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Função de
Compliance
Apresentação

  Com o objetivo de promover o constante aperfeiçoamento e a modernização do sistema
  financeiro, a ABBI - Associação Brasileira de Bancos Internacionais, por meio do Comitê
  de Compliance, e a FEBRABAN - Federação Brasileira de Bancos, pela Comissão de
  Compliance, têm desenvolvido temas e estudos técnicos que estão diretamente ligados à
  função e às boas práticas de compliance.

  O tema “Função de Compliance” já foi objeto de “Documento Consultivo” da ABBI, editado
  em 2004 e surgiu da necessidade demonstrada pelos próprios bancos nacionais e
  internacionais de conhecer com mais detalhes os métodos como os bancos estão atuando
  nessa atividade.

  Esta cartilha reúne o resultado das experiências de diversas instituições financeiras
  nacionais e internacionais, com a intenção de ofertar ao mercado financeiro um trabalho,
  uma fonte com material qualificado para pesquisa e consulta.

  O enfoque da cartilha “Função de Compliance” é abordar exatamente as boas práticas da
  integração da função de Compliance com as boas práticas de Governança Corporativa
  e de Gestão de Riscos, que os bancos têm buscado implementar em suas rotinas e que
  possibilitem a realização de todo gerenciamento e monitoramento necessários.

  Para tanto e com o objetivo de fomentar maior integração entre as áreas de Compliance
  dos bancos nacionais e internacionais associadas à ABBI e à FEBRABAN, foram
  convidados representantes do Comitê de Compliance da ABBI e da Comissão de
  Compliance da FEBRABAN para participar dos debates sobre o tema.

  Esta cartilha foi feita em parceria com as empresas de consultoria KPMG e
  PricewaterhouseCoopers, que disponibilizaram recursos materiais e humanos necessários
  para a elaboração, a revisão do conteúdo dos capítulos e sua finalização.

  Destacamos que este trabalho sobre a função de Compliance só foi possível graças ao
  empenho e à colaboração dos profissionais que participaram de sua elaboração, tanto
  dos bancos quanto da ABBI, da FEBRABAN e das empresas de consultoria KPMG e
  PricewaterhouseCoopers.

  Um agradecimento especial aos bancos que permitiram a dedicação de seus profissionais
  ao escrever os capítulos e compartilhar suas experiências.


  Comitê de Compliance - ABBI


  Comissão de Compliance - FEBRABAN
2
Função de Compliance




                       Agradecimentos

                       Colaboradora da KPMG
                       Eloísa Branquinho

                       Colaborador da PricewaterhouseCoopers
                       Gustavo Amaral de Lucena


                       Colaboradores dos Bancos
                       Banco Volkswagen - Gislene Cabral de Sousa
                       Banco Rabobank International Brasil S.A. - Janine Heineman
                       Banco de La República Oriental Del Uruguay - José Carlos Munhoz
                       Banco IBI - Vanessa Alessi Manzi
Índice




                                                                                   Função de Compliance
   1.   Introdução e contextualização                                         4

   2.   Definição e exercício da “Função de Compliance” no mercado
        financeiro brasileiro                                                  8
        2.1. Conceitos Gerais                                                  8
        2.2. Princípios                                                        9
        2.. Missão de Compliance                                             10
        2.4. Função Compliance no Brasil                                      11
        2.5. Diferença entre Auditoria Interna e Compliance                   14
        2.6. Responsabilidades da Alta Direção das Instituições Financeiras   15

   .   Integrando atividades de compliance com as atividades de Gestão
        de Risco e as práticas de Governança Corporativa                      16

   4.   Reflexão sobre os desafios para a “Função de Compliance”              21

   5.   Anexo - Histórico                                                     2

   6.   Referências bibliográficas                                            26
4

                       1. Introdução e contextualização
Função de Compliance




                       Com a abertura comercial incrementada              Com isso, as instituições financeiras foram
                       nacionalmente, na década de 90, o Brasil           compelidas a iniciar um ciclo de mudanças
                       buscou alinhar-se com o mercado mundial            cada vez mais radicais, com reestruturações
                       da alta competitividade e, simultaneamente,        estratégicas, organizacionais e tecnológicas,
                       os órgãos reguladores aumentaram sua               para construir uma imagem forte da instituição
                       preocupação em implementar novas regras de         financeira perante clientes e fornecedores.
                       segurança para as instituições financeiras e
                       regulamentar o mercado interno em aderência        Nesse contexto, destaca-se a “Função de
                       às regras internacionais.                          Compliance” de grande importância na
                                                                          proteção e no aprimoramento do valor e da
                       Internacionalmente, desde os primórdios            reputação corporativa.
                       dos anos 70, com a criação do Comitê da
                       Basiléia para Supervisão Bancária, procurou-       A “Função de Compliance”, integrada aos
                       se fortalecer o Sistema Financeiro por             demais pilares da Governança Corporativa,
                       meio da maior conceituação sistemática de          chega no momento em que essas
                       suas atividades, parametrizando-as pelas           transformações ocorrem simultaneamente,
                       boas práticas financeiras e munindo-as de          e sua implementação nas instituições
                       procedimentos prudenciais na sua atuação.          financeiras brasileiras tem importância
                       Iniciava-se o processo para a tentativa            e missão que vão além do implícito na
                       de saneamento do Sistema Financeiro                Resolução emitida pelo Conselho Monetário
                       Internacional.                                     Nacional no. 2.554/98, inseridas em
                                                                          mudanças que visam alinhar seus processos,
                       Em paralelo a esse cenário, as instituições        assegurar o cumprimento de normas e
                       financeiras brasileiras continuaram a enfrentar    procedimentos e, principalmente, preservar
                       uma acirrada disputa interna por uma fatia         sua imagem perante o mercado.
                       cada vez mais representativa do mercado.
                       Essa competitividade contribuiu para a quebra
                       de algumas instituições que, entre outros
                       fatores, não adequaram seu ambiente de
                       controles internos de acordo com o risco do
                       seu segmento.

                       Fatos relevantes no cenário mundial,
                       como o ato terrorista nos EUA em 2001 e
                       os escândalos financeiros em Wall Street
                       em 2002, despertaram a necessidade de
                       regulamentações ainda mais efetivas e
                       rapidamente aplicáveis em todos os países, a
                       fim de gerir os riscos aos quais as instituições
                       estão sujeitas.
5




                                                                                                                   Função de Compliance
Conforme estudo desenvolvido1 , que                               Conforme estudo anteriormente mencionado,
analisou países da Europa e Oriente Médio,                        são estes os exemplos de como o compliance
Ásia, Oceania e América do Norte, desde                           agrega valor:
200, a visão da organização do papel e
da estrutura de compliance se desenvolveu                         •      “Qualidade e velocidade das
significativamente, e o conceito de compliance                           interpretações regulatórias e políticas
está claramente disseminado nos países                                   e procedimentos de compliance
participantes da pesquisa. Nos países em                                 relacionados.
que os requerimentos regulatórios para
“Função de Compliance” são relativamente                          •      Aprimoramento do relacionamento com
novos, estima-se que não serão necessárias                               reguladores, incluindo bom retorno das
décadas para alcançar o mesmo padrão dos                                 revisões dos supervisores.
demais países. E como forma de assegurar
que compliance seja um pilar efetivo da                           •      Melhoria de relacionamento com os
Governança Corporativa, este estudo aponta                               acionistas.
que 84% dos responsáveis pela função, nos
países analisados se reportam diretamente ao                      •      Melhoria de relacionamento com os
Conselho de Administração ou comitê a este                               clientes.
subordinado. Os demais 16% se reportam à
                                                                  •      Decisões de negócio em compliance.
Alta Administração (presidência), garantindo,
assim, a independência da “Função de                              •      Velocidade dos novos produtos em
Compliance”.                                                             conformidade para o mercado.
Vale ainda destacar que 78% dos                                   •      Disseminação de elevados padrões
entrevistados2 nos países analisados                                     éticos/culturais de compliance pela
acreditam que o compliance agrega valor e                                organização.
22% limitaram a resposta pela dificuldade de
mensuração.                                                       •      Acompanhamento das correções e
                                                                         deficiências (não conformidades).”




1
    PricewaterhouseCoopers, Compliance em Instituições Financeiras, 10 de outubro de 2006.
2
    As entrevistas para o estudo desenvolvido pela PricewaterhouseCoopers incluíram os grupos
    de “compliance officers” responsáveis pelo gerenciamento de risco, membros da administração
    sênior com responsabilidades ligadas a compliance (incluindo os CEOs), responsáveis regionais
    por compliance. O resultado do estudo foi baseado na participação de: 7 instituições financeiras
    em 17 países;
    66% dos participantes apresentam atividades internacionais;
    6% dos participantes são bancos;
    19% dos participantes são serviços financeiros;
    18% dos participantes são seguradoras.
6
Função de Compliance




                       Além desses tópicos, propicia uma                 (a) na identidade da organização, inclusive
                       coordenação interna forte que visa a                  informações fornecidas pela empresa
                       mitigação do risco de perda da reputação.             sobre sua visão e sua estratégia, assim
                                                                             como as ações no decorrer do tempo;
                       Um dos grandes desafios para a função
                       está na inabilidade para justificar o custo       (b) as percepções da organização por
                       do compliance. Mais do que os custos por              outros, como pesquisadores de opinião e
                       não estar em compliance, consideram-se os             terceiras partes com credibilidade;
                       benefícios por estar em compliance, o que
                       pode ser analisado sob dois aspectos: evitar      (c) e o desempenho, como lucratividade e
                       os custos da não conformidade e aumentar              responsabilidade social.
                       a habilidade das instituições em satisfazer as
                       necessidades dos seus clientes.                   O risco atrelado à reputação é, portanto, a
                                                                         perda potencial na reputação, que poderia
                       Os custos de não estar em compliance são          levar a publicidade negativa, perda de
                       elevados:                                         rendimento, litígios caros, declínio na base
                                                                         de clientes, falência. Uma ampla avaliação
                       •    Dano à reputação da organização e da         desse risco é uma estimativa da atual posição
                            marca.                                       da organização por seus clientes e acionistas
                                                                         e sua capacidade de operar com sucesso no
                       •    Cassação da licença de operação.             mercado.

                       •    Sanções às instituições e aos indivíduos     Para que a “Função de Compliance” seja
                            (processo administrativo, processo           eficaz, é necessário o comprometimento da
                            criminal, multas e, dependendo do caso,      Alta Administração e que esta faça parte
                            prisão).                                     da cultura organizacional, contando com o
                                                                         comprometimento de todos os funcionários.
                       O primeiro aspecto se depara com sanções          Todos são responsáveis por compliance. Um
                       às instituições e aos indivíduos, licenças para   Programa de Compliance eficaz pode não
                       operar cassadas (no caso de instituições          ser o suficiente para tornar uma empresa à
                       financeiras) e os prejuízos provenientes da       prova de crises. Mas certamente aprimorará o
                       reputação negativa. E o segundo, a questão        sistema de controles internos e permitirá uma
                       da legitimidade e vantagem competitiva, para      gestão de riscos mais eficiente.
                       maximizar os benefícios de compliance sobre
                       os custos.

                       Segundo Argenti, para entender perda de
                       reputação, parte-se do pressuposto que esta
                       se baseia na síntese de como os clientes
                       e acionistas veem a organização. Essa
                       avaliação fundamenta-se;

                                                                         
                                                                             ARGENTI, Paul A. apud MANZI, Vanessa A. “Compliance
                                                                             no Brasil - Consolidação e Perspectivas”. São Paulo: Saint
                                                                             Paul, 2008, cit. p. 9.
7




                                                                                                 Função de Compliance
Em razão da relevância do tema e devido            •   propor bases para aprofundamento
às dificuldades para o claro entendimento              na discussão do tema e encaminhar
das diferenças entre as áreas de controle              sugestões de Diretrizes.
que atuam para a eficácia da Governança
Corporativa, bem como à necessidade de             É importante ressaltar que o foco principal
bibliografia sobre o assunto, foi constituído na   deste trabalho é clarificar quais são as
Comissão de Compliance da FEBRABAN e               principais atribuições voltadas à Gestão de
no Comitê de Compliance da ABBI um Grupo           Compliance, limitando-a como uma das áreas
de Trabalho para:                                  que compõem os pilares da Governança
                                                   Corporativa.
•    clarificar o conceito de Compliance e de
     Risco de Compliance;

•    destacar a importância de Compliance
     e contextualizar a função no mercado
     financeiro brasileiro;
8

                       2. Definição e exercício da
Função de Compliance




                       “Função de Compliance” no
                       mercado financeiro brasileiro

                       2.1. Conceitos gerais                                Na visão do órgão regulador4, o propósito da
                                                                            área de Compliance é assistir os gestores no
                                                                            gerenciamento do risco de compliance, que
                       Compliance não é um ativo fixo pelo qual é           pode ser definido como o risco de sanções
                       possível atestar rapidamente se o bem ainda          legais ou regulamentares, perdas financeiras
                       existe, se está em boas condições de uso ou          ou mesmo perdas reputacionais decorrentes
                       se está sendo utilizado de acordo com suas           da falta de cumprimento de disposições legais,
                       características. Compliance está relacionado         regulamentares, códigos de conduta etc.
                       ao investimento em pessoas, processos e
                       conscientização. Por isso é importante as            Entretanto, compliance vai além das barreiras
                       pessoas estarem conscientes da importância           legais e regulamentares, incorporando
                       de “ser e estar em compliance”. Mas o que            princípios de integridade e conduta ética.
                       significa compliance?
                                                                            Portanto, deve-se ter em mente que, mesmo
                       Vem do verbo em inglês “to comply”, que              que nenhuma lei ou regulamento seja
                       significa “cumprir, executar, satisfazer, realizar   descumprido, ações que tragam impactos
                       o que lhe foi imposto”, ou seja, compliance é        negativos para os “stakeholders” (acionistas,
                       o dever de cumprir, estar em conformidade            clientes, empregados etc.) podem gerar risco
                       e fazer cumprir regulamentos internos e              reputacional e publicidade adversa, colocando
                       externos impostos às atividades da instituição.      em risco a continuidade de qualquer entidade.

