O documento é um resumo do livro "Água Viva" de Clarice Lispector. A narrativa é construída em forma de carta através de um fluxo de consciência sem estrutura linear. A narradora, uma pintora, explora suas descobertas interiores e a busca por identidade enquanto desafia os paradigmas narrativos convencionais.
Trabalho com análise completa do poema "O que há em mim é sobretudo cansaço" de Álvaro de Campos, contendo também informações sobre as três fases do heterónimo.
Este trabalho representa um esforço para divulgar as atividades da Disciplina Historia da África da UFMT. Ministrada pela Professora Dra. Adiléa De Lamônica Navarros. Representa uma perspectiva inovadora que coloca a atividade da avaliação do curso em uma portal de possibilidade criativa para os discentes. Podemos dizer que é um dialogo profícuo ente a Historiografia Africana, as Fontes Literárias e a Prática Pedagógica.
Trabalho com análise completa do poema "O que há em mim é sobretudo cansaço" de Álvaro de Campos, contendo também informações sobre as três fases do heterónimo.
Este trabalho representa um esforço para divulgar as atividades da Disciplina Historia da África da UFMT. Ministrada pela Professora Dra. Adiléa De Lamônica Navarros. Representa uma perspectiva inovadora que coloca a atividade da avaliação do curso em uma portal de possibilidade criativa para os discentes. Podemos dizer que é um dialogo profícuo ente a Historiografia Africana, as Fontes Literárias e a Prática Pedagógica.
Se você deseja compreender a obra da grande escritora Clarice Lispector, você não pode deixar de estudar a biografia dela. Para o Benjamim Moser, biógrafo de Clarice, "compreender a dor de Clarice como filha e como mãe ajuda a entender a escritora." As personagens e narradoras das obras clareceana, muitas vezes, fundem-se com a própria autora. Vida e obra se entrelaçam para manifestação da arte de escrever.
Aula do professor André Guerra sobre a terceira geração modernista. Destaque para a obra Primeiras Estórias, de João Guimarães Rosa, cobrado pelo vestibular da Uesc
Obra literária "O caçador de palavras" de Walcyr CarrascoIEE Wilcam
- Obra literária "O caçador de palavras" de Walcyr Carrasco;
- Novela muito interessante com uma trama bem construída a partir de suspense que prende a atenção do leitor desde o início.
Crítica ao livro «A Pedra Que Chora Como Palavras» de João Ricardo LopesMadga Silva
Ensaio literário sobre o livro «A Pedra Que Chora Como Palavras» de João Ricardo Lopes, vencedor do Prémio Literário «Revelação de Poesia Ary dos Santos», em 2001.
Autoria de Pompeu Miguel Martins
proposta curricular da educação de jovens e adultos da disciplina geografia, para os anos finais do ensino fundamental. planejamento de unidades, plano de curso da EJA- GEografia
para o professor que trabalha com a educação de jovens e adultos- anos finais do ensino fundamental.
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Especial água viva
1. ÁGUA VIVA
“Tinha que existir uma pintura totalmente livre da
dependência da figura – o objeto – que, como a
música, não ilustra coisa alguma, não conta uma
história e não lança um mito. Tal pintura
contenta-se em evocar os reinos incomunicáveis
do espírito, onde o sonho se torna pensamento,
onde o traço se torna existência.”
Michel Seuphor
2. Leituras de Clarice Lispector
William Faulkner
Virginia Woolf
James Joyce
Marcel Proust
3. A interpretação da obra deve começar pelo título Água viva. A respeito
disso, Olga de Sá afirma:
“É coisa que borbulha na fonte. É também medusa, corpo
mole, gelatinoso [...], dá picadas ardidas na pele do homem e dos
animais [...] é, portanto, água, mar, medusa, fogo, matéria viva
escaldante, plasma plástico e cromático.”
Nunes completa, afirmando que Água viva também possui uma
conotação espiritual, podendo significar água de vida, batismal
ÁGUA VIVA
4. Água Viva é um livro que desafia os paradigmas dos elementos
narrativos, em que tempo, enredo e personagens se desagregam,
formando uma narrativa carregada de lirismo poético; porém, com
sua estética em prosa.
