quartas-feiras e domingos. É NATAL “Se no Natal não posso estar ao lado de todos que amo, então, quando todos que amo estão ao meu lado, é Natal”. 1. José Castellani assim se expressa sobre o Natal: As duas principais estrelas da constelação de Câncer tomam o nome de Aselos (latim Asselus = diminutivo de Asinus, ou seja: jumento, burrico). Na tradição hebraica, as duas estrelas são chamadas de Haiot e Nakodish, ou seja, animais de santidade, designados pelas duas primeiras palavras do alfabeto hebraico, Aleph e Beth, correspondentes ao asno e ao boi. Diante delas, há um pequeno conglomerado de estrelas, denominado, em latim, Praesepe, que significa presépio, estrebaria, curral, manjedoura, e que, em francês, é creche, também com o significado de presépio, manjedoura, berço. Essa palavra creche, já foi, inclusive, incorporada a idiomas latinos, com o significado de local onde as crianças novas são acolhidas temporariamente. Esse simbolismo dá sentido à observação material: Jesus nasceu a 25 de dezembro, sob o signo de Capricórnio, durante o solstício de inverno, sendo colocado em uma manjedoura, entre um asno e um boi. Essa data de nascimento, todavia, é puramente simbólica. Para os primeiros cristãos, Jesus nascera em julho, sob o signo de Câncer, quando os dias são mais longos no HN. O sentido cristão, no plano simbólico, abordaria então a Porta dos Homens e, assim, só haveria a compreensão de Jesus, como ser, como homem. Mas Jesus é o ungido, o messias, o Cristo - segundo a teologia cristã - e o outro polo, obrigatoriamente complementar, é a Porta de Deus, sob o signo de Capricórnio, tornando a dualidade compreensível. Dois elementos, entretanto, um material e um religioso viriam a influir na determinação da data de 25 de dezembro. O material refere-se aos hábitos dos antigos cristãos e o religioso, ao mitraísmo da antiga Pérsia, adotado em Roma. Os primeiros cristãos do Império Romano, para escapar às perseguições, criaram o hábito de festejar o nascimento de Jesus durante as festas dedicadas ao deus Baco, quando os romanos, ocupados com os folguedos e orgias, os deixavam em paz. Mas a 3 – É Natal João Ivo Girardi
  • 9. JB News – Informativo nr. 2.278 – Gramado (RS) – domingo (Natal), 25 de dezembro de 2016 Pág. 9/36 origem mitráica é que a mais plausível para explicar essa data totalmente fictícia: os adeptos do mitraísmo costumavam se reunir na noite de 24 para 25 de dezembro, a mais longa e mais fria do ano, numa festividade chamada - no mitraísmo romano - de Natalis Invicti (nascimento do Sol triunfante). Durante toda a fria noite, ficava fazendo oferendas e preces propiciatórias, pela volta da luz e do calor do Sol, assimilada ao deus Mitra. O Cristianismo, ao fixar essa data para o nascimento de Jesus, identificou-o com a luz do mundo, a luz que surge depois de prolongadas trevas. 2. Origens do Natal: Ao contrário do que muitos pensam o natal não é uma festa cristã. A prática de festejar o natal foi introduzida na Igreja Católica, no Concílio de Nicéia - mais de 400 anos após o nascimento de Jesus. A palavra natal em inglês é christmas, a união de duas palavras, christ e mass que significa missa de Cristo ou missa de natal. O dia 25 de dezembro foi escolhido porque coincidia com os festivais pagãs que celebravam a saturnália (indica as festas em honra ao deus saturno) e o solstício de inverno (época em que o sol passa pela sua maior declinação boreal ou austral, e durante a qual cessa de afastar-se do equador), em adoração ao deus-sol, o sol invictus. Este festival de inverno era chamado a natividade do sol. A festa solar do natalis invicti (natividade do sol inconquistado) era celebrado em 25 de dezembro. Desde a Antiguidade a humanidade cultua os deuses, pois o homem necessita antropomofirzar as coisas para ter um referencial sobre si mesmo. As primeiras religiões surgiram do culto das fontes que saciavam as necessidades físicas básicas do ser humano. Na forma de religião havia a satisfação do espírito de um corpo já saciado. Assim cultuavam-se plantas, árvores, montanhas, a chuva, o mar. Este culto antigo era quase totalmente devoto da Mãe Natureza. Do culto à Mãe Natureza originou-se o culto aos seus ciclos (estações do ano), necessários a agropecuária. Estes ciclos são muito bem marcados ao longo do caminho solar, denominado ano terrestre, na forma de equinócios e solstícios. No início do Cristianismo Jesus foi identificado como o deus-sol. Tertuliano teve que assegurar que o sol não era o Deus dos cristãos, e Agostinho denunciou a identificação herética de Cristo com o Sol. O papa Leão I reprovou o ressurgimento desta prática, como já havia acontecido com o povo de Israel: e com os rostos para o oriente, adoravam o sol virado para o oriente (Ez 8:16). 3. Papai Noel: A figura do Papai Noel tem origem na história de São Nicolau de Taumaturgo, arcebispo de Mira, na Lícia antiga, atual Turquia. São Nicolau quando jovem viajava muito, tendo conhecido a Palestina e o Egito. Por onde passava ficava na lembrança das pessoas devido a sua bondade e o costume de dar presentes às crianças necessitadas. Durante o século IV, este homem de fé marcante foi transformado legendariamente neste Papai universal. A associação da imagem de São Nicolau ao Natal aconteceu na Alemanha e espalhou-se pelo mundo em pouco tempo. Nos Estados Unidos ganhou o nome de Santa Claus, no Brasil de Papai Noel e em Portugal de Pai Natal. O professor Clemente Moore, de Nova York, popularizou o bom velhinho com seu célebre
  • 10. JB News – Informativo nr. 2.278 – Gramado (RS) – domingo (Natal), 25 de dezembro de 2016 Pág. 10/36 poema; Uma visita de São Nicolau (1822). Até o final do século XIX, o Papai Noel era representado com uma roupa de inverno na cor marrom ou verde escura. Em 1886, o cartunista alemão Thomas Nast criou uma nova imagem para o bom velhinho. A roupa nas cores vermelha e branca, com cinto preto, criada por Nast foi apresentada na revista Harper’s Weeklys neste mesmo ano. Unindo este conto às antigas lendas nórdicas, renas, trenós de neve gnomos míticos, temos hoje os ingredientes de um conto infantil do hemisfério norte, capaz de comover até os adultos que ainda sonham com a sua infância. O atual Papai Noel, de roupa vermelha e saco às costas, nasce nos Estados Unidos na metade do século XX como São Nicolau transmudado em gnomo ou duende e, logo em seguida foi transformado em um simpático velhinho. Ele é introduzido na Europa depois da Primeira Guerra Mundial e se impõem pouco a pouco pela pressão comercial e daqueles que querem festejar o Natal sem referências religiosas. Em 1931, uma campanha publicitária da Coca-Cola mostrou o Papai Noel com o mesmo figurino criado por Nast, que também eram as cores do refrigerante. A campanha publicitária fez um grande sucesso, ajudando a espalhar a nova imagem do Papai Noel pelo mundo. Como dizem: Natal sem Papai Noel não é mesma coisa. 4. Origem da canção: Noite Feliz: Em 24 de dezembro, milhares de turistas irão mais uma vez para Oberndorf, perto de Salzburgo (região central da Áustria), onde, há 185 anos, foi comnposta Noite Feliz, uma das mais conhecidas canções natalinas. Stille Nacht, Heilig Nachti em alemão, Noite Feliz em português, Silent Night em ingles, Douce Nuit em francês, hoje traduzida para 330 idiomas, a canção de Natal austríaca foi criada por acaso, quando quebrou o órgão da Igreja do povoado de 6.000 habitantes. Em 1818, dois dias antes do Natal, o antigo órgão da igreja de São Nicolau, a paróquia do padre Joseph Mohr, parou de tocar. Para não decepcionar os fiéis, o sacerdote pediu ao amigo Franz Xaver Gruber, maestro e organista do vizinho povoado de Arnasdorf, para compor uma melodia para um texto de Natal que ele havia escrito dois anos antes. Na Missa do Galo de 24 de dezembro, o padre Joseph Mohr, com sua bela voz de tenor, e que tocava violão, e Gruber, com sua bela voz de baixo, interpretaram pela primeira vez, em alemão, a canção Noite Feliz. O fato era totalmente incomun na época, quando os textos religiosos ainda eram escritos em latim. Mas Mohr achava que uma letra simples e fácil de entender era o mais adequado para seus fiéis, na grande maioria barqueiros e camponeses. Em 1831, um coral que se dedicava a executar cantos populares tiroleses incorporou a canção natalina do padre Mohr a seu repertório durante uma viagem pela Rússia. Dali, a canção viajou para Nova York, onde foi interpretada pelo coral tiroles em l839, mas onde seus autores e sua origem permaneceram desconhecidos. Trinta e seis anos depois, a corte prussiana, que procurava a partitura original da canção, consultou o pároco de São Pedro de Salzburgo que, par surpresa geral, disse que Mohor e Gruber, mortos no anonimato em 1848 e 1863, respectivamente, eram os autores daquela canção
  • 11. JB News – Informativo nr. 2.278 – Gramado (RS) – domingo (Natal), 25 de dezembro de 2016 Pág. 11/36 que tinha sido atribuída ao compositor austríaco Michael Haydn. Hoje, Oberndorf vela para que os dois homens não sejam esquecidos. Em 1937 foi construida uma capela no mesmo local onde, no século anterior, ficava a paróquia de São Nicolau, que foi destruída em 1913 por uma inundação. A ela foi dado o nome de Noite Feliz e em seus vitrais aparecem os retratos de Mohr e Gruber. A capela é hoje uma atração turística que recebe 150 mil visitantes por ano. Mas, como a capela só tem capacidade para 20 pessoas, em 24 de dezembro o padre Nikolaus Erber celebra a missa ao ar livre, visto que tradicionalmente 7.000 pessoas acompanham a Missa do Galo em Oberndorf. TRADIÇÕES DE NATAL Árvore de Natal: A origem da árvore de natal é mais antiga que o próprio nascimento de Jesus. Naquela época, uma grande variedade de povos indo- europeus que estavam se expandindo pela Europa e Ásia consideravam as árvores uma expressão da energia de fertilidade da Mãe Natureza, por isso lhes rendiam culto. O carvalho foi, em muitos casos, considerado a rainha das árvores. No inverno, quando suas folhas caíam, os povos antigos costumavam colocar diferentes enfeites nele para atrair o espírito da natureza, que se pensava havia fugido. A árvore de Natal moderna surgiu na Alemanha e suas primeiras referências datam do século XVI. (Em tempo: a árvore de natal foi inventada pelo grande reformador protestante Martinho Lutero. Ele escolheu o prinheiro por ser a única árvore capaz de resistir ao intenso frio do inverno alemão, sem perder suas folhas. As bolas com que enfeitou a primeira árvore natalina representava, segundo ele, os frutos do Espírito na vida cristã). Foi a partir do século XIX que a tradição chegou à Inglaterra, França, Estados Unidos e depois, já no século XX, virou tradição na Espanha e na maioria da América Latina. Este pinheiro natalino mostra que mesmo no inverno mais rigoroso, o verde de seus ramos resiste e as maçãs continuam saborosas e comestíveis mesmo depois da chegada da nova e rude estação. Enfeites da árvore de Natal: Antes que fossem substituídas por lâmpadas elétricas coloridas, as velas eram enfeites comuns nas árvores e simbolizam a purificação, com a chama sendo acesa como a representação de Cristo, a luz do mundo. As habituais pinhas se utilizam como símbolo da imortalidade e os sininhos como mostra do júbilo natalino. As bolas de cores (antigamente as maçãs) presas aos galhos da árvore são sinal de vida diferenciada. Finalmente, as estrelas anunciam os desígnios de Deus. A estrela colocada na ponta da árvore de natal representa a estrela de Belém. Cartões de Natal: A confecção do primeiro cartão de natal é atribuída ao britânico Henry Cole que, em 1843, encomendou a uma gráfica um cartão com a mensagem: Feliz Natal e Próspero Ano Novo porque não tinha tempo para escrever pessoalmente a cada um dos seus amigos. Rapidamente, o costume de desejar Boas Festas com o uso de um cartão se estendeu por toda a Europa e, a partir de 1870, esses cartões começaram a ser impressos coloridos.
