PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
Formacao continuada
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1º Encontro de Educação do Colégio Gonçalves Dias
7 e 8 de junho de 2008 - www.gd.g12.br/eegd
Formação continuada: Um desafio para o professor do Ensino Básico 1
Hervaldira Barreto de Oliveira Góes 2
Resumo: O presente artigo busca propor uma reflexão acerca da formação continuada do professor.
A princípio, é preciso conceituar o termo “formação continuada”, e abordar como esta formação se
dá no país, inclusive resgatando o histórico da mesma, verificando como a legislação educacional
favorece este processo. É preciso também, abordar a importância desse da formação continuada
para o profissional na atualidade, apontando assim, os desafios enfrentados pelos docentes como, o
domínio de novas tecnologias, as exigências da sociedade pós-moderna, bem como a necessidade
cada vez mais crescente de se formar para a cidadania. É preciso sensibilizar o professor para que
invista nessa em sua constante formação, pois, é de suma importância manter-se atualizado, e assim
sentir-se mais preparado para enfrentar os desafios que se apresentam em sala de aula, a cada dia de
trabalho.
Palavras-chave: formação docente, legislação educacional, novas tecnologias.
Introdução
O presente artigo é fruto de pesquisa bibliográfica acerca do assunto formação continuada,
bem como, representa tópicos de algumas discussões com estudantes de vários cursos de graduação,
no que tange a formação para a licenciatura.
Segundo Libâneo (2004, p.227),
“O termo formação continuada vem acompanhado de outro, a formação inicial. A
formação inicial refere-se ao ensino de conhecimentos teóricos e práticos destinados
à formação profissional, completados por estágios. A formação continuada é o
prolongamento da formação inicial, visando o perfeiçoamento profissional teórico e
prático no próprio contexto de trabalho e o desenvolvimento de uma cultura geral
mais ampla, para além do exercício profissional.”
O que o autor deseja expressar no parágrafo acima, que não basta concluir um curso de
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Trabalho apresentado no 1º Encontro de Educação do Colégio Gonçalves Dias (Nova Iguaçu - RJ).
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Pedagoga, Especialista em Tecnologia Educacional pela Universidade Cândido Mendes. Atualmente, docente em
cursos de Graduação na Faculdade Souza Marques. Coordenadora do Centro de Capacitação de Professores na Empresa
Escola 24 horas.
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licenciatura e partir para a prática pedagógica, sem mais se preocupar com a formação acadêmica.
Ao contrário, é preciso ter a consciência de que esta formação não acaba com a formatura e sim,
fará parte de toda a sua trajetória profissional.
A escola é uma instituição social, que forma, além do cidadão, o profissional do futuro. É
inegável que o fato se viver atualmente na sociedade da informação e do conhecimento, vem
provocando mudanças rápidas nos valores e padrões sociais. O professor, é responsável pela
formação para a cidadania, portanto, precisa acompanhar essas mudanças, pois as mesmas, com
certeza terão impacto sobre a sua prática.
O professor precisa tomar consciência de que esse processo se tornará presente ao longo de
toda vida profissional, o que o torna capaz de enriquecer a sua prática, e propiciar mudanças a nível
curricular e até organizacional da escola .
Muitas vezes os estudantes de cursos de licenciatura, e até colegas de profissão apontam
grande dificuldade em investir na formação continuada. Porém é preciso entender que, essa
resistência é provocada, no caso dos docentes mais antigos na profissão, por um movimento sócio-
histórico, onde o professor não era visto como produtor de conhecimento, e sim como mero
reprodutor de atividades ligadas a um currículo que não favorecia ao desenvolvimento do
pensamento crítico, ou sobre os conteúdos trabalhados. Não havia prática reflexiva, ou a busca por
saberes e conhecimentos como se tem a liberdade de fazer nos dias atuais.
Perrenoud (1999), afirma que:
“A reflexão possibilita transformar o mau-estar , a revolta, o desânimo, em
problemas, os quais podem ser diagnosticados e até resolvidos com mais
consciência, com mais método. Ou seja, uma prática reflexiva nas reuniões
pedagógicas, nas entrevistas com a coordenação pedagógica, nos cursos de
aperfeiçoamento, nos conselhos de classe, etc...- leva a uma relação ativa e não
queixosa com os problemas e dificuldades.”
