SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 15
Docência no Ensino Superior: uma análise reflexiva sobre a prática docente na
aprendizagem do aluno adulto.
Valéria Oliveira Amorim¹
Prof. Me. Adriano A Faria ²
RESUMO
Este artigo apresenta uma reflexão sobre as implicações que a prática docente no
ensino superior pode ter na qualidade da aprendizagem do aluno adulto onde a
cópia do ato de ensinar dará lugar a novas perspectivas. Entretanto, os desafios
existentes são muitos e devem ser considerados pelo educador como uma forma de
superar os métodos tradicionais ainda existentes e melhorar sua prática
educacional. Sabemos que a Universidade é um lugar onde os valores sociais, a
produção do conhecimento e a aplicação deste conhecimento produzido precisa de
fato ser vivenciada, pois só assim, o sistema de ensino brasileiro poderá se
reestruturar de maneira democrática possibilitando a todos os envolvidos atitudes
mais críticas, conscientes e participativas. Neste sentido, a pesquisa é entendida
como a alma da vida acadêmica, onde o desenvolvimento da cultura, da ciência, da
tecnologia e do próprio aluno como individuo atuante na sociedade, são práticas que
devem ser apreendidas como estratégia para a promoção da cidadania e progresso
da educação. Deste modo, o trabalho foi desenvolvido através de uma pesquisa
bibliográfica, onde, utilizando conceitos de diversos autores, tem o intuito de
proporcionar uma maior compreensão sobre a importância da prática docente para
que a formação e capacitação do aluno adulto se construam de maneira significativa
durante o processo ensino-aprendizagem , visto que, o docente do ensino superior,
em um constante processo de aperfeiçoamento e capacitação profissional deve
inovar suas metodologias para que a convivência acadêmica seja proveitosa tanto
para o aluno quanto para o professor.
Palavras-chave: prática docente. aluno adulto. desafios. democrática. educação.
¹ Pós Graduando em Metodologia do Ensino na Educação Superior pelo Centro Universitário
UNINTER/FACINTER em EAD, Graduada em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Amapá
– UNIFAP, Técnica em Secretariado Escolar pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia do Amapá – IFAP e Graduando em Ciências Contábeis pela Universidade Norte do
Paraná – UNOPAR.
² Mestre em Educação e Doutorando em Educação pela Universidade Tuiuti do Paraná. Possui
formação em Filosofia, Marketing e Pedagogia; pós-graduação em Metodologia do Ensino na
Educação Superior, Especialização em EAD, Formação de Docentes e de Orientadores Acadêmicos
em EAD e também, MBA em Planejamento e Gestão Estratégica, pela Faculdade FACINTER-
Curitiba-PR.
1. INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem por objetivo refletir sobre os desafios da prática
docente no ensino superior analisando as implicações existentes para que a
aprendizagem do aluno adulto se dê através de metodologias
inovadoras/questionadoras e não metodologias arcaicas/tradicionais, visto que, ao
longo da história da educação superior brasileira os alunos universitários tiveram
muitas lutas para que o sistema educacional pudesse atender de fato as suas
necessidades e os seus anseios por um ensino superior com qualidade.
Assim, no primeiro momento, se apresentará questões relacionadas à
função social que a educação superior tem no processo ensino aprendizagem, isto
é, não somente na vida do aluno ou na vida do professor, mais principalmente na
sociedade como um todo, pois, a educação de acordo com a maneira com que é
praticada, é capaz de tornar-se a ferramenta necessária para transformar e melhorar
qualquer realidade social, alcançando assim um novo patamar.
No segundo momento, discutir-se-á o conceito de docência a partir do
pressuposto de que educar significa muito mais que instruir ou treinar, mais sim,
formar o homem para que ele possa compreender a sociedade em que vive de
maneira consciente e crítica, tornando-se de fato um cidadão ativo. Os desafios do
professor no ensino superior são muitos, haja vista que, ensinar a alunos que estão
na universidade estudando para seguir a profissão que almejam não é uma tarefa
fácil e requer muita responsabilidade.
Diante deste contexto, o trabalho abordará ainda a importância que a prática
docente tem para o sucesso da aprendizagem do aluno, sabemos que atualmente
ensinar é muito mais que inculcar conteúdos, ensinar deve ir além do que está
programado, ensinar deve romper barreiras e lançar mão de estratégias
pedagógicas capazes de fazer com que as aulas aconteçam de forma prazerosa e
desperte em todos os envolvidos neste processo o compromisso com o novo, com a
descoberta, com o conhecimento apreendido e produzido, enfim, o compromisso
com a própria educação.
E de acordo com estes pressupostos, por fim, será destacado que o
processo de aprendizagem do aluno adulto deve dota-lo de conhecimentos,
habilidades e atitudes para que estes se desenvolvam como profissionais reflexivos,
com capacidade de aprender a interpretar, compreender e refletir citicamente sobre
o mundo que o cerca, buscando cada vez mais produzir, aprimorar e utilizar seus
conhecimentos dentro e fora dos muros da univesidade.
2. DESENVOLVIMENTO
2.1. A EDUCAÇÃO SUPERIOR E SUA FUNÇÃO SOCIAL
A educação superior no Brasil, ao longo da história foi marcada por muitas
lutas e conquistas pra se chegar ao que é hoje, como por exemplo, a Reforma
Universitária de 1968 que elevou a educação brasileira a um novo patamar, assim,
podemos perceber que a democratização do ensino superior é um processo
histórico onde o indivíduo constrói e se constrói de maneia individual e coletiva,
transformando a sua realidade social.
Vivemos tempos de mudanças aceleradas e neste cenário a universidade
precisa ajudar os jovens a pensarem dialeticamente, pois, uma das características
da universidade e de ser um locus de investigação e de produção do conhecimento
como e fundamentado por TEIXEIRA:
A função da universidade é uma função única e exclusiva. Não se trata,
somente, de difundir conhecimentos. O livro também os difunde. Não se
trata, somente, de conservar a experiência humana. O livro também a
conserva. Não se trata, somente, de preparar práticos ou profissionais, de
ofícios ou artes. A aprendizagem direta os prepara, ou, em último caso,
escolas muito mais singelas do que as universidades. (TEIXEIRA, 1998, p.
35)
Desta maneira, é necessário efetivar uma educação superior moderna e
inclusiva, que vise o desenvolvimento holístico do aluno, a pesquisa, o espírito
científico e o pensamento crítico para que este atue de maneira consciente na
sociedade, é uma função que precisa ser concretizada através de uma gestão
democrática, de um ensino livre de metodologias ultrapassadas baseadas apenas
em repassar ideias e de uma educação realizada em vistas da universalidade e
igualdade social.
Porém, para que esta postura democrática do conhecimento se sobreponha
a postura tradicional, as instituições de ensino superior devem apropriar-se de uma
perspectiva educacional que além de valorizar e estimular as habilidades dos alunos
nas diferentes áreas do conhecimento busque valorizar também a democracia, a
inclusão e participação social e os princípios éticos, pois é preciso considerar que:
No ensino superior, o processo ensino aprendizagem é grandemente
facilitado se o professor tem em mente, que deve favorecer o pensamento
crítico, criativo, construtor de novas soluções para os problemas da
realidade, que ele e seus alunos são parceiros no desafio de realizar, a
cada dia, a universidade como instituição social. Isso significa que o papel
da universidade não se esgota na aula, na disciplina ou no curso que
estamos lecionando, mas, sim, quando esse saber retornar a comunidade,
em forma de atuação profissional ética e competente, por meio da criação
de novos saberes e soluções para os problemas que assolam a vida em
sociedade e a sobrevivência do planeta como um todo. Por isso devemos
compreender o conhecimento como emancipatório, tanto para o estudante
que está como nosso aluno quanto para sociedade (NOGUEIRA, p. 78,
2009).
Neste caso, o conhecimento emancipatório deve fazer com que o (adulto)
aprendiz desempenhe um papel consciente e crítico em prol da sociedade, sabendo
enxergar e refletir sobre os problemas sociais existentes e desempenhando assim
um papel social relevante, o que infelizmente muitas vezes vai contra os interesses
do Estado, que por sua vez, deveria contribuir melhor para o direito a uma educação
de qualidade, visto que:
O Estado deveria tomar a educação não pelo prisma do gasto público e sim
como investimento social e político: a educação deveria ser considerada
como um direito, e não como um serviço; a utilização do fundo público
deveria assegurar os direitos sociais; a universidade deveria ter
compromisso com a democratização do saber, dispondo de autonomia
institucional, intelectual e financeira (CHAUÍ, 2003, p. 11-12).
Deste modo, para que ocorra de fato a democratização do saber, a
universidade deve ter como função social a formação científica do conhecimento
para aplicabilidade no desenvolvimento social, formando um agente/profissional com
ações transformadoras, dotado de consciência crítica e compromisso com o social,
sendo ainda, um ser capaz de produzir uma visão difusa e promover a mudança do
ambiente que o cerca, e conseqüentemente iniciando assim, uma transformação no
meio social.
Por tanto, como vimos a educação superior alicerçada ao ensino, a pesquisa
e a extensão é um eixo que liga a educação à sociedade e a sociedade à educação,
pois, segundo o autor Sousa Santos (2010) a:
função de extensão assumirá, em futuro próximo, um significado muito
especial, com implicações nos currículos e nas carreiras docentes e
compreendidas de modo alternativo ao capitalismo global, atribuindo às
universidades uma participação ativa na construção da coesão social, no
aprofundamento da democracia, na luta contra a exclusão social e a
degradação ambiental, na defesa da diversidade cultural (SANTOS, 2010,
p. 73).
E de acordo com FÁVERO (2009, p. 24) “uma das características da
universidade é ser um espaço de investigação e de produção do conhecimento” isso
porque, a universidade é um instrumento capaz de proporcionar através do
conhecimento oferecido ao aluno grandes mudanças sociais, pois ela não estará
formando apenas profissionais para o mercado de trabalho, mais também cidadãos
ativos e projetos sociais para a própria sociedade. E ainda de acordo com o autor:
[...]. Trata-se de manter uma atmosfera de saber pelo saber para se
preparar o homem que o serve e desenvolve. Trata-se de conservar o saber
vivo e não morto, nos livros ou no empirismo das práticas não
intelectualizadas. Trata-se de formular intelectualmente a experiência
humana, sempre renovada, para que a mesma se torne consciente e
progressiva (FÁVERO, 2009, p. 24).
Na continuidade do diálogo, podemos compreender então que a
democratização do ensino entrelaçada a pesquisa e a extensão nas universidades
não é uma utopia tão distante da realidade, entretanto é uma emergência necessária
para que a qualidade acadêmica seja capaz de constituir todos os projetos sócio-