  • 12. JB News – Informativo nr. 2.278 – Gramado (RS) – domingo (Natal), 25 de dezembro de 2016 Pág. 12/36 Ceia de Natal: Você sabe a origem da ceia de Natal? Conforme consta na literatura, há centenas de anos, os europeus deixavam a porta de sua casa aberta no dia de Natal para que os peregrinos e viajantes entrassem e, junto com a família, confraternizassem nesse dia. Daí o porquê de o Natal ser uma data de confraternização entre amigos e familiares. E o prato mais clássico servido nessa ocasião é o peru. O consumo dessa ave se originou nos Estados Unidos. Lá, o peru é um prato tradicionalmente servido no Dia de Ação de Graças, uma data muito importante para os americanos, e essa tradição veio para o Brasil. Os índios americanos já criavam perus antes de ocorrer a colonização inglesa. Durante a colonização, os índios serviram peru para comemorar a primeira grande colheita, e assim surgiu o hábito de consumir peru para celebrar datas importantes. Outros alimentos tradicionais do Natal são as frutas secas, as nozes, as castanhas e o panetone. Este foi criado na Itália, mas não se sabe exatamente sua origem. Existem várias versões. De acordo com uma delas, um padeiro de Milão chamado Tone, em aproximadamente 900 d.C., fez um pão e misturou nele alguns ingredientes como frutas secas e nozes. Esse pão fez muito sucesso e ficou conhecido como pane di Tone. Uma segunda versão diz que, entre 1300 e 1400, um italiano, também de Milão, chamado Ughetto, estava apaixonado por uma moça que se chamava Adalgisa e, para poder ficar junto dela, empregou-se na padaria de seu pai. Lá, criou um pão especial que conquistou tanto a filha quanto o pai. E assim o pai de Adalgisa deu a mão dela a Ughetto. E uma outra versão conta que um chef di ciusine chamado Gian Galeazzo Visconti, duque de Milão, em 1395 criou um pão diferente para uma festa, e este fez muito sucesso por causa de seu sabor. Mas, independentemente das lendas em torno da história do panetone, ele está sempre presente nas mesas de Natal de todo brasileiro. Presépio: A palavra presépio significa um lugar onde se recolhe o gado; curral, estábulo. Porém, esta também é a designação dada à representação artística do nascimento do Menino Jesus num estábulo. Os cristãos já celebravam a memória do nascimento de Jesus desde finais do séculço III, mas a tradição do presépio, na sua forma atual, tem as suas origens no século XVI. Antes dessa época, o nascimento e a adoração ao Menino Jesus eram representadas de outras maneiras. As primeiras imagens do que hoje conhecemos como presépio de natal foram criadas em mosaicos no interior de igrejas e templos no século VI e, no século seguinte, a primeira réplica da gruta no Ocidente foi construída em Roma. No ano de 1223, no lugar da tradicional celebração do natal na igreja, São Francisco, tentando reviver a ocasião do nascimento do Menino Jesus, festejou a véspera do Natal com os seus irmãos e cidadãos de Assis na floresta de Greccio. São Francisco começou então a divulgar a idéia de criar figuras em barro que representassem o ambiente do nascimento de Jesus. De lá pra cá, não há dúvidas que a tradição do presépio natalino se difundiu pelo mundo criando uma ligação com a festa do Natal. Já no século XVIII, a recriação da cena do nascimento de Jesus estava completamente inserida nas tradições de Nápoles e da Península Ibérica.
  • 13. JB News – Informativo nr. 2.278 – Gramado (RS) – domingo (Natal), 25 de dezembro de 2016 Pág. 13/36 Os Três Reis Magos: Os três Reis Magos surgem como sábios vindos do Oriente com o propósito de venerarem o Menino Jesus, o novo Rei dos Judeus que tinha nascido. O caminho até Belém onde se encontrava o Menino, é-lhes indicado por uma estrela, a Estrela de Belém e devido à grande distância percorrida pelos Reis Magos até lá, diz-se que a visita destes se fez no dia 6 de Janeiro. É no Evangelho de São Mateus que encontramos a única referência à existência dos Reis Magos. Foi no século V que Orígenes, erudito da igreja antiga e Leão Magno, sacerdote e mais tarde Papa e Santo, lhes conferem o título de Reis Magos. E só no século VII é que lhe foram atribuídos nomes: Gaspar (aquele que vai inspeccionar), Baltazar (Deus manifesta o Rei) e Belchior/Melchior/Melquior (meu Rei é luz). No século XV é associada uma raça a cada um dos Reis Magos, de modo a representar toda a raça humana que se conhecia na época. Por tradição diz-se que são três devido aos três presentes oferecidos: Ouro, Incenso e Mirra. Crê-se que não seriam propriamente Reis, mas talvez Sacerdotes, Conselheiros ou até Astrônomos. Na antiguidade, era costume oferecer-se ouro a um Rei, incenso a um Sacerdote e mirra a um Profeta. Por isso Belchior, de raça branca, ofereceu ouro reconhecendo-Lhe realeza; Gaspar, representando a raça amarela, ofereceu-Lhe incenso atribuindo-lhe divindade e, finalmente Baltazar, de raça negra, ofereceu mirra que representava a imortalidade. É na Idade Média que começa a devoção aos Reis Magos e, no século VI as suas relíquias são levadas de Istambul para Milão. Sendo já considerados Santos em 1164, foram levados para a catedral de Colônia, na Alemanha. Atualmente, os Reis Magos fazem parte das tradições de Natal, nomeadamente pelas suas figuras, que são colocadas junto ao presépio. Celebram o nascimento de Jesus, através da sua visita e da oferta de presentes, criando-se a tradição de trocar prendas nesta época festiva. Daí que, em países como a Espanha, se proceda à troca de prendas só no dia 6 de Janeiro. FELIZ NATAL AOS IRMÃOS JB!