Portanto é preciso conhecer um pouco mais sobre como essa formação docente se deu no
país, verificar a influência das legislações educacionais, no incentivo ou não a essas práticas, e o
que fazer para vencer a inércia e investir efetivamente na formação continuada, visando dentre
outros fatores a melhoria da qualidade da educação ministrada.
Essas idéias serão abordadas no decorrer deste trabalho.
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Visão histórica da formação continuada do professor no Brasil
Para iniciar essa reflexão, será abordado o panorama da formação educacional do educador,
a partir da década de 80. Essa foi a época da abertura política do país, o que provocou profundas
transformações sociais.
A escola, começou então a mudar seu pensamento, pois rompeu com o pensamento
tecnicista que comandou a prática pedagógica durante os vinte anos da ditadura.
Com isso, evidencia-se a discussão acerca da formação do educador, levando em
consideração o seu caráter sócio-histórico, pois percebeu-se que este profissional precisava estar a
par de sua realidade, para começar então, o processo de transformação da escola, que se faria
presente posteriormente em toda a sociedade. Começa aí o processo de democratização escola, que
inicia seu processo de transformação em espaço de construção coletiva .
Inicia-se também, a luta pela formação do educador, que até então, era negligenciada pela
escola tecnicista, fruto de uma sociedade marcada pelas influências capitalistas, e que favorecia a
desigualdade e exclusão social, colocando a educação de qualidade como uma realidade para uma
poucos favorecidos sociais, o que mantinha o status quo da classe dominante, em detrimento das
classes populares; maioria da população que enfrentavam o desemprego e a exploração, sem chaces
de melhorar suas condições de vida, pois não se formava para a cidadania.
Embora a década de oitenta represente um marco nas mudanças de pensamento educacional,
percebe-se também que a prática pedagógica da época é conteudista o que provocou um certo
abandono dos debates acerca da prática reflexiva do trabalho docente, bem como do processo de
democratização da escola, pois um trabalho centrado no conteúdo não favorece o desenvolvimento
da formação do educando como um todo.
Chegou-se então a década de noventa, denominada “Década da Educação” a formação de
professores ganha uma importância em função das reformas educativas, através da promulgação da
no Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB 9394/96, que alicerçavam as reformas
políticas do país. O Governo Federal provém incentivo financeiro as escolas públicas, bem como
determina a criação do sistema Nacional de Educação a Distância com a intenção de facilitar ao
professor o acesso a formação continuada, além da distribuição de aparelhos de televisão para as
escolas; iniciar a reforma curricular e fazer distribuição de livros didáticos, tudo isso visando a
melhoria da qualidade da educação no país.
A formação continuada é um fator de extrema importância para que isso ocorra no país, pois
ela favorece não somente esse fator, como também articula formação inicial, melhoria nas
condições de trabalho, salário e carreira.
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Demo (1994) propõe:
“a) Capacidade de pesquisa para corresponder desde logo ao desafio construtivo do
conhecimento, o que transmite em sala de aula tem que fazer parte do processo de
construção do conhecimento assumir textura própria em termos de mensagem,
configurar componente de projeto autônomo criativo e crítico.
b) Elaboração própria para codificar pessoalmente o conhecimento que consegue
criar e variar favorecendo a emergência do projeto pedagógico próprio.
c) Teorização das práticas...
d) Formação permanente.
e) Manejo da instrumentalização eletrônica...” (pág. 54 e 55)
De acordo com o que foi abordado acima, Demo acredita que o professor atual precisa ser
autônomo, criativo, crítico e transformador, um profissional que se preocupe em buscar novos
fazeres e novas praticas para o futuro. Para ele:
“O que se espera do professor já não se resume ao formato expositivo das aulas, a
fluência vernácula, à aparência externa. Precisa centralizar-se na competência
estimuladora da pesquisa, incentivando com engenho e arte a gestão de sujeitos
críticos e autocráticos, participantes e construtivos” Demo (1993 p. 13)
A formação continuada: O que diz a legislação?