educativos existentes em prol do desenvolvimento da educação e do bem estar
social.
2.2. DOCÊNCIA: OS DESAFIOS DO PROFESSOR UNIVERSITÁRIO
Atualmente docência pode ser entendida, dentro de uma perspectiva de
gestão democrática, como uma ação educativa que objetiva formar cidadãos
conscientes em que o processo ensino-aprendizagem seja uma troca mútua de
conhecimentos e não um processo baseado em uma atuação conteúdista ou
tecnicista, pois fundamentando este conceito Freire (1996, p. 22-23) afirma que “Não
há docência sem discência, as duas se explicam e seus sujeitos apesar de
diferenças que os conotam, não se reduzem à condição de objeto um do outro.
Quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender”. Logo:
Ensinar exige a existência de quem ensina e de quem aprende. Quero dizer
que ensinar e aprender se vão dando de tal maneira que quem ensina
aprende, de um lado, porque reconhece um conhecimento antes aprendido
e, de outro, porque, observando a maneira como a curiosidade do aluno
aprendiz trabalha para apreender o ensinando-se, sem o que não o
aprende, o ensinante se ajuda a descobrir incertezas, acertos, equívocos.
(...) O aprendizado do ensinante ao ensinar se verifica na medida em que o
ensinante, humilde, aberto, se ache permanentemente disponível a
repensar o pensado, rever-se em suas posições; em que procura
envolverse com a curiosidade dos alunos e os diferentes caminhos e
veredas que ela os faz percorrer (FREIRE, 1998, p. 27).
Nesta linha de pensamento, o docente pode ser definido ainda como um
sujeito em ação, onde a relação com o outro (interação professor/aluno) gera a
produção do conhecimento, mas sabemos que este conhecimento só se dará de
maneira significativa se o docente ter o apoio da instituição de ensino com a
formação em serviço e estiver sempre atualizando a sua prática educativa,
relacionando teoria e prática e considerando a sua formação continuada um fator
importante para que os desafios existentes sejam superados com eficácia, pois é
necessário que:
As instituições de ensino têm que investir no desempenho de seus
professores, lutando para que eles sejam profissionais reflexivos,
transformando-se, assim em parceiros da educação, com possibilidade de
discutir novos sistemas escolares de práticas pedagógicas a serem
implantadas com vistas a um retorno eficaz de melhoria da qualidade do
ensino e da conquista da confiança da clientela (MARTINS, 2001, P.15).
Com isso, o professor universitário, como educador, deve muito mais que
ensinar os conteúdos programados aos seus alunos, deve estimular neles a sede
pelo conhecimento, buscar formar cidadãos questionadores, investigadores,
pesquisadores e autores da sua própria história, pois só assim a qualidade de
ensino será exercida de fato por um professor verdadeiramente preparado e
interessado no desenvolvimento da prática docente, visto que:
O avançar no processo de docência e do desenvolvimento profissional,
mediante a preparação pedagógica não se dará em separado de processos
de desenvolvimento pessoal e Institucional: este é o desafio a ser hoje,
considerado na construção da docência no ensino superior (PIMENTA e
ANASTASIOU (2002, p.259).
Sendo assim, a formação constante do professor é importante para o
sucesso de seus alunos, para o seu próprio sucesso, bem como também para o
sucesso da instituição, desta maneira, a falta de preparação profissional deve ser
substituída urgentemente por um corpo docente preparado pedagogicamente e
didaticamente, isso por que:
O professor é o principal mediador do processo de aprendizagem, por
conseguinte, ele deve se preparar com métodos, técnicas e estratégias
apropriadas para esse fim, mais sem esquecer de outras dimensões da
docência (pedagógica, política, ética, estética, social, pessoal, etc.) [...]
sempre partindo do pressuposto de que é fundamental criar espaços de
discussão e reflexão. Dessa forma, evidencia-se a necessidade de
instrumentalizar os futuros professores para lidar com as diversas situações
didáticas, considerando que as práticas educativas estão intrinsicamente
ligadas ao contexto social (NOGUEIRA, 2009, p. 114).
Por tanto, o professor como mediador do conhecimento, precisa com
urgência da capacitação em serviço e de uma preparação que garanta o
desenvolvimento de habilidades e conhecimentos necessários para uma ação
segura por parte desses profissionais, ações diferenciadas que tragam os resultados
esperados.
Contudo, o professor que atua na educação superior precisa de fato ser
mais valorizado, uma vez que, a contínua formação deste profissional é essencial
para o exercício de ações pautadas em práticas reflexivas que atendam as
necessidades dos seus alunos.
Outro fator importante a se discutir é a ética profissional, visto que, a prática
educativa e a ética devem estar em constante harmonia para que o aprendizado
aconteça de forma saudável, mas sabemos que ensinar os princípios e os valores
morais em uma sociedade capitalista e alienante que objetiva deixar o homem alheio
do que acontece de fato em sua realidade não é uma tarefa fácil, e de acordo com
PAULINO (2010):
A ética na docência implica em uma dimensão de respeito mútuo,
solidariedade, compreender os limites, para poder conduzir o educando a
uma vida digna. E assegura-se que a ética também está investida na
consideração de profissionais para com profissionais no trato do espaço de
cada um.
Assim, o professor deve perceber que está formando sujeitos que estão à
procura de conhecimento, logo, tal conhecimento deve ser ensinado e produzido
baseado na ética entre ambos os lados e não baseado em falsos discursos
ideológicos que são ditos mais não são de fato vivenciados. E o professor ao
assumir a docência, assume o compromisso de ser ético não somente para com
seus alunos, mais também, ético para com a sociedade, bem como fundamenta
CORRÊA (2008):
A ética profissional está fundamentada num conceito direcionado para o
desenvolvimento do aluno e professor, se constitui como guia que orienta e
estimula a mudança de comportamentos e amplia a capacidade do
professor em pensar no seu papel, a fim de que a sua ação pedagógica seja
mais eficiente e eficaz na sala de aula, na escola e na sociedade. Pois a
partir da ética define-se o comprometimento profissional, político e social do
docente.
Deste modo, o docente precisa compreender em seu pensamento que a
ética é um princípio indispensável para que ele possa desempenhar com eficiência o
seu papel, pois, é um formador de opiniões. Assim, ser docente corresponde a ser
um profissional construído por dimensões éticas, princípios, valores morais e
políticos capazes de ser exemplo de inspiração para seus acadêmicos e fazê-los
buscar o seu pleno desenvolvimento, enfim, este é um dos maiores desafios de ser
docente.
2.3. A IMPORTÂNCIA DA PRÁTICA DOCENTE NO ENSINO SUPERIOR
A prática docente no ensino superior deve levar em conta uma série de
fatores cruciais para o pleno desenvolvimento do aluno, neste caso, deve priorizar
principalmente a formação de indivíduos com o espírito cientifico e o pensamento
reflexivo.
Vale ressaltar que a educação e a pesquisa devem caminhar juntas, pois, é
necessário que os indivíduos sejam educados não por professores aulistas ou
conteúdistas, mais sim, por professores pesquisadores que buscam contribuir tanto
com o desenvolvimento social e cultural da sociedade quanto com o seu
desenvolvimento científico. E conforme visto, na LDBEN 9.394/96, o Artigo 43,
parágrafos III, IV e V garantem:
Parágrafo III: incentivar o trabalho de pesquisa e investigação científica,
visando o desenvolvimento da ciência e da tecnologia e da criação e difusão
da cultura e, desse modo, desenvolver o entendimento do homem e do
meio em que vive. Parágrafo IV: promover a divulgação de conhecimentos
culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e
comunicar o saber através do ensino, de publicações ou de outras formas
de comunicação. Parágrafo V: suscitar o desejo permanente de
aperfeiçoamento cultural e profissional e possibilitar a correspondente
concretização, integrando os conhecimentos que vão sendo adquiridos
numa estrutura intelectual sistematizadora do conhecimento de cada
geração (LDBEN, 1996).
Deste modo, é necessário educar por meio da pesquisa, pois, docência e
pesquisa se completam na educação superior. Nesta linha de raciocínio, o professor
por sua vez, ao ser um professor pesquisador precisa utilizar tecnologias e
metodologias de trabalho que no decorrer do processo de ensino-aprendizagem
possam motivar, estimular, orientar e exigir o melhor do seu aluno para que ele ao
receber uma informação não a aceite passivamente, ao contrário, duvide, questione,
pesquise, e assim, possa reconstruir seu próprio conhecimento. Neste contexto
NÉRICI (1993) afirma que:
[...]educação é o processo que visa a revelar e a desenvolver as
potencialidades do indivíduo em contato com a realidade, a fim de levá-lo a
atuar na mesma de maneira consciente (com conhecimento), eficiente (com
tecnologia) e responsável (eticamente) a fim de serem atendidas as
necessidades e aspirações da criatura humana, de natureza pessoal, social
e transcendental. [...] ensino é o processo que visa a modificar o
comportamento do indivíduo por intermédio da aprendizagem com o
propósito de efetivar as intenções do conceito de educação, bem como
habilitar cada um a orientar a sua própria aprendizagem, a ter iniciativa, a
cultivar a confiança em si, a esforçar-se, a desenvolver a criatividade, a
entrosar-se com seus semelhantes, a fim de poder participar na sociedade
como pessoa consciente, eficiente e responsável (NÉRICI, 1993)
Por tanto, o uso de metodologias e tecnologias modernas como data show,
computadores, internet, equipamentos para pesquisa e outras ferramentas que
estimulam e facilitam a aprendizagem relacionando teoria e prática, são cruciais
para que a práxi pedagógica no ensino superior saiba direcionar as informações
para a produção do conhecimento e por esse prisma, a qualificação profissional do
aluno adulto, pois segundo NOGUEIRA (2009, p. 113):
O processo de construção do trabalho do professor é gradual, pois não se
trata de simples reprodução, é importante coordenar operações no sentido
da evolução constante do aluno adulto em seu caminho profissional e em
sua vida acadêmica e pessoal. Por isso, a relevância da mediação na
construção do conhecimento e da aprendizagem do aluno adulto.
Assim sendo, o educador no contexto universitário deve fazer com que a sua
práxi educacional não se limite a teorias e sim busque e reflita uma postura
educadora em que suas ações possam constituir um processo de ensino –
aprendizagem causador de efeitos não somente na sua vida, mais na vida do seu
aluno, na instituição de ensino e na sociedade como um todo.
Nessa dimensão, a docência define-se como uma ação educativa que se
constitui no ensino-aprendizagem, na pesquisa e na gestão de contextos educativos,
na perspectiva da gestão democrática, neste contexto, GÓMEZ (2001) fundamenta
que:
os docentes devem viver a aventura do conhecimento, da busca e do
contraste crítico e reflexivo se querem provocar nas novas gerações o amor
pelo saber e o respeito pela diversidade e pela criação; devem amar a