  • 14. JB News – Informativo nr. 2.278 – Gramado (RS) – domingo (Natal), 25 de dezembro de 2016 Pág. 14/36 O Ir.·. José Ronaldo Viega Alves* escreve às quartas-feiras e domingos. Loja Saldanha Marinho, “A Fraterna” Santana do Livramento – RS ronaldoviega@hotmail.com A MAÇONARIA OPERATIVA EM SUAS ORIGENS. SE A CARTA DE BOLONHA É TÃO ANTIGA, PORQUE A MAÇONARIA NÃO TEM SEU NASCEDOURO NA ITÁLIA, PAÍS COM UMA LONGA TRADIÇÃO? (PARTE DOIS – FINAL) ***Resumo e comentários sobre o capítulo anterior: Para o estudo da Maçonaria Operativa em suas origens, existem dezenas de documentos, que ficaram conhecidos como “Old Charges”. As “Old Charges” também são conhecidas por outros nomes: Manuscritos, Antigos Deveres Antigas Constituições, ou ainda Constituições Góticas. Evidentemente, muitos documentos se perderam para sempre, por exemplo, quando o pastor Desaguliers, em 24 de junho de 1719, promoveu o que poderia se chamar de auto- de-fé, destruindo naquela ocasião todos os documentos que ele julgou estivessem impregnados de “papismo”. Isso, sem considerar que, por motivos vários, outros tantos documentos devem ter se perdido. Será que eles tivessem sobrevivido, a história da Maçonaria seria diferente? Dentro do universo das “Old Charges” que chegaram até os dias atuais, muitas iriam permitir que se obtivesse o conhecimento de uma Maçonaria que não tem muito a ver com a invenção e a fantasia de alguns, mas sobre usos e costumes, e que logo após terem comprovadas as suas autenticidades foram praticamente dissecadas pelos estudiosos e pesquisadores, propiciando assim um ganho de informações referentes aos primórdios da Maçonaria. O foco do trabalho anterior foi, com base nas datas que lhe foram estipuladas, analisar os três documentos que são considerados os mais antigos da Maçonaria, ou seja: A Carta de York (926), a Carta de Bolonha (1248) e o Manuscrito Régio (1390), ainda que, nem sempre prevaleça um consenso geral. Um exemplo: a Carta de Bolonha, que é de 1248, até um tempo atrás não era sequer citada, portanto, nem faz parte das relações mais clássicas (Old Charges) dos manuscritos antigos referentes à Maçonaria que vemos nos livros. De qualquer forma, é aceitável que haja os prós e os contras com relação a muitos desses documentos, mas, o que desperta a atenção no caso da Carta de Bolonha, é porque dela ter sido ignorada e coisa que soa como deliberada. Com relação a este último documento ainda cabe acrescentar mais informações, ou sobre discussões que ainda estão acontecendo em torno do mesmo. Também, há que se considerar que é possível aventar a hipótese, com base nos dados existentes, e sendo um documento com origem na Itália, de remontar todo um passado nessa mesma Itália que guarda uma relação direta com 4 – A Maçonaria Operativa em suas origens.... (parte II Final) José Ronaldo Viega Alves
  • 15. JB News – Informativo nr. 2.278 – Gramado (RS) – domingo (Natal), 25 de dezembro de 2016 Pág. 15/36 as raízes da Maçonaria em solo europeu, ou dos seus primeiros movimentos, digamos assim, como ficou registrado com a presença indelével dos “Collegia Fabrorum”, “Mestres Comacinos” e os beneditinos. Vejamos então as complementações sobre a Carta de Bolonha, as vertentes italianas da Maçonaria, reforçando que este último assunto acabou se insinuando bastante unicamente em função do que a Carta de Bolonha poderia suscitar, no entanto, sempre deveremos ter em mente que a história verdadeira se faz fundamentalmente com evidências, com provas cabais, e o resto é especulação. AINDA SOBRE A CARTA DE BOLONHA Sobre a Carta de Bolonha, depois de ter visto, que ela é praticamente uma ausência no contexto esse que engloba os documentos mais antigos, os quais permitiram aos pesquisadores descobrir muito do funcionamento das antigas corporações, além de que, a bibliografia também é muito escassa, e neste particular temos de recorrer aos artigos, muito poucos também, que circulam no âmbito da Internet, coisa que eu reluto um pouco, não que não se possa encontrar bom material, mas, de uns tempos para cá, ficou fácil para uns, quando querem detratar alguém, dizer que um trabalho por mais “suado” que seja, pelas horas consumidas, pelas dezenas e dezenas de páginas nas consultas em livros, revistas e artigos na Internet, acabem indo parar na vala comum e classificados como “tudo é cópia da Internet”. Voltando à Carta de Bolonha, conforme o exposto anteriormente, ficamos sabendo que a carta foi redigida em latim, por um escrivão público de Bolonha, no dia 8 de agosto de 1248. O autor do artigo de onde foi extraída essa informação, Irmão Luc Boneville, em tradução do Irmão José Antonio de Souza Filardo, comenta que tão importante documento vem sendo ignorado pelos estudiosos e atende a um empenho generalizado de tornar evidente e exclusiva as origens inglesas da Maçonaria, e tão somente. Dos anos 80 pra cá, o documento vem sendo reproduzido e estudado, assim como tem sido objeto de ensaios, sendo que o autor do artigo faz questão de reforçar que a Carta de Bolonha é, para todos os efeitos, o documento original, maçônico, mais antigo do período da Maçonaria Operativa já foi encontrado até o presente momento. Uma das revelações mais interessantes, pode ser a do parágrafo que transcrevo na sequência: “A ‘Carta de Bolonha’ confirma texto das Constituições de Anderson, 1723, quando diz tê-las redigido após consultar antigos estatutos e regulamentos da Maçonaria Operativa da Itália, Escócia e muitas partes da Inglaterra. Revisando o texto do ‘Statuta et ordinamenta societatis magistrorum tapia et lignamiis’, não resta a menor dúvida de que este foi um dos estatutos e regulamentos consultados por Anderson. Os estatutos de 1248 forma seguidos pelos de 1254/1256, publicados em 1262, 1335 e 1336. Este último vigente e inalterado até que em 1797 a Societa dei maestri muratori’ foi dissolvida por Napoleão Bonaparte.”
  • 16. JB News – Informativo nr. 2.278 – Gramado (RS) – domingo (Natal), 25 de dezembro de 2016 Pág. 16/36 Consta também no artigo citado: “No mesmo arquivo do Estado da Bolonha, conserva-se uma ‘lista de matrícula’ datada em 1272 e ligada à ‘Carta de Bolonha’, que contém 371 nomes de Mestres Maçons (Maestri Muratori); dos quais 2 são escrivães públicos, outros dois são freis e 6 são nobres.” A OPINIÃO DE FERRER BENIMELI SOBRE A CARTA DE BOLONHA Ainda no artigo citado há pouco, consta um comentário do conhecido historiador espanhol e estudioso da Maçonaria, Padre Ferrer Benimeli, que diz assim: “Tanto pelo aspecto jurídico, quanto pelo simbólico e representativo, o Estatuto de Bolonha de 1248 com seus documentos anexos nos coloca em contato com uma experiência construtiva que não foi conhecida e que interessa à moderna historiografia internacional, sobretudo da Maçonaria, porque situa-se, pela sua cronologia e importância, até agora não conhecida, à altura do manuscrito britânico ‘Poema Regius’, do qual é muito anterior e que até hoje tem sido considerado a obra mais antiga e importante.“ O Irmão Kennyo Ismail, em seu livro “Debatendo Tabus Maçônicos” diz o seguinte: “A Carta de Bolonha é anterior em 142 anos ao ‘Poema Regius’ (1390), 182 anos ao ‘Manuscrito de Cooke (1430), 219 anos ao ‘Manuscrito de Estrasburgo’ reconhecido no Congresso de Ratisbona em 1459 e autorizado pelo Imperador Maximiliano em 1488, e 59 anos ao ‘Preambolo Veneziano dei Taiapiera’ (1307). Todos esse s documentos maçônicos antigos não somente comprovam a existência da Maçonaria Operativa e sua evolução histórica, mas principalmente sua evolução social, incluindo a atenção especial de reis e o interesse crescente de intelectuais e nobres.” O Irmão Kennyo Ismail diz também que no conteúdo da Carta de Bolonha fica claro que a Maçonaria Operativa Italiana já era tradicional e antiga, com uma sólida estrutura e hierarquia em data que era anterior ao registro da Carta. (Ismail, pág. 160, 2016) Vejamos o que é que podemos remontar dessa história referente à Maçonaria na Itália... A ITÁLIA É O NASCEDOURO DA MAÇONARIA? SE NÃO É, AS SEMENTES DA MAÇONARIA EM SOLO ITALIANO SÃO MUITAS: “COLLEGIA FABRORUM”, “MAGISTRI COMACINI”, BENEDITINOS... ANTES, ALGUNS COMENTÁRIOS: Há bem poucas semanas atrás, numa série de artigos que intitulei “Operativos & Especulativos, foram tratadas as origens da Maçonaria Operativa e Maçonaria Especulativa, com o propósito maior de entender a passagem de uma para outra e os porquês de uma mudança tão radical. Na primeira parte, tratando sobre as origens da Maçonaria propriamente, assunto que comporta opiniões, vertentes e teorias diversas, fiz
  • 17. JB News – Informativo nr. 2.278 – Gramado (RS) – domingo (Natal), 25 de dezembro de 2016 Pág. 17/36 questão de deixar claro com base na opinião do Irmão Frederico Guilherme da Costa, e que foi citado no livro “MAÇONARIA Filosofia e Doutrina” do Irmão Raimundo Rodrigues, que dentre as tantas supostas origens que são atribuídas à Maçonaria, uma das mais recorrentes se refere aos “Collegia Fabrorum”. Nessa ocasião, o intuito foi mostrar que o autor, Irmão Frederico Guilherme da Costa, não compartilhava da opinião sobre a ideia dos Collegia Fabrorum estarem identificados com a Ordem Maçônica, mas, ainda no mesmo texto, é possível constatar também que vários autores entendem que os “Collegia Fabrorum” são essa base sobre a qual repousa a Maçonaria. E qual o motivo de voltarmos a este assunto? Ao falarmos a respeito da “Carta de Bolonha”, documento fundamental para a história da Maçonaria, e que permite especularmos sobre as origens da Maçonaria, ao menos, nas suas vertentes em solo italiano, porque não falarmos de outras associações que já tinham feito história no mesmo território, deixando bem delineada a ideia de uma tradição e que se não responde pelas origens diretas da Maçonaria, responde por um dos momentos mais importantes da história da Maçonaria. O QUE ERAM OS “COLLEGIA FABRORUM”? Plutarco descreve os Colégios romanos como tendo sido fundados por Numa Pompílio, que foi o segundo rei de Roma, lá no século VII a.C. Cita o fato de que cada um dos Colégios estava incorporado a uma Legião, com a missão de construir fortificações quando os tempos eram de guerra e para construir templos e casas em tempos de paz. Foram abolidos pelo Senado em 80 a.C, restaurados após vinte anos passados e definitivamente abolidos no ando 378 d.C. (Girardi, pág. 102, 2008) O Irmão Theobaldo Varoli Filho em seu “Curso de Maçonaria Simbólica (Aprendiz)” traz informações e questionamentos bastante interessantes. Vejamos o que ele diz: “O período lendário dos sete reis de Roma, duvidosamente assinalado entre 754 a 510 a.C., viria a ser o nascedouro da Maçonaria? Parece-nos que não, ainda que esse período, por força da mentalidade etrusca dominante, mas não geral, se caracterizasse por uma grande intensificação da arte de construir, apesar de sua história entremeada de traições, crimes, e tragédias vergonhosas. Rômulo, primeiro rei da lenda, teria, com seu irmão Remo, a quem matou, fundado e edificado Roma. A ele sucedeu Numa Pompílio (714 a 671 a.C. ?) rei que os maçons consideram figura relevante, não só por haver criado os ‘collegia fabrorum’, entre os quais viriam a tornar-se importantes os ‘collegia constructorum’. É certo que nestes colégios poderia estar a semente das futuras lojas maçônicas operativas, mas não a origem da Sublime Instituição. Contudo, a tese do maçom Emmanuel Rebold, autor da História Geral da Francomaçonaria (Paris, 1851), era a de que os francomaçons derivavam dos ‘collegia constructorum’. (Grifo meu!)