Será abordado neste item a formação continuada do professor no que se refere às duas
últimas LDBs, a Lei 5692/71 e a LDB atual 9394/96.
A LDB 5692/71, foi promulgada em meio ao Golpe Militar. Esta Lei, e contribuiu para o
tecnicismo na educação do país. Em seu Capítulo V, a lei aponta o que se deseja dos professores e
especialista da educação. No texto, fica estabelecido a formação mínima exigida para o exercício do
magistério nos ensinos 1º e 2º graus, nomenclatura adotada para referência a esses níveis de ensino
na época.
O Art. 38 da referida lei, determina que:
“Os sistemas de ensino estimularão, mediante planejamento apropriado, o
aperfeiçoamento e atualização constantes dos seus professores e especialistas de
Educação”
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Embora o artigo estivesse presente na lei, poucas ações efetivas ocorreram acerca do
investimento nesta formação, até porque, a lei não aponta formas de se efetivar essa formação na
prática.
Posteriormente essa Lei foi substituída pela que está em vigor atualmente – LDB 9394/96.
A referida lei, fala sobre a formação continuada:
“Art. 63, § III “- programas de educação continuada para os profissionais de
educação dos diversos níveis.
Art. 67 - Os sistemas de ensino promoverão a valorização dos profissionais da
educação, assegurando-lhes, inclusive nos termos dos estatutos e dos planos de
carreira do magistério público.
§ II - aperfeiçoamento profissional continuado, inclusive com licenciamento
periódico remunerado para esse fim;
§ V - período reservado a estudos, planejamento e avaliação, incluído na carga de
trabalho”
Ou seja, a Lei 9394/96, além de incentivar os docentes a investir em sua formação
continuada, assegura aos mesmos melhoria das condições de trabalho, bem como nas condições de
vida desse profissional.
Embora exista respaldo legal para que desenvolva a formação continuada de professores no
Brasil, é preciso comparar essa prerrogativa legal, com a realidade diária dos professores de
Educação Básica do país. O professor brasileiro precisa ser horista para sobreviver, o que diminui
sensivelmente suas possibilidades de tempo e recurso financeiro para tal investimento.
Existem também aqueles profissionais que, por uma questão de formação sócio-histórica,
não vêem necessidade em se atualizar, pois acreditam que sua prática docente é eficaz, porém este
mesmo profissional coloca dificuldades na relação professor - aluno, alegando que os mesmo são
indisciplinados e desinteressados.
Os estudantes hoje convivem com computadores, vídeo-games, internet, utilizam a
linguagem virtual, que se distingue da linguagem culta, pois foi criada para ser utilizada no
ciberespaço, e além do fato de, a todo instante, estarem sendo bombardeados por informações
visuais, sonoras e escritas.
Portanto cabe ao profissional de educação, buscar atualização constante para acompanhar e
orientar seus alunos no consumo das tecnologia, e principalmente, para cumprir a importante tarefa
de transformar informação em conhecimento.
Como enfrentar o desafio de se investir em formação continuada no país?
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Os desafios de manter-se atualizado
Vários são os desafios para que os profissionais de educação invistam efetivamente em sua
formação continuada.
Em primeiro lugar, é preciso falar em mudança de paradigma dos profissionais de educação.
Como já se sabe, existem uma predisposição sócio- histórica que levou o professor a não
investir em sua formação por quê:
• O professor se via como detentor absoluto do saber. Não se desafiava esse profissional, até
porque a concepção tradicional colocava o alunos com “folha em branco” a ser preenchida
pelo professor, que por sua vez, acreditava ter aprendido todo o conteúdo necessário a sua
prática na formação inicial, o que se devia a uma concepção diferente de sociedade;
• Desvalorização do professor perante a sociedade, levando esses profissionais a trabalharem
sem incentivo, o que ocasiona desânimos em crescer na profissão, além de desestimular
novos profissionais a abraçarem a profissão;
• Baixa remuneração do profissional de educação – essas baixas foram se acentuando ao
longo do tempo e provocando até desistência de profissionais na carreira do magistério.
