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Ordem de Cister  Mosteiro de S. João de Tarouca
Mosteiro de S. João de Tarouca Ordem de Cister
MOSTEIRO DE S. JOÃO DE TAROUCA O mosteiro de S. João de Tarouca ergue-se no vale do rio Varosa, na encosta da Serra de Leomil, na vila de S. João de Tarouca, concelho de Tarouca no distrito de Viseu. Está classificado Monumento Nacional, sendo a sua fundação dos meados do século XII. Este monumento conserva ainda o essencial da obra original, com características da construção cisterciense. São Bernardo com um grupo de monges, fundaram dezenas de Mosteiros por toda a Europa, incluindo Portugal, sendo o mosteiro de S. João de Tarouca um dos primeiros, se não mesmo o primeiro. Na maior parte dos casos, foram as comunidades beneditinas ou eremíticas pré-existentes que deram origem aos mosteiros da Ordem de Cister. No entanto, em Portugal o seu aparecimento demonstra uma instalação sem qualquer conflito ou reacção perante os monges negros.
Os Cistercienses simplesmente ocuparam os mosteiros inobservantes ou pouco populosos ou então numa política de Claraval, de povoamento de espaços e sua rentabilização patrimonial. A Ordem de Cister instala-se em Portugal em 1140 (ano em que D. Afonso Henriques passou carta de couto a uma comunidade observante da regra de São Bento), acompanhando a formação do território e a afirmação política da primeira dinastia - os monges de Cister apoiaram as pretensões independentistas de Afonso Henriques em Roma. O nosso primeiro rei pagará esses “favores” auxiliando a expansão da Ordem no território nacional. Todos os mosteiros cistercienses do século XII mudaram de observância, só Alcobaça foi fundado de novo.
  O ano de 1144 terá sido, talvez, a data de lançamento da primeira pedra da igreja conventual cisterciense de S. João de Tarouca. Uma inscrição de um tímpano de porta lateral diz-nos que a igreja foi fundada em 1152, logo terá começado a ser erguida nesse ano. As obras da igreja duraram até 1169, ano da sua Sagração. Podemos ver uma inscrição numa pedra junto à porta de entrada na qual consta que estiveram presentes o Arcebispo de Braga e os bispos de Lamego, Viseu e Porto.
A organização dos espaços era adaptada à funcionalidade da vida monástica cisterciense articulando a vida e as obrigações distintas de monges, noviços e conversos. O seu aspecto era austero, com pouca ornamentação figurativa e onde os elementos cumprem apenas a sua função estrutural e funcional. Do mosteiro de São João de Tarouca, actualmente, por entre várias ruínas, apenas resta a Igreja, reconstruída no século XVII, a Torre Sineira e os Dormitórios. Apesar do estado de degradação destes edifícios, à excepção da Igreja, ainda se consegue ver a grandiosidade deste monumento.  Ruínas e igreja do mosteiro de S. João de Tarouca
A Igreja, edificada em pedra, pertencente ao período românico no entanto o exterior apresenta características de diversos estilos, testemunhos das várias épocas e reformas que este monumento viveu principalmente nos séculos XVII e XVIII. A fachada principal apresenta três corpos divididos por pilastras salientes com decoração na parte superior. A porta principal sofreu grandes alterações: tem forma rectangular, ladeada por pilastras caneladas que sustentam uma cornija com um friso onde estão gravadas as armas da Ordem de Cister. Entre o nicho com a estátua de São João Baptista e a rosácea encontra-se o brasão de Portugal com um escudo oval, ladeado por dois anjos que sustentam a coroa. As janelas, barrocas, são rectangulares com frontões de pedra esculpida. Apenas o pequeno portal à esquerda, que se encontra agora tapado, conserva algumas características do românico.  A fachada é rematada por duas pilastras, coroadas por pináculos assentes em capitéis.
A planta é cruciforme de três naves com transepto saliente. A nave central é mais elevada e coberta por abóbada de berço quebrado.  Interior da Igreja Está dividida em cinco tramos, por arcos torais quebrados, que se apoiam em mísulas embebidas entre os arcos formeiros que também são quebrados.
