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Interação pais-filhos pelas lentes de uma psicóloga!
Muitas vezes, as pessoas perguntam se o fato de eu ser psicóloga e de estudar
o comportamento humano faz com que eu analise, o tempo todo, as interações que
ocorrem à minha volta, independentemente de estar no consultório ou não. Eu digo
que isso é humanamente impossível! rs Mas devo concordar que, em função da minha
formação, sou mais observadora e sensível a perceber aspectos do comportamento
humano que outras pessoas levariam mais tempo para notar e analisar (ou nem o
fariam). Isso traz muitos benefícios às interações que estabeleço, porém também
agrega certo sofrimento quando me deparo com determinadas situações. Vou te dar
um exemplo para você ver que “nem tudo são flores”! rs Ao passear por aí, ouço frases
do tipo: “Fica quieto, menino. Você não sabe de nada!”; “Mas você é burro mesmo,
hein?!”; “Vem logo senão eu vou deixar você aí!”; “Se você não se comportar, vou dar
um tapa na sua boca” e etc. Como você reagiria a esse tipo de interação? Para mim,
“dói na alma”. Sabe por quê? Porque eu sei os efeitos emocionais que essas práticas
educativas negativas podem ter.
A interação entre pais e filhos, felizmente, é um tema amplamente investigado
na Psicologia. Embora não exista um manual para criar filhos nem para aprender
a ser pai e mãe, já se sabe muita coisa sobre o que pode favorecer para que esse
relacionamento seja harmonioso e efetivo, bem como quais práticas podem estar
relacionadas ao desenvolvimento de condutas antissociais. O conjunto de práticas
educativas parentais ou atitudes parentais (dos pais) utilizadas com o objetivo de
educar, socializar e controlar o comportamento dos seus filhos é denominado, pelos
estudiosos da área, como Estilo Parental.
Os quatro estilos parentais principais são: autoritativo, autoritário, indulgente e
negligente. Pais autoritativos estabelecem regras para o comportamento de seus
filhos a partir de uma comunicação aberta e clara, baseada no respeito mútuo. Eles
monitoram a conduta, corrigem atitudes negativas e gratificam atitudes positivas.
Apresentam altas expectativas em relação ao comportamento dos filhos em termos de
responsabilidade e maturidade; no entanto, também são afetuosos, consideravelmente
flexíveis, responsivos às necessidades dos filhos e incentivadores do desenvolvimento
de diversas habilidades. Pais autoritários impõem muitos limites e esperam obediência
estrita da criança sem lhe dar explicações, impedindo, muitas vezes, que a criança
entenda os fatores que levaram à determinada ação por parte dos pais. Em nome
do respeito e da obediência, eles fazem uso frequente de punição como forma de
controle comportamental. O diálogo, a autonomia e as opiniões da criança não são
valorizados. Pais indulgentes são extremamente tolerantes e permissivos, liberando
a criança para controlar o seu próprio comportamento quando ela ainda precisa da
monitoria e pais negligentes não se envolvem na tarefa de educar os filhos, não são
afetivos nem exigentes; preocupam-se apenas com a sua própria vida.
Quando ouço frases como as que mencionei no início desse texto, fico pensando:
Que tipo de história esse pai ou essa mãe está construindo com o próprio filho? O que
essa criança está aprendendo? Afinal, os comportamentos dos pais são observados
e “copiados” pelas crianças. Que mundo teremos amanhã ao considerar a maneira
como os pais interagiram e têm interagido com os seus filhos? Enfim, uma psicóloga,
uma saída despretensiosa, uma interação e uma volta ao mundo em pensamentos!
Referência
Gomide, P. I. C. (Coord.). (2011). Inventário de Estilos Parentais – IEP: modelo teórico,
manual de aplicação, apuração e interpretação. Petrópolis: Vozes.

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