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DIDÁTICA E PRÁTICA 17
UNIMES VIRTUAL
Aula: 03
Temática: A Didática como matéria síntese
A Didática como estudo do processo de aprendizagem/ensi-
no e como o modo pelo qual o educador comunica o mundo
da experiência e da cultura na instituição escolar e obras
especializadas fundamenta-se em algumas pressuposições. Para a Lógica,
uma pressuposição é uma afirmação inicial que vai gerar uma série de
outras afirmações. A verdade, ou falsidade, das outras afirmações conse-
qüentes vão depender dessa afirmação inicial. AZANHA (1987) adverte
que em nossas explicações sobre a realidade partimos de pressuposições
absolutas e pressuposições relativas.
As pressuposições absolutas dizem a respeito a idéias
tão fundamentais aos esforços de conhecimento ou
da ação que a sua problematização teria um efeito
paralisante com relação a esses esforços. Pense-se,
como exemplo de pressuposição absoluta, na idéia da
possibilidade de aperfeiçoamento humano. A rejeição
desta idéia inviabilizaria a ação educativa. A crença
nela, a sua admissão, é algo absolutamente inevitá-
vel ao educador. Outras pressuposições – as relati-
vas – não teriam esse caráter impositivo e inevitável.
Representam apenas comprometimentos evitáveis e
por isso mesmo sempre discutíveis, sem que essa
discussão inviabilize um esforço de conhecimento ou
de ação. Ainda no campo da Educação, teríamos um
exemplo de pressuposição relativa na idéia de que a
perfectibilidade humana é limitada pelo patrimônio
genético dos indivíduos. A aceitação ou não des-
ta idéia não confere um caráter de inconseqüência
à ação educativa, apenas modifica a probabilidade
de obtenção de determinados resultados (AZANHA,
1987:70).
Portanto, a Didática fundamenta-se na pressuposição absoluta do “aper-
feiçoamento humano”, ou seja, a Didática reconhece a incompletude do
sujeito e em outras pressuposições relativas que, conseqüentemente, vão
configurar diferentes concepções de aprendizagem/ensino.
São as pressuposições relativas que vão dar feições diferentes à ação
docente. É por essa razão que alguns autores, como LIBÂNEO (1994),
adotam o ponto de vista que a Didática é uma “matéria síntese”. Nesse
DIDÁTICA E PRÁTICA18
UNIMES VIRTUAL
sentido, na Didática se funde uma série de conhecimentos provenientes
dos demais conteúdos que estudam outros aspectos da ação educativa
intencional que acontece na instituição escolar. Isso quer dizer que conhe-
cimentos construídos no estudo da Filosofia da Educação, da Psicologia
da Educação, da Sociologia da Educação, da Política Educacional, da His-
tória da Educação, e da área de conhecimento específico a ser aprendido
fundem-se na Didática produzindo um outro saber que alicerça a ação do-
cente.
Desse modo, a ação docente depende tanto da noção de Educação que o
professor construiu, quanto da noção de sujeito que o professor propõe-se
a educar, da sua “visão de homem”, da forma como o professor compreen-
de o conhecimento, a forma pela qual o sujeito aprende, por que aprende,
para que aprende, quando aprende.
Nossas percepções e concepções acerca do mundo, do
ser humano, da sociedade, da Educação, configuram nosso
modo de ser e de agir. Como educadores projetamos nossas
concepções nas decisões que tomamos e nas ações que desenvolvemos
em nossas comunidades de aprendizagem.
Nossa visão de ser humano está subjacente à nossa ação
educativa e, pela nossa responsabilidade social assumida
como educadores, temos que nos responder sobre que tipo
de sociedade queremos ajudar a construir? Que formação desejamos para
os educandos sob nossa responsabilidade?

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Didática como matéria síntese

  • 1. DIDÁTICA E PRÁTICA 17 UNIMES VIRTUAL Aula: 03 Temática: A Didática como matéria síntese A Didática como estudo do processo de aprendizagem/ensi- no e como o modo pelo qual o educador comunica o mundo da experiência e da cultura na instituição escolar e obras especializadas fundamenta-se em algumas pressuposições. Para a Lógica, uma pressuposição é uma afirmação inicial que vai gerar uma série de outras afirmações. A verdade, ou falsidade, das outras afirmações conse- qüentes vão depender dessa afirmação inicial. AZANHA (1987) adverte que em nossas explicações sobre a realidade partimos de pressuposições absolutas e pressuposições relativas. As pressuposições absolutas dizem a respeito a idéias tão fundamentais aos esforços de conhecimento ou da ação que a sua problematização teria um efeito paralisante com relação a esses esforços. Pense-se, como exemplo de pressuposição absoluta, na idéia da possibilidade de aperfeiçoamento humano. A rejeição desta idéia inviabilizaria a ação educativa. A crença nela, a sua admissão, é algo absolutamente inevitá- vel ao educador. Outras pressuposições – as relati- vas – não teriam esse caráter impositivo e inevitável. Representam apenas comprometimentos evitáveis e por isso mesmo sempre discutíveis, sem que essa discussão inviabilize um esforço de conhecimento ou de ação. Ainda no campo da Educação, teríamos um exemplo de pressuposição relativa na idéia de que a perfectibilidade humana é limitada pelo patrimônio genético dos indivíduos. A aceitação ou não des- ta idéia não confere um caráter de inconseqüência à ação educativa, apenas modifica a probabilidade de obtenção de determinados resultados (AZANHA, 1987:70). Portanto, a Didática fundamenta-se na pressuposição absoluta do “aper- feiçoamento humano”, ou seja, a Didática reconhece a incompletude do sujeito e em outras pressuposições relativas que, conseqüentemente, vão configurar diferentes concepções de aprendizagem/ensino. São as pressuposições relativas que vão dar feições diferentes à ação docente. É por essa razão que alguns autores, como LIBÂNEO (1994), adotam o ponto de vista que a Didática é uma “matéria síntese”. Nesse
  • 2. DIDÁTICA E PRÁTICA18 UNIMES VIRTUAL sentido, na Didática se funde uma série de conhecimentos provenientes dos demais conteúdos que estudam outros aspectos da ação educativa intencional que acontece na instituição escolar. Isso quer dizer que conhe- cimentos construídos no estudo da Filosofia da Educação, da Psicologia da Educação, da Sociologia da Educação, da Política Educacional, da His- tória da Educação, e da área de conhecimento específico a ser aprendido fundem-se na Didática produzindo um outro saber que alicerça a ação do- cente. Desse modo, a ação docente depende tanto da noção de Educação que o professor construiu, quanto da noção de sujeito que o professor propõe-se a educar, da sua “visão de homem”, da forma como o professor compreen- de o conhecimento, a forma pela qual o sujeito aprende, por que aprende, para que aprende, quando aprende. Nossas percepções e concepções acerca do mundo, do ser humano, da sociedade, da Educação, configuram nosso modo de ser e de agir. Como educadores projetamos nossas concepções nas decisões que tomamos e nas ações que desenvolvemos em nossas comunidades de aprendizagem. Nossa visão de ser humano está subjacente à nossa ação educativa e, pela nossa responsabilidade social assumida como educadores, temos que nos responder sobre que tipo de sociedade queremos ajudar a construir? Que formação desejamos para os educandos sob nossa responsabilidade?