Além do altar em talha dourada do século XVII, e de um belo retábulo de São Bento e São Bernardo, tem nas suas paredes quatro painéis de azulejo do século XVIII, com a descrição da lenda da fundação do Mosteiro de S. João de Tarouca. A Capela-Mor é rectangular coberta por uma abóbada de berço, com pinturas a fresco, que é um pouco mais baixa do que o conjunto central, o arco triunfal assenta em duas colunas laterais de decoração simples.
Em oposição ao aspecto austero e simples da arquitectura, o interior desta igreja é ricamente decorado. Além dos altares das capelas laterais, do sumptuoso órgão de 1766, podemos admirar o magnífico cadeiral de 1730 que é composto por sessenta assentos, dispostos em duas filas de dois andares. São em madeira de pau-santo muito trabalhada, os espaldares superiores são em talha dourada com pinturas a óleo sobre tela de retratos de abades e papas.  Debaixo dos assentos há umas carrancas – as Misericórdias – que serviam de apoio para os monges quando estavam de pé.
Num altar da nave do lado direito, encontra-se a célebre tábua de São Pedro do século XVI, atribuída por alguns críticos a Gaspar Vaz. O túmulo monumental de D. Pedro Afonso, filho bastardo de D. Dinis, encontra-se no braço esquerdo do transepto. Sobre o túmulo, todo esculpido em granito, estende-se a estátua do conde. Nas paredes laterais do sarcófago estão esculpidas cenas de caça ao javali.
Na sacristia, que se encontra acoplada à parede Este do transepto, podem contemplar-se os azulejos do século XVII, todos diferentes excepto nas cercaduras e o tecto com pinturas a fresco e brasão da ordem de Cister. Digno de referência é o paramenteiro, em pau-santo do século XVIII, encimado por oito painéis de pintura a óleo sobre tela, do século XVII, que representam várias fases da vida de S. Bernardo. Ainda na sacristia, destaca-se o relicário em pau-santo, talha dourada e embutidos de metal do século XVIII.
TRABALHO REALIZADO POR: Maria do Céu F. S. Guerreiro Julho 2009

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  • 3. MOSTEIRO DE S. JOÃO DE TAROUCA O mosteiro de S. João de Tarouca ergue-se no vale do rio Varosa, na encosta da Serra de Leomil, na vila de S. João de Tarouca, concelho de Tarouca no distrito de Viseu. Está classificado Monumento Nacional, sendo a sua fundação dos meados do século XII. Este monumento conserva ainda o essencial da obra original, com características da construção cisterciense. São Bernardo com um grupo de monges, fundaram dezenas de Mosteiros por toda a Europa, incluindo Portugal, sendo o mosteiro de S. João de Tarouca um dos primeiros, se não mesmo o primeiro. Na maior parte dos casos, foram as comunidades beneditinas ou eremíticas pré-existentes que deram origem aos mosteiros da Ordem de Cister. No entanto, em Portugal o seu aparecimento demonstra uma instalação sem qualquer conflito ou reacção perante os monges negros.
  • 4. Os Cistercienses simplesmente ocuparam os mosteiros inobservantes ou pouco populosos ou então numa política de Claraval, de povoamento de espaços e sua rentabilização patrimonial. A Ordem de Cister instala-se em Portugal em 1140 (ano em que D. Afonso Henriques passou carta de couto a uma comunidade observante da regra de São Bento), acompanhando a formação do território e a afirmação política da primeira dinastia - os monges de Cister apoiaram as pretensões independentistas de Afonso Henriques em Roma. O nosso primeiro rei pagará esses “favores” auxiliando a expansão da Ordem no território nacional. Todos os mosteiros cistercienses do século XII mudaram de observância, só Alcobaça foi fundado de novo.
  • 5.   O ano de 1144 terá sido, talvez, a data de lançamento da primeira pedra da igreja conventual cisterciense de S. João de Tarouca. Uma inscrição de um tímpano de porta lateral diz-nos que a igreja foi fundada em 1152, logo terá começado a ser erguida nesse ano. As obras da igreja duraram até 1169, ano da sua Sagração. Podemos ver uma inscrição numa pedra junto à porta de entrada na qual consta que estiveram presentes o Arcebispo de Braga e os bispos de Lamego, Viseu e Porto.