democracia e se comprometer com suas exigências de compreensão
compartilhada se querem criar um clima de relações solidárias e se
pretendem construir a comunidade democrática de aprendizagem (GÓMEZ,
2001, p. 304).
E seguindo este raciocínio Demo (2004, p. 72-73) enfatiza que o que define
o professor:
é a habilidade de aprender a aprender em seu campo profissional, seguida
da habilidade de fazer o aluno prender [...] A rigor, quem não estuda não
tem aula para dar. Mais: quem não reconstrói conhecimento, não pode fazer
o aluno reconstruir conhecimento. Para que o aluno pesquise e elabore,
supõe-se professor que pesquise e elabore (DEMO, 2004, p. 72-73).
Para CUNHA,
A formação do educador é um processo, acontecendo no interior das
condições históricas que ele mesmo vive. Faz parte de uma realidade
concreta determinada, que não é estática e definitiva. É uma realidade que
se faz no cotidiano. Por isso, é importante que este cotidiano seja
desvendado. O retorno permanente da reflexão sobre a sua caminhada
como educando e como educador é que pode fazer avançar o seu
fazerpedagógico (CUNHA, 2004).
Podemos dizer então que, o trabalho docente caracteriza-se como
processos e práticas de produção, organização, difusão e apropriação de
conhecimentos em que o próprio docente define-se como um sujeito, em ação e
interação com o outro, produtor de saberes na e para a realidade.
2.4. A APRENDIZAGEM DO ALUNO ADULTO
O processo de aprendizagem do aluno adulto na educação superior mesmo
sendo formalizado e sistemático, deve considerar que estes alunos já detêm uma
gama de aprendizados anteriores e que apesar de estarem inseridos em um mesmo
contexto, cada um apresenta características próprias e formas de aprender
diferenciadas que devem ser percebidas e trabalhadas de maneira equilibrada pelo
professor, isso porque:
No caso do aluno adulto do ensino superior, isso ocorre de maneira mais
explícita, pois o estudante adulto já está escolarizado e traz consigo toda
uma bagagem de aprendizagens anteriores adquiridas na educação formal,
como também na educação informal e em toda a sua experiência de vida.
Contudo, o aluno adulto não é um ser imutável, ele continua em constante
desenvolvimento e está sempre em processo de aprendizagem [...] assim, o
mais importante é o professor manter o foco no desenvolvimento do aluno
como um todo, contemplando a formação profissional, os conhecimentos
interdisciplinares, a prática de pesquisa, as relações interpessoais, a ética, a
interação teoria e prática e a relação de todos estes atores com a formação
pessoal, ou seja, há de se priorizar uma formação integral do aluno
(NOGUEIRA, p. 21 e22, 2009).
Por conseguinte, contribuir para a formação integral do estudante
universitário é uma prioridade que deve ser considerada não somente no ensino
superior, mais sim, em todos os níveis de ensino, visto que, a aprendizagem além de
ser constante, deve oportunizar ao aluno mediante as estratégias utilizadas pelo
professor, a sua formação social, pessoal, intelectual e profissional.
Para tanto, o professor deve utilizar técnicas nas atividades em sala de aula
capazes de estimular o discente a atenção, concentração e interação, para que se
sintam motivados a aprender conciliando os estudos ao trabalho e a outras
atividades dentro e fora da universidade, aprendendo assim a analisar problemas e
propor soluções.
E através de um conhecimento emancipatório, como já foi discutido
anteriormente, o processo pedagógico deve fazer com que o (adulto) aprendiz saiba
correlacionar teoria e prática a favor da própria sociedade, no entanto:
[...] o aluno nem sempre consegue fazer essa relação, razão pela qual é
preciso que no planejamento de aulas o professor tenha em mente que é
necessário sempre contextualizar e problematizar o que ensina.
Contextualizar significa fazer relações com o dia a dia, com a prática social,
e problematizar é tomar esta mesma prática social como elemento que nos
aponta problemas ainda não resolvidos pela humanidade e que podem ser
melhor compreendidos se tivermos a teoria (contextualizada, significativa,
“viva”) como referencia. Isso quer dizer, mais uma vez, que precisamos
promover o conhecimento relacional e, não o mero repasse de informações
(NOGUEIRA, p. 78, 2009).
Neste contexto, a aprendizagem sistemática do aluno adulto deve acontecer
considerando sua formação já adquirida fora da universidade, promovendo ainda,
uma educação permanente, integral ou andragogia, onde o aluno terá autonomia
para direcionar suas ações e alcançar seus objetivos, pois de acordo com Nogueira
(2009) “a palavra andragogia deriva das palavras gregas andros (homem) + agein
(conduzir) + logos (tratado, ciência) referindo-se à filosofia, à ciência e à técnica de
educação de adultos”, logo, é preciso considerar um ensino específico voltado a
aprendizagem dos adultos.
Deste modo, a andragogia é um conceito que traz contribuições importantes
para a educação permanente do aluno adulto como um ser autônomo e responsável
por seus atos e decisões, isso porque, ainda de acordo com Nogueira (2009) “para a
andragogia o estudante precisa ser compreendido pelo professor como sujeito da
sua própria aprendizagem”, neste sentido, o docente precisa conduzir este processo
observando que:
Cabe, porém, ao professor, incentivar e ajudar a desenvolver a autonomia,
o que se consegue por meio das aulas interativas, fazendo com que o aluno
se sinta capaz de intervir, perguntar e discordar. Também no planejamento
de atividades os alunos podem ser incentivados a se posicionares,
decidirem junto com o professor os melhores caminhos [...] devemos ter
como meta o desenvolvimento da autonomia, sem, porém, pressupor que
ela já esta desenvolvida em todos os alunos. O processo de orientação das
atividades, de supervisão do aprendizado continua sendo papel do
professor, mas de maneira interativa, dialógica e respeitosa (NOGUEIRA, p.
94, 2009).
Para tanto, é necessário ajudar o aluno adulto a se autoconhecer
identificando as estratégias e técnicas necessárias para que este mantenha a
atenção nas aulas, retenha o aprendizado da melhor maneira possível e nesta
perspectiva, se sinta motivado a buscar novos horizontes e descobrir novos
caminhos que o levem a produção do conhecimento por meio de uma educação
continuada e integral.
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Não é possível esgotar um assunto de tão grande relevância e que
abrange inúmeros conceitos e concepções, porém, diante da construção deste artigo
foi possível refletir melhor sobre as implicações que envolvem a prática docente e a
aprendizagem do aluno adulto.
Com o que foi exposto no desenvolvimento deste trabalho, observamos
que o exercício de uma postura crítica e reflexiva da práxi docente é primordial para
que o processo de ensino e aprendizagem se desenvolva para a formação de
profissionais/cidadãos capazes de construir uma sociedade mais democrática e
preocupada com o progresso da educação.
E diante de todos os pressupostos já apresentados é possível
compreender que a instituição de ensino superior deve proporcionar e implementar
ações inovadoras e políticas públicas que proporcionem a formação continuada do
professor, para que este saiba lidar com as situações desafiadoras em sala de aula
e modele seus alunos como autores da sua própria história e não meros
coadjuvantes que não sabem questionar e transformar a realidade social em que
vivem.
Conclui-se desse modo, que, a formação para a docência no ensino
superior deve ser mais valorizada, e este profissional da educação ao estabelecer a
relação teoria e prática por meio das diferentes estratégias de ensino e
principalmente da pesquisa, estará contribuindo para que o aprendiz (o aluno adulto)
torne-se de fato um indivíduo formado pessoal, social, e profissionalmente.
Logo, a atuação docente no ensino superior deve ser realizada através de
um processo mútuo de troca de conhecimentos entre o aluno e o professor, pois a
aprendizagem do aluno adulto e a constante formação profissional do educador são
nitidamente interdependentes, sendo assim, a relação entre estes atores deve ser
pautada no aprimoramento pessoal, intelectual e profissional de ambos.
Por fim, é válido considerar que a constante formação tanto do professor
quanto do aluno, uma vez que, ambos podem ser interpretados como seres
inacabados e em um permanente processo de busca e aprimoração do
conhecimento, a reflexão e atuação crítica destes indivíduos na sociedade torna-se
um valioso instrumento de auto desenvolvimento e transformação social e
educacional.
4. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL, Ministério da Educação. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB Nº.
9.394/96, 20 dez. 1996.
CHAUÍ, Marilena. A Universidade em ruínas. In: Trindade, Hélgio (org.). Universidade em Ruínas na
República dos Professores. Petrópolis: Vozes, 1999.
CORRÊA, Silvia Saldanha. A ética e sua aplicabilidade na prática docente. Disponível em:
<http://www.webartigos.com/articles/10245/1/A-Etica-E-Sua-Aplicabilidade-Na-Pratica
Docente/pagina1.html>. Acesso em 18 de abril de 2013.
CUNHA, Maria Isabel. O bom professor e sua prática. 16ª edição. Campinas: Papirus, 2004a.
DEMO, Pedro. Universidade, aprendizagem e avaliação: horizontes reconstrutivos. Porto Alegre:
Mediação, 2004.
FÁVERO, Maria de Lourdes, LOPES, Sonia de Castro. A Universidade do Distrito Federal (1935-
1939). Um projeto além de seu tempo. Brasília. CNPq/Líber Livro Editora. 2009.
FREIRE, Paulo. Educação como prática da liberdade. 22 ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1996.
_______. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa , 28ª ed., São Paulo:
Paz e Terra, 1996 (Coleção Leitura).
_______. Professora sim, tia não – cartas a quem ousa ensinar. 9ª edição. São Paulo: Olho
d’Água/Loyola, 1998.
GÓMEZ, A. I. Pérez. A cultura escolar na sociedade neoliberal. Porto Alegre: Artmed, 2001.
MARTINS, Jorge Santos. O trabalho com projeto de pesquisa: do ensino fundamental ao ensino
médio / Jorge Santos Martins. – Campinas, SP: Papirus, 2001 – (Coleção Papirus Educação).
NÉRICI, Imídio G. Didática do Ensino Superior. São Paulo: Ibrasa, 1993. Disponível em:
http://www.cintiabarreto.com.br/artigos/relacaoprofessoraluno. Acesso em: 22 de março de 2013.
NOGUEIRA, Makeliny Oliveira Gomes. Aprendizagem do Aluno Adulto: Implicações para a
Prática Docente no Ensino Superior. Editora IBEPEX. 2009.
PAULINO, Antonio Mulato. Os elementos formadores da docência. Disponível em: <
http://www.zmartigos.com.br/carreiras/sociais-aplicadas/pedagogia/trabalho/44633-elementos-
formadores-da-doccia.html>. Acesso em 19 de abril 2013.
PIMENTA, Selma Garrido; ANASTASIOU, Lea das Graças C. Docência no ensino superior. São
Paulo: Cortez, 2003.
SOUSA SANTOS, Boaventura de. A Universidade no século XXI: para uma reforma democrática
e emancipatória da Universidade. São Paulo, Cortez Editora, 3ª ed. 2010.
TEIXEIRA, Anísio. Educação e universidade. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 1998.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Trabalho educativo _2004[1]
Trabalho educativo _2004[1]Trabalho educativo _2004[1]
Trabalho educativo _2004[1]NandaTome
 
