Apresentação de João Alfredo Delgado, Presidente do IPDMAQ – Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico da Indústria de Máquinas e Equipamentos e Diretor de Tecnologia da ABIMAQ, no 67º Congresso Internacional da ABM – Associação Brasileira de Metalurgia, Materiais e Mineração
3. ABIMAQ
• Fundação: 1937 - origem em um sindicato de máquinas
têxteis;
• Possui 1.500 empresas associadas e representa 4,5 mil
empresas;
• Cerca de 400 estão ligadas à cadeia do petróleo
• O setor representado pela ABIMAQ gera mais de 260 mil
empregos diretos e 1,6 milhões na cadeia produtiva, segundo
o IPEA;
• Mais de 70% das associadas são empresas de pequeno e
médio porte;
• A ABIMAQ possui 11 sedes: SP; RS; SC; PR; MG; RJ; PE; RIB.
PRETO; PIRACICABA; S. J. DOS CAMPOS; BRASÍLIA
4. IPDMAQ
• Estimular, apoiar e orientar a indústria de máquinas e
equipamentos, em ações voltadas às atividades de P. D & I
• Promover a inovação tecnológica, junto às empresas de
BK, como fator estratégico, necessário para a elevação da
competitividade.
• Promover articulação política institucional.
6. NUCI (%) e Carteira de Pedidos
“Uma Fábrica éatendimento)
(em semanas para
tocada a Pedidos”
7. Conteúdo Local
Os insumos, mão de obra e serviços diretos
de origem nacional utilizados para a
produção de um bem, sistema ou serviço.
8. Fórmula para calcular o Índice de Nacionalização utilizados
pelo BNDES e pela ANP
Onde:
Iv = Índice de nacionalização em valor
X = VALOR DOS COMPONENTES IMPORTADOS, inclusive matéria-prima.
Y = PREÇO DE VENDA EFETIVAMENTE PRATICADO
Se não vejamos.......
9. O índice de nacionalização para o FINAME exigido é maior ou
igual a 60%
Receita Líquida
𝑋
60 ≥ 1 − 100 100%
100
60 ≥ 100 − 𝑋
X = ≤ 40 % da receita líquida Nacional
(15%)
Receita líquida (RL) = Insumos + Valor
Adicionado Valor
adicionado
RL = 55 + 45 p.p. (45%) 60%
Conteúdo
(Média da PIA Empresa IBGE para o setor de Nacional
Máquinas e Equipamentos)
Para atender a 60% de conteúdo nacional basta
40 p.p em 55 ≤ 72,7% ter 27,3% de insumos nacionais (15% de 55%)
10. Hipóteses
1 Iv = 50% Até 90,9% de participação do importado no total de insumos
2 Iv = 60% Até 72,7% de participação do importado no total de insumos
3 Iv = 70% Até 54,5% de participação do importado no total de insumos
4 Iv = 80% Até 36,4% de participação do importado no total de insumos
12. Itens para cálculo do Índice de Nacionalização
1.1 = Custo dos componentes sem impostos e fretes por unidade de produto
1.2 = Custo local dos serviços relacionados abaixo por unidade de produto
1.2.1 = Mão de obra direta local + encargos
1.2.2 = Licenciamento de direitos de uso de programas de computador
1.2.3 = Licenciamento de direitos sobre a propriedade industrial
1.2.4 = Licenciamento de direitos sobre topografias de circuitos integrados
1.2.5 = Contratos de assistência técnica e científica
1.2.6 *A Contratos de fornecimento de tecnologia (know –how)
= medição do conteúdo local dessa forma é de difícil
1.2.7 = Serviço de P&D em ciências naturais, exatas e engenharia
operação e possibilita avaliações subjetivas dos rateios
1.2.8 = Serviço de engenharia
1.2.9 necessários para outros serviços técnico
= Serviço científico e contabilizar os custos de serviços por
1.2.10 = Serviço de desenho industrial com tecnologia, o que pode
produto, principalmente
1.2.11 = Projetos (design) de máquinas e objetos de uso industrial
1.2.12 = Projetos e desenvolvimento, adaptação tal como de aplicativos
levar a resultados distorcidos, e instalação ocorre com o
sistema em vigor.