• A pouca valorização, de algumas instituições particulares, pelo esforço que os professores
fazem para custearem seus estudos e, no caso das instituições públicas, falta de
acompanhamento dos cursos, com a não verificação acerca da qualidade dos mesmo, e/ou
não desenvolvendo um controle efetivo de quem investe ou não em sua formação.
• Em contra-partida a essas dificuldades estão os seguintes itens:
• É preciso formar para a cidadania, não apenas em função das exigências legais, mas por uma
exigência social. Urge que se forme cidadãos críticos e conscientes de seu papel na
sociedade, para que se possa promover as transformações que a mesma clama. Esse é o
papel social da escola formar para a sociedade;
• Crianças e adolescentes chegam a escola impregnados do mundo externo a ela. É preciso
estabelecer uma comunicação eficaz com eles e principalmente mostrar-lhes que escola é
espaço vivo, e que acompanha seu mundo, sua linguagem, levando-o a entendê-lo melhor.
• A escola tem a primordial função de transformar informação em conhecimento. Por isso o
professor precisa apropriar-se de linguagens e códigos sócio-culturais, trazê-los para o
ambiente escolar e nesse espaço discutir e construir conhecimento com os alunos.
E as novas tecnologias?
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Sebe-se que os meios sociais estão impregnados por recursos tecnológico, que de certa
forma beneficiam a vida na sociedade atual.
Porém, é preciso também ter um olhar crítico acerca dessa tecnologia, pois hoje a grande
exclusão social, também é fruto da grande exclusão digital existente no país.
O mundo vive a era da globalização e esta, embora traga avanços do ponto de vista
econômico e político, ao se olhar pelo ponto de vista social, esta tem reforçado as diferenças e
conseqüentemente a exclusão.
Com lidar com essas questões? Que papel tem a escola e os educadores frente a esse
panorama sócio-político? Por que investir em formação continuada?
Os professores em sua função, precisam preparar seus alunos para a cidadania e
principalmente para utilizarem estas recursos tecnológicos em prol do seu bem estar social, pessoal
e profissional.
Para isso, os mesmo precisam investir em um processo de atualização constante, pois cabe a
este profissional orientação para o uso consciente de recurso tecnológicos, bem como, educar para
sustentabilidade o que envolve conscientizar a todos, para para que se faça o uso racional dos
recursos naturais do planeta, entre outros assuntos urgentes na sociedade.
Sabe-se que é difícil para alguns profissionais investirem em sua formação por conta de
todos os fatores acima abordados. Porém se faz necessária a tomada de consciência desse
profissional, acerca da sua importância na orientação das gerações mais novas no que se refere a
formação para a cidadania.
Professor, seu papel é de suma importância para a construção da sociedade que se deseja,
uma sociedade mas justa, mais humana, mais solidária e menos excludente.
Demo (1996, p. 273), afirma que:
“Para encarar as competências modernas, inovadoras e humanizadoras, [o educador]
deve impreterivelmente saber reconstruir conhecimentos e colocá-lo a serviço da
cidadania. Assim, professor será quem, sabendo reconstruir conhecimento com
qualidade formal e política, orienta o aluno no mesmo caminho. A diferença entre
professor e aluno, em termos didáticos, é apenas fase de desenvolvimento, já que
ambos fazem estritamente a mesma coisa. (...) Neste sentido, o professor não será
mais profissional de ensino, mas da educação, pois o primeiro tende a ser instrução,
treinamento, domesticação, enquanto a segunda busca a ambiência emancipatória”
Portanto, é preciso ver oportunidades, em vez de dificuldades. Em termos políticos e de
legislação, alguns avanços foram conquistados pelos educadores, que além dos já citados
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anteriormente, hoje se conta também com o Plano Decenal, Parâmetros Curriculares Nacionais,
diretrizes curriculares nacionais para a educação básica, para a educação superior, para educação
infantil, educação de jovens e adultos, educação profissional e tecnológica, avaliação do SAEB -
Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica, Exame Nacional de Cursos (Provão), ENEM -
Exame Nacional do Ensino Médio, descentralização, FUNDEF - Fundo de Manutenção e
Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério, Lei da Autonomia
Universitária, novos parâmetros para as Instituições de Ensino Superior, são medidas que muito
favorecem a uma reforma educativa, bem como, servem de incentivo para que o professorado
invista em sua formação, abrindo assim caminho para novas políticas de formação, financiamento e
gestão mais justa de recursos, para que os mesmo atendam as reais necessidades da educação
nacional.