                       E o que significa “ser e estar” em compliance?       O compliance deve começar pelo “topo” da
                                                                            organização. A efetividade do compliance
                       Ser compliance                                       está diretamente relacionada à importância
                                                                            que é conferida aos padrões de honestidade
                       “Ser compliance” é conhecer as normas                e integridade e às atitudes dos executivos
                       da organização, seguir os procedimentos              sêniors, que devem “liderar pelo exemplo”.
                       recomendados, agir em conformidade e sentir
                       quanto é fundamental a ética e a idoneidade          Sabemos que, para qualquer instituição,
                       em todas as nossas atitudes.                         confiança é um diferencial de mercado. Em
                                                                            geral, as leis tentam estabelecer controles
                       Estar em compliance                                  e maior transparência, mas estar em
                                                                            conformidade apenas com as leis não garante
                       “Estar em compliance” é estar em                     um ambiente totalmente em compliance. É
                       conformidade com leis e regulamentos                 preciso que todos os colaboradores trabalhem
                       internos e externos.                                 com ética e idoneidade em todas as suas
                                                                            atividades e que a Alta Administração apoie a
                       “Ser e estar compliance” é, acima de tudo,           disseminação da cultura de compliance.
                       uma obrigação individual de cada colaborador
                       dentro da instituição.                               4
                                                                                Banco Central do Brasil, Auditoria Interna e Compliance
                                                                                 na visão do BACEN: Perspectiva e Responsabilidade.
                                                                                 8o. Congresso FEBRABAN de Auditoria Interna e
                                                                                 Compliance, 2007.
9




                                                                                                  Função de Compliance
2.2. Princípios                                     Princípio 4

                                                    A Alta Administração é responsável por
O Comitê de Basileia refere-se à “Função
                                                    estabelecer uma permanente e efetiva área
Compliance” e não a uma estrutura fixa como
                                                    de Compliance como parte da política de
uma diretoria ou departamento, por causa
                                                    compliance.
das diferenças existentes em função da
jurisdição, porte, tipo de instituição e natureza   Princípio 5
das atividades desenvolvidas. E por meio de
princípios, apresentou recomendações sobre          A área de Compliance deve ser independente.
as atividades de compliance.                        Essa independência pressupõe quatro
                                                    elementos básicos:
Princípio 1
                                                    •    status formal;
O Conselho de Administração é responsável
por acompanhar o gerenciamento do risco             •    existência de um coordenador
de compliance da instituição financeira. Deve            responsável pelos trabalhos de
aprovar a política de compliance, inclusive o            gerenciamento do risco de compliance;
documento que estabelece uma permanente
e efetiva área de Compliance. Pelo menos            •    ausência de conflitos de interesse;
uma vez ao ano, o Conselho de Administração
deve avaliar a efetividade do gerenciamento         •    acesso a informações e pessoas no
do risco de compliance.                                  exercício de suas atribuições.

Princípio 2                                         Princípio 6

A Alta Administração da instituição financeira      A área de Compliance deve ter os recursos
é responsável pelo gerenciamento do risco de        necessários ao desempenho de suas
compliance.                                         responsabilidades de forma eficaz.

Princípio 3                                         Princípio 7

A Alta Administração é responsável                  A área de Compliance deve ajudar a Alta
por estabelecer e divulgar a política de            Administração no gerenciamento efetivo do
compliance da instituição, de forma a               risco de compliance, por meio de:
assegurar que esta está sendo observada.
O Conselho de Administração deve ser                a)   atualizações e recomendações;
informado a respeito do gerenciamento do
risco de compliance.                                b)   manuais de compliance para
                                                         determinadas leis e regulamentos e sua
                                                         educação;
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Função de Compliance




                       c)   identificação e avaliação do risco
                            de compliance, inclusive para novos
                                                                       2.. Missão de Compliance
                            produtos e atividades;
                                                                       “Assegurar, em conjunto com as demais
                       d)   responsabilidades estatutárias
                                                                       áreas, a adequação, fortalecimento e o
                            (combate à lavagem de dinheiro e ao
                                                                       funcionamento do Sistema de Controles
                            financiamento ao terrorismo);
                                                                       Internos da Instituição, procurando mitigar
                                                                       os Riscos de acordo com a complexidade
                       e)   implementação do programa de
                                                                       de seus negócios, bem como disseminar
                            compliance.
                                                                       a cultura de controles para assegurar
                       Princípio 8                                     o cumprimento de leis e regulamentos
                                                                       existentes. Além de atuar na orientação e
                       O escopo e a extensão das atividades da área    conscientização à prevenção de atividades
                       de Compliance deve estar sujeita à revisão      e condutas que possam ocasionar riscos à
                       periódica por parte da auditoria interna.       imagem da instituição.”

                       Princípio 9

                       As instituições devem atender a todas
                       exigências legais e regulamentares
                       aplicáveis nas jurisdições em que
                       operam, e a organização e a estrutura
                       da área de Compliance, bem como suas
                       responsabilidades, devem estar de acordo
                       com as regras de cada localidade.

                       Princípio 10

                       O compliance deve ser encarado como uma
                       atividade central para o gerenciamento de
                       risco em um banco. Nesse contexto, algumas
                       atividades podem ser terceirizadas, mas
                       devem ficar sob a responsabilidade do “chefe”
                       do compliance.
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                                                                                                     Função de Compliance
2.4. “Função de                                  •     Procedimentos e controles internos
                                                       - assegurar-se da existência de
Compliance” no Brasil                                  procedimentos associados aos
                                                       processos.

Introduzimos, a seguir, os principais tópicos    Sugestão de prática: catalogar os
de aplicabilidade da “Função de Compliance”,     procedimentos e políticas existentes na
relacionada ao Sistema de Controles Internos,    instituição, deixá-los publicados na Intranet
difundidas no Brasil. As atividades seguintes    e com fácil acesso aos colaboradores,
são apenas sugestões de melhores práticas        discussão com os gestores e interface com
para elaboração do Programa de Compliance,       as áreas de gerenciamento de risco, para
cuja aplicação dependerá da estrutura de         garantir normatização dos processos.
cada instituição.
                                                 •     Sistema de Informações - assegurar-se
•    Leis, regulamentos e normas - certificar-         da implementação e da funcionalidade.
     se da aderência e do cumprimento.
                                                 Sugestão de prática: participação em reuniões
Sugestão de prática: criar rotina para           de projetos em Tecnologia da Informação.
estudo da regulamentação divulgada e
discussão com áreas afins. Montar uma            •     Planos de Contingência - assegurar-se
“matriz” com legislações aplicáveis, plano             da implementação e da efetividade por
de ação, responsáveis e prazo e efetuar                meio de acompanhamento de testes
acompanhamento periódico para emissão de               periódicos.
relatório para a Diretoria e/ou para o Comitê
da instituição.                                  Sugestão de prática: participar da elaboração
                                                 ou revisão do Plano de Contingência.
•    Princípios éticos e normas de conduta       Acompanhar os testes ou receber os
     - assegurar-se da existência e              relatórios dos testes.
     observância.
                                                 •     Segregação de funções - assegurar-
Sugestão de prática: distribuir Código de              se da adequada implementação da
Ética a todos os funcionários, obter Termo             segregação de funções nas atividades
de Ciência, assinado pelo funcionário, o qual          da instituição, a fim de evitar conflito de
deverá ser mantido em arquivo, e conceder              interesses.
treinamento anual.
                                                 Sugestão de prática: garantir que existe um
                                                 processo de recertificação dos sistemas e um
                                                 processo de autorização da concessão de
                                                 acessos.
12
Função de Compliance




                       •     Prevenção à Lavagem de Dinheiro               •    Cultura de controles - fomentar a cultura
                             - fomentar a cultura de Prevenção à                de controles em conjunto com os
                             Lavagem de Dinheiro, por meio de                   demais pilares do Sistema de Controles
                             treinamentos específicos.                          Internos na busca incessante da sua
                                                                                conformidade.
                       Sugestão de prática: treinamentos presenciais
                       ou via e-learning, no mínimo anuais, para           Sugestão de prática: treinamentos. Criação
                       todos os funcionários sobre o tema.                 de Comitê de Compliance ou Comitê de
                                                                           Controles Internos para aprovação das
                       •     Prevenção à Lavagem de Dinheiro               políticas e discussão dos itens importantes
                             - garantir que há um processo de              sobre controles internos.
                             “Conheça seu cliente”.
                                                                           •    Relatório do Sistema de Controles
                       Sugestão de prática: implantar formulário                Internos (Gestão de Compliance) -
                       de “Conheça seu cliente”, a ser aprovado                 Avaliação dos riscos e dos Controles
                       pela área de Compliance. Criar critérios                 Internos - elaborar ou certificar-se da
                       de categorização de clientes, com vistas a               elaboração do referido relatório com
                       identificar clientes de alto risco. Treinar áreas        base nas informações obtidas nas
                       de negócios para visitar e obter informações             diversas áreas da instituição, visando
                       sobre clientes em fontes públicas.                       apresentar a situação qualitativa do
                                                                                Sistema de Controles Internos em
                       •     Prevenção à Lavagem de Dinheiro                    atendimento à Resolução no. 2.554/98
                             - garantir que há monitoramento de                 do Conselho Monetário Nacional.
                             transações de clientes e relatório das
                             operações atípicas às autoridades             Sugestão de prática: certificar-se da
                                                                           completude do relatório, de acordo com a
                       Sugestão de prática: implantar um sistema de        Resolução.
                       monitoramento de transações com o objetivo
                       de detectar operações atípicas. Implementar         •    Participar ativamente do
                       fluxo de análise das ocorrências, que                    desenvolvimento de políticas internas,
                       envolva justificativa de áreas de negócios.              que previnam problemas futuros de
                       Implementar rotina de relatório a órgãos                 não conformidade e a regulamentação
                       reguladores e a comitês internos.                        aplicável a cada negócio.

                       •     Sanções.                                      Sugestão de prática: compliance para
                                                                           implementar um fluxo de aprovação dos
                       Sugestão de prática: garantir que a instituição     normativos internos. Catalogação dos
                       não realiza negócios com partes sancionadas.        normativos.
                       Garantir que mensagens e pagamentos
                       internacionais não envolvam partes
                       sancionadas. Observar regulamentação de
                       sanções emitida pelo Banco Central do Brasil
                       e também por organismos internacionais.
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                                                                                                    Função de Compliance
•     Relações com órgãos reguladores             Sugestão de prática: participar nas reuniões
      e fiscalizadores - assegurar-se de          das associações de classe e contribuir com
      que todos os itens requeridos pelos         as discussões.
      reguladores sejam prontamente
      atendidos pelas várias áreas da             •     Certificar-se da correta aprovação de
      instituição financeira assertivamente com         novos produtos.
      representatividade e fidedignidade.
                                                  Sugestão de prática: participação do Comitê
Sugestão de prática: Indicar um Oficial           de Novos Produtos, para verificar riscos,
de Compliance ou Agente de Compliance             como os de “suitability” e Prevenção à
para atuar como ponto focal com                   Lavagem de Dinheiro.
órgãos reguladores, garantindo que os
requerimentos são atendidos no prazo e que        •    Sustentabilidade.
o posicionamento das diferentes áreas e
diretores está alinhado com a estratégia da       Sugestão de prática: auxiliar na implantação
organização.                                      de políticas socioambientais e acompanhar
                                                  as tendências internacionais para a
•     Relações com Auditores Externos             participação de instituições financeiras
      e Internos - assegurar-se que todos         nesse tema. Certificar-se de Políticas
      os itens de auditoria relacionados          Internas de Sustentabilidade e também
      à não conformidade com as leis,             auxiliar na implantação de critérios
      regulamentações e políticas sejam           socioambientais na avaliação de clientes,
      prontamente atendidos e corrigidos pelas    para fins de crédito.
      várias áreas da instituição financeira.
      Manter a sinergia entre as áreas de         É recomendável que a criação do Programa
      Auditoria Interna, auditores externos e     de Compliance seja compatível com
      Compliance.                                 estrutura, tipo de negócio e perfil de risco de
                                                  cada instituição.
Sugestão de prática: verificar aderência das
recomendações das auditorias ou garantir que
exista ferramenta de acompanhamento de
plano de ação e prazos de atendimento aos
itens de ação das auditorias. Certificar-se que
todas as áreas são auditadas.