Arq idvol 28-1391209402
Arq idvol 28-1391209402Arq idvol 28-1391209402
Arq idvol 28-1391209402maria152302
 
Plano de acao_escola_mundo_de_alice
Plano de acao_escola_mundo_de_alicePlano de acao_escola_mundo_de_alice
Plano de acao_escola_mundo_de_aliceJesica Hencke
 
Ba01 grupoa-is-doc-proposta
Ba01 grupoa-is-doc-propostaBa01 grupoa-is-doc-proposta
Ba01 grupoa-is-doc-propostaAnguera Online
 
Analisando a educação de jovens e adultos na escola de hoje 2015
Analisando a educação de jovens e adultos na escola de hoje 2015Analisando a educação de jovens e adultos na escola de hoje 2015
Analisando a educação de jovens e adultos na escola de hoje 2015cefaprodematupa
 
1. programa mais educação sp
1. programa mais educação sp1. programa mais educação sp
1. programa mais educação spUlisses Vakirtzis
 
Interatividade na escola
Interatividade na escolaInteratividade na escola
Interatividade na escolacefaprodematupa
 
6.revista magistério 3 o aluno
6.revista magistério 3 o aluno6.revista magistério 3 o aluno
6.revista magistério 3 o alunoUlisses Vakirtzis
 
1. programa mais educação sp
1. programa mais educação sp1. programa mais educação sp
1. programa mais educação spUlisses Vakirtzis
 
FORMAÇÃO CONTINUADA PARA O ENSINO SUPERIOR: ASPECTOS RELEVANTES PARA ATUAÇÃO...
FORMAÇÃO CONTINUADA PARA O ENSINO SUPERIOR:  ASPECTOS RELEVANTES PARA ATUAÇÃO...FORMAÇÃO CONTINUADA PARA O ENSINO SUPERIOR:  ASPECTOS RELEVANTES PARA ATUAÇÃO...
FORMAÇÃO CONTINUADA PARA O ENSINO SUPERIOR: ASPECTOS RELEVANTES PARA ATUAÇÃO...christianceapcursos
 
Resumo da proposta de tempo integral
Resumo da proposta de tempo integralResumo da proposta de tempo integral
Resumo da proposta de tempo integralescolabeatriz
 
EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA NO ENSINO SUPERIOR
EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA NO ENSINO SUPERIOREDUCAÇÃO E TECNOLOGIA NO ENSINO SUPERIOR
EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA NO ENSINO SUPERIORFelipe Machado
 

Mais procurados (19)

Trabalho educativo _2004[1]
Trabalho educativo _2004[1]Trabalho educativo _2004[1]
Trabalho educativo _2004[1]
 
Caderno ii
Caderno   iiCaderno   ii
Caderno ii
 
Arq idvol 28-1391209402
Arq idvol 28-1391209402Arq idvol 28-1391209402
Arq idvol 28-1391209402
 
Plano de acao_escola_mundo_de_alice
Plano de acao_escola_mundo_de_alicePlano de acao_escola_mundo_de_alice
Plano de acao_escola_mundo_de_alice
 
Ba01 grupoa-is-doc-proposta
Ba01 grupoa-is-doc-propostaBa01 grupoa-is-doc-proposta
Ba01 grupoa-is-doc-proposta
 
Analisando a educação de jovens e adultos na escola de hoje 2015
Analisando a educação de jovens e adultos na escola de hoje 2015Analisando a educação de jovens e adultos na escola de hoje 2015
Analisando a educação de jovens e adultos na escola de hoje 2015
 
Professores iniciantes
Professores iniciantesProfessores iniciantes
Professores iniciantes
 
Escola e sociedade
Escola e sociedadeEscola e sociedade
Escola e sociedade
 
1. programa mais educação sp
1. programa mais educação sp1. programa mais educação sp
1. programa mais educação sp
 
5.revista magistério 2
5.revista magistério 25.revista magistério 2
5.revista magistério 2
 
Interatividade na escola
Interatividade na escolaInteratividade na escola
Interatividade na escola
 
A18
A18A18
A18
 
6.revista magistério 3 o aluno
6.revista magistério 3 o aluno6.revista magistério 3 o aluno
6.revista magistério 3 o aluno
 
Jornada apicum açu 1
Jornada apicum açu 1Jornada apicum açu 1
Jornada apicum açu 1
 
1. programa mais educação sp
1. programa mais educação sp1. programa mais educação sp
1. programa mais educação sp
 
FORMAÇÃO CONTINUADA PARA O ENSINO SUPERIOR: ASPECTOS RELEVANTES PARA ATUAÇÃO...
FORMAÇÃO CONTINUADA PARA O ENSINO SUPERIOR:  ASPECTOS RELEVANTES PARA ATUAÇÃO...FORMAÇÃO CONTINUADA PARA O ENSINO SUPERIOR:  ASPECTOS RELEVANTES PARA ATUAÇÃO...
FORMAÇÃO CONTINUADA PARA O ENSINO SUPERIOR: ASPECTOS RELEVANTES PARA ATUAÇÃO...
 
Resumo da proposta de tempo integral
Resumo da proposta de tempo integralResumo da proposta de tempo integral
Resumo da proposta de tempo integral
 
EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA NO ENSINO SUPERIOR
EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA NO ENSINO SUPERIOREDUCAÇÃO E TECNOLOGIA NO ENSINO SUPERIOR
EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA NO ENSINO SUPERIOR
 
Artigo mídias na educação
Artigo mídias na educaçãoArtigo mídias na educação
Artigo mídias na educação
 

Semelhante a Artigo Docência no Ensino Superior

O uso responsável do celular na sala de aula
O uso responsável do celular na sala de aulaO uso responsável do celular na sala de aula
O uso responsável do celular na sala de aulaEdison Paulo
 
Educação- AD1 DIDÁTICA
Educação- AD1 DIDÁTICAEducação- AD1 DIDÁTICA
Educação- AD1 DIDÁTICABruna Machareth
 
Relatório de estágio
Relatório de estágioRelatório de estágio
Relatório de estágioLeilany Campos
 
O papel da didática na perspectiva da formação superior.
O papel da didática na perspectiva da formação superior.O papel da didática na perspectiva da formação superior.
O papel da didática na perspectiva da formação superior.Jose Gomes DE Abreu
 
A ESCOLA E SUA CONTRIBUIÇÃO NA FORMAÇÃO DE SUJEITOS: UM OLHAR A PARTIR DA NOV...
A ESCOLA E SUA CONTRIBUIÇÃO NA FORMAÇÃO DE SUJEITOS: UM OLHAR A PARTIR DA NOV...A ESCOLA E SUA CONTRIBUIÇÃO NA FORMAÇÃO DE SUJEITOS: UM OLHAR A PARTIR DA NOV...
A ESCOLA E SUA CONTRIBUIÇÃO NA FORMAÇÃO DE SUJEITOS: UM OLHAR A PARTIR DA NOV...Claudinei Gonçalves de Lima
 
Restinga Sêca - Maria Nelcinda Forrati Pereira
Restinga Sêca - Maria Nelcinda Forrati PereiraRestinga Sêca - Maria Nelcinda Forrati Pereira
Restinga Sêca - Maria Nelcinda Forrati PereiraCursoTICs
 
CURRÍCULO, TECNOLOGIA E FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA
CURRÍCULO, TECNOLOGIA E FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLACURRÍCULO, TECNOLOGIA E FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA
CURRÍCULO, TECNOLOGIA E FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLAcefaprodematupa
 
