Este documento descreve a história da Igreja de Nossa Senhora do Porto em Porto, Portugal e da área circundante. A igreja foi construída no local onde existia uma capela dedicada a Nossa Senhora do Porto. A área fazia parte da Quinta da Prelada, propriedade histórica projetada por Nicolau Nasoni no século 18. O documento também discute a etimologia do nome "Requesende", uma rua próxima.
2. História da Cidade e dos
Monumentos Portuenses
História da Cidade e dos Monumentos
Portuenses
2
Professor Doutor Artur Filipe dos Santos
3. As Capelas (atuais e extintas) da
Cidade do Porto
História da Cidade e dos Monumentos
Portuenses
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Professor Doutor Artur Filipe dos Santos
4. Igreja de Nossa Senhora do Porto
Apontamentos sobre a Casa da Prelada,
Ramalde e Requesende
História da Cidade e dos Monumentos
Portuenses
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Professor Doutor Artur Filipe dos Santos
5. História da Cidade e dos Monumentos
Portuenses 5
Situada no Largo Padre Inácio
Gomes (gaveto das Ruas de Santa
Luzia e da Senhora do Porto),
freguesia de Ramalde, é um
templo com linhas modernas,
concluído nos anos 70, com
projecto dos Arquitectos Mário
Morais Soares e Vasco Morais
Soares, sendo Pároco o Pe
António Inácio Gomes.
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8. História da Cidade e dos Monumentos
Portuenses 8
A Paróquia da Senhora do Porto
foi fundada em 12 de Junho de
1964, dia em que o Administrador
Apostólico da Diocese, D.
Florentino de Andrade e Silva,
nomeou o Padre António Inácio
Gomes responsável pastoral por
um território que, anos mais
tarde, veio a ser confirmado como
o da actual Paróquia..
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9. História da Cidade e dos Monumentos
Portuenses 9
Com efeito, em 13 de Março de
1967, o mesmo Administrador
Apostólico erigiu canonicamente a
nova Paróquia da Senhora do
Porto.
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10. História da Cidade e dos Monumentos
Portuenses 10
Na zona do Monte dos Burgos a
partir da existência de uma Capela
de Nossa Senhora do Porto.
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11. História da Cidade e dos Monumentos
Portuenses 11
Esta havia pertencido à Casa da
Prelada, foi criada a Rua de Nossa
Senhora do Porto e mandada
construir a capela sob a invocação
de Nossa Senhora das Maravilhas.
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12. História da Cidade e dos Monumentos
Portuenses 12
CASA DA PRELADA
Situada na freguesia de Ramalde,
junto ao Carvalhido, na rota dos
Caminhos de Santiago (antiga
estrada para a Galiza), a Quinta da
Prelada elege-se como um dos
espaços mais notáveis e
grandiosos do aro do Porto.
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13. História da Cidade e dos Monumentos
Portuenses 13
TOPÓNIMO PRELADA
Como refere um texto de Joel
Cleto no Jornal de Ramalde “Não
há dúvidas que Prelada resulta da
designação medieval de Petra
lada ... e que petra significa
pedra.”
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(in Jornal de Ramalde.3ª série, nº14. Porto, 22
de Março 2002, p.2)
14. História da Cidade e dos Monumentos
Portuenses 14
TOPÓNIMO PRELADA
Quanto a lada, as explicações
são já mais diversas e poderá
significar tombada, inclinada
ou “que está ao lado”.
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15. História da Cidade e dos Monumentos
Portuenses 15
TOPÓNIMO PRELADA
Independentemente do seu
verdadeiro significado, que hoje
nos escapa, a verdade é que aqui
existiu uma velha e bem visível
pedra que servia de indiscutível
referência em relação lugar.
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16. História da Cidade e dos Monumentos
Portuenses 16
TOPÓNIMO PRELADA
Que pedra tão importante seria
essa? Um grande afloramento
natural que se evidenciava na
paisagem? As ruínas de uma
construção pré-histórica do tipo
menir ou anta? Uma outra pedra
qualquer que possuía gravada
antiquíssimas inscrições ?
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17. História da Cidade e dos Monumentos
Portuenses 17
CASA DA PRELADA
Quanto à Casa da Prelada, de
facto, trata-se de uma das
maiores obras de arquitetura
paisagística concebida pelo
arquiteto e pintor italiano Nicolau
Nasoni, concretizada,
provavelmente, entre 1743 e
1748.
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18. História da Cidade e dos Monumentos
Portuenses 18
CASA DA PRELADA
Na Prelada, Nasoni criou um
percurso desde os obeliscos,
inicialmente situados no
Carvalhido (a primeira entrada da
Quinta), até à mata da
propriedade (antigo Parque de
Campismo), que perfazia cerca de
1,5 km.
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19. História da Cidade e dos Monumentos
Portuenses 19
CASA DA PRELADA
Devido às alterações urbanas
que a zona do Carvalhido
sofreu, os obeliscos acabariam
por ser transferidos para o
Jardim do Passeio Alegre, na
Foz do Douro, em 1937.