Essas medidas buscam a melhoria da qualidade de educação, porém para que isso se efetive
é preciso que os profissionais vençam a inércia, e invistam em sua formação, pois isso os tornará
alem de profissionais mais qualificados, pessoas prontas para o pleno exercício de sua cidadania.
Conclusões
Muitos são os desafios acerca da formação continuada dos profissionais de educação no
país.
Como foi abordado ao longo do artigo, vários são os aspectos que contribuem para a que
esse processo, não ocorra de forma satisfatória Apontam-se aqui, as dificuldades sócio-econômicas
da classe de professores, a falta de tempo em função da exaustiva carga horária de trabalho desses
profissionais, além da dificuldade em mudar-se de paradigma e admitir que a sociedade atual exige
um outro perfil dos professores.
Embora essas dificuldades sejam inegáveis, é preciso apurar o olhar e enxergar
possibilidades no lugar de dificuldades. Existe um provérbio chinês que diz, “se você tirar a letra S
da palavra CRISE, esta se transforma em CRIE”
É preciso redescobrir o magistério, redescobrir o aluno, e a escola.
Essa é uma das mais belas profissões que existem e das mais importantes, pois se contribui
para a formação do médico, engenheiro, químico, biólogo... Todos esses profissionais passam pela
escola básica.
Esse trabalho é parte do alicerce da formação acadêmica de todos, independente da carreira
que tenha escolhido seguir.
Portanto, é preciso buscar caminhos e para a auto-formação, pois hoje existem vários
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recursos, principalmente a Educação à Distância, que dá a possibilidade de se estudar em qualquer
lugar que se tenha um computador o televisão, além de baratear sensivelmente o custo desta
formação.
Além disso, é preciso lutar para que a profissão seja mais valorizada, para que se garantam
condições adequadas de trabalho; melhor remuneração para a categoria, o que irá contribuir para
que novos profissionais se sintam atraídos pela profissão; promoverá a integração entre formação
inicial e formação continuada do professor; se criarão programas de formação continuada que
atendam as reais necessidades do profissional, além de oferecer qualidade a mesma;
Não esqueçam também dos recursos mais acessíveis, como jornais, revistas, livros... estes
também propiciam atualização.
Essas ações podem propiciar uma mudança da escola mostrada aqui, por Demo (1994,
p.100):
“As escolas são lugares de “decoreba” onde o aluno tangido para a domesticação,
por vezes, internaliza coisas, junta na cabeça um monte de informações, aprende
pedaços do conhecimento, mas não os junta, sistematiza, questiona, reconstrói,
porque o próprio professor não “sabe fazer isso”.”
O perfil mostrado acima, ainda se faz presente nos tempos atuais, porém não se encaixa nas
exigências sociais vigentes, que necessitam de uma escola viva e de um educador produtor e
organizador do conhecimento.
Professor bem preparado e atualizado, planeja aulas agradáveis aos seus alunos, o que com
certeza contribui para a que se ofereça a educação de qualidade que a sociedade brasileira almeja a
tanto tempo.
Para finalizar, fica para reflexão, uma citação de Libâneo (s/d, p. 227), afirmando que:
“... a formação continuada pode possibilitar a reflexividade e a mudança nas práticas
docentes, ajudando os professores a tomarem consciência das suas dificuldades,
compreendendo-as e elaborando formas de enfrentá-las. De fato, não basta saber
sobre as dificuldades da profissão, é preciso refletir sobre elas e buscar soluções, de
preferência, mediante ações coletivas”
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