1.2.13 = Projetos de circuitos integrados
1.2.14 = Cessão de direitos sobre programas de computador
1.2.15 = Cessão de direitos sobre a propriedade industrial
1.2.16 = Cessão de direitos sobre topografias de circuitos integrados
2.1 = Conteúdo importado dos componentes em valor + Conteúdo importado de serviços
13. Propostas ABIMAQ
Modificar o Cálculo utilizando a seguinte fórmula:
CUSTO DO CONTEÚDO NACIONAL DO PRODUTO (1)
𝐼𝑁𝑉 =
CUSTO INDUSTRIAL DO PRODUTO (2)
INV = ÍNDICE DE NACIONALIZAÇÃO EM VALOR DO PRODUTO
1. CUSTO DO CONTEÚDO NACIONAL DO PRODUTO (1) = 1.1 – 1.2 + 1.3 + 1.4
ONDE:
1.1. CUSTO DA MATÉRIA PRIMA NACIONAL SEM IMPOSTOS (ICMS, IPI, PIS/COFINS, ISS)
1.2. CUSTO DA MATÉRIA PRIMA IMPORTADA CONTIDA EM 1.1
1.3. MÃO DE OBRA DIRETA NACIONAL+ LEIS SOCIAIS
1.4. SERVIÇOS DIRETAMENTE INCLUÍDOS NO PRODUTO, REALIZADOS NO PAÍS:
(SERVIÇOS EXTERNOS EFETUADOS NOS PRODUTOS E/OU COMPONENTES, COMO:
USINAGEM, CALDEIRARIA, CONFORMAÇÃO DE CHAPAS E/OU PERFIS, TRATAMENTO
TÉRMICO, TRATAMENTO DE SUPERFÍCIE ETC.)
14. Propostas ABIMAQ
CUSTO DO CONTEÚDO NACIONAL DO PRODUTO (1)
𝐼𝑁𝑉 =
CUSTO INDUSTRIAL DO PRODUTO (2)
2. CUSTO INDUSTRIAL DO PRODUTO (2) = 1 + 1.2 + 2.1 + 2.2 + 2.3
ONDE:
2.1. CUSTOS CIF DA MATÉRIA PRIMA IMPORTADA + IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO
2.2. CUSTO DA MÃO DE OBRA IMPORTADA ALOCADA AO PRODUTO
2.3. CUSTO DOS SERVIÇOS IMPORTADOS ESPECÍFICOS DO PRODUTO
1.1 − 1.2 + 1.3 + 1.4
𝐼𝑁𝑉 𝑑𝑜 𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑜 =
1 + 1.2 + 2.1 + 2.2 + 2.3
15. Propostas ABIMAQ
ÍNDICE TECNOLÓGICO INDUSTRIAL DA EMPRESA= ITI
DESPESAS ANUAIS COM TECNOLOGIA
𝐼𝑇𝐼 =
RECEITA LÍQUIDA ANUAL
ÍNDICE TECNOLÓGICO NACIONAL DA EMPRESA = ITN
DESPESAS ANUAIS COM TECNOLOGIA BRASILEIRA
𝐼𝑇𝑁 =
DESPESAS ANUAIS COM TECNOLOGIA IMPORTADA
ONDE, SÃO CONSIDERADAS DESPESAS COM TECNOLOGIA OS CUSTOS ANUAIS COM:
LICENCIAMENTO E/OU COMPRAS DE PROGRAMAS DE COMPUTADOR E
TECNOLOGIA DIGITAL;
LICENCIAMENTO E/OU COMPRAS DE PROPRIEDADE INDUSTRIAL;
ASSISTÊNCIA TÉCNICA, CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA;
ENGENHARIA, PROJETO, DESIGN DE MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS
INOVAÇÃO E PESQUISA E DESENVOLVIMENTO.
17. Na fórmula atual, considerando:
RL= Insumos (55%) + VA (45%)
Temos: 35% Importado = 63,6%
0,55 Insumos
Ou seja, para realizar 65% basta ter
36,4% de CL
18. Na fórmula atual, considerando:
RL= Insumos (55%) + VA (45%)
Temos: 42% Importado = 76,4%
0,55 Insumos
Ou seja, para realizar 58% basta
ter
23,6% de CL
19. Na fórmula atual, considerando:
RL= Insumos (55%) + VA (45%)
Temos: 50% Importado = 91%
0,55 Insumos
Ou seja, para realizar 50% basta
ter
9% de CL
20. Casos Internacionais
Noruega e Reino Unido (Petróleo e Gás)
• Reino Unido focou em excelência operacional para acelerar
monetização das reservas enquanto Noruega adotou um modelo
voltado a inovação.