Plano de acao_escola_mundo_de_alice
Plano de acao_escola_mundo_de_alicePlano de acao_escola_mundo_de_alice
Plano de acao_escola_mundo_de_aliceJesica Hencke
 
GestãO DemocráTica
GestãO DemocráTicaGestãO DemocráTica
GestãO DemocráTicaguest0c0b6b
 
O PIBID e seus percursos: “Uma nova maneira de ensinar História
O PIBID e seus percursos: “Uma nova maneira de ensinar HistóriaO PIBID e seus percursos: “Uma nova maneira de ensinar História
O PIBID e seus percursos: “Uma nova maneira de ensinar HistóriaPIBID HISTÓRIA
 
Conceitos de educação ad1 didática - slide
Conceitos de educação ad1  didática - slideConceitos de educação ad1  didática - slide
Conceitos de educação ad1 didática - slidePatrícia Neves
 
1. programa mais educação sp
1. programa mais educação sp1. programa mais educação sp
1. programa mais educação spUlisses Vakirtzis
 
Congresso apres. wildete inovações e ppp
Congresso apres. wildete inovações e pppCongresso apres. wildete inovações e ppp
Congresso apres. wildete inovações e pppWildete Silva
 
Plano de Gstão Escola au santo
Plano de Gstão Escola au santoPlano de Gstão Escola au santo
Plano de Gstão Escola au santoLucio Lira
 
Políticas pedagógicas curriculares contexto, diretrizes e açõesparte 2
Políticas pedagógicas curriculares  contexto, diretrizes e açõesparte 2Políticas pedagógicas curriculares  contexto, diretrizes e açõesparte 2
Políticas pedagógicas curriculares contexto, diretrizes e açõesparte 2♥Marcinhatinelli♥
 

Semelhante a Artigo Docência no Ensino Superior (20)

Ensino pesquisextensão
Ensino pesquisextensãoEnsino pesquisextensão
Ensino pesquisextensão
 
Ad1
Ad1Ad1
Ad1
 
O uso responsável do celular na sala de aula
O uso responsável do celular na sala de aulaO uso responsável do celular na sala de aula
O uso responsável do celular na sala de aula
 
Educação- AD1 DIDÁTICA
Educação- AD1 DIDÁTICAEducação- AD1 DIDÁTICA
Educação- AD1 DIDÁTICA
 
Pacto EM
Pacto EMPacto EM
Pacto EM
 
Relatório de estágio
Relatório de estágioRelatório de estágio
Relatório de estágio
 
O papel da didática na perspectiva da formação superior.
O papel da didática na perspectiva da formação superior.O papel da didática na perspectiva da formação superior.
O papel da didática na perspectiva da formação superior.
 
A ESCOLA E SUA CONTRIBUIÇÃO NA FORMAÇÃO DE SUJEITOS: UM OLHAR A PARTIR DA NOV...
A ESCOLA E SUA CONTRIBUIÇÃO NA FORMAÇÃO DE SUJEITOS: UM OLHAR A PARTIR DA NOV...A ESCOLA E SUA CONTRIBUIÇÃO NA FORMAÇÃO DE SUJEITOS: UM OLHAR A PARTIR DA NOV...
A ESCOLA E SUA CONTRIBUIÇÃO NA FORMAÇÃO DE SUJEITOS: UM OLHAR A PARTIR DA NOV...
 
Restinga Sêca - Maria Nelcinda Forrati Pereira
Restinga Sêca - Maria Nelcinda Forrati PereiraRestinga Sêca - Maria Nelcinda Forrati Pereira
Restinga Sêca - Maria Nelcinda Forrati Pereira
 
CURRÍCULO, TECNOLOGIA E FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA
CURRÍCULO, TECNOLOGIA E FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLACURRÍCULO, TECNOLOGIA E FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA
CURRÍCULO, TECNOLOGIA E FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA
 
Livro de Didatica
Livro de DidaticaLivro de Didatica
Livro de Didatica
 
Plano de acao_escola_mundo_de_alice
Plano de acao_escola_mundo_de_alicePlano de acao_escola_mundo_de_alice
Plano de acao_escola_mundo_de_alice
 
programa mais educação sp
programa mais educação spprograma mais educação sp
programa mais educação sp
 
GestãO DemocráTica
GestãO DemocráTicaGestãO DemocráTica
GestãO DemocráTica
 
O PIBID e seus percursos: “Uma nova maneira de ensinar História
O PIBID e seus percursos: “Uma nova maneira de ensinar HistóriaO PIBID e seus percursos: “Uma nova maneira de ensinar História
O PIBID e seus percursos: “Uma nova maneira de ensinar História
 
Conceitos de educação ad1 didática - slide
Conceitos de educação ad1  didática - slideConceitos de educação ad1  didática - slide
Conceitos de educação ad1 didática - slide
 
1. programa mais educação sp
1. programa mais educação sp1. programa mais educação sp
1. programa mais educação sp
 
Congresso apres. wildete inovações e ppp
Congresso apres. wildete inovações e pppCongresso apres. wildete inovações e ppp
Congresso apres. wildete inovações e ppp
 
Plano de Gstão Escola au santo
Plano de Gstão Escola au santoPlano de Gstão Escola au santo
Plano de Gstão Escola au santo
 
Políticas pedagógicas curriculares contexto, diretrizes e açõesparte 2
Políticas pedagógicas curriculares  contexto, diretrizes e açõesparte 2Políticas pedagógicas curriculares  contexto, diretrizes e açõesparte 2
Políticas pedagógicas curriculares contexto, diretrizes e açõesparte 2
 

Último

Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptxSlides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASBCRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASBAline Santana
 
A Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das MãesA Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das MãesMary Alvarenga
 
RedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdf
RedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdfRedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdf
RedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdfAlissonMiranda22
 
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADOactivIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADOcarolinacespedes23
 
Literatura Brasileira - escolas literárias.ppt
Literatura Brasileira - escolas literárias.pptLiteratura Brasileira - escolas literárias.ppt
Literatura Brasileira - escolas literárias.pptMaiteFerreira4
 
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docxMapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docxBeatrizLittig1
 
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024Jeanoliveira597523
 
Habilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e EspecíficasHabilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e EspecíficasCassio Meira Jr.
 
Bullying - Atividade com caça- palavras
Bullying   - Atividade com  caça- palavrasBullying   - Atividade com  caça- palavras
Bullying - Atividade com caça- palavrasMary Alvarenga
 
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptxSlides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptxSlides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029Centro Jacques Delors
 
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃOLEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃOColégio Santa Teresinha
 
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxPedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxleandropereira983288
 
Bullying - Texto e cruzadinha
Bullying        -     Texto e cruzadinhaBullying        -     Texto e cruzadinha
Bullying - Texto e cruzadinhaMary Alvarenga
 
Programa de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades MotorasPrograma de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades MotorasCassio Meira Jr.
 
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptxSlides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 

Último (20)

Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptxSlides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
 
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASBCRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
 
A Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das MãesA Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
 
RedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdf
RedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdfRedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdf
RedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdf
 
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADOactivIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADO
 
Literatura Brasileira - escolas literárias.ppt
Literatura Brasileira - escolas literárias.pptLiteratura Brasileira - escolas literárias.ppt
Literatura Brasileira - escolas literárias.ppt
 
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docxMapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
 
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
 
Habilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e EspecíficasHabilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e Específicas
 
Bullying - Atividade com caça- palavras
Bullying   - Atividade com  caça- palavrasBullying   - Atividade com  caça- palavras
Bullying - Atividade com caça- palavras
 
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptxSlides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
 
Em tempo de Quaresma .
Em tempo de Quaresma                            .Em tempo de Quaresma                            .
Em tempo de Quaresma .
 
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptxSlides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
 
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
 
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃOLEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
 
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxPedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
 
XI OLIMPÍADAS DA LÍNGUA PORTUGUESA -
XI OLIMPÍADAS DA LÍNGUA PORTUGUESA      -XI OLIMPÍADAS DA LÍNGUA PORTUGUESA      -
XI OLIMPÍADAS DA LÍNGUA PORTUGUESA -
 
Bullying - Texto e cruzadinha
Bullying        -     Texto e cruzadinhaBullying        -     Texto e cruzadinha
Bullying - Texto e cruzadinha
 
Programa de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades MotorasPrograma de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades Motoras
 
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptxSlides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
 