  • 18. JB News – Informativo nr. 2.278 – Gramado (RS) – domingo (Natal), 25 de dezembro de 2016 Pág. 18/36 QUEM ERAM OS “MAGISTRI COMACINI”? Prosseguindo com o texto do Irmão Theobaldo Varoli Filho, podemos obter mais informações sobre uma Maçonaria Operativa italiana, agora com respeito a outros personagens, onde ele diz: “Os colégios de construtores se espalharam pelos grandes centros romanos e até em regiões conquistadas. Muitos deles acabaram desaparecendo, e outros ficaram, dando início a transição histórico- evolutiva para um grande passo em direção à Maçonaria medieval. (Grifo meu!) Pois, mais tarde, despontaria em Como, na Lombardia, o fulgurante núcleo constituído pelos MESTRES COMACINOS “(magistri comacini”). Esses arquitetos, escultores (“sculptores”), entalhadores, pintores e decoradores se incorporariam, já na Idade Média, sob a forma romana de mestrados edis situados a o redor da diocese de Como. Viriam a ser disciplinados e reconhecidos pelos reis longobardos.Os éditos de Rotari (634 da era cristã) e de Liutprando (ano de 713) lhes estabeleceram regulamentação profissional, bem como direitos e privilégios. Os Mestres de Como ou Comacino progrediram e se espalharam, por seus discípulos, pelo mundo adiantado da época e contribuíram para enaltecer a arte da edificação, sobre todos os demais ofícios. Eram afamados e requisitados, e às suas escolas ocorriam interessados vindos de vários países. (...) Foram mestres dos renomados ‘campionesi’. Disseminaram pelo mundo a arte românica (que, anteriormente à gótica, foi a preponderante na arquitetura medieval), a própria arte lombarda e até a arte beneditina, pois ensinaram a muitos arquitetos e pedreiros monásticos da Ordem de S. Bento.” (Grifo meu!) QUEM FORAM OS BENEDITINOS? São Bento de Núrsia foi quem fundou essa ordem religiosa católica e monástica no ano 529, compondo a “Regula Benedicti” para a abadia de Monte Cassino, Itália. Mais tarde os monges passaram a ser conhecidos como beneditinos. O princípio fundamental da regra criada por Bento, era “Ora et labora”, o que quer dizer “Reza e trabalha”. Ao estudarmos o período medieval, sobre as construções de catedrais, a arte gótica e as ordens monásticas, poderemos estabelecer ligações ou imaginar um embrião para a Maçonaria, encaixando-a de vez no contexto, pois, foi nessa época que ela passou a ter evidência, assim como os seus regulamentos e as práticas fraternais. Ainda recorrendo ao Irmão Theobaldo Varoli Filho, já que, sobre a Ordem dos Beneditinos na sua relação direta com a Maçonaria, ele dispôs o seguinte: “Queiram ou não queiram certos maçons, os beneditinos seguidos dos cistercenses (*), tem de ser considerados ancestrais da Maçonaria atual. Eram realmente ‘maçons’, ‘veneráveis mestres’ (os dirigentes, tais como estes seriam
  • 19. JB News – Informativo nr. 2.278 – Gramado (RS) – domingo (Natal), 25 de dezembro de 2016 Pág. 19/36 conhecidos na Maçonaria), hábeis projetistas e geômetras e bons oficiais da arte de construir. Não é desconhecido o fato de os monásticos, na Idade Média, haverem monopolizado as principais profissões organizadas, principalmente a arquitetura destinada à construção de conventos e igrejas. É certo também que contratavam profissionais leigos ou os admitiam como irmãos (‘fratri, fratres’), como é certo que os pedreiros-livres e canteiros viriam apartar-se deles, decididos que estavam de explorar sozinhos a arte gótica. De qualquer maneira, o domínio monástico na construção perdurou por longo tempo. Por conseguinte, não é possível separar a Maçonaria dos beneditinos e de seus pósteros, os monges de Cister ou cistercenses. Ainda é preciso reconhecer que os monásticos introduziram os ensinamentos científicos e religiosos nas respectivas escolas e oficinas de arquitetura.” Como acabamos de ver, existiu uma longa tradição, pode-se dizer assim, de construtores na Itália. Isso tudo, seja diretamente ou indiretamente, imprime mais veracidade ao documento em questão em vista de que ele é fruto realmente de algo que já estava em andamento há muito tempo. CONCLUSÃO O trabalho procurou mostrar as informações pertinentes aos três documentos que são tidos como os mais antigos da Maçonaria, ainda que, um ou outro não desfrutem do consenso de todos os historiadores ou estudiosos. A partir do momento que foi inserida, e passou a ser considerada relevante, conforme os estudos mais recentes, a Carta de Bolonha, no contexto da Maçonaria Operativa, sendo que não figurava nas relações das Old Charges comumente, mesmo que ela tenha servido também ao Rev. James Anderson para a feitura das Constituições, que sabemos, tem sua base calcada nas OLD CHARGES, o presente estudo que estava restrito à antiguidade ou suposta antiguidade dos três documentos alvos no título do presente trabalho, teve de dar uma guinada, pois, ficaria impossível não levar em conta a importância que a Carta de Bolonha assume principalmente na história oficial da Maçonaria. Como consequência, não haveria como não especular, até pelo simples fato de que, como já sabemos, a Itália possuía um histórico bastante comprometido com as origens da Maçonaria. O assunto requer mais estudos, claro, e há que sempre se levar em conta de que nem tudo o que lemos pode estar em consonância com a verdade, mesmo autores de renome cometem erros, e é bem possível que em Maçonaria existam mais lendas do que história propriamente dita. Não se conseguem respostas para todas as dúvidas que surgem em nossas mentes sobre os primórdios da Maçonaria, mas, é importante que conheçamos quem está pensando sobre o assunto, o que tem surgido no campo das teorias, e o que está mais próximo da verdade, o que é um direito ou um dever do Maçom?