ÁGUA VIVA
“No monólogo interior o sujeito
expressa seu pensamento mais
íntimo, mais próximo do
inconsciente, anterior a qualquer
organização lógica, ou seja, em
seu estado nascente através de
frases reduzidas ao mínimo
sintático, de modo a dar a
impressão de tudo vindo.”
MAINGUENEAU, 1996
5. Um texto muito distante de narrar linearmente uma história. O
enredo que se apresenta como um grande poema, ou melhor, como
exemplo de uma belíssima prosa-poética em digressões sobre as
sensações e as percepções do indivíduo feminino:
“Ouve-me então com teu corpo inteiro.
Quando vieres a me ler perguntarás por
que não me restrinjo à pintura e às minhas
exposições, já que escrevo tosco e sem
ordem. É que agora sinto necessidade de
palavras – e é novo para mim o que
escrevo porque minha verdadeira palavra
foi até agora intocada. A palavra é
a minha quarta dimensão”
(p.10).
Enredo
6. Não sei sobre o que estou
escrevendo: sou obscura
para mim mesma. p. 24
No decorrer do discurso, a narradora deixa inúmeras
pistas de que seu propósito não é escrever uma história
Isto não é uma história porque não
conheço história assim, mas só sei
ir dizendo e fazendo: é história de
instantes que fogem como os
trilhos fugitivos que se veem da
janela do trem. p. 73
Enredo
7. O texto é narrado por uma personagem-narradora que se
apresenta como uma pintora e tem como tema a busca de
identidade. Em Água Viva um Eu escreve a um Tu explorando suas
descobertas interiores e deixando de lado os acontecimentos
externos.
E se eu digo "eu" é porque não ouso
dizer "tu", ou "nós" ou "uma pessoa",
sou obrigada à humildade de me
personalizar me apequenando mas
sou o és-tu. p. 13
Personagens
Os nomes das personagens
não aparecem na história que
é narrada em primeira
pessoa.
Guardo o seu nome em segredo.
Preciso de segredos para viver. P. 72
8. Quanto ao espaço de Água viva, este segue
à risca aquele encontrado nos romances
líricos, ou seja, é metafórico, simbólico,
alegórico. Embora seja um espaço
altamente subjetivo, pode-se perceber
marcas de espaço físico, como as
montanhas, as plantações de trigos,
cachoeiras, jardins, o ateliê com as telas e
tintas, dentre outros exemplos, no entanto,
essas presenças físicas, além de serem
estritamente poéticas, passam a ser
filtradas pela consciência da narradora, de
modo que o leitor as visualiza pela sua
ótica. Dessa forma, o espaço
predominante é o da mente da narradora.
ESPAÇO
9. Tempo
Apesar de tempo nesse romance ser, por várias vezes, denominada
pela protagonista como o INSTANTE JÁ, nota-se que, especialmente
nessa obra clariceana, tempo e espaço são categorias que não se
dissociam e, mesmo com a subjetividade predominando, há
resquícios lineares dessas categorias. Veja esse fragmento:
São quase cinco horas da
madrugada. E a luz da aurora em
desmaio, frio aço azulado e com
travo e cica do dia nascente das
trevas. E que emerge a tona do
tempo, lívida eu também, eu
nascendo das escuridões, impessoal,
eu que sou it.
p. 73
10. A narradora expressa sua ânsia na busca pelo que chama de “quarta
dimensão do instante-já”. Essa denominação caracteriza-se por sua
atualidade, uma vez que se dá no presente absoluto do instante, e por
sua essencialidade.
“O presente é o instante em que a roda
do automóvel em alta velocidade toca
minimamente no chão. E a parte da
roda que ainda não tocou, tocará em
um imediato que absorve o instante
presente e torna-o passado.”
p.16
Em outras palavras, a protagonista está em busca de uma
experiência do presente vivo, não rememorado, que coincide, para
ela, com a essência de todas as coisas.
O instante é
semente viva. p. 12
Tempo
11. Narrador
Trata-se de um monólogo (missiva) cuja protagonista, que não tem o
seu nome revelado, é uma pintora que, no espaço de seu apartamento
ou ateliê, resolve se aventurar pela escrita e se lança numa espécie de
narrativa em fragmentos aparentemente desordenados.