Artigo Docência no Ensino Superior

  • 1. Docência no Ensino Superior: uma análise reflexiva sobre a prática docente na aprendizagem do aluno adulto. Valéria Oliveira Amorim¹ Prof. Me. Adriano A Faria ² RESUMO Este artigo apresenta uma reflexão sobre as implicações que a prática docente no ensino superior pode ter na qualidade da aprendizagem do aluno adulto onde a cópia do ato de ensinar dará lugar a novas perspectivas. Entretanto, os desafios existentes são muitos e devem ser considerados pelo educador como uma forma de superar os métodos tradicionais ainda existentes e melhorar sua prática educacional. Sabemos que a Universidade é um lugar onde os valores sociais, a produção do conhecimento e a aplicação deste conhecimento produzido precisa de fato ser vivenciada, pois só assim, o sistema de ensino brasileiro poderá se reestruturar de maneira democrática possibilitando a todos os envolvidos atitudes mais críticas, conscientes e participativas. Neste sentido, a pesquisa é entendida como a alma da vida acadêmica, onde o desenvolvimento da cultura, da ciência, da tecnologia e do próprio aluno como individuo atuante na sociedade, são práticas que devem ser apreendidas como estratégia para a promoção da cidadania e progresso da educação. Deste modo, o trabalho foi desenvolvido através de uma pesquisa bibliográfica, onde, utilizando conceitos de diversos autores, tem o intuito de proporcionar uma maior compreensão sobre a importância da prática docente para que a formação e capacitação do aluno adulto se construam de maneira significativa durante o processo ensino-aprendizagem , visto que, o docente do ensino superior, em um constante processo de aperfeiçoamento e capacitação profissional deve inovar suas metodologias para que a convivência acadêmica seja proveitosa tanto para o aluno quanto para o professor. Palavras-chave: prática docente. aluno adulto. desafios. democrática. educação. ¹ Pós Graduando em Metodologia do Ensino na Educação Superior pelo Centro Universitário UNINTER/FACINTER em EAD, Graduada em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Amapá – UNIFAP, Técnica em Secretariado Escolar pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e
  • 2. Tecnologia do Amapá – IFAP e Graduando em Ciências Contábeis pela Universidade Norte do Paraná – UNOPAR. ² Mestre em Educação e Doutorando em Educação pela Universidade Tuiuti do Paraná. Possui formação em Filosofia, Marketing e Pedagogia; pós-graduação em Metodologia do Ensino na Educação Superior, Especialização em EAD, Formação de Docentes e de Orientadores Acadêmicos em EAD e também, MBA em Planejamento e Gestão Estratégica, pela Faculdade FACINTER- Curitiba-PR. 1. INTRODUÇÃO O presente trabalho tem por objetivo refletir sobre os desafios da prática docente no ensino superior analisando as implicações existentes para que a aprendizagem do aluno adulto se dê através de metodologias inovadoras/questionadoras e não metodologias arcaicas/tradicionais, visto que, ao longo da história da educação superior brasileira os alunos universitários tiveram muitas lutas para que o sistema educacional pudesse atender de fato as suas necessidades e os seus anseios por um ensino superior com qualidade. Assim, no primeiro momento, se apresentará questões relacionadas à função social que a educação superior tem no processo ensino aprendizagem, isto é, não somente na vida do aluno ou na vida do professor, mais principalmente na sociedade como um todo, pois, a educação de acordo com a maneira com que é praticada, é capaz de tornar-se a ferramenta necessária para transformar e melhorar qualquer realidade social, alcançando assim um novo patamar. No segundo momento, discutir-se-á o conceito de docência a partir do pressuposto de que educar significa muito mais que instruir ou treinar, mais sim, formar o homem para que ele possa compreender a sociedade em que vive de maneira consciente e crítica, tornando-se de fato um cidadão ativo. Os desafios do professor no ensino superior são muitos, haja vista que, ensinar a alunos que estão na universidade estudando para seguir a profissão que almejam não é uma tarefa fácil e requer muita responsabilidade. Diante deste contexto, o trabalho abordará ainda a importância que a prática docente tem para o sucesso da aprendizagem do aluno, sabemos que atualmente ensinar é muito mais que inculcar conteúdos, ensinar deve ir além do que está programado, ensinar deve romper barreiras e lançar mão de estratégias
  • 3. pedagógicas capazes de fazer com que as aulas aconteçam de forma prazerosa e desperte em todos os envolvidos neste processo o compromisso com o novo, com a descoberta, com o conhecimento apreendido e produzido, enfim, o compromisso com a própria educação. E de acordo com estes pressupostos, por fim, será destacado que o processo de aprendizagem do aluno adulto deve dota-lo de conhecimentos, habilidades e atitudes para que estes se desenvolvam como profissionais reflexivos, com capacidade de aprender a interpretar, compreender e refletir citicamente sobre o mundo que o cerca, buscando cada vez mais produzir, aprimorar e utilizar seus conhecimentos dentro e fora dos muros da univesidade. 2. DESENVOLVIMENTO 2.1. A EDUCAÇÃO SUPERIOR E SUA FUNÇÃO SOCIAL A educação superior no Brasil, ao longo da história foi marcada por muitas lutas e conquistas pra se chegar ao que é hoje, como por exemplo, a Reforma Universitária de 1968 que elevou a educação brasileira a um novo patamar, assim, podemos perceber que a democratização do ensino superior é um processo histórico onde o indivíduo constrói e se constrói de maneia individual e coletiva, transformando a sua realidade social. Vivemos tempos de mudanças aceleradas e neste cenário a universidade precisa ajudar os jovens a pensarem dialeticamente, pois, uma das características da universidade e de ser um locus de investigação e de produção do conhecimento como e fundamentado por TEIXEIRA: A função da universidade é uma função única e exclusiva. Não se trata, somente, de difundir conhecimentos. O livro também os difunde. Não se trata, somente, de conservar a experiência humana. O livro também a conserva. Não se trata, somente, de preparar práticos ou profissionais, de ofícios ou artes. A aprendizagem direta os prepara, ou, em último caso, escolas muito mais singelas do que as universidades. (TEIXEIRA, 1998, p. 35) Desta maneira, é necessário efetivar uma educação superior moderna e inclusiva, que vise o desenvolvimento holístico do aluno, a pesquisa, o espírito científico e o pensamento crítico para que este atue de maneira consciente na
  • 4. sociedade, é uma função que precisa ser concretizada através de uma gestão democrática, de um ensino livre de metodologias ultrapassadas baseadas apenas em repassar ideias e de uma educação realizada em vistas da universalidade e igualdade social. Porém, para que esta postura democrática do conhecimento se sobreponha a postura tradicional, as instituições de ensino superior devem apropriar-se de uma perspectiva educacional que além de valorizar e estimular as habilidades dos alunos nas diferentes áreas do conhecimento busque valorizar também a democracia, a inclusão e participação social e os princípios éticos, pois é preciso considerar que: No ensino superior, o processo ensino aprendizagem é grandemente facilitado se o professor tem em mente, que deve favorecer o pensamento crítico, criativo, construtor de novas soluções para os problemas da realidade, que ele e seus alunos são parceiros no desafio de realizar, a cada dia, a universidade como instituição social. Isso significa que o papel da universidade não se esgota na aula, na disciplina ou no curso que estamos lecionando, mas, sim, quando esse saber retornar a comunidade, em forma de atuação profissional ética e competente, por meio da criação de novos saberes e soluções para os problemas que assolam a vida em sociedade e a sobrevivência do planeta como um todo. Por isso devemos compreender o conhecimento como emancipatório, tanto para o estudante que está como nosso aluno quanto para sociedade (NOGUEIRA, p. 78, 2009). Neste caso, o conhecimento emancipatório deve fazer com que o (adulto) aprendiz desempenhe um papel consciente e crítico em prol da sociedade, sabendo enxergar e refletir sobre os problemas sociais existentes e desempenhando assim um papel social relevante, o que infelizmente muitas vezes vai contra os interesses do Estado, que por sua vez, deveria contribuir melhor para o direito a uma educação de qualidade, visto que: O Estado deveria tomar a educação não pelo prisma do gasto público e sim como investimento social e político: a educação deveria ser considerada como um direito, e não como um serviço; a utilização do fundo público deveria assegurar os direitos sociais; a universidade deveria ter compromisso com a democratização do saber, dispondo de autonomia institucional, intelectual e financeira (CHAUÍ, 2003, p. 11-12). Deste modo, para que ocorra de fato a democratização do saber, a universidade deve ter como função social a formação científica do conhecimento para aplicabilidade no desenvolvimento social, formando um agente/profissional com ações transformadoras, dotado de consciência crítica e compromisso com o social,
  • 5. sendo ainda, um ser capaz de produzir uma visão difusa e promover a mudança do ambiente que o cerca, e conseqüentemente iniciando assim, uma transformação no meio social. Por tanto, como vimos a educação superior alicerçada ao ensino, a pesquisa e a extensão é um eixo que liga a educação à sociedade e a sociedade à educação, pois, segundo o autor Sousa Santos (2010) a: função de extensão assumirá, em futuro próximo, um significado muito especial, com implicações nos currículos e nas carreiras docentes e compreendidas de modo alternativo ao capitalismo global, atribuindo às universidades uma participação ativa na construção da coesão social, no aprofundamento da democracia, na luta contra a exclusão social e a degradação ambiental, na defesa da diversidade cultural (SANTOS, 2010, p. 73). E de acordo com FÁVERO (2009, p. 24) “uma das características da universidade é ser um espaço de investigação e de produção do conhecimento” isso porque, a universidade é um instrumento capaz de proporcionar através do conhecimento oferecido ao aluno grandes mudanças sociais, pois ela não estará formando apenas profissionais para o mercado de trabalho, mais também cidadãos ativos e projetos sociais para a própria sociedade. E ainda de acordo com o autor: [...]. Trata-se de manter uma atmosfera de saber pelo saber para se preparar o homem que o serve e desenvolve. Trata-se de conservar o saber vivo e não morto, nos livros ou no empirismo das práticas não intelectualizadas. Trata-se de formular intelectualmente a experiência humana, sempre renovada, para que a mesma se torne consciente e progressiva (FÁVERO, 2009, p. 24). Na continuidade do diálogo, podemos compreender então que a democratização do ensino entrelaçada a pesquisa e a extensão nas universidades não é uma utopia tão distante da realidade, entretanto é uma emergência necessária para que a qualidade acadêmica seja capaz de constituir todos os projetos sócio- educativos existentes em prol do desenvolvimento da educação e do bem estar social. 2.2. DOCÊNCIA: OS DESAFIOS DO PROFESSOR UNIVERSITÁRIO Atualmente docência pode ser entendida, dentro de uma perspectiva de gestão democrática, como uma ação educativa que objetiva formar cidadãos conscientes em que o processo ensino-aprendizagem seja uma troca mútua de
