O documento descreve o desenvolvimento da história como disciplina acadêmica na Idade Moderna. A crítica erudita estabeleceu métodos para analisar documentos de forma rigorosa. Vico definiu a história como o estudo do desenvolvimento das sociedades humanas. Os iluministas ampliaram as perspectivas da história para incluir aspectos culturais e questões políticas e econômicas.
História do Direito - Idade Moderna - Professora Luiza
1. UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS
HISTÓRIA DO DIREITO – IDADE MODERNA
Professora Luiza – Goiânia, Novembro de 2007.
I - Características sócio-político-econômico-culturais
1 – Grandes navegações (expansão ultramarina)
2 – Econômico
transição do feudalismo ao capitalismo;
restauração do sistema mercantil – capital comercial;
política mercantilista;
mercado em expansão;
carência de metais preciosos para emissão de moedas - desenvolvimento do
comércio tornava indispensável o aumento de moedas em circulação;
rota mediterrânea: monopólio de italianos e, após a tomada de Constantinopla
(1452), dos turcos => necessidade de novas rotas
3 – Social
Sociedade rigidamente estamentada (ordens): nobreza – clero – povo;
Fortalecimento da burguesia mercantil (mercadores) – buscavam estabilidade
para o crescimento dos negócios -> favoreceram a centralização do governo e
o poder do rei
4 – Político => formação dos Estados Nacionais com centralização
do poder => absolutismo
5 – Cultural / Tecnológico
Renascimento: revolução no saber e nas artes, desgarrados das peias
teológicas e voltadas para a antiguidade clássica;
Antropocentrismo contrapõe-se ao Teocentrismo medieval;
Invenção da imprensa – difusão das idéias;
Desenvolvimento da arte da construção naval e da navegação;
Artes e literatura (laicas) valorizam o homem e o individualismo; orientadas
para a razão
6 – Religioso
Reforma (séc. XVI) quebra dos velhos padrões ideológicos da religião,
resultando em:
2. divisão da cristandade;
fervor religioso;
ideal missionário em Portugal e Espanha;
Contra-Reforma;
7 – Ciências
laicização do saber busca explicações racionais e experimentais método
científico com base na experimentação ==> enunciação de leis naturais
(Astronomia, Biologia e Física)
8 – Relação Filosofia / História
Séc. XVI: transformações na visão de mundo clima de descrença e dúvida
==> ceticismo;
Séc. XVII: investigação filosófica marcada por movimento, iniciado no final do
séc. XVI, de reação ao ceticismo ==> duas grandes vertentes do pensamento
moderno:
· Empirismo (Francis Bacon – “Novum Organum”)
· Ciência sustentada pela observação e experimentação, segundo métodos
precisos
· Formulação indutiva de leis
· Questiona caráter absoluto da verdade
· Conhecimento é relativo ao espaço, ao tempo, ao humano
· Racionalismo (René Descartes – “Discurso do Método”) conhecimento: através
da utilização metódica da razão humana
Filosofia preocupação com a maneira de atingir o conhecimento
Novo impulso aos estudos históricos
Homem renascentista: fez da história a história das paixões humanas
manifestações da natureza humana
II – A crítica erudita
Ciência da história primeiros passos na constituição de seu método
3. Crítica metódica dos documentos
Pressuposto: dúvida, racionalmente conduzida, pode se tornar instrumento do
conhecimento ==> dúvida metódica
na história: crítica erudita
Definição: análise rigorosa dos documentos antigos (Antiguidade; Idade
Média; Evangelhos e outros textos sagrados)
Dificuldades:
• obras dos eruditos destinadas a público restrito
• maioria dos autores de obras históricas NÃO familiarizavam com
trabalhos sobre documentação ==> separação entre preparação dos
materiais e produção historiográfica
Muitos historiadores: NÃO ao método da erudição (associavam história à
literatura pouca preocupação com a verdade)
História pouco avançou rumo concepção mais global, nos séc. XVI e XVII
Progressos da crítica erudita no séc.XVII:
• Jesuíta Van Bolland (bolandismo) corrente considerava falsos
todos documentos da Alta Idade Média, conservados nos mosteiros
• Richard Simon análise crítica de textos sagrados; obra: precursora
da “crítica interna dos documentos”
• Beneditino Dom Mabillon obra estabeleceu meios para distinguir
documentos totalmente falsos daqueles que haviam sido alterados por
tradutores e copistas
• Academias e bibliotecas outros espaços para erudição
III – VICO e a HISTÓRIA
Filósofo e historiador italiano
Precursor do desenvolvimento da História nos séc. XVIII e XIX
Principal obra: “Princípios de uma Ciência Nova sobre a Natureza Comum das
Nações” (1725)
4. Domínio das ciências naturais e da matemática ==> rejeitado pelos
contemporâneos; valorizado em fins Séc.XVIII
História definida como: história da gênese e do desenvolvimento das
sociedades humanas e suas instituições
Objeto de conhecimento humano
Possibilita compreender a estrutura da sociedade em que vivemos
Concepção clara do método histórico e das regras deste método
Conhecimento histórico
Períodos históricos semelhanças entre si com tendência a repetir-se
periodicamente ==> caráter cíclico das sociedades humanas:
• ciclos não simples repetição
espiral formas novas em cada nova fase
Não é possível à História prever o futuro
Conhecimento de uma sociedade requer:
• estudo da língua
• uso da mitologia
• utilização da tradição
• estudo comparativo de grupos, em determinados estágio de
desenvolvimento, de épocas diferentes: tendem a criar produtos
semelhantes (ex: selvagens).