  • 6. A organização dos espaços era adaptada à funcionalidade da vida monástica cisterciense articulando a vida e as obrigações distintas de monges, noviços e conversos. O seu aspecto era austero, com pouca ornamentação figurativa e onde os elementos cumprem apenas a sua função estrutural e funcional. Do mosteiro de São João de Tarouca, actualmente, por entre várias ruínas, apenas resta a Igreja, reconstruída no século XVII, a Torre Sineira e os Dormitórios. Apesar do estado de degradação destes edifícios, à excepção da Igreja, ainda se consegue ver a grandiosidade deste monumento. Ruínas e igreja do mosteiro de S. João de Tarouca
  • 7. A Igreja, edificada em pedra, pertencente ao período românico no entanto o exterior apresenta características de diversos estilos, testemunhos das várias épocas e reformas que este monumento viveu principalmente nos séculos XVII e XVIII. A fachada principal apresenta três corpos divididos por pilastras salientes com decoração na parte superior. A porta principal sofreu grandes alterações: tem forma rectangular, ladeada por pilastras caneladas que sustentam uma cornija com um friso onde estão gravadas as armas da Ordem de Cister. Entre o nicho com a estátua de São João Baptista e a rosácea encontra-se o brasão de Portugal com um escudo oval, ladeado por dois anjos que sustentam a coroa. As janelas, barrocas, são rectangulares com frontões de pedra esculpida. Apenas o pequeno portal à esquerda, que se encontra agora tapado, conserva algumas características do românico. A fachada é rematada por duas pilastras, coroadas por pináculos assentes em capitéis.
  • 8. A planta é cruciforme de três naves com transepto saliente. A nave central é mais elevada e coberta por abóbada de berço quebrado. Interior da Igreja Está dividida em cinco tramos, por arcos torais quebrados, que se apoiam em mísulas embebidas entre os arcos formeiros que também são quebrados.
  • 9. Além do altar em talha dourada do século XVII, e de um belo retábulo de São Bento e São Bernardo, tem nas suas paredes quatro painéis de azulejo do século XVIII, com a descrição da lenda da fundação do Mosteiro de S. João de Tarouca. A Capela-Mor é rectangular coberta por uma abóbada de berço, com pinturas a fresco, que é um pouco mais baixa do que o conjunto central, o arco triunfal assenta em duas colunas laterais de decoração simples.
  • 10. Em oposição ao aspecto austero e simples da arquitectura, o interior desta igreja é ricamente decorado. Além dos altares das capelas laterais, do sumptuoso órgão de 1766, podemos admirar o magnífico cadeiral de 1730 que é composto por sessenta assentos, dispostos em duas filas de dois andares. São em madeira de pau-santo muito trabalhada, os espaldares superiores são em talha dourada com pinturas a óleo sobre tela de retratos de abades e papas. Debaixo dos assentos há umas carrancas – as Misericórdias – que serviam de apoio para os monges quando estavam de pé.
  • 11. Num altar da nave do lado direito, encontra-se a célebre tábua de São Pedro do século XVI, atribuída por alguns críticos a Gaspar Vaz. O túmulo monumental de D. Pedro Afonso, filho bastardo de D. Dinis, encontra-se no braço esquerdo do transepto. Sobre o túmulo, todo esculpido em granito, estende-se a estátua do conde. Nas paredes laterais do sarcófago estão esculpidas cenas de caça ao javali.
  • 12. Na sacristia, que se encontra acoplada à parede Este do transepto, podem contemplar-se os azulejos do século XVII, todos diferentes excepto nas cercaduras e o tecto com pinturas a fresco e brasão da ordem de Cister. Digno de referência é o paramenteiro, em pau-santo do século XVIII, encimado por oito painéis de pintura a óleo sobre tela, do século XVII, que representam várias fases da vida de S. Bernardo. Ainda na sacristia, destaca-se o relicário em pau-santo, talha dourada e embutidos de metal do século XVIII.
  • 13. TRABALHO REALIZADO POR: Maria do Céu F. S. Guerreiro Julho 2009