  • 6. conhecimentos e não um processo baseado em uma atuação conteúdista ou tecnicista, pois fundamentando este conceito Freire (1996, p. 22-23) afirma que “Não há docência sem discência, as duas se explicam e seus sujeitos apesar de diferenças que os conotam, não se reduzem à condição de objeto um do outro. Quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender”. Logo: Ensinar exige a existência de quem ensina e de quem aprende. Quero dizer que ensinar e aprender se vão dando de tal maneira que quem ensina aprende, de um lado, porque reconhece um conhecimento antes aprendido e, de outro, porque, observando a maneira como a curiosidade do aluno aprendiz trabalha para apreender o ensinando-se, sem o que não o aprende, o ensinante se ajuda a descobrir incertezas, acertos, equívocos. (...) O aprendizado do ensinante ao ensinar se verifica na medida em que o ensinante, humilde, aberto, se ache permanentemente disponível a repensar o pensado, rever-se em suas posições; em que procura envolverse com a curiosidade dos alunos e os diferentes caminhos e veredas que ela os faz percorrer (FREIRE, 1998, p. 27). Nesta linha de pensamento, o docente pode ser definido ainda como um sujeito em ação, onde a relação com o outro (interação professor/aluno) gera a produção do conhecimento, mas sabemos que este conhecimento só se dará de maneira significativa se o docente ter o apoio da instituição de ensino com a formação em serviço e estiver sempre atualizando a sua prática educativa, relacionando teoria e prática e considerando a sua formação continuada um fator importante para que os desafios existentes sejam superados com eficácia, pois é necessário que: As instituições de ensino têm que investir no desempenho de seus professores, lutando para que eles sejam profissionais reflexivos, transformando-se, assim em parceiros da educação, com possibilidade de discutir novos sistemas escolares de práticas pedagógicas a serem implantadas com vistas a um retorno eficaz de melhoria da qualidade do ensino e da conquista da confiança da clientela (MARTINS, 2001, P.15). Com isso, o professor universitário, como educador, deve muito mais que ensinar os conteúdos programados aos seus alunos, deve estimular neles a sede pelo conhecimento, buscar formar cidadãos questionadores, investigadores, pesquisadores e autores da sua própria história, pois só assim a qualidade de ensino será exercida de fato por um professor verdadeiramente preparado e interessado no desenvolvimento da prática docente, visto que: O avançar no processo de docência e do desenvolvimento profissional, mediante a preparação pedagógica não se dará em separado de processos
  • 7. de desenvolvimento pessoal e Institucional: este é o desafio a ser hoje, considerado na construção da docência no ensino superior (PIMENTA e ANASTASIOU (2002, p.259). Sendo assim, a formação constante do professor é importante para o sucesso de seus alunos, para o seu próprio sucesso, bem como também para o sucesso da instituição, desta maneira, a falta de preparação profissional deve ser substituída urgentemente por um corpo docente preparado pedagogicamente e didaticamente, isso por que: O professor é o principal mediador do processo de aprendizagem, por conseguinte, ele deve se preparar com métodos, técnicas e estratégias apropriadas para esse fim, mais sem esquecer de outras dimensões da docência (pedagógica, política, ética, estética, social, pessoal, etc.) [...] sempre partindo do pressuposto de que é fundamental criar espaços de discussão e reflexão. Dessa forma, evidencia-se a necessidade de instrumentalizar os futuros professores para lidar com as diversas situações didáticas, considerando que as práticas educativas estão intrinsicamente ligadas ao contexto social (NOGUEIRA, 2009, p. 114). Por tanto, o professor como mediador do conhecimento, precisa com urgência da capacitação em serviço e de uma preparação que garanta o desenvolvimento de habilidades e conhecimentos necessários para uma ação segura por parte desses profissionais, ações diferenciadas que tragam os resultados esperados. Contudo, o professor que atua na educação superior precisa de fato ser mais valorizado, uma vez que, a contínua formação deste profissional é essencial para o exercício de ações pautadas em práticas reflexivas que atendam as necessidades dos seus alunos. Outro fator importante a se discutir é a ética profissional, visto que, a prática educativa e a ética devem estar em constante harmonia para que o aprendizado aconteça de forma saudável, mas sabemos que ensinar os princípios e os valores morais em uma sociedade capitalista e alienante que objetiva deixar o homem alheio do que acontece de fato em sua realidade não é uma tarefa fácil, e de acordo com PAULINO (2010): A ética na docência implica em uma dimensão de respeito mútuo, solidariedade, compreender os limites, para poder conduzir o educando a uma vida digna. E assegura-se que a ética também está investida na
  • 8. consideração de profissionais para com profissionais no trato do espaço de cada um. Assim, o professor deve perceber que está formando sujeitos que estão à procura de conhecimento, logo, tal conhecimento deve ser ensinado e produzido baseado na ética entre ambos os lados e não baseado em falsos discursos ideológicos que são ditos mais não são de fato vivenciados. E o professor ao assumir a docência, assume o compromisso de ser ético não somente para com seus alunos, mais também, ético para com a sociedade, bem como fundamenta CORRÊA (2008): A ética profissional está fundamentada num conceito direcionado para o desenvolvimento do aluno e professor, se constitui como guia que orienta e estimula a mudança de comportamentos e amplia a capacidade do professor em pensar no seu papel, a fim de que a sua ação pedagógica seja mais eficiente e eficaz na sala de aula, na escola e na sociedade. Pois a partir da ética define-se o comprometimento profissional, político e social do docente. Deste modo, o docente precisa compreender em seu pensamento que a ética é um princípio indispensável para que ele possa desempenhar com eficiência o seu papel, pois, é um formador de opiniões. Assim, ser docente corresponde a ser um profissional construído por dimensões éticas, princípios, valores morais e políticos capazes de ser exemplo de inspiração para seus acadêmicos e fazê-los buscar o seu pleno desenvolvimento, enfim, este é um dos maiores desafios de ser docente. 2.3. A IMPORTÂNCIA DA PRÁTICA DOCENTE NO ENSINO SUPERIOR A prática docente no ensino superior deve levar em conta uma série de fatores cruciais para o pleno desenvolvimento do aluno, neste caso, deve priorizar principalmente a formação de indivíduos com o espírito cientifico e o pensamento reflexivo. Vale ressaltar que a educação e a pesquisa devem caminhar juntas, pois, é necessário que os indivíduos sejam educados não por professores aulistas ou conteúdistas, mais sim, por professores pesquisadores que buscam contribuir tanto com o desenvolvimento social e cultural da sociedade quanto com o seu
  • 9. desenvolvimento científico. E conforme visto, na LDBEN 9.394/96, o Artigo 43, parágrafos III, IV e V garantem: Parágrafo III: incentivar o trabalho de pesquisa e investigação científica, visando o desenvolvimento da ciência e da tecnologia e da criação e difusão da cultura e, desse modo, desenvolver o entendimento do homem e do meio em que vive. Parágrafo IV: promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicações ou de outras formas de comunicação. Parágrafo V: suscitar o desejo permanente de aperfeiçoamento cultural e profissional e possibilitar a correspondente concretização, integrando os conhecimentos que vão sendo adquiridos numa estrutura intelectual sistematizadora do conhecimento de cada geração (LDBEN, 1996). Deste modo, é necessário educar por meio da pesquisa, pois, docência e pesquisa se completam na educação superior. Nesta linha de raciocínio, o professor por sua vez, ao ser um professor pesquisador precisa utilizar tecnologias e metodologias de trabalho que no decorrer do processo de ensino-aprendizagem possam motivar, estimular, orientar e exigir o melhor do seu aluno para que ele ao receber uma informação não a aceite passivamente, ao contrário, duvide, questione, pesquise, e assim, possa reconstruir seu próprio conhecimento. Neste contexto NÉRICI (1993) afirma que: [...]educação é o processo que visa a revelar e a desenvolver as potencialidades do indivíduo em contato com a realidade, a fim de levá-lo a atuar na mesma de maneira consciente (com conhecimento), eficiente (com tecnologia) e responsável (eticamente) a fim de serem atendidas as necessidades e aspirações da criatura humana, de natureza pessoal, social e transcendental. [...] ensino é o processo que visa a modificar o comportamento do indivíduo por intermédio da aprendizagem com o propósito de efetivar as intenções do conceito de educação, bem como habilitar cada um a orientar a sua própria aprendizagem, a ter iniciativa, a cultivar a confiança em si, a esforçar-se, a desenvolver a criatividade, a entrosar-se com seus semelhantes, a fim de poder participar na sociedade como pessoa consciente, eficiente e responsável (NÉRICI, 1993) Por tanto, o uso de metodologias e tecnologias modernas como data show, computadores, internet, equipamentos para pesquisa e outras ferramentas que estimulam e facilitam a aprendizagem relacionando teoria e prática, são cruciais para que a práxi pedagógica no ensino superior saiba direcionar as informações para a produção do conhecimento e por esse prisma, a qualificação profissional do aluno adulto, pois segundo NOGUEIRA (2009, p. 113): O processo de construção do trabalho do professor é gradual, pois não se trata de simples reprodução, é importante coordenar operações no sentido