  • 20. JB News – Informativo nr. 2.278 – Gramado (RS) – domingo (Natal), 25 de dezembro de 2016 Pág. 20/36 Buscamos encontrar uma resposta, com base no que foi apresentado até aqui, sobre qual o documento verdadeiramente mais antigo e, todos são passíveis de serem julgados com seus prós e seus contras. É mesmo o Manuscrito Régio? Ou devemos aceitar a ideia que nos levou forçosamente de volta ao passado da Itália, fazendo com que buscássemos também nas corporações que lá tinham existido um elo que fosse realmente forte. No entanto, sempre iremos esbarrar em licenciosidades, em vertentes várias, em bibliografia que são traduções, em fontes que nunca vimos, e que, não teríamos como saber definitivamente se todos os envolvidos agiram com a prudência que se requer. Não, a Maçonaria não nasceu na Itália pelo fato de que não existem as tais provas concludentes, e ficamos então com algumas pistas, as que foram expostas durante o desenvolvimento do trabalho. E se o documento mais antigo é a Carta de Bolonha, mas, se como dissemos acima, a Maçonaria não nasceu na Itália, o documento prova que a Maçonaria é mais antiga do que se pensava, mas, não vai mudar o que outros já sacramentaram, salvo o surgimento de outro documento, e mais outro, afinal, quem não quer ser o dono dessa história? (*) Cistercenses: Também uma ordem monástica católica, que passou a existir a partir da fundação da abadia de Cister, em 1098, na Borgonha, França. Consultas Bibliográficas: Internet: “A Carta de Bolonha, de 1248 E.·.V.·., o Mais Antigo Documento Maçônico Conhecido do Mundo” – Artigo de autoria do Irmão Luc Boneville, em tradução do Irmão José Antonio de Souza Filardo. Disponível em: https://bibliot3ca.wordpress.com “Ordem de São Bento” e “Ordem Cistercense”– disponíveis em:HTTPS://ptwikipedia.org Livros: GIRARDI, João Ivo. “Do Meio-Dia à Meia-Noite Vade-Mécum Maçônico” – Nova Letra Gráfica e Editora Ltda. 2ª Edição – 2008 ISMAIL, Kennyo. “Debatendo Tabus Maçônicos” – Editora Maçônica “A Trolha” Ltda. 2016 RODRIGUES, Raimundo. “MAÇONARIA Filosofia e Doutrina” – Edições GLESP – 2000 VAROLI FILHO, Theobaldo. “Curso de Maçonaria Simbólica” 1º Tomo (Aprendiz) Editora A Gazeta Maçônica – 2ª Edição - 1977
  • 21. JB News – Informativo nr. 2.278 – Gramado (RS) – domingo (Natal), 25 de dezembro de 2016 Pág. 21/36 O Ir Hercule Spoladore – Loja de Pesquisas Maçônicas “Brasil”- Londrina – PR – escreve aos domingos hercule_spolad@sercomtel.com.br CAGLIOSTRO, OU JOSÉ BÁLSAMO MAÇONARIA MÁGICA José Bálsamo (Giuseppe Giovani Battista Vicenzo Pietro Antônio Balsamo) teria nascido em Palermo em 02/071743 e falecido em 26/08/1795. Foi casado com Lorenza Feliciani, conhecida por Serafina. O Dr. Lalande sob o nome fictício do escritor Marc Haven, seu mais eminente biógrafo provou que nunca alguém apresentou uma demonstração concreta da identidade de Cagliostro com José Bálsamo. Ainda persiste a dúvida sobre quem foi realmente este personagem. Mago? Alquimista? Embusteiro, charlatão ou Benfeitor da humanidade, um aventureiro? Hipnotizador? Evidentemente teria sido um paranormal, pois praticava curas. Alegava ter poderes sobrenaturais e falar diretamente com Deus. Foi maçom a seu modo, mas foi. Foi mais uma das figuras controversas do século XVIII, ao lado de outras. Tantas situações lhe são atribuídas que se torna difícil saber o que é verdade e o que não é. Cagliostro foi iniciado na Ordem em Londres em 1777. Frequentou lojas de todos os ritos dos Países Baixos, além da Alemanha, Polônia e Rússia, onde sempre empregava a magia, sendo por isso alvo de muito interesse de todos. Ele dizia que esteve na Grécia, Pérsia, Egito, Rhodes Índia e na Etiópia. Em Mitau em 1779 ele teria pela primeira vez oficialmente se utilizado de ritos mágicos. Em Bordéus-França em 1783 onde residiu por cerca de um ano, onde ficou conhecido como curandeiro. Possivelmente tinha a capacidade mental de curar. Em 20/10/1784 foi para Lyon já conhecido como grande mestre da maçonaria. Os problemas da teurgia (magia negra) eram do conhecimento de um grupo de maçons que enveredaram para este caminho, pois a Maçonaria Tradicional seguia outra tendência ainda sem se solidificar neste confuso século 5 – Gagliostro, ou José Bálsamo – Maçonaria Mágica Hercule Spoladore
  • 22. JB News – Informativo nr. 2.278 – Gramado (RS) – domingo (Natal), 25 de dezembro de 2016 Pág. 22/36 XVIII. Entre os aficionados da Magia estavam Martinez de Pasqualy, Mesmer, Saint Germain, Swendeborg e outros. O século XVIII conhecido como o século das luzes, foi um século maravilhoso, pois o Homem começou a pensar e se libertar dos grilhões que até então a Igreja Católica impunha. Para a história do mundo foi um século importante por causa das experiências realizadas em todos os setores da sociedade e especialmente na França esta liberdade foi levada à extremos. Verdadeiro cadinho de ensaios e experiências em todos os setores. As coisas más, desconhecidas, mas agora conhecidas, pois foram esclarecidas com os recursos da época, foram eliminadas e prevaleceu o bom senso da liberdade de pensamento. Cagliostro fundou uma loja em Lyon com nome de “Sabedoria Triunfante” onde se praticava a magia e assim as curas, revelações, aparições, materializações e precognições começaram a aparecer. Não se pode chamar isso de Maçonaria, mas naquele século tudo foi possível. A própria Maçonaria ainda não tinha uma linha própria filosófica e rituaçistica a seguir. Foi um período confuso, especialmente na França, onde foram criados um grande números de ritos e graus superiores. Ele teria também participado da criação do Rito de Misraim. José Balsamo, o Cagliostro se interessou na Ordem por uma vertente da Maçonaria que ele chamou de Maçonaria Egípcia, pois ele acreditava que a Maçonaria teria tido seu inicio no Egito. Fundou um templo a “Loja Mãe do Rito Egípcio” do qual se intitulou o Grande Copta. Foi escrito por ele um ritual especial para este rito. Ele mencionava a exposição única e pura da doutrina maçônica como ele assim a entendia. Seu rito era dividido em três que graus que consistiam em operações mágicas em cujas sessões utilizava como sensíveis ou sensitivos, rapazes (pupilos) e moças (pombas) considerados de perfeita e pura inocência. Este rito tinha como finalidade fazer com que o homem pudesse ter a sua entrada no Templo de Deus. A iniciação neste rito pretendia ou tinha como meta levar o homem considerado como um decaído e degenerado a reconquistar sua dignidade perdida. E a regeneração tinha que ser moral e física. O homem era considerado regenerado quando ele possuísse a alma sã num corpo sadio e assim Deus consagraria este ser a ser Eleito. Em 27/01/1785 ele fixou sua residência em Paris, que na época estava acontecendo uma Assembleia maçônica do rito dos “Filaletos” (1). Ele foi convidado pela Loja “Amigos Reunidos” onde ele teria apelado para todas as nações, e a todos os ritos que sugerindo um esclarecimento sobre os pontos mais importantes da doutrina, maçônica tais como sua origem, e a situação histórica da Ordem e também o estado atual da Maçonaria nesta época.
  • 23. JB News – Informativo nr. 2.278 – Gramado (RS) – domingo (Natal), 25 de dezembro de 2016 Pág. 23/36 Cagliostro se apresentou após ter sido convidado pela Assembleia onde procurou expor seus pontos de vista, bem como suas teorias sobre a Maçonaria Egípcia. Suas ideias foram mal recebidas, e por isso ele rompeu com os Filaletos. No dia 30/04/1785 escreveu aos filaletos: “Dizeis que buscais a verdade e eu vo-la apresentei e vós a desprezastes...Visto que não tendes fé nas promessas do Grande Deus e de seu ministro sobre a Terra eu vos abandono a vós mesmos, e em verdade eu vos digo: minha missão já não é a de instruir-vos. Desgraçados Filaletos semeais em vão e não colhereis senão joio” “A partir de então Cagliostro só se ocupou do seu rito, reservando seus ensinamentos para as lojas egípcias, desinteressando da maçonaria e não escondendo a pouca estima que lhe votava”. Quando morou em Napoli, teria sido expulso da cidade porque teria montado um casino que enganava os incautos. Cagliostro estaria implicado no famoso caso do colar da Rainha Maria Antonieta em quando dois famosos joalheiros franceses enviaram um riquíssimo colar de diamantes ao Príncipe Cardeal de Rohan, também envolvido no escândalo, o que motivou sua reclusão de Cagliostro na Bastilha e posteriormente foi expulso da França. Cagliostro por suas atividades ficou sob a mira da Inquisição acusado de heresia e bruxaria. Foi preso e condenado á morte, mas ficou preso no Castelo de São Leo (Leão de Vitebino) aonde veio a falecer em 26/08/1795. (1) Rito dos Filaletos ou Filaletes. Este rito fundado em 1773 de 12 graus contribuiu muito para com a Ordem porque deixou marcas em muitos outros ritos. Filaletes significa Amigos da Verdade ou Investigadores da Verdade. Era, portanto um embrião das futuras lojas de pesquisas. Hoje nos Estados Unidos existe uma Loja de Pesquisas com nome de “Filaletes” Ela foi fundado por Salvalette de Langes e o rito teve origem a partir da Loja “Amigos Reunidos”. O rito Filaletes tinha com fonte a Maçonaria Ocultista. Esta Loja convocou em 1785 uma Convenção em Paris com a finalidade de desfazer dúvidas e divergências, e esclarecer e os verdadeiros objetivos da Maçonaria, pois a Maçonaria estava totalmente anárquica nesta época. Cagliostro esteve presente nesta Assembleia e aí discordou de tudo, rompendo com este grupo. Hercule Spoladore - Loja de Pesquisas “Maçônicas Brasil”- LONDRINA-PR REFERÊNCIAS CARVALHO, Francisco de Assis “Ritos e Rituais” Volume 3. Editora “A Trolha” Londrina,1993 NAUDON, Paul “A Maçonaria’. Edipe – Artes Gráficas – Difusão Europeia do Livro São Paulo, 1968 Consultas: Google