•     Relações com associações de classe e
      importantes participantes do mercado
      para promover a profissionalização
      da função e auxiliar na criação de
      mecanismos renovados de revisão
      de regras de mercado, legislação e
      regulamentação pertinentes, em linha
      com as necessidades dos negócios,
      visando à integridade e à credibilidade
      do sistema financeiro.
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Função de Compliance




                       2.5. Diferença entre                             Compliance deve ser também tão
                                                                        independente quanto à Auditoria Interna,
                       Auditoria Interna e                              reportando-se à Alta Administração para
                                                                        informá-la de eventos que representem
                       Compliance                                       riscos para instituição, principalmente risco
                                                                        de compliance, ou seja, regulatório, e que
                                                                        possa afetar a reputação. Verifica-se que
                       “Conforme publicado pelo ‘The Institute          Compliance engloba o acompanhamento
                       Of Internal Auditors’ dos EUA, a Auditoria       dos pontos falhos identificados pela Auditoria
                       Interna é uma atividade independente, de         Interna até que sejam regularizados,
                       avaliação objetiva e de consultoria, destinada   configurando intersecção das duas áreas.
                       a acrescentar valor e melhorar as operações
                       de uma organização. A Auditoria Interna          Entretanto, apesar de possuir funções
                       assiste a organização na consecução dos          semelhantes, compliance faz parte da
                       seus objetivos, através de uma abordagem         estrutura de controles, enquanto a auditoria
                       sistemática e disciplinada, na avaliação da      avalia essa estrutura. Assim, a área de
                       eficácia da gestão de risco, do controle e dos   Compliance, como as demais, deve ser objeto
                       processos de governança.                         de avaliação da auditoria interna.

                       O próprio material elaborado pelo Comitê         Sendo assim, podemos destacar que
                       da Basileia esclarece que a função do            auditar compliance constitui oportunidade
                       auditor é vital aos processos de Governança      única para a compreensão de seu processo
                       Corporativa, uma vez que os auditores            na instituição, isto é, para a avaliação
                       desenvolvem importantes atividades,              da cultura de conformidade e do grau de
                       consideradas complementares ao sistema de        comprometimento dos profissionais”.5
                       controles.

                       Enquanto a Auditoria Interna efetua seus
                       trabalhos de forma aleatória e temporal,
                       por meio de amostragens para certificar-se
                       do cumprimento das normas e processos
                       instituídos pela Alta Administração,
                       Compliance executa tais atividades de forma
                       rotineira e permanente, monitorando-as
                       para assegurar, de maneira corporativa e
                       tempestiva, que as diversas unidades da
                       instituição estejam respeitando as regras
                       aplicáveis a cada negócio, ou seja, cumprindo
                       as normas e processos internos para
                       prevenção e controle dos riscos envolvidos
                       em cada atividade. Compliance é um braço
                       dos órgãos reguladores junto à administração
                       no que se refere à preservação da boa            5
                                                                            MANZI, Vanessa A. “Compliance no Brasil -
                       imagem e reputação e às normas e controles           Consolidação e Perspectivas”. São Paulo: Saint Paul,
                       na busca da conformidade.                            2008, cit. p. 61 e 62.
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                                                                                                 Função de Compliance
2.6. Responsabilidades                         •    Designar Oficiais de Compliance
                                                    devendo provê-los de uma adequada
da Alta Direção das                                 estrutura administrativa de apoio, a
                                                    fim de assegurar a funcionalidade da
Instituições Financeiras                            Gestão de Compliance. A nomeação de
                                                    um Oficial de Compliance não exime a
                                                    instituição e cada uma de suas áreas
A Alta Direção das Instituições Financeiras         e funcionários, da obrigatoriedade
tem um papel de extrema importância                 de conhecer, aplicar e desenvolver
na disseminação da “Função de                       controles internos adequados aos riscos
Compliance”. A seguir, estão suas principais        de seus negócios.
responsabilidades:
                                               •    Estruturar a “Função de Compliance”
•    Buscar um Sistema de Controles                 de forma independente e autônoma das
     Internos adequado ao risco de seus             demais áreas da instituição, para evitar
     negócios, a fim de proporcionar                os conflitos de interesses e assegurar a
     segurança operacional e maior                  isenta e atenta leitura dos fatos, visando
     confiabilidade aos seus investidores e         a busca da conformidade por meio de
     clientes.                                      ações corretivas/preventivas e sendo
                                                    munida com informações relevantes.

                                               É esperado que o Programa de Compliance
                                               seja aprovado pela Alta Direção e que haja
                                               um acompanhamento periódico das ações
                                               e dos resultados. Em suma, deve haver
                                               consciência de que todo trabalho preventivo é
                                               menos custoso do que uma ação detectiva ou
                                               reativa.
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                       . Integrando atividades de compliance
Função de Compliance




                       com as atividades de Gestão de Risco e
                       as práticas de Governança Corporativa

                       Uma estrutura de compliance para                 Descrevemos, a seguir, alguns tópicos
                       atendimento às demandas dos órgãos               passíves de integração entre as práticas de
                       reguladores nacionais e internacionais           Governança Corporativa, as atividades de
                       deve contemplar práticas relacionadas à          Gestão de Riscos e de compliance:
                       Governança Corporativa, Gestão de Riscos
                       e de compliance a ser adotada por uma
                       instituição financeira que deseja integrar       Governança Corporativa
                       ao gerenciamento de compliance uma
                       supervisão de todas as operações, de todos       •    Estratégia de negócio.
                       os funcionários e de todas as dependências
                       locais e internacionais fomentadas               •    Diretrizes gerais (políticas) e limites de
                       efetivamente por uma cultura de integridade e         exposição a riscos.
                       responsabilidade comercial.
                                                                        •    Código de Ética.
                       Integrar as atividades de Governança
                       Corporativa, Gestão de Riscos e compliance       •    Conselho de Administração e Fiscal.
                       significa entender as exigências dos
                       “stakeholders” de uma instituição financeira     •    Comitês de Auditoria, de Ética e
                       e de seus investimentos, em termos de                 Conduta, de Sustentabilidade, de Novos
                       desempenho e conformidade, e alinhar a                Produtos, de Crédito, de Tesouraria, de
                       instituição financeira e seus investimentos na        Tecnologia da Informação, de Gestão
                       entrega desses objetivos, em retribuição ao           de Projetos, de Crises, de Controles
                       apetite pelo risco e à tolerância ao risco da         Internos e de Compliance.
                       instituição financeira.
                                                                        •    Auditoria Interna.
                       As pessoas, os processos e a tecnologia
                                                                        •    Ouvidoria.
                       devem ser desenhados e direcionados de
                       tal maneira que o alcance dos objetivos seja     •    Políticas de “Conheça seus
                       mensurado, os riscos sejam avaliados e                Funcionários”, “Conheça seu Cliente”, e
                       melhorias contínuas sejam realizadas para             “Conheça seus Correspondentes”.
                       apoiar a prática da Governança Corporativa,
                       a atividade de Gestão de Riscos e a de           •    Programa de Segurança da Informação
                       compliance de forma eficaz.                           e de Continuidade de Negócios.

                                                                        •    Programas de Prevenção a Fraude.

                                                                        •    Programas de Prevenção aos
                                                                             Crimes de Lavagem de Dinheiro e ao
                                                                             Financiamento ao Terrorismo.
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                                                                                          Função de Compliance
Gestão de Riscos                             “Compliance”

•   Política de Gestão de Riscos             •   Política da função e atividade de
    Corporativos.                                compliance.

•   Matriz de Riscos Corporativos.           •   Programas de compliance.

•   Ferramentas Automatizadas de Gestão      •   Matriz de Riscos de Compliance.
    de Riscos Corporativos.
                                             •   Programas de Autoinstrução e
•   Programas de Autoavaliação de Riscos         Treinamentos aos Funcionários.
    e Controles.
                                             •   Normas e procedimentos das áreas
•   Normas e procedimentos das áreas             operacionais, departamentos, produtos
    operacionais, departamentos, produtos        e dos sistemas informatizados.
    e dos sistemas informatizados.
                                             •   Indicadores-chave de compliance.
•   Indicadores-chave de riscos.
                                             •   Relatórios de Monitoramento a
•   Relatórios de Monitoramento à                Exposição aos Riscos de Compliance.
    Exposição aos Riscos Corporativos.
                                             •   Comunicação dos resultados para a Alta
•   Comunicação dos resultados para a Alta       Administração.
    Administração.
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Função de Compliance




                       A seguir, a interação é apresentada de forma ilustrativa:


                        Conselhos/Comitê de Auditoria                                     Controles Internos
                        Auditoria Interna                                                 Áreas de Negócio e
                        Gestão de Riscos                                                  Suporte



                                                                                              Representantes de
                                                               Compliance                      Compliance das
                                                                                              Áreas de Negócio




                                                             Órgãos reguladores
                                                             Auditoria Externa



                       A interação entre as práticas de Governança       •     Definição de objetivos.
                       Corporativa, as atividades de gestão de
                       riscos e de compliance adota como premissa        •     Apetite ao risco e sua tolerância.
                       que o conceito de integração consolidará,
                       dentro de uma instituição financeira, os          •     Regras e responsabilidades.
                       seguintes princípios comuns permeados pelas
                       atividades descritas anteriormente:               •     Políticas e procedimentos.

                                                                         •     Avaliação de risco e controle.

                                                                         •     Gestão de Não Conformidades e de
                                                                               seus Planos de Ação.

                                                                         •     Monitoramento tempestivo.

                                                                         •     Testes frequentes.

                                                                         •     Divulgação e níveis de relatório.

                                                                         •     Comunicação e treinamento.
19




                                                                                                    Função de Compliance
As práticas de Governança Corporativa,           Hoje em dia, a habilidade de lidar com o
as atividades de Gestão de Riscos e as           futuro é, no mínimo, tão importante quanto
de compliance por si só não são novas.           direcionar a oportunidade da integração
Como assuntos individuais, Governança            desses conceitos. As atividades de
Corporativa, Gestão de Riscos e Compliance       compliance necessitam ser mais previdentes
sempre foram preocupações fundamentais           e pró-ativas e incluem:
de instituições financeiras e de seus líderes.
O que é novo é uma percepção emergente           •    Administrar modelos de negócios mais
de integrar esses conceitos que, quando               complexos, por exemplo, operações em
aplicados holisticamente dentro de uma                vários territórios.
instituição financeira, podem agregar valor
significativo e oferecer vantagem competitiva.   •    Acelerar a taxa de mudança requerida
                                                      em razão do aumento nas pressões
Historicamente, a integração desses                   competitivas.
conceitos vem sendo vista como uma
grande oportunidade dirigida para evitar         •    Lidar com maior dependência numa
consequências negativas, como:                        crescente variedade de “stakeholders”
                                                      diferentes para executar a estratégia.
•    Multas por falhas de compliance.
                                                 •    Antecipar a melhor prestação de
•    Escândalos éticos e financeiros como             contas de informações financeiras e
     resultado de mau comportamento dos               não financeiras e as demandas de
     executivos.                                      transparência por parte dos investidores
                                                      e outros “stakeholders”.
•    Surpresas nos resultados financeiros
     que prejudicam muito a reputação da         •    Apresentar padrões mais altos de
     instituição financeira e a imagem da             desempenho.
     marca.
                                                 •    Comportar-se com ética e integridade.
•    Aumento do custo de capital como
     resultados de práticas fracas.              Muitos são os benefícios de se integrar
                                                 as práticas de Governança Corporativa,
•    Ineficiências em operações e altos          de Gestão de Riscos e Compliance com
     custos operacionais.                        as atividades de Gestão de Riscos e de
                                                 compliance, as quais podem ser descritas a
•    Altos custos de compliance derivados        seguir:
     de duplicações de controles.
                                                 •    Habilidade para otimizar o desempenho
                                                      da instituição financeira com base em
                                                      um melhor entendimento das obrigações
                                                      que esta tem para cumprir aquilo que
                                                      reflete o seu apetite por risco e objetivos
                                                      de negócios.
20
Função de Compliance




                       •   Melhor desempenho como resultado           Para a instituição financeira atingir alguns dos
                           de organização, cultura, processos         benefícios mencionados anteriormente, deve-
                           e tecnologias muito bem focados e          se:
                           alinhados.
                                                                      •     Ampliar a visão sobre Governança
                       •   Melhor alocação de recursos e eficiência         Corporativa.
                           nos processos e na tecnologia que
                           apoia a integração desses conceitos de     •     Identificar sinergias entre as estruturas e
                           maneira eficiente em termos de custo.            as atividades requeridas para apoiar os
                                                                            negócios.
                       •   Melhor ambiente de controles internos
                           e habilidade contínua da administração     •     Abraçar uma nova visão de Compliance
                           em demonstrar que a instituição                  - uma visão cujo enfoque não seja
                           financeira está no controle.                     somente nas leis e regulamentações,
                                                                            mas nas normas, nas políticas internas
                       •   Demandas do “stakeholder” traduzidas             e nas expectativas do stakeholder, e
                           em objetivos de negócios, apresentadas           que contemple o compliance como um
                           em sucessão e alinhadas desde o nível            agregador de valor para a instituição
                           corporativo até a gerência.                      financeira, e não como uma função.