Tem foco narrativo em 1ª pessoa
Entretanto, há um apagamento da
própria figura do narrador, pois não há o
que narrar, visto que a narrativa se
dissolve em impressões, sonhos,
divagações, enfim, em uma viagem pelo
íntimo humano.
12. É com uma alegria tão profunda. É uma tal aleluia. Aleluia,
grito eu, aleluia que se funde com o mais escuro uivo humano da dor
de separação mas é grito de felicidade diabólica. p.09
Parece com momentos que tive
contigo, quando te amava, além dos
quais não pude ir pois fui ao fundo
dos momentos. p. 13
O livro Água Viva foi publicado em 1973. Um texto que nos
mostra a angústia de uma pintora, que mergulhada em lembranças da
sua relação amorosa desfeita, resolve inusitadamente escrever para o
ex-amante e constrói uma carta-despedida que se tornou a mais bonita
missiva da literatura brasileira até então.
A carta
13. A carta
Hoje de tarde nos
encontraremos. E não te falarei
sequer nisso que escrevo e que
contém o que sou e que te dou de
presente sem que o leias. Nunca lerás
o que te escrevo. E quando eu tiver
anotado o meu segredo de ser –
jogarei fora como se fosse ao mar.
Escrevo-te porque não chegas a
aceitar o que sou. Quando destruir
minhas anotações de instantes,
voltarei para o meu nada de onde
tirei um tudo? ”Tenho que pagar o
preço.
p.73
O que estou te escrevendo
não é para se ler_ é para se
ser. p.37
14. Água Viva é um texto poético que se concretiza por
meio de imagens.
Água viva é construída em períodos curtos e o ritmo é intenso.
Há momentos em que a prosa se assemelha graficamente a um
poema, e é disposta de maneira versificada sobre o papel:
“É-se. Sou-me. Tu te és.”
p. 29
“O ar é o não lugar
onde tudo vai
existir.”
p. 37
Poema em prosa
15. Sou um coração batendo no mundo.
Você que me lê que me ajude a nascer.
Espere: está ficando escuro. Mais.
Mais escuro.
O instante é de um escuro total.
Continua.
Espere: começo a vislumbrar uma coisa. Uma coisa
luminescente. Barriga leitosa com umbigo? Espere – pois sairei
desta escuridão onde tenho medo, escuridão e êxtase. Sou o
coração da treva.
[...] Agora as trevas vão se dissipando.
Nasci.
Pausa.
Maravilhoso escândalo: nasço.
p. 36, 37
Salvador Dali, 1943
Poema em prosa
16. “O excesso de mim chega a doer e
quando estou excessiva tenho que
dar de mim como o leite que se
não fluir rebenta o seio.” p. 80
Poema em prosa
“Eu sou antes, eu sou quase, eu sou nunca.” p. 18
Como fazer se não te enterneces
com meus defeitos, enquanto eu
amei os teus. Minha candidez foi
por ti pisada. Não me amaste, disto
eu sei. Estive só. Só de ti. Escrevo
para ninguém e está-se fazendo
um improviso que não existe.
Desloquei-me de mim. p. 82
17. A metalinguagem se dá pela própria palavra enquanto
prática da linguagem escrita. Por isso, a narradora entra na escrita,
um mundo de cipós, sílabas, cores e palavras, no qual ela buscará o
autoencontro.
Metalinguagem ou Metaliteratura
“Ao escrever não posso fabricar como na pintura,
quando fabrico artesanalmente uma cor. Mas
estou tentando escrever-te com o corpo todo,
enviando uma seta que se finca no ponto tenro e
nevrálgico da palavra.” (p. 12)
“ […] escrevo por profundamente
querer falar.” (p. 12-13)
“Mas a palavra mais importante da
língua tem uma única letra: é. É.” (p. 28)
18. “Então escrever é o modo de quem tem a
palavra como isca: a palavra pescando o que
não é palavra. Quando essa não palavra _
entrelinha _ morde a isca, alguma coisa se
escreveu.” (p. 21 e 22)
Aqui, na 1ª citação, a metalinguagem explica o que é ler nas entrelinhas
“Escrevo-te em desordem, bem sei. Mas é
como vivo. Eu só trabalho com achados e
perdidos.” (p. 72)
“Sei que depois de me leres é difícil reproduzir
de ouvido a minha música, não é possível
cantá-la sem tê-la decorado. E como decorar
uma coisa que não tem história?” (p. 81)
“Tudo acaba mas o
que te escrevo
continua.” (p. 95)
Metalinguagem ou Metaliteratura
19. Podemos compreender catarse, dentro
da psicologia, e mais especificamente da
psicanálise, como sinônimo de
“descarregar”. Quando uma pessoa
consegue expor, quase que “vomitando”
palavras, tudo o que sente, pensa,
imagina sobre uma pessoa, coisa ou
situação, muitas vezes sem pensar,
apenas descarregando; e, em seguida,
geralmente experimentando um estado
de alívio por ter posto tudo para fora,
temos a catarse.