  • 24. JB News – Informativo nr. 2.278 – Gramado (RS) – domingo (Natal), 25 de dezembro de 2016 Pág. 24/36 O Irmão João Anatalino Rodrigues escreve às quintas-feiras e domingos. É premiado com a Ordem do Mérito Templário da Loja Templários da Nova Era. jjnatal@gmail.com - www.joaoanatalino.recantodasletras.com.br A LENDA DE HIRAM E O MITO SOLAR A Cabala e a Lenda de Hiram Abbif Entre as seitas gnósticas, as que mais influenciaram nas tradições maçônicas foram os grupos denominados cainitas, tidos por muitos autores maçons como os verdadeiros criadores da Lenda de Hiram. Os cainitas constituíram diversas seitas místicas, preenchidas principalmente por judeus cabalistas e heterodoxos, que procuravam compatibilizar antigas tradições judaicas com ensinamentos cristãos, especialmente aqueles veiculados pelos chamados cristãos gnósticos. A denominação “cainita” vem do fato de eles considerarem-se descendentes diretos de Adão, através de Cain, de cuja geração saiu Tubalcain, mestre artesão, hábil trabalhador de martelo e fundidor de obras de bronze, segundo a Bíblia.1 Os cainitas desenvolveram uma tradição, segundo a qual Cain era filho adulterino de Eva com um anjo rebelde de nome Samael. Essa tradição, que faz parte do Sepher-ha-Zhoar, o livro base da Cabala judaica, atribui á estirpe de Cain uma família de demônios, entre os quais figuram as irmãs de Tubalcain, Noema e Lilith, famosas demônios fêmeas da tradição cabalística. O personagem que os maçons conhecem por Hiram é de difícil caracterização. Nas crônicas bíblicas ele é citado duas vezes: Em Reis- 13, ele é referido como sendo um israelita da tribo de Naftali, perito fundidor de obras de bronze; mas já nas Crônicas (Paralipômenos), ele é referido como sendo filho de uma mulher da tribo de Dan, perito, não só em fundição de metais, como também na confecção de obras de madeira, tecelagem , escultura etc. Dessa forma, Hiram aparece na Bíblia como mestre ligado á tradição dos fundidores, dos metalúrgicos, dos “sopradores”, (como eram conhecidos, na Idade Média, os trabalhadores de forja), o que o remete a Tubalcain, e por via direta á Cain, o filho amaldiçoado de Adão. Robert Ambelain se refere ainda á tradição que faz de Séfora, a esposa de Moisés, uma cainita, pois que ela era filha de Jetro de Madian, líder de um importante centro de fundição de metais, localizado no oásis que leva aquele nome. Dessa fonte cainita Moisés teria recebido os ensinamentos secretos (iniciáticos) que 1 Gênesis, 4:22.. 6 – A Lenda de Hiram e o Mito Solar João Anatalino Rodrigues
  • 25. JB News – Informativo nr. 2.278 – Gramado (RS) – domingo (Natal), 25 de dezembro de 2016 Pág. 25/36 não se encontram expostos na Torá, mas que foram repassados por tradição oral aos sacerdotes levitas e conservados pelos essênios, que por sua vez os legaram aos cainitas cristãos. E estes, em consequência, os desenvolveram no corpo doutrinário que se convencionou chamar de Cabala, cujo conteúdo está exposto no Zhoar. A esse respeito, diz o texto de Ambelain: “Hiram, por seu pai Ur, descende de Tubalcain, e por ele, em linha direta, de Cain e Samael. Este, na tradição judaica, é o Anjo Rebelde, o Tentador, o Anjo da Morte e por morte ritual a Maçonaria sacraliza o profano) (...) Dessa estranha tradição nasceu um costume, o de denominar “vale” o lugar onde se reunissem certos altos graus da Maçonaria (....) No século XVIII um grupo (de maçons) tomou o nome de “ Filhos do Vale”. Num dos altos graus maçônicos, onde os membros se reúnem num “vale”, o presidente da Loja leva o nome de “ sapientíssimo Athersatha”, (....) Esse nome, traduzido do hebraico, significa “Prodigioso fundidor do deus forte” 2 Portanto, a lenda de Hiram, que teria, segundo Ambelain, sido introduzida na Maçonaria através dos“ maçons aceitos”, entre os quais haviam inúmeros judeus, é de clara inspiração gnóstica-cabalística. Da mesma forma que ela é uma adaptação do drama osírico, as analogias que mais tarde se fizeram entre ela e Paixão de Cristo são frutos da licenciosidade interpretativa que as alegorias desse tipo permitem aos espíritos de imaginação fértil. E esse talvez tenha sido o objetivo de seus formuladores, já que, no fundo dessa lenda, o que remanesce mesmo é o culto ao sol, conexo ao mito do sacrificado. 3 É importante, entretanto, ter em mente que tais concepções só são aceitáveis do ponto de vista filosófico, do praticante do livre-pensamento, que se acredita ser o maçom. Na verdade, o gnosticismo é uma forma alternativa de se explicar o mundo. Se suas concepções são avessas as doutrinas oficiais, não há que se ver aí qualquer motivo de escândalo. As concepções extraídas pelos cainitas sobre os textos bíblicos são apenas o ponto de vista que um grupo de pensadores heterodoxos desenvolveu sobre alguns temas polêmicos que aparecem nos textos sagrados, e que,a te hoje, não encontraram consenso entre os estudiosos. Do ponto de vista meramente acadêmico merecem ser analisadas com o mesmo respeito, (e cuidado), que aquelas veiculadas pelos exegetas ortodoxos.4 2 Robert. Amberlain op citado pg. 84-85 3 O mito do sacrificado é uma tradição cultivada por todos os povos antigos que desenvolveram religiões solares. O “sacrificado”, no caso, é o próprio sol, que “morre” todos os dias e renasce no dia seguinte. E graças ao seu calor e sua luz, a vida na terra também têm os seus ciclos regenerativos. Em função dessa crença, acreditava-se que todo período de tempo deveria ser agradecido aos deuses através de um sacrifício de sangue, para que a terra prodigalizasse ao povo o benefício de grandes colheitas. Essa era a crença que estava na raiz dos chamados Mistérios Antigos. De outra forma, todos os grandes empreendimentos também tinham que ter um “sacrificado” para que essa obra fosse levada á bom termo. Na imagem, reconstituição do Templo de Salomão. Fonte: Alex Horne: O Templo de Salomão e a Tradição Maçônica. 4 É também originária dos cabalistas cainitas a exclamação Huzz, Huzz, Huzz , que no Rito Escocês costuma ser utilizada na abertura e no encerramento dos trabalhos em Loja. Essa exclamação (aportuguesada para Huzé, Huzé, Huzé) também era utilizada pelos Cavaleiros Templários, na recepção de seus grãos-mestres. A palavra é derivada do hebraico hoschea, que significa libertador.
  • 26. JB News – Informativo nr. 2.278 – Gramado (RS) – domingo (Natal), 25 de dezembro de 2016 Pág. 26/36 Em nosso livro “Conhecendo a Arte Real” discorreremos com mais profundidade sobre o conteúdo da Lenda de Hiram e a sua influência gnóstica, bem como sua origem cabalística.5 . Por ora é suficiente lembrar que a maioria das tradições dos antigos povos associa o despertar da consciência humana, a aquisição do conhecimento e os primeiros rudimentos de ciência a uma “rebelião” que afastou o homem dos deuses. Na Bíblia essa “rebelião” está, de certa forma, conectada com a família de Cain. Dela, por descendência direta, sairiam os personagens Jubal, Jabel e Tubalcain, que na tradição maçônica estão conectados com o Drama de Hiram. As associações que se podem fazer entre esses personagens e o simbolismo da Loja de Companheiros correm por conta do conhecimento e da intuição dos irmãos, mas a partir dessas informações já é possível pressentir uma explicação para a estranha trama que envolve o arquiteto do Templo do Rei Salomão. No momento oportuno voltaremos a esse assunto. A lenda cainita que liga a família de Hiram, fundidor, á Tubalcain, nome bastante conhecido dos maçons nas Lojas Simbólicas, em síntese, diz o seguinte: “ Salomão, ao receber de Deus a incumbência para construir o Templo, entrou em acordo com o rei de Tiro, que se comprometeu a lhe enviar todo o material necessário, bem como os técnicos requeridos para a construção, pois em Israel não havia profissionais capazes de realizar tal trabalho. Entre os profissionais enviados por Hiram, rei de Tiro, estava Hiram, o construtor, também perito em fundição. Na ocasião em que fundia as colunas do Templo, três israelitas invejosos, descontentes pelo fato do Templo do Senhor estar sendo construído por um estrangeiro, (embora Hiram fosse de origem israelita), sabotaram o molde que iria servir para a fundição. Hiram, descobrindo a sabotagem, denunciou-a ao rei Salomão, que, no entanto, não tomou nenhuma providência. No dia da fundição, o mar de bronze escorreu pela multidão que a assistia, matando uma grande parte dela. Hiram foi acusado de negligência e abandonou o canteiro de obras. Refugiando-se no deserto, foi tomado por uma visão. Um gigantesco homem barbado surgiu á sua frente: disse ser o espírito de todos os que trabalham e sofrem nas mãos dos poderosos. Convidou-o a segui-lo. Hiram acompanhou o misterioso personagem, que o conduziu ás entranhas da terra, até o lugar onde habitava Enoque, pai de todos os homens de ciência, que no Egito se chamava Hermes. Foi então que Hiram descobriu os segredos com os quais foi construída a cultura da humanidade. Enoque, ou Hermes, ensinou-lhe todos os segredos da arte de construir; apresentou-lhe também Maviel, o carpinteiro, que ensinou a humanidade a trabalhar a madeira, Matusael que criou a arte da escrita, Jabel que criou a arte da tecelagem, Jubal que inventou a música e os instrumentos musicais e Tubalcain, aquele que ensinou aos homens a arte de curtir peles, a tecer a lã, a arte de fundir e transformar os metais, e foi pai daqueles que trabalham a forja e controlam o fogo. E depois Enoque, ou Hermes, disse a Hiram como o mundo foi feito: 5 Publicado pela Editora Madras, 2006. Atualmente está esgotado. Estamos preparando uma segunda edição para 2017.