                       •   Ligação entre conformidade e               •     Ver a Gestão de Riscos como uma parte
                           desempenho no estabelecimento do                 integrante de tomada de decisões de
                           objetivo.                                        negócios.

                       •   Maior consciência e responsabilidade       •     Não ligar somente os objetivos de
                           em relação à governança, Gestão de               governança, de Gestão de Riscos e
                           Riscos e compliance.                             de compliance a responsabilidades de
                                                                            conformidade/compliance, mas aos
                       •   Indicadores-chave de desempenho e                objetivos de desempenho.
                           considerações de riscos identificados
                           e utilizados no auxílio à tomada de
                           decisão.

                       •   Mecanismos de mensuração
                           e apresentação de relatórios
                           desenvolvidos para reduzir o risco de
                           surpresas em resultados operacionais/
                           financeiros.

                       •   Racionalização de processos, visando
                           a eliminar eventuais duplicidades,
                           retrabalhos e atividades improdutivas,
                           bem como oportunidades de
                           automatização.
21

4. Reflexão sobre os desafios




                                                                                                 Função de Compliance
para a “Função de Compliance”
Apesar de a “Função de Compliance” já ter       A seguir, destacamos alguns dos principais
sido entendida e estar em prática na maioria    desafios da “Função de Compliance”:
das instituições e no mercado financeiro em
geral, a sua evolução deve ser contínua, a      •    Ter autoridade necessária para atingir os
fim de acompanhar a crescente complexidade           objetivos de compliance da instituição:
dos negócios e exposição a riscos.                   relatório independente com acesso
                                                     ao Conselho e à Alta Administração,
Com a crise financeira ocorrida recentemente,        desenvolvendo atividades de
novas exigências regulatórias globais e              compliance sem intervenção e veto de
locais deverão ser introduzidas para amparar         outras áreas.
o crescimento sustentável e a criação de
valor de longo prazo, ao mesmo tempo em         •    Avaliar de forma geral a Governança
que o risco sistêmico seja controlado mais           Corporativa, Gestão de Riscos e os
ativamente e os direitos dos investidores            controles na organização: trabalho
sejam resguardados.                                  focado na gestão integrada de riscos
                                                     da instituição e orientado para sua
Nesse contexto, além da manutenção                   estratégia.
dos riscos já existentes, a “Função de
Compliance” ganha uma importância ímpar,        •    Zelar pela ética/conduta na organização
pois essas novas regulamentações deverão             de forma abrangente.
ser discutidas, entendidas, divulgadas,
implementadas, e a aderência nos processos      •    Avaliar o impacto da regulamentação
e sistemas deverá ser acompanhada, para              no negócio, para entender melhor os
assegurar a mitigação de novos riscos.               riscos envolvidos versus relação custo/
                                                     benefício de alterações necessárias de
Cabe, ainda, destacar os legados de                  processos/sistemas/produtos.
fusões e aquisições recentes que também
exigem atenção, pois compreendem riscos         •    Desenvolver contatos pró-ativos com
comprados e potenciais do próprio período da         órgãos reguladores e/ou por intermédio
integração das operações.                            de entidades de classe.

                                                •    Desenvolver um trabalho cada vez
                                                     mais próximo da área de negócio,
                                                     aumentando conhecimentos
                                                     relacionados a negócios e produtos.

                                                •    Participar pró-ativamente e
                                                     preventivamente na aprovação dos
                                                     riscos de novos produtos/processos e
                                                     respectivas alterações.

                                                •    Avaliar a conformidade entre
                                                     normas externas, internas e políticas
                                                     corporativas.
22
Função de Compliance




                       •   Avaliar a aderência das normas                •   Capacitar e atualizar constantemente
                           aos processos e procedimentos,                    as equipes de compliance (descrição de
                           principalmente os processos com                   cargo, treinamento).
                           mudanças regulatórias.
                                                                         •   Mensurar o desempenho e a avaliação:
                       •   Avaliar processos que sejam otimizados            definição clara da função com
                           com vistas a reduzir custos, sem que              objetivos mensuráveis contra os quais
                           isso comprometa a conformidade                    o progresso pode ser monitorado e
                           regulatória.                                      avaliado.

                       •   Identificar e utilizar sistemas que           •   Disseminar cultura de riscos nas áreas
                           auxiliem na “Função de Compliance”.               gestoras: capacitar as linhas de negócio
                                                                             a entender os processos, riscos e
                       •   Monitoramento eficiente baseado em                controles e a cuidar da qualidade das
                           risco de compliance: detectar desvios e           informações que são enviadas aos
                           acompanhar a implementação de ações               reguladores com uso gerencial.
                           que mitiguem o risco, solicitar a criação
                           de relatórios faltantes/alertas para riscos   •   Integrar a relação entre custo e
                           significativos.                                   benefício em uma estrutura de
                                                                             compliance: capacitar pessoas
                       •   Revisitar o conteúdo dos relatórios               da linha de negócio para atuarem
                           de compliance encaminhados à Alta                 como representantes da área
                           Administração, a fim de reportar                  de Compliance em suas áreas e
                           alterações regulatórias significativas,           introduzir monitoramento contínuo
                           riscos de compliance emergentes,                  pelos indicadores são dois exemplos
                           relatar contatos com reguladores,                 que podem tornar a relação custo e
                           mensuração do desempenho de                       benefício da função vantajosa, em
                           compliance, evidenciar a efetividade do           detrimento de uma equipe exclusiva
                           programa de compliance e apresentar               para compliance. No entanto, a
                           proposta de novos trabalhos de                    estrutura ideal deve ser definida de
                           compliance.                                       acordo com a dimensão e os objetivos
                                                                             de cada organização, bem como a
                                                                             forma de mensurar essa relação de
                                                                             custo e benefício.
2

5. Anexo - Histórico




                                                                                                               Função de Compliance
A necessidade de cumprimento de regras            Muitos atos ocorreram posteriormente,
estabelecidas para a boa convivência sempre       porém, após o fato histórico mencionado,
esteve presente na sociedade, de forma que        podemos avançar para 1974, onde surge
ao longo das últimas décadas converteu-se         a figura do Comitê de Regulamentação
numa condição indispensável para a boa            Bancária e Práticas de Supervisão, criado
performance das relações entre os agentes         pelos Bancos Centrais dos países membros
que formam a sociedade globalizada.               do G-10. Nesse ano o mundo passava por
                                                  várias transformações e crises, especialmente
O efeito da globalização, que por alguns          do petróleo, fazendo com que muitos pilares
especialistas apresenta-se como uma forma         constituídos a partir da Conferência de Bretton
de crescimento através dos fatores comuns e       Woords7, 1944, resultado da segunda guerra
mantendo a identidade produtiva da origem,        mundial, tivessem que ser revistos.
para outros se converte numa condição de
extinção da condição local, sobrepondo à          Em 1988 começa a era dos controles internos
cultura ou identidade de uma nação.               e surge o “Acordo de Basiléia”, constituído
                                                  pelo Comitê de Basiléia, no âmbito do BIS,
A verdade é que sob qualquer prisma que           publicando os 1 princípios concernentes à
possamos analisar a questão não temos             supervisão pelos administradores e cultura/
como não deixar de reconhecer que as              avaliação de Controles Internos, tendo como
relações entre mercados, já intensa, tende a      fundamento a ênfase na necessidade de
se aprofundar e com isso ampliar a atual teia     Controles Internos efetivos e a promoção
global de relações e impor a necessidade de       da estabilidade do Sistema Financeiro
regulamentos que possam disciplinar essas         Mundial. Nesse mesmo ano foi publicada
relações, oferecendo maior transparência e        pelo Congresso Nacional a Lei no. 9.61/98,
segurança para todos.                             dispondo sobre os crimes de lavagem de
                                                  dinheiro e ocultação de bens, a prevenção
Sem aqui expor de forma detalhada um              da utilização do Sistema Financeiro Nacional
longo processo evolutivo do processo hoje         para atos ilícitos, e ainda previstos na
denominado “compliance”, podemos tomar            referida lei e cria o Conselho de Controle de
como marco referencial a Conferência de           Atividades Financeiras (COAF).
Haia, ocorrida em 190 e que concebeu a
fundação do BIS – Bank for International          No mesmo ano o Brasil adota os 1 Princípios
Settlements, sediado em Basiléia, na Suíça,       através da publicação da Resolução
cujo principal objetivo foi buscar a cooperação   nº. 2,554/98, dispondo sobre o Basiléia II
entre os bancos centrais.                         – Regras Prudenciais.

Em 1960 entramos na “era do compliance”,
quando a americana “SEC - Secutities and
Exchange Commission6” passou a insistir na
contratação de “Compliance Officers” para         6
                                                      SEC: Equivalente à CVM – Comissão de Valores
criar procedimentos internos de controles,            Mobiliários, do Brasil.
treinar pessoas e monitorar, com o objetivo de
                                                  7
                                                      Conferência de Bretton Woods: Estabelecidas regras
                                                      financeiras e econômicas que deveriam ser observadas
auxiliar as áreas de negócios a ter a efetiva         pelos grandes países industrializados, além de criar o
supervisão.                                           FMI (Fundo Monetário Internacional) e o BIRD (Banco
                                                      Internacional para a Reconstrução e Desenvolvimento).
24
Função de Compliance




                       Em 1997 o Comitê de Basiléia divulga os 25          Através do Comunicado 12.746/04, de
                       princípios para uma Supervisão Bancária             dezembro de 2004, o Bacen estabelece
                       Eficaz, com destaque para seu Princípio de          os procedimentos para implantação da
                       n.º 14: “Os supervisores da atividade bancária      nova estrutura (Basiléia II), alterado pelo
                       devem certificar-se de que os bancos tenham         Comunicado nº. 16.17, de setembro de 2007.
                       controles internos adequados para a natureza
                       e escala de seus negócios. Estes devem              Com base nesse arcabouço legal, os
                       incluir arranjos claros de delegação de             governos e as Instituições Financeiras
                       autoridade e responsabilidade: segregação           brasileiras foram estabelecendo regulamentos
                       de funções que envolvam comprometimento             e práticas de forma que pudessem estar
                       do banco, distribuição de seus recursos e           adequadamente alinhadas às exigências,
                       contabilização de seus ativos e obrigações;         necessitando para tanto a criação do
                       reconciliação destes processos; salvaguarda         “compliance”, destacando nesse cenário a
                       de seus ativos; e funções apropriadas e             Norma Australiana AS 806:1998, de 1998,
                       independentes de Auditoria Interna e Externa        como a primeira referência do mundo a
                       e de Compliance para testar a adesão a estes        estabelecer os princípios para os programas
                       controles, bem como a leis e regulamentos           de compliance.
                       aplicáveis”.

                       Ainda em processo de preparação do
                       ambiente para início da implantação das
                       regras definidas no referido acordo, em
                       1998, através da Resolução 2.554, o Bacen8,
                       estabelece a exigência de desenvolvimento
                       das Normas de Controles Internos,
                       direcionando as instituições financeiras para a
                       necessidade de criação do Compliance.

                       Em junho de 2004 é publicado o documento
                       do BIS intitulado “Convergência Internacional
                       de Mensuração da nova estrutura de Capital:
                       Uma Estrutura Revisada”, revisando o
                       primeiro acordo e constituído de três pilares;
                       Pilar I (Capital): fortalecimento da estrutura de
                       capitais das instituições, Pilar II (Supervisão):
                       estímulo à adoção das melhores práticas
                       de gestão de riscos, e Pilar III (Disciplina
                       de Mercado): redação da assimetria de
                       informação e favorecimento da disciplina
                       de mercado. Essa revisão do acordo foi
                       denominada de “Acordo de Basiléia II”.