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20. História da Cidade e dos Monumentos
Portuenses 20
CASA DA PRELADA
Até à abertura da Via de Cintura
Interna (VCI), a Casa Nobre estava
ligada ao recinto onde se eleva uma
torre por um eixo com cerca de 400
metros de extensão. Vulgarmente
designada por "Castelo", esta torre
é considerada um testemunho
iniciador do revivalismo em
arquitetura.
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21. História da Cidade e dos Monumentos
Portuenses 21
CASA DA PRELADA
Em breve, parte deste percurso
será refeito, até à VCI, dando
origem a um novo espaço cuja
designação será de “Jardim das
Quatro Estações”.
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22. História da Cidade e dos Monumentos
Portuenses 22
CASA DA PRELADA
Em 1758, Francisco Mateus Xavier de
Carvalho, pároco de Ramalde,
esclarece-nos, nas Memórias
Paroquiais, sobre os diversos espaços
que constituíam o conjunto paisagístico
da “(…) Quinta, que passa pella melhor
destas Provincias (…)” e refere-nos que
“(...) as Cazas estão comesadas com
riscos de Nazoni pintor italiano, que
vive na cidade do Porto (...)”.
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23. História da Cidade e dos Monumentos
Portuenses 23
CASA DA PRELADA
Nesta altura, a propriedade pertencia a
D. António de Noronha e Menezes de
Mesquita e Melo, fidalgo da Casa Real e
cavaleiro da Ordem de Cristo, e a sua
mulher D. Isabel de Noronha e
Menezes, irmã de D. Manuel de
Noronha e Menezes, arcediago do
Porto, que apadrinhou vários filhos de
Nicolau Nasoni.
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24. História da Cidade e dos Monumentos
Portuenses 24
CASA DA PRELADA
À semelhança do Palácio do Freixo, o
projeto da Casa da Prelada previa
quatro torres, tendo sido executado
apenas um quarto da obra. O desenho e
a gramática decorativa empregue nos
vãos da Casa da Prelada, onde
predominam os elementos heráldicos
dos Noronha e Menezes, é facilmente
reconhecível noutras obras de Nasoni.
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25. História da Cidade e dos Monumentos
Portuenses 25
CASA DA PRELADA
O portão nobre, posteriormente
intervencionado por Nasoni, e a
primitiva casa devem respeitar à
segunda metade do século XVII. Num
desenho do litógrafo Joaquim Vilanova,
datado de 1833, vê-se a torre e o corpo
central nasoniano, e, adossado a estes,
uma construção mais baixa, restos da
casa primitiva. Esta área foi demolida
no século XIX e substituída por um
volume que procurou rematar o
edifício.
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26. História da Cidade e dos Monumentos
Portuenses 26
CASA DA PRELADA
Em 16 de Maio de 1903, D. Francisco de
Noronha e Menezes, através do seu
testamento, lega a Quinta da Prelada à
Santa Casa da Misericórdia do Porto.
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27. História da Cidade e dos Monumentos
Portuenses 27
CASA DA PRELADA
O imóvel teve várias utilizações ao
longo do século XX: Hospital de
Convalescentes, em interligação e na
dependência do Hospital de Santo
António (1906-1960); Centro de
Recuperação de Diminuídos Físicos
(1961-1973); e, finalmente, Lar da
Terceira Idade (1974-2003)..
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28. História da Cidade e dos Monumentos
Portuenses 28
CASA DA PRELADA
Em 1938, o lago, as fontes e a escadaria
foram classificados como “Imóvel de
interesse público”. Esta classificação foi
revogada em 1977 e passou, também, a
abranger a casa, os jardins e a mata.
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29. História da Cidade e dos Monumentos
Portuenses 29
CASA DA PRELADA
Em 12 de junho de 2002, a Mesa
Administrativa da Misericórdia do Porto
deliberou criar-se na Casa da Prelada
um polo cultural destinado a acolher o
Arquivo Histórico e a Provedoria. Esta
proposta foi apresentada por Estêvão
Samagaio, então Vice-Provedor com os
pelouros do Culto e Cultura. Seguiu-se o
lançamento de um concurso, tendo sido
escolhido o projeto apresentado pelo
arquiteto António Leitão Barbosa.
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30. História da Cidade e dos Monumentos
Portuenses 30
CASA DA PRELADA
A Casa da Prelada – D. Francisco de
Noronha e Menezes reabriu ao público
no dia 12 de maio de 2013, dia de
Nossa Senhora da Misericórdia.
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31. História da Cidade e dos Monumentos
Portuenses 31
No local onde existia a dita capela foi
construída a actual igreja paroquial da
Senhora do Porto, matriz1 da Paróquia
da Senhora do Porto, criada por D.
Florentino de Andrade e Silva por
decreto de 13 de Março de 1967, que
nomeou seu primeiro (e até hoje único)
pároco o Pe. António Inácio Gomes.