IV – O Século das luzes e a História (séc. XVIII)
Iluminismo
• Otimismo e auto-confiança sobre o poder da razão
• Liberdade baseada em:
. Lei natural, não teológica
. Condições políticas e sociais para assegurá-la
Filósofos franceses (Voltaire, D’Alembert, Diderot ...)
ENCICLOPÉDIA
5. • Criticavam credulidade pré-científica da Antiguidade Clássica
(mitos) e da Idade Média (domínio da atitude religiosa).
• Objetivo libertar todos os setores da vida e do pensamento humano
da influência das Igrejas.
Vitória da burguesia como classe social
Luta contra limitações:
• poder absolutista;
• sociedade estamental;
• práticas mercantilistas.
Revoluções burguesas (final séc. XVIII e início séc. XIX)
Idéias liberais (Liberalismo)
• expressão criada Séc. XIX/2;
• marcaram o político, econômico e social europeu e o mundo sob sua
influência.
• Político:
. Novas teses sobre a origem do poder contestava o direito divino
dos reis
. Rousseau em “Do Contrato Social” (1762) pacto entre os
indivíduos: origem da organização do Estado idea
. Revolução Francesa: marco de contestação do Antigo regime.
. Monarcas absolutistasdespotismo esclarecido
• Econômico:
. Doutrina do “laissez-feire, laissez-passer” auto- regulamentação
dos mercados: contestava intervenção do Estado na economia
expressa interesses da burguesia
. nova moral condenava a corrupção
• História:
. método da erudição acrescido de sentido mais amplo
. primeiro esboço de: * apreender o “sentido” do devir histórico; * fixar
as relações entre “idéia” e “realidade”, “lei” e “fato”traçar os limites
estáveis e seguros entre esses termos
. Voltaire (1694-1778) maior representante dessa escola histórica
V – Voltaire e a ampliação das perspectivas da História
poeta, filósofo, historiador
6. em “O Século de Luís XIV” (1751) às questões políticas inclui aspectos da
História cultural, das letras e artes “história do espírito humano”
objeto da História estudo dos motivos e das paixões que guiam as ações
humanas deve ser explicativa e não apenas descritiva
uso cuidadoso da documentação
clareza e concisão dos textos
em “Ensaio sobre os costumes e o Espírito da Nações” (1756)
• primeira tentativa de História universal fundamentada no liberalismo
político e religioso
• na Introdução esboça sua filosofia da Historia: “a História não é um
gênero imutável e a maneira de a conceber liga-se ao movimento
científico em geral”
História crítica, racionalista destruiria as lendas
Historiadores devem ocupar-se de fatos relevantes para o futuro da
humanidade ==> necessidade de desenvolvimento da Ciência da demografia
e da História econômica
Contradições:
• importância a fatos pouco significativos
• destaque aos grandes homens e suas ações - Pedro da Rússia, Luís
XIV – governantes-guias
Justifica: uso da força
Desigualdade social parte da ordem natural
Conclusão
• Época Modernalançou as bases de um novo conceito de História
• Crítica erudita segurança no trabalho com a documentação _
trabalho rigoroso com os documentos
• Ampliada noção sobre documento histórico
• Historiadores séc. XVIII fundamentados nos progressos da crítica e
na “visão de mundo” iluminista: ampliaram a perspectivas da História,
passos à sua constituição como ciência.
7. em “O Século de Luís XIV” (1751) às questões políticas inclui aspectos da
História cultural, das letras e artes “história do espírito humano”
objeto da História estudo dos motivos e das paixões que guiam as ações
humanas deve ser explicativa e não apenas descritiva
uso cuidadoso da documentação
clareza e concisão dos textos
em “Ensaio sobre os costumes e o Espírito da Nações” (1756)
• primeira tentativa de História universal fundamentada no liberalismo
político e religioso
• na Introdução esboça sua filosofia da Historia: “a História não é um
gênero imutável e a maneira de a conceber liga-se ao movimento
científico em geral”
História crítica, racionalista destruiria as lendas
Historiadores devem ocupar-se de fatos relevantes para o futuro da
humanidade ==> necessidade de desenvolvimento da Ciência da demografia
e da História econômica
Contradições:
• importância a fatos pouco significativos
• destaque aos grandes homens e suas ações - Pedro da Rússia, Luís
XIV – governantes-guias
Justifica: uso da força
Desigualdade social parte da ordem natural
Conclusão
• Época Modernalançou as bases de um novo conceito de História
• Crítica erudita segurança no trabalho com a documentação _
trabalho rigoroso com os documentos
• Ampliada noção sobre documento histórico
• Historiadores séc. XVIII fundamentados nos progressos da crítica e
na “visão de mundo” iluminista: ampliaram a perspectivas da História,
passos à sua constituição como ciência.