  • 27. JB News – Informativo nr. 2.278 – Gramado (RS) – domingo (Natal), 25 de dezembro de 2016 Pág. 27/36 “Dois deuses criaram o universo”, disse Enoque: “ Adonai, senhor da matéria e Iblis, senhor do espírito”. Adonai criou o homem a partir do barro da terra e Iblis insuflou-lhe no peito o espírito. O homem, que era belo e inteligente como um deus, despertou em Lilith, deusa irmã de Iblis, uma intensa paixão. Esta, em conseqüência, tornou-se amante do homem Adão. Os deuses haviam feito uma companheira para Adão, tirada da sua costela, chamada Eva. Por vingança, pelo fato de Adão ter se amasiado com sua irmã Lilith, Ibles seduziu Eva e gerou-lhe um filho, que foi Cain6 . Ao saber que Cain era filho ilegítimo de Eva com Iblis, Adão o expulsou. Cain separou-se de sua família celeste e deu inicio á família terrestre. Abel, o outro filho de Adão com Eva manteve-se fiel ás origens, razão pela qual o conflito instalou-se na terra. Foi assim que ocorreu a separação entre as estruturas do céu e da terra, evocadas pela tradição egípcia, e a expulsão do homem do paraíso terrestre, referida na Bíblia. Hiram foi então apresentado a Cain, que fez amargas queixas contra os deuses, especialmente Adonai. Reivindicou para si a origem da ciência e do conhecimento e disse ser essa a razão pela qual Adonai recusou seus sacrifícios, aceitando, no entanto, os de Abel. “Adonai”, diz Cain, “detesta a ciência e o conhecimento, porque eles tornam o homem insubmisso ao seu poder”. Como os homens cresceram e multiplicaram-se sobre a terra, Adonai, ciumento e temeroso que os homens escapassem do seu controle, resolveu destruí-los mandando que as águas cobrissem a terra e afogasse todos seus habitantes. Mas Noé, instruído por Maviel, o carpinteiro, frustrou os planos de Adonai construindo uma arca na qual ele salvou-se a si a sua família, dando continuidade á família terrestre. 7 O Mestre Hiram nas “Velhas Regras” Por conta dessa origem luciferina da arte metalúrgica, a Bíblia diz que Deus “proibira a utilização de ferramentas de ferro no interior do canteiro de obras do templo”. O “tabu do ferro” sempre acompanhou a cultura hebraica na forma de uma grande aversão pela metalurgia. Uma explicação histórica para essa aversão talvez esteja no fato de que, durante os anos de ocupação da Palestina pelos filisteus, os israelitas foram proibidos de praticar qualquer oficio ligado á fundição de metais. Era uma proibição que objetivava impedir que os filhos de Israel se armassem e promovessem uma revolução. Só no tempo de Davi essa proibição foi levantada e os israelitas puderam fundir e fabricar espadas. A tradição cabalista vai mais longe nessa lenda. De acordo com algumas interpretações rabínicas, constantes do Zohar, a arte da metalurgia está conectada com o lado mau e rebelde da família humana, ligada ao nome de Tubalcain. É, portanto, uma arte luciferina, de inspiração malévola. Um povo consagrado ao Senhor não poderia praticá-la.8 6 A Bíblia também se refere á essa tradição quando fala nas belas filhas dos homens, por quem os deuses se apaixonaram e geraram filhos, os audazes “nefilins”. Na imagem, o “Mar de Bronze” fundido pelo Mestre Hiram. 7 A Franco-Maçonaria, op citado pg. 81 a 86. 8 Veja-se que na mitologia grega, o deus que cumpre esse papel, é Vulcano, tido pelos gregos como o deus da forja, controlador do fogo. O arquétipo do deus Vulcano, que habita o interior da terra, está conectado com tradições luciferinas.
  • 28. JB News – Informativo nr. 2.278 – Gramado (RS) – domingo (Natal), 25 de dezembro de 2016 Pág. 28/36 Só assim é possível entender o temor das técnicas de metalurgia que acompanha a antiga cultura hebraica. Veja-se, inclusive, que todas as experiências daquele povo com essa arte estão conectadas com alguma tragédia: Aarão com seu bezerro de ouro, Moisés com a serpente de bronze, Hiram com o mar de bronze etc. Dessa forma também é possível explicar a utilização do nome de Tubalcain como senha na transposição do companheiro para o mestre.9 O Mestre Hiram nas “Velhas Regras” A Lenda de Hiram acabou sendo um denominador comum entre todas as práticas maçônicas. Hiram arquiteto é o detentor dos grandes segredos iniciáticos. Ele é o construtor do Templo de Salomão, cuja estrutura reflete o próprio universo. Sua morte representa a transição do profano para o sagrado, do técnico para o científico, do reino grosseiro da matéria para o reino sutil do espírito. Pelo fenômeno da simbiose, o companheiro rebelde, que vivia no domínio inferior da consciência, se reconcilia com o substrato superior do espírito, e adquire, agora da forma correta (e não pela violência), a sua passagem de grau. Esse foi o conteúdo da lenda desenvolvida para o catecismo maçônico das “Velhas Regras” (Old Charges). Nas Old Charges o nome de Hiram é citado como sendo filho do rei de Tiro, cujo nome também é Hiram.Tanto no Manuscrito Cooke quanto no Downland, essa informação é referida. Horne acredita que isso é resultado de uma interpretação equivocada da palavra Hiram Abi, que significa “Hiram, meu pai”. As referências a Hiram, entretanto, aparecem em várias outras Old Charges, e em algumas delas, ele é citado como sendo “príncipe maçom”.10 As referências a Hiram nas “Velhas Regras”, entretanto, são muito contraditórias. Em alguns desses antigos manuscritos, o mestre arquiteto do templo de Salomão chega a ser confundido com o rei Nenrode, construtor da Torre de Babel. Por isso é que as informações mais confiáveis sobre a identidade do Mestre Hiram ainda são aquelas veiculadas pela Bíblia e por historiadores como Flávio Josefo, por exemplo. Com exceção do fato de que nos textos sagrados ele não aparece como arquiteto, mas como fundidor de bronze, todo o conteúdo da lenda pode ser encontrado nas crônicas bíblicas: Em Reis, 13:7 lemos que Salomão “Escolheu obreiros em todo Israel, e ordenou que fossem trinta mil homens. E ele os mandava ao Líbano, dez mil a cada mês, de sorte que ficavam dois meses em suas casas e Adoniram era o encarregado do cumprimento dessa ordem. E teve Salomão setenta mil que acarretavam as cargas, e oitenta mil cabouqueiros nos montes; fora os aparelhadores de cada obra, em número de três mil e trezentos, que davam as ordens aos que trabalhavam. E o rei mandou que tirassem pedras grandes, pedras de preço para os alicerces do Templo, e que as facejassem. E lavraram-nas os 9 Pois o companheiro, na tradição da Maçonaria, é aquele que assassina o Mestre Hiram para obter o segredo do grau de mestre. 10 No Manuscrito Melrose nº 2 de 1674 e no Manuscrito Harris de 1789.
  • 29. JB News – Informativo nr. 2.278 – Gramado (RS) – domingo (Natal), 25 de dezembro de 2016 Pág. 29/36 canteiros de Salomão e os canteiros de Hirão; e os de Gíblios ,porém, aparelhavam as madeiras e as pedras para edificar a casa”.11 Os giblitas, no entanto, eram considerados estrangeiros. Como estrangeiros não poderiam compartilhar dos segredos dos mestres até que recebessem a devida elevação. Era uma elevação que não se alcançava meramente cumprindo um interstício de tempo como companheiro, ou simplesmente aprendendo o segredo dos planos de construção, que eram arte especulativa. Nisso estava envolvida principalmente uma questão religiosa, e essa questão era a proibição de que um segredo de natureza sagrada fosse revelado a pessoas que ainda não tinham obtido o devido merecimento. Era preciso encontrar uma fórmula que superasse esse impasse, permitindo que o companheiro pedreiro, estrangeiro para as tradições hebraicas, pudesse romper essa barreira para ser admitido no seleto circulo dos mestres. Não sendo assim a chamada Escola de Arquitetura de Salomão, que a imaginação de Anderson colocou nos canteiros de obras do Templo do Rei Salomão acabaria se transformando numa alegoria sem sentido. A solução foi o sacrifício ritualístico do Mestre Hiram, que como já dissemos, é a porta de entrada nos Mistérios Maçônicos. Com essa alegoria Anderson introduziu na tradição maçônica dois arquétipos de grande significado histórico, psicológico e religioso, que são o mito solar, que está na origem do mito do herói sacrificado e o sacrifício da completação. A finalidade desse sacrifício é francamente escatológica, como veremos. O mito do herói sacrificado Todo maçom que tenha sido elevado ao mestrado na Arte Real já fez a sua marcha ritual em volta do esquife do Mestre Hiram Abiff, o arquiteto do Templo do Rei Salomão, assassinado pelos três companheiros ambiciosos que queriam abreviar o prazo de seu aprendizado e obter os graus mais elevados sem o devido mérito. A alegoria da morte de Hiram é uma clara alusão ao mito do sacrificado. Ele está conectado, de um lado ao simbolismo da ressurreição e de outro lado ao mito solar. Pois nas antigas religiões solares, como vimos, o sol, princípio da vida, morria todos os dias para ressuscitar no dia seguinte, após passar uma noite em meio ás trevas. Assim como toda a teatralização dos Antigos Mistérios, fosse na Grécia ou no Egito, ou em qualquer outra civilização que praticasse esses festivais, mais do que uma simples homenagem aos deuses protetores da natureza, esses rituais simbolizavam a jornada do espírito humano em busca da Luz que lhe daria a ressurreição. É nesse sentido que a marcha dos Irmãos em volta do esquife de Hiram, sempre no sentido do Ocidente para o Oriente, nada mais é que uma imitação desse antigo ritual, que espelha a ansiedade do nosso inconsciente em encontrar o seu “herói” sacrificado (ou seja, o sol), para nele realizar a sua 11 Reis, 13-17. Os giblios, ou giblitas, eram os trabalhadores das pedreiras de Biblos, cidade fenícia que ficava cerca de 120 quilômetros ao norte de Tiro. Essa cidade é conhecida hoje como Gebal. Nos Primeiros Catecismos Maçônicos, os giblitas eram considerados como sendo os verdadeiros pedreiros, razão pela qual o Manuscrito Wilkinson, uma Old Charge utilizada por algumas Lojas inglesas do inicio do século XVIII, continha o seguinte trolhamento para o iniciando: “P. Qual é o nome do pedreiro?” “R. Giblita”. Segundo Horne, essa palavra ainda hoje é utilizada em cerimônias de iniciação em Lojas inglesas e americanas
  • 30. JB News – Informativo nr. 2.278 – Gramado (RS) – domingo (Natal), 25 de dezembro de 2016 Pág. 30/36 ressurreição. Pois o sol, em todas essas religiões, era o doador da vida. Ele fertilizava a terra e fazia renascer a semente morta. Destarte, toda a mística desses antigos rituais tinha essa finalidade: o encontro com a luz que lhe proporcionaria a capacidade de ressurreição.12 O sacrifício da completação Conectado com esse simbolismo, os antigos povos, em suas tradições iniciáticas relacionadas com grandes obras arquitetônicas, desenvolveram o chamado “sacrifício da completação”. Esse sacrifício consistia em oferecer ao deus a quem era dedicado o edifício um sacrifício de sangue, que podia ser o holocausto dos inimigos aprisionados em guerra ou pessoas escolhidas entre próprio povo. Muitas vezes essa escolha recaia sobre mulheres virgens (as vestais) ou jovens guerreiros, realizadores de grandes feitos na guerra. Acreditava-se que assim os deuses patronos dos poderes da terra se agradariam daquele povo, prodigalizando-lhes fartura de colheitas e proteção contra os inimigos.13 Esse tema remonta á antigas lendas, cultivadas pelos povos do Levante, segundo o qual nenhuma grande empreitada poderia obter bom resultado se não fosse abençoada pelos deuses. E essa benção era sempre obtida através de um sacrifício de sangue. Esse costume era praticado até pelos israelitas, como prova o texto bíblico ao informar que Salomão, ao terminar a construção do Templo “sacrificou rebanho e gado, que de tão numeroso, nem se podia contar nem numerar.”14 Dessa forma, na Maçonaria, o Drama de Hiram tem uma dupla finalidade iniciática: de uma lado presta sua referência ao culto solar, sendo Hiram, nessa mística, o próprio sol que é homenageado; de outro lado, cultua o herói sacrificado, pois é nele que se consuma a obra maçônica. E dessa forma, a principal alegoria do ensinamento maçônico assume o seu verdadeiro e real significado. 12 Na imagem, o herói sacrificado. Gravura extraída do livro de James Frazer, o Ramo de Ouro. 13 Veja-se o relato bíblico em Juízes: 11;30,31, na qual o juiz Jefté sacrifica a própria filha em razão de um voto feito á Jeová. 14 Reis I- 8:5- Na imagem 2, gravura mostrando os maçons em volta do esquife do Mestre Hiram. Fonte: “Morals and Dogma”, de Albert Pike - Kessinger Publishing Co. 1992.