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32. História da Cidade e dos Monumentos
Portuenses 32
A capela, que não possuía grande brilho
arquitectónico e era, de facto, a
sucessora de uma ermida ainda mais
pequena,
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33. História da Cidade e dos Monumentos
Portuenses 33
O espaço que ocupava no termo da Rua
de Requesende (onde “nascem” as ruas
da Senhora do Porto e de Santa Luzia)
foi destinado à edificação de um templo
dotado de espaço e de infra-estruturas
indispensáveis ao crescimento da nova
Paróquia, pertencendo o projecto da
nova igreja ao arquitecto Mário Morais
Soares.
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34. História da Cidade e dos Monumentos
Portuenses 34
Topónimo Requesende
É de difícil explicação a origem deste
topónimo que, curiosamente, existe
também nos concelhos de Monção e
Póvoa de Lanhoso e na vizinha Galiza.
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35. História da Cidade e dos Monumentos
Portuenses 35
Topónimo Requesende
Segundo alguns etimologistas
(investigadores que se dedicam à
origem das palavras) Requesende terá
uma origem “germânica” que se
poderia relacionar nesse caso, e já na
nossa opinião, com a ocupação deste
território na Alta Idade Média por parte
de comunidades decorrentes das
invasões “bárbaras”, nomeadamente
suevos e visigodos..
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36. História da Cidade e dos Monumentos
Portuenses 36
Topónimo Requesende
Voltando aos estudos etimológicos,
nomeadamente de J. Piel, a origem de
Requesende resultaria da junção de
dois nomes: “Rek” e “Send”.
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37. História da Cidade e dos Monumentos
Portuenses 37
Topónimo Requesende
Embora problemático o primeiro
poderá significar rei ou princípe. Já a
designação “send” ou “sind” é mais
frequente na toponímia do norte do
país e relaciona-se com caminho, ida ou
expedição militar.
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38. História da Cidade e dos Monumentos
Portuenses 38
Topónimo Requesende
É pois aliciante, e até um pouco
romântico, pensarmos na Rua de
Requesende como o “Caminho do Rei”
ou da “expedição do príncipe”...
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39. História da Cidade e dos Monumentos
Portuenses 39
Topónimo Requesende
Mas se a aldeia de Requesende existe
documentalmente há já quase um
milénio, o mesmo não poderemos dizer
da sua rua.
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40. História da Cidade e dos Monumentos
Portuenses 40
Topónimo Requesende
Embora servido por tortuosos e lamacentos
caminhos desde épocas bastante remotas, o lugar
só ficou devidamente acessível no último quartel do
século XIX quando, na sequência de um projecto de
1873, se abriu a “Estrada Municipal de 2ª classe da
Tilheira à rua da Bôa Vista” que não só permitiu
melhor acessibilidade à povoação mas acabou,
igualmente, por traçar e regularizar aquela que é
hoje a Rua de Requesende.
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42. História da Cidade e dos Monumentos
Portuenses 42
Topónimo Requesende
A Travessa de Requesende, onde
passa a Ribeira da Granja existiu
um moinho, cujo o moleiro era
apelidado de “O Badalhoco.
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44. História da Cidade e dos Monumentos
Portuenses 44
Igreja da Sra do Porto
A construção da primeira fase da igreja
prolongou-se por todo o ano de 1970,
mostrando-se a cripta pronta a ser
utilizada apenas em Maio de 1971,
tendo a construção do templo
terminado em Junho de 1977.
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45. História da Cidade e dos Monumentos
Portuenses 45
Igreja da Sra do Porto
Em 2 de Julho seguinte, o Prelado da
Diocese, D. António Ferreira Gomes, a
convite do Pároco e sem qualquer
cerimónia especial, ali celebrou Missa.
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46. História da Cidade e dos Monumentos
Portuenses 46
Igreja da Sra do Porto
Da capela ficou a imagem da Senhora
do Porto (que deve ser do séc. XVIII,
como refere Ilissínio Duarte), e ainda
uma tela pintada por António José da
Costa (1840-1929) figurando a Senhora
do Porto, também referida como
Senhora de Agosto, e os sinos que têm
gravada a efígie de Nossa Senhora do
Porto.
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48. História da Cidade e dos Monumentos
Portuenses 48
Igreja da Sra do Porto
A igreja actual possui ainda um sacrário
e de uma escultura de Cristo Crucificado
condizentes com o excelente volume do
espaço litúrgico, nomeadamente do
presbitério, da autoria dos portuenses
mestre Júlio Resende (pintor) e Zulmiro
de Carvalho (escultor).
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49. História da Cidade e dos Monumentos
Portuenses 49
Igreja da Sra do Porto
A dedicação da igreja a Nossa Senhora
do Porto e a sagração do altar-mor
ocorreram em 18 de Junho de 1989,
sob a presidência do então Arcebispo-
Bispo do Porto, D. Júlio Tavares
Rebimbas.
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