                                                                           8
                                                                               Agente supervisor do Sistema Financeiro Nacional,
                                                                               cuja função acabara sendo contemplada no advento do
                                                                               “Acordo de Basiléia II”.
25




                                                                                              Função de Compliance
Conforme mencionamos anteriormente,            - Crise do setor imobiliário americano, com
muitos outros atos aconteceram no              repercussão mundial, afetando todas as
período mencionado e muitos outros os          economias e mergulhando o mercado numa
sucederam. Porém, fundamentalmente há          profunda crise de confiança. Acontecimento
que se considerar que os mesmos foram          que exigiu a fusão de grandes conglomerados
criados, alterados e melhorados a partir       financeiros mundiais e a atuação do FED
de grandes acontecimentos que deixaram         (Banco Central Americano) com colocação
o mundo financeiro perplexo, em muitos         de recursos financeiros para evitar a quebra
casos com reflexo para toda a sociedade,       de grandes e tradicionais Instituições
dentre os muitos, podemos citar: 1974          Financeiras, seguido por outros Banco
– Caso Watergate, expondo de forma clara       Centrais.
a fragilidade de controles no Governo
Americano; 1995 - A fragilidade no Sistema     Com base nesse arcabouço legal, os
de Controles Internos contribuiu fortemente    governos e as Instituições Financeiras
à falência do Banco Barings; 2001 - Falha      brasileiras foram estabelecendo regulamentos
nos Controles Internos e Fraudes Contábeis     e práticas que incitaram o surgimento de
levam a ENRON à falência; 2001 – US            Compliance. Nesse cenário, merece destaque
Patriot Act - Ataque terrorista de 11/agosto   a norma australiana AS 806: 1998, de 1998,
– USA; 2002 - Falha nos Controles Internos     como a primeira referência do mundo a
e Fraudes Contábeis levam à concordata da      estabelecer os princípios para os programas
WORLDCOM; 200 – Falha nos Controles           de Compliance.
Internos, composto por diversos fatores,
levaram à crise da italiana PARMALAT; 2008
26

                       6. Referências bibliográficas
Função de Compliance




                           Associação Brasileira de Bancos Internacionais - ABBI. Documento
                           Consultivo “Função de Compliance”, 2004, disponível em
                           www.abbi.com.br Trabalhos Especiais.

                           Banco Central do Brasil. Manual de Supervisão Bancária, Brasil, 2002.

                           Banco Central do Brasil. Auditoria Interna e Compliance na visão do
                           BACEN: Perspectiva e Responsabilidade 8o. Congresso FEBRABAN de
                           Auditoria Interna e Compliance, 2007.

                           BIS - Bank for International Settelments - Compliance and the Compliance
                           Function in Banks, Basle Committee on Banking Supervision, April, 2005.

                           BIS - Bank for International Settelments - Framework for Internal
                           Control Systems in Banking Organisations, Basle Committee on Banking
                           Supervision, September 1998.

                           KPMG Regulation  Compliance (KPMG Australia) - Compliance
                           Challenges, 2008.

                           KPMG’s Frontiers in Finance (KPMG International) - The Art of Compliance,
                           Jun. 2004.

                           Manzi, Vanessa A. Compliance no Brasil - Consolidação e Perspectivas.
                           Saint Paul, São Paulo, 2008.

                           Manzi, Vanessa A. “Compliance - Função, Consolidação e Desafios”.
                           Apresentação realizada no Centro de Governança Corporativa (CEG) em
                           19/9/2008.

                           Newton, Andrew (2002). “The Handbook of Compliance - making ethics
                           work in financial services”. The edition published by Mind into Matter.

                           Global Best Practices®. Disponível em:www.globalbestpractices.com.

                           PricewaterhouseCoopers. The Future for Compliance - Best Practice and
                           Delivering Value. UK: PricewaterhouseCoopers, 2002. 28p.

                           PricewaterhouseCoopers. Regulatory Compliance: Adding value - A
                           review of future trends. Germany: PricewaterhouseCoopers, 2002. 48p.
27




                                                                          Função de Compliance
PricewaterhouseCoopers. A New Strategy for Success Through
Integrated Governance, Risk and Compliance Management. UK:
PricewaterhouseCoopers, 2004. 52p.

PricewaterhouseCoopers. Protecting the brand - The evolving role of
the compliance function and the challenges for the next decade. UK:
PricewaterhouseCoopers. 2005. Pesquisa Global 87p.

PricewaterhouseCoopers. Compliance em Instituições Financeiras.
São Paulo: PricewaterhouseCoopers, 10 de outubro de 2006.
Apresentação 6p.

The Institute of Internal Auditors - Normas para a Prática Profissional
de Auditoria Interna. (2001). Disponível em www.theiia.org . Acesso em
jun. 2009.
pwc.com/br