  • 31. JB News – Informativo nr. 2.278 – Gramado (RS) – domingo (Natal), 25 de dezembro de 2016 Pág. 31/36 (as letras em vermelho significam que a Loja completou ou está completando aniversário) GLSC - http://www.mrglsc.org.br GOSC https://www.gosc.org.br Data Nome Oriente 01/12/2004 Lysis Brandão da Rocha Florianópolis 01/12/2009 Poço Grande do Rio Tubarão Tubarão 11/12/1993 Phoenix Jaraguá do Sul 13/12/1983 Nova Aurora Criciúma 18/12/1991 Obreiros da Paz Fraiburgo 20/12/2003 Luz Templária Curitibanos 21/12/1999 Silvio Ávila Içara 22/12/1992 Ademar Nunes Florianópolis Data Nome da Loja Oriente 02/12 Fraternidade e Justiça Blumenau 02/12 Lauro Muller São José 06/12 Fraternidade Criciumense Criciúma 07/12 Voluntas Florianópolis 09/12 Igualdade Criciumense Criciumense 11/12 Xaver Arp Joinville 13/12 Padre Roma II São José 14/12 Montes de Sião Chapecó 7 – Destaques (Resenha Final) Lojas Aniversariantes de Santa Catarina Mês de Dezembro
  • 32. JB News – Informativo nr. 2.278 – Gramado (RS) – domingo (Natal), 25 de dezembro de 2016 Pág. 32/36 GOB/SC – http://www.gob-sc.org.br/gobsc Data Nome Oriente 01.12.04 Luz de São Miguel - 3639 São Miguel do Oeste 02.12.06 Colunas de Antônio Carlos - 3824 Florianópolis 04.12.08 Seara de Luz - 3961 Chapecó 05.12.85 25 de Agosto - 2383 Chapecó 08.12.10 Estrela do Oriente - 4099 Tubarão 11.12.96 Justiça e Paz - 3009 Joinville 11.12.97 União Adonhiramita -3129 São Pedro de Alcântara 11.12.01 Paz do Hermon - 3416 Joinville 12.12.96 Fênix do Sul - 3041 Florianópolis 13.12.52 Campos Lobo - 1310 Florianópolis 13.13.11 Luz do Oriente - 4173 Morro da Fumaça 16.12.96 A Luz Vem do Oriente - 3014 Castelo Branco 16.12.03 Philantropia e Liberdade - 3557 Brusque 17.12.96 Luz do Ocidente - 3015 Chapecó 17.12.96 Perseverança - 3005 Florianópolis 20.12.77 Xv de Novembro - 1998 Caçador 28.12.96 Livre Pensar - 3153 Piçarras 28.12.96 Luz de Navegantes - 3033 (30/06/2010) Navegantes Feliz Natal ! Boas Festas! São os votos da equipe JB News Através de sua editoria, colunistas e correspondentes aos seus leitores e amigos Ho, Ho, Ho, Ho...
  • 33. JB News – Informativo nr. 2.278 – Gramado (RS) – domingo (Natal), 25 de dezembro de 2016 Pág. 33/36 Ir Marcelo Angelo de Macedo, 33∴ MI da Loja Razão e Lealdade nº 21 Or de Cuiabá/MT, GOEMT-COMAB-CMI Tel: (65) 3052-6721 divulga diariamente no JB News o Breviário Maçônico, Obra de autoria do saudoso IrRIZZARDO DA CAMINO, cuja referência bibliográfica é: Camino, Rizzardo da, 1918-2007 - Breviário Maçônico / Rizzardo da Camino, - 6. Ed. – São Paulo. Madras, 2014 - ISBN 978-85.370.0292-6) Dia 25 de dezembro: O Silêncio O Aprendiz maçom cultiva a virtude do Silêncio, porque não tem ainda a capacidade do comentário; deve apenas ouvir, meditar e tirar as próprias conclusões, até poder "digerir" o alimento que lhe é dado. Esse Silêncio significa que o conhecimento que o Mestre lhe transmite é absorvido sem qualquer dúvida ou reação, até o momento em que se torna capaz de emitir, por sua vez, conceitos superiores e que podem até conduzir ao sadio debate. No Grau 4, Mestre Secreto, da Maçonaria Filosófica, o Silêncio é a "palavra de ordem"; o gesto para expressar o Silêncio é a colocação de dois dedos sobre os lábios. Esse Silêncio significa que o conhecimento que o Mestre Secreto adquiriu é esotérico e deve permanecer "oculto". O Silêncio está estreitamente ligado ao mistério, à prudência e à segurança. São Paulo dizia que a língua é uma espada de dois gumes, que pode ferir ao ser usada. O maçom pensa duas vezes antes de emitir opinião, porque tem obrigação de emiti-la de forma correta e que jamais possa ofender a quem a ouve. Breviário Maçônico / Rizzardo da Camino, - 6. Ed. – São Paulo. Madras, 2014, p. 378.
  • 34. JB News – Informativo nr. 2.278 – Gramado (RS) – domingo (Natal), 25 de dezembro de 2016 Pág. 34/36 O Irmão e poeta Sinval Santos da Silveira * escreve aos domingos no “Fechando a Cortina” Hoje o autor presta uma justa homenagem ao Irmão Abner, da Loja Alferes Tiradentes, que foi chamado ao Oriente Eterno. Quem sabe lá não estará com sua costumeira vestimenta natalina??? Lembro-me bem daquele dia. Torrencialmente, chovia. Teu vestido de chita, cobria um lindo corpo de menina, querendo ser mulher. Cabelos molhados e escorridos, pés descalços, brincando nas corredeiras das sarjetas, sem notar meus olhos voltados para ti. A chuva, impiedosa, não dava trégua.
  • 35. JB News – Informativo nr. 2.278 – Gramado (RS) – domingo (Natal), 25 de dezembro de 2016 Pág. 35/36 Eu, quase um homem, ensaiando o pecado, te olhava com um olhar diferente. Teus olhos, nem perceberam os meus olhos... O tempo passou, e a adolescência foi embora. A vida me levou para outros lugares, longe de ti. Mas não te esqueci ! Voltei, te procurei, mas o mesmo tempo apagou as tuas pegadas. Não mais te encontrei. Restou, em minha mente, aquele olhar tão inocente ! Um vestido de chita, brincadeiras nas corredeiras, me trazem de volta a este lugar. Aquele jeito lindo da adolescente, que pena, deu lugar, tão somente, à imaginação e à uma brutal saudade ! Feliz Natal Meus Irmãos ! Veja mais poemas do autor, Clicando no seu BLOG: http://poesiasinval.blogspot.com * Sinval Santos da Silveira - MI da Loja Alferes Tiradentes nr. 20 - Florianópolis
  • 36. JB News – Informativo nr. 2.278 – Gramado (RS) – domingo (Natal), 25 de dezembro de 2016 Pág. 36/36