catarse
20. Sinto agora mesmo o coração batendo
desordenadamente dentro do peito. E a
reivindicação porque nas últimas frases andei
pensando somente à tona de mim. Então o
fundo da existência se manifesta para banhar e
apagar os traços do pensamento. O mar apaga
os traços das ondas na areia. Oh Deus, como
estou sendo feliz. O que estraga a felicidade é o
medo. p. 66
catarse
Expresso a mim e a ti os meus desejos
mais ocultos e consigo com as palavras
uma orgíaca beleza confusa. p. 23
21. A angústia permeará todo o romance e os tormentos existenciais
acompanharão os passos da narradora, que transforma a escrita em
uma análise da condição humana, chegando a afirmar que: “O que
estou te escrevendo não é para se ler – é para se ser” p.37
Fé, medo e silêncio se entrelaçam nessa narrativa:
(...) porque sei que o Deus é o mundo. É o que existe. Eu rezo para
o que existe? Não é perigoso aproximar-se do que existe. A prece
profunda é uma meditação sobre o nada. p. 30
Deus é uma forma de ser? é a abstração que se materializa na
natureza do que existe? Minhas raízes estão nas trevas divinas.
Raízes sonolentas. Vacilando nas escuridões. p. 71
Neologismos também aparecem: Como o Deus não tem nome
vou dar a Ele o nome de Simptar. Não pertence a língua nenhuma.
Eu me dou o nome de Amptala. p. 45
22. Comparação entre pintura e escrita
Escrevo-te como um exercício
de esboços antes de pintar. Vejo
palavras. O que falo é puro presente e
este livro é linha reta no espaço. É
sempre atual, e o fotômetro de
máquina fotográfica se abre e
imediatamente fecha, mas guardando
em si o flash. p. 18
Escrevo-te esse fac-símile de livro, o livro de quem não
sabe escrever; mas é que no domínio mais leve da fala quase
não sei falar. Sobretudo falar-te por escrito, eu que me habituei
a que fosses a audiência, embora distraída, de minha voz.
Quando pinto, respeito o material que uso, respeito-lhe o
primordial destino. Então quando te escrevo respeito as sílabas.
p. 54
27. O que é – o "it" – é por vezes a fusão do humano com o
não-humano, e o clímax da existência e da significação.
Esse clímax também existe no "eu" que escreve a um "tu"
indeterminado.
o “it”
Mas há também o mistério do impessoal que é o “it”: eu tenho o
impessoal dentro de mim (...) O it vivo é Deus. p. 30
O tique-taque é it. p. 45
Estou terrivelmente lúcida e parece que e
parece que alcanço um plano mais alto de
humanidade. Ou da desumanidade
_ o it. p. 54
28. Animais, bichos, zoomorfismo e simbiose
Conheci um ela que
humanizava bicho conversando
com ele e emprestando-lhe as
próprias características. Não
humanizo bicho porque é
ofensa – há que respeitar-lhe a
natureza –, eu é que me
animalizo. Não é difícil e vem
simplesmente. É só não lutar
contra e é só entregar-se.
p. 49
A voz de Água Viva aborda os não-humanos. Desautorizando as
fábulas humanizantes, em que os animais estavam a serviço da
moralidade humanista, deixa clara sua epistemologia sobre o outro:
Não ter nascido
bicho é uma
minha secreta
nostalgia. p. 52
29. Arrepio-me toda ao entrar em contato físico
com bichos ou com a simples visão deles. Os bichos
me fantasticam. Eles são o tempo que não se conta.