  • 10. da evolução constante do aluno adulto em seu caminho profissional e em sua vida acadêmica e pessoal. Por isso, a relevância da mediação na construção do conhecimento e da aprendizagem do aluno adulto. Assim sendo, o educador no contexto universitário deve fazer com que a sua práxi educacional não se limite a teorias e sim busque e reflita uma postura educadora em que suas ações possam constituir um processo de ensino – aprendizagem causador de efeitos não somente na sua vida, mais na vida do seu aluno, na instituição de ensino e na sociedade como um todo. Nessa dimensão, a docência define-se como uma ação educativa que se constitui no ensino-aprendizagem, na pesquisa e na gestão de contextos educativos, na perspectiva da gestão democrática, neste contexto, GÓMEZ (2001) fundamenta que: os docentes devem viver a aventura do conhecimento, da busca e do contraste crítico e reflexivo se querem provocar nas novas gerações o amor pelo saber e o respeito pela diversidade e pela criação; devem amar a democracia e se comprometer com suas exigências de compreensão compartilhada se querem criar um clima de relações solidárias e se pretendem construir a comunidade democrática de aprendizagem (GÓMEZ, 2001, p. 304). E seguindo este raciocínio Demo (2004, p. 72-73) enfatiza que o que define o professor: é a habilidade de aprender a aprender em seu campo profissional, seguida da habilidade de fazer o aluno prender [...] A rigor, quem não estuda não tem aula para dar. Mais: quem não reconstrói conhecimento, não pode fazer o aluno reconstruir conhecimento. Para que o aluno pesquise e elabore, supõe-se professor que pesquise e elabore (DEMO, 2004, p. 72-73). Para CUNHA, A formação do educador é um processo, acontecendo no interior das condições históricas que ele mesmo vive. Faz parte de uma realidade concreta determinada, que não é estática e definitiva. É uma realidade que se faz no cotidiano. Por isso, é importante que este cotidiano seja desvendado. O retorno permanente da reflexão sobre a sua caminhada como educando e como educador é que pode fazer avançar o seu fazerpedagógico (CUNHA, 2004). Podemos dizer então que, o trabalho docente caracteriza-se como processos e práticas de produção, organização, difusão e apropriação de conhecimentos em que o próprio docente define-se como um sujeito, em ação e interação com o outro, produtor de saberes na e para a realidade.
  • 11. 2.4. A APRENDIZAGEM DO ALUNO ADULTO O processo de aprendizagem do aluno adulto na educação superior mesmo sendo formalizado e sistemático, deve considerar que estes alunos já detêm uma gama de aprendizados anteriores e que apesar de estarem inseridos em um mesmo contexto, cada um apresenta características próprias e formas de aprender diferenciadas que devem ser percebidas e trabalhadas de maneira equilibrada pelo professor, isso porque: No caso do aluno adulto do ensino superior, isso ocorre de maneira mais explícita, pois o estudante adulto já está escolarizado e traz consigo toda uma bagagem de aprendizagens anteriores adquiridas na educação formal, como também na educação informal e em toda a sua experiência de vida. Contudo, o aluno adulto não é um ser imutável, ele continua em constante desenvolvimento e está sempre em processo de aprendizagem [...] assim, o mais importante é o professor manter o foco no desenvolvimento do aluno como um todo, contemplando a formação profissional, os conhecimentos interdisciplinares, a prática de pesquisa, as relações interpessoais, a ética, a interação teoria e prática e a relação de todos estes atores com a formação pessoal, ou seja, há de se priorizar uma formação integral do aluno (NOGUEIRA, p. 21 e22, 2009). Por conseguinte, contribuir para a formação integral do estudante universitário é uma prioridade que deve ser considerada não somente no ensino superior, mais sim, em todos os níveis de ensino, visto que, a aprendizagem além de ser constante, deve oportunizar ao aluno mediante as estratégias utilizadas pelo professor, a sua formação social, pessoal, intelectual e profissional. Para tanto, o professor deve utilizar técnicas nas atividades em sala de aula capazes de estimular o discente a atenção, concentração e interação, para que se sintam motivados a aprender conciliando os estudos ao trabalho e a outras atividades dentro e fora da universidade, aprendendo assim a analisar problemas e propor soluções. E através de um conhecimento emancipatório, como já foi discutido anteriormente, o processo pedagógico deve fazer com que o (adulto) aprendiz saiba correlacionar teoria e prática a favor da própria sociedade, no entanto: [...] o aluno nem sempre consegue fazer essa relação, razão pela qual é preciso que no planejamento de aulas o professor tenha em mente que é necessário sempre contextualizar e problematizar o que ensina. Contextualizar significa fazer relações com o dia a dia, com a prática social,
  • 12. e problematizar é tomar esta mesma prática social como elemento que nos aponta problemas ainda não resolvidos pela humanidade e que podem ser melhor compreendidos se tivermos a teoria (contextualizada, significativa, “viva”) como referencia. Isso quer dizer, mais uma vez, que precisamos promover o conhecimento relacional e, não o mero repasse de informações (NOGUEIRA, p. 78, 2009). Neste contexto, a aprendizagem sistemática do aluno adulto deve acontecer considerando sua formação já adquirida fora da universidade, promovendo ainda, uma educação permanente, integral ou andragogia, onde o aluno terá autonomia para direcionar suas ações e alcançar seus objetivos, pois de acordo com Nogueira (2009) “a palavra andragogia deriva das palavras gregas andros (homem) + agein (conduzir) + logos (tratado, ciência) referindo-se à filosofia, à ciência e à técnica de educação de adultos”, logo, é preciso considerar um ensino específico voltado a aprendizagem dos adultos. Deste modo, a andragogia é um conceito que traz contribuições importantes para a educação permanente do aluno adulto como um ser autônomo e responsável por seus atos e decisões, isso porque, ainda de acordo com Nogueira (2009) “para a andragogia o estudante precisa ser compreendido pelo professor como sujeito da sua própria aprendizagem”, neste sentido, o docente precisa conduzir este processo observando que: Cabe, porém, ao professor, incentivar e ajudar a desenvolver a autonomia, o que se consegue por meio das aulas interativas, fazendo com que o aluno se sinta capaz de intervir, perguntar e discordar. Também no planejamento de atividades os alunos podem ser incentivados a se posicionares, decidirem junto com o professor os melhores caminhos [...] devemos ter como meta o desenvolvimento da autonomia, sem, porém, pressupor que ela já esta desenvolvida em todos os alunos. O processo de orientação das atividades, de supervisão do aprendizado continua sendo papel do professor, mas de maneira interativa, dialógica e respeitosa (NOGUEIRA, p. 94, 2009). Para tanto, é necessário ajudar o aluno adulto a se autoconhecer identificando as estratégias e técnicas necessárias para que este mantenha a atenção nas aulas, retenha o aprendizado da melhor maneira possível e nesta perspectiva, se sinta motivado a buscar novos horizontes e descobrir novos caminhos que o levem a produção do conhecimento por meio de uma educação continuada e integral.
  • 13. 3. CONSIDERAÇÕES FINAIS Não é possível esgotar um assunto de tão grande relevância e que abrange inúmeros conceitos e concepções, porém, diante da construção deste artigo foi possível refletir melhor sobre as implicações que envolvem a prática docente e a aprendizagem do aluno adulto. Com o que foi exposto no desenvolvimento deste trabalho, observamos que o exercício de uma postura crítica e reflexiva da práxi docente é primordial para que o processo de ensino e aprendizagem se desenvolva para a formação de profissionais/cidadãos capazes de construir uma sociedade mais democrática e preocupada com o progresso da educação. E diante de todos os pressupostos já apresentados é possível compreender que a instituição de ensino superior deve proporcionar e implementar ações inovadoras e políticas públicas que proporcionem a formação continuada do professor, para que este saiba lidar com as situações desafiadoras em sala de aula e modele seus alunos como autores da sua própria história e não meros coadjuvantes que não sabem questionar e transformar a realidade social em que vivem. Conclui-se desse modo, que, a formação para a docência no ensino superior deve ser mais valorizada, e este profissional da educação ao estabelecer a relação teoria e prática por meio das diferentes estratégias de ensino e principalmente da pesquisa, estará contribuindo para que o aprendiz (o aluno adulto) torne-se de fato um indivíduo formado pessoal, social, e profissionalmente. Logo, a atuação docente no ensino superior deve ser realizada através de um processo mútuo de troca de conhecimentos entre o aluno e o professor, pois a aprendizagem do aluno adulto e a constante formação profissional do educador são nitidamente interdependentes, sendo assim, a relação entre estes atores deve ser pautada no aprimoramento pessoal, intelectual e profissional de ambos. Por fim, é válido considerar que a constante formação tanto do professor quanto do aluno, uma vez que, ambos podem ser interpretados como seres
  • 14. inacabados e em um permanente processo de busca e aprimoração do conhecimento, a reflexão e atuação crítica destes indivíduos na sociedade torna-se um valioso instrumento de auto desenvolvimento e transformação social e educacional. 4. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRASIL, Ministério da Educação. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB Nº. 9.394/96, 20 dez. 1996. CHAUÍ, Marilena. A Universidade em ruínas. In: Trindade, Hélgio (org.). Universidade em Ruínas na República dos Professores. Petrópolis: Vozes, 1999. CORRÊA, Silvia Saldanha. A ética e sua aplicabilidade na prática docente. Disponível em: <http://www.webartigos.com/articles/10245/1/A-Etica-E-Sua-Aplicabilidade-Na-Pratica Docente/pagina1.html>. Acesso em 18 de abril de 2013. CUNHA, Maria Isabel. O bom professor e sua prática. 16ª edição. Campinas: Papirus, 2004a. DEMO, Pedro. Universidade, aprendizagem e avaliação: horizontes reconstrutivos. Porto Alegre: Mediação, 2004. FÁVERO, Maria de Lourdes, LOPES, Sonia de Castro. A Universidade do Distrito Federal (1935- 1939). Um projeto além de seu tempo. Brasília. CNPq/Líber Livro Editora. 2009. FREIRE, Paulo. Educação como prática da liberdade. 22 ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1996. _______. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa , 28ª ed., São Paulo: Paz e Terra, 1996 (Coleção Leitura). _______. Professora sim, tia não – cartas a quem ousa ensinar. 9ª edição. São Paulo: Olho d’Água/Loyola, 1998. GÓMEZ, A. I. Pérez. A cultura escolar na sociedade neoliberal. Porto Alegre: Artmed, 2001. MARTINS, Jorge Santos. O trabalho com projeto de pesquisa: do ensino fundamental ao ensino médio / Jorge Santos Martins. – Campinas, SP: Papirus, 2001 – (Coleção Papirus Educação). NÉRICI, Imídio G. Didática do Ensino Superior. São Paulo: Ibrasa, 1993. Disponível em: http://www.cintiabarreto.com.br/artigos/relacaoprofessoraluno. Acesso em: 22 de março de 2013. NOGUEIRA, Makeliny Oliveira Gomes. Aprendizagem do Aluno Adulto: Implicações para a Prática Docente no Ensino Superior. Editora IBEPEX. 2009. PAULINO, Antonio Mulato. Os elementos formadores da docência. Disponível em: < http://www.zmartigos.com.br/carreiras/sociais-aplicadas/pedagogia/trabalho/44633-elementos- formadores-da-doccia.html>. Acesso em 19 de abril 2013.
  • 15. PIMENTA, Selma Garrido; ANASTASIOU, Lea das Graças C. Docência no ensino superior. São Paulo: Cortez, 2003. SOUSA SANTOS, Boaventura de. A Universidade no século XXI: para uma reforma democrática e emancipatória da Universidade. São Paulo, Cortez Editora, 3ª ed. 2010. TEIXEIRA, Anísio. Educação e universidade. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 1998.