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Versão: julho/2009

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Função de Compliance

  • 2. Apresentação Com o objetivo de promover o constante aperfeiçoamento e a modernização do sistema financeiro, a ABBI - Associação Brasileira de Bancos Internacionais, por meio do Comitê de Compliance, e a FEBRABAN - Federação Brasileira de Bancos, pela Comissão de Compliance, têm desenvolvido temas e estudos técnicos que estão diretamente ligados à função e às boas práticas de compliance. O tema “Função de Compliance” já foi objeto de “Documento Consultivo” da ABBI, editado em 2004 e surgiu da necessidade demonstrada pelos próprios bancos nacionais e internacionais de conhecer com mais detalhes os métodos como os bancos estão atuando nessa atividade. Esta cartilha reúne o resultado das experiências de diversas instituições financeiras nacionais e internacionais, com a intenção de ofertar ao mercado financeiro um trabalho, uma fonte com material qualificado para pesquisa e consulta. O enfoque da cartilha “Função de Compliance” é abordar exatamente as boas práticas da integração da função de Compliance com as boas práticas de Governança Corporativa e de Gestão de Riscos, que os bancos têm buscado implementar em suas rotinas e que possibilitem a realização de todo gerenciamento e monitoramento necessários. Para tanto e com o objetivo de fomentar maior integração entre as áreas de Compliance dos bancos nacionais e internacionais associadas à ABBI e à FEBRABAN, foram convidados representantes do Comitê de Compliance da ABBI e da Comissão de Compliance da FEBRABAN para participar dos debates sobre o tema. Esta cartilha foi feita em parceria com as empresas de consultoria KPMG e PricewaterhouseCoopers, que disponibilizaram recursos materiais e humanos necessários para a elaboração, a revisão do conteúdo dos capítulos e sua finalização. Destacamos que este trabalho sobre a função de Compliance só foi possível graças ao empenho e à colaboração dos profissionais que participaram de sua elaboração, tanto dos bancos quanto da ABBI, da FEBRABAN e das empresas de consultoria KPMG e PricewaterhouseCoopers. Um agradecimento especial aos bancos que permitiram a dedicação de seus profissionais ao escrever os capítulos e compartilhar suas experiências. Comitê de Compliance - ABBI Comissão de Compliance - FEBRABAN
  • 3. 2 Função de Compliance Agradecimentos Colaboradora da KPMG Eloísa Branquinho Colaborador da PricewaterhouseCoopers Gustavo Amaral de Lucena Colaboradores dos Bancos Banco Volkswagen - Gislene Cabral de Sousa Banco Rabobank International Brasil S.A. - Janine Heineman Banco de La República Oriental Del Uruguay - José Carlos Munhoz Banco IBI - Vanessa Alessi Manzi
  • 4. Índice Função de Compliance 1. Introdução e contextualização 4 2. Definição e exercício da “Função de Compliance” no mercado financeiro brasileiro 8 2.1. Conceitos Gerais 8 2.2. Princípios 9 2.. Missão de Compliance 10 2.4. Função Compliance no Brasil 11 2.5. Diferença entre Auditoria Interna e Compliance 14 2.6. Responsabilidades da Alta Direção das Instituições Financeiras 15 . Integrando atividades de compliance com as atividades de Gestão de Risco e as práticas de Governança Corporativa 16 4. Reflexão sobre os desafios para a “Função de Compliance” 21 5. Anexo - Histórico 2 6. Referências bibliográficas 26
  • 5. 4 1. Introdução e contextualização Função de Compliance Com a abertura comercial incrementada Com isso, as instituições financeiras foram nacionalmente, na década de 90, o Brasil compelidas a iniciar um ciclo de mudanças buscou alinhar-se com o mercado mundial cada vez mais radicais, com reestruturações da alta competitividade e, simultaneamente, estratégicas, organizacionais e tecnológicas, os órgãos reguladores aumentaram sua para construir uma imagem forte da instituição preocupação em implementar novas regras de financeira perante clientes e fornecedores. segurança para as instituições financeiras e regulamentar o mercado interno em aderência Nesse contexto, destaca-se a “Função de às regras internacionais. Compliance” de grande importância na proteção e no aprimoramento do valor e da Internacionalmente, desde os primórdios reputação corporativa. dos anos 70, com a criação do Comitê da Basiléia para Supervisão Bancária, procurou- A “Função de Compliance”, integrada aos se fortalecer o Sistema Financeiro por demais pilares da Governança Corporativa, meio da maior conceituação sistemática de chega no momento em que essas suas atividades, parametrizando-as pelas transformações ocorrem simultaneamente, boas práticas financeiras e munindo-as de e sua implementação nas instituições procedimentos prudenciais na sua atuação. financeiras brasileiras tem importância Iniciava-se o processo para a tentativa e missão que vão além do implícito na de saneamento do Sistema Financeiro Resolução emitida pelo Conselho Monetário Internacional. Nacional no. 2.554/98, inseridas em mudanças que visam alinhar seus processos, Em paralelo a esse cenário, as instituições assegurar o cumprimento de normas e financeiras brasileiras continuaram a enfrentar procedimentos e, principalmente, preservar uma acirrada disputa interna por uma fatia sua imagem perante o mercado. cada vez mais representativa do mercado. Essa competitividade contribuiu para a quebra de algumas instituições que, entre outros fatores, não adequaram seu ambiente de controles internos de acordo com o risco do seu segmento. Fatos relevantes no cenário mundial, como o ato terrorista nos EUA em 2001 e os escândalos financeiros em Wall Street em 2002, despertaram a necessidade de regulamentações ainda mais efetivas e rapidamente aplicáveis em todos os países, a fim de gerir os riscos aos quais as instituições estão sujeitas.
  • 6. 5 Função de Compliance Conforme estudo desenvolvido1 , que Conforme estudo anteriormente mencionado, analisou países da Europa e Oriente Médio, são estes os exemplos de como o compliance Ásia, Oceania e América do Norte, desde agrega valor: 200, a visão da organização do papel e da estrutura de compliance se desenvolveu • “Qualidade e velocidade das significativamente, e o conceito de compliance interpretações regulatórias e políticas está claramente disseminado nos países e procedimentos de compliance participantes da pesquisa. Nos países em relacionados. que os requerimentos regulatórios para “Função de Compliance” são relativamente • Aprimoramento do relacionamento com novos, estima-se que não serão necessárias reguladores, incluindo bom retorno das décadas para alcançar o mesmo padrão dos revisões dos supervisores. demais países. E como forma de assegurar que compliance seja um pilar efetivo da • Melhoria de relacionamento com os Governança Corporativa, este estudo aponta acionistas. que 84% dos responsáveis pela função, nos países analisados se reportam diretamente ao • Melhoria de relacionamento com os Conselho de Administração ou comitê a este clientes. subordinado. Os demais 16% se reportam à • Decisões de negócio em compliance. Alta Administração (presidência), garantindo, assim, a independência da “Função de • Velocidade dos novos produtos em Compliance”. conformidade para o mercado. Vale ainda destacar que 78% dos • Disseminação de elevados padrões entrevistados2 nos países analisados éticos/culturais de compliance pela acreditam que o compliance agrega valor e organização. 22% limitaram a resposta pela dificuldade de mensuração. • Acompanhamento das correções e deficiências (não conformidades).” 1 PricewaterhouseCoopers, Compliance em Instituições Financeiras, 10 de outubro de 2006. 2 As entrevistas para o estudo desenvolvido pela PricewaterhouseCoopers incluíram os grupos de “compliance officers” responsáveis pelo gerenciamento de risco, membros da administração sênior com responsabilidades ligadas a compliance (incluindo os CEOs), responsáveis regionais por compliance. O resultado do estudo foi baseado na participação de: 7 instituições financeiras em 17 países; 66% dos participantes apresentam atividades internacionais; 6% dos participantes são bancos; 19% dos participantes são serviços financeiros; 18% dos participantes são seguradoras.
  • 7. 6 Função de Compliance Além desses tópicos, propicia uma (a) na identidade da organização, inclusive coordenação interna forte que visa a informações fornecidas pela empresa mitigação do risco de perda da reputação. sobre sua visão e sua estratégia, assim como as ações no decorrer do tempo; Um dos grandes desafios para a função está na inabilidade para justificar o custo (b) as percepções da organização por do compliance. Mais do que os custos por outros, como pesquisadores de opinião e não estar em compliance, consideram-se os terceiras partes com credibilidade; benefícios por estar em compliance, o que pode ser analisado sob dois aspectos: evitar (c) e o desempenho, como lucratividade e os custos da não conformidade e aumentar responsabilidade social. a habilidade das instituições em satisfazer as necessidades dos seus clientes. O risco atrelado à reputação é, portanto, a perda potencial na reputação, que poderia Os custos de não estar em compliance são levar a publicidade negativa, perda de elevados: rendimento, litígios caros, declínio na base de clientes, falência. Uma ampla avaliação • Dano à reputação da organização e da desse risco é uma estimativa da atual posição marca. da organização por seus clientes e acionistas e sua capacidade de operar com sucesso no • Cassação da licença de operação. mercado. • Sanções às instituições e aos indivíduos Para que a “Função de Compliance” seja (processo administrativo, processo eficaz, é necessário o comprometimento da criminal, multas e, dependendo do caso, Alta Administração e que esta faça parte prisão). da cultura organizacional, contando com o comprometimento de todos os funcionários. O primeiro aspecto se depara com sanções Todos são responsáveis por compliance. Um às instituições e aos indivíduos, licenças para Programa de Compliance eficaz pode não operar cassadas (no caso de instituições ser o suficiente para tornar uma empresa à financeiras) e os prejuízos provenientes da prova de crises. Mas certamente aprimorará o reputação negativa. E o segundo, a questão sistema de controles internos e permitirá uma da legitimidade e vantagem competitiva, para gestão de riscos mais eficiente. maximizar os benefícios de compliance sobre os custos. Segundo Argenti, para entender perda de reputação, parte-se do pressuposto que esta se baseia na síntese de como os clientes e acionistas veem a organização. Essa avaliação fundamenta-se; ARGENTI, Paul A. apud MANZI, Vanessa A. “Compliance no Brasil - Consolidação e Perspectivas”. São Paulo: Saint Paul, 2008, cit. p. 9.
  • 8. 7 Função de Compliance Em razão da relevância do tema e devido • propor bases para aprofundamento às dificuldades para o claro entendimento na discussão do tema e encaminhar das diferenças entre as áreas de controle sugestões de Diretrizes. que atuam para a eficácia da Governança Corporativa, bem como à necessidade de É importante ressaltar que o foco principal bibliografia sobre o assunto, foi constituído na deste trabalho é clarificar quais são as Comissão de Compliance da FEBRABAN e principais atribuições voltadas à Gestão de no Comitê de Compliance da ABBI um Grupo Compliance, limitando-a como uma das áreas de Trabalho para: que compõem os pilares da Governança Corporativa. • clarificar o conceito de Compliance e de Risco de Compliance; • destacar a importância de Compliance e contextualizar a função no mercado financeiro brasileiro;
  • 9. 8 2. Definição e exercício da Função de Compliance “Função de Compliance” no mercado financeiro brasileiro 2.1. Conceitos gerais Na visão do órgão regulador4, o propósito da área de Compliance é assistir os gestores no gerenciamento do risco de compliance, que Compliance não é um ativo fixo pelo qual é pode ser definido como o risco de sanções possível atestar rapidamente se o bem ainda legais ou regulamentares, perdas financeiras existe, se está em boas condições de uso ou ou mesmo perdas reputacionais decorrentes se está sendo utilizado de acordo com suas da falta de cumprimento de disposições legais, características. Compliance está relacionado regulamentares, códigos de conduta etc. ao investimento em pessoas, processos e conscientização. Por isso é importante as Entretanto, compliance vai além das barreiras pessoas estarem conscientes da importância legais e regulamentares, incorporando de “ser e estar em compliance”. Mas o que princípios de integridade e conduta ética. significa compliance? Portanto, deve-se ter em mente que, mesmo Vem do verbo em inglês “to comply”, que que nenhuma lei ou regulamento seja significa “cumprir, executar, satisfazer, realizar descumprido, ações que tragam impactos o que lhe foi imposto”, ou seja, compliance é negativos para os “stakeholders” (acionistas, o dever de cumprir, estar em conformidade clientes, empregados etc.) podem gerar risco e fazer cumprir regulamentos internos e reputacional e publicidade adversa, colocando externos impostos às atividades da instituição. em risco a continuidade de qualquer entidade. E o que significa “ser e estar” em compliance? O compliance deve começar pelo “topo” da organização. A efetividade do compliance Ser compliance está diretamente relacionada à importância que é conferida aos padrões de honestidade “Ser compliance” é conhecer as normas e integridade e às atitudes dos executivos da organização, seguir os procedimentos sêniors, que devem “liderar pelo exemplo”. recomendados, agir em conformidade e sentir quanto é fundamental a ética e a idoneidade Sabemos que, para qualquer instituição, em todas as nossas atitudes. confiança é um diferencial de mercado. Em geral, as leis tentam estabelecer controles Estar em compliance e maior transparência, mas estar em conformidade apenas com as leis não garante “Estar em compliance” é estar em um ambiente totalmente em compliance. É conformidade com leis e regulamentos preciso que todos os colaboradores trabalhem internos e externos. com ética e idoneidade em todas as suas atividades e que a Alta Administração apoie a “Ser e estar compliance” é, acima de tudo, disseminação da cultura de compliance. uma obrigação individual de cada colaborador dentro da instituição. 4 Banco Central do Brasil, Auditoria Interna e Compliance na visão do BACEN: Perspectiva e Responsabilidade. 8o. Congresso FEBRABAN de Auditoria Interna e Compliance, 2007.
  • 10. 9 Função de Compliance 2.2. Princípios Princípio 4 A Alta Administração é responsável por O Comitê de Basileia refere-se à “Função estabelecer uma permanente e efetiva área Compliance” e não a uma estrutura fixa como de Compliance como parte da política de uma diretoria ou departamento, por causa compliance. das diferenças existentes em função da jurisdição, porte, tipo de instituição e natureza Princípio 5 das atividades desenvolvidas. E por meio de princípios, apresentou recomendações sobre A área de Compliance deve ser independente. as atividades de compliance. Essa independência pressupõe quatro elementos básicos: Princípio 1 • status formal; O Conselho de Administração é responsável por acompanhar o gerenciamento do risco • existência de um coordenador de compliance da instituição financeira. Deve responsável pelos trabalhos de aprovar a política de compliance, inclusive o gerenciamento do risco de compliance; documento que estabelece uma permanente e efetiva área de Compliance. Pelo menos • ausência de conflitos de interesse; uma vez ao ano, o Conselho de Administração deve avaliar a efetividade do gerenciamento • acesso a informações e pessoas no do risco de compliance. exercício de suas atribuições. Princípio 2 Princípio 6 A Alta Administração da instituição financeira A área de Compliance deve ter os recursos é responsável pelo gerenciamento do risco de necessários ao desempenho de suas compliance. responsabilidades de forma eficaz. Princípio 3 Princípio 7 A Alta Administração é responsável A área de Compliance deve ajudar a Alta por estabelecer e divulgar a política de Administração no gerenciamento efetivo do compliance da instituição, de forma a risco de compliance, por meio de: assegurar que esta está sendo observada. O Conselho de Administração deve ser a) atualizações e recomendações; informado a respeito do gerenciamento do risco de compliance. b) manuais de compliance para determinadas leis e regulamentos e sua educação;