• Ambas adotaram pilares comuns - internacionalização da cadeia,
aumento do conteúdo local, formação de clusters e atração de
empresas globais. (22 de agosto de 2012 - Seminário Internacional: Conteúdo Local e
Políticas para a Competitividade na Cadeia de Petróleo e Gás – CNI e NHO – Confederação da
Indústria Norueguesa, e com o apoio do BNDES )
• A concentração geográfica (em cluster) se configura um fator
chave de desenvolvimento, principalmente para atividades
relacionadas a conhecimento, inovação e tecnologia.
21. Casos Internacionais
China
• Proibição ou restrição a importações de Bens de Capital de
tecnologias pré-determinadas
• Margem de preferência para bens domésticos (50% de conteúdo
local) não superior a 20%
• Metodologia: Custo de produção do produto final e não do valor
de venda.
Índia
• Liberação automática apenas para projetos com importação de
Bens de Capital, menor do que 25% do valor total (75% de
conteúdo local)
22. Casos Internacionais
Coreia
• Obrigatoriedade para navios, para serem construídos no País
Estados Unidos
• 100 % de conteúdo local “Buy American”
Em 2009, 43,4% do Recursos do Orçamento Federal de apoio a
P, D & I foram destinados às empresas, favorecendo o
desenvolvimento de conteúdo local
23. Segundo os EPCs
• Há sobrecarga de encomendas já colocadas na indústria
nacional, para atender os programas de investimentos das
operadoras de E&P. Desta forma a Política de Conteúdo Local
provoca atrasos nos projetos...
24.
25. Segundo os EPCs
• As contratações no país, em geral, aumentam os custos dos
investimento entre 30% a 50%, podendo esta
situação, inviabilizar ou adiar decisões de investir nos projetos
brasileiros.
• Os custos dos serviços e fornecimentos no Brasil são maiores
em até 50 %, quando comparados aos custos internacionais.
• A falta de mão de obra em quantidade e qualidade, com as
competências necessárias para a indústria de óleo e gás.
26. Porque a Indústria Nacional não é Competitiva?
O modelo econômico brasileiro:
O Brasil é o único país do mundo que tributa o investimento;
Alta carga tributária;
Câmbio totalmente desfavorável ao setor produtivo;
Juros escorchantes na economia real;
Ausência de linhas de financiamento de longo prazo (BNDES é a
exceção);
Custo Brasil
27. Qual o Impacto do Custo Brasil?
Fonte: DEEE - Departamento de Competitividade, Economia e Estatística - ABIMAQ
28. Consequências do Modelo
• Desindustrialização e Desnacionalização
(exporta commodities e importa bens de valor agregado);
• Há evidências de que o Brasil vem
absorvendo, principalmente, as operações de menor valor
agregado e transferindo para as nações mais desenvolvidas
parte das atividades mais nobres de P&D;
• Comprometimento do futuro, pois é a indústria que gera
empregos de qualidade e maior renda;
29. Medidas Estruturantes são Necessárias
1) Criar ambiente competitivo para as empresas brasileiras (as empresas são
competitivas do portão para dentro, o Brasil é que não é competitivo):
Custo Brasil
Juros Altos
Carga Tributária
Câmbio
•criam um cenário de insegurança e desestímulo ao empresário brasileiro
2) Utilizar o poder de compra do Governo e das grandes empresas nacionais para
alavancar a indústria nacional
- Exigir conteúdo nacional por famílias de produtos, como ocorre no resto do mundo:
- Em setores estratégicos obrigatoriedade de transferência de P&D;
* Evitar que o país não se transforme em “maquilador” ou produtor de itens de baixo valor agregado
30. O Brasil com o Pré-Sal , o PAC, Copa do Mundo e as
Olimpíadas tem novas oportunidades para um
desenvolvimento amplo e de longo prazo.