Pareço ter certo horror daquela criatura viva que não
é humana e que tem meus próprios instintos embora
livres e indomáveis. p. 48
Animais, bichos, zoomorfismo e simbiose
Formiga e abelha já não são it. São elas. p. 61
Muitos bichos povoam as páginas de Água viva,
alguns deles são: cavalos, gatos, cachorros, cobra,
passarinhos, corujas, lobos, tartarugas, tigre...
O animal, para Clarice Lispector, inegavelmente dotado de
subjetividade, quando troca olhares com o humano, propõe-no a
entrar em reflexão.
30. AS FLORES
Clarice Lispector desenvolve uma fenomenologia das flores,
pois sente, analisa, cheira, estuda o sexo, a feminilidade e o
comportamento de cada uma, começando pela rosa:
A rosa é a flor feminina que se dá toda e
tanto que para ela só resta a alegria de se ter dado.
Seu perfume é mistério doido. Quando
profundamente aspirada toca no fundo íntimo do
coração e deixa o interior do corpo inteiro
perfumado. O modo de ela se abrir em mulher é
belíssimo. As pétalas têm gosto bom na boca – é só
experimentar. Mas rosa não é it. É ela. As
encarnadas são de grande sensualidade. As brancas
são a paz de Deus. (...) As amarelas são de um
alarme alegre. As cor-de-rosa são em geral mais
carnudas e têm a cor por excelência. As alaranjadas
são produto de enxerto e são sexualmente
atraentes. p. 56,57
31. Efemeridade
Fixo instantes súbitos que
trazem em si a própria morte e
outros nascem – fixo os instantes
de metamorfose e é de terrível
beleza a sua sequência e
concomitância. p. 13
Escrevo-te na hora mesma em si própria.
Desenrolo-me apenas no atual. Falo hoje_
não ontem nem amanhã_ mas hoje é neste
próprio instante perecível. p. 25
32. Onírico
Como se arrancasse das
profundezas da terra as nodosas
raízes de árvore descomunal, é assim
que te escrevo, e essas raízes como
se fossem poderosos tentáculos
como volumosos corpos nus de
fortes mulheres envolvidas em
serpentes e em carnais desejos de
realização, e tudo isso é uma prece
de missa negra, e um pedido
rastejante de amém: porque aquilo
que é ruim está desprotegido e
precisa da anuência de Deus: eis a
criação. p. 20
33. Presença da morte
Quero que me enterrem diretamente
na terra, embora dentro do caixão.
Não quero ser engavetada na parede
porque não tem mais lugar na terra.
Então inventaram essas diabólicas
paredes onde se fica como num
arquivo. p. 45
Acho que vou ter que pedir licença para morrer. p. 59
Tenho que interromper para dizer
que "X" é o que existe dentro de mim. "X" -
eu me banho nesse isto. É impronunciável.
Tudo que não sei está em "X". A morte? a
morte é "X". p. 79
34. O mistério – a difícil compreensão
Não sei sobre o que estou
escrevendo: sou obscura para mim
mesma. p. 24
Mas o meu principal está sempre
escondido. Sou implícita. E quando
vou me explicitar perco a úmida
intimidade. p. 25
Tudo o que te escrevo é
tenso. Uso palavras soltas que são
em si mesmas um dardo livre...
p. 27
O melhor ainda não foi
escrito. O melhor está nas
entrelinhas.
35. 4 narrativas cronológicas dentro de Água viva
A coruja, p. 50
Os lobos, p. 50
A rosa, p.50 e 51
O homem bonito, p. 62
Superstição com os números
Mas 9 e 7 e 8 são os meus números
secretos. Sou uma iniciada em seita. Ávida do
mistério. Minha paixão pelo âmago dos
números, (...) p. 33
36. Atrás do pensamento: monólogo
com a vida, 151 páginas - 1971
Objeto gritante, 185 páginas -1972
Água viva, 87 páginas - 1973
37. O que te escrevo é um “isto” . Não vai parar: continua.
Olha para mim e me ama. Não: tu olhas para ti e te amas.
É o que está certo.
O que te escrevo continua e estou enfeitiçada. p.95
E o fim é, ainda, continuação