  • 11. 10 Função de Compliance c) identificação e avaliação do risco de compliance, inclusive para novos 2.. Missão de Compliance produtos e atividades; “Assegurar, em conjunto com as demais d) responsabilidades estatutárias áreas, a adequação, fortalecimento e o (combate à lavagem de dinheiro e ao funcionamento do Sistema de Controles financiamento ao terrorismo); Internos da Instituição, procurando mitigar os Riscos de acordo com a complexidade e) implementação do programa de de seus negócios, bem como disseminar compliance. a cultura de controles para assegurar Princípio 8 o cumprimento de leis e regulamentos existentes. Além de atuar na orientação e O escopo e a extensão das atividades da área conscientização à prevenção de atividades de Compliance deve estar sujeita à revisão e condutas que possam ocasionar riscos à periódica por parte da auditoria interna. imagem da instituição.” Princípio 9 As instituições devem atender a todas exigências legais e regulamentares aplicáveis nas jurisdições em que operam, e a organização e a estrutura da área de Compliance, bem como suas responsabilidades, devem estar de acordo com as regras de cada localidade. Princípio 10 O compliance deve ser encarado como uma atividade central para o gerenciamento de risco em um banco. Nesse contexto, algumas atividades podem ser terceirizadas, mas devem ficar sob a responsabilidade do “chefe” do compliance.
  • 12. 11 Função de Compliance 2.4. “Função de • Procedimentos e controles internos - assegurar-se da existência de Compliance” no Brasil procedimentos associados aos processos. Introduzimos, a seguir, os principais tópicos Sugestão de prática: catalogar os de aplicabilidade da “Função de Compliance”, procedimentos e políticas existentes na relacionada ao Sistema de Controles Internos, instituição, deixá-los publicados na Intranet difundidas no Brasil. As atividades seguintes e com fácil acesso aos colaboradores, são apenas sugestões de melhores práticas discussão com os gestores e interface com para elaboração do Programa de Compliance, as áreas de gerenciamento de risco, para cuja aplicação dependerá da estrutura de garantir normatização dos processos. cada instituição. • Sistema de Informações - assegurar-se • Leis, regulamentos e normas - certificar- da implementação e da funcionalidade. se da aderência e do cumprimento. Sugestão de prática: participação em reuniões Sugestão de prática: criar rotina para de projetos em Tecnologia da Informação. estudo da regulamentação divulgada e discussão com áreas afins. Montar uma • Planos de Contingência - assegurar-se “matriz” com legislações aplicáveis, plano da implementação e da efetividade por de ação, responsáveis e prazo e efetuar meio de acompanhamento de testes acompanhamento periódico para emissão de periódicos. relatório para a Diretoria e/ou para o Comitê da instituição. Sugestão de prática: participar da elaboração ou revisão do Plano de Contingência. • Princípios éticos e normas de conduta Acompanhar os testes ou receber os - assegurar-se da existência e relatórios dos testes. observância. • Segregação de funções - assegurar- Sugestão de prática: distribuir Código de se da adequada implementação da Ética a todos os funcionários, obter Termo segregação de funções nas atividades de Ciência, assinado pelo funcionário, o qual da instituição, a fim de evitar conflito de deverá ser mantido em arquivo, e conceder interesses. treinamento anual. Sugestão de prática: garantir que existe um processo de recertificação dos sistemas e um processo de autorização da concessão de acessos.
  • 13. 12 Função de Compliance • Prevenção à Lavagem de Dinheiro • Cultura de controles - fomentar a cultura - fomentar a cultura de Prevenção à de controles em conjunto com os Lavagem de Dinheiro, por meio de demais pilares do Sistema de Controles treinamentos específicos. Internos na busca incessante da sua conformidade. Sugestão de prática: treinamentos presenciais ou via e-learning, no mínimo anuais, para Sugestão de prática: treinamentos. Criação todos os funcionários sobre o tema. de Comitê de Compliance ou Comitê de Controles Internos para aprovação das • Prevenção à Lavagem de Dinheiro políticas e discussão dos itens importantes - garantir que há um processo de sobre controles internos. “Conheça seu cliente”. • Relatório do Sistema de Controles Sugestão de prática: implantar formulário Internos (Gestão de Compliance) - de “Conheça seu cliente”, a ser aprovado Avaliação dos riscos e dos Controles pela área de Compliance. Criar critérios Internos - elaborar ou certificar-se da de categorização de clientes, com vistas a elaboração do referido relatório com identificar clientes de alto risco. Treinar áreas base nas informações obtidas nas de negócios para visitar e obter informações diversas áreas da instituição, visando sobre clientes em fontes públicas. apresentar a situação qualitativa do Sistema de Controles Internos em • Prevenção à Lavagem de Dinheiro atendimento à Resolução no. 2.554/98 - garantir que há monitoramento de do Conselho Monetário Nacional. transações de clientes e relatório das operações atípicas às autoridades Sugestão de prática: certificar-se da completude do relatório, de acordo com a Sugestão de prática: implantar um sistema de Resolução. monitoramento de transações com o objetivo de detectar operações atípicas. Implementar • Participar ativamente do fluxo de análise das ocorrências, que desenvolvimento de políticas internas, envolva justificativa de áreas de negócios. que previnam problemas futuros de Implementar rotina de relatório a órgãos não conformidade e a regulamentação reguladores e a comitês internos. aplicável a cada negócio. • Sanções. Sugestão de prática: compliance para implementar um fluxo de aprovação dos Sugestão de prática: garantir que a instituição normativos internos. Catalogação dos não realiza negócios com partes sancionadas. normativos. Garantir que mensagens e pagamentos internacionais não envolvam partes sancionadas. Observar regulamentação de sanções emitida pelo Banco Central do Brasil e também por organismos internacionais.
  • 14. 1 Função de Compliance • Relações com órgãos reguladores Sugestão de prática: participar nas reuniões e fiscalizadores - assegurar-se de das associações de classe e contribuir com que todos os itens requeridos pelos as discussões. reguladores sejam prontamente atendidos pelas várias áreas da • Certificar-se da correta aprovação de instituição financeira assertivamente com novos produtos. representatividade e fidedignidade. Sugestão de prática: participação do Comitê Sugestão de prática: Indicar um Oficial de Novos Produtos, para verificar riscos, de Compliance ou Agente de Compliance como os de “suitability” e Prevenção à para atuar como ponto focal com Lavagem de Dinheiro. órgãos reguladores, garantindo que os requerimentos são atendidos no prazo e que • Sustentabilidade. o posicionamento das diferentes áreas e diretores está alinhado com a estratégia da Sugestão de prática: auxiliar na implantação organização. de políticas socioambientais e acompanhar as tendências internacionais para a • Relações com Auditores Externos participação de instituições financeiras e Internos - assegurar-se que todos nesse tema. Certificar-se de Políticas os itens de auditoria relacionados Internas de Sustentabilidade e também à não conformidade com as leis, auxiliar na implantação de critérios regulamentações e políticas sejam socioambientais na avaliação de clientes, prontamente atendidos e corrigidos pelas para fins de crédito. várias áreas da instituição financeira. Manter a sinergia entre as áreas de É recomendável que a criação do Programa Auditoria Interna, auditores externos e de Compliance seja compatível com Compliance. estrutura, tipo de negócio e perfil de risco de cada instituição. Sugestão de prática: verificar aderência das recomendações das auditorias ou garantir que exista ferramenta de acompanhamento de plano de ação e prazos de atendimento aos itens de ação das auditorias. Certificar-se que todas as áreas são auditadas. • Relações com associações de classe e importantes participantes do mercado para promover a profissionalização da função e auxiliar na criação de mecanismos renovados de revisão de regras de mercado, legislação e regulamentação pertinentes, em linha com as necessidades dos negócios, visando à integridade e à credibilidade do sistema financeiro.
  • 15. 14 Função de Compliance 2.5. Diferença entre Compliance deve ser também tão independente quanto à Auditoria Interna, Auditoria Interna e reportando-se à Alta Administração para informá-la de eventos que representem Compliance riscos para instituição, principalmente risco de compliance, ou seja, regulatório, e que possa afetar a reputação. Verifica-se que “Conforme publicado pelo ‘The Institute Compliance engloba o acompanhamento Of Internal Auditors’ dos EUA, a Auditoria dos pontos falhos identificados pela Auditoria Interna é uma atividade independente, de Interna até que sejam regularizados, avaliação objetiva e de consultoria, destinada configurando intersecção das duas áreas. a acrescentar valor e melhorar as operações de uma organização. A Auditoria Interna Entretanto, apesar de possuir funções assiste a organização na consecução dos semelhantes, compliance faz parte da seus objetivos, através de uma abordagem estrutura de controles, enquanto a auditoria sistemática e disciplinada, na avaliação da avalia essa estrutura. Assim, a área de eficácia da gestão de risco, do controle e dos Compliance, como as demais, deve ser objeto processos de governança. de avaliação da auditoria interna. O próprio material elaborado pelo Comitê Sendo assim, podemos destacar que da Basileia esclarece que a função do auditar compliance constitui oportunidade auditor é vital aos processos de Governança única para a compreensão de seu processo Corporativa, uma vez que os auditores na instituição, isto é, para a avaliação desenvolvem importantes atividades, da cultura de conformidade e do grau de consideradas complementares ao sistema de comprometimento dos profissionais”.5 controles. Enquanto a Auditoria Interna efetua seus trabalhos de forma aleatória e temporal, por meio de amostragens para certificar-se do cumprimento das normas e processos instituídos pela Alta Administração, Compliance executa tais atividades de forma rotineira e permanente, monitorando-as para assegurar, de maneira corporativa e tempestiva, que as diversas unidades da instituição estejam respeitando as regras aplicáveis a cada negócio, ou seja, cumprindo as normas e processos internos para prevenção e controle dos riscos envolvidos em cada atividade. Compliance é um braço dos órgãos reguladores junto à administração no que se refere à preservação da boa 5 MANZI, Vanessa A. “Compliance no Brasil - imagem e reputação e às normas e controles Consolidação e Perspectivas”. São Paulo: Saint Paul, na busca da conformidade. 2008, cit. p. 61 e 62.
  • 16. 15 Função de Compliance 2.6. Responsabilidades • Designar Oficiais de Compliance devendo provê-los de uma adequada da Alta Direção das estrutura administrativa de apoio, a fim de assegurar a funcionalidade da Instituições Financeiras Gestão de Compliance. A nomeação de um Oficial de Compliance não exime a instituição e cada uma de suas áreas A Alta Direção das Instituições Financeiras e funcionários, da obrigatoriedade tem um papel de extrema importância de conhecer, aplicar e desenvolver na disseminação da “Função de controles internos adequados aos riscos Compliance”. A seguir, estão suas principais de seus negócios. responsabilidades: • Estruturar a “Função de Compliance” • Buscar um Sistema de Controles de forma independente e autônoma das Internos adequado ao risco de seus demais áreas da instituição, para evitar negócios, a fim de proporcionar os conflitos de interesses e assegurar a segurança operacional e maior isenta e atenta leitura dos fatos, visando confiabilidade aos seus investidores e a busca da conformidade por meio de clientes. ações corretivas/preventivas e sendo munida com informações relevantes. É esperado que o Programa de Compliance seja aprovado pela Alta Direção e que haja um acompanhamento periódico das ações e dos resultados. Em suma, deve haver consciência de que todo trabalho preventivo é menos custoso do que uma ação detectiva ou reativa.
  • 17. 16 . Integrando atividades de compliance Função de Compliance com as atividades de Gestão de Risco e as práticas de Governança Corporativa Uma estrutura de compliance para Descrevemos, a seguir, alguns tópicos atendimento às demandas dos órgãos passíves de integração entre as práticas de reguladores nacionais e internacionais Governança Corporativa, as atividades de deve contemplar práticas relacionadas à Gestão de Riscos e de compliance: Governança Corporativa, Gestão de Riscos e de compliance a ser adotada por uma instituição financeira que deseja integrar Governança Corporativa ao gerenciamento de compliance uma supervisão de todas as operações, de todos • Estratégia de negócio. os funcionários e de todas as dependências locais e internacionais fomentadas • Diretrizes gerais (políticas) e limites de efetivamente por uma cultura de integridade e exposição a riscos. responsabilidade comercial. • Código de Ética. Integrar as atividades de Governança Corporativa, Gestão de Riscos e compliance • Conselho de Administração e Fiscal. significa entender as exigências dos “stakeholders” de uma instituição financeira • Comitês de Auditoria, de Ética e e de seus investimentos, em termos de Conduta, de Sustentabilidade, de Novos desempenho e conformidade, e alinhar a Produtos, de Crédito, de Tesouraria, de instituição financeira e seus investimentos na Tecnologia da Informação, de Gestão entrega desses objetivos, em retribuição ao de Projetos, de Crises, de Controles apetite pelo risco e à tolerância ao risco da Internos e de Compliance. instituição financeira. • Auditoria Interna. As pessoas, os processos e a tecnologia • Ouvidoria. devem ser desenhados e direcionados de tal maneira que o alcance dos objetivos seja • Políticas de “Conheça seus mensurado, os riscos sejam avaliados e Funcionários”, “Conheça seu Cliente”, e melhorias contínuas sejam realizadas para “Conheça seus Correspondentes”. apoiar a prática da Governança Corporativa, a atividade de Gestão de Riscos e a de • Programa de Segurança da Informação compliance de forma eficaz. e de Continuidade de Negócios. • Programas de Prevenção a Fraude. • Programas de Prevenção aos Crimes de Lavagem de Dinheiro e ao Financiamento ao Terrorismo.
  • 18. 17 Função de Compliance Gestão de Riscos “Compliance” • Política de Gestão de Riscos • Política da função e atividade de Corporativos. compliance. • Matriz de Riscos Corporativos. • Programas de compliance. • Ferramentas Automatizadas de Gestão • Matriz de Riscos de Compliance. de Riscos Corporativos. • Programas de Autoinstrução e • Programas de Autoavaliação de Riscos Treinamentos aos Funcionários. e Controles. • Normas e procedimentos das áreas • Normas e procedimentos das áreas operacionais, departamentos, produtos operacionais, departamentos, produtos e dos sistemas informatizados. e dos sistemas informatizados. • Indicadores-chave de compliance. • Indicadores-chave de riscos. • Relatórios de Monitoramento a • Relatórios de Monitoramento à Exposição aos Riscos de Compliance. Exposição aos Riscos Corporativos. • Comunicação dos resultados para a Alta • Comunicação dos resultados para a Alta Administração. Administração.
  • 19. 18 Função de Compliance A seguir, a interação é apresentada de forma ilustrativa: Conselhos/Comitê de Auditoria Controles Internos Auditoria Interna Áreas de Negócio e Gestão de Riscos Suporte Representantes de Compliance Compliance das Áreas de Negócio Órgãos reguladores Auditoria Externa A interação entre as práticas de Governança • Definição de objetivos. Corporativa, as atividades de gestão de riscos e de compliance adota como premissa • Apetite ao risco e sua tolerância. que o conceito de integração consolidará, dentro de uma instituição financeira, os • Regras e responsabilidades. seguintes princípios comuns permeados pelas atividades descritas anteriormente: • Políticas e procedimentos. • Avaliação de risco e controle. • Gestão de Não Conformidades e de seus Planos de Ação. • Monitoramento tempestivo. • Testes frequentes. • Divulgação e níveis de relatório. • Comunicação e treinamento.
  • 20. 19 Função de Compliance As práticas de Governança Corporativa, Hoje em dia, a habilidade de lidar com o as atividades de Gestão de Riscos e as futuro é, no mínimo, tão importante quanto de compliance por si só não são novas. direcionar a oportunidade da integração Como assuntos individuais, Governança desses conceitos. As atividades de Corporativa, Gestão de Riscos e Compliance compliance necessitam ser mais previdentes sempre foram preocupações fundamentais e pró-ativas e incluem: de instituições financeiras e de seus líderes. O que é novo é uma percepção emergente • Administrar modelos de negócios mais de integrar esses conceitos que, quando complexos, por exemplo, operações em aplicados holisticamente dentro de uma vários territórios. instituição financeira, podem agregar valor significativo e oferecer vantagem competitiva. • Acelerar a taxa de mudança requerida em razão do aumento nas pressões Historicamente, a integração desses competitivas. conceitos vem sendo vista como uma grande oportunidade dirigida para evitar • Lidar com maior dependência numa consequências negativas, como: crescente variedade de “stakeholders” diferentes para executar a estratégia. • Multas por falhas de compliance. • Antecipar a melhor prestação de • Escândalos éticos e financeiros como contas de informações financeiras e resultado de mau comportamento dos não financeiras e as demandas de executivos. transparência por parte dos investidores e outros “stakeholders”. • Surpresas nos resultados financeiros que prejudicam muito a reputação da • Apresentar padrões mais altos de instituição financeira e a imagem da desempenho. marca. • Comportar-se com ética e integridade. • Aumento do custo de capital como resultados de práticas fracas. Muitos são os benefícios de se integrar as práticas de Governança Corporativa, • Ineficiências em operações e altos de Gestão de Riscos e Compliance com custos operacionais. as atividades de Gestão de Riscos e de compliance, as quais podem ser descritas a • Altos custos de compliance derivados seguir: de duplicações de controles. • Habilidade para otimizar o desempenho da instituição financeira com base em um melhor entendimento das obrigações que esta tem para cumprir aquilo que reflete o seu apetite por risco e objetivos de negócios.
  • 21. 20 Função de Compliance • Melhor desempenho como resultado Para a instituição financeira atingir alguns dos de organização, cultura, processos benefícios mencionados anteriormente, deve- e tecnologias muito bem focados e se: alinhados. • Ampliar a visão sobre Governança • Melhor alocação de recursos e eficiência Corporativa. nos processos e na tecnologia que apoia a integração desses conceitos de • Identificar sinergias entre as estruturas e maneira eficiente em termos de custo. as atividades requeridas para apoiar os negócios. • Melhor ambiente de controles internos e habilidade contínua da administração • Abraçar uma nova visão de Compliance em demonstrar que a instituição - uma visão cujo enfoque não seja financeira está no controle. somente nas leis e regulamentações, mas nas normas, nas políticas internas • Demandas do “stakeholder” traduzidas e nas expectativas do stakeholder, e em objetivos de negócios, apresentadas que contemple o compliance como um em sucessão e alinhadas desde o nível agregador de valor para a instituição corporativo até a gerência. financeira, e não como uma função. • Ligação entre conformidade e • Ver a Gestão de Riscos como uma parte desempenho no estabelecimento do integrante de tomada de decisões de objetivo. negócios. • Maior consciência e responsabilidade • Não ligar somente os objetivos de em relação à governança, Gestão de governança, de Gestão de Riscos e Riscos e compliance. de compliance a responsabilidades de conformidade/compliance, mas aos • Indicadores-chave de desempenho e objetivos de desempenho. considerações de riscos identificados e utilizados no auxílio à tomada de decisão. • Mecanismos de mensuração e apresentação de relatórios desenvolvidos para reduzir o risco de surpresas em resultados operacionais/ financeiros. • Racionalização de processos, visando a eliminar eventuais duplicidades, retrabalhos e atividades improdutivas, bem como oportunidades de automatização.
  • 22. 21 4. Reflexão sobre os desafios Função de Compliance para a “Função de Compliance” Apesar de a “Função de Compliance” já ter A seguir, destacamos alguns dos principais sido entendida e estar em prática na maioria desafios da “Função de Compliance”: das instituições e no mercado financeiro em geral, a sua evolução deve ser contínua, a • Ter autoridade necessária para atingir os fim de acompanhar a crescente complexidade objetivos de compliance da instituição: dos negócios e exposição a riscos. relatório independente com acesso ao Conselho e à Alta Administração, Com a crise financeira ocorrida recentemente, desenvolvendo atividades de novas exigências regulatórias globais e compliance sem intervenção e veto de locais deverão ser introduzidas para amparar outras áreas. o crescimento sustentável e a criação de valor de longo prazo, ao mesmo tempo em • Avaliar de forma geral a Governança que o risco sistêmico seja controlado mais Corporativa, Gestão de Riscos e os ativamente e os direitos dos investidores controles na organização: trabalho sejam resguardados. focado na gestão integrada de riscos da instituição e orientado para sua Nesse contexto, além da manutenção estratégia. dos riscos já existentes, a “Função de Compliance” ganha uma importância ímpar, • Zelar pela ética/conduta na organização pois essas novas regulamentações deverão de forma abrangente. ser discutidas, entendidas, divulgadas, implementadas, e a aderência nos processos • Avaliar o impacto da regulamentação e sistemas deverá ser acompanhada, para no negócio, para entender melhor os assegurar a mitigação de novos riscos. riscos envolvidos versus relação custo/ benefício de alterações necessárias de Cabe, ainda, destacar os legados de processos/sistemas/produtos. fusões e aquisições recentes que também exigem atenção, pois compreendem riscos • Desenvolver contatos pró-ativos com comprados e potenciais do próprio período da órgãos reguladores e/ou por intermédio integração das operações. de entidades de classe. • Desenvolver um trabalho cada vez mais próximo da área de negócio, aumentando conhecimentos relacionados a negócios e produtos. • Participar pró-ativamente e preventivamente na aprovação dos riscos de novos produtos/processos e respectivas alterações. • Avaliar a conformidade entre normas externas, internas e políticas corporativas.
  • 23. 22 Função de Compliance • Avaliar a aderência das normas • Capacitar e atualizar constantemente aos processos e procedimentos, as equipes de compliance (descrição de principalmente os processos com cargo, treinamento). mudanças regulatórias. • Mensurar o desempenho e a avaliação: • Avaliar processos que sejam otimizados definição clara da função com com vistas a reduzir custos, sem que objetivos mensuráveis contra os quais isso comprometa a conformidade o progresso pode ser monitorado e regulatória. avaliado. • Identificar e utilizar sistemas que • Disseminar cultura de riscos nas áreas auxiliem na “Função de Compliance”. gestoras: capacitar as linhas de negócio a entender os processos, riscos e • Monitoramento eficiente baseado em controles e a cuidar da qualidade das risco de compliance: detectar desvios e informações que são enviadas aos acompanhar a implementação de ações reguladores com uso gerencial. que mitiguem o risco, solicitar a criação de relatórios faltantes/alertas para riscos • Integrar a relação entre custo e significativos. benefício em uma estrutura de compliance: capacitar pessoas • Revisitar o conteúdo dos relatórios da linha de negócio para atuarem de compliance encaminhados à Alta como representantes da área Administração, a fim de reportar de Compliance em suas áreas e alterações regulatórias significativas, introduzir monitoramento contínuo riscos de compliance emergentes, pelos indicadores são dois exemplos relatar contatos com reguladores, que podem tornar a relação custo e mensuração do desempenho de benefício da função vantajosa, em compliance, evidenciar a efetividade do detrimento de uma equipe exclusiva programa de compliance e apresentar para compliance. No entanto, a proposta de novos trabalhos de estrutura ideal deve ser definida de compliance. acordo com a dimensão e os objetivos de cada organização, bem como a forma de mensurar essa relação de custo e benefício.
  • 24. 2 5. Anexo - Histórico Função de Compliance A necessidade de cumprimento de regras Muitos atos ocorreram posteriormente, estabelecidas para a boa convivência sempre porém, após o fato histórico mencionado, esteve presente na sociedade, de forma que podemos avançar para 1974, onde surge ao longo das últimas décadas converteu-se a figura do Comitê de Regulamentação numa condição indispensável para a boa Bancária e Práticas de Supervisão, criado performance das relações entre os agentes pelos Bancos Centrais dos países membros que formam a sociedade globalizada. do G-10. Nesse ano o mundo passava por várias transformações e crises, especialmente O efeito da globalização, que por alguns do petróleo, fazendo com que muitos pilares especialistas apresenta-se como uma forma constituídos a partir da Conferência de Bretton de crescimento através dos fatores comuns e Woords7, 1944, resultado da segunda guerra mantendo a identidade produtiva da origem, mundial, tivessem que ser revistos. para outros se converte numa condição de extinção da condição local, sobrepondo à Em 1988 começa a era dos controles internos cultura ou identidade de uma nação. e surge o “Acordo de Basiléia”, constituído pelo Comitê de Basiléia, no âmbito do BIS, A verdade é que sob qualquer prisma que publicando os 1 princípios concernentes à possamos analisar a questão não temos supervisão pelos administradores e cultura/ como não deixar de reconhecer que as avaliação de Controles Internos, tendo como relações entre mercados, já intensa, tende a fundamento a ênfase na necessidade de se aprofundar e com isso ampliar a atual teia Controles Internos efetivos e a promoção global de relações e impor a necessidade de da estabilidade do Sistema Financeiro regulamentos que possam disciplinar essas Mundial. Nesse mesmo ano foi publicada relações, oferecendo maior transparência e pelo Congresso Nacional a Lei no. 9.61/98, segurança para todos. dispondo sobre os crimes de lavagem de dinheiro e ocultação de bens, a prevenção Sem aqui expor de forma detalhada um da utilização do Sistema Financeiro Nacional longo processo evolutivo do processo hoje para atos ilícitos, e ainda previstos na denominado “compliance”, podemos tomar referida lei e cria o Conselho de Controle de como marco referencial a Conferência de Atividades Financeiras (COAF). Haia, ocorrida em 190 e que concebeu a fundação do BIS – Bank for International No mesmo ano o Brasil adota os 1 Princípios Settlements, sediado em Basiléia, na Suíça, através da publicação da Resolução cujo principal objetivo foi buscar a cooperação nº. 2,554/98, dispondo sobre o Basiléia II entre os bancos centrais. – Regras Prudenciais. Em 1960 entramos na “era do compliance”, quando a americana “SEC - Secutities and Exchange Commission6” passou a insistir na contratação de “Compliance Officers” para 6 SEC: Equivalente à CVM – Comissão de Valores criar procedimentos internos de controles, Mobiliários, do Brasil. treinar pessoas e monitorar, com o objetivo de 7 Conferência de Bretton Woods: Estabelecidas regras financeiras e econômicas que deveriam ser observadas auxiliar as áreas de negócios a ter a efetiva pelos grandes países industrializados, além de criar o supervisão. FMI (Fundo Monetário Internacional) e o BIRD (Banco Internacional para a Reconstrução e Desenvolvimento).
  • 25. 24 Função de Compliance Em 1997 o Comitê de Basiléia divulga os 25 Através do Comunicado 12.746/04, de princípios para uma Supervisão Bancária dezembro de 2004, o Bacen estabelece Eficaz, com destaque para seu Princípio de os procedimentos para implantação da n.º 14: “Os supervisores da atividade bancária nova estrutura (Basiléia II), alterado pelo devem certificar-se de que os bancos tenham Comunicado nº. 16.17, de setembro de 2007. controles internos adequados para a natureza e escala de seus negócios. Estes devem Com base nesse arcabouço legal, os incluir arranjos claros de delegação de governos e as Instituições Financeiras autoridade e responsabilidade: segregação brasileiras foram estabelecendo regulamentos de funções que envolvam comprometimento e práticas de forma que pudessem estar do banco, distribuição de seus recursos e adequadamente alinhadas às exigências, contabilização de seus ativos e obrigações; necessitando para tanto a criação do reconciliação destes processos; salvaguarda “compliance”, destacando nesse cenário a de seus ativos; e funções apropriadas e Norma Australiana AS 806:1998, de 1998, independentes de Auditoria Interna e Externa como a primeira referência do mundo a e de Compliance para testar a adesão a estes estabelecer os princípios para os programas controles, bem como a leis e regulamentos de compliance. aplicáveis”. Ainda em processo de preparação do ambiente para início da implantação das regras definidas no referido acordo, em 1998, através da Resolução 2.554, o Bacen8, estabelece a exigência de desenvolvimento das Normas de Controles Internos, direcionando as instituições financeiras para a necessidade de criação do Compliance. Em junho de 2004 é publicado o documento do BIS intitulado “Convergência Internacional de Mensuração da nova estrutura de Capital: Uma Estrutura Revisada”, revisando o primeiro acordo e constituído de três pilares; Pilar I (Capital): fortalecimento da estrutura de capitais das instituições, Pilar II (Supervisão): estímulo à adoção das melhores práticas de gestão de riscos, e Pilar III (Disciplina de Mercado): redação da assimetria de informação e favorecimento da disciplina de mercado. Essa revisão do acordo foi denominada de “Acordo de Basiléia II”. 8 Agente supervisor do Sistema Financeiro Nacional, cuja função acabara sendo contemplada no advento do “Acordo de Basiléia II”.
  • 26. 25 Função de Compliance Conforme mencionamos anteriormente, - Crise do setor imobiliário americano, com muitos outros atos aconteceram no repercussão mundial, afetando todas as período mencionado e muitos outros os economias e mergulhando o mercado numa sucederam. Porém, fundamentalmente há profunda crise de confiança. Acontecimento que se considerar que os mesmos foram que exigiu a fusão de grandes conglomerados criados, alterados e melhorados a partir financeiros mundiais e a atuação do FED de grandes acontecimentos que deixaram (Banco Central Americano) com colocação o mundo financeiro perplexo, em muitos de recursos financeiros para evitar a quebra casos com reflexo para toda a sociedade, de grandes e tradicionais Instituições dentre os muitos, podemos citar: 1974 Financeiras, seguido por outros Banco – Caso Watergate, expondo de forma clara Centrais. a fragilidade de controles no Governo Americano; 1995 - A fragilidade no Sistema Com base nesse arcabouço legal, os de Controles Internos contribuiu fortemente governos e as Instituições Financeiras à falência do Banco Barings; 2001 - Falha brasileiras foram estabelecendo regulamentos nos Controles Internos e Fraudes Contábeis e práticas que incitaram o surgimento de levam a ENRON à falência; 2001 – US Compliance. Nesse cenário, merece destaque Patriot Act - Ataque terrorista de 11/agosto a norma australiana AS 806: 1998, de 1998, – USA; 2002 - Falha nos Controles Internos como a primeira referência do mundo a e Fraudes Contábeis levam à concordata da estabelecer os princípios para os programas WORLDCOM; 200 – Falha nos Controles de Compliance. Internos, composto por diversos fatores, levaram à crise da italiana PARMALAT; 2008
  • 27. 26 6. Referências bibliográficas Função de Compliance Associação Brasileira de Bancos Internacionais - ABBI. Documento Consultivo “Função de Compliance”, 2004, disponível em www.abbi.com.br Trabalhos Especiais. Banco Central do Brasil. Manual de Supervisão Bancária, Brasil, 2002. Banco Central do Brasil. Auditoria Interna e Compliance na visão do BACEN: Perspectiva e Responsabilidade 8o. Congresso FEBRABAN de Auditoria Interna e Compliance, 2007. BIS - Bank for International Settelments - Compliance and the Compliance Function in Banks, Basle Committee on Banking Supervision, April, 2005. BIS - Bank for International Settelments - Framework for Internal Control Systems in Banking Organisations, Basle Committee on Banking Supervision, September 1998. KPMG Regulation Compliance (KPMG Australia) - Compliance Challenges, 2008. KPMG’s Frontiers in Finance (KPMG International) - The Art of Compliance, Jun. 2004. Manzi, Vanessa A. Compliance no Brasil - Consolidação e Perspectivas. Saint Paul, São Paulo, 2008. Manzi, Vanessa A. “Compliance - Função, Consolidação e Desafios”. Apresentação realizada no Centro de Governança Corporativa (CEG) em 19/9/2008. Newton, Andrew (2002). “The Handbook of Compliance - making ethics work in financial services”. The edition published by Mind into Matter. Global Best Practices®. Disponível em:www.globalbestpractices.com. PricewaterhouseCoopers. The Future for Compliance - Best Practice and Delivering Value. UK: PricewaterhouseCoopers, 2002. 28p. PricewaterhouseCoopers. Regulatory Compliance: Adding value - A review of future trends. Germany: PricewaterhouseCoopers, 2002. 48p.
  • 28. 27 Função de Compliance PricewaterhouseCoopers. A New Strategy for Success Through Integrated Governance, Risk and Compliance Management. UK: PricewaterhouseCoopers, 2004. 52p. PricewaterhouseCoopers. Protecting the brand - The evolving role of the compliance function and the challenges for the next decade. UK: PricewaterhouseCoopers. 2005. Pesquisa Global 87p. PricewaterhouseCoopers. Compliance em Instituições Financeiras. São Paulo: PricewaterhouseCoopers, 10 de outubro de 2006. Apresentação 6p. The Institute of Internal Auditors - Normas para a Prática Profissional de Auditoria Interna. (2001). Disponível em www.theiia.org . Acesso em jun. 2009.
  • 29.
  • 30. pwc.com/br © 2009 PricewaterhouseCoopers. Todos os direitos reservados. PricewaterhouseCoopers refere-se ao network de firmas membros da PricewaterhouseCoopers International Limited, cada uma das quais constituindo uma pessoa jurídica separada e independente. Versão: julho/2009